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Aula 1 - Hipersensibilidade

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1 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
07/02/2022 – Aula 1 
Já sabemos que o sistema imunológico é super importante 
para defender o nosso organismo contra infecções. O sistema 
imunológico tem a função de interagir com o estranho (non-
self) e preservar o próprio (self). 
Quando as resposatas imunes causam mais danos ou 
patologias nos referiamos à esse processo como reação de 
hipersensibilidade, que corresponde ao reflexo do excesso de 
respostas. 
O termo hipersensibilidade se refere a respostas 
imunes nocivas contra antígenos estranhos 
(antígenos ambientais, fármacos, microrganismos) e 
não é usado para descrever a lesão tecidual em 
doenças autoimunes. – Abbas, Imunologia Celular e 
Molecular. 
As doenças de hipersensibilidade são classificadas de acordo 
com o tipo de resposta imune e o mecanismo efetor 
responsável pela lesão tecidual. 
São 4 tipos de classificações: 
Reação de hipersensibilidade imediata 
ou tipo I 
Esta ocorre quando o antígeno (não infeccioso/alérgeno) é 
inalado, ingerido, inoculado por picada de insetos ou injetado 
diretamente. O antígeno estímula o linfócito B à se 
transformar em plasmócito, que produz e secreta o anticorpo 
IgE específico para antígenos ambientais (alérgenos: ácaros, 
pólens, por exemplo). O IgE promove a ativação de 
mastócitos e eosinófilos que induzem a inflamação através da 
liberação de aminas vasoativas (reação imediata) e citocinas 
(reação tardia, 2 a 4 horas após a exposição repetida ao 
antígeno). Concomitantemente, a célula dendrítica 
(apresentadora de antígenos) realiza a ativação de linfócitos T 
naive, nos linfonodos, ao apresentar o alégeno. Alguns 
linfócitos T se diferenciam em linfócitos Tfh que expressam 
IL-4 e IL-13, permanecem nos órgãos linfoide, e auxiliam as 
células B. E, outros linfócitos se diferenciam em linfócito Th2 
que migram para os sítios teciduais de exposição ao alérgneo, 
contribuindo para as fase inflamatória das reações alérgicas. 
 
As células Th2 secretam citocinas, incluindo IL-4, IL-5 e IL-13, 
que atuam de forma combinada com os mastócitos, 
eosinófilos e ILCs promovendo respostas inflamatórias a 
alérgenos junto aos tecidos. 
A IL-4 secretada por células Th2 induz expressão de VCAM-1 
endotelial, que promove recrutamento de eosinófilos e 
células Th2 adicionais para os tecidos. Switching (troca) da 
célula B para IgE. 
A IL-5 secretada pelas células Th2 ativa os eosinófilos. 
A IL-13 estimula as células epiteliais (p. ex.: nas vias aéreas) a 
secretarem quantidades aumentadas de muco, sendo que a 
produção excessiva de muco também é uma característica 
comum dessas reações. Switching (troca) da célula B para IgE. 
 
Figura 1: Efeitos biológicos dos mediadores da hipersensibilidade 
imediata. – Abbas, Imunologia Celular e Molecular. 
Reações de hipersensibilidade 
 
2 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
 
 
Cinética da reação de hipersensibilidade do tipo 
I 
 
Figura 2: Abbas, Imunologia Celular e Molecular. 
Reação imediata: correspondem a alterações vasculares e da 
musculatura que ocorrem no início da exposição ao antígeno. 
Essa reação depende, predominantemente, de IgE e de 
mastócitos. Os mastócitos, por sua vez, liberam a histamina. 
A histamina se liga aos receptores de histamina presentes no 
endotélio vascular, as células endoteliais sintetizam e liberam 
PGI2 e óxido nítrico, e esses mediadores causam 
vasodilatação e extravazamento vascular. 
Reação de fase tardia: após 2-4 horas da reação, observa-se 
uma reação de fase tardia que consiste no acúmulo de 
leucócitos inflamatórios, incluindo neutrófilos, eosinófilos, 
basófilos e células T auxiliares (Th2). Isso acontece porque as 
citocinas produzidas pelos mastócitos estimulam o 
recrutamento de leucócitos (eosinófilos, neutrófilos e células 
Th2) = inflamação, proteases, dano tecidual. 
Vale salientar, que a fase tardia pode ocorrer sem 
nenhuma reação de hipersensibilidade imediata 
precedente detectável. 
 
Por que algumas pessoas tem 
hipersensibilidade imediata e outras não?? 
Base genética, história familiar 
Fatores ambientais- poluição do ar 
Sociedades industrializadas 
Microbiomas alterados 
Síndromes clínicas associadas a reação de 
hipersensibilidade do tipo I: 
O ponto de contato com o alérgeno pode determinar 
os órgãos ou tecidos onde os mastócitos e células 
Th2 são ativados. Por exemplo, antígenos inalados 
causam rinite ou asma, antígenos ingeridos 
costumam causar vômito e diarreia (mas também 
podem produzir sintomas cutâneos e respiratórios, 
se doses grandes forem ingeridas), e antígenos 
injetados produzem efeitos sistêmicos sobre a 
circulação. 
Asma: inflamação, contração da musculatura brônquica. 
Rinite: muco, inflamação das vias aéreas superiores. 
Alergia alimentares: aumento do peristaltismo, vômito, 
diarréira e outros espectros. 
Conjutivite: hiperemia, prirido e lacrimejamento. 
Febre do feno: rinite sazonal alérgica desencadeada por 
alguns pólens. 
Dermatite atópica 
Anaflaxia: ativação disseminada de mastócitos e basófilos 
com a liberação de mediadores neoformados. edema em 
muitos tecidos e diminuição da pressão arterial secundária à 
vasodilatação e ao extravasamento vascular. 
 
3 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Terapêutica das reações de hipersensibilidade 
imediata 
 
Figura 3: Mediadores e tratamento da asma. – Abbas, Imunologia 
Celular e Molecular. 
Anti-histamínicos 
Bloqueia a ação 
da histamina em 
vasos e músculos 
lisos 
Loratadina, 
cetirizina, 
bilastina 
Epinefrina 
Contração das 
células 
musculares lisas 
Aumenta o 
débito 
cardíaco, inibe 
contração 
músculo 
brônquico 
Corticosteroides 
Inibem a 
inflamação 
Tópico, 
sistêmico 
Antagonistas de 
receptores beta 
adrenérgicos 
Para asma relaxa 
a musculatura 
brônquica 
Salbutamol, 
formoterol 
CROMOLINAS 
INIBEM A 
DEGRANULAÇÃO 
DE MASTÓCITOS 
 
DESSENSIBILIZAÇÃ
O 
ADMINISTRAÇÃO 
DE REPETIDAS 
DOSES BAIXAS 
DOS ALÉRGENOS 
INDUZ A 
TOLERÂNCIA 
DE CÉLULA T, 
AUMENTA A 
PRODUÇÃO DE 
OUTROS TIPOS 
DE IG 
DESVIANDO A 
PRODUÇÃO DE 
IgE 
ANTICORPO ANTI 
IgE 
ANTICORPO 
MONOCLONAL, 
IMPEDE A 
FIXAÇÃO DA IgE 
AO RECEPTOR DE 
ALTA AFINIDADE 
DOS MASTÓCITOS 
E BASÓFILOS 
OMALIZUMABE 
Anticorpos que 
bloqueiam 
citocinas e seus 
receptores 
ANTI-IL-5, ANTI IL-
4 
 
 
APLICANDO OS CONHECIMENTOS 
Paciente atendida no pronto atendimento às 9:00hs com 
urticária, início há 1 hora, minutos após picada de abelha. 
Sinais vitais preservados, aplicado adrenalina e anti-
histamínico injetável, mantida em observação. Como as 
urticárias desapareceram em 2 horas, foi liberada. 
Paciente retorna ao P.S, 6 hrs após com múltiplas urticas, 
sem reexposição ao alérgeno. 
1- Tipo de reação de hipersensibilidade → reação de 
hipersensibilidade tardia 
2-Como explicar a fisiopatologia da recaída 6 horas após → a 
fase tardia da hipersensibilidade tipo I ocorre de 6 a 10 horas 
após a exposição ao antígeno e é causada pela presença de 
interleucinas, leucotrienos e recrutamento de leucócitos para 
o sítio de entrada do alérgeno. 
3- Qual medicação apropriada para evitar o ocorrido → 
corticosteroide. 
APLICANDO OS CONHECIMENTOS 
Paciente após arrumação dos armários, apresentou coriza, 
prurido nasal e espirros em salva. Fez uso de desloratadina 
com melhora dos sintomas. Na mesma noite apresentava 
obstrução nasal e dificuldade para dormir devido a secreção 
nasal. 
1- Discussão e conduta → O uso de desloratadina pela 
paciente impediu o desconforto da fase imediata da reação 
de hipersensibilidade, para que a fase tardia fosse impedida 
 
4 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
seria necessário o uso de corticoide nasal para evitar a 
ocorrênciade processos inflamatórios pelo sítio anatômico 
que serviu de porta de entrada para o alérgeno (poeira). 
Conduta para rinite: corticoide nasal + anti-histamínico. 
Reação de hipersensibilidade mediada 
por anticorpo ou tipo II 
Ocorre quando as células B reconhecem antígenos celulares 
ou teciduais e começam fazer expansão clonal e produção de 
imunoglobulina (IgG). Quando a IgG marca o antígeno este 
complexo pode ser opsonizado e fagocitada, além de 
também poder gerar inflamação e alteração de funções 
celulares (funções anormais). 
Os anticorpos produzidos contra antígenos celulares 
ou teciduais causam doenças que afetam 
especificamente as células ou tecidos onde esses 
antígenos estão presentes e, desse modo, estas 
doenças são frequentemente órgão-específicas e 
não sistêmicas. 
A opsonização e fagocitose ocorre quando os anticorpos se 
ligam a antígenos de superfície celular, podendo opsonizar 
logo as células ou ativar o sistema complemento. Anticorpos 
IgG1, IgG3 ligam-se a receptores Fc de macrófagos e 
neutrófilos, proporcionando inflamação e citotoxicidade. Esse 
é o principal mecanismo de destruição celular presente na 
anemia hemolítica autoimune (hemácias) e na 
trombocitopenia autoimune (plaquetas). Esse mecanismo 
também é responsável pela hemólise nas reações 
transfusionais. → Disfunção celular mediada por anticorpos. 
Quando anticorpos se ligam a hemácias e plaquetas, estas 
células se tornam opsonizadas e… morrem. 
ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE 
Antígeno alvo- eritrócitos 
Ex. clássico-anemia hemolítica do RN- 
incompatibilidade Rh. 
Mães Rh negativas- primeira gestação feto Rh+ 
Segunda gestação já sensibilizada -IgG anti Rh - 
ligação aos eritrócitos fetais- opsonizadas por 
fagócitos- hemólise 
PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA AUTO IMUNE 
Antígeno alvo- plaquetas 
Destruição das plaquetas pelos macrófagos 
Pode ocorrer em qualquer idade 
Início agudo de petéquias. Sangramento gengival, 
epistaxe, intestinal ou gastrointestinal. 
A inflamação da hipersensibilidade do tipo II é causada 
quando os anticorpos e imunoglobulinas se depositam nos 
tecidos, o que promove a ativação do sistema complemento, 
liberando C5a e C3a, responsáveis por recrutar leucócitos, 
neutrófilos e macrófagos. Os leucócitos ativados secretam 
enzimas lisossomais e ROS que levam à lesão tecidual. Esse 
mecanismo é responsável pela glomerulonefrite autoimune. 
SÍNDROME DE GOODPASTURE 
Antígeno alvo - colágeno tipo IV nas membranas dos 
glomérulos e dos alvéolos pulmonares 
Nefrite 
Hemorragia pulmonar. 
As funções celulares anormais ocorrem quando os anticorpos 
se ligam a receptores de células/proteínas normais e 
interferem na função desses receptores/ proteínas, causando 
doenças sem inflamação ou dano tecidual, como ocorre na 
doença de Graves (antígeno alvo-receptor do hormônio 
estimulador da tireoide, o que promove hipertireoidismo), na 
miastenia graves (anticorpos contra o receptor nicotínico da 
acetilcolina), na anemia perniciosa (anticorpos específicos 
para o fator intrínseco, o que compromete a reabsorção de 
B12), no pênfigo (antígeno alvo- receptores da região 
intercelular da epiderme, o que gera perda da coesão entre 
células adjacentes gerando células acantolíticas). → 
Anticorpos contra receptores da superfície celular 
desregulam a função da célula sem causar lesão ou 
inflamação. 
 
Figura 4: Abbas, Imunologia Celular e Molecular. 
 
5 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
 
 
Figura 5: Abbas, Imunologia Celular e Molecular. 
Por que em alguns indivíduos o processo de 
tolerância imunológica falha? 
Tolerância imunológica aos antígenos próprios - linfócitos em 
desenvolvimento encontram esses antígenos nos órgãos 
linfoides centrais e periféricos 
Herança genética - alelos HLA 
Gatilhos ambientais- infecções 
Doenças mediadas por 
imunocomplexos 
Ocorrem devidos a formação de complexos do tipo 
antígenos-anticorpo do tipo IgG e IgM. Em que, ocorre a 
deposição destes em vasos sanguíneos, especialmente onde 
há alta pressão de filtração, isto é, nos glomérulos renais e 
articulações sinoviais. Nesse caso, os antígenos podem ser 
próprios ou microbianos. Ao ocorrer o depósito inicia-se a 
ativação do sistema complemento. 
Doença do soro: 1 a 3 semanas após o uso de soro 
inicia-se a formação de complexos que 
frequentemente são depositados em pequenas 
artérias, glomérulos renais e sinóvia das articulações, 
as manifestações clínicas e patológicas mais comuns 
são vasculite, nefrite e artrite. 
 
Figura 6: Abbas, Imunologia Celular e Molecular. 
Reação de Arthus: ocorre quando os anticorpos 
circulantes se ligam ao antígeno injetado (soro), formando 
imunocomplexos que são depositados nas paredes dos vasos 
próximos ao local onde o soro foi injetado, levando a 
vasculite cutânea local, com trombose nos vasos afetados, 
gerando necrose tecidual. 
A relevância clínica da reação de Arthus é limitada; 
raramente, um indivíduo que recebeu uma dose de 
reforço de uma vacina/soro antiofídico pode 
desenvolver inflamação no local da injeção em 
decorrência do acúmulo local de imunocomplexos, 
como em uma reação de Arthus. – Adaptada de 
Abbas, Imunologia Celular e Molecular. 
Reações tipo doença do soro like – rara: 1 a 3 semanas após a 
ingestão de um fármaco. Produção de anticorpos contra a 
molécula de antibióticos por exemplo, esse excesso de 
anticorpos leva a formação de imunocomplexos. Drogas já 
descritas: penicilinas, sulfonamidas, macrolídeos. 
Sintomas: artrite, rash, sintomas sistêmicos, febre. 
O diagnóstico é clínico, identificando a relação temporal 
entre o uso de medicamentos e o aparecimento dos sintomas 
 
6 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
 
Figura 7: Abbas, Imunologia Celular e Molecular. 
APLICANDO OS CONHECIMENTOS 
Paciente procurou clínica da família para aplicação de rotina 
da vacina tríplice bacteriana, reforço dos 4 anos. Desenvolveu 
10 horas após leve hiperemia no local da aplicação, mas que 
evoluiu com aumento do edema e enduração local e eritema 
difuso, dificuldade de movimentação do membro. 
1- Qual tipo de reação de hipersensibilidade → Reação de 
hipersensibilidade mediada por imunocomplexos IgG e IgM. 
2- Como explicar a fisiopatologia da lesão → O paciente que 
foi vacinado anteriormente, provavelmente, ainda estava 
com a concentração de anticorpos elevada. Assim, quando 
houve a administração da vacina os antígenos logo 
complexaram com os anticorpos ainda circulantes. À medida 
que mais e mais complexos antígeno-anticorpo são formados, 
alguns deles depositam-se em leitos vasculares. Nesses 
tecidos, os complexos induzem inflamação rica em 
neutrófilos pela ativação da via clássica do complemento e 
pelo acoplamento a receptores Fc em leucócitos. 
3- Qual medicação e conduta → Corticoide oral + antibiótico. 
Doenças mediadas por células T 
Os linfócitos T provocam lesão tecidual pela produção de 
citocinas que ativam macrófagos, induzem inflamação ou 
pela destruição direta das células-alvo (antígenos celulares ou 
teciduais). 
Resposta tardia mediada por células TCD4+ das 
subpopulações Th1 e Th17, ou por células TCD8+. 
Interferon gama → age na ativação de macrófagos 
IL-17 → estimula a inflamação recrutando 
leucócitos, incluindo neutrófilos. 
 
Figura 8: Abbas, Imunologia Celular e Molecular. 
A suspeita de um papel das células T como causadoras de 
uma doença imunológica específica ocorre, principalmente, 
em decorrência da demonstração da presença de células T 
em lesões e da detecção de níveis aumentados de citocinas 
no sangue ou tecidos que podem ser derivadas de células T. 
Os modelos animais foram muito úteis na elucidação da 
patogênese dessas doenças. 
A reação típica mediada por célula T é a 
hipersensibilidade tardia, que ocorre 24 a 48 hrs 
após aplicação de um antígeno proteicoem um 
indivíduo previamente exposto. 
PPD - indicador de reação imune prévia a 
micobactérias ou ativa com resposta célula T . 
 
Figura 9: Abbas, Imunologia Celular e Molecular. 
Dermatite de contato: ocorre quando um agente 
sensibilizante penetra na pele e se liga às proteínas próprias, 
que são captadas pelas células de Langerhans (apresentadora 
de antígenos). Essas células apresentam as proteínas próprias 
como agente sensibilizante de contato às células Th1, assim, 
TH1 passa a secretar IFN-gama e outras citocinas, que irão 
ativar macrófagos, propagando a inflamação. 
 
7 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Os queratinócitos ativados também secretam citocinas (IL-1, 
TNG-alfa) e quimiocinas (IL-8, IP-9 e MIG) com a função de 
ativar macrófagos e propagar o processo inflamatório. 
A dermatite de contato ocorre no local da aplicação de 
perfumes e cremes, por exemplo. 
Doença do enxerto contra o hospedeiro: a fase aguda ocorre 
de 5 a 14 dias após o transplante, enquanto, a fase crônica 
ocorre pelo comando de citocinas liberadas pelos linfócitos T 
do órgão transplantado que reage contra as células do tecido 
receptor. Essa é uma complicação comum em transplantes de 
medula óssea e de células tronco hematopoiéticas. 
DOENÇA ENXERTO X HOSPEDEIRO 
Transplantes de células tronco 
Linfócito do doador imunocompetente 
reage ao antígeno do grupo sanguíneo ou 
moléculas HLA do receptor. 
Febre, lesões cutâneas, hepatite, 
pancitopenia. 
- Aguda - 5-14 dias após transplante 
- Crônica - citocinas produzidas pelas células 
T 
- Imunossupressão - suprimir respostas de 
células T. 
- Hemotransfusão - irradiação 
hemoderivados 
Paciente com SIDA: possui a resposta de hipersensibilidade 
do tipo IV comprometida, uma vez que há queda das taxas de 
linfócitosTCD4+ e TCD8+, diminuição da síntese e secreção de 
citocinas, diminuição da população de células Th1, 
macrófagos, células NK, fagócitos e redução do processo de 
lise celular. E, em contrapartida há aumento da replicação 
viral e da predisposição a infecções oportunistas 
(Pneumocystis carinii, Micobacterium avium). 
Imunologia dos tumores: antígenos tumorais são capturados 
por células dendríticas do hospedeiro, ativação de células T 
citotóxicas específicas para o antígeno tumoral, mas também 
ativação de células T CD4. A liberação de citocinas pelas 
células T leva à ativação de macrófagos e células NK. 
Imunoterapia do câncer - Tratamento 
Estímulo ao sistema imunológico para que ele 
reconheça e destrua as células cancerosas. 
Anticorpos monoclonais que bloqueiam a função de 
moléculas inibitórias da célula T 
Imunoterapia tumoral por transferência de células T. 
APLICANDO OS CONHECIMENTOS 
Paciente com relato de dermatite pruriginosa recorrente em 
pescoço de início recente- 3 meses de evolução. Nega uso de 
medicações orais, após anamnese dirigida relata fazer uso 
frequente de colares, perfumes. Realizado teste de contato o 
qual veio positivo para sulfato de níquel, presente em 
bijuterias. 
1- Qual tipo de reação de hipersensibilidade → reação de 
hipersensibilidade do tipo IV, dermatite de contato. 
2- Como explicar a fisiopatologia da lesão → ocorre quando 
um agente sensibilizante penetra na pele e se liga às 
proteínas próprias, que são captadas pelas células de 
Langerhans (apresentadora de antígenos). Essas células 
apresentam as proteínas próprias como agente sensibilizante 
de contato às células Th1, assim, TH1 passa a secretar IFN-
gama e outras citocinas, que irão ativar macrófagos, 
propagando a inflamação. 
3- Qual medicação e conduta → pomada de corticoide para 
uso tópico local. 
APLICANDO OS CONHECIMENTOS 
Paciente chega ao P.S relatando aparecimento de urticária. 
Quadro após 5 dias de uso de amoxicilina. Nega história 
prévia de alergias medicamentosas, e já ter utilizado 
amoxicilina em várias ocasiões sem reações. Estava em uso 
de Fexofenadina sem melhora. 
EXAME FÍSICO. TRATAMENTO. 
ENCAMINHAMENTO AO ESPECIALISTA. 
 
8 AV1 – Imuno e alergia – Prof.ª Ana Claudia – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10: Abbas, Imunologia Celular e Molecular.

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