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TRABALHO DE CURSO – PROJETO DE PESQUISA Etapa 1 – Resumo da ideia FILOSOFIA DO ABSURDO E A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A COMPREENSÃO DA DIMENSÃO DO HOMEM RESUMO: O presente trabalho pretende analisar a condição de absurdidade na concepção camusiana; esse sentimento de estranheza diante do mundo e o mal-estar sentido frente as questões sem sentido, as quais geram a revolta relacionada a muitos atos que absorvem nossa existência. Esse absurdo mostra o confronto entre a irracionalidade do mundo e a necessidade de clareza e de racionalizar que se encontra no homem --, convergindo para a denominada pulsão de morte. Esta análise refletirá, principalmente, sobre a relação existente entre homem e mundo e as consequências advindas desta. E ainda, como o homem pode se colocar, conduzir-se e viver tantas imposições, considerando que a proposta camusiana propõe a superação do que está posto sem uma suposição divina ou racional, crendo ser capaz, apenas, numa posição moral. Problema: O absurdo relatado por Camus mostra o confronto entre a irracionalidade do mundo e a necessidade de clareza e de racionalizar que se encontra no homem --, convergindo para a denominada pulsão de morte e da infelicidade? O que o leva a rebelar-se? Objetivo geral: Compreender e considerar como os diversos cenários envolvidos em tantas controvérsias da vida humana como um todo, exercem e oferecem impossibilidades de ação e atuação do homem, tornando sua existência inexpressiva. Objetivos específicos: 1- Compreender o conceito de absurdo, de revolta e morte, em Camus; 2 – Elencar possíveis correlações de impossibilidades existenciais e o conceito de absurdidade; 3 – Observar a condição de dominação e a imposição como agentes de revolta pela infelicidade sofrida; 4 - retomada corajosa do homem na busca de seus ideais. Metodologia: Análise das obras de Camus (O homem revoltado; O mito de Sísifo, O primeiro homem) sobre o conceito de absurdidade, revolta, morte e moral, comparando- os aos acontecimentos e condições da vida humana. Leitura de artigos e teses relacionados à ideia do absurdo, da felicidade, morte e revolta, segundo a concepção camusiana. Resultado: Responder à pergunta do trabalho quanto ao conceito de absurdidade em Camus poder contribuir para a compreensão da dimensão do homem, e refletir sobre a relação existente entre homem e mundo e as consequências advindas desta. REFERÊNCIAS CAMUS, A. O Mito de Sísifo. Rio de Janeiro: Record, 2004. , A. O Homem Revoltado. Rio de Janeiro: Record, 1997. ETAPA 2 INTRODUÇÃO E CAPÍTULO I A FILOSOFIA DO ABSURDO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A COMPREENSÃO DA DIMENSÃO DO HOMEM INTRODUÇÃO “Proclamo que não creio em nada e que tudo é absurdo, mas não posso duvidar de minha própria proclamação e tenho de, no mínimo, acreditar em meu protesto. A primeira e única evidência que assim me é dada, no âmbito da experiência absurda, é a revolta” - CAMUS, O Homem Revoltado. A absurdidade da condição humana é tratada na obra de Camus como sendo uma condição dolorosa e de precariedade, revelada numa existência sem sentido, ligada a um sentimento de abatimento do espírito e à condição de revolta --, dada a impossibilidade de ação e da não liberdade do ser, como relata o autor: [...] se o absurdo aniquila todas as minhas possibilidades de liberdade eterna, também me devolve e exalta, pelo contrário, minha liberdade de ação. Tal privação de esperança e de futuro significa um crescimento na disponibilidade do homem. (CAMUS, 2004, p. 68). Assim, o conceito de absurdidade na obra de Camus apresenta-nos dois pontos: o absurdo, revelado ao ser como o problema de incapacidade que está consciente ao homem, e a revolta, que surge exatamente dada esta condição de impossibilidade de ação desse ser, frente a tantas imposições e barreiras por ele encontradas. Considerando que Camus não acredita ser possível explicar esta condição de absurdidade através da razão, mas somente pelo viés moral, onde é entendido de maneira subjetiva, o ser se constrói a si mesmo, independente do que for posto como código fixado socialmente, como se pode observar em: [...] não que a nostalgia lhe seja alheia [ao homem absurdo]. Mas prefere a ela sua coragem e seu raciocínio. A primeira lhe ensina a viver sem apelo e a satisfazer-se com o que tem, o segundo lhe ensina seus limites (CAMUS, 2004, p. 80). Em (PINTO, 1988, p.160), relaciona-se como sendo a contemplação de uma vida sem expressividade a este sentimento de absurdidade --, visto em Camus como: [...] Transposto para o interior da escrita de quem contempla a própria vida e procura expressar sua própria intuição do absurdo, esses exemplos de estilização transformam- se em invenção de si. Viver expressando o absurdo será a forma de duplicar a existência, de corrigí-la sem jamais negar o impulso que impele à criação. Para Foucault, o modo existencial destacados em suas obras, O uso dos prazeres e O cuidado de si, esclarece o modo peculiar dos comportamentos, compreendendo-os como uma arte de viver: [...] Estamos bem longe de uma forma de austeridade que tende a sujeitar todos os indivíduos da mesma forma, [...], sob uma lei universal [...]. As poucas grandes leis comuns da cidade, da religião, ou da natureza permanecem presentes, mas como se elas desenhassem ao longe um círculo bem largo no interior do qual o pensamento prático deve definir o que convém fazer. E para isso ela não tem necessidade de algo como um texto que faça as leis, mas de uma techné ou de uma "prática" de um savoir-faire que, levando em conta os princípios gerais, guie a ação no seu próprio momento, de acordo com o contexto e em função de seus próprios fins. Portanto, não é universalizando a regra de sua ação que, nessa forma de moral, o indivíduo se constitui como sujeito ético; é ao contrário, por meio de uma atitude e de uma procura que individualiza sua ação que modulam e que até podem dar um brilho singular pela estrutura racional e refletida que lhe confere. (FOUCAULT, 1988, p. 59). Na obra O Mito de Sísifo o autor tece um elogio à vida associando-a a ato de ser feliz, ainda que na condição absurda de viver. Mas, ainda assim, reagir de forma racional aos acontecimentos advindos do mundo e às muitas opressões que ocorrem aos indivíduos a todo momento, propiciam e encaminham o ser ao desejo de morte e consequente suicídio. Como se observa na obra Homem Revoltado (1951), Camus evidencia a absurdidade vista em o Mito de Sísifo e, ao mesmo tempo, elabora e rejeita, tanto a violência quanto a opressão exercida sobre os indivíduos. No entanto, não há evidências de que a problemática da condição de absurdidade se revela na vida do homem, como sendo a característica mais marcante, existente nas variadas situações e barreiras que a todo instante, o ser humano é submetido. Mas, considerando as muitas experiências e vivências, as quais não são racionais, mas realmente vividas e sentidas, trazendo a sensação de absorvência da existência e a ineficácia dos esforços humanos em realizar seus desejos, acredita-se, no mínimo, ter estas alguma influência na psiquê e nos sentimentos de inadequação do homem. Fica no entanto, evidente, que esse homem, sujeito desta absurdidade, nunca terá total clareza e compreensão absoluta de sua condição de ação e liberdade, para ser e fazer no mundo. Faulkner (1929) – em O Som e a Fúria -, comenta sobre a obra camusiana: “Camus dizia que o único verdadeiro papel do homem, nascido em um mundo absurdo, era viver, ter consciência de sua vida, de sua revolta, de sua liberdade.” E o próprio Camus explicou como havia concebido o conjunto de sua obra : “No início eu queria exprimir a negação. Em três formas: romanesca — foi O estrangeiro; dramática— Calígula. O equívoco; ideológica — O mito de Sísifo. E previa o positivo em três formas também : romanesca — A peste; dramática — O estado de sítio e Os justos; ideológica — O homem revoltado. Já entrevia uma terceira categoria, em torno do tema do amor.” Desta maneira, o homem encontra-se como que obrigado a viver uma vida de maneira lúcida e de encarar sua existência conscientemente, já que não pode se eximir do reconhecimento e da condição de uma vida absurda. Viver sem nada que simbolize um aspecto divino ou mesmo o próprio Deus a comandá-lo, sua valoração moral e social inexistem. Nesta condição, ele é livre para fazer uso de suas escolhas, podendo assim, agir de maneira a se transformar. Ele estará livre da moral e dos valores impostos de orientação de suas ações. No entanto, não se pode afirmar com convicção que todo homem agirá assim, desconsiderando a existência de Deus. O aspecto trágico da condição de uma vida inexpressiva e vazia e da indiferença existencial em alguns, pode ser ou não potencializado e evidenciado de maneiras distintas de homem para homem e de como cada um se conscientiza dessa inexpressividade. 1.1 Justificativa Para compreender o conceito de absurdo em Albert Camus, assim como a separação que o autor afirma existir entre o homem e o mundo --, onde os indivíduos são lançados e entregues à própria sorte, como que responsáveis por construir e dar sentido às suas vidas, num estado de abandono --, buscou-se elaborar esta pesquisa. Para tanto, no intuito de entender como pode o ser se construir e identificar- se como humano --, mesmo diante de tanta negação e tanta desesperança --, esta pesquisa foi elabora a fim de vislumbrar um sentido de algo que leve o homem ao despertamento e conscientização desta condição de no mundo viver, mas dele não ser parte, pois não há como constatar aspectos de sua humanidade. 1.2 O problema do absurdo O absurdo é o homem trágico diante do espelho. (CAMUS, Cadernos II, p.88) O absurdo relatado por Camus mostra o confronto entre a irracionalidade do mundo e a necessidade de clareza e de racionalizar que se encontra no homem e em sua condição de viver, convergindo para a denominada pulsão de morte e da infelicidade. Como sobreviver a isto? o que o leva a rebelar-se? De acordo com o próprio autor: [...] A história dos homens como um todo nada mais é, de qualquer sorte, que uma longa luta até a morte pela conquista do prestígio universal e do poder absoluto. Em sua essência, ela é imperialista. Estamos longe do bom selvagem do século XVIII e do contrato social. No som e na fúria dos séculos, cada consciência, para existir de agora em diante, deseja a morte do outro. Além disso, essa tragédia implacável é absurda, já que, no caso da aniquilação de uma das consciências, a consciência vitoriosa deixa por isso mesmo de ser reconhecida, pois não pode ser reconhecida pelo que não existe mais. Na realidade, a filosofia do parecer encontra aqui o seu limite (Albert Camus, 2011, p. 168). Para Reale & Antiseri (2006, p. 5): [...] os problemas filosóficos, portanto, existem, são inevitáveis e irreprimíveis; envolvem cada homem particular que não renuncie pensar. A maioria desses problemas não deixa em paz: Deus existe, ou existiríamos apenas nós, perdidos neste imenso universo? O mundo é um cosmo ou um caos? A história humana tem sentido? e se tem, qual é? ou então, tudo – a glória e a miséria, as grandes conquistas e o sofrimento dos inocentes, vítimas e carnífices – tudo acabará no absurdo, desprovido de sentido? [...] Eis, portanto, alguns problemas filosóficos de fundo que dizem respeito às escolhas e ao destino de todo homem e com os quais se aventuraram as mentes mais elevadas da humanidade, deixando-nos como herança um verdadeiro patrimônio de ideias, que constitui a identidade e a grande riqueza do Ocidente. 1.3 Objetivo Gerais Compreender e considerar como os diversos cenários e ocorrências que envolvem a vida humana, exercem e oferecem impossibilidade de ação e atuação do ser, tornando sua existência inexpressiva, banal e absurda. 1.4 Objetivos Específicos Objetiva-se nesta pesquisa: - explora r o conceito de absurdidade em Albert Camus para melhor entender a condição de homem absurdo; - identificar os tipos de acontecimentos que serão agentes disparadores para o suicídio ante a percepção e conscientização da separação existente entre o homem e o mundo; - determinar possível relação existente entre uma vida sem sentido, absurda e a ideação do suicídio; - elencar a possibilidade de uma ética no homem absurdo. 1.5 Fundamentação Teórica Albert Camus foi um dos pensadores mais expressivos no cenário francês. Suas obras demonstravam a incoerência existente entre os acontecimentos que ocorriam numa Europa repleta por inúmeras ideologias vigentes e aquilo que produzia. Sua obra denominada “OEstrangeiro “e a “Peste” deram-lhe reconhecimento, além do Prêmio Nobel em 1957. Estas obras foram divididas pela crítica, em quatro fases: 1º- Período da literatura solar (“O Avesso e o Direito”, “Núpcias” e o “Verão”. 2º - A Fase do Absurdo (“O Estrangeiro”, “O Mito de Sísifo” e “Calígula”. 3º - A Fase da Rebeldia (“A Peste, “O Estado de Sítio”, “Os Justos” e “O Homem Revoltado”. 4º - A Fase da Solidão e a Dúvida (“A Queda, o “Exílio e o Reino” e “O Primeiro Homem”. Em Oliver Todd (1988), afirma-se que obra de Camus existe uma constante, referente ao tema do homem privado da ideia de Deus, consciente da condição limítrofe de tradução da realidade pela razão. Isto é, da possibilidade de significar e dar sentido a existência, mas não tendo o recurso do divino ou da razão absoluta. Surge, então, o problema do suicídio. Sartre, no prefácio da edição portuguesa de ‘O Estrangeiro, escreve’: [...] “certo é que o absurdo não está no homem nem no mundo, se o tomarmos separadamente; mas, como é o caráter essencial do homem o estar-no-mundo, o absurdo é, em suma, unitário com a condição humana. Por isso, não é em primeiro lugar o objeto de simples noção: é a iluminação desolada que no-lo revela. Então, se sabemos recursar o socorro enganador das religiões ou das filosofias da existência, temos algumas evidências essenciais: o mundo é um caos, uma “divina equivalência que nasce da anarquia”; -- não há amanhã, visto que se morre. “...num universo subitamente privado de ilusões e luzes, o homem sente-se um estrangeiro”. E, algumas folhas depois, ele continua: “O absurdo fundamental manifesta antes um divórcio: o divórcio entre a aspirações do homem à unidade e o dualismo intransponível do espírito e da natureza, entre o impulso do homem em direção ao eterno e o caráter finito de sua existência, entre a preocupação que é sua própria existência e a inutilidade de seus esforços. A morte, o pluralismo irredutível das verdades e dos seres, a ininteligibilidade do real, o acaso, eis os polos do absurdo”. Já em Camus, o suicídio ou a vida são possibilidades para o homem, a partir do seu estado e percepção e consciência do absurdo. É após esta condição de consciência que o homem é capaz de decidir ou optar sobre a vida ou a morte; se há possibilidades de conviver com o mundo e de nele estar. Será possível viver sem esperança, sem Deus ou condição de ilusão? quais circunstâncias evidenciam e favorecem o distanciamento do homem para com a existência? É a partir da observação do absurdo pelo homem que o questionamento a respeito do suicídio surge como possibilidade para a vida inexpressiva. O homem, incondicionalmente sem ação e sem atingir seus ideais, visualiza uma aparente e ilusória solução para substituir a realidade: o hábito, que aqui, assemelha-se a uma aparência de realidade oferecendo possibilidade para a existência. Mas, inevitavelmente, em certo momento dessa existência, odescompasso existencial entre aquilo que ele vê e o que realmente aspira, se evidencia. Novamente o suicídio se apresenta como possível saída para seus questionamentos. A partir de então, e conforme aparece nas obras de Camus com certa constância, somente será possível três atitudes para representar e justificar o abandono pela vida: a morte do corpo, a morte da alma ou da psique ou apegar-se à esperança de vida. Segundo Camus, baseado nesta constatação o homem pode encontrar uma ética própria, um princípio de unidade para uma vida mais humana. É o princípio da solidariedade que, de acordo com o autor, descreve: [...] o que nos deixa tão sós em um estado de desamparo e solidão é justamente o que fornece o ensejo para o homem reconhecer no outro a si e daí concluir que não estamos sós. Ele menciona a condição de revolta como sendo: [...] nos revoltamos (com nossa própria condição), por isto existimos. O fato de o absurdo atingir sem diferenciação todos os homens torna possível que todos eles compartilhem um mesmo logos, no qual todos se tornam um e encontram na ausência de sentido objetivo, o sentido que os une, que lhes fornece um propósito. Em outras termos, o encontro no absurdo fornece o ambiente necessário para que o homem encontre sua humanidade com suporte no princípio revolta- solidariedade. É no ato de perceber e se conscientizar sobre o absurdo que o humano se aparta de uma vida mecânica, sem sentido. De acordo com Camus, esta é uma visão única da realidade, o que ajuda a evitar a opção de morte. Para ele, a relação entre esses conceitos oportuniza o desvendar do limite da razão humana, posteriormente, permitindo conviver de forma consciente com a limitação --, sendo este o caminho para a vida e não para amorte. 1.6 Procedimentos Como delineado na introdução desta pesquisa, o objetivo maior é compreender o conceito de absurdidade em Camus a fim de identificar possíveis causas que levam ao suicídio, as quais são decorrentes da sensação de inexpressão e ausência de sentido na existência do homem. Assim, a partir da análise de textos encontrados em dissertações e projetos de pesquisas relacionados ao tema, e das obras do próprio autor e outros que expressam seus conceitos, procurou-se responder a questões como: a precariedade humana e a existência inexpressiva do homem absurdo pode contribuir para o suicídio? o sentimento de estranheza do ser em relação ao mundo pode ser entendido como? quais as consequências para a vida do homem a partir da sua conscientização de uma vida absurda? como ocorre e a partir do que se dá a revolta do homem? Desta forma, baseado nas leituras dos textos em questão, procurou-se delinear um esquema que possibilitasse a análise do objeto de pesquisa, resultando no discorrer propriamente dito destas situações que propiciam a fragilidade do ser e sua incapacidade de reagir, até que se conscientize da mecanicidade que sua vida se tornou e da necessidade de reação para que se possa dar sentido e significado à sua existência. 2 Desenvolvimento CAPÍTULO I O DESPERTAR DO SENTIMENTO DE ABSURDIDADE NO HOMEM Apesar de muitos pensadores e teóricos daquela época considerarem Albert Camus como filósofo, ele sempre declarou claramente não se ver nem como filósofo, nem como um existencialista. Isto em 1945 foi dito pelo próprio Camus, durante uma entrevista a uma revista denominada Servir, onde dizia-se totalmente diferente daquilo que achavam ele ser: [...] eu não sou um filósofo. Não creio suficientemente na razão para acreditar num sistema. O que me interessa é saber como é preciso conduzir-se. E mais precisamente, como podemos nos conduzir quando não cremos nem em Deus nem na razão. Segundo Camus, [...] O existencialismo tem duas formas: uma, com Kierkegaard e Jaspers, desemboca na divindade pela crítica da razão; outra, que chamarei de existencialismo ateu, com Husserl, Heidegger e Sartre, culmina também numa divinização, mas que é simplesmente a da história, considerada como único absoluto. Não se acredita mais em Deus, mas acredita-se na história. De minha parte, compreendo bem o interesse da solução religiosa e percebo particularmente a importância da história. Mas não creio nem em uma nem em outra, em sentido absoluto. Camus se dizia um artista, tendo uma filosofia à sua maneira. Amigo de Sartre, estava ligado ao existencialismo, mas recusava se intitular existencialista porque, segundo ele, já que esta filosofia não podia ultrapassar a angústia ou o sentimento de abandono do ser, ele não assumiria este conceito. Apesar disso, Sartre e Camus discursavam sobre o conceito de absurdidade em relação ao mundo. Mas, suas concepções diferenciavam-se muito. Na obra de Camus, o absurdo era tido como sendo o drama existencial da humanidade. Segundo o que ele relatava, o absurdo era uma maneira que ele encontrara de fazer com que a consciência sobre a não existência de sentido no mundo se mantivesse viva. Ele dizia não haver diferença entre arte e filosofia, como segue: [...] os filósofos antigos (e com razão) pensam muito mais do que leem. É por isso que se detêm tanto no concreto. [...]. Hoje se lê mais do que se pensa. Não temos filosofias, mas unicamente comentários. [...] ao ponto de que um livro de filosofia que hoje aparece sem se apoiar em nenhuma autoridade, citação, comentário etc., não será levado a sério (CAMUS, 1964, p. 72). Viver é fazer que o absurdo viva. Fazê-lo viver é, antes de mais nada, olhá-lo. Por isso, uma das poucas posturas filosóficas coerente é a revolta, o confronto perpétuo do homem com sua própria escuridão. Ela é a exigência de uma transparência impossível e questiona o mundo a cada segundo. [...] Ela é a presença constate diante de si mesmo. [...] Essa revolta é apenas a certeza de um destino esmagador, sem a resignação que deveria acompanhá-la (CAMUS, 1965b, p. 138). Em Camus, o homem se descobre enquanto no estado de revolta e identifica ser este o motivo de sua concientização, o saber-se lúcido à sua condição de absurdidade no mundo. No entanto, Camus pensa a desconstrução do homem, isto é, a noção de sua existência e de como ela se dá e é realizada, do interior para o exterior. “A consequência da revolta é recusar a legitimação do assassinato, já que, em seu princípio, ela é protesto contra a morte.” Camus, O Homem Revoltado, O Assassinato Niilista Nele, a filosofia da absurdidade encontra-se bipartida, ou seja, antes de 1930, na escola Francesa e a outra, de acordo com Kierkegaard, por volta de 1850. Como Albert Camus, Soren Kierkegaard escrevia a partir de suas vivências e tudo o que ocorria na sua existência, assim como, do sentimento depressivo que o atingiu, relacionado às experiências com as mortes vivenciadas. Ele denominava sua filosofia como da vida, de modo aos acontecimentos ocorridos no seu existir. Em Kierkegaard, o conceito de ansiedade e de absurdo, relacionavam-se ao homem como sendo um ser de santidade o qual buscava um encontro com Deus perante a percepção de desesperança e de necessidade de salvação. Na sua obra “O Desespero Humano” o assunto básico é a desesperança do ser e da necessidade de realizar uma escolha que o faça se conscientizar da própria existência no mundo. Possuir um fim próprio e uma vontade que se fundamentasse racionalmente lhe possibilitaria agir e viver como um ser individual neste mundo. Nesta obra, esse desespero era entendido como uma relação entre si e a morte. Para Kierkegaard, o pior quepoderia ocorrer com o ser enquanto vivo, era o estado em que ele se encontrasse em desespero. Diferentemente de Camus, o filósofo dinamarquês, entendia o absurdo ligado à questão de um salto para a fé, através da admissão de uma existência divina. Para ele, se poderia explicar a fé, enquanto finita, através da infinitude que existe na divindade. Para Camus, a revelação desse homem absurdo e suas relações ao longo de sua existência, o qual foi condicionado a viver uma vida repleta de problemas e barreiras existenciais, ocorre como em seu tempo, permeado por guerras, crises, muitas doenças e dificuldades, como ele mesmo relata: [...] Cada artista mantém, assim, no fundo de si mesmo, uma fonte única que alimenta durante a sua vida o que ele é e o que ele faz. [...] por mim, sei que a minha fonte está em O Avesso e o Direito, nesse mundo de pobreza e de luz em que vivi por muito tempo [...] (CAMUS, O Avesso e o Direito, Pref. 1954). Esta luta travada entre essas forças contraditórias, entre a necessidade de estar só e a busca da comunhão com o outro, vai se efetuando no mais íntimo do ser, na profundeza da condição humana. Esta dor constante, interminável e irremediável, pode ser a causa e a fonte onde se originam as mais ricas criações, podendo ainda, conduzir o sujeito aos descaminhos, onde loucura e morte são elementos inseparáveis, como nos fala Clarice Lispector, nas vivências relatadas em suas obras: [...] “É preciso ter conquistado o universo das identificações simbólicas da linguagem, enquanto referências, para descermos a esses subterrâneos sem nos perdermos nele: “A solidão, a mesma que existe em cada um me faz inventar. E haverá outro modo de salvar-se? Senão o de criar as próprias realidades?”. São os extremos de uma mesma ponte que interligam a angústia do nascer e angústia de morrer, ligadas por um elo que não se desfaz. Ali, neste lugar, escoa-se nossa vida, marcada pela existência simultânea e ambivalente, de mesma intensidade desses extremos. Nesses dois momentos ou estas duas ideias correlacionadas a uma mesma coisa e que se opõem mutuamente, o sujeito se vê obrigado a cumprir e suportar o que lhe foi imposto como uma pena por existir: haverá de cumprir, para continuar a viver, um investimento de modo a refazer ou reatar seus laços a fim de transpor sua solidão e, ao mesmo tempo, libertar-se deles, abandoná-los para existir e sobreviver. É assim que, neste confuso e emaranhado caminho, buscando tanto o prazer, a felicidade e a separação e negação da dor, que o ser vai elaborando e construindo seus laços, seus afetos, se vendo no outro e, através do hábito de se solidarizar-se, se mantém e suporta o absurdo da vida para não se entregar e sucumbir. CAPÍTULO II AS BARREIRAS E IMPOSSIBILIDADES QUE GERAM O ABSURDO O mundo em que vivo repugna-me, mas sinto-me solidário com todos os homens que nele sofrem. Albert Camus Albert Camus, em O Mito de Sísifo (2004), inúmeras vezes anuncia a condição que traz ao homem, sensações que o fazem reviver o sentimento de absurdo. São experiências e acontecimentos que o levam a se confrontar com a condição de absurdidade. Pode ocorrer a qualquer momento e os sinais deste resurgimento e destas sensações podem se relacionar com atitudes desumanas do dia a dia, a morte de um ente querido, o sofrimento em vista de alguma incapacidade e o sentimento de não pertencimento --, ocasionando a sensação de estranheza. Tudo isto são as barreiras e impedimentos que surgem como muros, de acordo com Camus, inibindo e bloqueando a ação do ser. Diversos “fatos”, diferentes experiências podem trazer à tona o absurdo. A qualquer hora, “numa esquina qualquer, o sentimento de absurdo “pode bater no rosto de um homem qualquer”. (CAMUS, 2004, p. 25). Em Camus (2004, p. 28), o passar dos anos na vida do homem, durante o seu envelhecimento e, quanto mais velho ele vai ficando, começa a entender que morrerá e, apesar de querer muito viver, transcender tais barreiras e dar continuidade à sua vida, ele se depara com o absurdo. São tantas dificuldades e impedimentos, mas ele quer viver e quer que sua vida seja longa, quer ter muito mais tempo para desenvolver seus ideais. Vai imaginando sua vida no futuro, elaborando e sonhando com dias que poderão não vir. [...] na idade que torna mais duro o trabalho das mãos, quando este não é meramente mecânico. Essa dor [o cansaço] anunciava-lhe também a velhice. Lá onde os músculos atuam, o trabalho acaba sendo maldito precede a morte e, nas noites de grandes esforços, o sono é justamente como a morte. (CAMUS,1997, p. 69). Esta sucessão de acontecimentos trás ao homem a constatação maior: pertence a um determinado momento, e assim sendo, é temporal. Passa a viver uma dualidade aterrorizante, onde o tempo é vida e, numa perpectiva mais assutadora, é morte. Esta é, portanto, a condição mais certa e evidente na vida do homem --, ele é mortal (CAMUS, 2003, p. 307). A partir desta condição de lucidez surge em sua vida um cenário adverso. Ele se depara com a realidade inevitável: está envelhecendo. Diante de tal realidade, resta-lhe a angústia de saber que está a caminho do fim. O que lhe resta fazer a partir de agora, senão aguardar o sono final? (CAMUS, 1997, P. 27). É então, revelado ao homem, o seus limites e impossibilidades, não o permitindo nenhum motivo para crer que poderá esperar qualquer coisa do futuro. Não se pode mais, sequer, sonhar? Em Camus (1994, p. 114), o autor afirma que a juventude é uma soma de possibilidades. Ele diz a respeito de uma certa idade, os trinta anos, que é, simultaneamente, o auge da juventude e o começo do fim (CAMUS, 28), o Mito de Sísifo. Já em O avesso e o direito – (2003), Camus faz uma analogia da vida do homem relatando a estranheza de um viajante em uma cidade que nada lhe é familiar, onde uma sensação enauseante lhe acomete, enquanto vai vagando por ruas e pessoas totalmente estranhas. Vai percorrendo os lugares sem conseguir distinguir nada que lhe pareça familiar. Tudo isso vai gerando e trazendo ao viajante, uma sensação de afastamento do que lhe é característico. Ele não consegue se reconhecer ou identificar nada que lhe seja próprio. Sente, então, o medo e o vazio dos hábitos. Não há prazer na viagem. Assim, o autor vai discorrendo sobre a inumanidade do homem dada a sua atitude mecânica perante a vida não refletida e sem sentido. Para ele esses são “os muros do absurdo”, formados pelo tempo, pela desumanidade dos homens e o estrangeirismo. Ao se chocar com estes muros o homem percebe sua condição limítrofe, frágil e absurda. CAPÍTULO III A RELAÇÃO ENTRE O SUICÍDIO E O PENSAMENTO(...) há várias maneiras de suicidar-se, uma Não se pode negar, portanto que os homens temem a morte. A privação da vida é certamente a pena suprema [...]. O medo da morte surge do fundo mais obscuro do ser, o devasta; o instinto de vida, quando é ameaçado, se afoba e se debate nas piores angústias. (CAMUS, 1965, Réflexions sur la guillotine, p. 1032). das quais é a doação total e o esquecimento da própria pessoa. (Camus,2004,p.86). Segundo Camus, viver é morrer a cada dia que se finda. Esta forma de perceber a vida encaminha o homem a uma contradição constante. Ao mesmo tempo em que ele vai percebendo estas questões da existência, ele passa a sentir certa aversão pela vida. É nesse momento que Camus afirma a possibilidade do vínculo entre aquilo que o homem pensa e o suicídio. Ou seja, quanto mais ele constata sua condição e a contrariedade da vida, mais ele imagina a morte. Camus denomina isto de raciocínio absurdo, o qual é capaz de anular as esperanças, a satisfação e a paz do homem. No entanto, Camus relata que a ausência de alguma coisa que signifique a vida não é um incentivo à morte, e sim, à vida. De acordo com esta visão camusiana, a coerência está em dar manutenção a vida, ainda que por várias vezes e, diariamente, o absurdo ocorra na existência do homem. Isto é o mesmo que imaginar que, sem a presença da vida não haverá absurdo ou motivo para a revolta. Camus afirmava que ao se tirar a vida, na verdade, se efetua a fuga da responsabilidade de suas ações e das muitas possibilidades que a existência pode oferecer. Entende-se, portanto, que o autor não tinha uma visão negativa e desfavorecida da vida, considerando que ele afirmava só poder existir sentido absurdo no caso de haver vida. Desta maneira, ele denominava o suicídio como sendo voluntarismo para a morte, evidenciando claramente, a não condição de motivos ou razões para viver. No entanto, ainda que o homem esteja em situações reais de dificuldade e crise, como, por exemplo, a perda de um parente, ele se atém à vida e não quer perdê-la, antes, quer lutar por ela e fazê-la perpetuar, segundo o que Camus declara em “O Mito de Sísifo”: [...] “o juízo do corpo tem o mesmo valor que o do espírito e o corpo recua diante do aniquilamento”. Amanhã, tudo vai mudar, amanhã. De repente, ele descobre que amanhã será igual, e depois de amanhã, e todos os outros dias. E essa irremediável descoberta o esmaga. São ideias semelhantes que nos fazem morrer. Por não conseguir suportá-las, as pessoas se matam – ou, quando se é jovem, fazem-se frases sobre elas”. (CAMUS, O Avesso e o Direito, A ironia) Nesta obra, Camus revela claramente, a necessidade de se refutar as questões do dia a dia, ou seja, deixar os atos mecânicos e rotineiros, sem sentido. Ele relata quanto as questões que realmente devem ser consideradas essenciais em relação à vida diária, o que nos possibilitará o entendimento e ao encaminhamento pelo amor à existência. Considerando que o raciocínio absurdo visa levar ao homem a desconsiderar e anular a própria vida, é preciso evitá-lo, a fim de que haja esperança para a condição humana. É devido à busca de alguns filósofos como Chestov, Kierkegaard e Jasper, no alívio baseado numa particularidade religiosa, que Camus os critica pois, segundo ele, a condição absurda pode ocorrer por uma inspiração religiosa ou pela racionalidade. Isto por que, ainda que se negue este absurdo através da razão ou da religião, todo homem deseja a eternidade. A isto ele denominava “suicídio filosófico”, pois, a partir do instante que se une o absurdo ao aspecto divino, acaba-se por negar o achado filosófico, já que os conflitos e as inquietações sobre a existência do homem findam. Para Camus (1942, p. 51): [...] “partindo do absurdo sobre os escombros da razão, num universo fechado e limitado ao humano, divinizam o que os esmaga e acham razões para esperar naquilo que os despoja” Segundo Camus, o ato do suicídio é o resultado lógico frente ao absurdo, já que esse ato de suicidar-se é a não condição de uma solução para o absurdo. O autor relata que neste momento, quando o homem decide pela morte é sua confirmação de que a vida o venceu. Que não houve respostas aos seus questionamentos e às complexidades vivenciadas. Para Camus, esta é a morte voluntária, ou ainda, a demonstração da não motivação para viver. Para que haja sentido em continuar vivendo, será necessário uma investigação do absurdo vivenciado, resultando assim, na negação do suicídio. De acordo com Camus (2011, p. 16): [...] “a última conclusão do raciocínio absurdo é, na verdade, a rejeição do suicídio e a manutenção desse confronto desesperado entre a interrogação humana e o silêncio do mundo. O suicídio significaria o fim desse confronto, e o raciocínio absurdo considera que ele não poderia endossá-lo sem negar suas próprias premissas. Tal conclusão, segundo ele, uma fuga ou liberação. Mas fica claro que ao mesmo tempo, esse raciocínio admite a vida como único bem necessário porque permite justamente esse confronto, sem o qual a aposta não encontraria respaldo. Para dizer que a vida é absurda, a consciência precisa estar viva”. CONSIDERAÇÕES FINAIS A paixão e o valor pela vida não acaba na inexistência de sentido, culminando com o suicídio. Se analisarmos do ponto de vista de Camus, matar-se ou suicidar-se, nada mais é que evidenciar a falta de preparo para reagir às exigências da existência. Camus relata que o homem deve enfrentar e reagir às barreiras que essa existência lhe oferece, pois isto possibilitará o confronto com a absurdidade. O autor deixa claro que, ainda que não haja sentido na existência humana, o ato do suicídio é o símbolo maior das muitas inquietações e dúvidas a respeito de haver ou não, significado em tudo o que ocorre na vivência do homem. Ou seja, o suicídio como meio que acabará com a dúvida relacionada ao sentido de sua existência não é, jamais, a solução para esse problema. Esse ato é a condição de exterminar e destruir completamente a própria vida. O autor relata que este sentimento ocorre ao coração do homem nos momentos em que ele se encontra angustiado e inquieto pelas circunstância que, aparentemente, não poderão ser transpostas, gerando pensamentos de tormento. Camus relata que o absurdo, por ser lógico, não pode ter como resposta, o suicídio. Assim, ele sugere que a revolta é a resposta à condição de absurdidade, pois é contrária a renúncia e desistência da vida. Rebelar-se contra algo é requerer que se atenda ou satisfaça, é manifestar e fazer saber o seu direito. É ansear e querer antes, a liberdade e não a renúncia do que lhe seja devido. Já o suicídio, por conter em sua essência a destruição, não pode ser considerado como meio para se superar o absurdo da vida, mas de exterminá-la. Portanto, a percepção e conhecimento do absurdo deve considerar o enfrentamento entre o mundo e o homem, sendo a via que determina a permanência e continuidade de sua vida. É buscar e fazer oposição à tirania e a um movimento infindável de opressão, que têm como fundamento o terror e a condição servil, tentando silenciar e apagar a esperança de um amanhã melhor. É romper corajosamente com a mentira de que não vai dar, que não há futuro. Esta revolta é o desejo de liberdade a qual se opõe veemente à servidão esubserviência. É a revolta que justifica a criação e não a destruição. REFERÊNCIA CAMUS, A. A Peste. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1950. A. O Estrangeiro. Lisboa: Edição Livros do Brasil, 1997. , A. O mito de Sísifo: ensaio sobre o absurdo. 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