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Professor: Msc. José Geraldo Teixeira TÓPICOS DE MACROECONOMIA » Descrever a evolução do pensamento macroeconômico. » Demonstrar a relação de inflação e desemprego. » Demonstrar a diferença entre Crescimento e desenvolvimento econômico. A ciência econômica se divide em dois ramos: microeconomia e macroeconomia. A microeconomia é o estudo de como as famílias e as empresas individuais tomam decisões e interagem umas com as outras nos mercados. Demonstramos o comportamento do consumidor, através da Lei da Demanda, identificando os fatores que influenciam sua decisão de compra, em seguida o comportamento do produtor, através da Lei da Oferta, identificando os fatores que influenciam a decisão de produzir/vender o produto/serviço e em seguida, como ocorre o equilíbrio de mercado, dentre outros temas como as estruturas de mercado. A macroeconomia moderna, possui um “pai fundador”, Keynes, que com o livro A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda deu início aos estudos macroeconômicos ao conferir unidade em torno de problemas ainda não solucionados pela teoria dominante à época da grande depressão de 1929 nos Estados Unidos. Para Lopes [et al] (2018), a partir dos anos 1930, passa a surgir grande insatisfação com os resultados que a macroeconomia oferecia, ou seja, a tendência automática ao pleno emprego e, consequentemente, a inexistência de desemprego e de capacidade ociosa. O desemprego na Inglaterra e em outros países da Europa era muito grande. Nos Estados Unidos, após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, o número de desempregados assumiu proporções elevadas. A teoria econômica vigente acreditava que se tratava de um problema temporário, apesar de a crise estar durando alguns anos. A teoria geral de Keynes consegue mostrar que a combinação das políticas econômicas adotadas até então não funcionava adequadamente naquele novo contexto econômico, e aponta para soluções que poderiam tirar o mundo da recessão. Segundo o pensamento keynesiano, um dos principais fatores responsáveis pelo volume de emprego é o nível de produção nacional de uma economia, determinado, por sua vez, pela demanda agregada ou efetiva. Ou seja, sua teoria inverte o sentido da lei de Say (a oferta cria sua própria procura) ao destacar o papel da demanda agregada de bens e serviços sobre o nível de emprego. Para Keynes, em uma economia em recessão, não existem forças de auto ajustamento, por isso se torna necessária a intervenção do Estado por meio de uma política de gastos públicos. Neste sentido, Rossetti (2016) afirma que na visão keynesiana, a economia de mercado não é autorreguladora, que os salários e preços não são tão flexíveis a ponto de garantir o pleno emprego e que o go- verno pode estabelecer políticas para ajudar a estabilizar a economia – em um esquema teórico mais sólido Tal posicionamento teórico significa o fim da crença no laissez-faire como regulador dos fluxos real e monetário da economia, que por trás disso, estava a crença no liberalismo, no poder autorregulador do mercado. Os argumentos de Keynes influenciaram muito a política econômica dos países capitalistas. De modo geral, essas políticas apresentaram resultados positivos nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial. O que é Inflação? No contexto macroeconômico, vamos entender que há um aumento continuado e generalizado dos preços dos bens e serviços em uma economia, mas a grosso modo podemos observar que o termo inflação significa o efeito de inflar ou inchar. Braga (2019) define a inflação como sendo a elevação do nível geral de preços. No cálculo da sua taxa, utilizam-se os denominados “índices gerais de preços”: como o IGP, INPC, IPCA, IPC. Há vários índices que mostram o quanto os preços sobem ou descem em determinados períodos. Cada índice aponta uma inflação diferente: isso acontece porque a alta de preços não atinge todo mundo da mesma forma. No Brasil, existem vários desses índices, como o Índice Geral de Preços (IGP), calculado pela FGV, o Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ambos calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), dentre outros. Efeitos da inflação Sobre a distribuição de renda: A distorção mais séria provocada pela inflação diz respeito à redução relativa do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos, que possuem prazos legais de reajuste. Nesse caso, estão os assalariados que, com o passar do tempo, vão ficando com seus orçamentos cada vez mais reduzidos até a chegada de um novo reajuste. A classe trabalhadora é, sem dúvida, a que mais perde com a elevação das taxas de inflação, principalmente os trabalhadores de baixa renda. Efeitos da inflação Sobre o Balanço de pagamentos: Elevadas taxas de inflação, em níveis superiores ao aumento de preços internacionais, encarecem o produto nacional em relação ao produzido externamente. Assim, tendem a provocar um estímulo às importações e desestímulo às exportações, diminuindo o saldo da balança comercial (exportações menos importações). Sobre os mercados de capitais: Tendo em vista o fato de que, em um processo inflacionário intenso, o valor da moeda deteriora-se rapidamente, ocorre um desestímulo à aplicação de recursos no mercado financeiro. Efeitos da inflação Sobre as expectativas empresariais: Levadas taxas de inflação também afetam a formação das expectativas sobreo comportamento da economia no futuro. O setor empresarial é bastante sensível a esse tipo de situação, dada a relativa instabilidade e imprevisibilidade de seus lucros. O empresário fica em um compasso de espera, enquanto a conjuntura inflacionária perdurar, e dificilmente tomará iniciativas no sentido de aumentar seus investimentos na expansão da capacidade produtiva. Custos da inflação Perda de produção e da renda, ou seja, os bens e serviços que os desempregados poderiam produzir (e a renda que poderiam ganhar) se estivessem trabalhando, mas que não produzem porque não conseguem encontrar emprego. Outro custo econômico relevante diz respeito à diminuição da capacidade produtiva da economia em razão da perda de capital humano. Isso ocorre porque as habilidades da mão de obra se deterioram quando ela se encontra desempregada. Outra característica do desemprego é que ele se distribui de forma desigual por toda a sociedade. Os maiores ônus recaem sobre as minorias, as mulheres e os jovens, e tendem a se concentrar nos setores mais pobres da população. Do ponto de vista individual, o desemprego é um fardo pesado e triste. Ele significa perda de renda e, portanto, deterioração do padrão de vida, envolvendo também graves problemas psicológicos e físicos. A inflação e o desemprego são um mal a ser combatido. Trata-se de um grave desequilíbrio macroeconômico que, uma vez estabelecido, é de difícil solução. . Crescimento e desenvolvimento econômico são dois conceitos diferentes. Crescimento econômico é o crescimento contínuo da renda per capita ao longo do tempo. Já o desenvolvimento econômico é um conceito qualitativo, incluindo as alterações da composição do produto e a alocação dos recursos pelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bem-estar econômico e social (pobreza, desemprego, desigualdade, condições de saúde, alimentação, educação e moradia). .O significado do crescimento econômico no modelo de oferta e demanda agregada, em uma primeira análise, pode-se considerar o crescimento econômico como sendo a elevação do PIB ao longo do tempo. O crescimento econômico pode ocorrer pelo aumento contínuo do Produto Nacional Bruto (PNB), enquanto o desenvolvimento econômico refere-se a um estágio econômico, social e político de uma sociedade, caracterizado pelaconstante melhoria nos índices de produtividade dos fatores de produção (aproveitamento da busca da eficácia dos recursos naturais, capital e trabalho). Atualmente, sabemos que não bastam apenas as variáveis descritas acima para explicar o fenômeno do crescimento. A elas pode-se associar a questão da melhoria na qualidade da mão de obra (obtida pela melhoria nos níveis educacionais, de treinamento e de especialização), na melhoria tecnológica (por meio do aumento da eficiência na utilização do estoque de capital) e na eficiência organizacional (maximização na utilização dos recursos disponíveis). . Para que haja desenvolvimento faz-se necessário que se tenha crescimento Problema: A busca desenfreada pela industrialização e pelo desenvolvimento econômico levou a maioria dos países do mundo a concentrar seus esforços na promoção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), deixando a qualidade de vida em segundo plano. Vamos ao seguinte questionamento: Como o desenvolvimento econômico pode indicar a melhoria do bem-estar ou a qualidade de vida das pessoas? .O desenvolvimento econômico indica a melhoria do bem-estar ou a qualidade de vida das pessoas, de como está sendo feita a distribuição de renda, do acesso igualitário a saúde, e educação, do incentivo à pesquisa de teor científico e tecnológico entre outros fatores sociais. Alguns indicadores sociais dão informações sobre a qualidade de vida da população de um país, tais como: esperança de vida da população ao nascer, médicos e leitos hospitalares por habitante, acesso a água potável e esgoto, taxa de alfabetização, quantidade média de anos na escola etc. Outros indicadores que reflitam mudanças na qualidade de vida, devem ser levados em conta: renda per capita, nível de estoque de capital per capita, taxas de natalidade e de mortalidade, taxa de desemprego e produtividade da mão de obra, distribuição da renda, condições sanitárias etc. .Para se medir o grande desenvolvimento, temos também dois novos indicadores importantes: • Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); e • Índice de Corrupção Percebida (ICP). A Organização das Nações Unidas, em 1990, criou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) na tentativa de: • se reduzir a pobreza; • estimular a implantação de governos democráticos; • estabelecer mecanismos de prevenção a crises e • despertar a atenção mundial no que diz respeito à energia e ao meio ambiente, dentre outros objetivos. O IDH varia de zero a 1: quanto mais próximo de 1 mais desenvolvido é o país. Por este índice os países são divididos em países de alto (IDH maior que 0,8), médio (entre 0,5 e 0,8) e baixo desenvolvimento (abaixo de 0,5). O IDH do Brasil foi de 0,761 em 2018, e 0,760 em 2017, quando o país ficou em 78º lugar, de acordo com uma revisão dos dados do ano passado. Em 2019, o Brasil alcançou o IDH de 0,761, com uma pequena melhora de 0,001 em relação ao ano anterior . Na classificação da ONU, o Brasil segue no grupo dos que têm alto desenvolvimento humano (79º lugar). . Já o Indice de Corrupção Percebida estabelece a correlação existente entre o grau de desenvolvimento econômico e grau de corrupção – em geral, quanto mais evoluída é uma economia, mais distante ela estará desse tipo de comportamento. Dentro desse contexto, o Índice de Corrupção Percebida tem assumido um papel de destaque nas discussões realizadas em torno do assunto. Em 2019, o Brasil obteve o seu pior resultado com apenas 35 pontos. Vale ressaltar que a escala do IPC vai de 0 a 100, onde 0 significa que o pais é altamente corrupto e 100 seria um pais integro. O Brasil se enconttra em 2019 no 106º lugar, sendo o 5º. Récuo seguido.
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