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Fundamentos de cirurgia Tumores benignos e malignos do tecido tegumentar • Tecido tegumentar – pele, tecido subcutâneo + anexos • Tumor – nem toda tumoração é maligna; inchaço/ aumento anormal do tecido do corpo o Ex: caxumba – tumoração da região submandibular • Neoplasia – aumento/ inchaço anormal do tecido do corpo consequente ao aumento do número de células • Neoplasia benigna – tumores com crescimento lento, ordenado, organizado, formado por células iguais ao tecido adjacente; geralmente não da metástase • Neoplasia maligna – tumoração, com crescimento rápido, desorganizado, desordenado, com células diferentes das células daquele tecido (atípicas); pode levar a metástase • Câncer = neoplasia maligna Tumores benignos: • Cistos • Ceratoses • Nevos • Tumores de tecidos moles • Tumores vasculares • Tumores neurais Cistos • Cisto sebáceo • Epidérmicos, dermoides, tricolemais • Lesões benignas • Formação cística formada por cápsula revestida por epitélio e conteúdo de ceratina – sebo/ odor fétido • Liso, arredondado, duro e bem definido, móvel • Pode estar aderido ao tecido adjacente – depende do tempo de evolução, de processos inflamatórios/ trauma – fibroses na região • Diagnóstico diferencial entre eles é histopatológico • Tratamento: drenagem X exérese o Alguns cistos podem infectar, ter sinais flogísticos, e até mesmo drenagem de secreção purulenta – quando tiver processo inflamatório/ de infecção, o tratamento inicial é drenagem desse cisto, depois pede para paciente retornar para fazer a exérese o Realiza-se incisão elíptica, contornando tecido – faz divulsão da região, tenta fazer a remoção por completo da cápsula do cisto; se algum segmento da cápsula for deixado dentro dessa loja, a chance de recidiva é muito grande • Queixa: incomodo estético na maioria das vezes • Pode gerar dor • ➢ Cistos epidérmicos • Cisto sebáceo • Arredondado, consistência fibroelástica, liso, geralmente não apresenta dor (a não ser que exista processo inflamatório associado, ou esteja em local incomodo, como articulações/face/ locais que pele não consegue fazer expansão adequada), certa mobilidade • Mais comum • Local mais comum: face, pescoço, tronco; mas pode apresentar-se em qualque região • Possuem cápsula em seu interior • Orifício de drenagem: ao espremer sai secreção amarelada/ esbranquiçada com odor fétido • Tratamento: incisão elíptica; exérese de toda sua cápsula; drenagem quando há infecção e remarcar procedimento cirúrgico ➢ Cistos dermoides • Lesões congênitas • Aprisionamento do epitélio durante fechamento da linha média fetal • Locais mais comuns: nariz e testa • Maior local de acometimento – terço distal da sobrancelha • Lesões arredondadas, bem definidas • Mais macios – consistência mais fibroelástica que epidérmico • Cisto pilonidal: cisto sacro-coccígeo; cisto dermoide atípico; pode ter em seu interior outro tipo de tecido, como cabelo, dente; lesões na região sacral; crescimento lento; se manifesta principalmente na juventude; gera processo inflamatório – trauma constante na região (sentar, andar de bicicleta, etc) de paciente com cisto gera edema, rubor, calor; o Tratamento inicial é drenagem, com posterior exérese o Pode ter orifício de drenagem o Pode ser injetado azul de metileno no tratamento cirúrgico – da coloração azul para todo o cisto; a dependente pode ter contato direto com osso – ressecção em blobo da região o Cicatrização por segunda intenção o Marsupialização: faz-se eversão das bordas para facilitar processo cicatricial o Cicatrização por primeira intenção: chance de deiscência grande por ser área de alta tensão o Esse cisto fica próximo a região perineal/ ânus: se tem processo infeccioso, deve-se fazer drenagem imediata, pois em pacientes imunocomprometidos/ obesos/ diabéticos pode gerar a síndrome de Fournier – infecção bacteriana extensa/ grave/ acometida por bactérias aneróbias • ➢ Cistos tricolemais • Cistos papilares • Arredondado, mais endurecido, não é tão móvel (pode se aderir ao periósteo do couro cabeludo) • Gera desconforto/ dor • Segundo mais comum (só perde para o cisto epidermoide/ sebáceo) • Local mais comum: couro cabeludo • Geralmente acomete mas mulheres • Tratamento: excisão • Podem ser únicos/ múltiplos • Podem ser consequência de obstrução do folículo pilossebáceo = acúmulo de sebo = lesões císticas Ceratoses • Ceratose seborréica • Locais: face, antebraços e dorso • Áreas expostas ao sol • Pacientes idosos • Lesões pré malignas (CEC) • Placas pigmentadas, pardas e pretas • Superfície verrucosa, granulosa, cistos córneos • Pode descamar • Pode ser confundida com melanomas malignos (diferente por conta do aspecto granuloso/ verrucoso) • Tratamento: o Local (5-Fluorouracil) o Excisão cirúrgica em locais que paciente tem desconforto; se tem crescimento anormal; principal o Eletrodissecção o Dermobrasão Nevos • Adquiridos X congênitos • Estágios de maturação: o Juncionais – acometem apenas epiderme o Compostos – acometem epiderme + derme o Dérmicos – acomete na maioria das vezes derme; apresentam algum tipo de lesão ulcerada • Lesões unitárias/ múltiplas • Adquiridos: Marrom/ enegrecida; contornos bem definidos; não crescem; se perpetua no mesmo formado por anos; • Congênitos: enegrecidos; podem crescer pelos neles • Se nevo adquirido tiver crescimento desordenado/ aspecto atípico – coceira, dor, mudança de cor, crescimento irregular e disforme – possibilidade de virar lesão neoplásica maligna – faz-se excisão cirúrgica para mandar para anatomopatológico ➢ Nevo melanocítico congênito • Pode acometer toda região da face • 1% dos neonatos • Podem ser extensos com pelos • Castanho claro, marrom escuro ou preto • Possibilidade de evoluir para melanomas malignos (1-5%) • Aspecto irregular, limites bem definidos • Tratamento: excisão cirúrgica • Incômodo: aspecto estético • Lesões extensas – as vezes não é consegue-se fazer enxerto adequado, por isso, usa-se expansores de pele, colocados sobre a pele, abaixo da epiderme, fazendo expansão do tecido, para se ter recurso para fazer retalho/ enxerto da região ➢ Nevo displásico maligno • Perda da arquitetura típica (atípicos) – displasia/ células irregulares; nevos adquiridos que sofrem mudança • Precursor do melanoma maligno – câncer agressivo • > 5 mm e componente plano proeminente • Contorno assimétrico e irregular • Bordas pouco distintas • Pigmentação variada – colorações diversas • Crescimento elevado • Sintomas: coceira, descamação, processos ulcerosos, desconforto • Tratamento: excisão cirúrgica; margem de 0,5-1 cm Tumores vasculares • Hemangiomas - crescimento do tecido endotelial, e entre esse crescimento há confluência vascular • Neoplasia vascular benigna • Podem acometer pele/ vísceras • Crescimento rápido no primeiro ano de vida, no entanto involuem na infância espontaneamente – lesões geralmente congênitas • Pode ser plano/ nodular • Aspecto hiperemiado/ perolado • Aspecto de vinho tinto • Riscos: insuficiência cardíaca, trombocitopenia, outros – isso porque essas lesões se tratam de malformações vasculares = aumenta o aporte sanguíneo da região • Tratamento: inicial - conduta expectante (maioria das vezes) – orienta família que isso involui; exceto se riscos de ICC, trombocitopenia forem evidenciados OU quando lesão está em alguma topografia que dificulte sentido (visão por ex); pode ter cresciemento acentuado e fazer compressão extrínseca Tumores de tecidos moles • Lipoma • Tumor benigno do tecido adiposo • Locais: braço, tronco e pescoço • Crescimento lento e ordenado • Tumores arredondados, moles, lobulados, móveis e “não dolorosos” (exceto se tivercrescimento exponencial) • Origem sem conformidade: alguns autores dizem que se desenvolvem em pacientes que tem “efeito sanfona” e nos locais que tem gordura há esse crescimento, ou em locais com traumas contínuos • São fáceis de ressecar pois não são tão aderidas ao tecido adjacente (apesar de poder possuir fibroses) • Problema: crescem muito – podem estar aderidas a algum tecido adjacente Tumores neurais • Tumores do sistema nervoso • Tumores benignos • Neurofibromas – neurofibromatose; podem ser lesões esporádicas/ solitárias; mas na maioria das vezes são complexas/ múltiplas o Coloração da pele ao redor das lesões: lesões em cor de café com leite o Nódulos evidentes o Evidente o Nódulos de Lisch o Associado a síndrome de Von Recklinghausen o Alterações ósseas/ auditivas • Neurilemomas (Schwannoma) o Acometem células de Schwann o Acometem boca, principalmente base da língua/ gengiva o Na maioria das vezes são lesões únicas, maciças, que causam dor o Tratamento: ressecção cirúrgica • Tumores de células granulares (Abrikossoff) o Lesões que acometem dorso/ face lateral da língua o Nódulos endurecidos que acometem estrutura muscular estriada o Caroço na língua o Desconforto/ dor o Tratamento: ressecção cirúrgica Tumores malignos • CBC – principal tumor de pele – carcinoma basocelular • CEC – carcinoma espinocelular – lesão um pouco mais agressiva que CBC • Melanoma – mais agressivos • Uma das principais causas é exposição celular excessiva de maneira inadequada; geralmente depois das 10 da manhã • Principal radiação que leva a essas lesões – UVB • Prevenção: usar filtros solares maiores que 30FPS • Fatores genéticos associados • Radioterapia – pode fazer com que células tenham crescimento desordenado/ atípico • HPV – principalmente lesões carcinomatosas podem se malignizar; • Pacientes em contato com material como alcatrão, arsênio e mostarda nitrogenada • Sol excessivo lesiona células de Langerhans, que atuam na imunidade, presentes na epiderme – favorece formação de lesões malignas CBC – Carcinoma basocelular • Origem: camada basal da epiderme – camada profunda da epiderme; quase no contato entre epiderme e derme • Mais comum • Crescimento lento • Raramente metastatizado (basoespinocelulares – gera metástase – células para CBC e para espinocelulares) • Geralmente não tem lesão precursora • Locais: cabeça e pescoço – comum na face também • Ocorrem em locais muito expostos ao sol • Pacientes que são expostos ao sol desde a infância: desenvolvem mais CBC e melanomas; os que sofreram queimaduras por sol - CEC • Subtipos: o Nodular o Micronodular o Infiltrativo o Superficiais o Pigmentado o Morfeiforme ➢ Nódulo cístico (ulcerativo) • Principal subtipo do CBC • Mais frequente (70%) • Clínica: lesões cerosas com bordos arredondados e perolados, de coloração creme e ao redor de uma úlcera central • Parecem cistos, mas NÃO são; não tem cápsula dentro • Geralmente tem telangiectasias (microvascularização dentro) • Aspecto: eritematoso/ hiperemiado e descamativo • Local: tronco ➢ CBC – pigmentado • Coloração mais enegrecida • Como se fosse pérola ➢ CBC – morfeiforme • Mas agressivo entre eles • Cabeça de medusa • Crescimento mais amplos • Placas com aspecto eritematoso, com ulcera central no meio, as vezes de aspecto endurecido; contorno mal definido • Telangiectasias arberiforme • Tratamento: excisão cirúrgica com extirpação total das lesões ➢ Tratamento CBC • < 2 mm: curetagem, eletrodissecção, vaporização a laser o É preciso saber se paciente tem margem cirúrgica livre (quando se consegue extirpar lesão por inteiro) e ao mandar ao histopatológico todas as bordas da lesão devem estar ausentes de lesões malignas o Problema desses tratamentos: lesionam peça cirúrgica; e ao mandar ao histopatológico, a análise de células é prejudicada – pode dar diagnóstico incorreto das margens • > 2 mm ou lesões agressivas, de crescimento rápida: excisão com margem de segurança de 0,5 – 1cm • Retalhos e enxertos • Tipo de cirurgia mais adequada: cirurgia de Mohs – tira segmento por segmento, aprofundando gradativamente; demora para fazer incisão; precisa ter análise simultânea da lesão – retirar cada segmento e analisar logo em seguida; possível preservar o máximo possível de tecido normal • Na maioria das vezes, será feito uma excisão mais ampliada • CEC – Carcinoma espinocelular • Origem: ceratinócitos epidérmicos – quando existe mudança na sua formação • Menos comum que CBC • Invasivo e metastizam (principalmente linfonodos) • Locais: nariz, orelhas, lábio inferior • Lesões ulceradas que geralmente não cicatrizam • Descamam/ sangram/ causam dor • Muitas vezes paciente não da importância a lesão e quando percebe-se está disseminado • In situ: doença de Bowen – início do estágio • In situ no pênis: eritoplasia de Queyrat – lesões ulceradas; aspecto irregular; telangiectasias; aspecto hiperemiado; borda mal definida o Tratamento: amputação a depender da extensão da lesão • Espessura do tumor e localidade são correlacionados com seu comportamento maligno o Lesões que acometem mais camadas da pele/ com espessura maior/ mais profundas – aspecto maligno mais insidioso/ dão mais recidiva/ metastatizam mais o Lesões em locais com osteomielite - conformidade maligna pior o Lesões em úlceras de Marjolin – úlceras em locais de queimaduras o Faz mais linfonodomegalia metastática ➢ Tratamento CEC: • Curetagem, eletrodissecção (não recomendada) • Padrão ouro: excisão completa da lesão com margem de segurança de 1 cm (cirurgia de Mohs) • Se ao mandar para análise, e tiver margem comprometida, nova cirurgia deverá ser feita • Retalhos e enxertos • Linfadenectomia – lesão mais agressiva que gera metástase, pois pode acometer linfonodos; • Alguns pacientes podem fazer radioterapia/ quimioterapia Melanoma • Origem: transformação dos melanócitos – mudam de conformidade e tem crescimento inedequado • Evolução do nevo displásico maligno • Nevos congênitos melanocíticos podem evoluir para melanomas malignos (1-5%) • Diagnóstico gera dúvidas pois pode confundir com nevo, ceratose seborreica • Na dúvida, faz biópsia • Mais agressivo • Geralmente tem fator genético associado (14%) • Local: pele (90%) • Pode ter melanoma em vísceras • Tipos: disseminação superficial (70%), nodular, lentigo, lentiginoso acral • Clínica: lesão pigmentada de margem irregular de coloração escura, ulceração e elevação superficial (alterações recentes) • Cor: hiperpigmentado com múltiplas colorações • E: EVOLUÇÃO DA LESÃO; ALTERAÇÕES RECENTES – observar se tem crescimento inadequado/ desconforto/ ulceração/ descamação/ cresceu de repente/ crescimento desfórmico – pode ter transformação maligna ou era maligna que não foi possível diferenciar ➢ Tratamento melanoma: • Níveis de Clark • Índice de Breslow • Cirúrgico • Retalhos/ enxertos • Linfadenectomia • Radioterapia/ quimioterapia • • Quanto maior profundidade, pior o comportamento maligno e prognóstico – maior a chance de recidiva, menor sobrevida em 10 anos • Nível 1: só acomete região intraepidérmica • Nível 2: acomete derme papilar – fase inicial da derme • Nível 3: acomete derme total • Nível 4: acomete derme reticular – camada mais profunda da derme; camada basal • Nível 5 – invasão da hipoderme/ glândulas/ anexos • Lesões maiores que 4mm de espessura, aumenta muito chance de recidiva mesmo após excisão • 50% dos pacientes com lesões maiores que 4mm de espessura morrem em 10 anos • • Lesões grau 1: profundidade menor que 1 mm; margem de segurança de 1 cm • Lesões grau 2/ 3: profundidade de 2-4mm; margem de segurança de 2 cm • Lesões grau 4: profundidademaior que 4 mm; margem de segurança de 2-3 cm • Lesões agressivas com linfonodomegalia associada/ suspeita: excisão cirúrgica com margens de segurança de 2-3 cm e linfadenectomia, e a depender radioterapia e quimioterapia Outros tumores malignos (tecido tegumentar) • Carcinoma de Merckel (neuroendócrino) o Primário da pele o Como se fossem vários carcinomas espinocelulares sincrônicos o Mais agressivos que melanoma o Grande chance de recidiva/ metástase o Tratamento cirúrgico com margem de segurança de 3 cm – tratar como se fossem lesões grau 4 • Sarcoma de Kaposi (HIV) o Nódulos elásticos, de coloração violácea o Acometem pacientes com HIV o Pele, tronco o Podem ter lesões no trato gastrointestinal, no aparelho respiratório – sintomas obstrutivos – geralmente tratamento é cirúrgico o Tratamento: radioterapia, podendo estar associada a quimioterapia o Pode fazer excisão cirúrgica dependendo da lesão, mas o problema é que as lesões são múltiplas • Doença de paget – extra mamário o Placa eritematosas/ ulcerativas/ descamativas, principalmente presentes na auréola da mama da mulher o Podem estar presentes no adenocarcinoma de mama o Não cicatriza o Coça/ incomoda/ sangra • Angiossarcoma o Lesões mais escurecidas/ violáceas, como nódulos o Como se fossem contusões que não cicatrizam ou que sangram – arroxeada o Acometem couro cabeludo/ face/ região da orelha o Podem ter desenvolvimento espontâneo o Tratamento: radioterapia, quimioterapia e as vezes excisão cirúrgica o Agressivos o Sobrevida pequena • Dermatofibrossarcoma o Sarcoma de tecidos moles o Acometem pacientes entre 2ª- e 5ª- década de vida o Lesões grandes/ trabeculadas/ lobuladas o Locais mais comuns: tronco, membros, pescoço o Agressivos o Podem ulcerar o Tratamento: excisão cirúrgica com margens amplas (maiores que 3 cm geralmente) o Enxerto/ retalhos podem ser necessários • Lipossarcoma o Tumores malignos do tecido adiposo o Lesões profundas o Entre fáscies musculares o Paciente pode ter desconforto o Crescimento acentuado o Como se fosse lipoma em crescimento abundante o Microvascularização ao redor da lesão o Pode ter dor por compressões vasculares/ nervosas o Tratamento: exérese; a depender pode ser necessário amputar o membro o Lesões agressivas Tratamentos modernos • Pele de tilápia como enxertos heterólogos Luana Pimentel – 103C Medicina Vassouras Prof: Jodson Fernandes
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