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Carolina Pithon Rocha | Medicina | 4o semestre 1 Fung� Características dos Fungos lixeiros e garis -> decomposição orgânica de forma ativa condição de ph equilibrado -> ph ideal para ele -> levemente ácido ambiente úmido e quente -> temperatura em torno de 25-30 graus seres eucariontes - núcleo com endomembranas Taxonomia, estruturas e reprodução dos fungos reino: fungi eucariotos com parede celular rígida (quitina, glicana e uma membrana plasmática - ergosterol) classificação: unicelulares (ex:leveduras) ou multicelulares (ex: os fungos filamentosos) Carolina Pithon Rocha | Medicina | 4o semestre 2 Carolina Pithon Rocha | Medicina | 4o semestre 3 comidofolo sustentam às vesículas (bulbosa) e fiálides + conídios (podem se interrelacionar com outros fungos -> reprodução assexuada) verde sexuada x azul assexuada Carolina Pithon Rocha | Medicina | 4o semestre 4 levedura - assexuada Reprodução dos fungos filamentosos os fungos filamentosos reproduzem-se assexuadamente pela fragmentação de suas hifas a reprodução sexuada e assexuada em fungos ocorre pela formação de esporos. Os fungos filamentosos formam um esporo, este se separa da célula parental e germina, originando um novo fungo filamentoso. Reprodução sexuada (etapas): 1. plasmogamia: onde o núcleo haplóide de uma célula doadora penetra no citoplasma da célula receptora 2. cariogamia: onde os núcleos se fundem para formar um núcleo zigoto diploide 3. meiose: onde o núcleo diploide origina um núcleo haplóide, esporos sexuais, dos quais Características nutricionais e ambientais dos fungos crescem melhor em ambientes com o pH próximo a 5, devido ao grau do pH, este ambiente é muito ácido, impedindo o crescimento de microorganismos comuns. Quase todos os fungos são anaeróbios (ex: Saccharomyces cerevisiae) Boa parte dos fungos são resistentes a pressão osmótica, podem crescer em concentrações altas de açúcar e sal pode crescer em substâncias que tenham baixo grau de umidade necessita de menos nitrogênio para o crescimento são capazes de metabolizar carboidratos complexos Carolina Pithon Rocha | Medicina | 4o semestre 5 Classificação taxonômica (importância médica) o reino fungi é dividido em seis filos ou divisões dos quais quatro são 1. Zygomycota 2. Ascomycota 3. Basidiomycota e 4. Deuteromycota Carolina Pithon Rocha | Medicina | 4o semestre 6 Micoses superficiais a infecção clínica denominada de pitiríase versicolor é caracterizada pela descoloração ou despigmentação e descamação da pele patógeno: malassezia furfur (frequente em nos adultos jovens) malassezia furfur é um tipo de fungo que pode existir tanto como levedura quanto bolor Sintomas pitiríase versicolor placas escamosas de cor escura, marrom, rosa ou branca no tronco, pescoço, abdômen e, ocasionalmente, no rosto. às placas não ficam bronzeadas, então, no verão, quando a pele ao redor fica bronzeada, as placas ficam evidentes. A tinea versicolor é benigna e não é considerada contagiosa. Diagnósticos aparência clínica exames micológicos (raspagens de pele ao microscópio para ver o fungo) uso da lâmpada de wood para evidenciar a infecção da pele mais nitidamente Micoses cutâneas (Dermatofitose) os sinais e sintomas incluem prurido, descamação, pelos tonsurados, lesões arredondadas na pele e unhas espessadas e opacas infecções fúngicas da queratina na pela e unhas (a infecção das unhas é denominada tinha ungueal ou onicomicose) dermatofitoses comuns incluem: tinea barbae, tinea capitis, tinea corporis, tinea cruris, tinea pedis e reação dermatofitose Tinea barbae tinha da barba (lesões anulares eritematosas) grandes lesões anulares e eritematosas na área da barba de um paciente com Tinea barbae. A tinha da barba é uma infecção por dermatófitos no couro cabeludo. Manifesta-se como pápulas e pústulas foliculares nas áreas de pelos no rosto e pescoço. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 4o semestre 7 Tinea capitis o aspecto clínico da tinea da cabeça consiste em placas arredondadas com descamação seca e/ou alopecia infecção por Trichophyton tonsurans causa tinea enegrecida em que os fios de cabelo se quebram na superfície do couro cabeludo infecção por microsporum audouinii causa tinea com mancha cinza, em que os fios de cabelo se quebram acima da superfície, deixando tufos curtos Tinea corporis a tinha do corpo é uma dermatofitose que causa manchas anulares (na forma de O) róseo-avermelhadas e placas com bordas ligeiramente elevadas que se expandem perifericamente e tendem a ser liberadas centralmente uma forma variante rara manifesta-se como placas mumulares (na forma circular ou arredondada) descamativas com pápulas ou pústulas os agentes causais comuns são Trichophyton mentagrophytes T Tinea curis tinea crural é uma dermatofitose que geralmente é causada pelo Trichophyton rubrum ou T.mentagrophytes os fatores ambientais associados à umidade (clima quente, roupas quentes e apertadas, obesidade causando atrito entre as dobras da pele) são os fatores de risco primários os homens são mais acometidos que as mulheres pelo contato do escroto com a virilha Carolina Pithon Rocha | Medicina | 4o semestre 8 Tinea pedis a tinea do pé é a dermatofitose mais comum por que a umidade resultante de suor nos pés facilita o crescimento de fungos. Pode ocorrer em 4 formas clínicas ou em combinação: crônica hiperqueratótica, crônica intertriginosa, ulcerativa aguda e vesicobolhosa patógeno: trichophyton sp Reação dermatofitose As reações de dermatofitose (identidade ou id) são de diversos tipos: não são relacionadas ao crescimento localizado dos fungos, mas são reações inflamatórias a dermatofitoses em outras áreas do corpo. às lesões são pruriginosas que se manifestam como: erupções vesiculares nas mãos e nos pés; pápulas foliculares; placas que se assemelham à erisipela, eritema nodoso, eritema anular centrífugo e urticária Micoses subcutâneas às micoses subcutâneas envolvem às camadas mais profundas da pele, incluindo a córnea, os músculos e o tecido conjuntivo, e são causadas por um largo espectro de fungos taxonomicamente diversos os fungos ganham acesso aos tecidos mais profundos normalmente por inoculação traumática e permanecem localizados, causando a formação de abscessos e úlceras que não cicatrizaram. o sistema imunológico do hospedeiro reconhece os fungos, resultando em destruição tecidual variável e frequentemente em uma hiperplasia epiteliomatosa patógenos (os mesmos agentes etiológicos das dermatofitoses) Carolina Pithon Rocha | Medicina | 4o semestre 9 Histoplasmose doença pulmonar e hematogênica causada por histoplasma capsulatum, frequentemente crônica, e em geral se segue a uma infecção primária assintomática os sintomas são tanto de pneumonia quanto de doença crônica não específica o diagnóstico é por identificação do microrganismo no escarro ou tecido ou uso serológica específico e testes para antígeno na urina Blastomicose doença pulmonar causada pela inalação de esporos do fungo Blastomyces dermatitidis; ocasionalmente, o fungo têm disseminação hematogênica, provocando doença extrapulmonar. Os sintomas são de pneumonia ou da disseminação para vários órgãos, em geral, a pele. O diagnóstico é clínico e/ou por meio de radiografia de tórax, confirmado por identificação laboratorial do microrganismo. Coccidioidomicose doença pulmonar ou hematogênica causada pelo fungo coccidioidomicose immitis e C.posadasii; geralmente ocorrendo como uma infecção respiratória aguda, benigna, assintomática e autolimitada. O microrganismo algumas vezes se dissemina para provocar lesões focais em outros tecidos. Os sintomas, quando presentes, são os mesmos de infecção do trato respiratório inferior ou de doença disseminada inespecífica de baixo grau. Fatores de risco de coccidioidomicose infecção pelo HIV, uso de imunossupressores, idade avançada, na 2a metade da gestação ou no pós-parto, certas etnias (filipinos, afro-americanos, nativos norte-americanos, hispanicos, asiáticos em ordem decrescente de risco relativo) coccidioidomicose primária: sintomasrespiratórios inespecíficos (febre, tosse, dor no peito, calafrios, produção de escarro, dor de garganta e hemoptise) Carolina Pithon Rocha | Medicina | 4o semestre 10 coccidioidomicose progressiva: ocorre principalmente naqueles que estão imunocomprometidos. (cianose, dispnéia progressiva e escarro mucopurulento ou sanguinolento) A hipersensibilidade aos antígenos do coccidioidomicoses immitis pode se manifestar como eritema nodos artrite, conjuntivite ou eritema multiforme. A coccidioidomico se proveniente de infecção pulmonar primária pode se manifestar como múltiplas lesões cutâneas, como pode ser visto nesse exemplo de doença cutânea grave. Paracoccidioidomicose é uma mucosa progressiva de pele, membranas mucosas, linfonodos e órgãos internos causada por paracoccidioides brasiliensis os sintomas são ulceras de pele, adenite e dor no órgão abdominal envolvido o diagnóstico é clínico e microscópico confirmado pela cultura Sinais e Sintomas: mucocutâneas: às infecções muito frequentemente envolvem a face em especial às bordas mucocutanesas do nariz e da cavidade oral em geral, leveduras são abundantes e apresentam lesões puntiformes sobre bases granulares de úlceras que se expanden lentamente linfonodos regionais aumentam de tamanho, tornam-se necróticos e drenam material necrótico através da pele linfática: ocorre aumento indolor de linfonodos cervicais, supraclaviculares ou axilares viscerais: caracterizadas por lesões focais que causam aumento, em especial de fígado, baço, e linfonodos abdominais, algumas vezes com dor abdominal concomitante. A infecção torna-se clinicamente aparente como úlceras mucocutâneas, especialmente em torno do nariz (parte superior) e da boca, acometendo a língua, a faríngeo e as gengivas (parte inferior). Na infecção por paracoccidioides brasiliensis, os linfonodos regionais podem necrosar. Micoses oportunistas às oportunistas são às que se desenvolvem principalmente em hospedeiros imunocomprometidos típicas infecções fungicas sistêmicas oportunistas (micoses) incluem: candidiase, aspergilose, mucormicose (zigomicose) Carolina Pithon Rocha | Medicina | 4o semestre 11 Candidíase disseminada a candidemia pode ocorrer em pacientes neutropênicos que estão hospitalizados por tempo prolongado. Essas infecções de corrente sanguínea são, muitas vezes, relacionadas a: cateteres venosos centrais; cirurgia de grande porte; terapia antibacteriana de amplo espectro; hiperalimentacao IV; cateteres IV e de trato GI são às vias de entrada habituais Candidiase hifas fúngicas ou pseudo-hifas características de candida albicans podem ser vistas em lâminas a fresco a candidiase esofágica pode ocorrer nos pacientes com comprometimento imunitário: é uma doença definidora dá AIDS a candidiase oral assume muitas formas como a queilite angular e às placas pseudomembranosas na mucosa oral que podem estar associadas a proteses como nessa imagem (parte superior) ou acometerem a língua (parte inferior) ou a farínge. a candidiase oral manifestando-se em um exsudato branco que recobre a superfície grossa, vermelha e escoriada dá mucosa labial. eritema e ulceração superficial em áreas intertriginosas do abdômen e dá virilha causados pelo crescimento excessivo de candida Aspergilose infecção oportunista causada por esporos inalados do fungo Aspergillus, comunmente presente no ambiente; os esporos germinam e se transformam em hifas que entram nos vasos sanguíneos e, com doença invasiva, causam necrose, hemorragia e infarto. Os sintomas podem ser os mesmos de asma, pneumonia, sinusite, ou doença sistêmica rapidamente progressiva. O diagnóstico é principalmente clínico, mas pode ser auxiliado por estudos de imagem, histopatologia e coloração de esfregaços e cultura. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 4o semestre 12 Sinais e sintomas fatores de risco neutropenia quando prolongada (tipicamente >7dias) terapia com corticóide de alta dose a longo prazo transplante de órgão (especialmente transplante de medula óssea com doença de enxerto versus hospedeiro) distúrbios hereditários de função neutrofílica, como doença granulomatosa crônica aspergilose pulmonar: se desenvolve em cavidades que se formam nos pulmões, causadas por doenças pulmonares preexistentes. Aspergiloma - é uma bola de fungo Aspergillus composto de hifas, de fibrina, de muco, e dos restos celulares encontrados dentro dos seios paranasais e pulmões. Mucormicose infecção causada por diversas espécies fúngicas, inclusive Rhizopus, Rhizomucor e Mucor. A maioria dos sintomas frequentemente resulta de lesões necróticas invasivas no nariz e no palato, acompanhadas de dor, febre, celulite orbitária, proptose e secreção nasal purulenta. Os sintomas pulmonares são graves e incluem tosse produtiva, febre alta e dispnéia. Infecção disseminada pode ocorrer em pacientes gravemente imunocomprometidos. O diagnóstico é principalmente clínico, requer um alto grau de suspeita e é confirmado por meio de histopatologia e cultura. a mucormicose é uma infecção de pacientes com comprometimento imunitário, como aqueles como diabetes. Na mucormicose rinocerebral, Rhizopus, Rhizomucor, ou outra espécie de fungo angioinvasivo penetra no espaço vascular e causa necrose tecidual do septo nasal, palato, órbita e seios da face. A infecção pode se estender para o cérebro, causando sinais de trombose do seio cavernoso, convulsões, afasia e hemiplegia. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 4o semestre 13 Antifúngic� anfotericina - utilizado para fungos mais sistêmicos, mais profundos, Forma poro na membrana plasmática fazendo com que o fungo perda sua capacidade de controle hidroeletrolítico. Agir na membrana plasmática nos hospedeiros também. Muito metabolizada no rim - nefrotóxica e hepatotóxica. Anfotericina lipossomal - princípio ativo colocado em cápsula de lipofoma - impedindo que se ligue na membrana plasmática do néfron - não lesão renal muito grande. Más infecção fúngica no rim -> não anfotericina lipossomal. azóis - fluconazol/itraconazol/cetoconazol -> tomar 1 por semana por ter meia vida muito alta, passa de 5 dias Azois inibem a síntese do ergosterol ao inibir a 14-alfa ergosterol desmetilase-> alteração na homeostasia da membrana plasmática do fungo -> reduz a toxicidade da anfotericina por serem mais seletivos. São metabolizados no fígado -> podendo ter uma toxicidade hepática. equinocandinas - inibir a glicana sintase que só têm no fungo e reduz a toxicidade da anfotericina -> reduz/inibem a síntese de parede celular. São antifungicos apelidados de - penicilinas dos fungos. Antibiótico - penicilina, beta lactâmicos. Fungos muito resistentes e profundos e que têm pacientes internados nos hospitais. ex: caspofungina Os fungos possuem membrana fosfolipídica - anfipática - grupo hidrofílico circular, região lipídica. Também possuem proteínas com enzimas que chamamos de glicana sintase (enzima necessária/responsável pela síntese da parede celular do fungo) e na porção lipídica da membrana plasmática do fungo -> tipo de colesterol específico - ergosterol. Os fungos apresentam uma porção que chamamos de parede celular com bastante carboidrato. Acetil CoA -> escaleno que é precursor do colesterol -> ação de uma enzima epoxidase -> escaleno epóxico - que vai sofrer ação de uma enzima ciclase - convertendo em um composto chamado de lanosterol que vai ser convertido em ergosterol pela enzima 14-alfa-ergosterol desmetilase. O ergosterol é um colesterol específico para fungo, portanto, não produzimos ergosterol.