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PÓS-GRADUAÇÃO Análises de fundações profundas PÓS-GRADUAÇÃO Estaca broca e hélice contínua Bloco 1 Bianca Lopes de Oliveira Objetivos • Apresentar as características construtivas de uma estaca broca e hélice contínua. • Demonstrar o cálculo de capacidade de carga de estacas. • Exemplificar o dimensionamento de estacas e o posicionamento correto. Estacas • São elementos de fundação profunda que, com o auxílio de equipamentos e ferramentas, são cravados ou perfurados no solo. • Podem ser de madeira, aço, concreto, entre outros. Escolha do tipo de estaca • Níveis de cargas dos pilares e demais esforços. • Características do subsolo. • Existência de água. • Características do local da obra. • Características das construções vizinhas. Estacas moldadas in loco • Estacas tipo Franki. • Estacas escavadas sem lama bentonítica (estaca tipo Strauss, estacas de trado helicoidal e estaca broca). • Estaca tipo hélice contínua. • Estacas escavadas com lama bentonítica. • Estacas injetadas. Estaca broca Fonte: GrashAlex/iStock.com. • Estaca moldada no local após escavação do solo, utilizando, usualmente, trados manuais, como trado concha e trado helicoidal. • Pouca profundidade. • Acima do nível de água. Figura 1 – Escavação manual Processo executivo – Estaca broca • Escavação com o trado até a profundidade desejada. • Apiloamento do fundo. • Concretagem. • Colocação da armadura de espera. Vantagens e desvantagens – Estaca broca Vantagens: simplicidade de seu processo construtivo, rapidez, ausência de vibração e baixo custo. Desvantagens: • Não podem ser executadas abaixo do nível da água. • O concreto não pode ser inspecionado após a concretagem. • Desconfinamento do solo. Estaca hélice contínua Fonte: GrashAlex/iStock.com. • Estaca de concreto moldada in loco, executada pelo uso de um trado helicoidal, que é introduzido no terreno e, simultaneamente, é feita a injeção de concreto pela própria haste central do trado, sob pressão controlada. Figura 2 – Execução de estaca hélice contínua Processo Executivo – Estaca hélice contínua • Perfuração: cravação da hélice no terreno por rotação, continuamente, com torque adequado, até a profundidade estabelecida por projeto. • Concretagem: pelo interior da haste tubular, após a hélice atingir a profundidade desejada. • Colocação da armadura: é colocada na estaca logo após a concretagem. Vantagens – Estaca hélice contínua • Alta produtividade de execução, reduzindo o cronograma da obra. • Ausência de distúrbios e vibrações típicas de equipamentos a percussão. • Possibilidade de seu uso na maioria dos tipos de terrenos, exceto na presença de matacões e rochas, podendo ser executadas acima ou abaixo do lençol freático. • Ausência de detritos poluídos por lama bentonítica. Desvantagens – Estaca hélice contínua • Porte e movimentação do equipamento para a escavação da estaca. • Necessidade de uma central de concreto próxima ao local da obra. • Limitação do comprimento da estaca e armação. Capacidade de carga de uma estaca Fonte: elaborada pela autora. • Métodos empíricos: • Aoki-Velloso (1975). • Décourt-Quaresma (1978). • Método de Antunes & Cabral (1996). Figura 3 – Capacidade de carga de ruptura de uma estaca Método Aoki-Velloso (1975) A capacidade de carga de ruptura da estaca pelo método de Aoki-Velloso é: 𝑃𝑅 = 𝑈 𝐹2 .(∆𝐿 . 𝑁𝐿. 𝐾. 𝛼) + 𝑁𝑃. 𝐴. 𝐾 𝐹1 A carga admissível é calculada com um fator de segurança global igual a 2: 𝑃𝑎𝑑𝑚 = 𝑃𝑅 2 Método Decourt-Quaresma (1978) A capacidade de carga de ruptura da estaca pelo método de Decourt-Quaresma é: 𝑃𝑅 = 𝛼. 𝐶. 𝑁′𝑃. 𝐴 + 𝛽. 10. 𝑁𝐿 3 + 1 .𝑈. 𝐿 A carga admissível é calculada com um fator de segurança global igual a 2: 𝑃𝑎𝑑𝑚 = 𝑃𝑅 2 Método Antunes & Cabral 𝑃𝑅 = 𝑈.𝛽1. 𝑁. ∆𝐿 + 𝛽2. 𝑁𝑃. 𝐴 Onde: U é o perímetro da seção transversal do fuste. A é a área da projeção da ponta da estaca. β1 e β2 são obtidos na tabela 6; N é o número SPT. ΔL é o comprimento da estaca na camada. Com β1.N e β2.N em kg/cm² e β2.N ≤ 40 kg/cm². PÓS-GRADUAÇÃO Estaca broca e hélice contínua Bloco 2 Bianca Lopes de Oliveira Exemplo de cálculo Fonte: elaborada pela autora. • Calcular a carga admissível de uma estaca broca de 6 m, com 20 cm de diâmetro, com um ensaio de sondagem SPT conforme a figura ao lado. Figura 4 - Exemplo de cálculo Método Aoki-Velloso (1975) Fonte: elaborado pela autora. Quadro 1 – Cálculo de Aoki e Velloso ΔL (m) N (médio) K (kPa) α (%) ΔL.N. K.α 1,20 6 330 3,0 71,28 1,30 3 330 3,0 38,58 3,5 20 250 3,0 525 634,86 U = π.D = 0,628 m e A = 0,0314 m² Método Aoki-Velloso (1975) 𝑃𝑅 = 𝑈 𝐹2 .(∆𝐿 . 𝑁𝐿. 𝐾. 𝛼) + 𝑁𝑃. 𝐴. 𝐾 𝐹1 = 0,628 6 . 634,86 + 26.0,0314.250 3 𝑃𝑅 = 134,5 𝑘𝑁 Carga admissível: 67,25 kN. Método Decourt Quaresma 𝑃𝑅 = 𝛼. 𝐶. 𝑁′𝑃. 𝐴 + 𝛽. 10. 𝑁𝐿 3 + 1 . 𝑈. 𝐿 = 0,6.200.25.0,0314 + 0,65.10. 11 3 + 1 . 0,628.6 𝑃𝑅 = 208,5 𝑘𝑁 Utilizando Fs = 2 104,25kN Dimensionamento de estacas 𝑁 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎 • Centro de carga do pilar deve coincidir com o centro de carga do estaqueamento. • Bloco de coroamento com estacas de mesmo tipo e diâmetro. PÓS-GRADUAÇÃO Teoria em prática Bloco 3 Bianca Lopes de Oliveira Problema proposto • Dois desses pilares (30x30 cm) estão próximos entre sim, paralelos, distantes 150 cm de centro a centro. • Estacas hélice contínua de 0,30 m de diâmetro, com capacidade de carga admissível calculada de 700 kN. • Quantas estacas são necessárias para cada pilar, sabendo que a carga deles é de 2500 kN e 2200 kN, respectivamente? • Haverá sobreposição entre as estacas? Se sim, qual seria uma possível solução de disposição das estacas? Problema proposto Pilar 1: carga de 2500kN N= 2500 700 = 3,5 → 4 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎𝑠 Pilar 2: carga de 2200kN N= 2700 700 = 3,14 → 4 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎𝑠 Posicionando as estacas Fonte: elaborada pelo autor. Figura 5 - Sobreposição das estacas • Distância entre estacas de 3 x o diâmetro 3x0,30 = 0,90m. Solução Fazer um único bloco para os dois pilares. Somar as cargas: 2500 + 2200 7 estacas. Achar o centro de carga da carga dos pilares e centralizar no centro de um bloco de coroamento de 7 estacas, obedecendo a distância mínima entre elas. PÓS-GRADUAÇÃO Dica da professora Bloco 4 Bianca Lopes de Oliveira Assista à palestra Hélice contínua - como não cair no conto do vigário. Eng. Nelso Schneider Neto. Leitura de capítulo de livro • Leia o capítulo 9, Execução de fundações profundas, do livro: HACHICH, W.; FALCONI, F. F.; SAES, J. L. et al. Fundações – teoria e prática. São Paulo: Editora PINI, 1996. 750p. Referências ALONSO, U. R. Exercícios de fundações. 3 ed. São Paulo: Blucher, 2019. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6122: projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 2010. BARROS, N. B. F. Previsão de recalque e análise de confiabilidade de fundações em estacas hélice contínua. São Carlos, 2012. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo. HACHICH, W.; FALCONI, F. F.; SAES, J. L. et al. Fundações – teoria e prática. São Paulo: Editora PINI, 1996.
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