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XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 1 INFLUÊNCIA DO TEMPO DE ARMAZENAMENTO E IMERSÃO EM Á GUA NA GERMINAÇÃO DAS SEMENTES DE ROMÃZEIRA Eldelon de Oliveira Pereira, Matheus Fonseca de Sou za, Madlles Queiroz Martins , Leonardo Alvarez Junger , Ruimário Inácio Coelho. CCA-UFES/Departamento de Produção Vegetal, Alegre-ES Cx. Postal 16, eldelon_neo@hotmail.com, matheus-ufes@hotmail.com, agroline@hotmail.com, leo_alvarez86@yahoo.com.br, ruimario@cca.ufes.br. Resumo - A romãzeira (Punica granatum L.), pertencente à família Punicaceae, é uma planta frutífera muito utilizada como ornamental que reúne propriedades medicinais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do tempo de armazenamento e imersão em água, na germinação das sementes de Punica granatum L. Os estudos foram realizados na casa de vegetação do CCA-UFES/Alegre/ES. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com oito tratamentos, repetidos 4 vezes, com 25 sementes por parcela. Os tratamentos utilizados foram: T1 e T2 = 30; T3 e T4 = 60; T5 e T6 = 90; T7 e T8 = 120 dias de armazenamento a 8°C. Nos tratamentos pares as semen tes foram imersas em água destilada por 24 horas e em seguida semeadas. Para os tratamentos ímpares as sementes foram retiradas da geladeira e semeadas imediatamente. Os tratamentos T1, T2, T4 apresentaram os melhores resultados para o índice de velocidade de emergência não diferindo estatisticamente entre si. Semelhantemente ao IVE, os tratamentos que apresentaram melhores resultados para a característica percentagem de germinação foram T1, T2 e T4, não diferindo estatisticamente entre si. Palavras-chave: Armazenamento, frutífera, germinação, romãzeira, sementes. Área do Conhecimento: Ciências agrárias. Introdução A romãzeira (Punica granatum L.), pertencente à família Punicaceae, é uma planta frutífera muito utilizada como ornamental que reúne propriedades medicinais em folhas, casca da raiz e frutos (CORRÊA, 1978). Seus frutos apresentam pericarpo carnoso- coriáceo e contêm inúmeras sementes irregularmente facetadas (CORRÊA, 1978; BARROSO et al., 1999). É propagada por sementes, mas a propagação vegetativa por estacas lenhosas, através da alporquia é de fácil realização (DONADIO, 1998). Segundo Marin et al. (1987), a sarcotesta, por ser um material gelatinoso que envolve a semente, pode vir a comprometer sua germinação, tornando-a lenta e desuniforme. A remoção da sarcotesta de sementes da romãzeira pode ser feita com imersão das sementes em água por um período mínimo de 24 horas, seguida de lavagem em água corrente para a eliminação dos resíduos dessa mucilagem (Lopes et al., 2001). Sendo assim, a sua remoção torna-se um método viável para melhorar a qualidade fisiológica das sementes, como verificado em maracujazeiro (LUNA, 1984), mamão (MARIN et al., 1987), mangostão (NASCIMENTO et al., 2001) e romã (LOPES et al., 2001). O armazenamento constitui uma etapa na qual se deve procurar reduzir ao máximo a velocidade e a intensidade do processo de deterioração das sementes (KRON e MALAVASI, 2004), por isso, quando colhidas e beneficiadas as sementes devem ser armazenadas adequadamente, para que sua qualidade seja preservada (CARNEIRO e AGUIAR, 1993). Segundo Popinigis (1985), geralmente a longevidade é maior quando a semente é conservada com baixo teor de umidade e baixa temperatura. Carvalho e Nakagawa (2000) afirmam que o armazenamento das sementes sofre a influência de diversos fatores, relacionados à qualidade inicial da semente (vigor das plântulas ascendentes; condições climáticas durante a maturação das sementes; grau de maturação no momento da colheita; ataque de pragas e doenças; grau de injúria mecânica) e às características do ambiente (umidade relativa do ar ou teor de água das sementes; temperatura do ar; ação de fungos e insetos de armazenamento; embalagem). Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do tempo de armazenamento e imersão em água, na germinação das sementes de Punica granatum L. XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 2 Metodologia O experimento foi conduzido na casa de vegetação do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCA- UFES), localizada no município de Alegre-ES (altitude 254m, latitude sul 20º 45’ 49 “e longitude oeste 41º 31’ 58”). As sementes foram extraídas de frutos maduros, obtidos em pomar doméstico no município de Alegre/ES. Em seguida, foram despolpadas manualmente, até a completa remoção da sarcotesta, lavadas em água corrente, secas à sombra e transferidas para a geladeira, onde foram armazenadas à temperatura de 8 °C. A semeadura foi realizada em caixotes de madeira de 1,0 x 1,0m contendo areia lavada e esterilizada. As características analisadas foram: índice de velocidade de emergência e porcentagem de germinação aos 26 dias após a semeadura. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com oito tratamentos, repetidos 4 vezes, com 25 sementes por parcela. Os tratamentos utilizados foram: T1 e T2 = 30 dias de armazenamento a 8°C; T3 e T4 = 60 dias de armazenamento a 8°C; T5 e T6 = 90 dias de armazenamento a 8°C; T7 e T8 = 120 dias de armazenamento a 8°C. Nos tratamentos pares as sementes foram imersas em água destilada por 24 horas e em seguida semeadas. Para os tratamentos ímpares as sementes foram retiradas da geladeira e semeadas imediatamente. Para o cálculo da porcentagem de germinação (GER) utilizou-se a fórmula %G= (Ni x 100)/Ns, onde Ni é o número de sementes germinadas, onde foi considerada germinada a semente que emitiu fora do substrato e o Ns é o número de sementes semeadas. Para o cálculo do índice de velocidade de emergência (IVE) foram realizadas contagens diárias, à mesma hora, do número de plântulas emergidas, a partir da emergência da primeira plântula. As avaliações foram realizadas até o momento da última contagem e o cálculo do IVE foi feito segundo a metodologia proposta por MAGUIRE (1962): IVE = E1/N1 + E2/N2 + ... + En/Nn, em que: IVE = índice de velocidade de emergência; E1, E2, ... En = número de plântulas emergidas no dia, computadas na primeira, segunda, ... última contagem; N1, N2,... Nn = número de dias da semeadura à primeira, segunda,... última contagem. Os resultados foram submetidos à análise da variância e Teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico SAEG 9.1. Resultados Os tratamentos T1, T2, T4 apresentaram os melhores resultados para a característica Índice de velocidade de emergência não diferindo estatisticamente entre si. O tratamento T7 apresentou o resultado menos satisfatório, diferindo significativamente apenas do tratamento T1. Tabela 1 – Valores médios do Índice de Velocidade de Emergência (IVE) em dias, e Germinação em porcentagem. CCA-UFES, Alegre – ES, 2009. Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Semelhantemente ao IVE, os tratamentos que apresentaram melhores resultados para a característica percentagem de germinação foram T1, T2 e T4, não diferindo estatisticamente entre si. Discussão De acordo com os resultados para o Índice de Velocidade de Emergência, foi observado que o tratamento T1 diferiu estatisticamente apenas de T7, demonstrando uma redução na velocidade de emergência das sementes de romã com o armazenamento a partir dos 120 dias, sendo que os mesmos não diferiram dos demais (Tabela 1). Os tratamentos com imersão em água T2, T4, T6 e T8 apesar de não diferirem significativamente dos tratamentos sem imersão em água T3, T5, T7, apresentaram os melhores resultados quanto aoIVE, demonstrando que a imersão das sementes em água destilada por 24h acelera o processo de germinação, a partir do trigésimo dia. De acordo com Bewley e Black (1982), o grau de umidade é um dos fatores determinantes da dormência em sementes, pois o tegumento das mesmas torna-se progressivamente duro e impermeável à medida que o grau de umidade diminui (Tabela 1). Trat. IVE Germ. T1 0,8359 a 70,000 a T2 0,7691 ab 63,000 ab T3 0,5857 ab 34,666 c T4 0,6643 ab 50,000 abc T5 0,5841 ab 34,000 c T6 0,6487 ab 37,000 c T7 0,5554 b 28,000 c T8 0,6597 ab 44,000 bc Média 0,66662 45,419 CV% 14,314 22,277 XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 3 A maior porcentagem de germinação foi obtida pelos tratamentos T1, T2 e T4, não diferindo estatisticamente entre si. Com os resultados obtidos pode-se observar que as sementes de romãzeira reduzem seu potencial de germinação com o armazenamento. De acordo com Silva et al. (2001), sementes de jenipapo apresentaram decréscimos significativos na emergência de plântulas após seis meses de armazenamento em ambiente com 5ºC, independente do teor inicial de água. Aguiar (1982) salienta que a qualidade da semente não é melhorada sob condições ótimas de armazenamento. As técnicas modernas de conservação permitem apenas prolongar a vida útil da semente durante o armazenamento; todavia, o processo de deterioração será mais acelerado quando a semente armazenada apresentar qualidade inicial baixa, explicado pelo fato das sementes pertencerem à categoria de produtos deterioráveis, mas não perecíveis. Conclusão Os maiores valores de IVE e porcentagem de germinação foram obtidos pelo tratamento T1; O armazenamento reduziu a germinação das sementes de romãzeira; Sementes de romãzeira embebidas em água destilada por 24h precedendo a semeadura apresentaram os maiores valores de percentagem de germinação e índice de velocidade de emergência a partir do trigésimo dia. Referências AGUIAR, P.A.A. Armazenamento e conservação de grãos. In: Noções básicas de conservação. II Armazenamento e conservação em propriedades agrícolas. Petrolina: EMBRAPA/CPATSA, Circular Técnica, 10 . 31 p.1982. BARROSO, G. M.; MORIM, M. P.; PEIXOTO, A. L.; ICHASO, C. L. F. Frutos e sementes: morfologia aplicada à sistemática de dicotiledôneas. Viçosa: UFV, 443 p, 1999. BEWLEY, J.D., BLACK, M. Physiology and biochemistry of seeds. Berlin: Springer-verlag, v.2. 1982. CARNEIRO, J. G. A.; AGUIAR, I. B. Armazenamento de sementes. In: AGUIAR, I. B.; PIÑA-RODRIGUES , F. C. M.; FIGLIOLIA, M. B. Sementes florestais tropicais. Brasília: Abrates, p. 333-350. 1993. CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência tecnologia e produção. 4.ed. Jaboticabal: FUNEP, 588p. 2000. CORRÊA, P. M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, v. 5, p. 609-610, 1978. DONADIO, L. C.; NACHTIGAL, SACRAMENTO, C. K. Frutas exóticas . Jaboticabal: Funepe, 279p. 1998. KRON, N. G.; MALAVASI, M. M. Qualidade fisiológica de sementes de soja tratadas com fungicidas durante e após o armazenamento. Revista Brasileira de Sementes. Pelotas, 28: 91- 97. 2004. LOPES, K. P.; BRUNO, R. L. A.; BRUNO, G. B.; AZEREDO, G. A. Comportamento de sementes de romã (Punica granatum L.) submetidas à fermentação e secagem. Revista Brasileira de Fruticultura. Jaboticabal, v. 23, n. 2, p. 369-372, 2001. LUNA, J. V. U. Instruções para a cultura do maracujá. Salvador, Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia SA. 25 p. 1984. MAGUIRE, J. D. Speed of germination aid in selection and evaluation for seedlings emergence and vigor. Crop Sci. , v. 2, n. 1, p. 176-177, 1962. MARIN, S. L. D.; GOMES, J. A.; SALGADO, J. S. Recomendação para a cultura do mamoeiro cv. Solo do Estado do Espírito Santo. 3. ed. Vitória: s.ed., 64 p. 1987. NASCIMENTO, W. M. O.; TOMÉ, A. T.; CARVALHO, J. E. U.; MÜLLER, C. H. Comportamento fisiológico de sementes de mangostão (Garcinia mangostana L.) submetidas a diferentes períodos de fermentação da polpa. Revista Brasileira de Fruticultura. Jaboticabal, v. 23, n. 3, p. 735-737, 2001. POPINIGIS, F. Fisiologia da semente . AGIPLAN, Brasília, 289p. 1985. SILVA, R.C.M.; ALBUQUERQUE, M.C.F.; CALDEIRA, S. A F. Efeito do teor de água e do armazenamento na germinação de sementes de jenipapo (Genipa americana L.). Informativo ABRATES , Londrina, v.11, n.2,. p.75. 2001.
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