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ADAPTACAO CELULAR E LESAO CELULAR REVERSIVEL

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Victória de Souza Damasceno Castro 
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ADAPTAÇÃO CELULAR E LESÃO CELULAR REVERSÍVEL
· Introdução
· O que é Patologia?
A patologia é o estudo (logos) da doença (pathos). Mais especificamente, a patologia está voltada ao estudo das alterações estruturais, bioquímicas e funcionais nas células, tecidos e órgãos que fundamentam doença. Sendo um termo utilizado para referenciar processos patológicos em curso, sejam entidades conhecidas com quadros sintomáticos e sistêmicos bem estabelecidos (EX: Hipertensão Arterial Sistêmica, Tuberculose, Melanoma) ou processos inespecíficos que ainda necessitam de investigação para determinação da causa, do tratamento e evolução da doença (EX: Miocardiopatia, Virose, Neoplasia).
A patologia é fundamental para o diagnósticos avançados e complexos, completando a investigação clínica. 
	Para chegar ao diagnostico precisa saber como o processo se desenvolveu, a patogenia. EX: Fumar causa câncer de pulmão (Fumar é o agente e o desenvolvimento da doença é a patogenia).
**Agentes agressores geram a patogenia e essa é responsável por causar alterações Arquiteturais nas estruturas celulares para juntas os dados clínicos e assim chegar a um diagnóstico. Para chegar ao diagnóstico é necessário o entendimento da patogenia. 
BIÓPSIA: Retirada de um fragmento de tecido do paciente. Possível analisar as células dentro do tecido.
· Adaptações Celulares
As células tem a capacidade de se adaptar quando estão sofrendo algum tipi de injúria.
A célula se mantem em equilíbrio homeostático o tempo todo, quando exposta a algum tipo de estresse ela sofre adaptação. Quando a adaptação é eficiente e o estresse removido a célula volta ao normal, ao seu equilíbrio. No entanto, se o estresse não for removido e a capacidade de adaptação chegar ao limite, a célula pode sofrer lesão, a capacidade de adaptação reduz e ela acaba sofrendo danos na sua função e na sua estrutura.
A lesão celular pode ser considerada reversível, quando ela é leve e transitória, ou irreversível quando é intensa e progressiva. Quando a lesão evolui de maneira irreversível a célula morre por necrose ou apoptose. 
Se as adaptações celulares não forem suficientes, a célula passa a sofrer lesão, podendo essa ser reversível ou irreversível. 
· HIPERTROFIA 
Excesso de nutrição, a célula aumenta de tamanho devido ao aumento do volume celular e consequentemente leva ao aumento do órgão. 
Esse aumento é decorrente da produção de componentes estruturais e proteicos da organela, a organela aumenta e assim a célula também. 
Não há aumento no número de células e sim do seu tamanho.
Pode ser estimulo fisiológico, natural, mediante a estímulos hormonais e mecânicos, exemplo a gravidez, as fibras do endométrio ficam maiores. Pode ser também patológico, exemplo a Miocardiopatia hipertrófica, hipertrofia do musculo cardíaco, o coração precisa fazer mais força para conseguir ejetar o sangue e assim ficando cada vez mais hipertrofiado e o volume de sangue que chega na câmara cardíaca diminui. 
Foto 1 útero normal com células no tamanho normal.
Foto 2 ÚTERO GRAVÍDICO com célula maiores.
Miocardiopatia Hipertrófica, o coração se adapta devido ao aumento da PA, causa a hipertrofia da musculatura e aumenta suas células diminuindo o espaço das câmaras. Em casos de persistência de hipertensão arterial sistêmica sem controle, pode evoluir para um quadro de lesão celular inicialmente reversível, ocorre o deposito de gordura nas estruturas GAP, chamando de esteatose. Se a esteatose não for controlada, ocorre a lesão irreversível, necrose das células, morte celular. (Na foto é possível observar na área esbranquiçada da figura). 
O estimulo para a hipertrofia pode ser externo ou interno.
· HIPERPLASIA 
Qualquer condição que promove o aumento do número de células do tecido, as células se mantem do mesmo tamanho porem em maior quantidade. Consequentemente ocorre aumento do órgão.
Ocorre em células lábeis que apresentam células tronco de reserva na membrana basal que se replicam de acordo com a demanda. Ocorre principalmente em células de mucosa e revestimento. 
Pode ser fisiológico (hormonal ou compensatório) ou patológico (hormonais e fatores de crescimento). Se houver persistência dos fatores fisiológicos pode acabar gerando um estimulo patológico. 
A hiperplasia é feita de forma controlada, ele pode crescer e gerar novas células até certo ponto (sendo até então benigno), se esse limite se excede pode gerar processo patológico, podendo ocasionar um erro, mutação na célula e formando uma célula maligna. Por isso a hiperplasia pode acabar promovendo a carcinogênese.
A hiperplasia ocorre no endométrio no período pré-menstrual. 
Exemplo de hiperplasia compensatória: Multiplicação das células hepáticas a fim de gerar um crescimento da área retirada do fígado. 
· ATROFIA 
Consiste na ausência da nutrição, leva a diminuição do tamanho das células por diminuição dos componentes estruturais. 
CAUSAS:
-Diminuição do estimulo mecânico ou endócrino 
-Diminuição do suprimento sanguíneo 
-Desnervação
-Diminuição da nutrição
-Compressão tecidual
A ativação da via Ubiquitina-Proteassoma leva a degradação de proteínas celulares e a célula diminui de tamanho. 
 As células iniciam processos catabólicos, consumindo todos os recursos disponíveis para manter sua integridade: Autofagia
· METAPLASIA 
Condiçaõ em que a célula responde ao estimulo nocivo com alterações estruturais.
Trata-se de um processo reversível e de adaptação.
O tecido sofre um injuria e devido ao tecido que ele tem não consegue suportar, assim com suas células da membrana basal começam a se replicar e formar tipos de células com especialidades diferentes para tentar responder a injuria e se adaptar. O perigo é a replicação formar células malignas. 
Esse tipo de adaptação ocorre muito com a síndrome do refluxo gastresofágico, esôfago de Barrett, onde há epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. Essa doença é caracterizada pelo refluxo do sulco gástrico para o esôfago, o epitélio do esôfago não consegue suportar essa injuria tendo a necessidade de se adaptar, sofrendo metaplasia para conter células capazes de suportar a injuria. 
Foto 1 Esôfago normal 
Foto 2 Presença da mucosa que está sofrendo a injuria, tendo a presença de epitélio duodenal dentro do esôfago (metaplasia intestinal), com presenças de células caliciformes para produzir o muco e tentar suportar a acidez do sulco gástrico. 
A característica da metaplasia é a transdiferenciação do tecido de determinado órgão. Nesse exemplo o esôfago sofreu transdiferenciação para epitélio duodenal. 
Se essa metaplasia não for controlada, pode evoluir para gastrite, ulceras e uma possível porta de entrada para transformação maligna. 
Em casos de ulceras, o tecido não conseguiu se adaptar, pode acabar gerando uma lesão irreversível. O esôfago de Barret é um precursor para lesões malignas. 
Metaplasia Escamosa Ocorre no pulmão, as células pulmonares convencionais passam por transdiferenciação e passa a ser um epitélio escamoso. As células cilíndricas do tecido convencionam produzem o muco, assim com essa diferenciação diminui a produção de muco. Ocorre principalmente em pessoas fumantes. 
Epitélio intestinal Ocorre no esôfago pela transdiferenciação para epitélio duodenal rico em células caliciformes devido o refluxo gastricoesofagico.
A vantagem da metaplasia é a adaptação da injuria e controla-la, porem se ela perder o controle e não tiver o controle da causa a transdiferenciação pode formar alguma célula maligna. 
· Lesão Celular 
Ocorre quando a célula não consegue se adaptar ou se adaptação exceder o limite.
Quando o dano é leve ou transitório a lesão e reversível. 
Causas de Danos Celulares:
-Ausência do suporte de O2 Isquemia, Anemia, Redução da Ventilação
-Agentes Químicos: Venenos, drogas (medicamentos geram desequilíbrio homeostático), poluentes, excesso de O2.
-Agentes Infecciosos: HPV...
-Reações Imunológicas: doenças autoimunes, reações alérgicas 
-Fatores Genéticos
-Desequilíbrio Nutricional: Ausência do suporte sanguíneo,falta O2 e nutrientes nas células
-Agentes físicos
-Envelhecimentos 
· Manifestações de Lesões Reversíveis 
Essas lesões começam com Tumefação(inchaço)/Alteração Hidrópica/Degeneração Vacuolar. 
Se a adaptação celular não for suficiente ou a injuria persistir as células começam a sofrer lesões, o primeiro dano que é possível observem é a Tumefação. 
Alguns órgãos, como Fígado, rim e coração, são responsáveis pela metabolização de gordura, assim essa degeneração vai resultar em acumulo de gordura, chamado de esteatose. Essa deposição de gordura é intra celular. 
A destruição dos núcleos é o começo do processo de morte celular. A morte celular pode ser de duas formas: Necrose ou Apoptose 
· Causas de Lesões Celulares 
A célula pede sua função antes de morrer. Ao sofrer a injuria a célula perde sua função e após 1 ou 2 minutos sem função ela morre, para notar a morte celular demora cerca de 30 min, em alguns órgão pode demorar horas para que a célula perca seu núcleo e a morte seja notada.
4 fatores que promovem a morte celular: 
-Dano a membrana da célula 
-Disfunção Mitocondrial Pode gerar espécies reativas de O2 pela diminuição do ATP, levando ao estresse oxidativo. Ocorre a tumefação de imediato devido a uma disfunção na bomba de sódio e potássio. 
-Desequilíbrio de cálcio Influxo de cálcio pelas 3 vias, geando uma lesão na membrana ou no núcleo ou redução do ATP
-Dano a proteína do DNA
Quando a célula morre ocorre a deposição de cálcio. 
Primeiro ocorre uma eosonofilia do citoplasma, célula rosada, e uma picnose celular, núcleo pequeno, e posteriormente a cariorexe, fragmentação do núcleo, e o estágio final é cariólise, célula já com a ausência de núcleo.
A falta de O2 pode gerar mecanismo diferentes e causar danos diferentes na célula. 
As espécies reativas de oxigênio e radicais livres liberados devido a alguma injuria, promove reações moleculares orgânicas e inorgânicas que vai gerar estresse oxidativo. Quando a célula está sobre estresse Oxidativa geral lesão, quanto mais espécie reativa de O2 mais recruta radicais livres que recrutam mais espécies reativas, potencializando o estresse oxidativo, essa reação é em cadeia. 
O estresse oxidativo gera efeitos patológicos, alteração na membrana, desnaturação de proteína e mutações do DNA. 
· Dano Celular na Hipóxia 
Redução do aporte de O2, tem uma redução progressiva de ATP, causando disfunção de estruturas. 
Quando o paciente sofre isquemia ele vai ter um tipo de lesão diferente da gerada pela hipóxia, na isquemia além da falta do suporte de O2 irá faltar também nutrientes para a célula, potencializando o dano. 
Lesão Isquemia-Perfusão
O dano é gerado por isquemia, devido à ausência de suporte sanguíneo, porem depois de um tempo a célula foi reperfundida. Essa lesão é chamada de paradoxal pois quando a célula lesão sofre por isquemia, ela pode aguentar até 2 minutos para que a lesão se torne reversível. Ao passar desses dois minutos sem suporte sanguíneo, a cascata de morte foi ativada e assim mesmo reperfundido a célula irá sofrer uma lesão irreversível. 
A lesão reversível vai ser reversível até certo ponto, mesmo conseguindo reperfundir algumas células podem morrer. Isso acontece em infartos não fulminante, onde uma pequena área é infartada.
O aumento de oxigênio de maneira brusca pode gerar dano, por isso necessário seguir doses adequadas de medicamentos para que evite o dano irreversível celular. 
 
 
 
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ADAPTAÇÃO CELULAR E LESÃO CELULAR 
REVERSÍVEL
 
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Introdução
 
 
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O que é Patologia?
 
A patologia é o estudo (logos) da d
oença (pathos). Mais especifi
camente, a 
patologia está voltada 
ao estudo 
das alterações estru
turais, bioquímicas e 
funcionai
s nas células, tecidos e órgãos 
que fundamentam doença.
 
Sendo um 
termo utilizado para referenciar processos patológicos em curso, sejam 
entidades conhecidas com quadros sintomáticos e sistêmicos bem estabe
lecidos 
(EX: Hipertensão Arterial Sistêmica, Tuberculose, Melanoma) ou processos 
inespecíficos que ainda necessitam de investigação para determinação da 
causa, do tratamento e evolução da doença (EX: Miocardiopatia, Virose, 
Neoplasia).
 
A patologia é fundam
ental para o diagnósticos avançados e complexos, 
completando a investigação clínica. 
 
 
Para chegar ao diagnostico precisa saber como o processo se 
desenvolveu, a patogenia. EX: Fumar causa câncer de pulmão
 
(Fumar é o 
agente e o desenvolvimento da doença é 
a patogenia).
 
**Agentes agressores 
geram 
a patogenia e essa é responsável por causar 
alterações
 
Arquiteturais
 
nas estruturas celulares para
 
juntas os dados clínicos e 
assim
 
chegar a um diagnóstico. Para chegar ao diagnóstico é necessário o 
entendimento da 
patogenia. 
 
BIÓPSIA: Retirada de um fragmento de tecido do paciente. Possível analisar as 
células dentro do tecido.
 
 
 
 
 
1 Victória de Souza Damasceno Castro 
ADAPTAÇÃO CELULAR E LESÃO CELULAR 
REVERSÍVEL 
 Introdução 
 
 O que é Patologia? 
A patologia é o estudo (logos) da doença (pathos). Mais especificamente, a 
patologia está voltada ao estudo das alterações estruturais, bioquímicas e 
funcionais nas células, tecidos e órgãos que fundamentam doença. Sendo um 
termo utilizado para referenciar processos patológicos em curso, sejam 
entidades conhecidas com quadros sintomáticos e sistêmicos bem estabelecidos 
(EX: Hipertensão Arterial Sistêmica, Tuberculose, Melanoma) ou processos 
inespecíficos que ainda necessitam de investigação para determinação da 
causa, do tratamento e evolução da doença (EX: Miocardiopatia, Virose, 
Neoplasia). 
A patologia é fundamental para o diagnósticos avançados e complexos, 
completando a investigação clínica. 
 Para chegar ao diagnostico precisa saber como o processo se 
desenvolveu, a patogenia. EX: Fumar causa câncer de pulmão (Fumar é o 
agente e o desenvolvimento da doença é a patogenia). 
**Agentes agressores geram a patogenia e essa é responsável por causar 
alterações Arquiteturais nas estruturas celulares para juntas os dados clínicos e 
assim chegar a um diagnóstico. Para chegar ao diagnóstico é necessário o 
entendimento da patogenia. 
BIÓPSIA: Retirada de um fragmento de tecido do paciente. Possível analisar as 
células dentro do tecido.

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