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A INFLUENCIA DA NUTRICAO EM CRIANCAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

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Cuiabá 
2018 
GABRIELA BERNARDES FERREIRA LIMA 
 
 
 
 
 
 
A INFLUÊNCIA DA NUTRIÇÃO EM CRIANÇAS COM 
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 
 
 GABRIELA BERNARDES FERREIRA LIMA 
 
 
 
 
A INFLUÊNCIA DA NUTRIÇÃO EM CRIANÇAS COM 
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Universidade de Cuiabá como requisito 
parcial para a obtenção do título de graduado 
em Nutrição. 
Orientador: Denise Rezende 
 
 
 
 
 
 
 
Cuiabá 
2018 
 
GABRIELA BERNARDES FERREIRA LIMA 
 
 
 
 
A INFLUÊNCIA DA NUTRIÇÃO EM CRIANÇAS COM 
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Universidade de Cuiabá como requisito 
parcial para a obtenção do título de graduado 
em Nutrição. 
Orientador: Denise Rezende 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(a). Isabela Prado 
 
 
Prof(a). Luciana Noia de Carvalho 
 
 
Cuiabá, 15 de Junho de 2018 
LIMA, Gabriela Bernardes Ferreira. A influência da nutrição em crianças com 
transtorno do espectro autista. 2018. 34 pag. Trabalho de Conclusão de Curso de 
Graduação em Nutrição – Universidade de Cuiabá, Cuiabá, 2018. 
 
RESUMO 
 
Já é de conhecimento que o autista não se caracteriza apenas por um transtorno 
neurológico, envolve também desequilíbrio imunológico, anormalidades metabólicas 
com problemas com a desintoxicação, inflamação intestinal e sintomas 
gastrointestinais. O objetivo desse trabalho é compreender como a nutrição interfere 
na saúde de crianças com transtorno do espectro autista. Foi realizada uma análise 
descritiva dos dados obtidos pela revisão da literatura utilizando bases de dados 
virtuais, livros e publicações de órgãos pertinentes, publicadas no período de 1990 a 
2017. Estudos mostraram a importância da maturidade intestinal para o 
desenvolvimento cognitivo da criança, pois um sistema digestivo prejudicado pode 
desencadear vários problemas como eventos de toxicidades, podendo esta ser uma 
das principais causas no aparecimento de doenças neurais. Outros estudos 
apontaram que os autistas apresentam deficiências na produção de enzimas que 
participam da metabolização do glúten e caseína, causando desequilíbrio na flora 
intestinal, tornando a membrana intestinal permeável, o que permite a entrada 
desses peptídeos na corrente sanguínea. Devido à desordem neurológica presente 
nos autistas durante às refeições, ele apresenta seletividade, recusa e indisciplina 
alimentar. São necessários mais estudos para uma conclusão sobre o tema, porém 
pode-se observar que a intervenção nutricional em pacientes com o transtorno do 
espectro autista melhora o seu quadro. 
 
Palavras-chave: Nutrição; Autismo; TEA; Maturidade intestinal; Alimentação. 
 
 
LIMA, Gabriela Bernardes Ferreira. The influence of nutrition on children with 
autism spectrum disorder. 2018. 34 pag. Trabalho de Conclusão de Curso de 
Graduação em Nutrição – Universidade de Cuiabá, Cuiabá, 2018. 
 
ABSTRACT 
 
It is known that the autistic is not only characterized by a neurological disorder, it also 
involves immunological imbalance, metabolic abnormalities with problems with 
detoxification, intestinal inflammation and gastrointestinal symptoms. The aim of this 
work is to understand how nutrition interferes with the health of children with autism 
spectrum disorders. A descriptive analysis of the data obtained by the literature 
review using virtual databases, books and publications of pertinent organs, published 
between 1990 and 2017. Studies have shown the importance of intestinal maturity for 
the cognitive development of the child, since a system impaired digestive system can 
trigger several problems such as toxicities, and this can be one of the main causes of 
neural diseases. Other studies have pointed out that autistic individuals present 
deficiencies in the production of enzymes that participate in the metabolism of gluten 
and casein, causing an imbalance in the intestinal flora, making the intestinal 
membrane permeable, which allows the entry of these peptides into the bloodstream. 
Due to the neurological disorder present in the autistic during meals, it presents 
selectivity, refusal and indiscipline feeding. Further studies are needed for a 
conclusion on the subject, but it can be observed that nutritional intervention in 
patients with autism spectrum disorder improves their condition. 
 
Palavras-chave: Nutrition; Autism; TEA; Intestinal maturity; Food. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – Possíveis vias envolvidas nas interações neuroimunes nos TEA ........... 14 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
5HT Serotonina 
BB Barreira hematoencefálica 
BVS Biblioteca Virtual em Saúde 
CD Células dendríticas 
ECC Células enterocromafins 
EIC Eixo microbiota-intestino-cérebro 
GFCF Gluten Free Casein Free 
GI Gastrointestinal 
IAG Trans-indolil-3-acriloilglicina 
IEC Células epiteliais do intestino 
LPS Lipossacarídeo 
MC Mastócitos 
PTF Centro de Tratamento Pfeiffer 
TEA Transtorno do Espectro Austista 
TGD Transtorno Global do Desenvolvimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 9	
2 MATURIDADE INTESTINAL DO AUTISTA ........................................................... 11	
3 A DIETA GLUTEN FREE CASEIN FREE .............................................................. 16	
4 COMPORTAMENTO ALIMENTAR DO AUTISTA ................................................. 21	
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 26		
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 28	
 
 
 
9 
1 INTRODUÇÃO 
 
O autismo, antigamente, era definido como a perda do contato afetivo e 
interpessoal, dificuldade de comunicação social e, até, o afastamento com a 
realidade. Hoje, consegue-se definir o autista como um Transtorno Global do 
Desenvolvimento (TGD) que envolve vários fatores e se manifestam com a 
dificuldade de se comunicar e de se relacionar afetivamente, com padrões de 
comportamento repetitivos e interesses reduzidos. Para o acompanhamento do 
autista, faz-se necessário a atenção para quatro áreas: desequilíbrio imunológico, 
anormalidades metabólicas com problemas com a desintoxicação, inflamação 
intestinal e sintomas gastrointestinais. Todas elas devem ser tratadas 
simultaneamente e com a mesma importância pois, apesar de ser um transtorno do 
desenvolvimento, o qual os sinais clínicos são, principalmente a interação social e 
afetiva, a origem advém dessas áreas. 
É de conhecimento comum que o intestino também é chamado de “segundo 
cerébro” e, não é por acaso. Existe uma conexão cérebro-intestinal que afeta 
diretamente as funções normais do intestino, resultando em transtornos 
neuropsiquiátricos. Este é o caso do Transtorno do Espectro Austista (TEA), que têm 
uma relação íntima com o trato gastrointestinal. 
O autismo tornou-se um dos distúrbios mais estudados devido à gravidade da 
doença e à crescente prevalência relatada de 40 a 60 casos a cada 10.000 
nascimentos (BARBARESI, KATUSIC, & VOIGT, 2006; FOMBONNE, ZAKARIAN, 
BENNETT, MENG, & MCLEAN-HEYWOOD, 2006; GERNSBACHER, DAWSON, & 
GOLDSMITH, 2005; SCHECHTER & GRETHER, 2008), ocupando o terceiro lugar 
entre os distúrbios do desenvolvimento infantil. Assim sendo, o interesse na 
identificação precoce é alto por demonstrar que se acompanha de melhorias a longo 
prazo para a criança e para a família. Por ter sido descoberto recentemente, há 
poucos estudos científicos específicos do transtorno autista em relação à 
alimentação deixando uma lacuna no tratamento, visto que, as crianças autistas 
sofrem com sintomas gastrointestinais frequentes, tais como: dor abdominal, diarreia 
crônica, flatulência, vômitos, regurgitação, perda de peso,intolerância aos alimentos, 
irritabilidade, desinteria entre outros; além da melhora significativa na sociabilidade e 
comunicação dos pacientes pela terapia nutricional. 
10 
 
Analisando-se todas essas informações, como a nutrição influencia na saúde 
de crianças com transtorno do espectro autista? O trabalho decorre sobre alguns 
pontos importantes que engloba a fisiologia do autista até a sua relação com a 
alimentação. 
Este trabalho tem como objetivo compreender como a nutrição interfere na 
saúde de crianças com transtorno do espectro autista , definindo como a maturidade 
intestinal e alterações metabólicas apresentadas pelo autista afeta em seu 
desenvolvimento, verificando como a dieta GFCF interfere na saúde do autista e 
determinando a relação comportamental do autista com a alimentação. 
Para a elaboração deste trabalho foi realizada uma revisão da literatura sobre 
o tema proposto: como a nutrição influencia na saúde de crianças com transtorno do 
espectro autista. A base de dados: BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), Google 
Acadêmico, Pubmed Central, Scielo (Scientific Eletronic Library OnLine), livros e 
publicações de órgãos pertinentes serviram como instrumento para levantamento de 
dados. Foram inclusos apenas as publicações que correspondem ao estudo, 
publicadas no período de 1990 a 2017, todos os tipos de delineamentos 
metodológicos foram aceitos. A busca foi feita por termos livres, com o uso de 
vocabulário controlado (descritores): nutrição, autismo, TEA, maturidade intestinal do 
autista, comportamento do autista, alimentação, dieta GFCF, alterações metabólicas 
do autista, autism, nutrition and autism, gut, autism spectrum disorders, food 
selectivity. Para a compreensão do tema, foi realizado uma análise descritiva dos 
dados obtidos pela revisão da literatura para a elaboração da pesquisa e seu 
referencial teórico. 
 
 
 
 
 
11 
 
2 MATURIDADE INTESTINAL DO AUTISTA 
 
A ideia de que há interação entre o sistema digestório e o encéfalo não é 
recente. Emoções extremas podem causar desconfortos abdominais e provocar 
diarreias e/ou vômitos. Desde o século XIX especula-se o impacto recíproco do trato 
gastrointestinal (GI) no encéfalo, mas somente nas últimas décadas uma rota 
bidirecional de comunicação entre estes sistemas posteriormente denominados eixo 
encéfalo-intestinal, tornou-se reconhecido (RHEE et al., 2009; MAYER, 2011). 
Do trato GI, a informação sensorial pode ser influenciada pela flora intestinal e 
então ser processada e transmitida individualmente, ou coletivamente, por diferentes 
vias de comunicação, como a via neuronal, hormonal e/ou imunológica, antes de ser 
recebida pelo cérebro. Modificações nas vias de comunicação entre o intestino e o 
encéfalo são responsáveis por profundos efeitos no desenvolvimento e homeostase 
do sistema nervoso central, alterando funções fisiológicas e patológicas do indivíduo 
(BUFFINGTON, 2016; HOBAN, 2016; O’MAHONY, 2014; SUDO, 2004). 
 Sabe-se que a maturidade intestinal é de grande importância para o 
desenvolvimento cognitivo da criança, pois um sistema digestivo prejudicado pode 
desencadear vários problemas como eventos de toxicidades, podendo esta ser uma 
das principais causas no aparecimento de doenças neurais. A prevalência de 
sintomas gástricos em crianças autistas é alta 46-76%, quando comparada a 
crianças com desenvolvimento normal 10-30% (GOLDBERG, 2004). Os sintomas 
comumente descritos em estudos são: refluxo, diarreia crônica, constipação, 
flatulência excessiva e distensão abdominal (LEVY et al., 2007). 
Um fator que interfere na saúde do autista é que uma permeabilidade 
intestinal alterada poderia representar um mecanismo possível para o aumento da 
passagem pela mucosa intestinal de peptídeos derivados de alimentos com 
subsequente anormalidades comportamentais (D`EUFEMIA et al., 1996). 
Essa relação está associada com ocorrências de respostas imunes 
exacerbadas a certas proteínas alimentares, podendo ser, por exemplo, a gliadina, 
proveniente do glúten, que podem levar a uma resposta inflamatória, que impede a 
absorção completa de peptídeos, levando ao aumento da toxicidade, que por sua 
vez atravessam a barreira hematoencefálica e atuam nos receptores opióides no 
12 
 
sistema nervoso central (GALIATSATOS, et al., 2009). 
O sistema opioide endógeno é formado por um conjunto de receptores e 
peptídeos ligantes endógenos que estão distribuídos no sistema nervoso central e 
tecidos periféricos como o sistema imune, cardiovascular, endócrino e trato 
digestório (BODNAR, 2009). Esse sistema é crucial para a manutenção da 
homeostase e sobrevivência do organismo e devido a sua ampla distribuição regula 
diversas respostas fisiológicas como a transmissão da nocicepção, atividade 
cardiovascular e ciclo circadiano. Ele também regula os níveis de ansiedade, caráter 
depressivo, perfil locomotor, memória, comportamento e atua no desenvolvimento 
do sistema nervo central, pois opera na proliferação, migração e diferenciação 
celular cerebral (BODNAR, 2009; TRIGO et al., 2010). 
Segundo informações do “Centro de Tratamento Pfeiffer (PTC)”: AUTISM: 
RESERCH UPDATE (1995), os autistas apresentam, entre outras alterações, um 
defeito na função da proteína metalotionina que tem como função básica, a 
detoxificação de metais pesados, anormalidade esta que aparenta ser genética, 
tornando, o cérebro do autista extremamente sensível para metais tóxicos e outras 
substâncias ambientais. Esta proteína está, também, envolvida diretamente no 
desenvolvimento e maturação cerebral e do trato gastrintestinal nos primeiros anos 
de vida do ser humano. Por outro lado, a função diminuída da proteína metalotionina 
dificulta também, a entrada de alguns minerais nas células. Entre eles estão o cobre 
e o zinco que são responsáveis pela maturação intestinal, função imune e 
crescimento celular (NIMH, 2007). 
Alguns peptídeos foram encontrados na urina de 80% dos 1.100 autistas 
estudados. Tais peptídeos advém do metabolismo falho de algumas proteínas. Uma 
parte pode ser direcionada ao cérebro, provocando interferências na atividade dos 
neurotransmissores, devido sua ação neuroregulatória e possível estimulação pré-
sináptica. A gluteomorfina ou gliadomorfina é proveniente do metabolismo do glúten 
e a caseomorfina proveniente do metabolismo da proteína caseína, e foram esses 
os peptídeos encontrados nas urinas (SHATTOCK, 1990). 
Evidências têm mostrado que estes peptídeos, provenientes da quebra de 
alguns compostos protéicos, apresentam ação similar aos opióides, e, quando 
intactos podem atravessar a parede do intestino, atingir a corrente sanguínea e 
13 
 
chegar ao cérebro em maior quantidade nos indivíduos autistas (D`EUFEMIA et al., 
1996). 
Horvath & Perman (2002) descreveram alterações patológicas na 
permeabilidade intestinal, aumento da resposta secretória à injeção intravenosa de 
secretina e diminuição da atividade enzimática digestiva, o que demonstra uma 
conexão relativa entre as ações do cérebro e do intestino. Outro estudo, feito por 
Murch et al. (1993), sugeriram que a deficiência dos sistemas de fenil-transferase na 
parede do intestino, pode conduzir a um aumento da permeabilidade intestinal para 
alimentos com peptídeos, levando a uma inflamação intestinal e disfunção 
neuropsiquiátrica. 
Outro achado promissor é a presença de elevada concentração de trans-
indolil-3-acriloilglicina (IAG) na urina de autistas que foi postulada por Mills, Savery e 
Shattock (1998) e Shattock et al. (1990) como provável biomarcador de disfunções 
do trato digestório. Esse composto é resultante do catabolismo do aminoácido 
triptofano. Alterações do metabolismo do triptofano estão associadas a quadros 
clínicos de doenças intestinais, neurológicas e psiquiátricas (MARKLOVA; 
MAKOVIČKOVÁ; KRÁKOROVÁ, 2000). 
De fato, algumas das principais evidências observadas no autismo são as 
anormalidadesneurológicas e metabólicas. Diante disso, várias investigações têm 
sido direcionadas para a função de alguns nutrientes na alimentação do autista, 
objetivando uma melhora nos sintomas da desordem neurológica, e, tornando o 
tratamento nutricional um dos primeiros pontos que devem ser observados nas 
crianças autistas (MEHL-MADRONA, 2008). 
A primeira evidência da relação entre disfunções do trato digestório e 
transtorno autístico foi descrita em 1971 por Goodwin, Cowen e Goodwin, que 
identificaram em um grupo de crianças autistas o quadro de má absorção intestinal. 
O resultado dessa pesquisa estimulou a investigação do aparelho digestório dessa 
população e diferentes alterações foram identificadas como: a baixa concentração 
de α-1antitripsina, elevada excreção fecal de calprotectina, deficiência de enzimas 
proteolíticas, permeabilidade intestinal anormal e deficiência da enzima 
fenolsulfotransferase (ALBERTI et al., 1999; D’EUFEMIA et al., 1996; SMITH et al., 
2009;). 
14 
 
A figura 1 tenta explicar como os fatores imunológicos de origem 
gastrointestinal podem influenciar no funcionamento neuronal e consequentemente a 
alteração de comportamento dentro dos TEA. 
Figura 1 - Possíveis vias envolvidas nas interações neuroimunes nos TEA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Theije et al. (2011). 
Após perturbação imune no trato gastrointestinal, as células epiteliais do 
intestino (IEC) tornam-se mais permeáveis. As células enterocromafins (ECC), 
linfócitos, mastócitos (MC) e células dendríticas (DC) secretam todos os tipos de 
fatores neuroimunes que podem estimular o nervo entérico (1). Em adição citocinas 
e linfócitos estão na circulação e atravessam a barreira hematoencefálica (BB) (2). 
Citocinas séricas podem atravessar a barreira sangue cérebro (BB) (3) e citocinas 
podem se ligar a células neurogliais do cérebro, induzindo à uma resposta imune 
(neuroinflamação) (4). LPS (lipossacarídeo) promovem o aumento da 
permeabilidade da barreira sangue-cérebro, aumentando liberação de citocinas que 
se ligam a células do cérebro, acarretando a resposta imune (5) e alteração da 
15 
 
homeostase neuronal (THEIJE et al., 2011). 
Antígenos alimentares, bactérias e alguns produtos podem levar à uma 
inflamação intestinal e consequentemente à um aumento da permeabilidade. 
Magistris et al. (2010) demonstraram que indivíduos com TEA apresentam um 
aumento da permeabilidade intestinal de 36,7% em comparação com os controles. 
A deficiência na sulfatação é outro fator que ajuda o intestino a se tornar 
permeável. Os glicosaminoglucanos são dependentes da sulfatação e, são eles que 
respondem pela integridade da barreira hematocefálica e da mucosa intestinal. Com 
o processo de sulfatação prejudicado, qualquer substãncia nociva que caia na 
corrente sanguínea (peptídeos opióides, metais pesados, químicas) consegue atingir 
o cérebro (MARCELINO, 2010). 
 Em um estudo com indivíduos que apresentam TEA observou-se 
hiperserotonemia em 1/3 deles. A hipótese para este fato é que durante a resposta 
inflamatória no intestino, a serotonina (5HT) é produzida e liberada pelas células 
enterocromafins (ECC), acarretando uma dismotilidade e consequente alteração da 
consistência das fezes. Com uma maior utilização do triptofano (precursor da 5HT) 
pelo intestino através da dieta, teremos menos triptofano disponível para passagem 
pela barreira sangue cérebro e, portanto diminuição de 5HT cérebro, acarretando 
disfunções cognitivas nos indivíduos com TEA (THEIJE et al., 2011). 
Como já foi citado, a permeabilidade intestinal identificada nos autistas 
proporciona a passagem de peptídeos derivados do metabolismo do glúten e da 
casein, de acordo com Shattock (1990); e o TEA pode ser uma consequência da 
ação desses peptídeos de origem exógena, a qual afeta diretamente a 
neurotransmissão do sistema nervoso central. (REICHELT, 1990; SHATTOCK & 
LOWDON, 1991). Assim sendo, uma dieta modificada é de extrema importância para 
a saúde do autista. 
 
 
 
 
 
16 
 
3 A DIETA GLUTEN FREE CASEIN FREE 
 
O autismo é um distúrbio com origem genético e ambiental, então, fatores 
ambientais como poluição, toxinas, alimentação inadequada e modificada são cada 
vez mais importantes para o desenvolvimento das doenças multifatoriais 
(MARCELINO, 2010). 
Alguns sinais que os portadores de autismo apresentam estão relacionadas 
principalmente ao desenvolvimento da linguagem e interação social deficientes, 
além de alterações gastrointestinais, incluindo produção ineficiente de enzimas 
digestivas, inflamações e a permeabilidade intestinal alterada. Esses sinais fzem 
com que o transtorno se agrave ainda mais (GONZALEZ, 2005). 
Recentemente, a microbiota intestinal foi incluída no conceito de EIC, que 
passou a ser denominado eixo microbiota-intestino-cérebro (RHEE, POTHOULAKIS, 
MAYER, 2009; MAYER, SAVIDGE, SHULMAN, 2014; CARABOTTI et al., 2015; 
DINAN, CRYAN, 2017a; MELTZER, VAN DE WATER, 2017). Uma comunicação 
complexa e bidirecional no contexto deste eixo parece apresentar um papel na 
homeostase gastrintestinal a partir do cérebro, assim como uma interferência do 
trato gastrintestinal e sua microbiota no desenvolvimento e função do sistema 
nervoso central, incluindo funções afetivas e cognitivas (DINAN, CRYAN, 2017a; 
MELTZER, VAN DE WATER, 2017; GRENHAM et al., 2011; FOSTER, NEUFELD, 
2013). De maneira que, doenças neurodegenerativas, transtornos psiquiátricos tais 
como ansiedade, depressão e transtorno do espectro autista vêm sendo 
relacionados a alterações da microbiota intestinal e processo inflamatório (MAYER, 
SAVIDGE, SHULMAN, 2014; DINAN, CRYAN, 2017a/b; FOSTER, NEUFELD, 2013). 
O Glúten é uma proteína ergástica amorfa encontrada na semente de alguns 
cereais, tendo em sua composição gliadina e glutenina (CARDOSO; FERNANDES, 
2012). Um dos efeitos dessa proteína no intestino humano é a agressão que ela 
causa nas vilosidades do intestino delgado, prejudicando a absorção dos alimentos 
(CARVALHO & WERNECK JR., 2015). 
A caseína é uma proteína do leite e seus derivados, agregada com grupos 
fosfatos, podendo ser chamados de fosfopeptídeos (PHILIPPI, 2008). 
17 
 
Durante a metabolização do glúten e a caseína, eles são transformados em 
gliadinomorfina (metabolização do glúten) e caseomorfina (a quebra da proteína da 
caseína). Esses peptídeos demandam um funcionamento perfeito de enzimas para 
sua quebra e absorção. Quando eles conseguem atravessar a barreira intestinal, 
algem como morfina no corpo, já que atingem a corrente sanguínea e podem chegar 
ao cérebro pela corrente sanguínea (MARCELINO, 2010). 
Vários estudos identificaram nos autistas, sérias deficiências de produção 
enzimática com pouca ou nenhuma produção da enzima DPP IV responsável pela 
quebra desses peptídeos. Também notaram um desequilíbrio na flora intestinal, 
responsável por tornar o intestino permeável e deixando que esses peptídeos 
entrem na corrente sanguínea e se liguem aos receptores opiáceos no cérebro 
(MOURA; NASCIMENTO; RAMOS, 2012). 
Os autistas apresentam sintomas parecidos com as pessoas que sofrem de 
intolerância alimentar, crendo que a caseína e o glúten podem induzir ou simular 
uma intolerância alimentar produzindo anticorpos, como na doença celíaca. Na 
maioria dos autistas, esses sintomas se manifestam pelo comportamento 
(MARCELINO, 2010). 
Quando os peptídeos opioides atingem o fluxo sanguíneo, causam alterações 
na motilidade intestinal e no nível de acidez estomacal, e redução do número de 
células nervosas do sistema nervoso central interferindo na neurotransmissão 
(SHATTOCK, 1991). 
Neste contexto de desequilíbrios bioquímicos e metabólicos que afetam 
múltiplos sistemas orgânicos, a alimentação parece desempenhar um papel 
bastante positivo, auxiliando no equilíbrio do indivíduo como um todo. Alguns 
estudos, relatos empíricos e inquéritos familiares mostram evidênciasde que as 
intervenções dietéticas têm alcançado algum sucesso na melhora dos sintomas do 
autismo. Existe à disposição de pais, cuidadores e profissionais uma gama de 
opções de dietas especiais que podem ser direcionadas ao tratamento de indivíduos 
com autismo (RODRIGUES, 2010). 
Várias terapias alternativas têm sido disseminadas aos pais de crianças com 
autismo. Diferentes estratégias nutricionais têm sido sugeridas, incluindo restrição de 
alérgenos alimentares, probióticos, dieta livre de glúten e caseína e suplementos 
18 
 
alimentares, tais como as vitaminas A, C, B6, e B12, de magnésio e ácido fólico. 
Uma das intervenções mais populares no TEA é a dieta livre de glúten e caseína. A 
hipótese é que alguns sintomas podem ser o resultado de peptídeos opióides 
formados a partir da decomposição incompleta de alimentos contendo glúten e 
caseína. Aumento da permeabilidade intestinal, também referida como a "síndrome 
do intestino solto", permite que estes peptídeos atravessem a membrana intestinal, 
entrem na corrente sanguínea e atravessem a barreira hematoencefálica, afetando o 
sistema nervoso. O excesso destes opióides levaria a comportamentos observados 
no TEA, e a remoção destas substâncias da dieta se assemelha a uma mudança 
positiva de comportamentos nos autistas (ELDER, 2008). 
Estudos realizados na Dinamarca com crianças autistas revelaram melhora 
comportamental após restringirem, por 8 a 12 meses, glúten e caseína da dieta 
(WHITELEY et al., 2010). 
Para a adoção de dieta GFCF, a mudança deve ser feita de modo gradual e 
lenta para a adaptação da criança. Apesar de nem sempre ser fácil identificar se o 
alimento contém ou não glúten ou caseína, a maioria dos produtos industrializados 
mencionam se há presença dessas substâncias em sua composição. Porém, 
remédios, vitaminas e temperos não entram nessa lista (DOMINGUES, 2008). 
Santos (2017) sugere um protocolo adaptado e ordenado: A. Retirada da 
caseína e de todos os produtos derivados dessa proteína dos alimentos destinados 
aos autistas, com observação constante do nutricionista por um período de 3 
semanas (tempo experimental de possíveis reações adversas do procedimento); B. 
Após o período experimental em relação à restrição da caseína e derivados, inicia-
se a retirada do glúten e derivados da alimentação do autista, seguindo o mesmo 
critério de observação utilizado para caseína, mas agora por um período 
experimental de 5 meses. 
A eliminação da caseína e glúten da dieta deve ser feita acompanhada por 
um profissional da saúde, de preferência um nutricionista, pra garantir que a retirada 
dos alimentos que contém essas substâncias não cause nenhum deficiência 
nutricional, como por exemplo, o cálcio que está deixando de ser ingerido ao retirar-
se o leite da dieta. (DOMINGUES, 2008). 
As observações constantes do nutricionista se fazem necessárias com o 
19 
 
objetivo de prevenir possíveis quadros de deficiências de vitaminas e minerais que 
possam ser iniciadas com a retirada dos componentes alimentares conforme 
descritos e, principalmente, a possibilidade do aparecimento da síndrome de 
abstinência, ocasionada pelo bloqueio e interferência da ação opióide dos peptídeos 
no sistema nervoso central, a qual pode não apresentar grande consequência 
nutricional para o paciente. Mas se houver, alguma consequência, estas surgirão 
como alterações psicológicas e psicomotoras significativas, e nesse caso, deverão 
ser discutidos juntamente com a equipe de tratamento do paciente (SANTOS, 2017). 
A partir do momento em que se adota a dieta Gluten Free Casein Free 
(GFCF), se nota apenas uma diminuição nos sintomas, e não uma extinção deles. 
Muitas vezes, as melhoras são quase imperceptíveis, e só fica claro a eficácia da 
dieta, quando a criança volta a apresentar os sintomas após algum deslize na dieta. 
(MOURA; NASCIMENTO; RAMOS, 2012). 
A melhora de alguns sintomas foram relatados após a adoção da dieta GFCF, 
como a melhora do nível de concentração e o contato com os olhos, regressão do 
comportamento agressivo e repetição motora, aumento da afetividade, melhora na 
linguagem verbal e não verbal, melhora dos distúrbios gastrintestinais, melhora do 
sono (MARCELINO, 2010). 
À medida que a comunidade médica aguarda evidências adicionais de 
estudos clínicos, os profissionais de alimentação e nutrição têm um papel importante 
a desempenhar para garantir a saúde e a segurança de crianças autistas, cujas 
famílias optaram por prosseguir abordagens dietéticas para o tratamento. Além 
disso, é importante exortar as famílias a avaliar periodicamente os prós e contras de 
todas as abordagens dietéticas para o tratamento, tendo em vista que as terapias 
nutricionais ainda não têm embasamento científico suficiente. (PEREGRIN, 2007). 
De 1680 pacientes com TEA, 13% dos pais, de 18 países europeus, 
utilizavam dieta sem glúten ou sem caseína, com resultados variáveis. Lembrando 
que a exclusão do glúten implica na exclusão de todos os produtos que o contém 
como: trigo, aveia, cevada ou centeio e todas as farinhas, pão, biscoitos, macarrão e 
outros produtos. A exclusão da caseína retira da dieta derivados do leite, iogurte, 
queijo, manteiga, creme ou sorvete, entre outros. Portanto, este tipo de 
20 
 
recomendação alimentar traz uma série de problemas para o cotidiano familiar 
(SALOMONE et al., 2015). 
Melhora dos sintomas do autismo com dietas de exclusão de glúten e caseína 
são descritas em alguns estudos, entretanto, uma revisão sistemática recente 
desenvolvida por um grupo de pesquisadores espanhóis reforça as dificuldades na 
escolha de artigos de boa qualidade sobre o tema, mas pontua que essa prática 
pode atingir até 70% dos casos de autismo em algumas publicações (MARÍ-
BAUSET et al., 2014). 
No entanto essa intervenção é amplamente questionada devida as 
deficiências nutricionais desenvolvidas e pela falta de comprovação científica de que 
ela continuará tendo efeitos benéficos após o primeiro ano de inclusão da dieta 
GFCF e trazer prejuízos na saúde óssea, pela exclusão dos principais alimentos 
fontes de cálcio. (WHITELEY et al., 2013; ADAMS et al., 2008). Por isso, ao aderir à 
dieta GFCF recomenda-se que seja feita uma suplementação de vitamina B6 e 
magnésio, além de avaliar a necessidade de adicionar outras vitaminas importantes, 
como por exemplo, o cálcio (CARVALHO et al., 2012). 
O estado nutricional do autista depende não só da ingestão alimentar, mas 
também de processos fisiológicos e metabólicos, como a digestão e a absorção dos 
nutrientes. Se por um lado, as possíveis perturbações metabólicas do autismo 
podem conduzir a necessidades acrescidas de vitaminas e minerais, por outro lado, 
situações de recusa e seletividade alimentar são frequentes em autistas o que pode 
conduzir a um inadequado aporte de energético e de micronutrientes (GONZALEZ, 
2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
4 COMPORTAMENTO ALIMENTAR DO AUTISTA 
 
Atualmente, o autismo é descrito como uma forma de desordem neurológica 
de causa desconhecida, caracterizada pela deterioração e demora na interação 
social e na aquisição da linguagem, bem como, deficit de habilidades com padrões 
repetitivos de comportamento e sintomatologia iniciada antes dos 3 anos de idade 
(SIEGEL, 1996; HORVATH & PERMAN, 2002). Nesta desordem neurológica 
existem anormalidades na estrutura e função cerebral, especialmente com 
implicações diretas no sistema límbico e cerebelar. Devido a estas áreas serem 
atingidas, aproximadamente 75% a 80% das crianças com autismo apresentam 
algum grau de retardo mental e, em muitos casos, esses indivíduos não conseguem 
ser independentes na vida adulta (SIEGEL, 1996). 
Normalmente nos primeiros dois anos de vida, a criança experimenta uma 
gama de alimentos, texturas e sabores diferenciados. Já as crianças portadoras do 
espectro autista são muito mais seletivas e resistentes ao novo e costumamcriar um 
bloqueio à essas novas experiências alimentares. Acredita-se que o comportamento 
repetitivo e o interesse restrito tenham um papel importante na seletividade dietética. 
(CARVALHO et al., 2012). 
A recusa alimentar ocorre tanto em crianças com o desenvolvimento normal 
quanto em crianças com autismo, sendo uma atitude comum que ocorre na primeira 
infância, uma vez que há introdução de alimentos com texturas e sabores 
desconhecidas. No entanto, pais de crianças autistas relatam que seus filhos são 
altamente seletivos e com um repertório alimentar limitado a um máximo de cinco 
alimentos. Com essas restrições, o consumo de nutrientes essenciais como 
vitaminas, minerais e macronutrientes, passa a ser impróprio, levando a um estado 
nutricional inadequado (BANDINI et al., 2010). 
Estudos sugerem que a seletividade alimentar é mais comum em crianças 
com TEA do que em crianças com desenvolvimento típico, e que um repertório 
limitado de alimentos podem estar associado a uma nutrição inadequada. Estas 
crianças são muitas vezes descritas como excessivamente seletivas, com aversão a 
texturas específicas, cores, cheiros, temperaturas e rigidez com relação a marcas 
específicas de alimentos (RAITEN; MASSARO, 1986; SCHRECK; WILLIAMS; 
22 
 
SMITH, 2004). 
A literatura científica tem nos mostrado que, com relação à alimentação, 
especialmente na hora da refeição, três aspectos mais marcantes são registrados: 
seletividade, que limita a variedade de alimentos, podendo levar a carências 
nutricionais; recusa, mesmo ocorrendo a seletividade é frequente a não aceitação do 
alimento selecionado o que pode levar a um quadro de desnutrição calórico-proteica 
e a indisciplina alimentar que também contribui para a inadequação alimentar. 
Portanto, deve-se ter cautela ao deixar as crianças autistas ingerir alimentos que 
não sejam saudáveis, devendo ser evitados (CARVALHO, 2012). 
Um estudo mostrou que a seletividade alimentar pode estar relacionada com 
a sensibilidade sensorial ou também descrita como defensividade tátil, que pode 
estar presente em algumas crianças com falhas de aprendizagem e de 
comportamento. Define-se a sensibilidade sensorial como uma reação exagerada a 
determinadas experiências de toque, que muitas vezes resulta em uma resposta 
comportamental negativa, podendo contribuir na dificuldade da aceitação de texturas 
de alimentos diversificados em crianças com TEA (CERMAK; CURTIN; BANDINI, 
2010). 
Uma pesquisa atual descreve que há alta prevalência desses distúrbios em 
indivíduos portadores de TEA, e está presente em várias idades e em ambos os 
gêneros, cerca de 90% manifestam essas dificuldades sensoriais, podendo ocorrer 
em vários domínios como os domínios do tato e do olfato. Sendo assim essas 
alterações são extremamente comuns e são consideradas como um dos critérios 
para o diagnóstico da doença (CERMAK; CURTIN; BANDINI, 2010). 
De acordo com um estudo, os distúrbios sensoriais podem contribuir 
negativamente no consumo de certos tipos de alimentos, estando relacionado com a 
textura e o cheiro do mesmo, o que traz certa repreensão às crianças com TEA, e o 
momento do consumo desses alimentos torna-se algo intragável e intolerável e 
muitas vezes a refeição é associada a algo ruim e desagradável, dificultando a 
nutrição adequada (ATTWOOD, 2006). Outro aspecto bem conhecido em pacientes 
com espectro autista são as alterações no hábito alimentar, sendo descritos desde 
aversão, seletividade até a recusa total de determinados alimentos e 
comportamentos obsessivos disfuncionais, além de efeitos adversos de alguns 
23 
 
medicamentos como redução do apetite (GERAGHTY; DEPASQUALE; LANE, 
2010). 
No estudo de Bandini et al. (2010) a seletividade alimentar foi investigada em 
três domínios: 1) recusa alimentar; 2) repertório limitado de alimentos; e 3) alta 
frequência de consumo alimentar individual. A hipótese era de que crianças com 
TEA exibem uma seletividade maior a alimentos do que as crianças com 
desenvolvimento típico. Também foi avaliado se a seletividade alimentar foi 
associada com ingestão inadequada de nutrientes, uma vez que isso teria 
implicações importantes para uma dieta adequada. A seletividade alimentar foi 
comparada entre 53 crianças com TEA e 58 com desenvolvimento típico com idades 
entre 3-11 anos. Os resultados mostram que crianças com TEA apresentaram uma 
recusa maior ao alimento do que as crianças com desenvolvimento típico (41,7% vs 
18,9% dos alimentos oferecidos, p <0,0001). Um repertório de alimentos mais 
restrito foi relatado para crianças com TEA do que crianças com desenvolvimento 
típico (19,0 vs 22,5 alimentos, p <0,001). 
Em ambos os grupos todas as crianças tinham uma ingestão inadequada de 
fibra. Além de fibras, a inadequação de nutrientes era comum para a vitamina D, 
vitamina E e cálcio. Ingestão inadequada de vitamina D e cálcio foi mais frequente 
para as crianças com TEA em comparação com crianças com desenvolvimento 
típico (BANDINI et al., 2010). 
A seletividade desses alimentos prejudica de forma marcante o consumo de 
nutrientes, ou seja, a indisciplina durante as refeições interfere na ingestão de 
alimentos e na adequação nutricional (AHEARN, 2001). Isso ocorre, pois as 
anormalidades comportamentais relacionadas à alimentação, provavelmente está 
associada aos sintomas do Transtorno do Espectro Autista (LUKENS, 2008). 
Cornish (1998) analisou o histórico alimentar de 3 dias de 17 autistas e 
comparou com as recomendações diárias. O resultado revelou que 53% dos 
participantes consumiam quantidade insuficiente de um ou mais nutriente. O baixo 
consumo de cálcio, ferro, piridoxina, ácido ascórbico, vitamina D e zinco foi 
observado emu ma ou mais crianças autistas. 
Pode-se descrever que a hora das refeições são bastante conturbadas, ou 
seja, há presença de choro, agitação e agressividade. Crianças autistas possuem 
24 
 
um padrão alimentar diferente das crianças controles (não autistas), isso faz com 
que seu crescimento corporal e estado nutricional sejam comprometidos, tornando-
se assim, prejudicial a saúde (ZUCHETTO, 2011). 
Crianças com TEA expressam a necessidade de não misturar os alimentos e 
cheirá-los antes da ingestão, quando comparadas à crianças que constituíam o 
grupo controle. Em ambos os estudos os pesquisadores defendem o argumento de 
que a constipação e a seletividade de alimentos devem ser atribuídas às 
características comportamentais de crianças com TEA (IBRAHIM, 2009). 
Um estudo realizado com 36 crianças autistas, em uma dieta livre ou limitada, 
apresentou que há uma deficiência considerável de alguns aminoácidos essenciais, 
acarretando na baixa ingestão de Vitamina D, Ferro e Cálcio, o quais acometem o 
desenvolvimento ósseo e distúrbios do sono (WINTER; BLUE, 2009). 
Kerwin, Eicher e Gelsinger (2005) identificaram, em uma amostra comunitária 
de crianças com transtorno do espectro do autismo sem outra especificação, a 
presence de dor abdominal, constipação e diarreia, associadas também à presença 
de problemas alimentares. Ibrahim (2009) concluiu que a constipação e a 
seletividade alimentar são características comportamentais de crianças com TEA, 
como tendências ritualísticas, necessidade de rotina e insistência na repetição, ao 
invés de ser indicativo de uma patologia gastrointestinal. Isso corrobora a proposta 
de Chen, Rodgers e McConachie (2009), segundo a qual a intensidade e a 
frequência de comportamentos restritos e repetitivos estão associadas com 
alterações da resposta sensorial. Chaidez, Hansen e Hertz-Picciotto. (2014) 
identificaram que tanto a seletividade quanto as alterações gastrointestinais 
apresentaram uma chance maior de ocorrer nas crianças com TEA, e consideraram 
como plausível a existência de alguns fatores que agiriam, direta ou indiretamente, 
para a presença de seletividade nessa população – o sabor, a textura, ou a 
temperatura –, ou seja,alterações na resposta sensorial. 
Mesmo ainda havendo disparidades entre alguns estudos, quanto à 
resultados, conceitos da relação de problemas comportamentais e seletividade 
alimentar, existe a possibilidade de que as alterações da resposta sensorial em 
crianças com TEA contribuam para a presença da seletividade alimentar em alguns 
fenótipos da síndrome (BANDINI, 2010, HUBBARD, 2014; MARÍ-BAUSET, 2014). 
25 
 
As anormalidades comportamentais relacionadas à alimentação 
provavelmente estão associadas aos distúrbios centrais do autismo. O deficit de 
interação social somado à falta de maturidade para a interação social e modelos 
adequados de comportamentos para as refeições podem dificultar o aprendizado de 
crianças autistas em diversas atividades, por exemplo, comer com utensillios 
apropriados (LUKENS; LINSCHEID, 2008). 
Muitos autistas não desenvolvem habilidades de comunicação. Esses fatos os 
impede de expressar suas necessidades como fome, saciedade, preferências 
alimentares e desconforto após as refeições (LUKENS; LINSCHEID, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Devido ao crescente número de crianças portadoras do transtorno do 
espectro autista, vários estudos começaram a ser publicados, relacionando as 
causas e o tratamento com a nutrição. O que se pode afirmar é que o eixo cérebro-
intestino é verdadeiro, sendo assim também aos autistas. 
Sabe-se que a maturidade intestinal é fundamental para a saúde neurológica 
da criança, por isso, a imaturidade intestinal apresentada pelo autista é tão estudada 
e discutida. Com o sistema digestivo prejudicado, a permeabilidade intestinal torna 
possível a passagem de peptídeos para o sistema circulatório podendo chegar ao 
cérebro e causar algumas desordens. A provável causa dessa alteração na 
membrana intestinal é a deficiência de enzimas que metabolizam o glúten e caseína, 
aumentando a presença da gliadomorfina e caseomorfina, os quais atuam como 
opioides no cérebro. Outra causa ainda estudada é a deficiência da metalotionina 
que age como detoxificadora de metais pesados, além de estar envolvida no 
desenvolvimento e maturação cerebral e do trato gastrintestinal nos primeiros anos 
de vida do ser humano. 
Uma intervenção proposta por vários autores é a adoção da dieta GFCF 
(Gluten Free Casein Free) que vai agir diretamente na questão da ineficiente 
metabolização do glúten e da caseína. A dieta consiste na exclusão dessas duas 
proteínas a qual garante que essas substâncias não cheguem ao cérebro. Vários 
estudos relatam uma melhora significativa nos sintomas do autismo quando essa 
exclusão é adotada. Porém, existem estudos contraditórios que questionam as 
deficiências nutricionais que podem ser desenvolvidas ou se ela continuará tendo 
efeitos benéficos ao longo dos anos, pois se está excluindo um dos principais 
alimentos fontes de cálcio. 
A criança portadora do transtorno do espectro autista apresenta uma relação 
conturbada com os alimentos. Estudos sugerem que essa relação é caracterizada 
por três fatores: seletividade alimentar, que limita a variedade de alimentos e pode 
desencadear carências nutricionais; recusa alimentar e a indisciplina alimentar que 
pode ser vista com agressividade nos horários das refeições. Um estudo demonstrou 
que cerca de 90% dos autistas manifestam dificuldades sensoriais, especialmente o 
27 
 
tato e o olfato, estando relacionado com a textura e o cheiro dos alimentos. 
Por mais que, vários estudos estão abordando essa temática, ainda se faz 
necessário mais pesquisas para se ter uma conclusão sobre como a nutrição pode 
influenciar na saúde do autista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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