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Guerra Fria- a guerra ideologica entre duas potencias Politize!

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guerra (https://www.politize.com.br/tag/guerra/) , 
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Política Externa (https://www.politize.com.br/tag/politica-externa/) , 
segunda guerra mundial (https://www.politize.com.br/tag/segunda-guerra-
mundial/)
, URSS (https://www.politize.com.br/tag/urss/)
Guerra Fria: a guerra ideológica
entre duas potências
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Publicado em 9 de novembro de 2017
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Loja Zema - Goiânia II
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Você sabe o que foi a Guerra Fria? Ela foi uma disputa entre as
duas superpotências da época: Estados Unidos (EUA
(https://www.politize.com.br/eleicoes-presidenciais-dos-eua-em-
10-passos/)) e União Soviética (URSS). Este período de intensa
hostilidade começou em 1947 e foi até 1989, e não contou com um
conflito armado direto entre as duas potências. Por isso o nome:
Guerra Fria, ou seja, o conflito não chegou a “esquentar” e ir para
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o campo de batalha. Mas isso não significa que não houve
combates indiretos. Como assim? Vamos explicar melhor em
seguida, continue com a gente!
O QUE FOI A GUERRA FRIA?
Tanto os Estados Unidos
(https://www.politize.com.br/reaproximacao-cuba-estados-
unidos/) quanto a URSS saíram vitoriosos da Segunda Guerra
Mundial (https://www.politize.com.br/segunda-guerra-mundial/),
tendo lutado juntos no lado dos Aliados. Entretanto, após o fim da
II Guerra e de seus inimigos em comum – o fascismo
(https://www.politize.com.br/fascismo-entenda-o-conceito/) e o
nazismo (https://www.politize.com.br/nazismo/) – terem sido
derrotados, iniciou-se uma disputa pelo poder entre as duas
superpotências mundiais.
O mundo se tornara bipolar, ou seja, com dois grandes pólos de
poder: um de ideologia socialista
(https://www.politize.com.br/socialismo-o-que-e/) (URSS) e o
outro, capitalista (EUA), formando dois grandes blocos. O restante
dos países do globo viu-se “obrigado” a escolher um dos lados
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para se aliar e obter proteção. Assim, ambos buscavam aumentar
sua área de influência, tanto por meios materiais – através da
economia (https://www.politize.com.br/o-que-e-economia) e do
poder bélico – quanto por suas distintas ideologias.
Procurando se afirmar como maior potência global, ambos
iniciaram uma corrida armamentista: eles tentavam sempre
superar o poder bélico de seu oponente e avançar em criações
tecnológicas voltadas à guerra. A corrida armamentista tornou-
se também nuclear: os Estados Unidos possuíam a tecnologia
desde 1945, e a URSS realizou seus primeiros testes em 1949.
Outro meio em que a disputa ocorreu de modo muito claro foi no
espaço: a conhecida corrida espacial. Os soviéticos contaram
com algumas vitórias iniciais: lançaram o primeiro satélite
artificial (1957), o primeiro foguete tripulado com um ser vivo
(1960) e mesmo o primeiro voo espacial tripulado por um humano
(1961). Entretanto, a chegada do homem à lua, realizada pelos
Estados Unidos em 1969, foi o ápice dessa corrida.
Um dos maiores símbolos da Guerra Fria foi o muro de Berlim.
Após a derrota na Segunda Guerra Mundial
(https://www.politize.com.br/segunda-guerra-mundial/), a
Alemanha (https://www.politize.com.br/eleicoes-alemanha/) foi
dividida entre quatro vencedores: França
(https://www.politize.com.br/sistema-eleitoral-frances-como-
funciona/), Inglaterra, Estados Unidos e URSS. Os países
capitalistas fizeram uma nova aliança e estabeleceram seu
domínio sobre a Alemanha Ocidental. A URSS não aderiu à
aliança e passou a ter influência direta sobre a Alemanha
Oriental. Em 1961, foi erguido um muro separando as duas partes
da cidade em capitalista e socialista: o muro de Berlim, que
somente seria desmantelado ao final do conflito.
 
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Cidadãos alemães ocidentais no Muro de Berlim, na Potsdamer
Platz, em novembro de 1989. Foto: Jim Garamone.
Apesar do nome “Guerra Fria” e das superpotências não terem
entrado em conflito direto em nenhum momento, houve conflitos
na periferia do sistema que contaram com a influência dos EUA e
da URSS. A Guerra da Coreia (https://www.politize.com.br/coreia-
do-norte/), do Vietnã e do Afeganistão são alguns dos exemplos
mais conhecidos, que serão novamente abordados ao longo deste
conteúdo.
Estes conflitos significavam uma forma de guerra indireta entre
Estados Unidos e União Soviética, de demonstrar seu poder e
buscar aumentar sua influência nessas regiões. O componente
ideológico também estava presente nesses confrontos: eram
batalhas em que comunismo
(https://www.politize.com.br/comunismo-o-que-e/)/socialismo e
capitalismo se enfrentavam.
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Leia mais: O que é o comunismo?
(https://www.politize.com.br/comunismo-o-que-e/)
QUEM OU O QUE ORIGINOU A GUERRA FRIA?
Conforme Joseph S. Nye Jr., cientista político norte-americano,
há três principais linhas de pensamento entre acadêmicos e
políticos: os tradicionalistas, os revisionistas e os pós-
revisionistas. Vamos entender melhor as diferentes opiniões sobre
quem ou o quê causou a Guerra Fria?
Tradicionalistas
Para os tradicionalistas, foi a URSS que começou a Guerra Fria.
No pós-II Guerra, os Estados Unidos estariam se utilizando de
uma diplomacia defensiva, enquanto os soviéticos tinham um
comportamento mais agressivo e expansionista.
Condições Especiais
FGW
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Enquanto os EUA desmobilizaram suas tropas no pós-II Guerra, a
URSS deixou seus exércitos no leste europeu. A URSS também só
teria retirado suas tropas do Irã após forte pressão internacional,
e bloqueou Berlim em 1948 e 1949, tentando expulsar os governos
ocidentais.
Em 1950, os exércitos (https://www.politize.com.br/exercito-
brasileiro-estrutura-e-funcoes/) norte-coreanos, que
compartilhavam da ideologia socialista, atravessaram a fronteira
com a Coreia do Sul. Os tradicionalistas afirmam que esses fatos
fizeram com que os Estados Unidos começasse a revisar sua
política defensiva, iniciando o conflito.
Revisionistas
Já os revisionistas acreditam que o combate foi iniciado pelo
expansionismo norte-americano – e não soviético. Eles apontam
que, ao final da II Guerra, o mundo não era exatamente bipolar,
visto que os Estados Unidos detinham muito mais poder bélico,
bem como armas nucleare (https://www.politize.com.br/armas-
nucleares/)s.
Eles afirmam que a política externa inicial de Stálin no pós-
guerra foi bem moderada, permitindo que existissem governos
não socialistas na Hungria, Tchecoslováquia e Finlândia, por
exemplo.
Para estes pesquisadores, os Estados Unidos que teriam iniciado
os movimentos expansionistas, seja pela postura mais dura de
Truman, que assume a presidência em 1945 e possui um
comportamento mais claramente anticomunista, seja pela
necessidade da economia (https://www.politize.com.br/esquerda-
e-direita-na-economia-principais-diferencas/) norte-americana
em expandir o capitalismo para o maior número possível de
territórios.
Pós-revisionistas
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Estes pesquisadores sustentam que a Guerra Fria seria inevitável,
ou extremamente provável, graças à estrutura bipolar em que o
sistema internacional se encontrava. Após a II Guerra, restaram
somente duas superpotências: fato que, aliado à fraqueza da
maior parte das antigas potências europeias
(https://www.politize.com.br/uniao-europeia/), teria tornado o
conflito algo inevitável.
Seria assim natural que ambos buscassem se expandir, visando
sua própriasegurança. A dominação total do outro sobre a
Europa, por exemplo, significaria perigo à sua existência,
principalmente porque ambos tentavam ampliar seu próprio
modelo econômico e ideologia, irreconciliáveis.
QUAIS ERAM OS OBJETIVOS DOS EUA E DA URSS
NA GUERRA FRIA?
A União Soviética tinha, em geral, objetivos mais tangíveis, como
o território, enquanto os Estados Unidos tinham objetivos mais
intangíveis, buscando estabelecer os rumos gerais da política
internacional.
Assim, a URSS foi expansionista durante a Guerra Fria,
aumentando seu poder de influência e os territórios
(https://www.politize.com.br/geopolitica-voce-conhece-esse-
campo-de-estudo/) sob seu domínio, utilizando-se, para legitimar
sua expansão, de um discurso ideológico: a libertação das classes
trabalhadoras em todo o mundo. Um outro motivo para o
expansionismo soviético foi aumentar sua própria segurança
frente aos Estados Unidos. Quanto maior fosse o território e a
esfera de influência da União Soviética, mais difícil seria que um
ataque dos EUA fosse bem-sucedido.
Os Estados Unidos enfrentaram constantemente dois dilemas
durante a Guerra Fria, em relação aos seus objetivos. O primeiro
dilema foi decidir se combatiam o expansionismo soviético ou a
expansão do comunismo. Em alguns casos, foi necessário tomar
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uma decisão entre um e outro. Um exemplo pode ser encontrado
no rompimento da Iugoslávia, comunista, com a URSS. Nesse
caso, os EUA decidiram auxiliar um governo comunista e
autoritário, para evitar a expansão soviética. Outro dilema que o
país enfrentou foi se deveria buscar prevenir toda e qualquer
expansão do poder soviético ou apenas intervir nas áreas que
fossem cruciais para o equilíbrio de poder. A intervenção na
Guerra do Vietnã, por exemplo, seria posteriormente considerada
por muitos um erro de cálculo.
Mapa da Guerra Fria em 1959. O azul escuro representa países pertencentes à OTAN, o
azul claro representa outros aliados dos EUA. O vermelho escuro representa países
pertencentes ao Pacto de Varsóvia, o vermelho claro representa outros aliados da
URSS. Países em verde eram colônias na época. Países em cinza não eram alinhados a
nenhum dos lados. Fonte: Sémhur / Wikimedia Commons
QUAIS SÃO AS FASES DA GUERRA FRIA?
Utilizamos as categorizações de Nye e de Paulo Fagundes
Vizentini, historiador e pós-doutor em Relações Internacionais,
para estabelecer as fases do conflito. Nye divide os primeiros
anos da Guerra Fria em três fases: o início gradual (1945-1947), a
declaração da Guerra Fria (1947-1949) e o seu auge (1950-1962).
Depois desse período, os autores convergem na perspectiva de
que há uma détente – um desaceleramento na disputa – entre
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1963 e 1979, após o qual as tensões se acirram novamente. Em
1985, com a ascensão de Gorbatchev na URSS, a Guerra Fria
começa a se encaminhar para o seu fim. Vamos conhecer as
fases da Guerra Fria? Primeiro, confira nosso infográfico com os
principais acontecimentos:
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Que tal baixar esse infográfico em alta resolução? Clique aqui
(http://materiais.politize.com.br/1e3ce3Q7t/info-Guerra-fria).
Início gradual (1945-1947)
X
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Ainda não contabilizados como parte da Guerra Fria, esses anos
foram essenciais para que as tensões entre União Soviética e
Estados Unidos começassem a aumentar no pós-Segunda Guerra
Mundial (https://www.politize.com.br/segunda-guerra-mundial/).
Apontamos aqui seis questões que teriam contribuído para o
início da Guerra Fria:
Polônia e Leste Europeu: Stálin, líder da URSS na época, não realizou novas
eleições (https://www.politize.com.br/proposta-nas-eleicoes-como-inserir/) na
Polônia no imediato pós-guerra, como os EUA acreditavam e pediram que
fizesse, de acordo com seus princípios democráticos. Ao invés disso, foi
estabelecido um “governo-fantoche” soviético no país após a expulsão dos
alemães. Isso significava que o governo polonês dependia e seguia os
interesses econômicos e estratégicos da URSS. Tal ação não foi vista com
bons olhos pelo governo norte-americano.
Programa de empréstimos interrompido: ainda em 1945, o programa de
empréstimos estadunidense foi bruscamente interrompido – alguns navios
com destino a portos soviéticos chegaram a dar meia-volta em pleno oceano.
Em 1946, os EUA também recusaram pedidos de empréstimo da URSS,
desgastando suas relações.
Reconstrução da Alemanha: não houve consenso sobre como a Alemanha
pagaria seus 20 milhões de dólares em reparações aos vencedores da guerra,
nem como sua reconstrução seria feita. Os desentendimentos entre os países
desgastaram ainda mais suas relações e reforçaram a divisão da Alemanha.
Ásia Oriental: os soviéticos somente entraram no Pacífico na última semana
da II Guerra, quando se apossaram de alguns territórios. Quando a URSS
demandou uma zona de ocupação no Japão, semelhante ao que ocorria na
Alemanha, os Estados Unidos alegaram que os soviéticos não teriam direito a
essas terras, por terem “chegado tarde demais”.
Bomba atômica: os Estados Unidos já possuíam a tecnologia de armas
nucleares desde 1945. Em 1946, quando apresentaram um plano de controle
de armas nucleares através da ONU (https://www.politize.com.br/onu-
organizacao-das-nacoes-unidas/), com o objetivo de que outros países não
desenvolvessem a tecnologia, a URSS o rejeitou. Em 1949, os soviéticos
detonaram sua primeira bomba nuclear.
Irã: Após a II Guerra, os soviéticos se recusaram a retirar as tropas do Irã, que
antes se encontrava sob influência da Grã-Bretanha, aliada dos Estados
Unidos. Após grande pressão, as tropas foram retiradas, mas o episódio
contribuiu para o desgaste das relações entre os Estados
(https://www.politize.com.br/estado-pais-nacao-diferencas/).
Declaração da Guerra Fria (1947-1949)
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Nesta fase da Guerra Fria as ações começaram a acontecer em
um ritmo “olho-por-olho”: um movimento de um dos lados gerava
uma resposta imediata do outro. Separamos algumas das ações
mais importantes do período:
Doutrina Truman: O presidente Truman lançou, em 1947, a Doutrina Truman,
com o discurso de que os Estados Unidos defenderiam os povos livres em todo
o mundo [do comunismo]. Uma das primeiras ações sob esse discurso foi a
ajuda monetária à Grécia e à Turquia, tendo o objetivo de expandir o poder
norte-americano no Mediterrâneo.
Plano Marshall e resposta na Tchecoslováquia: Em 1947, os EUA anunciaram o
“Plano Marshall”, que consistia em uma ajuda econômica para que os países
europeus pudessem se reconstruir no pós-guerra. A União Soviética e os
países do Leste Europeu também foram chamados para participar, mas
Stálin, que via o Plano como uma forma dos Estados Unidos exercerem
influência sobre a região, fez grande pressão para que os países do Leste
Europeu não participassem. Logo após a Tchecoslováquia indicar que
desejaria receber o auxílio, seu partido comunista realizou um golpe
(https://www.politize.com.br/nao-vai-ter-golpe-entenda-o-que-e-golpe-de-
estado/) e iniciou uma ditadura (https://www.politize.com.br/ditadura-o-que-
e/)no país.
Reforma monetária (https://www.politize.com.br/politica-fiscal-monetaria-e-
cambial/)e bloqueio de Berlim: quando os Estados Unidos realizaram a
reforma monetária da Alemanha, em 1948, implantando a nova moeda – o
marco alemão – Stálin respondeu com o bloqueio de Berlim. O líder da URSS
interrompeu todas as comunicações terrestres entre Berlim e o restante da
Alemanha Ocidental, cortando até mesmo o fornecimento de alimentos para
Berlim Ocidental. Os soviéticos esperavam que, com o bloqueio, os países
capitalistas que dominavam essa parte da cidade desistiriam de ocupá-la,
deixando-a livre para a URSS, mas isso não aconteceu. A solução dos Estados
Unidos foi criar uma ponte aérea: com a ajuda da Grã-Bretanha,
transportavam suprimentos para Berlim Ocidental através de voos regulares.
Bomba atômica e Partido Comunista na China
(https://www.politize.com.br/comercio-brasil-china/): em 1949, a União
Soviéticadetonou sua primeira bomba atômica, deixando os líderes norte-
americanos em alerta. No mesmo ano, o Partido Comunista chegou ao poder
na China (menos na ilha de Taiwan). A OTAN (https://www.politize.com.br/otan-
o-que-e/), aliança militar liderada pelos EUA, é oficialmente criada também
em 1949. Em 1955, a URSS responderia à criação da OTAN com sua própria
aliança militar: o Pacto de Varsóvia, que contava com os países socialistas do
Leste Europeu.
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Auge da Guerra Fria (1950-1962)
Esta foi a etapa em que houve maior perigo de estourar uma
guerra direta entre as duas superpotências. Alguns dos
acontecimentos mais marcantes foram:
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Guerra da Coreia: em 1950, as tropas da Coreia do Norte – comunista –
atravessaram as fronteiras e invadiram a Coreia do Sul – capitalista -, com o
apoio da URSS. Em seguida, os EUA mobilizaram o Conselho de Segurança
(https://www.politize.com.br/cadeiras-permanentes-na-onu/) da ONU, que
enviou tropas para conter o avanço norte-coreano e avançar sobre o
território da Coreia do Norte. Neste ponto, a China, liderada pelo Partido
Comunista, também intervém com tropas. A batalha continuou até 1953,
quando uma trégua foi assinada.
Início da Guerra do Vietnã: em 1959, o Vietnã do Norte – comunista e apoiado
pela URSS – avançou sobre os territórios do Vietnã do Sul – capitalista e
apoiado pelos Estados Unidos – dando início à Guerra do Vietnã, que se
estenderia até o ano de 1975. O país foi reunificado em 1976, após a vitória da
parte comunista.
Crise dos mísseis: este é considerado o momento em que a Guerra Fria ficou
mais próxima de um conflito nuclear. Em 1961, havia ocorrido a tentativa de
derrubar o governo de Fidel Castro (https://www.politize.com.br/revolucao-
cubana-historia/), de regime socialista. O episódio ficou conhecido como
“invasão da Baía dos Porcos”, e foi realizado por um grupo paramilitar de
exilados cubanos anticastristas, apoiados pelos Estados Unidos. Este
acontecimento, somado ao fato dos EUA terem mísseis nucleares na Itália e
Turquia – países próximos a URSS, fez com que os soviéticos buscassem
implantar mísseis em Cuba, país mais próximo dos EUA. Os Estados Unidos
imediatamente pediram a retirada dos mísseis, sob pena de realizarem um
ataque nuclear à URSS se a requisição não fosse atendida. Seguiram 13 dias
de forte tensão entre os dois blocos, em que o conflito nuclear parecia
iminente. Após esse período, as duas superpotências chegaram a um acordo:
a URSS removeu seus mísseis de Cuba e, posteriormente, os EUA retiraram
seus mísseis da Itália e Turquia.
Détente (1963-1979)
É interessante observar que após a crise dos mísseis, em que a
tensão chegou ao auge na Guerra Fria, os blocos começaram a
modificar sua postura, tentando evitar um possível conflito
nuclear. De 1963 a 1978, os canais de comunicação entre
Washington e Moscou passaram a ficar mais abertos, e houve um
afrouxamento das tensões.
Acordos começaram a ser realizados entre os dois blocos, com a
intenção de regular os testes de armas nucleares e sua
multiplicação. Mesmo o comércio entre as potências começou a
aumentar no período.
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“Segunda Guerra Fria” (1979-1985)
Após a détente, as tensões entre os dois blocos voltaram a
aumentar. Segundo o cientista político Nye, houve três fatos que
fizeram com que a hostilidade entre as superpotências voltasse a
crescer:
O aumento do gasto soviético em defesa e seu consequente maior poderio
bélico;
A intervenção soviética na Angola, Etiópia e Afeganistão, apoiando grupos
que se identificavam com o socialismo;
A nova orientação da política norte-americana, mais dura e identificada com
a direita, principalmente com a ascensão de Reagan e do Partido
Republicano (https://www.politize.com.br/eleicoes-nos-estados-unidos) no
governo dos EUA em 1981.
Entretanto, o cientista afirma que essa nova onda de hostilidades
concentrou-se muito mais no discurso do que em suas ações. O
comércio (https://www.politize.com.br/omc-regulacao-comercio-
internacional/)entre as nações continuava crescendo e as
comunicações permaneciam frequentes.
O fim da Guerra Fria
Existem três tipos de causas que explicam o fim da Guerra Fria:
precipitantes, intermédias e profundas. Vamos detalhar um pouco
mais cada uma delas:
Precipitantes
As reformas de Gorbachev, líder soviético a partir de 1985,
Perestroika e Glasnost, acabaram acelerando o declínio da URSS.
A Perestroika tinha o objetivo de modernizar e abrir a economia
soviética, enquanto a Glasnost visava a implantação de um
regime mais democrático
(https://www.politize.com.br/democracia-o-que-e/), com maior
liberdade de expressão (https://www.politize.com.br/liberdade-de-
expressao-liberdade-de-imprensa/) e manifestação. A abertura
significou um aumento das manifestações internas contra o
regime, que foi enfraquecido.
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Além da política interna, Gorbachev também modificou sua
política externa (https://www.politize.com.br/politica-externa-o-
que-e-e-por-que-e-importante/), concedendo aos Estados do
Leste Europeu maior grau de liberdade e refreando a corrida
armamentista por parte da URSS.
Mikhail Gorbachev, último líder da URSS, entre 1985 e 1991.
Intermediárias
A adoção de ideias liberais pela URSS e a expansão imperial
excessiva são apontadas como importantes causas para sua
queda. As ideias de abertura, democracia
(https://www.politize.com.br/democracia-representativa-de-fato-
nos-representa/) e maior liberalismo
(https://www.politize.com.br/liberalismo-o-que-e)utilizadas por
Gorbachev eram noções ocidentais. Ou seja, a URSS começava a
adotar ideais defendidos pelos Estados Unidos e pelo mundo
ocidental.
Já a expansão excessiva significou que a URSS, durante a Guerra
Fria, passou a gastar muito mais do que poderia, na tentativa de
prosseguir expandindo seu poder bélico e influência sobre outros
territórios. As despesas com armamentos e defesa territorial
eram tão grandes que outros setores da sociedade começaram a
sentir a falta de recursos (https://www.politize.com.br/recursos-o-
que-sao/). Como exemplo, podemos observar que o orçamento
destinado à saúde foi deteriorado e a taxa de mortalidade na
União Soviética chegou a aumentar. Este cenário colaborou para
a insatisfação da população soviética com o regime.
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Profundas
O declínio da ideologia comunista no mundo e a falência da
economia soviética foram consideradas causas profundas, muito
relacionadas às causas intermédias acima mencionadas.
Conforme Nye, o comunismo foi perdendo legitimidade ao longo
da Guerra Fria, na medida em que as ações autoritárias dos
líderes soviéticos foram sendo descobertas. Com a disseminação
de valores liberais e de noções de direitos humanos
(https://www.politize.com.br/direitos-humanos-o-que-sao/), o
regime foi perdendo apoiadores.
A economia soviética também enfrentava problemas.
Extremamente centralizada nas indústrias metalúrgicas e de
base, a União Soviética teve dificuldades em acompanhar os
avanços tecnológicos que ocorriam no restante do globo. Como
exemplo desta lacuna tecnológica, podemos observar que, em
1985, a URSS possuía cerca de 50 mil computadores pessoais,
enquanto os Estados Unidos detinham aproximadamente 30
milhões. Assim, a indústria soviética não era competitiva a nível
mundial, o que agravava seus problemas financeiros.
Portanto, a URSS lidava com vários problemas quando, em 1989,
ela tomou a decisão de não utilizar a força para apoiar o governo
comunista na Alemanha Oriental, resultando na queda do Muro
de Berlim, derrubado por multidões de pessoas. O episódio da
queda do Muro de Berlim marca, portanto, o fim da Guerra Fria.
Dois anos depois, em 1991, seria anunciado o fim da URSS, que
seria então desmembrada em Estados menores, o maior deles
sendo a Rússia.
—
Ufa! Esperamos que você tenha compreendido um pouco melhor
o que foi a Guerra Fria e quais foram as dinâmicas de poder que
se destacaram dentro dela! Permaneceram dúvidas?Pergunte-
nos, ficaremos felizes em responder!
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Página 18 de 27
Fontes:
NYE, Joseph S. Understanding Internacional Conflicts. 9ª ed,
Editora Longman, 2012.
VIZENTINI, Paulo Gilberto Fagundes. “A Guerra Fria”. In: REIS
FILHO, Daniel Aarão; FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste (org.). O
século XX (Vol. 3).O tempos das crises: revoluções, fascismos e
guerras. 3ª ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005, p. 195-
225.
LOHBAUER, Christian. História das Relações Internacionais II.
Editora Vozes, 2005.
Última atualização em 12 de janeiro de 2018.
4 Comments Sort by Newest
Fabiano Ferreira Martins
Olá! Primeiramente, parabéns pelo ótimo conteúdo! Em segundo lugar, gostaria
apenas de apontar um detalhe na seguinte referência que foi utilizada: 
VIZENTINI, Paulo Gilberto Fagundes. “A Guerra Fria”. In: REIS FILHO, Daniel Aarão;
FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste (org.). O século XX (Vol. 3).O tempos das crises:
revoluções, fascismos e guerras. 3ª ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005, p.
195-225.
Aparentemente, o livro utilizado é o 2º Volume da coletânia e não o 3º (como está
referenciado).
Volume I: O SÉCULO XX - O tempo das certezas: Da formação do capitalismo à
Primeira Grande Guerra;
Volume II: O SÉCULO XX - O tempo das crises: Revoluções, fascismos e guerras;
Volume III: O SÉCULO XX - O tempo de dúvidas: Do declínio das utopias às
globalizações.
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Pedro Tiago
achei bom essa historia
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Add a comment...
12/02/2022 11:54
Página 19 de 27
Daniel Chu
Cuidado: "...muro separando as duas partes do país em capitalista e socialista..." O
muro separa Berlim e não o país.
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Politize
Olá, Daniel. Agradecemos seu comentário e estamos corrigindo a frase. Volte
mais vezes! :)
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Alexandre Luna
Como de praxe parabenizo o politize pelo excelente conteúdo. Gostei principalmente
da parte inicial quando fala que EUA e URSS foram aliados na 2ª guerra por terem em
comum os inimigos nazismo e facismo, e muita gente, por ignorância ou má fé, diz que
o comunismo e o nazismo eram aliados. Fora também que a queda na qualidade do
serviço público e o aumento da mortalidade infantil na URSS contribuiu para a
desaprovação da população do regime e há quem diga que serviço público de
qualidade é coisa da esquerda e que isso é caridade com o dinheiro dos outros.
Parabéns Louise Enriconi e ao portal como um todo. É de sites como esses que a
internet precisa e não de fake news e muito menos de abobados que usam perfis
fakes para estimular o ódio contra minorias.
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12/02/2022 11:54
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(https://www.politize.com.br/author/louise-
enriconi/)
Louise Enriconi
Graduanda em Relações Internacionais na UFSC.
7 comentários
O muro de Pequim – Como Trump e Xi Jinping estão recriando a Guerra
Fria - Sem Aspas (https://semaspas.com/2019/08/19/muro-de-pequim-
guerra-fria/)
[…] isso mudou com o fim da Guerra Fria. O fracasso
econômico das economias planificadas fez com que todos os
países alinhados à União […]
Responda
Estados Unidos e Coreia do Norte: entenda a relação! – Bom para Você,
Bom para Sua Empresa
(https://workingfreelancerctba.wordpress.com/2019/09/16/estados-
unidos-e-coreia-do-norte-entenda-a-relacao/)
[…] ano é 1950, estamos no momento inicial da Guerra Fria e
na península coreana existem dois Estados, divididos pelo
famoso paralelo 38º. A parte ao […]
Responda
Guerra do Vietnã: o conflito mais emblemático da Guerra Fria – Bom
para Você, Bom para Sua Empresa
(https://workingfreelancerctba.wordpress.com/2019/10/28/guerra-do-
vietna-o-conflito-mais-emblematico-da-guerra-fria/)
12/02/2022 11:54
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[…] Mundial, a Guerra do Vietnã destaca-se como o conflito
mais emblemático do período da Guerra Fria e marca um dos
capítulos mais humilhantes da história militar […]
Responda
 Luana
De que maneira a ascensão dos Estados Unidos e da União
Soviética após o fim da Segunda Guerra Mundial colaborou
com o processo de descolonização da África e da Ásia?
Responda
 Luana
Amei o conteúdo parabéns
Responda
 João Raimundo
Qual tipo de pressão os Capitalistas e Socialista utilizavam
para manter os seus aliados fiéis às suas ideologias? *
Responda
12/02/2022 11:54
Página 22 de 27
 Jhonaisy Tineo
Parabéns! O conteúdo tem uma explicação muito confortável..
amei
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12/02/2022 11:54
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Veja também:
Guerra do Vietnã: o conflito
mais emblemático da Guerra
Fria
(https://www.politize.com.br/guerra-do-
vietna/)
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primeiro conflito armado…
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China e Estados Unidos:
como o coronavírus afetou
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estados-unidos-e-o-coronavirus/)
Debates eleitorais e redes
sociais: duas faces do…
(https://www.politize.com.br/debates-
eleitorais-e-a-influencia-das-redes-
sociais/)
12/02/2022 11:54
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Mídias sociais
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