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Pré projeto ALVENARIA ESTRUTURAL

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CAMILA ALVES DOS SANTOS
LUIZ FELIPE CAMPAGNAC DE ARAUJO
KAROLLINE GEMINIANI SOUZA LUIGI
THAMYRIS SOUSA DE CARVALHO
ALVENARIA ESTRUTURAL
NITERÓI
2019
CAMILA ALVES DOS SANTOS
LUIZ FELIPE CAMPAGNAC DE ARAUJO
KAROLLINE GEMINIANI SOUZA LUIGI
THAMYRIS SOUSA DE CARVALHO
ALVENARIA ESTRUTURAL
Trabalho apresentado como conclusão do Estágio Supervisionado do Curso de Engenharia Civil na Faculdade Estácio de Sá 
Professora: Consuelo Bello Quintana
NITERÓI
2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...............................................................
2 DESENVOLVIMENTO...............................................................
2.1 BREVE HISTÓRICO...............................................................
2.2 APLICAÇÕES...............................................................
2.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS...................................
2.4 CARACTERÍSTICAS...............................................................
2.5 DETALHAMENTO...............................................................
2.6 COMPARAÇÃO COM A ALVENARIA TRADICIONAL.....................................................
3 CONCLUSÃO...............................................................
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................
1 INTRODUÇÃO
A alvenaria estrutural é um sistema em que as paredes são feitas por blocos de concreto que garantam o isolamento e a sustentação de toda a edificação, suportando o peso da laje, da cobertura, da ocupação (pessoas móveis, objetos da casa...).  O sistema dispensa o uso de pilares e vigas, ficando a cargo dos blocos estruturais a função portante da estrutura. Os blocos são assentados a partir da primeira fiada, dispostos a 1 cm de distância entre eles, preenchendo esses vãos em seguida com a argamassa. O desenhista ao fazer a paginação, desenha todos os blocos que serão utilizados nas paredes, para que o executor da obra consiga saber como os mesmos estarão dispostos. 
A alvenaria estrutural pode ser dividida em três tipos: alvenaria estrutural armada (quando os blocos são preenchidos microconcreto que envolve barras de aço); alvenaria estrutural não armada (as paredes são feitas sem barras de ferro, sendo que os reforços consistem em vergas ou contra-vergas fixas entre as paredes); e alvenaria estrutural parcialmente armada (quando algumas paredes recebem as barras de ferro e outras não). Esta solução permite construir desde simples muros, residências e edifícios de diversas alturas até hipermercados e indústrias.
Figura 1– Paginação
Fonte: Prudêncio, 2002
Figura 2 - Graute
Fonte: AeC Web / Geofoco, 2017
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 BREVE HISTÓRICO
O uso da alvenaria pelo homem tem origem na pré-história, sendo assim um dos mais antigos sistemas construtivos na humanidade, onde se fazia uso de rochas nas construções. As mesmas eram feitas de forma empírica e robusta através do empilhamento de rochas. Muitas dessas construções permanecem até hoje como história e testemunho vivo da humanidade, sendo uma das mais famosas, a pirâmide de Quéops no Egito, mostrada na Figura 3:
Figura 3 – Pirâmide de Quéops no Egito.
Fonte: Newhouse, E. L., ed. The Builders, The NationalGeographic Society, Washington, D.C., 1992.
Com o passar do tempo, o uso de alvenaria com função estrutural foi crescendo e com isso melhorias foram surgindo, como o uso de tijolos queimados ao sol nos anos 10.000 A.C. pelas civilizações Assírias e Persas, e depois o uso de tijolos de barro queimados ao forno. Mais tarde veio a ser usado nas construções a pedra, o tijolo cerâmico queimado, assentado com barro, betume e mais tarde com argamassa de cal, pozolana e finalmente cimento portland.
No Brasil, a alvenaria estrutural começou a ser usada no período colonial com uso de pedra e tijolo de barro cru, e nos anos de 1850 ocorreu avanços, onde passaram a usar tijolos de barro cozido em pequenas edificações.Antes dos séculos 19 e 20, só eram executadas obras de pequeno porte, e a partir de tais séculos iniciou-se o uso da alvenaria estrutural para obras de grande porte, sendo uma das construções mais famosas o Edifício Monadnock, que fica localizado em Chicago, nos Estados Unidos, mostrado na Figura 4:
Figura 4 - Edifício Monadnock, localizado em Chicago, EUA.
 Fonte: Pacca, 2015
Antes do surgimento do uso de Aço ao final do século XIX, do concreto armado e posteriormente do concreto protendido no século XX, todas a construções eram feitas em alvenaria e madeira. Porém com tais inovações, a alvenaria estrutural foi substituída, levando a mesma a ser usada em segundo plano, ou para obras de pequeno porte. 
Porém em 1923, foi publicado na Índia estudos desenvolvidos pelo engenheiro civil britânico Alexander Brebner, e com isso a atenção se voltou novamente para o uso de alvenaria estrutural, e então iniciaram-se muitos estudos neste campo, o que fez com que na década de 50 o uso da alvenaria ganhasse um novo impulso como consequência de estudos desenvolvidos na Europa. 
Em 1967 aconteceu o primeiro congresso internacional sobre o tema, em Austin, Texas. E nesta mesma época, surgiu a alvenaria de estrutural em blocos vazados de concreto no e Brasil, e a partir de então o uso de blocos sílicos calcário, e blocos cerâmicos. E o primeiro edifício em alvenaria estrutural a ser construído no Brasil, aconteceu em 1966, em São Paulo, no conjunto habitacional Central Parque Lapa, mostrado na Figura 5:
Figura 5 – Conjunto habitacional localizado em São Paulo, Brasil.
Fonte: Pacca, 2015	
Em 1972 foram construídos quatro edifícios de 12 pavimentos em São Paulo. A alvenaria não armada foi inaugurada no Brasil em 1977, em São Paulo usando blocos Sílico Calcário.Os anos 60 e 70 foram marcados por intensas pesquisas experimentais e aperfeiçoamento de modelos matemáticos de cálculo. E no início da década de 80 ocorreu a introdução dos blocos cerâmicos na alvenaria estrutural. 
Com esse crescimento, houve a necessidade de criar uma norma que regulamentasse a construção da alvenaria estrutural e assim fizeram em 1989 a NB-1228 que corresponde a atual NBR-10837 - Cálculo de Alvenaria Estrutural de Blocos Vazados de Concreto.Em 1990 iniciou-se estudos para aperfeiçoar tal método construtivo, com o objetivo de atingir a redução de custos esperada para o mesmo. A Encol, com as consultorias da Tecsof (São Carlos) e WendlerProjetos(Campinas) na área de estruturas, fez um método construtivo de até 8 pavimento, depois estendida até 10.
2.2 APLICAÇÕES DA ALVENARIA ESTRUTURAL
As alvenarias estruturais nos dias de hoje, são usadas para construir paredes e muros de edifícios, já que os blocos de concreto são ocos no núcleo, fazendo com que haja diversas possibilidades de construção. Os blocos em concreto usado para a construção de alvenarias estruturais apresentam grande resistência a compressão, que é uma característica marcante do concreto, sendo os mesmos indicados para uso em estruturas com carregamentos transversais em caso de seu núcleo ser oco. Caso o núcleo seja preenchido com concreto, cimento ou uma armadura em aço, os núcleos passam a ter um aumento na resistência a tração, e à lateral das estruturas. 
	Uma aplicação que tem crescido em uso, é na construção de sistemas de armazenamento de produtos agrícolas. Há uma tendência maior nos dias de hoje em trabalhar com produtos a granel, o que faz com que haja a necessidade de lugares apropriados para armazenamento, sendo o mesmo em grandes volumes. Assim, na indústria do agronegócio tem utilizado o sistema construtivo de alvenaria estrutural na construção dos silos de armazenamento. 
	Nas construções do programa habitacional, “Minha casa, minha vida”, são usadas o sistema construtivo das alvenarias estruturais, como mostrado nas Figuras 6 e 7. Segundo o engenheiro Roberto de Araújo Coelho, diretor da Racional Sistemas Construtivos, aumentou-se a oferta de ferramentas para facilitar e garantir a produção correta das paredes, crescendo a produtividade ediminuindo as perdas e a quantidade de homens-hora. Além disso, houve um significativo aumento dos trabalhos científicos relacionados com esse tipo de construção, trazendo para os canteiros de obra os resultados de pesquisas acadêmicas. 
Figura 6 – Edificação do programa habitacional “Minha casa, minha vida”, em fase de construção.
 Fonte: Lima, 2015
Figura 7 – Edificação do programa “Minha casa, minha vida”, em Niterói-RJ.
Fonte: Lima, 2015
	As alvenarias estruturais são utilizadas por projetistas que buscam uma obra mais limpa, com menor custo, pois há a redução, no consumo de madeira utilizada em fôrmas, quantidade de aço e de concreto, e rapidez. Porém, quando se há a necessidade de uma arquitetura mais desenhada e esbelta, evita-se usá-la pelo design ser restringido ao tamanho e formato do bloco.
	O uso deste tipo de construção pode ser visto em edificações residenciais como sobrados, imóveis populares e prédios com até 20 pavimentos, porém, é mais vantajoso em imóveis com poucos pavimentos. Também pode ser usada em edificações comerciais de pequeno porte como escolas, escritórios e prédios públicos.
2.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS
Levando-se em consideração que a alvenaria estrutural trata-se de um sistema de construção, onde as paredes da edificação fazem a função estrutural. A partir deste, podemos mencionar as vantagens e desvantagens desse sistema. 
2.3.1 Vantagens:
· Economia no custo da obra;
· Não necessita de formas para vigas e pilares, conforme Figura 8;
· Rapidez, levando em consideração a execução simplificada;
· Redução de mão de obra e materiais, também levando em consideração a execução simplificada;
· Eliminação de rasgos para embutir instalações, conforme Figura 9;
· Limpeza, devido à redução de quebras, desperdícios e entulhos na obra;
Figura 8– Não utilização de formas.
Fonte: Rangel e Lage, 2018.
Figura 9 – Não utilização de rasgos para instalações.
Fonte: Rangel e Lage, 2018.
2.3.2 Desvantagens:
· Exige maior controle de qualidade, conforme Figura 10;
· O usuário não tem a mesma flexibilidade para remover paredes a fim de se aumentar um determinado ambiente, conforme Figura 11; 
· Dificuldade de improvisações, conforme Figura 12; 
· Limitação de grandes vãos e balanços, conforme Figura 13; 
Figura 10 – Controle de Qualidade.
Fonte: Rangel e Lage, 2018.
Figura 11 – Restrições de possibilidades de mudanças não planejadas.
Fonte: Rangel e Lage, 2018.
Figura 12 – Necessidade de execução exatamente do que foi projetado.
Fonte: Rangel e Lage, 2018.
Figura 13 - Limitação de grandes vãos.
Fonte: Rangel e Lage, 2018.
2.4 CARACTERÍSTICAS 
Sendo a alvenaria estrutural um processo construtivo, com a função de sustentar o peso da estrutura, diferenciando-se assim, da alvenaria de vedação. Esse processo dispensa o uso de pilares e vigas, onde a função da estrutura fica a cargo dos blocos estruturais. Temos como principais características:
· Os blocos podem ser de concreto ou de cerâmica, vazados na vertical, não devendo possuir fundo, conforme a Figura 14. O bloco de concreto possui uma maior resistência entre eles e pode ser revestido internamente com apenas uma demão de argamassa ou gesso, e a cerâmica pode ser aplicada diretamente em sua superfície, podendo economizar com revestimento. O bloco cerâmico, porém, é menos aderente à argamassa e exige mais revestimento, além disso, ele é menos regular geometricamente e possui menor resistência mecânica que o de concreto;
· Sistema construtivo de fácil execução, onde dispensa o uso de formas, além de oferecer significativa redução do custo, conforme a Figura 15;
· Propicia obras limpas, rápidas e extremamente seguras, conforme a Figura 16;
· Bom isolamento térmico e acústico;
Figura 14 – Bloco utilizado em alvenaria estrutural.
Fonte: Rangel e Lage, 2018.
Figura 15 – Sistema construtivo de Alvenaria Tradicional Vs Alvenaria Estrutural. 
Fonte: Rangel e Lage, 2018.
Figura 16 - Obra limpa, rápida e segura.
Fonte: Rangel e Lage, 2018. 
2.5 DETALHAMENTO
Para fins de detalhamento será apresentado o estudo de caso voltado ao empreendimento Edifício Residencial Mirante da Boa Vista. Este por sua vez é vocacionado aos detalhamentos projetados para o empreendimento, buscando retratar com conceitos e imagens o projeto e a execução. 
 O Edifício Residencial Mirante da Boa Vista é composto por dezesseis andares sendo eles: dois subsolos, térreo e um pavimento tipo projetados em concreto armado e os outros doze pavimentos tipo juntamente com o barrilete em alvenaria estrutural.
Portanto será apresentado o detalhamento da fundação, estrutura de transição, a execução da alvenaria, vergas e contravergas, juntas, aberturas, grauteamento, instalações complementares, cintas de amarrações e execução de lajes.
2.5.1 EXECUÇÃO DAS ALVENARIAS
A partir da modulação da primeira e segunda fiada, tem a produção das elevações das paredes, onde serão indicadas as posições de aberturas de portas e janelas, vergas, contravergas, locais com armadura construtiva e grauteamento, locação dos pontos de instalações elétricas, hidros sanitárias, telefônicas e as demais informações necessárias para um bom entendimento por parte do responsável por executar.
2.5.1.1 TÉCNICA DE LOCAÇÃO DE BLOCOS CHAVE
Na execução das marcações dos blocos chaves a empresa executa com o método das cotas acumuladas. Método esse na qual o responsável técnico da execução adotou como a parede 28 (Figura 18) do fosso do elevador a origem do projeto e, partindo dessa origem até a distância exata informada no projeto de modulação para que se chegue a medida de assentamentos dos blocos. Na marcação nos blocos chaves dos pavimentos superiores além de utilizar o método de cotas acumuladas é verificado o prumo do bloco referenciando o pavimento inferior com o equipamento prumo e referenciando a NBR 15961-2 conforme figura 17.
Figura 17 - Descontinuidade Máxima para o Desaprumo das Paredes e Pilares entre Andares
Fonte: ABNT 15961-2:2011.
Figura 18 - Parede 28 Adotada como Origem de Projeto
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
2.5.1.2 ASSENTAMENTO DA PRIMEIRA FIADA
Após a marcação dos blocos chaves com o projeto de modulação se dá a continuidade com o assentamento da primeira fiada, onde traçam uma linha de náilon de bloco à bloco, para se obter o alinhamento da fiada de bloco, utilizando como equipamento esquadro de alumínio, nível bolha e partindo desse princípio para as demais paredes. O projeto modular se dá em uma perspectiva superior, mostrando as medidas de comprimento e largura da parede, e a disposição dos blocos de primeira e segunda fiada a se empregar no local, Figura 19.
Figura 19 - Execução da primeira fiada
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
Abaixo a demonstração de um assentamento de primeira fiada finalizado, com as marcações de pontos de graute, armaduras, aberturas e vãos (Figura 20).
Figura 20 - Exemplo da Disposições dos Blocos em um Assentamento de Primeira Fiada.
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
2.5.1.3 ELEVAÇÃO DA ALVENARIA
Nas elevações de parede se tem como base o projeto de paginação, o mesmo menciona todas as medidas exatas de altura e largura nas aberturas de janelas e portas e altura da parede, juntamente com as medidas verticais na qual se tem disposição das vergas, contra vergas e cintas para amarrações, (Figura 21 e 22).
Figura 21 - Execução da parede A
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
Figura 22 - Execução da parede B
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
Abaixo a demonstração da alvenaria executada, com amarrações, pontos de graute, pontos de armaduras, vergas, contra vergas, cintas de amarrações e aberturas. (Figura 23).
Figura 23 - Elevação de alvenaria executada
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
2.5.1.4 AMARRAÇÃO DAS PAREDES
 A amarração do projeto é feita em amarração direta. Nesse método se utiliza blocos especiais para o fechamento exato da modulação, como os blocos compensadores, meio bloco, conforme Figura 24 e 25.
Figura 24 - Demonstraçãoda parede com amarração direta
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
Figura 25 - Execução da parede com amarração direta
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
2.5.2 VERGAS E CONTRA VERGAS
As vergas são executadas com blocos canaletas (Figura 26 à 28), conforme descrito nos projetos de paginação nas aberturas de janelas e portas e geralmente se emprega o uso do aço.
 Figura 26 - Exemplo de Detalhamento em Vergas e Contra Vergas.
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
Figura 27 - Execução da Contra verga
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
Figura 28 – Verga e Contra verga executadas
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
2.5.3 JUNTAS 
As juntas de dilatação têm como função principal absorver os movimentos que possam surgir na estrutura, provenientes principalmente da variação de temperatura e retração. O detalhamento das justas de dilatações é apresentado nos projetos de modulações, onde se apresenta as locações dos blocos e juntamente com o emprego de um material flexível que permita a movimentação da estrutura, material esse proposto pelo projetista. No projeto analisado foi proposto juntas de dilatação apenas na laje de cobertura.
2.5.4 ABERTURAS 
A coordenação modular deve ser compatibilizada com os vãos de portas e janelas, considerando-se as dimensões externas de marcos e folgas necessárias para instalação. Em detrimento das dimensões usuais das aberturas não obedecerem, geralmente, ao mesmo módulo adotado no projeto de alvenarias, é necessária a adoção de blocos especiais, chamado de compensadores, para ajustes das dimensões dos vãos. Estes blocos podem ser também utilizados para o ajuste de dimensões não moduladas dos projetos. Ressalva-se, contudo, que quanto maior a variedade de peças utilizadas na alvenaria, tanto maior a dificuldade de execução e, consequentemente, menor o grau de construtibilidade do edifício, o que afeta diretamente a produtividade da obra. O emprego de muitas peças especiais também traz impactos sobre o custo da edificação. (RAUBER, 2005).
2.5.5 GRAUTEAMENTO 
A execução do grauteamento dos blocos se dá posteriormente a execução da alvenaria, aonde se especifica os pontos conforme o projeto de paginação, (Figura 29 à 92).
 Conforme NBR 15961-2:2011, referência que a execução do grauteamento deve ser efetuada após no mínimo 16 h do assentamento dos blocos.
Figura 29 - Paginação da parede com demonstração de pontos de grauteamento
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
Figura 30 – Demonstrativo Ilustrativo de Execução de Grauteamento
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
2.5.6 INSTALAÇÕES COMPLEMENTARES 
As instalações são executadas conforme os projetos complementares, projetada por profissionais capacitados à área especifica do projeto. 
2.5.6.1 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
As instalações são executadas de acordo com o projeto elétrico, projetado por um profissional habilitado na área de engenharia elétrica na qual segue como referência de instalações o projeto de modulação do empreendimento.
As Figuras 31 e 32 detalham a execução de uma instalação elétrica.
Figura 31 - Espera de Conduites para Execução da Laje. 
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
Figura 32 - Locação dos Pontos de Tomadas Elétricas com a Alvenaria executada. 
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
2.5.6.2 INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS
A execução do projeto hidrossanitário é de acordo com o projeto que é elaborado com concordância com o projeto de modulação, (Figura 33 e 34).
Figura 33 - Locação dos Pontos de Ar Condicionados. 
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
Figura 34 - Locação da Espera de Pontos Hidráulicos. 
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
2.5.6.3 LAJE DE COBERTURA
No caso de lajes de cobertura, devido a problemas de fissuração no último pavimento dos edifícios, causada pela movimentação da laje sujeita a elevadas variações térmicas, o procedimento adotado deve ser um pouco diferente dos demais pavimentos. As lajes são executadas simplesmente apoiadas nas paredes, permitindo sua livre movimentação no plano, o que pode ser facilitado, por exemplo, pela introdução de uma junta de dilatação que no caso do empreendimento foi utilizado como material da junta uma manta asfáltica impermeável, Figura 35. No presente trabalho não foi demonstrado a execução da junta de dilatação pelo fato do empreendimento estar em fase de execução de níveis inferiores à cobertura. Demonstraremos também as disposições das armaduras conforme Figura 36.
Figura 35 - Detalhe da Junta de Dilatação da Laje de Cobertura. 
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
Figura 36 - Detalhamento de Armaduras Longitudinal Superior da Laje de Cobertura. 
Fonte: Martins e Schmitz, 2017.
2.6 COMPARAÇÃO COM A ALVENARIA TRADICIONAL 
Saber qual dos métodos construtivos adotar na estrutura de uma casa um importante passo. Para isso, é necessário considerar a topografia, o projeto de arquitetura, o tipo de solo entre outros fatores.
A definição do sistema construtivo deve vir de um projeto técnico, porém saber a diferença entre alvenaria estrutural e convencional é fundamental para que o proprietário possa participar ativamente desta escolha.
O método construtivo tradicional adotado no Brasil para obras residenciais é o concreto armado. Este por sua vez funciona como um “esqueleto” formado a partir da combinação de pilares, lajes e vigas (Figura 17). Onde as paredes não possuem qualquer função estrutural, servindo apenas como fechamento e separação entre ambientes. Portanto todo o peso é transferido e absorvido pelo sistema de pilares lajes e vigas.
Figura 17 – Concreto armado
Fonte: Lourenço, 1999
Enquanto isso a alvenaria estrutural apresenta em todas as paredes uma função de suportar o peso da laje ou da cobertura. Não há pilares e vigas, logo a estrutura é formada apenas pelas paredes e lajes (Figura 18).
Figura 18 – Alvenaria estrutural
Fonte: Lourenço, 1999
Desta forma a boa execução das paredes é fundamental. Deve-se ao máximo evitar cortes nos blocos, e por isso este sistema é chamado de racionalizado. 
A racionalização está em evitar medidas de paredes fora do padrão dos blocos. A hidráulica e elétrica devem ser executadas junto com o assentamento dos blocos para evitar cortes futuros.
As principais vantagens em relação ao concreto armado são o menor tempo de execução e também menor custo. 
No entanto, não permite reformas futuras, requer mão de obra especializada, não permite portas e janelas fora do padrão, não pode ser utilizado em qualquer tipo de projeto, pois as possibilidades são limitadas ao padrão dos blocos. Estes por sua vez são aspectos positivos do concreto armado.
3 CONCLUSÃO
Pela pesquisa apresentada neste trabalho, conclui-se que a alvenaria estrutural é um sistema construtivo econômico, que cresce com base nos processos de construções industrializadas. Este método construtivo é satisfatório e, sendo bem administrado e havendo controle tecnológico do material utilizado, compensa. Ainda que a Alvenaria seja uma das mais antigas formas de construção, os estudos técnicos e construtivos continuam em constante evolução. 
Outro ponto que pode-se concluir, é que o sistema construtivo com blocos estruturais de concreto foi e continua sendo uma resposta ágil às demandas habitacionais. Além disso, permite reduzir a geração de resíduos na fase de construção e na economia de materiais utilizados.
Através da discussão desenvolvida, pode-se mostrar características da alvenaria estrutural que a tornam facilmente aplicável: fácil execução, propicia limpeza às obras, bom isolante térmico e acústico e com opções de blocos como de concreto ou de cerâmica. Com o decorrer desse trabalho, é decretado que as principais vantagens em relação ao concreto armado se referem ao menor tempo de execução e menor custo. Porém, se for comparar com a convencional, têm alguns pontos negativos como não permitir reformas, é preciso mão de obra especializada, não permite portas e janelas fora do padrão e não pode ser aplicado em qualquer tipo de projeto.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALVENARIA estrutural: vantagens, desvantagens e cuidados. [S. l.],[2017?]. Disponível em: http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=1252. Acesso em: 1 abr. 2019.
BANCO de Obras - Alvenaria Estrutural. [S. l.], [2018?]. Disponível em: http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/banco-obras/1/alvenaria-estrutural%20Acesso. Acesso em: 1 abr. 2019.
CANAL da Engenharia. [S. l.], [2018?]. Disponível em: https://canaldaengenharia.com.br/. Acesso em: 8 abr. 2019.
DÉSIR, Jean. Unidades de Alvenaria. Alvenaria Estrutural, 2014. Disponível em: https://www.ufrgs.br/napead/projetos/alvenaria-estrutural/unidades.php. Acesso em: 8 de abril de 2019.
DIFERENÇA ENTRE ALVENARIA ESTRUTURAL E CONVENCIONAL. Disponível em: http://www.arestoarquitetura.com.br/blog/construcao/diferenca-entre-alvenaria-estrutural-e-convencional/ Acesso em 09 abr 2019.
DIMENSIONAMENTO DE ALVENARIA ESTRUTURAL SEGUNDO RECOMENDAÇÕES DO EUROCODE 6. Disponível em: http://pos.dees.ufmg.br/defesas/124M.PDF . Acesso em 08 abr 2019.
DIMENSIONAMENTO DE ALVENARIAS ESTRUTURAIS. Disponível em: http://www.civil.ist.utl.pt/~cristina/RREst/Aulas_Apresentacoes/07_Bibliografia/alvenarias%20(masonry)/Lourenco_dimensionamento_alvenarias.pdf . Acesso em 09 abr 2019.
GRANDE Pirâmide de Quéops. [S. l.], [2018?]. Disponível em: http://www.egito-turismo.com/gize/queops.htm. Acesso em: 8 abr. 2019.
LIMA, Thomás. Vale a pena utilizar alvenaria estrutural?.Sienge, 2017. Disponível em: https://www.sienge.com.br/blog/alvenaria-estrutural/. Acesso em: 8 de abril de 2019.
MARTINS e SCHMITZ, 2017. Diretrizes para o detalhamento de uma alvenaria estrutural. Disponível em: https://riuni.unisul.br/handle/12345/2361 Acesso em: 20/04/2019
PACCA, Marianna. Segregos do leitor - Chicago, The Wind City. Segredos de Viagem, 2015. Disponível em: https://segredosdeviagem.com.br/2013/01/segredos-do-leitor-chicago-the-wind-city/. Acesso em: 1 de abril de 2019.
PEREIRA, Caio. Alvenaria Estrutural – Vantagens e Desvantagens. Escola Engenharia, 2016. Disponível em: https://www.escolaengenharia.com.br/alvenaria-estrutural/. Acesso em: 8 de abril de 2019. 
PRUDÊNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estrutural de Blocos de Concreto, Florianópolis, 2002 (p.130)

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