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fake news e ceticismo

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"Fake News e Ceticismo" ou "Matrix"
Em sua obra mais conhecida, o Tratado sobre os Princípios do Conhecimento Humano, de 1710, o filósofo irlandês George Berkeley defendeu uma teoria bem pouco intuitiva. Para Berkeley, o mundo material não existe. O que existem são as ideias na mente de cada pessoa. Quando olhamos pela janela, não percebemos casas, árvores ou montanhas. O que percebemos de fato são agregados de impressões.
São esses agregados de impressões que formam, em nossas mentes, a ideia de coisas materiais. Mas nós não podemos comparar as ideias na mente com coisas fora da mente. Nós só podemos comparar as ideias, na mente, com outras ideias, também na mente. O mundo material – se existe – permanece inalcançável. A teoria de Berkeley pode parecer absurda, mas não seria essa a nossa condição agora?
Percebemos o mundo, cada vez mais, através da mediação de imagens formadas por um agregado de pixels. Quando um vulcão entra em erupção, em alguma parte do mundo, o que percebemos diretamente não é o objeto material, mas uma imagem formada no visor do celular.
Mas essa imagem é real? Ela corresponde a alguma coisa de fato? Nós raramente estamos em condição de comparar o agregado de pixels com o vulcão de verdade. Tudo que podemos fazer é comparar o agregado de pixels com outras imagens virtuais. É como se nos víssemos naquela situação bizarra descrita pelo filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein nas suas Investigações Filosóficas, de 1953:
“... não tenho aqui nenhum critério de correção.”
“... como se alguém comprasse vários exemplares de um jornal para se assegurar de que o jornal diz a verdade.”
Como podemos então ter certeza de que não estamos sendo enganados quando lemos as notícias dos jornais? Afinal, nós só podemos contar, como critério de correção, com outras notícias para ler. As notícias, agora, existem predominantemente como agregados de pixels que nós só podemos comparar com outros agregados de pixels.
A mesma tecnologia, que é capaz de produzir coisas maravilhosas, pode também, com mais facilidade, gerar notícias falsas – também conhecidas como fake news. O problema não diz mais respeito apenas à produção de textos enganosos que se passam por notícias de verdade. O problema envolve também a geração de imagens de vídeos e arquivos de áudio que podem imitar de modo bastante convincente, por exemplo, um presidente da república comunicando na TV que o país está em guerra. 
As implicações éticas e políticas decorrentes do uso de novas tecnologias para a geração de fake news são tremendas. No entanto, neste capítulo, eu pretendo me concentrar numa questão ainda pouco explorada no debate contemporâneo sobre fake news. 
Minha intenção agora é mostrar que a existência e disseminação de fake news dependem menos do progresso tecnológico do que de uma atitude inconsequente – e ao mesmo tempo bastante antiga – que temos com relação às coisas que lemos e ouvimos na imprensa. 
O que torna o fenômeno das fake news objeto de intensa discussão atualmente não é apenas a falta de credibilidade dos sites em que elas se originam, mas o número de vezes que elas são compartilhadas. A responsabilidade pelas fake news, portanto, deve ser compartilhada também, em alguma medida, entre as milhares de pessoas que contribuem para a sua disseminação. Na discussão sobre fake news, devemos ter em mente também que esse não é um problema novo. Fake news são tão antigas quanto os próprios meios para comunicação de massa. E o modo como a sociedade lidou com esses problemas no passado talvez possa nos dar uma pista agora sobre como poderíamos lidar com essa questão no presente. Considere, por exemplo, a “notícia” sobre uma invasão de marcianos nos Estados Unidos.
Em outubro de 1938, Orson Welles produziu um dos mais famosos programas de rádio de que se tem notícia: a dramatização de A guerra dos Mundos, um livro de ficção científica publicado por H.G. Wells em 1898. A história original de H.G. Wells se passa em Londres, mas Orson Welles decidiu ambientar a sua própria versão de A guerra dos mundos na New Jersey de sua época. A escolha não foi casual, pois todos ainda tinham fresca na memória a tragédia do Hindenburg, o colossal dirigível alemão que havia explodido em New Jersey no ano anterior. Orson Welles instruiu o ator que interpretaria o jornalista que narra a chegada dos marcianos em New Jersey a ouvir várias vezes o registro da locução do jornalista que havia narrado, ao vivo, a tragédia do Hindenburg. 
Orson Welles sabia também que, em 1938, os americanos estavam apreensivos diante da possibilidade, não de uma “guerra dos mundos”, mas de uma nova “guerra mundial”. O medo de uma invasão alemã pairava no ar. Quando o programa de Orson Welles foi transmitido, ao vivo pelo sistema radiofônico da Columbia, o aviso de que se tratava de uma obra de ficção foi propositalmente curto, e muita gente pegou o programa pelo meio. O resultado, como vários jornais relataram no dia seguinte, foi pânico em várias partes dos Estados Unidos. Até que ponto também esse pânico não teria sido exagerado pelos próprios jornais da época, essa é uma questão que ainda divide os historiadores. De todo modo, muitas pessoas realmente acreditaram que o país estava sendo invadido por marcianos, pois as pessoas já estavam predispostas a acreditar em notícias sobre uma invasão iminente. A genialidade de Orson Welles consistiu em explorar esse medo.
A novidade nos dias de hoje, porém, é que o leitor faz parte do processo de veiculação das notícias. Não basta acreditar em manchetes que reforçam as crenças que já temos disponíveis na memória. É preciso compartilhar com outras pessoas o que acabamos de ler.
Por outro lado, a proliferação de fake news pode também talvez contribuir para a emergência do tipo de atitude necessário para combatê-las. Uma das principais consequências da “notícia” sobre a invasão de marcianos nos Estados Unidos foi que muitas pessoas se tornaram mais críticas com relação às coisas que elas ouviam nos programas de rádio. Afinal, não havia ainda nem duas décadas que o primeiro programa de notícias havia sido criado nos Estados Unidos. A compreensão do rádio como um instrumento confiável para o consumo de informação ainda estava em construção, exatamente como vem ocorrendo agora com as redes sociais e sites de notícias. O debate atual sobre as fake news, portanto, deveria contribuir, não tanto para que as fake news deixem de existir, ou para que elas sejam banidas das redes sociais, mas para que as pessoas, novamente, possam se tornar mais críticas relativamente às notícias que leem e compartilham na internet.
A existência de fake news exige, a meu ver, não tanto novos sistemas de controle ou censura, mas a emergência de uma cultura que torne as pessoas mais críticas relativamente ao bombardeio de informações a que somos expostos todos os dias. Já mal nos damos conta disso, mas quando começamos a usar e-mails cotidianamente, começamos também a receber uma quantidade enorme de spams. O problema continua existindo, é verdade, mas me parece que, passados mais de vinte anos desde a popularização de e-mails como forma cotidiana de comunicação, adquirimos uma habilidade para identificar sem muita dificuldade o que conta e o que não conta como uma mensagem confiável. A meu ver, com o tempo, o mesmo pode ocorrer com a nossa capacidade para identificar fake news.
No texto de 1710, Berkeley se pergunta o seguinte: “Pois como se pode saber se as coisas que são percebidas são conformes às coisas que não são percebidas, ou existem fora da mente?” Talvez não possamos saber isso e, no final das contas, tenhamos de conviver com essa dúvida. Mas a dúvida pode, por outro lado, contribuir para pensarmos duas vezes se é ou não de nosso interesse repassar adiante as “notícias” que nos chegam pelas redes sociais. Uma boa dose de ceticismo, como o filósofo René Descartes propôs há mais de trezentos, é o primeiro passo para evitar sermos enganados por outras pessoas – ou até mesmo por um gênio enganador. 
O que é o ceticismo?
Normalmente, pensamossaber várias coisas a respeito do mundo, dos outros homens e de nós mesmos. Por exemplo, eu sei que o computador está sobre a mesa, que meu filho está feliz brincando, que estou sentado em uma cadeira e que estou pensando enquanto escrevo. Todos nós sabemos uma infinidade de coisas desse tipo. Sabemos, também, uma série de coisas que aprendemos na escola e que as ciências nos ensinaram, por exemplo,
que a baleia não é um peixe, mas um mamífero, e que a Terra é o terceiro planeta a partir
do Sol.
Muito dessas coisas que sabemos creditamos à filosofia e à ciência, que tem por objetivo a descoberta da verdade. Em geral, uma filosofia ou ciência caracteriza-se por ser um discurso teórico com teses e afirmações a respeito do mundo. Os filósofos e cientistas acreditam que esse discurso seja um conhecimento do mundo mais correto e profundo que o conhecimento do senso comum, que seria inseguro e superficial.
O ceticismo, no entanto, é um tipo particular de filosofia. Ele não se define por defender um conjunto de teses sobre as coisas, nem pretende ser um conhecimento. A característica principal do cético é manter uma atitude crítica diante da pretensão de ter descoberto a verdade. Desconfiar e questionar aqueles que dizem ter descoberto a verdade é a marca registrada do cético.
A filosofia e a ciência sempre se pautaram por ser uma investigação racional, visando estabelecer a verdade de algumas teses e a falsidade de outras por meio de uma argumentação rigorosa e imparcial, baseada em experimentos e na racionalidade.
Segundo os céticos, contudo, não somos capazes de julgar se uma tese filosófica ou científica é realmente verdadeira. Não há nenhuma garantia de que conhecemos aquilo que dizemos que conhecemos. Segundo os céticos, não sabemos nada, não temos certeza de nada e podemos colocar tudo em dúvida. Tudo o que nos resta é suspender o juízo, isto é, deixar de omitir opinião sobre o que é verdadeiro ou falso.
Por que, entretanto, o cético pensa que não sabemos todas essas coisas que pensamos saber? A pessoa que tem a crença verdadeira deve ser capaz de dar uma boa razão para a sua crença, deve ser capaz de justificá-la adequadamente. A justificação é, assim, um elemento essencial no conhecimento.
O cético vê problemas nisso. Ele pergunta se nossas crenças não poderiam ser falsas, ao contrário do que usualmente julgamos. Além disso, mesmo supondo que muitas sejam verdadeiras, essas supostas crenças verdadeiras não poderiam ser justificadas. 
Podemos conhecer os sentidos?
O ceticismo nos convida a examinar melhor como conhecemos o mundo. A experiência visual desempenha um papel fundamental no nosso conhecimento do mundo e na justificação que damos para esse conhecimento. Os seres humanos percebem as coisas por meio de seus cinco sentidos externos: visão, audição, tato, olfato e paladar.
Naturalmente, os mecanismos dos sentidos são diferentes, mas todos têm algo em comum: as coisas agem sobre nossos órgãos sensoriais, que, ao serem modificados de certa maneira, reagem a esse estímulo externo, produzindo em nós uma sensação. Trata-se de um processo causal. Entre o objeto físico no mundo e a sensação há uma longa cadeia causal de eventos naturais.
A ciência nos explica os detalhes desse processo, por exemplo: a visão de uma mesa.
Uma fonte luminosa emite raios de luz e a mesa reflete alguns desses raios, mas não todos. Esses raios atravessam o ar (um meio translúcido) e, passando pelo cristalino, sofrem uma refração, convergindo na retina. A combinação do resultado da ação dos raios sobre cada uma das células oculares é fundamental para a composição da informação que será enviada ao cérebro. Impulsos elétricos transmitem as informações selecionadas até o cérebro, que, a partir daí, produz uma imagem visual que será, finalmente, classificada como a percepção de uma mesa.
Esse processo é bastante complexo e eficaz. Os sentidos são como janelas abertas às coisas, deixando entrar informações precisas e adaptando-se para percebê-las como elas são. Eles permitem, assim acreditamos, conhecer as coisas. Para saber qual é a forma e a cor de uma mesa, basta olhá-la.
Porém, diz o cético, é fundamental notar que no processo que gera a visão de uma mesa, há uma enorme diferença entre a mesa e a nossa percepção da mesa. E isso não nos deve espantar, já que esse processo, ainda que complexo e eficaz, é muito precário e sujeito a variações e deformações para que possa nos dar, no final, uma informação verdadeira sobre sua causa inicial. Uma mesa só é vista se iluminada por uma fonte que lhe é externa.
A nossa sensação de cor pode ser alterada, por exemplo, pela cor da luz incidente no objeto. Como é bem sabido, a luz negra, usada em festas, deixa todos os dentes bem brancos, quando, expostos à luz natural, eles têm aspecto amarelado. Até a quantidade pode alterar a coloração do objeto: pouca água aparece como “transparente; quando há muita água nós a vemos esverdeada, azulada ou negra. Uma moeda vista de frente parece redonda, mas vista de lado afigura-se oval; uma torre, de longe, tem o aspecto redondo e, de perto, quadrado. O tamanho do objeto aparentemente varia, dependendo da distância. E o que dizer sobre o sabor? Um vinho pode parecer doce, mas, se estamos doentes, o gosto é similar ao amargo. O adoçante, se misturado, tem gosto adocicado, mas se o tomamos puro, amargo.
O que tais observações sobre a variação das sensações indicam é que essas podem não revelar a cor, o gosto, o cheiro, a forma etc. do objeto — isto é, pode ser que o objeto seja diferente da maneira como o percebemos. Das diferentes sensações, somente uma poderia corresponder ao objeto. Mas qual? Como escolhê-la? Teríamos que compará-la ao objeto, mas nosso único acesso aos objetos é por meio dos sentidos e, assim, não temos como comparar nossas sensações ao objeto tal como ele é em si mesmo, independentemente de como o percebemos. Não podemos confiar nos sentidos, nem dizer que eles representam fielmente como as coisas são. Chegamos, assim, à conclusão de que aquilo que julgamos conhecer a respeito das coisas por meio dos sentidos pode não ser um conhecimento.
Vivemos na Matrix?
As hipóteses céticas são outro ponto de apoio para importantes argumentos contra o conhecimento. Considere a hipótese cética de que nós poderíamos ser “cérebros em uma cuba”. Segundo essa hipótese, cada um de nós seria apenas um cérebro imerso em uma cuba, ligado a um supercomputador, criado e controlado por cientistas manipuladores, capaz de receber e enviar impulsos para esse cérebro. O supercomputador enviaria, por meio de fios e cabos, certos impulsos que seriam interpretados pelo cérebro como sensações e percepções exatamente iguais às que temos no nosso contato com o mundo.
O supercomputador receberia impulsos provenientes do cérebro, os identificaria e responderia como o mundo responde, de tal forma que seria impossível para esse cérebro saber se ele de fato tem um corpo que está em contato com coisas ou se é somente um cérebro imerso em um balde ligado a um supercomputador. O filme Matrix desenvolve essa hipótese.
Não estamos sonhando?
Outra hipótese cética é a de que podemos estar sonhando no presente momento. Em muitos sonhos, temos a nítida impressão de que tudo ali existe e é real. Se sonho com um dia ensolarado e quente, creio firmemente, enquanto durmo, que aquela praia e aquele mar existem e que posso neles passear e mergulhar. Na verdade, não há uma linda praia com mar esverdeado na qual caminho. De fato, estou mais ou menos parado em minha cama, à noite. Se comparo com cuidado o que percebo em meus sonhos e o que percebo durante a vigília, não constato nenhuma diferença importante. Nos sonhos, eu caminhava, isto é, eu me movia deliberadamente; minhas ações eram fruto de minha vontade e eu as comandava como comando agora meus dedos sobre o teclado do computador; nos sonhos, eu via claramente pessoas e distinguia objetos, tal como agora vejo a xícara de café ao lado do livro. Tanto no momento em que eu sonhava, quanto agora ao escrever, minhas percepçõespersuadem-me por completo de que o mundo é tal como o percebo.
Todas as características das percepções da vigília são ou podem ser reproduzidas pelas percepções do sonho. Assim, é bem possível que o que eu julgo existir agora não exista de fato.
Mas alguém poderia dizer que, quando despertos, não acreditamos mais no que sonhamos. É bem verdade que, agora, não creio mais naquilo com que sonhei; mas, no momento preciso em que sonhei, eu acreditava neles tanto quanto creio na existência de meu computador nesse instante. Por isso mesmo, pode ser que, agora, isso em que creio firmemente pode não existir. Na verdade, eu posso estar sonhando com essa xícara de café e, ao meu lado, existir somente um despertador.
Os céticos não propõem essas hipóteses para sugerir que elas poderiam ser verdadeiras ou prováveis. Ninguém crê que, de fato, podemos ser cérebros em uma cuba ou que isso tudo seja um sonho. Tais hipóteses servem somente para mostrar que não sabemos aquilo que pensamos saber. Enquanto persistir a suspeita de que o mundo pode ser bem diferente de como nos parece, não podemos garantir que sabemos aquelas coisas as quais supomos saber. Se não conseguirmos excluir a possibilidade de que somos cérebros em uma cuba ou estamos sonhando, então não poderemos afirmar que sabemos, por exemplo, que há árvores no mundo, pois poderia ser o caso de haver somente imagens virtuais de árvores.

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