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Resumo | Fenomenologia, existencialismo e humanismo

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RESUMO
FENOMENOLOGIA,
EXISTENCIALISMO
E HUMANISMO 
@A U G U S T O N A S C I M E N T O P S I
 
Fenomenologia, existencialismo e humanismo 
 
Centro Universitário Barão de Mauá 
Disciplina: Fenomenologia, existencialismo e humanismo 
Professora: Profa. Me. Martha Ethel Steytler 
Contato: martha.steytler@baraodemaua.br 
E-mail: euaugustonascimento@gmail.com 
 
Aula: 05 de agosto de 2021. 
 
Leitura e análise: O Espelho, de Machado de Assis 
 
✓ Jacobina defende de início que nós temos duas almas: 
a interna, que enxerga de dentro pra fora, e a externa, 
que enxerga de fora pra dentro. O que eu entendi 
sobre isso é que com uma alma, você formula sua 
visão de mundo a partir do que você é como ser 
humano, do que você tem dentro de você, da sua 
essência. Com a outra, são as coisas externas que 
fazem com que você formule o que existe dentro, ou 
seja, é a visão que os outros tem de você que vai fazer 
com que você construa sua própria imagem. Isso se 
dá na vida de Jacobina quando ele passa ser o Sr. 
Alferes ao invés de apenas um ser humano. Ele 
recebia tratamento especial de todos, mas 
principalmente da sua tia Marcolina, que por causa do 
seu novo cargo lhe deu um espelho. Ao ficar sozinho, 
e consequentemente sem o tratamento especial que 
antes recebia, Jacobina passou a sofrer uma 
descaracterização, já não se reconhecia mais. Ao 
colocar a farda de novo e se olhar no espelho, ele volta 
a se reconhecer, percebe novamente que existe, mas 
somente como Sr. Jacobina. Levando em 
consideração seu modo isento de ser (não discute com 
ninguém; fala e sai andando para não obter nenhuma 
resposta), vê-se que durante toda sua vida Jacobina 
lutou e ainda luta para agradar os outros e aliviar sua 
alma externa. 
 
✓ A gente pode trazer isso facilmente para nossa vida. 
Até que ponto a gente é o que realmente é? E até que 
ponto a gente faz um esforço absurdo para tentar ser 
o que o outro vê da gente? 
 
✓ Professora, como você interpreta aquela questão 
da pessoa que muda constantemente. Que muda 
de acordo com aquilo que se "apega". Ele discorre 
sobre isso quando fala da mulher. Ser do homem” 
nós somos por abertura, pura possibilidade, na 
fenomenologia, não considera a psiquê, o eu. 
 
 
 
✓ 
✓ Para fenomenologia, nós somos abertura, sempre para 
fora, sempre possibilidade, não há fundamento em 
teorias, pois são encurtadoras. Conseguimos conceituar 
o homem e por um ponto final? A fenomenologia 
utiliza de possibilidades que estão em fluxo, as pessoas 
mudam, e a constância irá depender do modo de 
interpretação, rápido, devagar. O que interessa é a 
medida da mudança; 
 
✓ Isso em uma pessoa, de mudar muito, assim como 
pode ser um problema psicológico, pode também 
simplesmente não ser? Pode ser somente a forma 
como alguém sente e age perante o mundo? 
Pode, mas em situações especificas, essa pessoa e as 
que estão em seu redor se afetam de um modo, e se for 
prejudicial, é algo que precisa ser cuidado. Cuidado 
vem em outro sentido, de ocupação, modo de se ocupar 
das coisas. 
 
✓ Então tipo, pode ser que as mudanças não sejam um 
problema psicológico mas que podem vir a ser, 
tanto para si mesmo quanto para quem está ao 
redor, certo? 
Qualquer coisa pode ser um entrave na vida da gente, 
não trabalhamos com psiquismo, na fenomenologia, 
utiliza-se da compreensão da circunstância, mudar ao 
tempo todo pode ser algo positivo. Depende muito de 
qual é o sentido das mudanças. 
 
“Não existe ser sem mundo, não existe mundo sem 
ser.” 
Determinações; 
Significados; 
Alferes foi significado como algo muito incrível, foi 
significado pelo mundo e não pelo Jacobina. 
Próprio (não é meu) e impróprio (meu). 
 
 
 
 
 
 
 
 
mailto:martha.steytler@baraodemaua.br
mailto:euaugustonascimento@gmail.com
Fenomenologia, existencialismo e humanismo 
 
Aula: 09 de agosto de 2021. 
 
Introdução à Fenomenologia 
 
A crise na filosofia no séc. XIX e sua ressonância 
com a crise do séc. XVI 
 
Havia um mundo (ÚNICO); 
Havia em cima do mundo; 
Havia abaixo do mundo (As pessoas determinavam o 
que havia na Terra, em cima dela e abaixo dela...); 
Ocupávamos um lugar central. 
 
Nicolau Copérnico (1473 - 1543) → É autor da Teoria 
Heliocêntrica, segundo a qual o Sol é o centro do 
sistema solar. → A Terra gira em torno do Sol → 
Somos então a bolinha da bolinha da bolinha... 
(Indiferentes) → Impacto filosófico existencial 
enorme na constituição do ser humano. → “pela 
primeira vez diante de um universo indiferente e frio, 
o humano cala e sofre” Blaise Pascal (1623 - 1662) 
→(sensação de insignificância/abalo existencial). 
 
• A crise da filosofia no século XVI é a crise da perda 
do fundamento, da centralidade no Universo. 
• De repente você se vê assustado com um Universo 
incontrolável e muito maior do que você. 
• Você deixa de ocupar um lugar central que te 
garante uma relevância no Universo. 
• Medo - há coisas que desconhecemos. 
• Toda Modernidade a partir de Descartes (1596-
1650) é construída a partir desse medo. 
• Quem tem medo precisa ter certeza. 
 
Como ter certeza? 
 
“A única certeza é que, e se tive 
 
Aula: 12 de agosto de 2021. 
 
Introdução à fenomenologia 
 
Raízes históricas 
 
Franz Brentano (Foi professor de Rousseau e Freud) 
 
É preciso primeiro descrever os atos psíquicos, para 
então chegarmos às suas explicações. 
Ato psíquico: andar, pensar, caminhar, todos os atos 
humanos. 
 
 
 
 
 
• Psicologista – Psicologia como 
fundamentos para todo o saber (todas as ciências 
teriam que se submeter à psicologia); 
 
“Como todos os atos são atos psíquicos, como pensar 
é um ato psíquico, julgar é um ato psíquico, 
compreender é um ato psíquico, construir é um ato 
psíquico, então é preciso que a ciência magna seja 
uma ciência que entenda de atos psíquicos. Por isso 
então, mesmo a lógica, deveria se submeter à 
Psicologia, porque a lógica é um ato psicológico” 
 
Psicologismo 
• É uma posição que considera que todas as questões 
epistemológicas e teórico-científicas são 
fundamentadas na natureza cognitiva do perceber, crer, 
julgar e conhecer (fenômenos psíquicos), e portanto, 
que é preciso que seja uma tarefa da psicologia 
investigar e constatar suas estruturas. Assim, para o 
psicologismo, mesmo a lógica precisa ser considerada 
como parte da psicologia, uma vez que enquanto 
fenômeno psico-lógico, ela precisaria ser validada por 
meio da investigação empírica. 
 
Edmund Husserl (1859-1938) 
Investigações Lógicas (1900-1901) 
• Obra inaugural de Husserl em relação a 
Fenomenologia. Duas partes principais: 
• Prolegômenos/prefácio/introdução detalhada à lógica 
pura (crítica ao psicologismo). 
• As seis investigações sobre fenomenologia e a teoria 
do conhecimento. 
 
Husserl então vai dizer que lógica é lógica e 
psicologismo é psicologismo. 
“A lógica tem uma consistência própria e ela se 
sustenta por si só e a ideia de que porque o pensar é 
um ato psíquico e portanto tem que se submeter à 
psicologia, isso não faz sentido, de modo algum. 
(portanto não é o pensamento que produz a 
realidade)” 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fenomenologia, existencialismo e humanismo 
 
 
Mas se a realidade não é produzida pelo 
pensamento, como se chega nela e como ela é 
constituída? 
 
Intencionalidade 
 
▪ É vermos as coisas como elas aparecem para nós; 
▪ A intencionalidade simplesmente acontece, a aula 
por exemplo é por intencionalidade, aquilo que se 
aparece a cada vez que a professora dá aula; 
▪ A intencionalidade é singular e a cada vez; 
▪ Consciência em fluxo temporal, porque não fazemos 
as coisas da mesma forma a cada vez que fazemos; 
▪ Está sempre em abertura, a caneta tem a 
possibilidade de escrita ou pode ser uma arma; 
(para Husserl, toda consciência é consciência de) 
→ Ele faz uma crítica as ciências naturais, não é pelo 
pensamento que se chega na verdadedas coisas, são 
ciências encurtadoras, controlando uma variável para 
medir outra, para ciências humanas trás um 
encurtamento e mede categorias e não fala do ser 
humano como um todo. Não conseguimos tirar o ser 
humano do espaço temporal, não tem como parar 
alguns para fatores para se medir algo, não paramos a 
vivência, é necessário um outro modo de acesso às 
coisas, então ele propõe a redução fenomenológica, 
para olhar para as coisas como elas são. Ou seja, 
precisa falar de consciência, a consciência só pode ser 
ela mesma se estiver relacionada a algo, na 
intencionalidade. (exemplo: garrafinha de água, 
cada ser humano tem uma consciência do que é uma 
garrafinha, e isso pode variar). 
• Com a intencionalidade Husserl diz que há um 
processo de autogestão daquilo que se mostra. 
Aquilo que se mostra já se mostra para mim de um 
modo a partir dele mesmo. 
 
• Não sou eu que decido o que eu vejo e como eu 
vejo (algo autogerido se mostra para mim). 
Por que eu vejo uma cadeira? Se chegar um E.T. que 
nunca viu uma cadeira, vai olhar e ver o que? Um 
treco? Por que eu vejo cadeira e ele não vê cadeira? 
 
Porque cadeira é um conceito. Conceito é uma 
ideia. Então eu tenho a ideia da cadeira prévia na 
minha cabeça... Olho para o objeto nomeado 
cadeira, junto com a ideia da minha cabeça e 
identifico a cadeira. 
 
 
Mas isso é teórico! E não é isso que 
experimentamos... A fenomenologia é 
a Ciência em primeira pessoa. 
Preocupa com as coisas da maneira 
que vivemos elas. Não dizemos que a teoria sobre as 
coisas é mentira. Dizemos que a teoria sobre elas é 
outra coisa.. 
 
Há uma explicação para as coisas? Sim! Mas a 
explicação NÃO invalida a experiência 
fenomenológica! 
Livro five lessons, Hohenberg 
Reforma de balaústre da cerca: 
• Sensação de balaústre menor, mas na verdade era do 
mesmo tamanho... 
• Sensação do Sol diminuir de tamanho ao meio-dia... 
 
A fenomenologia NÃO tem problema com as 
mensurações, com os cálculos e com as explicações 
teóricas! 
Mas a fenomenologia, busca compreender a experiência 
de quem vive. Para a fenomenologia, quem caminha não 
experimenta dois quilômetros iguais... Começamos a 
perceber o que significa “rumo às coisas mesmas” 
 
Tudo (FENÔMENO) se mostra, ele mesmo, de um 
modo! Eu conheço Maria. Maria é minha aluna. Mas isso 
quer dizer que eu conheço toda a Maria? Não. 
 
Mas se isso fosse necessário ninguém conheceria a Maria. 
Nem a Maria conheceria ela própria. Porque a Maria 
também não sabe tudo a respeito dela. Mas, as pessoas 
sabem quem é a Maria. 
Porque sempre que a Maria é, ela se mostra de um jeito. 
Maria não se mostra toda, de uma forma em que 
possamos encerrar nosso conceito de Maria em 
categorias. Mas a cada vez que encontramos Maria, 
aquilo que vemos, é verdade. Porque é Maria de um jeito. 
 
Se considerarmos que existe uma estrutura de 
pensamento que pré posiciona a realidade de forma 
explicativa de tal maneira que eu tenho o controle 
sobre essa realidade... 
• Isso seria REDUTIVO e ENCURTADOR em relação 
às minhas possibilidades existenciais e isso pode gerar 
SINTOMA. 
 
Às coisas mesmas: SÃO as coisas tais como elas 
aparecem, pois é o único modo de acesso a elas. O campo 
fenomenológico é esse espaço de encontro da 
materialidade com o conceito. Onde compreendemos a 
possibilidade das coisas. 
Fenomenologia, existencialismo e humanismo 
 
 
Atitude natural 
SUJEITO → OBJETO ← 
Campo fenomenológico husserliano 
Atos de consciência 
(Intencionalidade categorial) 
Campos correlatos sintéticos 
 
• Atos de consciência: 
Husserl não pensa a consciência como subjetividade, 
encapsulada, como se tivesse uma consciência aqui e 
um mundo lá fora, como se fossem duas coisas 
separadas. 
• Consciência para o Husserl é fluxo de consciência 
(acontecer de atos de consciência/ Feixe de atos de 
consciência em fluxo...) Pensar, lembrar, recordar, 
desejar, sonhar, perceber. 
 
Aula: 16 de agosto de 2021 
 
Edmund Husserl (1859-1938) 
 
• Mas o que eu percebo??? 
• Campos correlatos sintéticos (modelo neuronal). 
• A cada nova relação que eu tenho com o objeto, ele 
vai se complexificando (a cada vez que eu falo com 
alguém, ele vai se complexificando) e vai se tornando 
um campo correlato sintético mais complexo. 
 
Início século XX 
• Contraponto coma crise da filosofia – a crise europeia 
das ciências, pois a filosofia ressurge no século XX. 
(lugar de questionamento de métodos e 
pressupostos das ciências); 
• Fenomenologia faz parte desse movimento. 
• Fenomenologia do Husserl (redução fenomenológica 
e intencionalidade) + hermenêutica – interpretação 
histórica do Wilhelm Dilthey). 
 
Hermenêutica: questões históricas que se deram no 
tempo, analisar com um olhar da mesma época. 
No consultório atentar-se a idade do paciente, 
precisa haver singularidade, atentar-se a hermenêutica 
de cada paciente. 
 
 
 
 
 
 
• Não podemos mais pensar um 
particular sem colocar no universal e 
não podemos pensar o universal sem 
colocá-lo em um âmbito histórico no 
qual ele acontece. 
• Dilthey – quando você considera um determinado 
fenômeno você deve considerar toda a vida do fenômeno. 
• Vida para Dilthey – toda vida literária, psíquica, 
linguística e histórica de algo. 
 
Ciência do espírito: são as ciências humanas, lado mais 
humano do ser, aspectos ontológicos, culpa, angústia, tédio, 
são envoltos na ciência do espírito. 
Exemplo: despedida de uma pessoa amada aos poucos, 
mexe o tempo todo com a temporalidade. Como medir a 
angústia da despedida dos pais com Alzheimer? Precisamos 
compreender o fenômeno como ele se mostra. 
 
Aula: 19 de agosto de 2021 
 
A ciência precisa de um método compreensivo 
• Dilthey – para a compreensão não devemos pegar algo e 
entrar no interior desse algo especificamente. Mas para 
compreender algo devemos reconstruir algo a partir do 
horizonte que algo aparece para mim. Esse horizonte 
claramente é marcado por história. 
 
• Ciências humanas – problema de método. 
• De modo geral as ciências naturais têm seu método de 
acesso que é um método marcado por leis gerais, 
perspectivas causalísticas, suprimindo a história de algo. 
Busca encontrar a resposta para algo que seja a-histórico, 
que seja eterno, que funcione em todos os lugares, em todos 
os momentos. (é funcional para as ciências naturais) Mas 
quando você entra nas ciências humanas, isso é 
problemático... 
 
• O método das ciências humanas tem que ser 
diverso. Não pode ser um método explicativo. 
• Quando importamos um método das ciências naturais para 
as ciências humanas, mutilamos o fenômeno a ser 
estudado nas ciências humanas. 
Por quê? Porque as ciências naturais são decompositoras 
do fenômeno – encurtamento, empobrecimento... Não 
entende o horizonte a partir do qual o fenômeno aparece. 
 
 
 
 
Fenomenologia, existencialismo e humanismo 
 
• Para as ciências humanas é necessário que a vida do 
fenômeno (toda vida literária, psíquica, linguística e 
histórica de algo) seja compreendida. 
Exemplo: depressão x, tem a ver com a história, não 
somente com um fator orgânico, não somente como 
sintomas, mas sobre toda uma vida. 
• O método fenomenológico é um método 
compreensivo e é marcado pelo rigor. 
Será que as ciências estão sendo rigorosas o 
suficiente no modo de apreensão de seus objetos? 
A Ciência (ciências naturais) sofre de uma certa 
miopia – pretensão científica de que o método 
científico é A verdade e que basta. 
 
• A fenomenologia vem como uma desconstrução 
do método das ciências naturais – adota a 
atitude antinatural. 
O que é rigor? 
➢ Quando se fala de ciência, se refere a qualquer 
coisa que é provado cientificamente, foi 
medido, e encontrado um resultado rigoroso. 
 
• Martin Heidegger (1889-1976) – fenomenologia 
hermenêutica. Estamos sempre fora de si... Não existe 
ser interno Sempreser-para-fora (fora onde?). 
 
➔ Pra fora do mundo/ser no mundo, que mundo? 
➔ Dasein 
 
Aula: 30 de agosto de 2021. 
 
Martin Heidegger 
 
Existência: a expressão latina existentia designinava o 
que está e sustenta fora da consciência. 
 
Ser para fora no mundo 
O que é mundo? 
Estamos falando da existência em sua totalidade, 
sempre existimos numa correção com ele, mundo e 
ser humano é uma coisa única, 
fenomenologicamente, somos pura intencionalidade 
e puro movimento, nós dependemos do mundo para 
nos relacionarmos, para ser, é onde a dinâmica vai 
acontecer, pela infinidade de possibilidades. Mundo 
não é ambiente, o ambiente faz parte do mundo, 
mas ele não se define enquanto mundo. O mundo é 
para além disso. 
▪ MUNDO é onde a dinâmica 
existencial acontece num 
horizonte de possibilidades; 
▪ MUNDO não é ambiente; 
▪ Quando fala-se de mundo é ser capaz de sustentar 
a abertura, ou seja, sustentar as decisões; 
▪ A partir desse postura tomada é que se faz 
escolhas; 
▪ MUNDO é o que nos possibilita vir-a-ser; 
▪ Sou um ente (aquilo que é) historicamente 
constituído; 
▪ Não sou a priori (originalmente); 
▪ O ser desse ente é sempre cada vez meu; 
▪ O ser desse ente é sempre a cada vez determinado 
pelas minhas experiências; 
 
▪ O que é o homem para Heidegger então? 
▪ Nada! (força de expressão) 
▪ Porque não existe homem a priori; 
▪ Somos seres bio-psico-social-espiritual, o 
Mundo passa por todos os contextos. 
▪ A palavra conceito homem traz consigo toda uma 
sedimentação histórica, tradições e 
determinações categoriais; 
▪ O que significa que originalmente, a priori, ele é 
determinado (eu não sou); 
▪ Explicação professora sobre o homem para 
Heidegger: sempre numa relação a partir de uma 
coexistência, o homem está sempre na relação 
com o mundo e com as coisas. Todo objeto é 
chamado de “ente”, nós nos relacionamos com os 
utensílios, através de conceitos, representações e 
ideias. Não somos determinados, mas estamos 
num mundo que vive nos determinando e que 
nós respondamos à elas. A nossa existência 
precisa ser além dessas determinações. Já 
chegamos ao mundo dentro de uma história. 
 
▪ Dasein não é o conceito de homem; 
▪ Dasein é um modo de ser; 
▪ Dasein é aquele que é originalmente 
indeterminado, mas sempre determinado cada 
vez pelo mundo; 
▪ Dasein é alguém que se movimenta por 
significados; 
▪ “gatos fazem coisas de gatos, igualmente as 
tartarugas, sabem o que fazer da vida, ser 
tartaruga não é uma questão para ela mesma.” 
▪ As determinações primeiras não estão grudadas 
em mim. Significa que eu estou sempre em jogo. 
▪ O meu ser está sempre em jogo; 
▪ Eu não sou nada, estou sempre sendo; 
Fenomenologia, existencialismo e humanismo 
 
▪ A experiência da existência é uma experiência sem garantias. 
Por isso, neurotismos. (neurose enquanto buscar garantia de 
maneira ferrenha, em um espaço onde essa garantia não me pode 
ser dada). 
▪ Quando eu sou pura intencionalidade significa que eu não sou 
anteriormente, que eu não tenho uma determinação. 
▪ Indeterminação: não ser previamente, poder-ser, estranheza, 
estrangeireidade, negatividade. 
▪ Não poder afirmar algo positivamente no sentido de dizer “o 
homem é assim”. 
 
▪ Porém, toda e qualquer determinação que o mundo te oferece 
originalmente é sua; 
Mas não as últimas consequências; 
As determinações não são propriedades, 
características, formam um modo de ser pois 
radicalmente estão em jogo, na sua experiência de 
vida (vivências) a cada vez. 
▪ Existencialmente tudo é um modo de ser que a cada 
vez está carregado de significado que radicalmente 
afeta sua experiência. 
 
▪ Existência para Heidegger: é a radicalização da 
intencionalidade a partir da proposta de Husserl. 
▪ Para Husserl, a consciência não é encerrada em si, 
consciência é movimento, direcionamento; 
▪ Heidegger vai além, a partir do termo existência. Ela 
aprimora a ideia de consciência/intencionalidade 
(atos de consciência e campos correlatos 
acontecendo simultaneamente) e coloca então o 
termo existir, o fato de que eu sou para fora; 
▪ Já estou sempre para fora, já estou sempre nesse 
espaço aberto. 
▪ Por esse espaço aberto, o ser aí, o dasein, o existente, 
não pode ter nenhuma determinação (própria), a 
priori. Pois conquistamos nossas determinações 
sempre na relação, na medida em que sou, a cada 
vez que sou. 
▪ Sou sempre determinado a partir do desdobramento 
da minha existência. 
 
Aula: 02 de setembro de 2021. 
 
Indeterminações: 
 
 Não ser previamente; 
 Poder-ser; 
 Estranheza; 
 Estrangeireidade; 
 Negatividade; 
“Não poder afirmar algo 
positivamente no sentido de dizer 
“o homem é assim” 
 
Dasein é diferente de vorhandeinsein 
Tradução da Márcia: Marcia de Sá Cavalcante 
Schuback → aquilo que é simplesmente dado; (as 
próprias determinações do mundo, exemplo, ser 
médico, ser advogado, perguntar “o que você faz? 
Onde você trabalha?). 
Tradução do fausto – Fausto Castilho – aquilo que é 
subsistente. 
 
Mas que normalmente usamos presente à vista (entes 
intramundanos); 
Dasein (existe) → existência 
Vorhandeinsein → presente à vista 
 
In der welt sein → ser no mundo 
Estrutura uma, que não pode ser decomposta, a não ser 
única exclusivamente de maneira didática, ser 
em/mundo. 
 
Ser em 
Mundo é o correlato intencional de existir (não existo 
sem o mundo que me orienta, quando eu existo o 
mundo se dá); 
Não há existente sem mundo! 
Não há dasein sem mundo; 
Não mundo sem dasein; 
 
Mundo é uma rede remissiva, um horizonte de 
sentidos e significados historicamente 
constituídos. 
 
Aula: 09 de setembro de 2021. 
 
• Eu não estou dentro do mundo. A minha relação 
com o mundo é existencial. Eu habito o mundo, o 
mundo é minha morada. Morada = 
familiaridade. 
• Mundo é o que me dá base e que possibilita que eu 
me comporte. 
 Ser-em; 
 Ser-no-mundo; 
 Mundo é um horizonte transcendente, 
histórico e poético por ser um espaço de 
significados. 
 
Fenomenologia, existencialismo e humanismo 
 
 
Estamos sempre em uma relação de estranheza e 
familiaridade com o mundo (dinâmica existencial). 
A familiaridade é conquistada. Pode ser encurtada ou 
expandida. 
Eu conquisto quem eu sou a cada vez que sou. Eu 
sou a minha circunstância. 
O ser-aí é seu aí 
 
O que condiciona as minhas experiências são os 
meus modos de ser... (baixa, magra, manca, oriental...). 
Me relaciono com isso radicalmente a cada vez, pois 
são significados que estão em jogo a cada vez. 
 
No ser-em (ser-no-mundo) temos modo de ocupação, 
modos de estar ocupado. (Cuidar, produzir, perguntar, 
se interessar, Renunciar, negar, distanciar...) 
Modo de nos ocuparmos dos entes 
intramundanos (coisas, animais, meio-ambiente), 
dos entes presentes à vista e dos outros seres-aí. 
 
Sorge: preocupação/cura/cuidado 
• Em toda a minha ocupação com os entes 
intramundanos ou com os outros seres-aí, é sempre 
um modo de cuidado comigo mesmo. 
• Em tudo aquilo que eu faço eu cuido da minha 
existência (cuido do fato que eu estou sempre em 
jogo/tenho de ser). Em cada uma das minhas ações eu 
cuido de mim. Em cada uma das minhas ações eu dou 
um rumo para a minha existência. 
 
Estou sempre cuidando do meu problema 
existencial (o fato que eu não tenho um 
direcionamento prévio), quando cuido de qualquer 
coisa. 
Qualquer modo de me comportar é um modo de 
cuidar de mim. 
O meu relacionamento com os outros é sempre um 
relacionamento comigo, um cuidado comigo. 
 
Aula: 13 de setembro de 2021. 
 
Campo fenomenológico heideggeriano 
 
Abertura de mundo, por ela vamos experimentar a 
nossa existência. 
• Ser-aí 
• Ser-no-mundo 
• Ser-em 
• Ser-com 
• Abertura de mundo 
Compreensão/afetividade/discurso 
(instituto dasen) ou 
Disposição/interpretação/ 
compreensão (ifen) 
• Projeto de sentido 
• Tonalidades afetivas Cotidianas/fundamentais 
 
“Nossa primeira entradano mundo e a nossa entrada no 
mundo a cada vez, claramente não é uma entrada 
intelectual” 
 
Dinâmica de ente dotado do caráter de ser-aí: 
• Existenciais (Existencial); 
• Espacialidade/temporalidade de/corporeidade; 
• Cuidado (Sorge) – o ser do ser -aí (tenho que ser, para 
ser – tarefa de a cada vez ser); 
• Ocupação (Besorgen) – o ser de um possível ser -no – 
mundo; 
• Preocupação (Fürsoge) – o ser de um ser -para - o - 
outro (constituição do ser -com – eu já sou de início no 
mundo ocupado com as coisas e com os outros) Aí “no 
que a cada vez importa” 
 
Entes intramundanos: 
• Categorias; 
• Propriedades – facticidade; 
• Caráter hermenêutico; 
• Depende da constituição de mundo para se mostrar; 
• Mundo é um caráter do ser -aí; 
• Para que o ente venha ao encontro o mundo precisa já 
estar aberto. 
 
Sobre o ôntico e ontológico 
 
Ôntico 
• Diz respeito a dimensão dos entes intramundanos. 
• Das categorias. 
• Das coisas compreendidas a partir, das suas 
propriedades. 
• A partir do contexto hermenêutico, onde os sentidos e 
significados das coisas são atribuídas pelo mundo 
histórico. 
 
Ontológico 
• Não é histórico é atemporal. 
• Não é algo que muda. 
• Nossa constituição ontológica é estrutural. O que muda 
é o contexto ôntico no qual essa estrutura ontológica vai, 
a cada vez, estar absorvida. 
Fenomenologia, existencialismo e humanismo 
 
• A estrutura ontológica é definida pelos nossos 
existenciais (dasein) 
 
A ontologia, na filosofia Heideggeriana, reflete a 
respeito do sentido do ser, como os “modos de ser 
possíveis”, como aquilo que torna possível as 
múltiplas existências. 
• Nossos existenciais mais importantes: Abertura, 
afinação, espaço, tempo, corpo, coexistência, 
liberdade, finitude. 
 
Campo fenomenológico heideggeriano 
 
Abertura de mundo (originário/se arma a cada vez) 
(plano ontológico) 
• Compreensão 
• Afetividade 
• Discurso Projeto de sentido 
 
O aí cotidiano (plano ôntico) 
• falatório 
• Curiosidade 
• Ambiguidade Identidade 
 
Estrutura pré-reflexiva (que queremos 
compreender) 
• Espaço fenomenológico (como experimentamos) 
• Não muda a partir do pensamento ou vontade 
• Estrutura que “se arma a cada vez antes de eu 
chegar” • Psicoterapia fenomenológico-existencial – 
Daseinsanálise (trabalho de desaprendizado de 
estruturas que são anteriores à vontade) 
 
Estrutura reflexiva 
• Espaço empírico (objetivo) 
• Terapias comportamentais/ treinamentos/coaching 
 
Compreensão 
• Malha de sentidos e significados (tudo que sabemos) 
do mundo que é o nosso e que pode ser acessada a cada 
vez. Interpretação 
• A partir da malha de sentidos e significados, uma 
possibilidade me solicita (correspondemos ou não - 
escolha). O método clínico trabalha no campo das 
solicitações e das correspondências. 
 
 
 
Reflexão: modos de solicitações 
interpretativas... 
• Estresse – alguém é solicitado demais e não consegue 
fazer nada. 
• Depressão – alguém não é solicitado para nada. 
• Obsessão – alguém só é solicitado para algo específico. 
• Fobia – o espaço existencial oprime e solicita o tempo 
inteiro. 
 
Afetividade/disposição (fundamental/cotidiana) 
• Diz respeito ao modo como, a cada vez que estou nesse 
horizonte histórico, ou seja, nessa malha compreensiva 
de sentidos e significados históricos, que se articula a 
cada vez a partir de interpretações que me solicitam para 
isso ou aquilo. 
 
Para a fenomenologia a angústia não é ruim, servirá 
para olhar para aquilo que nos cerca. 
 
Cada vez que eu estou nessa condição, eu sou tocado 
por essa condição de um modo. Eu me sinto a cada 
vez de um modo. A cada possibilidade interpretativa 
eu me sinto de um jeito. Afinação... Não existe 
neutralidade. Existe sempre sentimentos que abrem 
os fenômenos de um modo. O modo como me sinto 
posiciona toda a compreensão e interpretação/ 
corporeidade e espacialidade. 
 
Discurso – não é natural (hede – toda a forma de 
gestualidade possível para além de qualquer linguagem 
verbal) 
• Na abertura de mundo não só se abre uma possibilidade 
de sentidos e significados articuladas em possibilidades 
interpretativas concretas que me solicitam desse ou 
daquele modo; 
• Não só essa solicitação se dá em meio a uma tonalidade 
afetiva, me tocando de um modo e posicionando minha 
compreensibilidade acerca do que está em jogo a cada 
vez; Mas está em toda a forma como eu me comporto 
(andar, sentar, respirar, roupas, utensílios. 
 
Revisão: 
 
Intencionalidade: 
 
▪ Toda consciência é consciência de; 
▪ O sonhado sem aquele que sonha, não é uma 
relação; 
▪ Movimento dentro do fluxo temporal, é a 
intencionalidade; 
Fenomenologia, existencialismo e humanismo 
 
▪ Existência pra Heiddeger é a intencionalidade de 
Husserl; 
▪ Todo ser aí é um ente; 
▪ Indeterminação originária → dasein; 
▪ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
@augustonascimentopsi

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