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A Teoria Neoliberalista A Teoria Neoliberalista através da PEC 55 do governo de Michel Temer

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A Teoria Neoliberalista através da PEC 55/2016 do governo de Michel Temer
					Marcele Acosta Viana e Julia Quadrado Silva
Este texto tem como objetivo apresentar a reforma da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 55/2016 instituída pelo nome “Novo Regime Fiscal” criada pelo governo de Michel Temer (20016 - 2018) e analisar o modelo de gestão utilizado, comparando com práticas e fundamentos da Teoria Neoliberal. Os impactos causados acerca destas ações também são discutidos dentro da administração pública, e continuarão sendo vistos no futuro. A implementação do Neoliberalismo surgiu no Brasil no governo de Fernando Collor de Mello, como uma forma de enfrentamento da inflação e de transformação no processo desenvolvimento econômico e social. Estas medidas reduzem o poder do Estado em questões econômicas e aumentam o de empresas privadas.
Em 2016, após o impeachment da então presidenta Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer assumiu o cargo, trazendo novas estratégias econômicas que seguiam uma direção diferente do governo anterior. Uma de suas primeiras propostas de reformas foi a PEC 55/2016, que limita os gastos públicos por vinte anos, possuindo o intuito de conter as despesas primárias dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para que a dívida do país não cresça mais ao longo destes vinte anos. A reforma foi criada com o argumento de que o dinheiro público estava sendo mal investido e que esta situação mudaria com o estabelecimento do “teto” de orçamento estipulado, só podendo ser alterada dez anos depois, através de uma emenda, pelo presidente da república que estiver no comando. 
Analisando as ações do governo Temer, é possível correlacionar com estratégias neoliberais, pois Temer estava visivelmente favorecendo a elite e o mercado, desenvolvendo políticas com foco em investimentos privados diminuindo o poder do Estado, que ficou impossibilitado de reagir em situações de crise. Estas medidas podem gerar falhas no sistema constitucional de proteção social, e impossibilitar que órgãos públicos de saúde, previdência e assistência social funcionem conforme a necessidade da população. De acordo com os ideais neoliberais, Temer estaria reduzindo o tamanho do Estado e facilitando a possibilidade de realizar outras reformas no futuro, como a da previdência e a trabalhista, o que prejudica ainda mais a classe trabalhadora e beneficia a elite brasileira, contribuindo ainda mais para a desigualdade social. Defensores do neoliberalismo, acreditam que este sistema transformar a economia em um contexto mais competitivo, proporcionando o desenvolvimento tecnológico e por meio da concorrência, diminuir os preços a inflação, porém, medidas como a PEC podem agravar ainda mais a infraestrutura física e social ao invés de reverter este quadro. 
 É necessário destacar que algumas medidas neoliberais também podem gerar ainda mais desigualdade social ao invés de desenvolvimento, e o governo Temer estava cada vez mais realizando a desestruturação dos direitos sociais, seguindo exatamente o que se crítica no neoliberalismo, caracterizado por ir contra ao bem-estar social. Áreas saúde e educação previam receitas líquidas destinadas de mínimo 18% e 15% respectivamente, sendo fortemente afetadas. Setores como de Ciências, Tecnologias, Inovação e Comunicações também sofrem com o corte de gastos, algo que pode ser contraditório, quando relacionado com a competição do mercado e no desenvolvimento tecnológico pregado pelos neoliberais. Sendo assim, áreas que antes possuíam apenas um mínimo de despesa, agora passam a ter o seu mínimo reajustado pela inflação do ano anterior, perdendo a possibilidade de gastar acima deste teto como antes potencialmente poderia. 
Outras experiências com medidas neoliberais no passado do Brasil mostraram que as iniciativas foram fracassadas, pois apesar de conter o aumento da inflação, o ajuste fiscal estagnou a economia, apresentando um aumento no desemprego, dando privilégios a alguns, mas também, criando dependência para outros. Ainda assim, o governo acreditou que esta seria a melhor alternativa, assim como o governo atual de Jair Bolsonaro que continuou mantendo a forma de gestão, porém mais agressiva, resultando uma explicita ameaça à democracia brasileira. 
 A queda do governo de Dilma e a posse de Michel Temer trouxe partidos políticos de direita ao poder novamente, e com isto seus ideais retornaram como prioridade, como a ampliação de demandas do mercado, deixando de lado projetos sociais que auxiliavam as classes minoritárias. O objetivo era de recuperar o crescimento econômico com medidas neoliberais e que ao contrário do governo petista, o governo de Temer apresentava fortes traços conservadores, considerado algo muito preocupante para as minorias, pois isto dificultaria a provação de projetos e políticas públicas que beneficiassem o povo, além disto, considerando a trajetória da política no Brasil e a atual situação governamental brasileira a nossa democracia está sendo cada vez mais ameaçada. 
Comprimir despesas essenciais pode não ser a melhor forma de melhorar a situação no país, e ainda não retira o orçamento do poder de políticos corruptos, pois eles ainda irão definir as prioridades no gasto do dinheiro. Ao analisarmos resultados concretos atuais, é possível perceber que após cinco anos, o PIB não obteve crescimento, mas em contrapartida a dívida internacional sim. Além do aumento de desemprego, cortes na educação e na saúde, apesar de estarmos vivendo uma situação de pandemia mundial. Apesar disto, a taxa do nível de juros diminuiu, mas ainda assim, não foi o suficiente para afirmar que as medidas obtiveram sucesso. 
	É necessário trazermos este assunto para debate, para refletirmos acerca das consequências e para criarmos um posicionamento crítico, pois com governos que utilizam práticas neoliberalistas estamos sendo diretamente prejudicados. O Neoliberalismo é considerado um sistema econômico rigorosamente capitalista, que beneficia poucos e enriquece as grandes economias de primeiro mundo. No governo Temer iniciou-se um terceiro tempo Neoliberal no Brasil pela forma do presidente tentar estabilizar a economia promovendo e aprovando reformas que são desaprovadas pelo povo. Como estudantes de administração de uma universidade federal, acredito ser importante obter informações e fundamentos para lutar a favor dos direitos sociais obrigatórios dos cidadãos para uma vida digna, pois a participação e conscientização dos cidadãos pode sim fazer a diferença na história. 
Referencial Bibliográfico 
Souza, M. B., & Hoff, T. S. R. (2019). Governo Temer e a volta do neoliberalismo no Brasil: possíveis consequências para a habitação popular. urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana, 11, e20180023. https://doi.org/10.1590/2175-3369.011.e20180023 
Temer, e a PEC 241 e a entrega irrestrita ao neoliberalismo. UFRGS, 2016. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/enunciarcotidianos/2016/10/10/temer-a-pec-241-e-a-entrega-irrestrita-ao-neoliberalismo/>
Nunes, I. A PEC 241 e as consequências para o povo Brasileiro. Jornal Jurid, 2016. Disponível em: <https://www.jornaljurid.com.br/noticias/a-pec-241-e-as-consequencias-para-povo-brasileiro>
Onde estão os resultados do teto de gastos?. Pragmatismo Político, 2021. Disponível em: <https://www.pragmatismopolitico.com.br/2021/07/onde-resultados-teto-de-gastos-economia-desigualdade.html>

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