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Direito do Trabalho e Legislação Social Ione de Faria Belo BELO, Ione de Faria. Direito do Trabalho e Legislação Social. 1ª ed. – Cursos de graduação. 197 p. Bibliografia 1. Direito 2. Direito do Trabalho 3. Título. Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à SAGAH. Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material didático são reservados ao autor. Todos os direitos de Copyright deste material didático são reservados à SAGAH. Direito do Trabalho e Legislação Social 68 UNIDADE 2 suas vendas atingiram comissão no importe de dez salários mínimos, efetuar qualquer desconto com referência ao complemento do mês anterior. Outro fato que chama a atenção é quando o empregador fornece parte do salário mínimo “in natura”. A parte em dinheiro não poderá ser inferior a trinta por cento do salário mínimo. A formula: Sd (salário em dinheiro) = Sm – P (Salário mínimo menos parcela in natura). Assim, a parcela in natura não poderá ser superior a setenta por cento, acaso o valor seja superior aos setenta por cento, o empregador somente poderá considerar os 70%, pois, o empregado não poderá receber quantia menor que trinta por cento em dinheiro. Das férias A todo empregado será assegurado o direito do gozo de férias, sem prejuízo da remuneração. Prevendo o artigo 7º, XVII, da Constituição Federal, que: é direito do trabalhador urbano e rural “gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal”. Já o artigo 130, itens I a IV, da Consolidação Trabalhista prevê a proporcionalidade das férias após cada período aquisitivo de doze meses de vigência do contrato de trabalho, a saber: • 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes • 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; • 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; • 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. Lado outro, o artigo 130-A, I a VI e seu parágrafo único, da disposição Consolidada, regula as férias para o trabalhador em regime de tempo parcial, na seguinte proporção: • Dezoito dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte e duas horas, até vinte e cinco horas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) • Dezesseis dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte horas, até vinte e duas horas; • Quatorze dias, para a duração do trabalho semanal superior a quinze horas, até vinte horas; • Doze dias, para a duração do trabalho semanal superior a dez 69UNIDADE 2 horas, até quinze horas; • Dez dias, para a duração do trabalho semanal superior a cinco horas, até dez horas; • Oito dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a cinco horas. Parágrafo único. O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver mais de sete faltas injustificadas ao longo do período aquisitivo terá o seu período de férias reduzido à metade Não será considerada falta para efeito do cálculo de férias as faltas previstas do artigo 473 da CLT; Licenciamento por motivo de maternidade ou aborto, valendo ressaltar que se durante as férias a empregada vier a dar à luz ao filho haverá a suspensão das férias pelo período de cento e vinte dias, sendo as férias concedidas em outra oportunidade após seu retorno; Por motivo de acidente de trabalho ou enfermidade atestada pelo INSS, exceto quando tiver percebido da previdência auxilio doença por mais de seis meses ainda que descontínuo, neste caso não terá direito a férias, iniciando outro período aquisitivo quando de seu retorno ao serviço; Quando o empregado for suspenso preventivamente para responder inquérito administrativamente ou for preso preventivamente e ao final ser considerado inocente; Quando não tenha havido serviços na empresa, exceto quando deixar de trabalhar por mais de trinta dias, em razão de paralização parcial ou total dos serviços, com percepção do salário, não terá direito as férias. Assim, se o empregado fica trinta dias sem trabalhar por paralização dos serviços da empresa terá direito as férias, entretanto, se ficar trinta e um dias não terá direito as férias. Da concessão e da época das férias A concessão das férias será determinada pelo empregador nos doze meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. Portanto, não será o empregado quem escolhe a época das férias, mas, sim, a que melhor atenda empregador. O artigo 136, da CLT diz que a época da concessão das férias será a que melhor atenda aos interesses do empregador. Poderá ser concedida em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um, sendo proibido o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. Direito do Trabalho e Legislação Social 70 UNIDADE 2 Ressalva o parágrafo primeiro do artigo 136 do diploma celetizado que quando membros de uma família trabalhar no mesmo estabelecimento ou empresa, poderão gozar férias no mesmo período, desde que isso não ocasione prejuízo ao serviço. E, ao empregado estudante, menor de dezoito anos terá direito de fazer coincidir as férias com as férias escolares. A concessão das férias será comunicada ao empregado por escrito, com antecedência mínima de trinta dias e, dessa comunicação o empregado dará recibo. Se o empregador não conceder as férias nos doze meses subsequentes ao período aquisitivo do empregado terá que remunerá-las em dobro. Podendo ainda, o empregado ajuizar reclamação trabalhista pedindo a fixação por sentença para o gozo das mesmas. É oportuno lembrar que o empregado no gozo de férias não poderá prestar serviços a outro empregador, exceto por força de contrato de trabalho regular celebrado. O empregador poderá conceder férias coletivas a todos os empregados de uma empresa, estabelecimento ou determinado setor. Para tanto, o empregador comunicará ao Ministério do Trabalho com antecedência mínima de quinze dias, detalhando os estabelecimentos ou setores o início e fim das férias que poderão ser gozadas em dois períodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a dez dias, devendo ainda, o empregador enviar cópia do comunicado ao Ministério do Trabalho para os sindicatos da categoria. No caso do empregado não possuir o período aquisitivo gozará as férias proporcionais iniciando um novo período aquisitivo Como exemplo pode citar as empresas que não trabalham no final do ano, compreendendo o natal e ano novo. Da remuneração e do abono de férias O empregado terá direito a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão, acrescida do terço previsto Constitucionalmente. Quando o empregado recebe por hora, tarefa, percentagem, comissão etc. as férias será calculada pela média do período aquisitivo aplicando o valor do salário na data da concessão. Também, a parte do salário paga em utilidades será computada. O mesmo ocorre com os adicionais de trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso. Faculta o artigo 143, da CLT a conversão de um terço do período das férias que tiver direito em abono pecuniário. O abono será requerido até quinze dias antes do término do período aquisitivo. Contudo, em se tratando de férias 71UNIDADE 2 coletivas, a conversão do abono deverá ser objeto de acordo coletivo entre empregador e sindicato da categoria, independendo, assim, de requerimento individual. É oportuno lembrar que o pagamento das férias e do abono se for o caso terá que ser efetuado dois dias antes do início do respectivoperíodo de gozo. O empregado dará quitação do pagamento com a indicação do início e fim das férias. Dos efeitos da cessação do Contrato de trabalho • O contrato de trabalho cessa quando: • O empregado é dispensado sem justa causa; • O empregado pede demissão; • No caso de rescisão indireta (Art. 483, do diploma Celetizado); • Aposentadoria do empregado; • Falecimento do empregado ou do empregador constituído empresa individual; • Término do contrato por prazo determinado Traz o artigo 146 da CLT que qualquer que seja a cessação do contrato de trabalho será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro refe- rente às férias cujo direito tenha adqui- rido. Sendo que se o empregado não for despedido por justa causa, terá direito as férias proporcionais na proporção de um doze avos por mês de serviço ou fração superior a quatorze dias. Da segurança e da medicina do trabalho Um país que almeja ser moderno e competitivo, com menor número de acidentes e doenças de trabalho, com avanço social, necessita da união de esforços de todos os setores da sociedade e a conscientização na aplicação de programas de saúde e segurança no trabalho. Trabalhador saudável e qualificado representa produtividade no mercado globalizado. Segurança e medicina do trabalho é um seguimento do Direito tutelar do trabalho que congrega um conjunto de ciências e tecnologias que tem o objetivo de promover a proteção do trabalhador no seu local de trabalho, visando à redução de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Cabe ao empregador cumprir e fazer as normas de segurança e medicina do trabalho, elaborar ordens de serviços Direito do Trabalho e Legislação Social 72 UNIDADE 2 sobre segurança e medicina do trabalho dando ciência e orientando seus funcio- nários para que se evitem acidentes, adotar medidas determinadas pelos órgãos competentes (Art. 157, CLT). A NR1 da Portaria nº 3.214/78, item 1.8, diz ser responsabilidade do empregado observar as normas de segurança, colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos de segurança, submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras. Trazendo ainda, que constitui ato faltoso do empregado a inobservância injustificada das instruções e ordens de serviços expedidas pelo empregador, recusa da submissão aos exames médicos e não uso de equipamentos de proteção fornecidos pela empresa. Assim, se o equipamento tiver defeituoso, vencido etc. não caracteriza ato faltoso, pois, a recusa do empregado é legítima. Dos órgãos de segurança e medicina do trabalho nas empresas As empresas estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e medicina do trabalho em conformidade com as normas expedidas pelo Ministério do Trabalho. As referidas normas estabelece a classificação da empresa considerando o número de empregados e natureza do risco da atividade, determina o número mínimo e qualificação de profissionais especializados exigido de cada empresa. Também será obrigatória a constituição de uma Comissão de Prevenção de Acidentes (CIPA), também em conformidade com as determinações do Ministério do Trabalho. Sendo que cada Cipa será composta de representantes da empresa (titulares e suplentes) designados pelo empregador e de representantes dos empregados (titulares e suplentes) eleitos por voto secreto por mandato de um ano permitido uma reeleição. Do equipamento de proteção individual A NR6, Portaria 3.214/78, item 6.1, diz que: “considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. Todo equipamento de proteção, nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado após certificação do Ministério do Trabalho. O empregador é obrigado a fornecer ao trabalhador, gratuitamente o equipamento de proteção individual – EPI, adequado, em perfeito estado de conservação e funcionamento. 73UNIDADE 2 Das medidas preventivas de medicina do trabalho É obrigatório o exame médico, as expensas do empregador, quando da admissão, demissão, retorno ao trabalho (quando o empregado estava de licença), mudança de função e periodicamente (periocidade depende da atividade da empresa), em conformidade com a NR7. Também, é obrigatória a comunicação das doenças profissionais produzidas ou desencadeadas pelo exercício de determinada atividade comprovadas ou objeto de suspeita em conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho. Acesse o site: http://portal.mte. gov.br/fisca_trab/10-seguranca-e- medicina-do-trabalho.htm Para saber mais: Assista à videoaula com este conteúdo. Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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