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Manual de Linguistica I

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Prévia do material em texto

MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM 
Língua Portuguesa 
 
 
1º Ano 
Disciplina: Linguística I 
Código: 
Total Horas/1 Ano: 150 
Créditos (SNATCA): 6 
Número de Temas: 12 
 
 
 
 
 
 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
i 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e 
contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total 
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto 
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). 
 
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais 
em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Direcção Académica 
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23 323501 
Cel: +258 82 3055839 
Fax: 23323501 
E-mail: isced@isced.ac.mz 
Website: www.isced.ac.mz 
 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
ii 
Agradecimentos 
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual 
agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: 
 
Pela Coordenação 
Pelo design 
Direção Académica do ISCED 
Direção de Qualidade e Avaliação do ISCED 
Financiamento e Logística 
 
Pela Revisão 
Instituto Africano de Promoção da Educação 
a Distancia (IAPED) 
 
 
Elaborado Por: MsC Jane A. Mutsuque 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
iii 
VISÃO GERAL 1 
Benvindo à Disciplina/Módulo de Linguística I ................................................................. 1 
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 1 
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2 
Ícones de Actividades ....................................................................................................... 4 
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 4 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 7 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 8 
Avaliação ........................................................................................................................... 9 
 
TEMA I - CONSIDERAÇÕES GERAIS À DISCIPLINA: Natureza, objectivos e Princípios 11 
Introdução ....................................................................................................................... 11 
1.1 A Linguística como Disciplina Científica ................................................................. 11 
1.2 Fases da Linguística - Histórico do Surgimento da Linguística ............................... 12 
1.3 Objecto de Estudo da Linguística ........................................................................... 14 
1.4 Ramos da Linguística .............................................................................................. 14 
1.5 Matéria e Tarefas da Linguística ............................................................................ 15 
1.6 Relação da Linguística com outras Ciências ........................................................... 16 
Sumário ........................................................................................................................... 17 
Auto-Avaliação ................................................................................................................ 18 
Exercícios de Aplicação ................................................................................................... 18 
 
TEMA II - A GRAMÁTICA 19 
Introdução ....................................................................................................................... 19 
2.1 Conceito de Gramática ........................................................................................... 19 
2.2 Componentes/Classificação da Gramática............................................................. 20 
2.3 Áreas de Estudo da Gramática ............................................................................... 21 
2.4 Função da Gramática.............................................................................................. 21 
2.5 Tipos de Gramáticas ............................................................................................... 21 
Síntese ............................................................................................................................. 23 
Auto-Avaliação ................................................................................................................ 23 
Auto-Avaliação ................................................................................................................ 24 
 
TEMA III - A LINGUAGEM (HUMANA) 25 
Introdução ....................................................................................................................... 25 
2.4 Conceito ………………………………. .............................................................................. 25 
3.2 Origem e Evolução da Linguagem .......................................................................... 26 
3.3 Teorias Filosóficas da Linguagem ........................................................................... 26 
3.4 Tipos de Linguagem ................................................................................................ 28 
3.5 Linguagem humana vs. Linguagem Não-humana (diferenças) .............................. 29 
Síntese ............................................................................................................................. 30 
Auto-Avaliação ................................................................................................................ 31 
Exercícios de Aplicação ................................................................................................... 31 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
iv 
TEMA IV - PRINCÍPIOS DA FONÉTICA 32 
Introdução ....................................................................................................................... 32 
4.1 Conceito de Fonética .............................................................................................. 32 
4.2 As Propriedades Articulatórias ............................................................................... 32 
4.3 Componente da Fonética ....................................................................................... 33 
4.4 Funcionamento do Aparelho Fonador Humano .................................................... 34 
Síntese ............................................................................................................................. 37 
Auto-Avaliação ................................................................................................................ 37 
Exercícios de Aplicação ................................................................................................... 37 
 
TEMA V- TRANSCRIÇÃO FONÉTICA: Classificação dos Sons 38 
Introdução ....................................................................................................................... 38 
5.1 Alfabeto Fonético Internacional ............................................................................. 38 
5.2 Classificação dos Sons Linguísticos......................................................................... 41 
Síntese ............................................................................................................................. 45 
Auto-Avaliação ................................................................................................................ 46 
Exercícios de Aplicação ................................................................................................... 46 
 
TEMA VI - PRINCÍPIOS DA FONOLOGIA 47 
Introdução ....................................................................................................................... 47 
6.1 Conceito de Fonologia ............................................................................................ 47 
6.2 Fonema, Fones e Alofones ..................................................................................... 47 
Síntese ............................................................................................................................. 53 
Auto-Avaliação ................................................................................................................ 53 
Exercício de Aplicação ..................................................................................................... 54 
 
TEMA VII - PRINCÍPIOS DA MORFOLOGIA 55 
Introdução ....................................................................................................................... 55 
7.1 A Concepção de Morfologia ................................................................................... 55 
7.2 Critérios da Definição da Palavra ........................................................................... 55 
7.3 Tipos de Morfemas ................................................................................................. 57 
7.4 Estrutura Interna da Palavra .................................................................................. 59 
7.5 Palavras Simples e Complexas................................................................................ 61 
Síntese ............................................................................................................................. 63 
Auto-Avaliação ................................................................................................................ 63 
Exercícios de Aplicação ................................................................................................... 64 
 
TEMA VIII - A SINTAXE (NOÇÃO E ESTRUTURA DOS CONSTITUINTES) 65 
Introdução ....................................................................................................................... 65 
8.1 Conceito de Sintaxe ................................................................................................ 65 
8.2 Estrutura dos Constituintes (constituintes imediatos) .......................................... 66 
8.3 Frase, Oração e Período ......................................................................................... 74 
Síntese ............................................................................................................................. 77 
Auto-Avaliação ................................................................................................................ 78 
Exercícios de Aplicação ................................................................................................... 78 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
v 
TEMA IX - INTRODUÇÃO À SEMÂNTICA 79 
Introdução ....................................................................................................................... 79 
9.1 Conceito da Semântica ........................................................................................... 79 
9.2 Noção de Sema ....................................................................................................... 80 
9.3 Relações de Sentido (identidade ou igualdade de sentido) ................................... 81 
9.4 Relações de Oposição ou Dissemelhança de Sentido ............................................ 82 
9.5 Distinção entre Conotação e Denotação: .............................................................. 85 
Síntese ............................................................................................................................. 85 
Auto-Avaliação ................................................................................................................ 86 
Exercícios de Aplicação ................................................................................................... 86 
 
TEMA X - INTRODUÇÃO À PRAGMÁTICA 88 
Introdução ....................................................................................................................... 88 
10.1 Conceito de Pragmática ....................................................................................... 88 
10.2 Princípios da Pragmática: Actos Ilocutórios ......................................................... 89 
Síntese ............................................................................................................................. 91 
Auto-Avaliação ................................................................................................................ 92 
Exercícios de Aplicação ................................................................................................... 92 
 
TEMA XI - LÍNGUA: Falada e Escrita 93 
Introdução ....................................................................................................................... 93 
11.1 Acepções sobre o Conceito de Língua. ................................................................. 93 
11.2 Diferenças entre a Língua e Fala .......................................................................... 96 
11.3 Relação das Línguas com a Escrita ....................................................................... 96 
Síntese ............................................................................................................................. 97 
Auto-Avaliação ................................................................................................................ 98 
Exercícios de Aplicação ................................................................................................... 98 
 
TEMA XII - NOÇÕES DE SOCIOLINGUÍSTICA E PSICOLINGUÍSTICA 99 
Introdução ....................................................................................................................... 99 
12.1 Sociolinguística ..................................................................................................... 99 
12.2 Conceito de Psicolinguística ............................................................................... 106 
Síntese ........................................................................................................................... 107 
Auto-Avaliação .............................................................................................................. 108 
Exercícios de Aplicação ................................................................................................. 108 
 
RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO 110 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 114 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
1 
VISÃO GERAL 
Benvindo à Disciplina/Módulo de Linguística I 
Objectivos do Módulo 
Ao terminar o estudo deste módulo de Linguística I deverá ser capaz 
de: conhecer os conceitos básicos da linguística, destacando seus 
objectivos, sua sistematização, seus procedimentosconcebidos 
para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os 
fenómenos que afectam as situações linguísticas numa perspectiva 
geral. 
 
 
Objectivos 
Específicos 
 Definir Linguística e suas importância. 
 Fazer um breve percurso histórico da disciplina. 
 Conhecer as diferentes formas manifestação da linguagem; 
 Conhecer a gramática e seus componentes. 
 Saber reconhecer os fenómenos de variação linguística. 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do Curso de 
Licenciatura em Língua Portuguesa do ISCED. Poderá ocorrer, 
contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar 
seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem vindos, não 
sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o 
manual. 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
2 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo, à semelhança dos restantes do ISCED, está 
estruturado como se segue: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção 
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente 
de habilidades de estudos. 
Conteúdo desta Disciplina / módulo 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez 
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente 
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma 
introdução, objectivos, conteúdos. 
 
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são 
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só 
depois é que aparecem os exercícios de avaliação. 
 
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros 
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e 
actividades prátilcas, sendo algumas de estudo de caso. 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
3 
Outros recursos 
A equipa dos acadêmicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, 
num cantinho recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de 
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta 
uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você 
explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro 
de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso 
como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste 
material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter 
acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as 
possibilidades dos seus estudos. 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios 
de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro 
apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, 
exercícios que mostram apenas respostas. 
 
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação 
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo 
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção 
e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do 
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de 
avaliação é uma grande vantagem. 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
4 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico-
Pedagógica, etc., sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. 
Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de 
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser 
melhorado. 
 
Ícones de Actividades 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes 
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela 
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança 
de actividade, etc. 
 
Habilidades de estudo 
 
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprender aprende-se. 
 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. 
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro 
estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, 
procedendo como se segue: 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
5 
 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio 
de leitura. 
 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e 
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
 4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a 
sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com 
o padrão. 
 5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades 
práticas ou as de estudo de caso se existirem. 
 
 
IMPORTANTE: 
Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente 
como, onde e quando...estudar, como foi referido no início deste 
item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre 
o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em 
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de 
manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo 
melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? 
Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. 
 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado 
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada 
ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando 
achar que já domina bem o anterior. 
 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e 
estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
6 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos os 
conteúdo de cada tema, no módulo. 
 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o 
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das 
actividades obrigatórias. 
 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume 
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando 
interferência entre os conhecimento, perde sequência lógica, por 
fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em 
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistemáticamente), não estudar apenas para responder a questões 
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude 
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que 
está a se formar. 
 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto temposerá dedicado ao estudo e a outras actividades. 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
7 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar. 
 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros 
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou 
invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento 
e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, 
sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando 
a preocupação. 
 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Daí a relevância da 
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se 
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante 
– CR, etc. 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
8 
As sessões presenciais são um momento em que você caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do 
seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED 
indigitada para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste 
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza 
pedagógica e/ou administrativa. 
 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida 
em que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem 
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se 
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver 
habito de debater assuntos relacionados com os conteúdos 
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade 
temática, no módulo. 
 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues 
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. 
 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de 
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da 
disciplina/módulo. 
 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
9 
 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
 
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, 
sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
Avaliação 
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma 
avaliação mais fiável e consistente. 
 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentada de 
avaliação. 
 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade 
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
10 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (exame). 
 
Algumas actividades praticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação. 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
11 
TEMA I - CONSIDERAÇÕES GERAIS À DISCIPLINA: Natureza, objectivos e Princípios 
Introdução 
Caro estudante, vais iniciar os seus estudos na disciplina de Linguística 
com um tema que faz uma breve introdução à cadeira. As informações 
que aqui são vinculadas irão permitir que você tenha uma visão geral 
da linguística como disciplina científica; sobre o panorama histórico, o 
objecto de estudo da disciplina; os ramos da disciplina e a relação da 
linguística com outras ciências. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
 
 Definir linguística; 
 Descrever todos o processo histórico do surgimento da Linguística; 
 Indicar as fases porque a Linguística passou; 
 Descrever os ramos da linguística; 
 Identificar o principal objecto de estudo da Linguística; 
 Relacionar a linguística com outras ciências. 
 
1.1 A Linguística como Disciplina Científica 
As questões teóricas relativas à linguagem e às línguas, e as análises 
decorrentes da investigação integrada em quadros teóricos, ainda que 
possam constituir o conteúdo de gramáticas gerais ou particulares 
pertencem, na realidade, à ciência da linguagem denominada 
Linguística. Este termo foi utilizado pela primeira vez em alemão – 
Sprachwissenschaft – numa obra de 1833, indica o estudo das línguas 
“por si mesma” e não como reflexo de uma lógica filosófica ou como 
uma arte de bem falar. 
 
A linguística é um estudo científico porque assenta em pressupostos 
teóricos coerentes, utiliza objectividade e rigor na descrição dos dados 
e apresenta hipóteses de explicação com base nos pressupostos 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
12 
teóricos, hipóteses que podem ser confirmadas ou refutadas perante os 
dados das línguas em análise. 
 
1.2 Fases da Linguística - Histórico do Surgimento da Linguística 
Há relatos por parte de vários linguistas que a Linguística enquanto 
disciplina cientifica o surgiu com aLinguística Moderna no final do 
século XIX. Aqui vamos avançar até chegar ao início de século XXI, 
apresentando um amplo painel das escolas linguísticas modernas e 
contemporâneas, sem descuidar da influência exercida por estudiosos 
de outras áreas sobre as investigações da linguagem humana. 
 
Partindo de Platão, Aristóteles, dos estóicos e dos primeiros gramáticos 
da Antiguidade, a linguística vai além de Saussure, Bakhtin e Chomsky, 
elencando os principais nomes e vertentes deste campo e projectando 
luzes sobre as tendências teóricas que vieram a se tornar dominantes 
na Linguística no século que terminou e no actual século. 
 
Os estudos da língua passaram por três fases sucessivas e distintas: 
 a Gramática, que visava unicamente a formular regras para 
definir o que é certo e o que é errado; 
 a Filologia, que se preocupou em comparar textos de épocas 
diferentes para determinar as peculiaridades de cada autor, 
antecedendo a Linguística Histórica; e 
 a Gramática Comparada, que, ao justapor línguas diferentes, 
como o sânscrito, o grego e o latim, concluiu que todas 
pertenciam à mesma família, sendo possível, por exemplo, 
explicar as formas de uma língua pelas formas de outra. 
 
A fase da Gramática Comparada descobriu-se aspectos ligados a 
existência de uma relação entre os paradigmas gregos e latinos. Estes 
estudos foram desenvolvidos por Franz BOPP. Ele observou que o 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
13 
paradigma sânscrito deixa clara a noção de radical, elemento 
determinável e fixo numa série de palavras da mesma família. Assim, o 
sânscrito ajudou muito as pesquisas linguísticas, pois acabou 
esclarecendo outras línguas. 
 
Muitos foram os linguistas que se evidenciaram na genesse dos estudos 
linguísticos: Jacob Grimm, Pott, Kuhn, Aufrecht, Max Müller, Curtius e 
Schleicher. Alguns deles se aprofundaram nos estudos comparativos, 
conciliando a Gramática Comparativa com a Filologia, fases que, como 
vimos, antecederam a Linguística, fazendo surgir, assim, a escola 
comparatista. Porém, tal escola nunca se preocupou em determinar a 
natureza das línguas. Sem essa preocupação, ela não se constituiu em 
uma ciência, já que não estabeleceu métodos. Nota-se que a condição 
básica para o surgimento de uma ciência é o estabelecimento de 
métodos. Essa escola foi exclusivamente comparativa, em vez de 
histórica. Além disso, ela nunca se questiona os motivos de fazer tais 
comparações, portanto, dela nada se pode concluir. 
 
Os estudos comparativos acabaram por não corresponder à realidade, 
portanto, passaram a ser estranhos às condições da linguagem, por isso 
foram considerados excêntricos e erróneos. Porém, esses erros 
acabaram sendo importantes, pois originaram as pesquisas científicas e 
os estudos de Linguística propriamente ditos. Isso está bem claro: os 
erros de uma teoria levam ao surgimento de outras. A comparação é 
apenas um método. É assim que se dá o início a Linguística como uma 
ciência da linguagem. Ela nasceu do estudo das línguas românicas e das 
germânicas. Esse estudo aproximou a ciência de seu objecto de estudo, 
ou seja, a Linguística da linguagem. As pesquisas linguísticas tornaram-
se concretas, já que contaram com a ajuda de numerosos documentos 
que perduraram durante séculos. Tais documentos permitiam 
acompanhar a evolução dos idiomas, em especial do latim, protótipo 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
14 
das línguas românicas; e do germânico, protótipo das línguas indo-
européias. 
 
Com o fracasso dos estudos comparativos formou-se a escola dos 
neogramáticos, fundada por alemães. Essa escola consistiu em colocar 
numa perspectiva histórica todos os resultados do método 
comparativo. Graças a esses estudos, não se considerou mais a língua 
como um organismo autónomo, mas sim como um produto colectivo 
de grupos linguísticos. Esse fato acabou se transformando em algo de 
grande importância para o campo da Linguística Geral, embora esta 
ainda tenha algumas questões a serem esclarecidas. Sem dúvida, esse 
campo é por demais abrangente, o que impede de se encerrarem ou de 
se concluírem seus estudos. 
 
1.3 Objecto de Estudo da Linguística 
A Linguística, tal como qualquer outra ciência detentora de qualquer 
que seja o método de investigação. 
 
No caso, o objecto de estudo da Linguística é a linguagem humana. Daí 
podemos definir a Linguística como sendo o estudo científico da 
linguagem humana em suas diversas manifestações. Estudar a 
linguagem humana em suas realizações é estudar as componentes da 
gramática, que são: fonética, fonologia, morfologia, sintaxe, semântica 
e pragmática, estilística, terminologia e filologia. 
 
1.4 Ramos da Linguística 
A Linguística enquanto disciplina científica abarca dois ramos: a 
descritiva e a aplicada. Para compreenderes melhor, leia atentamente 
o trecho que se segue. 
 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
15 
 Linguística Descritiva 
A Linguística Descritiva tem o trabalho de analisar e de descrever como 
língua é falada (ou como foi falada no passado) por um grupo de povos 
em uma comunidade do discurso. A linguística descritiva moderna é 
baseada em uma aproximação estrutural à língua. 
 
 A descrição linguística é contrastada frequentemente com prescrição 
linguística. A prescrição procura definir formulários da língua padrão e 
dar o conselho no uso da língua eficaz, e pode ser pensada como 
tentativa de apresentar as frutas da pesquisa descritiva em um 
formulário, embora extrai também em uns aspectos mais subjectivos 
da estética da língua. A prescrição e a descrição são essencialmente 
complementares, mas têm prioridades diferentes e são vistas às vezes 
para estar no conflito. 
 
A descrição exacta do discurso real é um problema difícil, e os linguistas 
foram reduzidos frequentemente às aproximações. Quase toda a teoria 
linguística tem sua origem em problemas práticos da linguística 
descritiva. Fonologia (e seus desenvolvimentos teóricos, tais como 
fonema) trata da função e da interpretação do som na língua. Sintaxe 
tornou-se para descrever as réguas a respeito de como as palavras 
relacionam-se a fim dar forma a sentenças. Lexicologia, colecta de 
“palavras” e suas derivações e transformações: não causou a teoria 
muito generalizada. 
 
1.5 Matéria e Tarefas da Linguística 
Todas as manifestações da linguagem humana, seja de povos selvagens 
ou civilizados, arcaicos ou contemporâneos, constituem a matéria da 
Linguística. Porém, a linguagem escapa, muitas vezes, da observação, 
por isso os linguistas devem levar em conta os textos orais e escritos, 
que servirão de base para seus estudos. 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
16 
A Linguística tem três tarefas básicas: 
 Descrever a história das línguas; 
 Determinar as leis gerais a que possam se referir os fenómenos 
da língua; e 
 Definir a si própria. 
 
Pode-se dizer que poucas pessoas têm a respeito ideias claras; porém e 
evidente, por exemplo que as questões linguísticas interessam a todos 
como: historiadores, filólogos, etc. A sua importância está vidada para 
a cultura geral, ou seja na vida dos indivíduo as e das sociedades. 
Recordemos que a linguagem constitui o factor mais importante que 
qualquer outro. 
 
Resumindo podemos dizer que o estudo da linguagem não é 
exclusividade de especialistas, todos se interessam pelos estudos da 
língua, em maior ou menor proporção. Porém, em última análise cabe 
ao linguista a tarefa de denunciar e dissipar os erros cometidos ao se 
estudar uma determinada língua. 
 
Até aqui já fizemos uma resenha histórica da linguística enquanto 
disciplina científica, falamos do conceito, do seu objecto de estudo,das 
componentes, dos ramos e da matéria e da tarefa da linguística. Para 
terminarmos esta unidade, vamos falar da importância e relação que a 
linguística estabelece com outras disciplinas científicas. 
 
1.6 Relação da Linguística com outras Ciências 
A Linguística estabelece uma estreita relação com outras ciências, como 
a Antropologia, a Psicologia e a Sociologia. Ora, se a linguagem é social, 
obviamente a Linguística se relaciona com a Sociologia. Pode-se 
afirmar, também, que na língua tudo é psicológico. Daí sua relação com 
a Psicologia. E por fim, como a língua é objecto humano, a Linguística 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
17 
relaciona-se com a Antropologia. Convém deixar claro que, embora se 
relacionem, há muitos pontos que diferem a Linguística dessas outras 
ciências. 
 
Ademais, é certo que tudo o que se refere ao estudo da linguagem 
desperta o interesse de especialistas e estudiosos de outras áreas, 
como historiadores e filólogos, pois eles precisam trabalhar com textos. 
Sem contar a importância dada à Linguística para a cultura geral, tanto 
do indivíduo quanto da sociedade. 
 
Sumário 
Linguística é uma área de estudo científico sobre a linguagem humana 
em suas diversas manifestações. O estudo da linguística é feito através 
dos vários componentes da gramática, a saber: a fonética, a fonologia, 
a morfologia, a sintaxe, semântica e pragmática, estilística, 
terminologia, a filologia, a psicolinguística e a sociolinguística. 
 
A Linguística enquanto ciência da linguagem nasceu do estudo das 
línguas românicas e das germânicas. Esse estudo aproximou a ciência 
de seu objecto de estudo, ou seja, a Linguística da linguagem. 
 
Os principais ramos da linguística são: linguística descritiva que trabalha 
na análise e descrição da língua e linguística aplicada que é um campo 
interdisciplinar de estudo que identifica, investiga e oferece soluções 
para os problemas relacionados com a linguagem da vida real. 
 
A linguística tem três principais tarefas: a de descrever a história das 
línguas, determinar as leis gerais a que possam se referir os fenómenos 
da língua e definir a si própria. Ela relaciona-se com a com outras 
ciências, tais como a Antropologia, a Psicologia, Filosofia, História, 
Filologia, Sociologia, entre outras. 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
18 
 
Auto-Avaliação 
 
 
Exercícios de Aplicação 
 
1. Distinga, com exemplos práticos, a linguística aplicada da linguística 
descritiva. 
2. Qual é a relação da linguística com a literatura e a filosofia? 
3. Porque é que se considera a linguagem humana como objecto de 
estudo da linguística? 
 
 
1. Apresente uma definição válida para a linguística. 
2. Qual era o fundamento da escola dos neogramáticos? 
3. Quais são os ramos da linguística? 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
19 
TEMA II - A GRAMÁTICA 
Introdução 
 
No tema hora sugerido vais poder compreender os fenómenos por 
detrais da origem e evolução da Gramática. É importante 
compreenderes que a gramática é o principal instrumento orientador 
dos estudos linguísticos. Entre outros tópicos, terás a possibilidade de 
compreender as componentes da gramática, as áreas de estudo da 
gramática, as função da gramática e os tipos de gramáticas existentes. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
 Definir o conceito de gramática; 
 Indicar as componentes da gramática; 
 Distinguir os diferentes tipos da gramática; e 
 Reconhecer as diferentes funcionalidades da gramática. 
 
2.1 Conceito de Gramática 
Gramática (do grego: γραμματική, transl. grammatiké, feminino 
substantivado de grammatikós) é o conjunto de regras individuais 
usadas para um determinado uso de uma língua, não somente da 
norma culta, mas também de variantes não padrão. É ramo da 
Linguística que tem por objetivo estudar a forma, a composição e todas 
as questões adicionais de uma determinada Língua. 
 
A partir deste conceito, pode-se definir que cada língua tem sua própria 
gramática, mas nem toda língua tem sua própria linguística. A linguística 
é única para todas as línguas existentes, já a gramática é única para cada 
língua. Normalmente o conceito de gramática inclui a ortografia. 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
20 
2.2 Componentes/Classificação da Gramática 
Para compreenderes melhor acerca das componentes da gramáticas, 
que na verdade serão os objectos dos seus estudos ao longo do curso, 
vamos apresentar sinteticamente conceitos gerais das respectivas 
componentes: 
 Morfologia preocupa-se com estudo da palavra e a sua 
estrutura interna, olhando para o seu elemento mínimo de 
análise, o morfema. 
 Sintaxe estuda a estrutura da frase numa determinada língua, 
bem como as relações entre as palavras dentro da frase. 
 Fonética dedica-se ao estudo dos sons da fala desde a produção 
à percepção, tendo como elemento mínimo de análise o fone. 
 Fonologia preocupa-se com a organização dos sons fornecidos 
pela fonética em sistemas e modelos sonoros numa língua 
particular, tendo como elemento mínimo de análise o fonema. 
 Lexicologia estuda o conjunto das palavras de um idioma, ramo 
de estudo que contribui para a lexicografia, área de actuação 
dedicada à elaboração de dicionários, enciclopédias e outras 
obras que descrevem o uso ou o sentido do léxico. 
 Terminologia dedicada seus estudos ao conhecimento e análise 
dos léxicos especializados das ciências e das técnicas. 
 Estilística estuda o estilo na linguagem. 
 Semântica debruça sobre o significado das palavras, bem como 
o sentido que elas têm entre si dentro da frase. 
 Pragmática estuda os princípios que regulam a actividade 
verbal, isto é, estuda o funcionamento da língua segundo os 
contextos diferentes. 
 Filologia é o estudo dos textos e das linguagens antigas. 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
21 
2.3 Áreas de Estudo da Gramática 
Para além das componentes acima mencionadas, a linguística comporta 
as seguintes áreas: 
 Sociolinguística, que se preocupa com o estudo da língua como 
um factor social. 
 Psicolinguística, que estuda a relação entre a linguagem e o 
cérebro humano. 
 
2.4 Função da Gramática 
A Gramática tem como principal função regular a linguagem e 
estabelecer padrões de escrita e fala para os falantes de uma língua. 
Graças à Gramática, a língua pode ser analisada e preservada, 
apresentando unidades e estruturas que permitem o bom uso da língua 
portuguesa. 
 
Uma boa Gramática deve ser capaz de extrapolar a visão reducionista 
que faz da língua um amontoado de regras prescritas pelos estudiosos 
do sistema linguístico, devendo ser capaz não apenas de prescrever o 
idioma, mas também de descrevê-lo, preservá-lo e, sobretudo, ter 
utilidade para os falantes. A Gramática apresenta as regras, mas quem 
movimenta e faz da língua um sistema vivo e mutável somos nós, 
agentes da comunicação. 
 
2.5 Tipos de Gramáticas 
Por ser um sistema complexo e passível de diversas concepções, a 
Gramática apresenta abordagens diversas, sendo dividida, então, em 
tipos distintos: 
 
 Gramática Normativa ou Prescritiva 
Bastante utilizada em sala de aula e para diversos fins didáticos, a 
Gramática Normativa busca a padronização da língua, indicando através 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
22 
de suas regras como devemos falar e escrever corretamente. Aqui a 
abordagem privilegia a prescrição de regras que devem ser seguidas, 
desconsiderando os fatores sociais, culturais e históricos aos quais 
estão sujeitos os falantes da língua. Gramática Histórica 
Investiga a origem e a evolução de uma língua, representando os 
estudos diacrônicos. 
 
 Gramática Descritiva 
A Gramática Descritiva analisa um conjunto de regras que são seguidas, 
considerando as variações linguísticas da língua ao investigar seus fatos, 
extrapolando os conceitos que definem o que é certo e errado em nosso 
sistema linguístico. 
 
 Gramática Comparativa 
Estabelece comparação da língua com outras línguas de uma mesma 
família. No caso de nossa língua portuguesa, as análises comparativas 
são feitas com as línguas românicas. 
 
A língua é um organismo vivo e, por esse motivo, é natural que exista 
um distanciamento entre o que é prescrito pelas normas e o que é 
efetivamente utilizado por seus falantes. Entretanto, não devemos 
desconsiderar a importância das regras que preservam este que é nosso 
maior patrimônio cultural: nossa língua portuguesa. Façamos então um 
bom proveito da Gramática! 
 
ATENÇÃO: 
Uma gramática assim concebida diferencia-se da gramática normativa 
que procura regular o bom uso da língua, motivo pelo qual apresenta 
graves lacunas relativamente à descrição da linguagem que os falantes 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
23 
realmente utiliza (por se reportar sempre a um modelo conservador) e 
não toma em consideração as análises explicativas do funcionamento 
das estruturas linguísticas. 
 
Síntese 
 
 
 
Auto-Avaliação 
Questões: 
 
Em síntese, a gramática é a descrição estrutural do funcionamento dos 
sistemas de elementos de uma linguagem particular, portanto, 
beneficia da investigação linguística, abrange as grandes da língua e 
deve permitir uma difusão adequada dos conhecimentos alcançados no 
campo teórico e na aplicação a essa língua. 
 
Sobre os tipos de gramática é importante reter que existem três tipos: 
gramática tradicional, gramática prescritiva ou normativa e a gramática 
descritiva e gramática interiorizada (que tem muito a ver com 
competência). 
1. Atribua o valor de falso [F] e verdadeiro [V] para as afirmações 
abaixo e justifica cada escolha feita. 
a) Quando um indivíduo de classe intelectual mantém seu nível de 
linguagem perante um indivíduo de classe baixa trata-se de 
competência linguística. [ ] 
b) Quando fazemos o uso adequado dos vários recursos 
linguísticos estamos perante metalinguística. [ ] 
c) A habilidade de compreender e interpretar textos tendo em 
conta a maneira de falar da comunidade linguística tem a ver 
com a competência textual. [ ] 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
24 
Auto-Avaliação 
 
 
1. Explique conceito de universais linguístico. Dê exemplo prático. 
2. Faça uma breve síntese sobre os tipos de gramática existente. 
3. Da lista que se segue indique os que pensa que não constituem 
universais linguísticos. Justifique. 
a) Prefixos; 
b) Palavras que referem grau de parentesco (pais, irmãos, sogros, 
cunhados, etc.). 
c) Pronomes; 
d) Sistemas escritos; 
e) Formas arbitrariamente associadas e significados; 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
25 
TEMA III - A LINGUAGEM (HUMANA) 
 
Introdução 
Como já pudeste estudar nas unidades anteriores, a linguagem humana 
é o principal objecto de estudo da linguística. Nesta vertente vais poder 
compreender os diferentes conceitos em torno da linguagem; a gênese 
do surgimento desta que é a principal distinção entre os homens e os 
animais. Vais estudar igualmente as diferentes teorias filosóficas que 
definem a origem da linguagem humana. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
 Definir o conceito de linguagem; 
 Reconhecer as diferentes teorias filosóficas da linguagem; 
 Distinguir os diferentes tipos de Linguagem; 
 Compreender a diferença entre a linguagem humana e a não 
humana. 
 
2.4 Conceito 
 
Linguagem é a capacidade que possuímos de expressar nossos 
pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. A Linguagem está 
relacionada a fenómenos comunicativos; onde há comunicação, há 
linguagem. Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para 
estabelecermos actos de comunicação, tais como: sinais, símbolos, 
sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e 
linguagem mímica, por exemplo). Num sentido mais genérico, a 
Linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de sinais que 
se valem os indivíduos para comunicar-se. 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
26 
3.2 Origem e Evolução da Linguagem 
A curiosidade sobre nós próprios e sobre o nosso dom mais invulgar – a 
linguagem – tem-nos também conduzido a inúmeras teorias sobre a 
origem e evolução da linguagem. Nada nos permite “aprovar” ou 
“negar” essas hipóteses embora possam contribuir para a descoberta 
da natureza da linguagem. 
 
Biológicos e linguistas mostram hoje em dia um interesse renovado na 
questão da origem da linguagem. Várias teorias evolucionistas 
propostas recentemente opõem-se quer à teoria da origem divina quer 
à da invenção. Sugere-se, de facto, que no decurso da evolução tanto 
as espécies humanas como a linguagem desenvolveram-se. Alguns 
estudiosos defendem a ideia que esse desenvolvimento ocorreu 
simultaneamente e que, desde o início, o animal humano estava 
preparado para aprender a linguagem. Na realidade, há quem acredite 
que é a linguagem que torna humana a natureza humana. 
 
Estudos sobre o desenvolvimento evolucionário do cérebro apontam no 
sentido da existência de condições prévias de carácter fisiológico, 
anatómico e “mental” que permitem o desenvolvimento linguístico. 
 
3.3 Teorias Filosóficas da Linguagem 
As reflexões sobre a origem da linguagem verbal são controversas, visto 
que tem levado debates e propostas de muitos linguistas sem no 
entanto chegarem a um consenso comum. Existem diversas teorias 
filosóficas sobre a origem da linguagem verbal, a destacar: 
 
a) Teoria monogenética, dizia que, assim como o homem nasceu de 
um só, as línguas também surgiram duma única, que depois sucedeu 
famílias linguísticas. 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
27 
b) A linguagem é de invenção humana, cujo defensor é o filósofo 
grego Platão, dizia que não foi Deus que atribuiu a faculdade de falar 
aos homens, mas sim o “legislador” que atribuiu nomes verdadeiros 
a todas as coisas. Mais adiante dizia que, não é todo homem que 
pode dar nome, mas sim o criador de nomes que é o Legislador. 
 
c) A linguagem é de origem divina (dom de Deus), que defende que 
"ainda não foi proposta nenhuma teoria aceitável que explica 
satisfatoriamente a faculdade que o homem tem de falar, ou seja a 
linguagem sem a existência de um criador." Houve “experiências” 
lendárias em que se isolaram crianças na esperança de as primeiras 
palavras que articulassem revelariam a língua original. As crianças 
aprenderam a língua que se lhes fala; se não ouvirem falar, também 
não falarão. Casos concretos de crianças socialmente isoladas 
mostram que a linguagem se desenvolve apenas quando se verifica 
contacto linguístico suficiente. 
 
d) A linguagem como um conhecimento natural, que dizia que o 
homem tem a capacidade para aprender (adquirir) a língua e já 
nasce com esta capacidade inata, o que significa que a capacidade 
para falar uma língua é inata. Noam Chomsky, defende que ninguém 
ensina uma criança a falar, ela nasce com uma capacidade para por 
si só, poder falar. Chomsky, diz ainda que a criança nasce com LAD 
(Language Acquisition Device), que é o mecanismo de aquisição de 
linguagem, que faz com que ela fale. Herder considerou que a 
linguagem e o pensamento são inseparáveis e que, o homem nasce 
com uma capacidade para desenvolvero pensamento e a fala. 
 
ATENÇÃO: 
Não existe uma teoria aceitável que explique satisfatoriamente sobre a 
origem do homem, do universo também não existe uma teoria que 
explique satisfatoriamente sobre a origem da linguagem. 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
28 
3.4 Tipos de Linguagem 
 
A linguagem pode ser: 
Verbal: a Linguagem Verbal é aquela que faz uso das palavras para 
comunicar algo. 
 
Figura 1 – Exemplos de Linguagem Verbal 
 
 
As figuras acima nos comunicam sua mensagem através da linguagem 
verbal (usa palavras para transmitir a informação). 
 
Não Verbal: é aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que 
não são as palavras. Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas 
e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a expressão facial, 
um gesto, etc. 
 
Figura 2 – Exemplos de Linguagem Não Verbal 
 
 
Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que 
representam. 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
29 
3.5 Linguagem humana vs. Linguagem Não-humana (diferenças) 
Para compreenderes com alguma facilidade as diferenças que existem 
entre a linguagem humana e da linguagem não-humana deves ter na 
mente que existem uma certa semelhante destes conceitos com os 
códigos linguísticos e não-linguísticos. 
 
Por exemplo, os códigos linguísticos são usados pelos humanos – usam 
a palavra articulada, quer por via escrita, quer por via oral, e os códigos 
não-linguísticos, que também são usadas pelos humanos e não 
humanos, não usam a palavra articulada: são os casos de sinais, sons, 
desenhos, para os humanos e para os não-humanos, as "linguagens" 
dos animais (dança das abelhas, etc.). 
 
 Algumas Componentes da Linguagem Humana 
A linguagem humana compõe-se por: linguagem verbal, que se 
manifesta através da escrita e fala e linguagem não-verbal, que se 
manifesta através de símbolos, de gestos e pelos códigos não-
linguísticos. O Homem quando usa a língua para se comunicar está 
usando os códigos pertencentes à sociedade na qual se insere, usa 
sinais, índices e necessita de certo conhecimento da língua. 
 
 Códigos conjunto de sinais vocais ou visuais que permitem a 
comunicação dos membros duma dada sociedade. Ex: linguagem da 
estrada; dos autistas; linguagem jurídica, médica e científica. Os 
códigos pela sua natureza, dividem-se em sinais e índices. 
 
 Sinais, factos produzidos artificialmente que têm como objectivo a 
intenção de comunicar. Ex: A bandeira vermelha numa praia, franzir 
a testa, placas de sinalização nas estradas. 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
30 
 Índices, factos perceptíveis que transmitem alguma mensagem, 
embora não tenham intenção de comunicar. Ex: nuvens negras no 
céu; as pegadas. 
 
A diferença que existe entre os termos acima, é que enquanto os sinais, 
são factos artificiais (produzidos pelo homem), os índices em algum 
momento são naturais. Todos estes elementos fazem parte de um 
código. 
 
A principal característica das linguagens humana e animal é o aspecto 
criativo, enquanto o homem pode criar o animal não pode. O alfabeto 
grego contem vinte e seis sons, que a partir dos quais podemos formar 
palavras obedecendo certas regras, e daí podemos formar as unidades 
maiores (frases). Sendo assim, admite-se que o homem tem o 
conhecimento linguístico2. 
 
Síntese 
 
 
 
2 Conhecimento linguístico, consiste no conhecimento de um gama finita de palavras 
e na capacidade de juntá-las para produzir um número infinito de frases. A este 
processo que o Homem tem de combinar uma gama finita de palavras para formar 
frases segundo certas regras denomina-se dupla articulação. 
A linguagem humana utiliza os códigos linguísticos (palavras escrita e 
oral). A linguagem não-humana recorre somente aos sinais, sons, 
desenhos para a comunicação. O homem também usa a linguagem não-
humana. 
 
O Homem quando usa a língua para se comunicar está usando os 
códigos pertencentes à sociedade na qual se insere, usa sinais, índices 
e necessita de certo conhecimento da língua. 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
31 
Auto-Avaliação 
 
1. Qual é a teoria filosófica que melhor explica a origem da 
linguagem humana? 
2. Explicite a principal diferença existente entre o processo de 
comunicação nos homens e nos animais. De exemplos 
concretos. 
 
Exercícios de Aplicação 
 
1. Conceptualize os termos, códigos, sinais e índice, e de seguida 
apresente um exemplo para cada termo. 
2. Identifique os tipos de comunicação efectuadas entre as abelhas e 
de seguida estabeleça a(s) diferença(s) entre as mesmas. 
3. Faça uma breve síntese sobre a evolução da linguagem humana. 
4. Qual foi a influência de Chomsky para os estudos da linguagem 
humana? 
5. Invente a sua própria teoria sobre a origem da linguagem humana. 
Poderá por exemplo sugerir que a linguagem nasceu quando 
criaturas extra-terrestres que já tinham linguagem possuíram os 
corpos das mulheres das cavernas… 
6. Identifique os tipos de linguagem que conheces. 
7. Considerando as teorias: origem divina, invenção humana, 
conhecimento natural e a teoria monogenética, qual é o que satisfaz 
a sua convicção individual? Explique-se. 
 
 
 
 
ISCED CURSO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Linguística I 
32 
TEMA IV - PRINCÍPIOS DA FONÉTICA 
 
Introdução 
 
Na construção de uma língua é preciso, em primeiro lugar, pensar em 
fonologia e fonética. Bom, a fonologia estuda o comportamento dos 
sons e dos fonemas numa língua, enquanto a fonética estuda os sons e 
ecos fonemas (incluindo a sua evolução) ou por outra, é o estudo dos 
sons da fala desde a sua produção da parte do emissor e da sua 
percepção, da parte do receptor. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
 Definir o conceito de fonética; 
 Reconhecer as principais propriedades articulatórias da 
fonética; 
 Reconhecer os principais órgãos do funcionamento do 
aparelho fonador humano. 
 
4.1 Conceito de Fonética 
O estudo da Fonética ocupa-se da produção, da transmissão e da 
percepção dos sons da fala, dividindo-se, de acordo com o seu objecto, 
em fonética articulatória, acústica e perceptiva. Nesta apresentação são 
consideradas apenas as propriedades articulatórias e as propriedades 
acústicas dos sons. 
 
4.2 As Propriedades Articulatórias 
Quando o estudo dos sons tem em conta a posição e o movimento dos 
articuladores estamos no domínio da fonética articulatória. Deste 
ponto de vista, devem considerar-se os seguintes aspectos: 
 
 
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33 
a. O som é produzido pela pressão exercida pelos pulmões que são 
uma fonte de energia e colocam em movimento as partículas do ar 
neles contido. O ar passa então pela laringe, na qual se encontra um 
orifício, a glote, onde se localizam as cordas vocais que, ao vibrarem, 
actuam como uma fonte sonora. Os sons produzidos com vibração 
das cordas vocais são vozeados (ou sonoros) – as obstruintes 
sonoras (oclusivas e fricativas), todas as vogais e as consoantes 
nasais e líquidas (laterais e vibrantes). 
 
b. Em seguida, o ar entra na cavidade bucal que actua como uma caixa 
de ressonância. Nesta cavidade, os articuladores activos, com 
mobilidade – lábios, língua, palato mole ou véu palatino, e a úvula – 
e passivos, sem mobilidade – palato duro, alvéolos dentários e 
maxilar inferior –– têm funções na definição do som que o falante 
pretende produzir (vogais, semivogais e consoantes). Se o ar passar 
também pela cavidade nasal por abaixamentodo véu palatino 
produz-se um som nasal, quer consoante (como [m] ou [n]) quer 
vogal (como [õ] ou [ɐ͂]). O conjunto dos órgãos do aparelho fonador 
que se encontram acima da laringe constitui o tracto vocal. 
 
4.3 Componente da Fonética 
A fonética sendo o estudo dos sons da fala, divide-se em três 
componentes, que são: 
 Fonética articulatória, que se dedica a parte articulatória, 
envolvendo os articuladores (órgãos do aparelho fonador); 
 Fonética física, que estuda os sons da fala como fenómenos 
físicos; e 
 Fonética auditiva ou perceptiva, que se dedica ao estudo das 
reacções do som ao ouvido do receptor. 
 
 
 
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34 
4.4 Funcionamento do Aparelho Fonador Humano 
Para que se produzam os sons que caracterizam a fala humana são 
necessárias três condições: 
 Corrente de ar; 
 Obstáculo à corrente de ar; 
 Caixa de ressonância; 
 O que se traduz no aparelho fonador humano: 
 
Os órgãos do aparelho fonador são os seguintes: 
 Pulmões 
 Traqueia 
 Laringe (cordas vocais e glote) 
 Lábios 
 Dentes 
 Alvéolos 
 Palato duro 
 Palato mole (véu palatino e úvula) 
 Parede rinofaríngea 
 Ápice da língua 
 Raiz da língua 
 
A figura abaixo ilustra detalhadamente os componentes do aparelho 
fonador humano. 
 
Figura 3 – Órgãos do Aparelho Fonador Humano 
 
 
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35 
Os pulmões, brônquios e traqueia - são os órgãos respiratórios que 
permitem a corrente de ar, sem a qual não existiriam sons. A maior 
parte dos sons que conhecemos são produzidos na expiração, servindo 
a inspiração como um momento de pausa; no entanto, há línguas que 
produzem sons na inspiração, como o Zulo e o Boximane - são os 
chamados cliques. 
 
A laringe onde ficam as cordas vocais determina a sonoridade (a 
vibração das cordas vocais) dos sons. A faringe, boca (e língua) e as 
fossas nasais - formam a caixa de ressonância responsável por grande 
parte da variedade de sons. 
 
Olhemos por um momento para o esquema do aparelho fonador antes 
de seguir o percurso do ar na produção de sons. 
 
Figura 4 – Esquema do Aparelho Fonador Humano 
 
 
 
Ao expirar, os pulmões libertam ar que passa pelos brônquios para 
entrar na traqueia e chegar à laringe. Na laringe o ar encontra o seu 
 
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36 
primeiro obstáculo: a glote (mais ao menos ao nível da maçã-de-adão3), 
mais conhecida como cordas vocais. Semelhantes a duas pregas 
musculares, as cordas vocais podem estar fechadas ou abertas: se 
estiverem abertas, o ar passa sem real obstáculo, dando origem a um 
som surdo; se estiverem fechadas, o ar força a passagem fazendo as 
pregas muscular vibrar, o que dá origem a um som sonoro. 
 
Para se perceber melhor a diferença, experimente-se dizer "k" e "g" 
(não "kê" ou "kapa", nem "gê" ou "jê"; só os sons [k] e [g]) mantendo os 
dedos na maçã-de-adão. No primeiro caso não se sentirá vibração, mas 
com o "g" sentir-se-á uma ligeira vibração - cuidado apenas para não se 
dizerem vogais, pois são todas sonoras. 
 
A distinção entre surda e sonora pode ser muito bem percebida na 
pronúncia de duas consoantes que no mais se identificam. Assim: /p/ 
pé (= surdo); /b/ bé (= sonoro) /t/ tê (= surdo); /d/ dé (= sonoro). 
 
Depois de sair da laringe, o ar entra na faringe onde encontra uma 
encruzilhada: primeiro a entrada para a boca e depois a para as fossas 
nasais. No meio está o véu palatino que permite que o ar passe 
livremente pelas duas cavidades, originando um som nasal; ou que 
impede a passagem pela cavidade nasal, obrigando o ar a passar apenas 
pela cavidade bucal - resultando num som oral. 
 
A corrente expiratória, ao sair da laringe, entra na cavidade da faringe 
que lhe oferece duas vias de acesso ao exterior o canal bucal e o nasal 
com a finalidade de determinar o som oral (= bucal) e o som nasal (= 
 
3 Também chamada de gogó no Brasil, é uma saliência da cartilagem tiróide, existente 
abaixo do osso hióide, junto à laringe, no pescoço humano, um dos órgãos envolvidos 
no processo de fala. Esse crescimento é maior nos indivíduos do sexo masculino, pela 
maior presença de hormónios masculinos, principalmente a testosterona. 
 
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37 
nasal). Veja a pronúncia das vogais: /a/ (oral), /ã/ (nasal) Conforme as 
palavras: /a/ lá (oral), /ã/ lã (nasal) /a/ mato (oral), /ã/ manto (nasal). 
 
A diferença é óbvia: compare-se o primeiro "a" em "Ana" com o de 
"manta". A primeira vogal é oral e a segunda é nasal. Por fim, o ar está 
na cavidade bucal (a boca) que funciona como uma caixa de ressonância 
onde, usando os maxilares (8), as bochechas e, especialmente, a língua 
(9) e os lábios (10), podem modular-se uma infinidade de sons. 
 
Síntese 
Fonética ocupa-se da produção, da transmissão e da percepção dos 
sons da fala humana. Sendo a fonética o estudo dos sons da fala, divide-
se em três componentes: fonética articulatória, que se dedica a parte 
articulatória, envolvendo os articuladores (órgãos do aparelho 
fonador); fonética física, que estuda os sons da fala como fenómenos 
físicos e fonética auditiva ou perceptiva, que se dedica ao estudo das 
reacções do som ao ouvido do receptor. 
 
Apesar das limitações, o AFI (Alfabeto Fonético Internacional) constitui 
hoje uma ferramenta básica para qualquer estudo dos sons da 
linguagem, quer como sistema de notação propriamente dito quer 
sistema de referência. 
 
Auto-Avaliação 
1. Quais são as principais componentes da fonética? 
 
Exercícios de Aplicação 
1. Como é que os sons da fala humana são produzidos? 
2. Como os sons da fala são transmitidos? 
3. Como os sons da fala são entendidos? 
 
 
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38 
TEMA V - TRANSCRIÇÃO FONÉTICA: Classificação dos Sons 
Introdução 
 
Os estudos linguísticos são maioritariamente sustentados pela 
transcrição fonética. Neste capitulo vais poder compreender o contexto 
de surgimento do Alfabeto Fonético Internacional e sua funcionalidade. 
Nesta mesma linha terás a oportunidade de reconhecer as diferentes 
classificação dos sons da fala. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
 Compreender a importância do Alfabeto Fonético Internacional 
para os estudos linguísticos; 
 Reconhecer os vários símbolos e diacríticos do AFI; 
 Reconhecer a classificação dos sons da fala: sons vocálicos e 
consonânticos. 
 
5.1 Alfabeto Fonético Internacional 
A consciência da necessidade do estabelecimento de um sistema 
notacional que obtivesse a aceitação geral por parte da comunidade 
científica levou, no fim século antepassado, à proposta de um alfabeto 
fonético único, por parte da Associação Internacional de Fonética: o 
Alfabeto Fonético Internacional (AFI ou, mais vulgarmente, IPA, do 
Inglês International Phonetic Alphabet). 
 
Apesar das limitações, o IPA constitui hoje uma ferramenta básica para 
qualquer estudo dos sons da linguagem, quer como sistema de notação 
propriamente dito quer sistema de referência. É importante sublinhar 
que uma transcrição4 fonética é sempre uma representação simbólica, 
 
4 Existem duas maneiras de utilizar os caracteres do alfabeto fonético internacional 
para transcrever um determinado idioma: pode-se representar os fonemas, através 
da transcrição fonológica (que transcreve os caracteres entre barras) e a transcrição 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Transcri%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Transcri%C3%A7%C3%A3o_fonol%C3%B3gica&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Barra_%28caractere%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Transcri%C3%A7%C3%A3o_fon%C3%A9tica
 
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39 
necessariamente abstracta, que não se substitui às realizações sonoras 
propriamente ditas, mas apenas descreve um conjunto de propriedades 
que as caracterizam. Além das próprias letras, existe uma grande 
variedade de símbolos secundários que auxiliam na transcrição. Os 
sinais diacríticos podem ser combinados às letras do AFI de maneira a 
transcrever os valores fonéticos modificados, ou articulações 
secundárias. 
 
No fim do século antepassado, surgiu a necessidade de estabeler-se um 
sistema notacional que obtivesse a aceitação geral por parte da 
comunidade científica. Isso levou à proposta de um alfabeto fonético 
único, por parte da Associação Internacional de Fonética: o Alfabeto 
Fonético Internacional (AFI ou, mais vulgarmente, IPA, do Inglês 
International Phonetic Alphabet). 
 
Apesar das limitações, o AFI constitui hoje uma ferramenta básica para 
qualquer estudo dos sons da linguagem, quer como sistema de notação 
propriamente dito quer sistema de referência. É importante sublinhar 
que uma transcrição fonética é sempre uma representação simbólica, 
necessariamente abstracta, que não se substitui às realizações sonoras 
propriamente ditas, mas apenas descreve um conjunto de propriedades 
que as caracterizam. 
 
Existem duas maneiras de utilizar os caracteres do alfabeto fonético 
internacional para transcrever um determinado idioma: pode-se 
representar os fonemas, através da transcrição fonológica (que 
transcreve os caracteres entre barras) e a transcrição fonética, que 
representa os sons dos fonemas (e costuma transcrever os caracteres 
entre colchetes). 
 
fonética, que representa os sons dos fonemas (e costuma transcrever os caracteres 
entre colchetes). 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Transcri%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Transcri%C3%A7%C3%A3o_fonol%C3%B3gica&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Barra_%28caractere%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Transcri%C3%A7%C3%A3o_fon%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Colchete
http://pt.wikipedia.org/wiki/Transcri%C3%A7%C3%A3o_fon%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Colchete
 
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Além das próprias letras, existe uma grande variedade de símbolos 
secundários que auxiliam na transcrição. Os sinais diacríticos podem ser 
combinados às letras do AFI de maneira a transcrever os valores 
fonéticos modificados, ou articulações secundárias. Existem também 
símbolos especiais para características supra-segmentais, como 
tonicidade e entonação, que são utilizados com frequência. 
 
Símbolos e Diacríticos do AFI (exemplo do Português) 
 
AFI 
(IPA) 
ORTOGRAFIA 
TRANSCRIÇÃO 
FONÉTICA 
ACENTO PRINCIPAL 
ACENTO 
SECUNDÁRIO 
NASALIZAÇÃO 
VELARIZAÇÃO 
DESVOZEAMENTO 
' 
ˌ 
~ 
̴ 
̥ 
café 
cafezinho 
fim; menta 
sal; salta, Elvas 
pato 
[kɐ'fɛ] 
[kɐˌfɛ'ziɲu] 
[fĩ]; ['m tɐ] 
[saɫ]; ['saɫtɐ]; ['ɛɫvɐ] 
['patu̥] 
Fonte: Faria, Introdução à Linguística Geral e Portuguesa, p.125. 
 
Alfabeto Fonético Internacional 
 
AFI 
(IPA) 
ORTOGRAFIA 
TRANSCRIÇÃO 
FONÉTICA 
VOGAIS i 
e 
ɛ 
a 
ɐ 
i 
ɔ 
o 
u 
Fita 
pela 
seta 
cara 
cama 
que; se 
corda 
mofo 
mudo 
['fitɐ] 
['perɐ] 
['sɛtɐ] 
['karɐ] 
['kɐmɐ] 
[ki]; [si] 
['kordɐ] 
['mofu] 
['mudu] 
 
 
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41 
SEMI-VOGAIS j 
w 
pai, piada 
pau, soalho 
[paj]; ['pjadɐ] 
[paw]; ['swaʎu] 
 
CONSOANTES p 
t 
k 
b 
d 
g 
f 
s 
ʃ 
v 
z 
ʒ 
l 
ʎ 
r 
R 
m 
n 
ɲ 
papo 
tia; fato 
casa; baque 
barba 
data; arde 
gato; mago 
férias; bafo 
selo; caça; passa 
chave; festas 
vaca; cava 
asa; azul; exacto 
jacto; agir; asma 
lado; sala 
folha; alho 
caro; parva 
raiva; palra; carro 
marca; turma 
neta; cena 
unha; pinha 
['papu] 
['tiɐ]; ['fatu] 
['kazɐ]; ['baki] 
['barbɐ] 
['datɐ]; ['ardi] 
['gatu]; ['magu] 
['fɛrjɐʃ]; ['bafu] 
['selu]; ['kasɐ]; ['pasɐ] 
['ʃavi]; ['fɛʃtɐ] 
['vakɐ]; ['kavɐ] 
['azɐ]; [ɐ'zul]; [i'zatu] 
['ʒatu]; [ɐ'ʒir]; ['aʒmɐ] 
['ladu]; ['salɐ] 
['foʎɐ]; ['aʎu] 
['karu]; ['parvɐ] 
['Rajvɐ]; ['palRɐ]; 
['kaRu] 
['markɐ]; ['turmɐ] 
['nɛtɐ]; ['senɐ] 
['uɲɐ]; ['piɲɐ] 
Fonte: Faria, Introdução à Linguística Geral e Portuguesa, p.124. 
 
5.2 Classificação dos Sons Linguísticos 
Para a classificação dos sons é preciso ter em mente três questões 
importantes: 
 Como é que os sons são produzidos? 
 Como são transmitidos? 
 Como são entendidos? 
 
 
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42 
Tradicionalmente, devido à complexidade óbvia na classificação 
segundo a transmissão e a compreensão, a classificação dos sons 
baseia-se essencialmente no modo como os sons são produzidos, ou 
seja, na sua articulação. No entanto, em alguns pontos classificatórios 
também se baseia no modo como são transmitidos, ou seja, na acústica. 
 
Como este capítulo não pretende ser exaustivo, mas ajudar quem não 
tem conhecimentos neste campo, tentarei ser o mais simples e clara 
que for possível (mesmo que, para isso, simplifique demais a 
gramática). 
 
Os sons classificam-se segundo três categorias: 
 Vogais – os sons produzidos sem obstáculo à passagem do ar na 
cavidade bucal (apenas varia a abertura à passagem do ar 
causada pelos maxilares, língua e lábios), e com vibração das 
cordas vocais. 
 Consoantes – os sons produzidos com obstáculo à passagem do 
ar na cavidade bucal. 
 Semivogais – dois sons, por exemplo, [j] e [w], que formam uma 
sílaba com uma vogal - ditongos e tritongos. Pode-se dizer que 
são quase "formas fracas" de [i] e [u], estando a meio-caminho 
entre vogais e consoantes. 
 
5.2.1 Classificação das Vogais 
As vogais da língua portuguesa podem ser classificadas quanto: 
 À região de articulação 
 Palatais ou anteriores (língua elevada na zona do palato duro) 
 Centrais ou médias (língua na posição de descanso) 
 Velares ou posteriores (língua elevada na zona do véu palatino) 
 
 
 
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43 
 Ao grau de abertura (elevação do dorso da língua em direcção ao 
palato) 
 Abertas (o maior grau de abertura à passagem do ar) 
 Semi-abertas 
 Semi-fechadas 
 Fechadas (o menor grau de abertura à passagem do ar) 
 
 Ao arredondamento ou não dos lábios 
 Arredondadas 
 Não-arredondadas 
 
 Ao papel das cavidades bucal e nasal 
 Orais 
 Nasais 
 
5.2.2 Classificação das Consoantes 
As dezanove consoantes da língua portuguesa podem ser classificadas 
quanto: 
 
 Ao Modo de Articulação - o ar encontra sempre obstáculo à sua 
passagem: 
 Oclusivas - quando os sons são retidos completamente na 
cavidade bucal por certo período (o ar é interrompido 
momentaneamente). Exemplo, na realização das consoantes 
[p]; [t]; [b]; [k]; [d]. 
 Constritivas - passagem do ar parcialmente obstruída, por 
exemplo, na consoante [g]. 
 Fricativas - passagem do ar por uma fenda estreita no meio da 
via bucal; som que lembra o de fricção. Ex: [f]; [v];[s];[z]; [ʃ] e [ʒ]. 
 Laterais - passagem do ar pelos dois lados da cavidade bucal, 
pois o meio encontra-se obstruído de algum modo. 
 
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44 
 Vibrantes - caracterizadas pelo movimento vibratório rápido da 
língua ou do véu palatino. 
 Sibilantes - quando são articulados produzem um ruído 
parecido com assobio. Ex: [ʒw] e [ʃ]. 
 Sons Retroflexos, acontece quando o ápice da língua se enrola 
para

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