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Construção das Pirâmides do Egito tal Como se Deu Por: Evandro Silva Cruz Descrição: Este livro se utiliza de todo o conjunto de conhecimentos científicos reunidos pela humanidade até o momento para juntar cada pista e, como num trabalho de detetive, unir todas as peças deste antigo quebra- cabeças de modo a solucionar o maior mistério da história da Arqueologia: como os egípcios conseguiram construir a maior pirâmide do mundo em apenas 20 anos. Neste livro explicarei como isto se deu pela Técnica do Vale e pela Técnica dos Aparatos. E o(a) leitor(a) se surpreenderá com a simplicidade desses métodos. Mas não se preocupe: este é um livro escrito por um futuro Físico Teórico, portanto aqui não tem espaço para teorias envolvendo et’s ou deuses...nada de exótico. Este livro explica usando apenas métodos científicos, porém de um modo prático e de fácil compreensão para pessoas de todas as idades. Possuímos excelentes arqueólogos e engenheiros que fizeram história com suas descobertas sobre o tema. Mas eles encontraram um enorme problema que somente este livro responde, e cuja resposta você, caro(a) leitor(a), conhecerá em primeira mão: para se construir uma pirâmide de 146,7 metros de altura com mais de 2 milhões e 300 mil blocos de granito e calcário, cujo peso total da estrutura equivale a cerca de 6 milhões de toneladas, e fazer tudo isso em no máximo 20 anos, seria necessário que os operários trabalhassem 24 horas por dia sem parar para comer nem dormir durante 20 anos. E o que é pior: antigamente acreditava-se que foram usados 100 mil escravos, mas recentemente, com as descobertas do renomado arqueólogo egípcio, Doutor Zahi Hawass, sabe-se que ao longo desse tempo foram usados apenas 14 mil operários, e nenhum era escravo. Estas informações só pioram as coisas, pois sabemos que com tão pouca gente, eles teriam que subir os blocos por uma rampa colocando um bloco a cada 3 minutos em média, o que é humanamente impossível. E é devido a esta impossibilidade que a construção da Maior Maravilha do Mundo Antigo é considerada pelos cientistas como um mistério, cuja solução conheceremos neste momento. Prólogo Essa explicação baseia-se numa simples analogia praticada corriqueiramente no cotidiano em construções civis: muitas vezes sobram sacos de cimento no segundo andar de um prédio em construção, e faltam alguns no primeiro e no terceiro andar. Os serventes de pedreiro devem levar metade dos sacos de 50 quilos de volta para o primeiro, e a outra metade para o terceiro. Os sacos podem ser descidos rápida e facilmente por uma rampa de madeira até o primeiro andar, com o mínimo de esforço, a favor da gravidade. Mas os que irão subir terão que ser colocados no ombro subindo as escadas, fazendo grande esforço, contra a gravidade(em analogia à construção das pirâmides, podem ser colocados numa rampa de madeira e serem empurrados contra a gravidade). Para o terceiro andar demandaria mais tempo e trabalho, enquanto que para o primeiro tudo seria mais fácil e rápido. No Egito, se os engenheiros tiverem usado o mesmo raciocínio, obviamente eles iriam preferir esculpir os blocos em montanhas muito altas e trazê-los por um caminho natural de uma extensa cadeia de centenas de quilômetros de montanhas até a beira de um vale em uma parte da montanha que se encontra em Gizé para empurrarem os blocos “ladeira abaixo” cuidadosamente por uma rampa à favor da gravidade, com mínimo esforço e máximo ganho de tempo. Assim como nossos atuais serventes de pedreiro, os egípcios teriam dessa forma experimentado um bom modo de construir pirâmides de centenas de metros de altura. Essa é a Técnica do Vale. Como pretendo me tornar um cientista, Físico Teórico, ao concluir a faculdade, não seria correto afirmar que foi desse modo que a construção se deu, só porque a ideia foi minha e defenderei esta tese em breve, mas quero apenas mostrar que assim seria muitíssimo mais prático, como solução para o problema da precária tecnologia da época..., mas tudo...todas as evidências e condições em que eles se encontravam indicam que de fato essa foi a técnica empregada. Para entender melhor como as pirâmides foram erguidas e o porquê, é necessário conhecer primeiro alguns fatos históricos relevantes que as precederam, e também é imprescindível saber das circunstâncias nas quais os egípcios viviam para entender o que os motivou a realizar tal feito. No ano de 2600 a.C., o Egito tinha como capital a cidade de Mênfis a poucos quilômetros da atual capital Cairo e a 233 Km da famosa cidade de Alexandria(chamada de Racótis na época), no norte do país, mais exatamente a noroeste de Mênfis, Cairo e Gizé (cidade onde foram construídas as três grandes pirâmides). Nesta época tão crucial que marcou o início da construção das primeiras pirâmides de centenas de metros, ironicamente o nome do homem que foi o faraó e arquiteto das primeiras pirâmides antes de Quéops(sem contar as pirâmides de mastabas), e que se não fosse por ele... por sua engenhosidade e criatividade, capacidade de resolver problemas e com qualidades de improvisação sem igual, é totalmente desconhecido pela maior parte das pessoas. Quando se pergunta o nome de algum faraó famoso para alguém, 99,99% das pessoas do mundo todo logo dizem os nomes Cleópatra, Tutankamon e Ramsés... alguns dizem Quéops, Quéfren e Miquerinos, mas ninguém em lugar algum, salvo raríssimas exceções cita o nome daquele faraó que se nunca tivesse existido, jamais as grandes pirâmides do Egito teriam sido construídas. O nome do homem que teve a ideia original jaz esquecido no Reino da Injustiça, no Reino dos Falsos Heróis... no Reino das Histórias Distorcidas... cujo nome verdadeiro de tal reino é Civilização Humana. Pois o ser humano infelizmente tem mais facilidade em reclamar do que em agradecer... o ser humano se lembra mais dos momentos de dor e tristeza do que daqueles de felicidade e prazer, e não é de se admirar, portanto, que ao escrever sua própria História, o homem, com todas suas imperfeições, acabe enaltecendo demais quem nada fez, e desprezando aquele que fez tudo acontecer, apagando da história de forma mal-agradecida, o nome do maior dos faraós... o Pai de Todas as Grandes Pirâmides(perfeitas), e o Maior Gênio da História da Engenharia: o faraó Seneferu(2613-2589 a.C.). Sim, o pai de Quéops. Mas não estou deixando de lado o faraó Djoser que teve sua pirâmide erguida por Imhotep. Falarei destes mais adiante. Seneferu será o pivô deste livro, pois todas as técnicas e problemas de arquitetura e engenharia que serão abordados neste texto envolvem a vida deste brilhante faraó, que foi o primeiro a usar a Técnica do Vale na construção de pirâmides. Mas como prometido, este será um livro simples, uma primeira edição feita para todas as idades, e portanto não entrarei nos detalhes técnicos dos problemas que Seneferu encontrou e corrigiu envolvendo várias coisas, como a solidez da estrutura dos blocos internos das câmaras e sua resistência ao peso dos blocos superiores, evitando o desmoronamento total da Pirâmide Meidum, sua primeira pirâmide. E se não fossem as criativas soluções encontradas para resolver os incontáveis e teimosos problemas que surgiam nesta primeira pirâmide, a Maior Maravilha do Mundo jamais teria vindo a existir, pois a pirâmide de Quéops foi construída usando exatamente as soluções e técnicas desenvolvidas pelo próprio Seneferu em suas primeiras pirâmides, especialmente na esplêndida Pirâmide Vermelha, a primeira pirâmide perfeita do mundo a alcançar mais de 100 metros de altura, e até hoje um dos maiores cartões-postais do Egito. E foi em sua época a maior estrutura criada pelo homem no mundo inteiro, e inclusive é bom mencionar que ela é a terceira pirâmide mais alta do mundo, perdendo apenas para Quéops e Quéfren. Quanto àquela primeira pirâmide de Meidum, ela era apenas um pequeno protótipo para projetos maiores. Muitos acidentes ocorreram, e anos mais tarde o revestimento externo de calcário desabou, e ela hoje em dia tem uma aparência disforme. Esta obra irá focarsuas atenções exclusivamente nos métodos de construção pela Técnica do Vale e pela Técnica dos Aparatos. E é fundamental saber que tais técnicas já eram rusticamente usadas pelo homem desde a Idade da Pedra(2,5 milhões de anos atrás até 10.000 a.C.) até o fim do Período Neolítico (10.000 a.C – 3.000 a.C) e posteriormente aperfeiçoada por Seneferu em seus feitos. Especialmente no fim da Idade da Pedra em que muitos viviam ainda em cavernas e outros em cabanas, o homem percebeu o processo de formação de cavernas, como no caso do Quênia em que as erupções vulcânicas abriam buracos nas rochas criando novas cavernas. E em outras partes da África, Europa e Ásia, notou-se naquela época que num processo mais lento os rios e raízes de plantas também possuíam a mesma capacidade de abrir fendas nas rochas, criando cavernas para as pessoas se abrigarem posteriormente. Não se sabe exatamente desde quando o homem começou a construir cavernas artificiais se utilizando destas observações e de ferramentas do início do Período Neolítico, pois a mais famosa caverna artificial do mundo foi construída há mais de dois mil anos: a Caverna de Longyou, na China. Outro exemplo clássico da pré-história, no Período Neolítico são os Nuragues na Sardenha, Itália, onde os homens cavaram um buraco e empurraram várias pedras enormes para baixo do mesmo, encaixando-as perfeitamente umas sobre as outras, de modo a construir de cima para baixo, essas moradias chamadas de Nuragues, próximas ao rio da região. Sempre tem um rio por perto dessas estruturas artificiais. Isto é um padrão. Muito antes das pirâmides do Egito surgirem, na Escócia, há 5.600 anos, foi criado algo peculiar para o período neolítico: uma ilha artificial, que demandou a movimentação de toneladas de terra e outros materiais para concebê-la. Na verdade são 23 ilhas ao todo. Todos esses conhecimentos de engenharia do povo pré-histórico e neolítico serviram de base para a construção das fabulosas pirâmides posteriormente. E seu domínio sobre os metais foi crucial. Quanto aos egípcios, por volta de 3100 a.C., os faraós eram enterrados em mastabas feitas de tijolos(mastabas são como a base de uma pirâmide, umas em formato de quadrado e outras em retângulo, uma estrutura geralmente de um só andar, muitas vezes com câmaras subterrâneas onde ficam os sarcófagos dos faraós). Seu formato típico lembra uma base de um ou dois andares de um pirâmide, pois antes do faraó Djoser, às vezes se construíam uma mastaba sobre a outra, conferindo a aparência de uma pirâmide incompleta. A partir daí é que a ideia foi surgindo... Até que um dia por volta do ano 2630 A.C., um faraó chamado Djoser nomeou o primeiro arquiteto da história da humanidade, Imhotep, como seu Visir. Imhotep ficou encarregado de construir uma mastaba mais monumental que as anteriores, digamos... mais faraônica, e para impressionar Djoser, Imhotep decidiu que não faria as mastabas de simples tijolos, mas sim de pequenos blocos de rocha sólida: calcário. E ele conseguiu. Apenas usando blocos de calcário, ele fez a proeza de colocar uma mastaba sobre a outra até atingir a altura de 60 metros. Como as mastabas de cima sempre tinham que ser menores que as de baixo, quando pronta, acidentalmente eles viram que o objeto construído tinha um formato piramidal quase perfeito. Acidentalmente ou não... surgiu a primeira pirâmide do mundo e a maior estrutura de rochas já criada pelo homem até então. Ela é chamada de Pirâmide Escalonada de Djoser(ou Pirâmide em Degraus). Situa-se a oeste de Mênfis e ao sul do Cairo. Porém, como os blocos de calcário eram pequenos e muito mais leves que os de Quéops, a Pirâmide em Degraus foi construída normalmente, sem usar a Técnica do Vale. Capítulo 1 – A Ambição do Faraó Seneferu Além de ter sido um sábio político, Seneferu(2613-2589 a.C.) também era um grande arquiteto. Mas ele tinha um problema econômico e estratégico gravíssimo a resolver. Seneferu(2613-2589 a.C.) Sua capital, Mênfis, ficava muito exposta a possíveis povos invasores vindos da Europa pelo Mar Mediterrâneo, pelo norte. E para piorar, à oeste e noroeste de Mênfis havia na época uma vasta cadeia montanhosa que se estendia desde o sul da cidade egípcia de Racótis (atual Alexandria que faz fronteira com o Mediterrâneo, e que hoje serve de porto para comércio no exterior de mercadorias), indo ao sul até a cidade de Assuã, no Egito, formando uma parede de montanhas a oeste de toda a extensão do Nilo até esta cidade, que fica a mais de 1000 quilômetros de distância ao sul de Racótis (Alexandria). Para piorar, a parte montanhosa a oeste de Mênfis tornava impraticável de se criar uma rota por terra para abastecer Racótis, cuja localização era por demais estratégica para um visionário como ele e Djoser. E isto foi confirmado milênios mais tarde, porém de um modo positivo, quando Alexandre libertou os egípcios por esta rota. Em sua homenagem, Racótis teve seu nome mudado para Alexandria. Infelizmente, para os arqueólogos, para fins didáticos e históricos, hoje em dia há poucos resquícios dessa cadeia montanhosa, devido à ação do homem. O que se sabe é que na época da construção das pirâmides de Gizé, haviam muitas pedreiras no local onde a pirâmide de Quéops foi construída, e essas pedreiras que foram extintas no processo de construção é que faziam parte dessa cordilheira entre Gizé até Assuã. Outro interessante indício que comprova sua prévia existência era o fato de que à Oeste do rio Nilo, a terra era infértil, enquanto que do lado oposto, as cheias anuais do Nilo fertilizavam toda aquela região a Leste, onde os egípcios prosperaram. Se a Oeste a terra era desértica e infértil, obviamente deveria haver algum obstáculo natural que impedia a água de passar para aquele lado, e a única coisa que poderia fazer isto seria uma extensa cadeia montanhosa, bloqueando a passagem das águas da cheia. Então aquelas montanhas serviram como um “Presente de Grego” da Natureza que dava aos egípcios três tipos de “presentes” indesejáveis: desvantagem estratégica em caso de guerra, terras improdutivas a Oeste, e dificuldade de acesso por terra para futuramente abastecer Racótis. Todos os faraós anteriores pouco fizeram para resolver este problema, mas Djoser e posteriormente Seneferu acharam que era o momento de fazer alguma coisa a respeito. Seneferu queria simplesmente seguir o exemplo de povos como os escoceses para demolir a parte da montanha formada por rochas sedimentares e calcário entre Mênfis, Guizé e Racótis para que as cheias do Nilo fertilizassem a terra e se pudesse cultivar a agricultura e a pecuária naquela região. Com isso, ele poderia criar novas cidades mais ricas para aumentar a variedade de produtos para exportação através de um futuro porto em planejamento de Racótis ( Alexandria), pois em sua época o Egito só exportava cerâmicas e produtos têxteis, e isso apenas do outro lado do Nilo, pelo Mar Vermelho. Este era um projeto de longo prazo desde Djoser, acelerado em boa parte por Seneferu e seus descendentes, mas que acabaram posteriormente abandonados devido a guerras com outros povos como os persas mais tarde. Segundo seu projeto inicial, ele poderia passar a exportar carnes e produtos agrículas, dentre outras coisas para os europeus e turcos, e com isso seu Império se tornaria muito mais poderoso e próspero do que já era. Isso seria uma significativa expansão do Império Egípcio, e ele queria deixar seu nome na História e um grande legado a seus descendentes. Quando ele ordenou seus súditos a realizarem a tarefa, seus vizires e sacerdotes lhe informaram que os operários não gostaram da ideia de fazer um trabalho tão desgastante em troca de apenas pão e cerveja. Seneferu tinha ótimas estratégias de governo, e era inteligente, mas talvez ele não fosse muito carismático nem assustador a ponto de pôr medo nas pessoas. Sua própria estátua diz muito sobre ele. Diferentemente de todos os outros faraós, sua estátua foi esculpida com o rosto de um homem de queixo retraídoe um sorriso que representa a imagem de um homem tolo e ignorante. E isto é muito peculiar em se tratando de alguém que fez o que ele fez. Para governar, ele fazia muitos aliados, dando-lhes posições hierárquicas invejáveis e presenteando-os em excesso. Mas a pessoa que ele mais presenteava era sua esposa. Era agradando a todos que ele sempre conseguiu o que queria, e ele mantinha sempre os sacerdotes por perto para obter conselhos e ter mais controle sobre a população. Dessa forma, ele se mantinha sempre bem informado sobre tudo o que se passava. Talvez ele não tivesse uma personalidade muito forte, mas tinha boas ideias para superar essa deficiência. Talvez até todos rissem pelas costas dele por ele ser tão bondoso e generoso com seus presentes, querendo agradar a todos por insegurança, mas foi justamente sua bondade e generosidade excessivas que fizeram ele ter uma grande ideia: “Por que não presentear também o povo com riquezas? Por que não dar ao povo o mais valioso dos presentes que qualquer mortal pode desejar? Assim o povo ficará contente e estimulado o suficiente para realizar a Obra das Obras”. Foi neste exato momento que Seneferu reuniu seus sacerdotes e deu a mais incomum das ordens que nenhum de seus antecessores jamais daria: os sacerdotes teriam que reunir todo o povo do Egito e lhes dizer que a imortalidade deixaria de ser um privilégio exclusivo dos faraós, e que ela seria estendida também para o povo! E disse muito mais que isso: disse que teve um sonho divino em que o deus Rá ordenou o povo egípcio para construir magníficos e incomparáveis templos sagrados, e todo homem e toda mulher egípcia que forem enterrados ao redor de tais templos alcançaria a vida eterna! Isto foi um êxtase para os súditos. Segundo sua religião, quando o sol, Rá, se põe a Oeste, ele passa a iluminar o mundo dos mortos. Com a bênção do sonho que o faraó disse ter tido, eles passaram a se sentir motivados e em uma missão divina. Pela primeira vez na história, um rei passa a tratar o povo como um igual, sem fazer pose de homem superior. Isto foi uma mensagem direta para o povo entender que eles não eram mais meros plebeus, súditos de um deus-faraó imortal. Eles, o povo, também passariam a ser imortais assim como o faraó no pós vida. Foi um discurso e uma abordagem retórica mais que inteligente. Os egípcios receberam essa informação com êxtase religioso dos mais significativos. A partir daquele momento, eles fariam qualquer coisa que o faraó ordenasse. E isto passa uma interessante ideia de democracia. É como se a semente da democracia tivesse sido plantada naquele instante. O orgulho de ser egípcio só fez aumentar, e eles passaram a se sentir um povo superior a todos os outros. Fariam qualquer sacrifício para provar isso para todo o planeta. Hoje em dia, a cidade de Assuã, que fica a 850 quilômetros ao sul do Cairo, possui uma elevação ou altitude de 194 metros acima do nível do mar. Mas as montanhas de granito, calcário e rochas sedimentares dessa cidade eram muito mais altas na época de Seneferu. Estima-se uma altitude média de 500 metros acima do nível do mar. Foi dessas montanhas longínquas de Assuã que foram extraídos os blocos de granito que foram usados mais tarde por seu filho Quéops para construir a maior de todas as pirâmides. Como foram extraídos muitos materiais dessas montanhas ao longo das décadas, elas foram paulatinamente diminuindo de tamanho, e hoje elas não têm nem metade de seu tamanho original. Seneferu viu que à princípio, era melhor se concentrar na demolição das montanhas entre Mênfis, Gizé e Racótis. Posteriormente ele queria estender a obra mais ao sul na direção de Assuã, mas ele não viveria tempo o bastante para realizar essas coisas que demandariam tantas décadas. Inclusive, parte desse plano foi abandonado por seus sucessores. Quando ele decidiu construir seu majestoso templo(pirâmide) para a imortalidade de seus súditos, preferiu criar um protótipo. Foi então que se iniciou a construção da Pirâmide de Meidum, sua primeira. Seneferu dizia aos operários que ele pretendia ser enterrado lá quando morresse, então os operários acharam que o projeto era pra valer, e não apenas um protótipo. Até hoje em dia jamais se achou a múmia de Seneferu, nem de quase faraó algum. E ninguém jamais encontrará por uma razão bem simples: Seneferu inventou essa história de que teve um sonho com o deus Rá apenas para convencer o povo a trabalhar para ele. E Seneferu inventou essa história de templos sagrados chamados de pirâmides, fazendo o povo pensar que alcançaria a imortalidade se enterrados próximo à pirâmide do faraó. Mas como Seneferu nunca acreditou nessa história de imortalidade, ele teve uma outra ideia diferente: após sua morte, seu corpo ou o corpo de um dublê seria levado até a câmara do faraó dentro da pirâmide. E para passar a ideia de que ele era um deus, seu corpo jamais deveria ser encontrado. A ideia era dizer ao povo que ele iria levantar de seu sarcófago voando direto para os céus, levando seu corpo e seus tesouros e alimentos juntos. Provavelmente Seneferu foi o primeiro faraó a se deixar influenciar pelos costumes dos reis de outros povos, afinal ele tinha muita cultura e era um estudioso. O povo acreditava mesmo nessa crença, e para montar um bom teatro, o faraó ordenou que seus filhos, sacerdotes e outros da elite providenciassem, através de uma passagem secreta, a retirada de seu corpo para ser cremado. Segundo suas ordens, seus tesouros deveriam ser derretidos, no caso de artefatos de ouro, e entregues a seus herdeiros para forjar novos tesouros personalizados para os mesmos. O povo não poderia jamais saber de nada disso. Era o grande segredo dos faraós. A maioria dos arqueólogos contemporâneos acusam ladrões de terem sumido com suas múmias e tesouros, mas eles se enganam, pois ignoram o que acaba de ser relatado acima. É claro que sempre existiram ladrões obcecados pelos tesouros, tanto egípcios quanto forasteiros que cavavam túneis na esperança de encontrar algo. Mas os astutos faraós sempre estavam um passo à frente, e guardavam tudo às sete chaves. Ocorriam de fato alguns saques, mas isso era raro, e não foi o caso nem de Seneferu e nem de Quéops, que foram cremados, assim como a maioria dos que lhes sucederam. Tanto Seneferu quanto seus descendentes faraós pareciam ser intelectuais do tipo céticos, materialistas, e que só pensavam em grandezas. Isso explica o porquê de, por exemplo, Quéops não ter deixado nenhum hieróglifo em sua pirâmide citando seu nome. Para nós, meros mortais, isso era o mínimo que se poderia esperar de um faraó, ou seja, que ele pusesse seu nome... sua marca, dizendo que aquela pirâmide era dele. Mas estes faraós não tinham nenhum laço emocional com suas pirâmides, pois eles no fundo não acreditavam nelas. Eles inclusive se sentiam superiores a esses monumentos, e se sentiam muito acima de tudo isso. Para eles, as pirâmides eram apenas o símbolo de tudo o que eles mais desprezavam: a ignorância de um povo que acredita em qualquer coisa que seus líderes religiosos dizem. São um símbolo que representa o fato de que o povo gosta de ser enganado. Afinal, Seneferu teve que se dar ao trabalho de bolar todo um plano para convencer o povo a trabalhar para ele...para proteger o próprio povo de possíveis invasões... e o povo ainda se recusava a fazer algo que era para seu próprio bem. Ele teve que inventar toda uma estória de sonho com um suposto deus Rá dizendo que o povo também seria imortal para convencê-los a trabalhar. Isso deixava Seneferu indignado, e é por isso que ele e seus filhos tinham certa raiva das pirâmides. É por isso que eles desdenhavam, em seu íntimo, das pirâmides, e não davam valor algum às mesmas. Foi por isso que não colocaram seus nomes nelas. É como se as pirâmides fossem algo sujo em que eles não gostariam de colocar as mãos. Sei que é duro saber isso de pessoas que tanto admiramos, e isso retira um pouco da imagem bonita que alimentávamos desses homens. Mas eles tiveram seus méritos, e sua engenhosidade merece ser admirada.Porém, existem pessoas e pessoas. Portanto, nem todos os faraós eram céticos. Nem todos eram inteligentes, nem todos eram cuidadosos e nem todos eram bons líderes. É por isso que algumas tumbas tem suas inscrições oficiais em hieróglifos, outras não. Porque cada pessoa enxerga o mundo à sua própria maneira. C apítulo 2 – A Obra Se os blocos são esculpidos no alto de uma montanha, não seria sensato descê-los para depois ter que fazê-los subir de novo. Seria trabalho em dobro. Na verdade seria um trabalho dez vezes maior. Seria o mesmo que você estar no sexto andar de um shopping e quiser ir até uma loja no quinto andar. Seria insensato descer do sexto até o primeiro andar, para depois ter o trabalho inútil de subir tudo de novo até o quinto piso. Ninguém faz isso pois ninguém é louco, e os egípcios também não eram. O que todo mundo faz é pegar o elevador do sexto andar diretamente para o quinto. Seneferu queria construir pirâmides maiores que a escalonada de Djoser, usando blocos maiores para dar mais estabilidade. Mas o problema de se usar blocos maiores é que eles seriam obviamente muito mais pesados. E se são mais pesados, consequentemente se tornam mais difíceis de serem conduzidos para cima pelas rampas contra a força da gravidade. Então ele teve que elaborar um método de conduzir tais blocos de modo a ter menos trabalho. Quando os blocos esculpidos no topo de uma pedreira são pesados demais, não faz sentido descê-los até o nível do solo sem nenhuma razão, para depois ter que erguê-los novamente. A ideia deste engenhoso homem foi a seguinte: “Se vamos descê-los do topo da pedreira, vamos fazer isso colocando-os diretamente no ponto onde queremos que fiquem. Assim ganhamos tempo”(como na analogia do shopping center). E tempo não é um luxo que as pessoas do passado tinham como temos hoje. Eles viviam bem menos que nós. Este papiro recentemente encontrado, que data da época da construção de Quéops ilustra isto com perfeição. Você pode observar que os homens que puxam a estátua para frente estão em uma descida, como se a estátua tivesse sido construída no topo da montanha. Isto fica claro quando você nota que o local onde estão os homens atrás da estátua também é inclinado. A estátua foi perfeitamente desenhada para ilustrar que primeiro foi esculpida no topo da montanha para depois descer diretamente até o ponto designado. Com todos os blocos subentende-se o mesmo. É um papiro deveras revelador. E é este o principal papiro que os arqueólogos usam para comprovar que os egípcios de fato usaram rampas para construir a Pirâmide de Quéops. Mas eles não perceberam este detalhe: o de que as rampas eram usadas no sentido da descida. Portanto, da próxima vez que um arqueólogo lhe disser que os blocos eram empurrados para cima, mostre este papiro a ele, e sugira que ele observe melhor. Após encontrar um pequeno vale entre as montanhas, finalmente Seneferu ordenou que os trabalhadores aplainassem o terreno por onde os blocos seriam empurrados, e foram formadas oito rampas ao redor do pequeno vale na encosta da montanha para construir suas três pirâmides, a de Meidum, a Curvada e especialmente a Pirâmide Vermelha de 105 metros de altura que é considerada a primeira pirâmide verdadeira do mundo, por ser lisa e de angulação precisa, de 43 graus. É nela que, segundo os arqueólogos, supostamente seu corpo foi enterrado. Um vale como este serve de exemplo, cuja profundidade deve equivaler a altura da pirâmide que se pretende construir. Vista do vale olhando-se de cima. A parte branca representa o vale. Os traços marrons representam as diversas rampas. Por se tratar de uma descida, elas podem até ser retilíneas e íngremes. Diversas rampas conferem ganho de tempo. Mas vamos abordar a construção da mais complexa e maior de todas as pirâmides, que é a Pirâmide de Quéops, seu filho, construída por seu neto e arquiteto Hemiunu, usando as técnicas inventadas por seu avô. Apesar de todos os méritos dessa técnica pertencerem a Seneferu, é muito mais interessante falar da mais enigmática e difícil das construções do mundo. Pirâmide de Quéops, a maior do mundo. Seus arquitetos cuidaram de dividir os operários em diversos grupos: oito equipes principais lideradas por um chefe empurrariam os blocos “ladeira abaixo” pelas oito rampas. Nesta figura você nota como é mais prático descer diretamente pelas rampas pesadíssimos blocos de mais de duas toneladas. Alguns chegavam a pesar 60 toneladas. Este é o método que tornou possível a execução desta magnífica obra. As rampas podiam ter formato de espiral. Também podiam ser em zigue- zague, e neste caso cada uma das oito rampas, ou mais, se encontravam, entrelaçando-se de modo a facilitar as manobras nas curvas. Se as rampas forem retilíneas, e não em zigue-zague, elas teriam que ser ou mais extensas ou mais curtas. Caso fossem mais curtas, deveriam ter uma inclinação mais íngreme, coisa que faria os blocos descerem mais rapidamente e com menos esforço, mas com cuidado para evitar acidentes indesejáveis. Na gravura mais acima que mostra um papiro, nota-se que haviam homens encarregados de molhar a areia à frente das estátuas ou blocos. Muitos físicos e arqueólogos sabem que este ato pode provocar dois efeitos distintos: facilitar ou dificultar o movimento dos blocos conforme a quantidade de água despejada. Se as rampas fossem de subida, a quantidade de água necessária para diminuir o atrito da areia com os blocos teria que ser extremamente precisa, porém, fisicamente possível em tese. Mas no nosso caso, em que qualquer outra quantidade de água freia e aumenta o atrito do bloco com a areia na descida é útil, pois em uma rampa retilínea ou em zigue-zague que seja íngreme, é prudente molhar a areia à frente dos blocos para se evitar que eles desçam abruptamente, coisa que causaria acidentes. Neste caso, não é necessária uma quantidade precisa de água... qualquer quantidade, abundante ou não, serve. Depois de construir as câmaras subterrâneas, os blocos do primeiro andar, ou seja, da base da pirâmide foram empurrados para o fundo do vale de Guizé(não confundir com o Vale dos Reis). Lá embaixo havia outra equipe encarregada de receber esses blocos e posicioná-los, tendo apenas o trabalho de movê-los no plano horizontal. Cada bloco era devidamente numerado e identificado. Assim, os chefes de equipe recebiam as ordens dos engenheiros para orientar a colocação de cada bloco em seu devido lugar. Isso era importante para os blocos dos andares superiores, pois para se formarem dutos de passagem de ar e pequenos corredores, se fazia necessário cortar cada bloco lá na pedreira de um formato diferente. Alguns tinham sulcos de maneira tal que encaixados uns ao lados dos outros, formavam dutos de passagem de correntes de ar. Outros já eram furados na pedreira, e na hora que chegavam à pirâmide, eram colocados enfileirados para formarem tais dutos. Blocos previamente esculpidos e identificados para serem organizados em suas devidas posições. Mas vamos voltar nossa atenção para o segundo andar. Depois de construir a base da pirâmide, vem o segundo andar de blocos. Ora..., se os operários que descem os blocos do segundo andar forem imprudentes, eles iriam continuar descendo os blocos pelas mesmas rampas pelas quais desceram os da base. Isso faria com que os blocos que deveriam ser do segundo andar fossem descidos até o mesmo plano horizontal dos blocos da base. Se eles tivessem feito isso, como fariam para levantar tais blocos e pô-los em cima dos blocos da base? São blocos de em média 2 toneladas... eles jamais poderiam fazer isso com a rapidez que sabemos que eles fizeram. Para resolver tal problema, eles faziam o seguinte: os blocos do segundo andar continuariam parados no topo da montanha, enfileirados ao redor da boca do vale. Por se tratar de uma pirâmide, sabe-se que a cada andar superior, diminui-se a quantidade de blocos. Por causa disso, já não são necessários tantos operários na equipe do fundo do vale,que fica empurrando na horizontal. Então alguns desses homens se juntam à uma outra equipe: a equipe de criação e manutenção das rampas de descida dos blocos. Para que os blocos do segundo andar desçam em cima dos blocos da base, é necessário que as rampas de areia e cascalhos sejam movidas um pouco em seu caminho final. Isso demanda mais areia e cascalhos, pois a rampa terá que ficar um metro e setenta centímetros mais alta, aproximadamente, e terá(opcionalmente) seu trajeto desviado em poucos centímetros por andar na direção do centro do vale. Este detalhe é muito importante por um motivo que explicarei quando descrever os últimos andares. Mas de onde virá toda essa areia e cascalhos necessários para aumentar a rampa de tamanho? Simples. Lembra-se que narrei que havia uma vasta cadeia montanhosa desde perto da atual Alexandria(antiga Racótis) até o sul, onde fica Assuã, de onde os granitos de Quéops vieram? Pois é dessas indesejáveis montanhas próximas que todo esse material veio. Porém, eles não poderiam, na obra de construção da Pirâmide de Quéops, retirar esse material de partes muito próximas ao vale. Pois se eles tivessem cometido tal erro, como então iriam, após construir Quéops, alargar o diâmetro do vale para construir as futuras pirâmides vizinhas, como a de Quéfren? Se sabemos que Quéfren tem quase a mesma altura de Quéops, fica evidente que eles retiraram estes materiais de outras partes. Do contrário, a pedreira teria diminuído de tamanho, e consequentemente a pirâmide de Quéfren não seria tão alta. Eles tentaram preservar ao máximo a altura(elevação) da beira do vale em pelo menos 150 metros ao menos durante a obra de Quéops. Após a construção desta pirâmide, aí sim, eles alargarão a boca do vale para ceder espaço para caber a próxima estrutura, que será a de Quéfren. E neste processo, quando se tornou por demais trabalhoso ou mesmo impraticável, trazer areia e cascalhos de pontos mais distantes para delinear as rampas, foi-se retirando tais materiais do topo da própria pedreira que formava o grande vale. Este foi o processo que aos poucos diminuiu a altura da pedreira. Em consequência disso, como nenhuma pirâmide pode ser mais alta do que o topo da pedreira que rodeia o vale, cada pirâmide subsequente era cada vez menor que a anterior. É por isso que naquele vale, Quéops é maior que Quéfren, que por sua vez é maior que Miquerinos... e assim por diante. No entanto, a Pirâmide Vermelha de Seneferu é maior do que a de Miquerinos, justamente porque ela foi construída em um lugar mais distante, usando outra pedreira como vale. Capítulo 3 - Explicações Adicionais Importantes e Observações Finais Devemos notar que a Técnica do Vale pode até não ter sido inventada por Seneferu, mas foi ele quem a aperfeiçoou e a usou em larga escala, até que não houve mais necessidade por parte da humanidade de usá-la, devido ao aumento da tecnologia com o passar dos séculos, especialmente pelos gregos e romanos. E se nós levarmos em conta o famoso incêndio na Biblioteca de Alexandria que destruiu milhares de papiros antigos riquíssimos nas mais variadas informações do mundo antigo, torna-se claro o porquê de tal Técnica ter sido esquecida pela civilização humana. E isso sem contar com a queima de papiros antigos e inscrições cuneiformes causados pela Santa Inquisição, que atrasou o progresso científico da humanidade em quase dois mil anos. Existem outras construções antigas ao redor do mundo, como o Santuário de Stonehenge, na Inglaterra; as estátuas da Ilha de Páscoa; e pirâmides monumentais e demais edificações esplêndidas dos Incas, Astecas e Maias nas Américas. Algumas de tais construções... não todas, obviamente usaram a mesma Técnica do Vale. Mas daí se faz uma pergunta: - Como então tantos povos distintos ao redor do mundo todo tinham conhecimento de tal método de Engenharia Antiga, se alguns de tais povos, como os sul-americanos se encontravam incomunicáveis pela distância e pelos oceanos com os ingleses e egípcios, para conhecerem e aprenderem tal método de construção? A resposta pode estar no fato de que a Técnica do Vale é muito mais antiga do que se pensa. Bem, pensemos juntos: segundo a Teoria da Evolução das Espécies, de Charles Darwin, e conforme achados arqueológicos e trabalhos rigorosos de historiadores, a civilização humana surgiu da África, toda ela. Todos os humanos têm um ancestral comum, e isto já está consolidado no meio acadêmico. Ou seja: não importa se somos brancos, negros, indígenas, amarelos ou mestiços, pois todas as raças advém dos mesmos ancestrais que se espalharam pelo mundo antes da Idade da Pedra. Estima-se então, que a Técnica do Vale deva ter sido criada, de forma ainda rústica, antes mesmo da Idade da Pedra, como um conceito intuitivo dos homo-sapiens primitivos de jogar pedras do alto de uma montanha para fechar a entrada de uma caverna empilhando as pedras umas sobre as outras. Dessa forma, eles conseguiam aprisionar predadores com iscas dentro de tais cavernas, enfraquecendo-os com fome e sêde após alguns dias, para depois matá-los com mais facilidade e se alimentarem. Com essa ideia inicial, o homo-sapiens observava que as pedras empurradas de cima para baixo criavam estruturas de elevada altura. Quando haviam faixas de terra entre os antigos continentes, e os humanos primitivos migravam pelo mundo antes do mar se elevar ao nível atual, tais famílias peregrinas que formaram os povos indígenas das Américas levaram consigo este importante conhecimento. Daí o motivo de algumas de suas obras terem sido feitas a partir de altas montanhas, esculpindo blocos no topo, e empurrando para baixo: um processo que obviamente diminui o tamanho de tais montanhas, que foram usadas como pedreiras. Muito ao contrário do que dizem os atuais arqueólogos, ao acharem erroneamente que os indígenas empurravam de baixo para cima, e é por esse erro dos arqueólogos, que eles são incapazes de explicar como eles faziam isso em tão pouco tempo com uma tecnologia tão rudimentar. Justamente porque os engenheiros modernos que auxiliam tais arqueólogos pensam tudo ao contrário! Ou talvez não sejam acostumados a pensar e, em vez disso, apenas se utilizam limitadamente dos conhecimentos adquiridos nas universidades onde se formaram, perdendo a capacidade imaginativa. Ou talvez por gostarem de complicar as coisas... ou mesmo quiçá por gostarem de mistérios... vai saber. É divertido que uma técnica tão simples como a do vale tenha sido esquecida e destruída pela humanidade, e que somente agora, através do presente livro, ela esteja sendo reavivada na memória do(a) leitor(a), a quem dedico tal livro... E espero que à pessoa que isto lê, caiba a inspiração para compartilhar tal tecnologia tão simples, porém capaz de realizar coisas tão grandiosas como as mais complexas das pirâmides, para que a humanidade recupere sua grandeza outrora perdida! Eu não sou muito bom em desenhar, mas na imagem acima, propus um esquema de construção com quatro rampas descendo em espiral, onde do lado externo ao círculo verde se encontra o topo da pedreira(montanha) de onde se esculpiu a maioria dos blocos. Dentro do círculo verde, começa a descida do vale, que se dá pelas quatro rampas(2 vermelhas, uma azul e outra preta). E no centro, a Pirâmide de Gizé, cujo topo tem a mesma altura que tem o topo da montanha. Obviamente, o topo da montanha era maior que 147 metros antes da obra, mas foi diminuindo de tamanho conforme se esculpiam novos blocos, até alcançar a altura de 147 metros, mesma altura da pirâmide, no final de sua obra, como mostra a montagem a seguir: Agora podemos desvendar facilmente como a Câmara do Rei, e também como as Stonehenges da Inglaterra foram construídas(assim como outras construções pelo globo, como as estátuas da Ilha de Páscoa, no Chile)... os desenhos abaixo são auto-explicativos: Depois de se removerem os blocos ao redor, que só serviam para criar a câmara do rei de cima para baixo com o mínimo de esfôrço, semprecisar erguer nem um bloco sequer, os operários continuaram colocando os demais blocos ao redor da câmara, com cuidado, tampando a mesma, e "fechando" a pirâmide. E foi assim que Seneferu, através de seu modelo em sua Pirâmide Vermelha, resolveu o problema para que Quéops criasse câmaras internas tão magníficas! Capítulo Final - Uma breve Mensagem Enviada do Mundo dos Mortos para o(a) Leitor(a) "Em primeiro lugar, quero definir o conceito de filósofo: filósofo é todo homem que pensa. E vou falar sobre um filósofo que tinha fama de ser ignorante e que até fizeram uma estátua dele refletindo a imagem de um ignorante: o Faraó Seneferu. Esse homem ignorante descobriu que para construir uma pirâmide com mais facilidade, seria muita ignorância querer erguer milhões de blocos de granito e calcário, construindo uma pirâmide de milhões de toneladas, empurrando tais blocos em uma rampa, para cima, contra a gravidade. Ele teve a ideia ignorante de encontrar um vale em uma montanha para descer os blocos pelas rampas feitas na encosta da mesma e construir suas duas pirâmides. Dessa forma, os blocos foram empurrados de cima para baixo a favor da gravidade com o mínimo de esforço e economia de tempo, ao contrário do que teria sido se o trabalho tivesse sido executado da forma que os nossos inteligentes arqueólogos sugerem: além de ser ignorante, ele também era preguiçoso. Este mundo realmente parece estar de cabeça para baixo. Do Ocidente, à luz do sol, Rá, Seneferu ri até hoje da inteligência e astúcia do homem moderno ... Ele observa e tenta entender como que os vivos dominam o átomo, mas conseguem ignorar a engenharia antiga, e ainda duvidam do nível de ignorância do pequeno Faraó Seneferu, cujo nome está esquecido... Para expandir o poder econômico do império, seria interessante se aquelas montanhas de 150 metros de altura entre Gizé, Cairo e Assuã desabassem em parte, para que ele pudesse aproveitar as enchentes do Nilo para desenvolver a agricultura do lado Noroeste do rio. Realizar um trabalho tão exaustivo apenas em troca de cerveja e pão não foi muito estimulante para os trabalhadores. Para animá-los, era preciso prometer a vida eterna ao lado do Faraó: isso é incentivo! Daí a ideia de construir pirâmides gigantescas. As pirâmides do Egito não eram o objetivo principal do faraó, mas apenas um meio de persuasão ... Isso é ser filósofo! Seneferu, o pai de Quéops, construiu as duas primeiras pirâmides como protótipos para testar seus conhecimentos de engenharia. Após esses testes, acumulou experiência e conhecimento em engenharia suficiente para seu projeto principal, que seria em Guizé. Ele viveu o suficiente para construir sua Pirâmide Vermelha, a primeira pirâmide bem-sucedida da história, com mais de cem metros de altura: um verdadeiro monumento para servir de tumba. Caberia a seu filho, Quéops, terminar a tarefa de percorrer o caminho até o Mediderrâneo, encerrando aquela cordilheira entre Gizé, Cairo e Assuã, facilitando o acesso ao futuro porto de Racótis(Atual Alexandria). No processo de construção das três grandes pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, a cordilheira, que servia de pedreira e rampas, diminuía a cada pirâmide construída: por isso, naquela região, cada pirâmide subsequente era menor que a anterior. E assim se fez a história e se perdeu o segredo da construção ..., mas desta vez, do Mundo dos Mortos, Seneferu resolveu mandar essa mensagem, porque estava entediado." - Assinado: Seneferu Pharaoh Fim Agradecimentos: Agradeço a Deus, pela iluminação e pela Luz... Agradeço a minha mãe, Maria Elena, pelo amor e pela Luz... Agradeço ao diabo, pelas dores da vida, que servem aos sábios para não se deixarem ofuscar pela Luz...
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