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17-Projeto em Engenharia de Segurança do Trabalho

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Projeto em Engenharia de Segurança do Trabalho / Projeto em Engenharia de Segurança d…
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1. Contextualização
Diversos “programas” foram desenvolvidos ao longo dos anos na área de Higiene e Segurança do Trabalho. Sempre que
aplicados de forma prática e eficaz, eles permitem que os objetivos desse amplo campo de trabalho sejam alcançados e que
a integridade física do trabalhador seja garantida. Dentre eles há aqueles que estão formalizados através das NRs (Normas
Regulamentadoras), os que foram desenvolvidos para dar suporte a essas Normas e, por fim, os utilizados para contribuir
com a gestão da Higiene e Segurança do Trabalhador. Nós veremos, nessa disciplina, os que são obrigatórios ou mais
conhecidos.
 
2. Programa de Segurança
O Programa de Segurança consiste em uma carta de intenções, na qual a empresa declara o que pretende praticar para
atender as NRs as quais está sujeita. Esse Programa representa o mínimo, em termos de gestão, a ser adotado quanto à
saúde e segurança no trabalho.
A fim de elaborá-lo, a empresa deve interpretar sua realidade específica e adequá-la, através de alguns elementos conside-
rados básicos, para implementação. Quando bem sucedido, os trabalhadores passam a atuar na prevenção da saúde e se-
gurança no trabalho em seu cotidiano.
Dentre os elementos básicos a serem considerados, podemos destacar: a função da área de SST; suas responsabilidades;
as técnicas adotadas; as inspeções de segurança (objetivos, propostas, meios de controle e atuação...); os registros de aci-
dente (prevenção, investigação e custos); e a investigação dos acidentes (critérios, requisitos, levantamentos, análises, solu-
ções e relatórios).
 
3. PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
O PCMSO é obrigatório para todas as pessoas físicas ou jurídicas, empresas e instituições, que tenham trabalhadores con-
tratados no regime da CLT (Consolidação das Leis Trabalho), conforme definido e regulamentado na NR 7, ainda que o em-
pregador possua um único empregado. Ele tem por objetivo promover e preservar a saúde do conjunto de trabalhadores,
além de prever, rastrear e diagnosticar precocemente as doenças associadas às funções realizadas e ao ambiente de
trabalho.
Sendo assim, cabe à Segurança do Trabalho identificar os riscos, avaliar os possíveis efeitos dos riscos identificados e pro-
por medidas técnicas que minimizem a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais nos ambientes de trabalho, tendo
em mente que um acidente de trabalho deve ser pensado de forma holística, pois não tem origem única e exclusiva. Isso sig-
nifica que o acidente ocorre devido à interação simultânea de diversos fatores, na qual um desencadeia o outro e assim su-
cessivamente, até que o acidente ocorra. Logo, pode-se afirmar que todo acidente de trabalho é fruto de várias causas, le-
vando a Segurança do Trabalho a focar em duas abordagens complementares: a reducionista e a sistêmica. Enquanto a
abordagem reducionista considera em detalhes fatores de ordem física, biológica, psicológica, social e cultural, a abordagem
sistêmica explora a interação desses fatores no processo que ocasionou o acidente.
Mas, qual a diferença entre doença e acidente de trabalho? Vamos ver alguns conceitos importantes:Próxima
https://dex.descomplica.com.br/engenharia-de-seguranca-do-trabalho-versao-2/projeto-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/projeto-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho-pcmso-d8c13f
Doença profissional: é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho, que é peculiar a uma atividade
específica e consta na relação de doenças elaborada pelo antigo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Nela o tra-
balho é causa necessária, ou seja, há uma relação direta de causa e efeito entre o trabalho e a doença. Ex.: Silicose
(doença pulmonar que afeta os trabalhadores da mineração).
Doença do trabalho: doença adquirida ou desencadeada devido a condições especiais de realização do trabalho, relaci-
onada diretamente ao trabalho e que consta na relação de doenças elaborada pelo antigo MTE. Nesse caso, o trabalho
é um fator de risco para que o trabalhador adoeça, mas não é determinante. Ocorre com doenças comuns, que podem
afetar qualquer indivíduo, mas as condições específicas do trabalho provocam. Ex.: Doenças osteomusculares.
Acidente de trabalho: segundo a Lei Nº 8.213, de 24/07/1991, acidente de trabalho “é o que ocorre pelo exercício do tra-
balho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no in-
ciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perpetuação funcional que cause a morte ou a perda ou redu-
ção, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. Mas, numa abordagem de gestão, o acidente de traba-
lho é tido como uma ocorrência não programada ou indesejada, desde que interrompa ou interfira no processo produtivo
planejado, causando lesão corporal ao trabalhador, dano ao patrimônio, à imagem da empresa, e/ou ao meio ambiente.
 
O PCMSO, portanto, dispõe de normas que especificam procedimentos e condutas a serem adotados pelas empresas para
proteção da saúde ocupacional do trabalhador. Ele deve ser planejado e implantado com base nos riscos aos quais os em-
pregados estão expostos no ambiente de trabalho, a fim de prevenir, detectar precocemente, monitorar e controlar todas as
possibilidades de danos à saúde dos mesmos.
Na NR 7 são estabelecidos os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem observados na execução do Programa, os
quais podem ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho. Como parte integrante de um conjunto mais amplo de
iniciativas voltadas para a saúde do trabalhador, o PCMSO precisa estar articulado com o disposto nas demais NRs.
No caso de contratação de uma empresa prestadora de serviços de mão-de-obra, a empresa contratante deve informar à
contratada os riscos existentes nas atividades a serem executadas e auxiliar a contratada na elaboração e implementação
do PCMSO nos locais de trabalho em que os serviços estejam sendo prestados.
E quais são as consequências da não implantação ou elaboração e/ou execução indevidas do PCMSO? A primeira con-
sequência é expor a saúde dos trabalhadores ao risco. Adicionalmente, o empregador também está exposto a procedimen-
tos criminais, indenização civil e/ou multa imputada pela fiscalização do trabalho.
Além disso, o PCMSO deve, ainda: considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores,
privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre sua saúde e o trabalho; ter caráter de pre-
venção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica,
além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.
 
3.1. As responsabilidades em relação ao PCMSO
Compete ao empregador: garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia; cus-
tear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao Programa; indicar, dentre os médicos dos
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), da empresa, um coordenador res-
ponsável pela execução do PCMSO; no caso de a empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho (NR 4), indicar
médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO; inexistindo médico do trabalho na locali-
dade, contratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO. Essas responsabilidades variam em função do
grau de risco e do número de trabalhadores da empresa.
Próxima
Compete ao médico coordenador: realizar os exames médicos previstos na NR 7 ou encarregar os mesmos a profissional
médico familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as condições
de trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador da empresaa ser examinado; encarregar dos exames
complementares previstos nos itens, quadros e anexos da NR 7 profissionais e/ou entidades devidamente capacitados, equi-
pados e qualificados.
 
3.2. O Desenvolvimento do PCMSO 
O PCMSO é formado por alguns procedimentos médicos, como: exames clínicos, ou avaliações médicas: realizados pelo
médico no consultório. Abrangem anamnese ocupacional (avaliação clínica) e exame físico e mental; exames complementa-
res: realizados em laboratório, ou por outros profissionais, a fim de prevenir a ocorrência de doenças ocupacionais.
O Programa deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos seguintes exames médicos: admissional; periódico; de re-
torno ao trabalho; de mudança de função; demissional.
 
 
 
Atividade extra
Nome da atividade: Para aprofundar seus conhecimentos, assista ao vídeo disponível no site
https://www.youtube.com/watch?v=63ta1lC-bdY e entenda como o PCMSO surgiu e se evoluíu no Brasil e no mundo.
 
Referência Bibliográfica
BARSANO, P. R. & BARBOSA, R.P. Segurança do trabalho: guia prático e didático. 2. ed. São Paulo: Érica, 2018.
NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.
NR 15 – Atividades e Operações Insalubres.
Oliveira, C. L. & Piza, F. de T. Segurança e saúde no trabalho. Coleção segurança e saúde no trabalho; v. 1. São Caetano
do Sul, SP. Difusão Editora.
 Estranhou essa explicação?
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https://www.youtube.com/watch?v=63ta1lC-bdY
Projeto em Engenharia de Segurança do Trabalho / Projeto em Engenharia de Segurança d…
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PPRA
 
1. Contextualização
Assim como o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), o PPRA - Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais também é obrigatório para todas as pessoas físicas ou jurídicas, empresas e instituições, que tenham trabalha-
dores contratados no regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), conforme definido e regulamentado na NR 9,
ainda que o empregador possua um único empregado.
A NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PPRA visando à preservação da saúde e da inte-
gridade dos trabalhadores através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de ris-
cos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio am-
biente e dos recursos naturais. 
Indo um pouco além, como o PPRA cria mecanismos de controle para redução ou eliminação dos agentes prejudiciais à
saúde do ambiente de trabalho, ele estabelece uma metodologia de ação para a preservação da saúde e integridade dos tra-
balhadores perante esses riscos. Cabe destacar que os riscos não eliminados com o PPRA são controlados pelo PCMSO e,
por isso, não existe PCMSO sem PPRA. Sendo assim, a empresa só pode implementar o PCMSO após ter o PPRA. Em
contrapartida, os diagnósticos dos exames médicos feitos no PCMSO retroalimentam o PPRA para que novas medidas de
proteção do trabalhador possam ser criadas. Logo, ambos devem trabalhar em consonância. 
Na NR 9 são estabelecidos os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem observados na execução do Programa, os
quais podem ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho. Também como parte integrante de um conjunto mais
amplo de iniciativas voltadas para a saúde do trabalhador, o PPRA precisa estar articulado com o disposto nas demais NRs,
destacando, como já foi dito, a NR 7 que trata do PCMSO. 
Para efeito desse Programa, são considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos
ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de
causar danos à saúde do trabalhador. São eles:
Agentes físicos: diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações,
pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infra-som e o
ultra-som.
Agentes químicos: substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas
formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Agentes biológicos: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. 
2. A Estrutura, as Responsabilidades e o Acesso à Informação do PPRA
2.1. A Estrutura do PPRA
Quanto a sua estrutura, o PPRA deve contemplar, pelo menos, um planejamento anual, com metas, prioridades e crono-
grama, uma estratégia e metodologia de ação bem definidas, a forma de registro, manutenção e divulgação dos dados, e a
Próxima
https://dex.descomplica.com.br/engenharia-de-seguranca-do-trabalho-versao-2/projeto-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/projeto-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho-ppra
periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do Programa.
Quando a empresa tiver CIPA, é importante que o PPRA seja apresentado a ela e discutido com ela, para que possa ser
mais efetivo. 
2.2. As Responsabilidades do PPRA
Quando se trata do empregador, suas responsabilidades são estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA
como atividade permanente da empresa ou instituição.
Por outro lado, as responsabilidades dos trabalhadores são:
Colaborar e participar na implantação e execução do PPRA.
Seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA.
Informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento, possam implicar riscos à saúde dos
trabalhadores.
Por fim, sempre que vários empregadores realizarem simultaneamente atividades no mesmo local de trabalho, eles têm o
dever de executar ações integradas para aplicar as medidas previstas no PPRA visando a proteção de todos os trabalhado-
res expostos aos riscos ambientais gerados.
2.3. O Acesso à Informação do PPRA
Os trabalhadores interessados têm o direito de apresentar propostas e receber informações e orientações, a fim de assegu-
rar a proteção aos riscos ambientais identificados na execução do PPRA.
Os empregadores devem informar os trabalhadores de maneira apropriada e suficiente sobre os riscos ambientais que pos-
sam originar-se nos locais de trabalho e sobre os meios disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos e para proteger-se dos
mesmos.
O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têm do processo de trabalho e dos riscos ambientais presentes, in-
cluindo os dados consignados no Mapa de Riscos, previsto na NR 5, que trata da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes), devem ser considerados para fins de planejamento e execução do PPRA em todas as suas fases.
3. O desenvolvimento do PPRA: parte 1
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deve possuir ao menos as seguintes etapas: Antecipação e reconhecimen-
tos dos riscos; estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; avaliação dos riscos e da exposição dos tra-
balhadores; implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; monitoramento da exposição aos riscos; regis-
tro e divulgação dos dados.
A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderão ser feitas pelo SESMT (Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério
do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto na NR 9.
3.1. Antecipação
A antecipação deve envolver a análise de projetos de novas instalações, métodos ou processos de trabalho, ou de modifica-
ção dos já existentes, visando identificar os riscos potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução ou
eliminação.
3.2. Reconhecimento
Próxima
O reconhecimento dos riscos ambientais é um dos itens mais importantes do PPRA. Ele deve conter, sempre que seja apli-
cável: a identificação do risco; a determinação e localização das possíveis fontes geradoras; a identificação das possíveis tra-
jetórias e dos meiosde propagação dos agentes no ambiente de trabalho; a identificação das funções e determinação do nú-
mero de trabalhadores expostos; a caracterização das atividades e do tipo da exposição; a obtenção de dados existentes na
empresa, indicativos de possível comprometi;mento da saúde decorrente do trabalho; os possíveis danos à saúde relaciona-
dos aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica; a descrição das medidas de controle já existentes.
3.3. Avaliação
A avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores pode ser qualitativa e/ou quantitativa. A avaliação quantitativa, deve
ser realizada sempre que necessária para comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos identificados na
etapa de reconhecimento, dimensionar a exposição dos trabalhadores, e subsidiar o equacionamento das medidas de
controle.
4. O desenvolvimento do PPRA: parte 2
4.1. Controle
As medidas necessárias de controle devem ser adotadas de forma suficiente para eliminação, minimização ou controle dos
riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais das seguintes situações: identificação, na fase de antecipação,
de risco potencial à saúde; constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde; quando os resultados das
avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausên-
cia destes os valores limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH - American Conference of Governmental
Industrial Higyenists, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigo-
rosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos; quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o
nexo causal entre danos observados na saúde dos trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam expostos.
O estudo, desenvolvimento e implantação das medidas de proteção coletiva devem obedecer a uma hierarquia, segundo a
qual primeiro são implementadas medidas que eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à
saúde, seguidas de medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho, e, por úl-
timo, a implementação de medidas que reduzem os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho. A
implantação dessas medidas de caráter coletivo deve ser acompanhada de treinamento dos trabalhadores quanto aos pro-
cedimentos que asseguram sua eficiência e de informação sobre as eventuais limitações de proteção que ofereçam.
Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ou
quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em cará-
ter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, ainda segundo uma ordem hierárquica: medidas
de caráter administrativo ou de organização do trabalho e, em último caso, utilização de EPI (Equipamento de Proteção
Individual).
O PPRA deve estabelecer critérios e mecanismos de avaliação da eficácia das medidas de proteção implantadas conside-
rando os dados obtidos nas avaliações realizadas e no controle médico da saúde previsto na NR 7, que trata do PCMSO.
4.2. Monitoramento
O nível de ação é o valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que
as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites estabelecidos.
Assim sendo, essas ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o con-
trole médico. Para o monitoramento da exposição dos trabalhadores e das medidas de controle, deve ser realizada uma ava-
liação sistemática e repetitiva da exposição a um dado risco, visando à introdução ou modificação das medidas de controle,
sempre que necessário.
4.3. Registro Próxima
Quanto ao registro dos dados, os mesmos devem ser mantidos pelo empregador ou instituição, por um período mínimo de
20 anos, e estruturados de forma a constituir um histórico técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA. O registro
de dados deve estar sempre disponível aos trabalhadores interessados ou seus representantes e para as autoridades
competentes.
 
 
 
Atividade extra
Assista ao vídeo disponível em https://www.youtube.com/watch?v=kJV65UZXrOs e reflita sobre a importância do PPRA
 
Referência Bibliográfica
BARSANO, P. R. & BARBOSA, R.P. Segurança do trabalho: guia prático e didático. 2. ed. São Paulo: Érica, 2018.
Norma Regulamentadora 7 (NR 7) sobre Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. 2020. Disponível em:
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-07-atualizada-2020.pdf. Acesso em: 19 jul. 2020.
Norma Regulamentadora 9 (NR 9) sobre Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. 2019. Disponível em:
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09-atualizada-2019.pdf. Acesso em: 19 jul. 2020.
Norma Regulamentadora 15 (NR 15) sobre Atividades e Operações Insalubres. 2019. Disponível em:
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf. Acesso em: 19 jul. 2020.
OLIVEIRA, U. R. Legislação de segurança do trabalho: textos selecionados. São Paulo: Saraiva. 2017. Estranhou essa explicação?
Próxima
https://www.youtube.com/watch?v=kJV65UZXrOs
Projeto em Engenharia de Segurança do Trabalho / Projeto em Engenharia de Segurança d…
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PCMAT
1.Contextualização
O PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção é obrigatório para os estabe-
lecimentos com 20 trabalhadores ou mais, conforme definido e regulamentado na NR 18, que define as diretrizes de ordem
administrativa, de planejamento e organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventi-
vos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho da Indústria da Construção.
Como atividades da Indústria da Construção entende-se aquelas constantes do Quadro I, Código da Atividade Específica, da
NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e as atividades e serviços de de-
molição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de pavimentos ou tipo de constru-
ção, inclusive manutenção de obras de urbanização e paisagismo.
O PCMAT busca garantir a saúde e segurança de todos aqueles que trabalham, de forma direta ou indireta, em uma obra ou
serviço da construção civil. É, portanto, vedado o ingresso ou a permanência de trabalhadores no canteiro de obras, sem
que estejam assegurados pelas medidas previstas na NR 18 e compatíveis com a fase da obra.
Adicionalmente, a observância do estabelecido na NR 18 não desobriga os empregadores do cumprimento das disposições
relativas às condições e meio ambiente de trabalho, determinadas na legislação federal, estadual e/ou municipal, e em ou-
tras estabelecidas em negociações coletivas de trabalho.
O PCMAT deve contemplar as exigências contidas na NR 9 - Programa de Prevenção e Riscos Ambientais (PPRA). Sua ela-
boração contempla a antecipação dos riscos existentes na atividade da construção civil, de modo semelhante à elaboração
do PPRA. O PCMAT, assim como o PPRA, deve ser trabalhado em consonância com o PCMSO.
2. Desenvolvimento do PCMAT e Áreas de Vivência
2.1. Desenvolvimento do PCMAT
O PCMAT deve ser elaborado com base em métodos e técnicas que viabilizem o reconhecimento, avaliação e controle dos
riscos existentes na atividade de construção. Após levantamento dos riscos, deve-se adotar ações de engenharia, adminis-
trativas ou individuais (uso de EPIs), que os eliminem, minimizem ou controlem.
Sua elaboração deve ser feita, obrigatoriamente, em, pelo menos, 5 etapas: (1) Análise: consiste na verificação dos projetos
de construção. (2) Vistoria: visita ao local da construção e avaliação do mesmo junto com o projeto de construção. (3)
Reconhecimento e avaliação: diagnóstico das condiçõesde trabalho no local da construção. (4) Documentação: elaboração
da documentação base do PCMAT, com a definição do Programa, análise dos riscos e definição dos meios de controle. (5)
Implantação: aplicação prática do Programa com o cumprimento dos planos de ação.
O PCMAT deve ser mantido no estabelecimento à disposição do órgão regional do Ministério da Economia e deve ser elabo-
rado por profissional legalmente habilitado na área de segurança do trabalho. Sua implementação é de responsabilidade do
empregador ou condomínio.
Integram o PCMAT: memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se em con-
sideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas preventivas; projeto de execução das
proteções coletivas em conformidade com as etapas de execução da obra; especificação técnica das proteções coletivas e
individuais a serem utilizadas; cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT em conformidadePróxima
https://dex.descomplica.com.br/engenharia-de-seguranca-do-trabalho-versao-2/projeto-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/projeto-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho-pcmat
com as etapas de execução da obra; layout inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de trabalho, contemplando,
inclusive, previsão de dimensionamento das áreas de vivência; programa educativo contemplando a temática de prevenção
de acidentes e doenças do trabalho, com sua carga horária. 
2.2. Áreas de Vivência
Os canteiros de obra devem dispor de: instalações sanitárias, vestiário, alojamento, local de refeições, cozinha, quando hou-
ver preparo de refeições, lavanderia, área de lazer e ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50 ou mais
trabalhadores.
A existência de alojamento, lavanderia e área de lazer é obrigatória nos casos em que houver trabalhadores alojados. As
áreas de vivência devem ser mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza.
Instalações móveis, inclusive contêineres, são aceitas em áreas de vivência de canteiro de obras e frentes de trabalho,
desde que, cada módulo: possua área de ventilação natural, efetiva, de no mínimo 15% da área do piso, composta por, no
mínimo, duas aberturas adequadamente dispostas para permitir eficaz ventilação interna; garanta condições de conforto tér-
mico; possua pé direito mínimo de 2,40m; garanta os demais requisitos mínimos de conforto e higiene estabelecidos na NR
18; possua proteção contra riscos de choque elétrico por contatos indiretos, além do aterramento elétrico. 
A NR 18 detalha outras premissas para cada área de vivência, as quais devem ser observadas pelos profissionais de Saúde
e Segurança do Trabalho.
3. Demolição
Quanto à demolição, a Norma estabelece que, antes de ser iniciada, as linhas de fornecimento de energia elétrica, água, in-
flamáveis líquidos e gasosos liquefeitos, substâncias tóxicas, canalizações de esgoto e de escoamento de água devem ser
desligadas, retiradas, protegidas ou isoladas, respeitando-se as normas e determinações em vigor.
As construções vizinhas à obra de demolição devem ser examinadas, prévia e periodicamente, no sentido de ser preservada
sua estabilidade e a integridade física de terceiros.
Toda demolição deve ser programada e dirigida por profissional legalmente habilitado. Antes de se iniciar a demolição, de-
vem ser removidos os vidros, ripados, estuques e outros elementos frágeis. Antes de se iniciar a demolição de um pavi-
mento, devem ser fechadas todas as aberturas existentes no piso, salvo as que forem utilizadas para escoamento de materi-
ais, ficando proibida a permanência de pessoas nos pavimentos que possam ter sua estabilidade comprometida no processo
de demolição. 
As escadas devem ser mantidas desimpedidas e livres para a circulação de emergência e somente serão demolidas à me-
dida em que forem sendo retirados os materiais dos pavimentos superiores. 
Os objetos pesados ou volumosos devem ser removidos mediante o emprego de dispositivos mecânicos, ficando proibido o
lançamento em queda livre de qualquer material. A remoção dos entulhos, por gravidade, deve ser feita em calhas fechadas
de material resistente, com inclinação máxima de 45º (quarenta e cinco graus), fixadas à edificação em todos os pavimentos.
No ponto de descarga da calha, deve existir dispositivo de fechamento. 
Durante a execução de serviços de demolição, devem ser instaladas, no máximo, a 2 pavimentos abaixo do que será demo-
lido, plataformas de retenção de entulhos, com dimensão mínima de 2,50m e inclinação de 45º, em todo o perímetro da obra.
Os elementos da construção em demolição não devem ser abandonados em posição que torne possível o seu
desabamento.
Os materiais das edificações, durante a demolição e remoção, devem ser previamente umedecidos e as paredes somente
podem ser demolidas antes da estrutura, quando esta for metálica ou de concreto armado.
Próxima
4. Outros pontos abordados
A NR 18 é bastante extensa e abrangente. Além dos pontos abordados, ela trata dos seguintes pontos: escavações, funda-
ções e desmonte de rochas; carpintaria; armações de aço; estruturas de concreto; estruturas metálicas; operações de solda-
gem e corte a quente; escadas, rampas e passarelas; medidas de proteção contra quedas de altura; movimentação e trans-
porte de materiais e pessoas; andaimes e plataformas de trabalho; cabos de aço e cabos de fibra sintética; alvenaria, revesti-
mentos e acabamentos; telhados e coberturas; serviços em flutuantes; locais confinados; instalações elétricas; máquinas
equipamentos e ferragens diversas; equipamentos de proteção individual; armazenagem e estocagem de materiais; trans-
porte de trabalhadores em veículos automotores; proteção contra incêndio; sinalização de segurança; treinamento; ordem e
limpeza; tapumes e galerias; acidente fatal; CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) nas empresas da indústria
de Construção; comitês permanentes sobre condições e meio ambiente do trabalho na indústria da construção; e RTP
(Recomendações Técnicas de Procedimentos).
 
 
 
Atividade extra
Aprofunde seus conhecimentos sobre o PCMAT no site https://www.youtube.com/watch?v=DFMkypjglcU
Referência Bibliográfica
BARSANO, P. R. & BARBOSA, R.P. Segurança do trabalho: guia prático e didático. 2. ed. São Paulo: Érica, 2018.
LEI Nº 8.213 que Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. 24 julho 1991.
Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/lei8213.htm. Acesso em: 19 jul. 2020.
Norma Regulamentadora 4 (NR 4) sobre Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.
2016. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-04.pdf. Acesso em: 19 jul. 2020.
Norma Regulamentadora 7 (NR 7) sobre Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. 2020. Disponível em:
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-07-atualizada-2020.pdf. Acesso em: 19 jul. 2020.
Norma Regulamentadora 9 (NR 9) sobre Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. 2019. Disponível em:
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09-atualizada-2019.pdf. Acesso em: 19 jul. 2020.
Norma Regulamentadora 18 (NR 18) sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. 2018.
Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-18.pdf. Acesso em: 19 jul. 2020.
OLIVEIRA, U. R. Legislação de segurança do trabalho: textos selecionados. São Paulo: Saraiva. 2017.
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LTCAT
1. Contextualização
Entende-se por LTCAT - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho o parecer técnico circunstanciado e conclu-
sivo das condições de exposição do trabalhador durante sua atividade no ambientede trabalho na empresa. O Laudo tem
por objetivo avaliar as atividades nas quais os trabalhadores estão expostos aos agentes agressivos previstos na legislação
previdenciária que dão direito à aposentadoria especial. Ele, portanto, deve refletir a realidade encontrada no momento da
realização da vistoria. Assim sendo, o LTCAT pode dispensar a vistora do INSS, caso esteja completo.
O eSocial é um banco de dados do governo Brasileiro no qual são cadastradas todas as informações previdenciárias, traba-
lhistas e tributárias, de forma padronizada, das empresas que atuam no Brasil que tenham funcionários sob o regime da CLT.
O LTCAT é um dos laudos que deve ser registrado nesse banco de dados, a fim de que sejam fornecidas as informações so-
bre aposentadoria especial dos trabalhadores. Se a Previdência Social determinar que certo trabalhador tem direito à apo-
sentadoria especial, a empresa deve recolher todas as alíquotas de contribuição destinadas ao financiamento do benefício.
Esse Laudo não possui uma data de validade, porém deve ser atualizado sempre que houver mudanças no ambiente de tra-
balho. Caso a empresa não mantenha o LTCAT atualizado de forma que identifique os agentes nocivos presentes nos ambi-
entes de trabalho, ou tenha algum outro documento em desacordo com o LTCAT, que comprove que há exposição, estará
sujeita às penalidades previstas em lei.
Conforme a Lei Nº 8.213 (1991), o LTCAT é obrigatório e pode ser assinado pelo médico do trabalho ou engenheiro de segu-
rança do trabalho.
 
2. Obrigatoriedade do LTCAT
É comum haver confusão com relação à obrigatoriedade do LTCAT. Isso ocorre por dois motivos. Primeiro, o artigo 258, in-
ciso IV da Instrução Normativa INSS/PRES Nº 77/2015 (2015), dispõe que o documento que comprova o período de ativi-
dade especial para períodos trabalhados a partir de 1º de janeiro de 2004 é o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário).
Segundo, porque o artigo 261, inciso V dessa mesma Instrução Normativa prevê que o PPRA (Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais), PGR (Plano de Gerenciamento de Risco), PCMAT (Programa de Conservação e Meio Ambiente na
Indústria da Construção) e PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) podem ser aceitos em substitui-
ção ao LTCAT. Entretanto, cabe relembrar que uma Instrução Normativa não pode eliminar o que prevê uma Lei. Logo, ou-
tros programas não substituem a obrigatoriedade de emissão do LTCAT, mas podem substituí-lo desde que todos os ele-
mentos do LTCAT sejam contemplados neles, em especial a conclusão e assinatura do médico ou engenheiro do trabalho.
Ainda com relação à substituição do LTCAT, deve-se observar que o PPRA e demais programas são elaborados segundo a
legislação trabalhista e o LTCAT segue a legislação previdenciária. Por seguirem legislações distintas, a relação de riscos a
serem avaliados não é igual, assim como os critérios e metodologias de avaliação, em alguns casos, também diferem.
Nesse contexto, quando a empresa opta por possuir um documento único, podem ocorrer erros na elaboração do PPP e,
consequentemente, recolhimento de tributo diferenciado para aposentadoria especial.
 
3. Elaboração do LTCAT
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Dentre os dados que devem constar no LTCAT, podemos citar:
As informações da empresa e do setor de trabalho.
A descrição detalhada dos locais e dos serviços realizados em cada setor.
A informação das condições do ambiente de trabalho.
O registro dos agentes nocivos, incluindo a concentração, intensidade e tempo de exposição a eles, além da
metodologia de uso dos mesmos.
O nome da substância ativa, em caso de uso de agentes químicos.
O tempo de duração do trabalho no qual o trabalhador ficou exposto aos agentes nocivos.
A informação sobre a existência e aplicação efetiva de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) ou EPCs
(Equipamentos de Proteção Coletiva) que eliminem ou minizem o efeito dos agentes nocivos considerando os limites de
tolerância definidos por Lei.
Uma descrição dos métodos, técnicas, aparelhagens e equipamentos utilizados na atividade laboral.
Uma conclusão do médico ou engenheiro de Segurança do Trabalho responsável pelo laudo.
Uma informação clara e precisa a respeito do risco potencial dos agentes nocivos causarem algum dano à saúde ou
integridade física e/ou psíquica do trabalhador.
Uma declaração, clara e objetiva, de que o responsável pelo Laudo (signatário) é ou já foi contratado pela empresa, no
período em que o laudo foi elaborado.
Se existe documentação formal que comprove a contratação do responsável pelo Laudo (signatário) como profissional
autônomo para a subscrição desse laudo emitido por ele.
O local e data da inspeção técnica realizada para emissão do laudo técnico.
 
4. Instrumentos para Avaliação dos Riscos
Dentre os principais instrumentos adotados para avaliação dos critérios quantitativos dos riscos utilizados para emissão do
LTCAT, podemos citar:
Decibelímetro: instrumento para avaliação da exposição ocupacional ao ruído de forma precisa e pontual. Ele pode não
representar, em muitos casos, a totalidade da exposição do trabalhador ao ruído durante sua jornada de trabalho, mas o
ruído geral do ambiente.
Audiodosímetro ou dosímetro: avaliação da exposição ocupacional do trabalhador ao ruído, considerando a dose de
exposição, ou seja, o somatório dos níveis de pressão sonora sobre o período avaliado. Como resultado, ele apresenta
um nível médio ponderado, em decibéis, no tempo que representa energia acústica equivalente a do ruído flutuante, no
mesmo período de tempo.
Luxímetro: medição da iluminância (quantidade de luminosidade) dos ambientes de trabalho. Através de uma fotocélula
corrigida para a sensibilidade do olho humano, ele fornece a luminosidade do ambiente em lux. 
Termômetro de globo digital – IBUTG: mensura a exposição ocupacional ao calor através de três termômetros (de bulbo
seco, de bulbo úmido e de globo) que, quando combinados corretamente, fornecem a sobrecarga térmica a qual os
trabalhadores estão expostos durante o trabalho.
 
 
 
Atividade extra
Ainda confundindo um pouco as coisas? Assista o vídeo disponível no site https://www.youtube.com/watch?v=57qrjarpgoM e
aprenda um pouco mais!
 
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https://www.youtube.com/watch?v=57qrjarpgoM
Referência Bibliográfica
BARSANO, P. R. & BARBOSA, R.P. Segurança do trabalho: guia prático e didático. 2. ed. São Paulo: Érica, 2018.
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 77, que Estabelece rotinas para agilizar e uniformizar o reconhecimento de direitos dos segu-
radose beneficiários da Previdência Social, com observância dos princípios estabelecidos no art. 37 da Constituição
Federalde 1988. 21 jan. 2015. Disponível em:
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/32120879/do1-2015-01-22-instrucao-normativa-n-
77-de-21-de-janeiro-de-2015-32120750.
LEI Nº 8.213 que Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. 24 julho 1991.
Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/lei8213.htm. Acesso em: 19 jul. 2020.
Norma Regulamentadora 9 (NR 9) sobre Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. 2019. Disponível em:
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09-atualizada-2019.pdf. Acesso em: 19 jul. 2020.
Norma Regulamentadora 15 (NR 15) sobre Atividades e Operações Insalubres. 2019. Disponível em:
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf. Acesso em: 19 jul. 2020.
Site: http://esocial.sesisc.org.br/ltcat-tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-o-laudo-tecnico-das-condicoes-ambientais-de-traba-
lho/. Acesso em: 15 ago. 2020.
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PGR
 
1. Contextualização
O PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos tempor objetivo a preservação da saúde e da integridade física dos traba-
lhadores. Nele são avaliados os riscos potenciais, aos quais os trabalhadores estão expostos no exercício de suas ativida-
des, e previstas medidas de controle para eliminar ou minimizá-los. 
O processo de gestão compreende o planejamento, organização, direção e controle dos recursos humanos e materiais da
empresa. O processo de gestão de riscos busca controlar os riscos, quando não for possível eliminá-los.
Mas, para darmos continuidade, precisamos entender melhor os conceitos de perigo e risco.
 
2. Perigo x Risco
O perigo consiste em algo – como uma situação, condição, conjunto de circunstâncias ou ainda um agente químico, bioló-
gico ou físico – que pode vir a causar ou contribuir para a ocorrência de lesão, doença ou até mesmo morte. Já o risco é a
probabilidade de uma lesão, doença ou morte ocorrer e sua severidade.
Sobre a ótica da higiene ocupacional, o perigo, ou fonte de risco, pode ser visto como um fator de risco no local de trabalho,
uma circunstância que põe em risco a saúde e segurança do trabalhador, uma situação com potencial de causar dano, ou a
capacidade intrínseca de um agente, seja ele de ordem física, biológica, mecânica etc., capaz de causar um efeito particular
à saúde do trabalhador ou ao meio ambiente. Ele pode ser, portanto, material ou imaterial, mas tem o potencial intrínseco de
originar riscos à saúde e segurança do trabalhador. O perigo pode, ainda, ser um conjunto de propriedades inerentes a um
processo, que em certas condições, dependendo do grau de exposição, seja a causa de efeitos adversos à saúde ou ao
meio ambiente. Sendo assim, ele pode ser tudo aquilo que causa danos, ou seja, materiais, equipamentos, métodos e práti-
cas de trabalho.
O perigo relacionado aos materiais corresponde às substâncias perigas/tóxicas, tais como solventes, ácidos, metais, gases
etc. Com relação aos equipamentos, consiste nas partes móveis sem dispositivo de proteção e nas condições de uso (defei-
tuoso, má conservação, impróprio para o serviço, uso incorreto, inseguro e inadequado). No que tange aos ambientes de tra-
balho, está nas áreas muito quentes, frias, empoeiradas, sujas, ruidosas e escuras, com presença de gases, vapores, fumos
etc., e nos postos de trabalhos inadequados ergonomicamente. Do ponto de vista dos trabalhadores, consiste na falta ou in-
suficiência de capacitação, inexistência de políticas de segurança, fadiga, uso de drogas e álcool, pressão no trabalho, assé-
dio moral, carga de trabalho excessiva etc. E, por último, temos o perigo associado ao sistema de trabalho, que está no con-
teúdo e organização do trabalho, gerenciamento e cultura organizacional.
Ainda sobre a ótica da higiene ocupacional, o risco ocupacional é a probabilidade de ocorrer um dano à saúde ou meio ambi-
ente ou a possibilidade de alguém sofrer os danos provocados por um perigo existente.
O risco está sempre ligado à exposição a um perigo. As consequências negativas ou danos relacionados ao trabalho podem
ser de ordem física ou moral. O nível do risco é determinado pela combinação da severidade dos danos e da probabilidadePróxima
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ou chance dos mesmos ocorrerem. 
Visto isso, o risco está em função do perigo e da exposição, que leva em consideração a intensidade, duração e frequência
do contato com o agente. Desta forma, sem exposição, não há risco.
Indo um pouco mais além, podemos dizer que o risco é uma fonte de perigo não controlada. Por isso, quando não for possí-
vel eliminá-lo, devemos controlá-lo, a fim de que não ultrapasse os limites toleráveis pelo ser humano, equipamentos ou pro-
cessos e gere um incidente.
E por falar em incidente, você sabe a diferença entre ele e um acidente?
 
3. Acidente x Incidente
Enquanto o acidente de trabalho, conforme a Lei Nº 8.213 (1991), é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de uma
empresa provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho, o incidente não chega a ser totalmente prejudicial, ou seja, não causa uma lesão
ou dano, mas é algo que poderia vir a causá-los. 
Logo, o acidente de trabalho é aquele acontecimento inesperado que interrompe a rotina profissional, levando a lesões cor-
porais por parte do empregado ou até prejuízo material para a empresa, quando visto do ponto de vista gerencial (ISO
45001, 2018). Por outro lado, o incidente é algo mais ameno, mas que também ocorre de forma inesperada, e que, devido
ao seu potencial pode ser considerado como um quase acidente.
Para deixar mais clara a diferença entre acidente e incidente dentro do ambiente do trabalho, considere o exemplo:
Imagine que um funcionário carrega uma caixa de um departamento até outro. No meio do caminho, ele deixa a caixa
cair, sem querer, de maneira imprevista. Se esse evento não causar nenhum dano físico ao funcionário ou de material
para a empresa, se trata de um incidente. Por outro lado, se esse acontecimento acarretar lesão física ao trabalhador –
se a caixa cair em seu pé e o machucar, por exemplo – ou prejuízo no ambiente de trabalho (inutilização de material é
uma das possibilidades), se trata de um acidente.
O PGR, então, utiliza um conjunto de técnicas para eliminação ou redução máxima dos efeitos das perdas, sejam elas pes-
soais, ambientais, à propriedade ou imagem da empresa.
 
4. Gestão de Riscos
A primeira coisa a ser feita é procurar, encontrar e identificar os perigos e riscos existentes na empresa como um todo.
A procura é uma atividade multidisciplinar, que deve envolver profissionais que conheçam em profundidade as instalações,
processos e atividades realizadas na empresa, e atuem diretamente nas suas áreas de conhecimento e competência. Os
profissionais envolvidos nessa atividade devem ser treinados sobre como agir e atuar, a fim de que registrem os pontos en-
contrados de forma prática e objetiva. Os registros, além de servirem como evidência da atividade, servem de entrada para a
etapa de análise dos riscos.
Após procurar possíveis perigos e riscos, através da inspeção de instalações, máquinas, equipamentos etc., os agentes am-
bientais responsáveis pelas doenças do trabalho encontrados devem ser mensurados em função de suas concentrações,
população exposta e tempo de exposição, por exemplo. Os agentes associados aos riscos ergonômicos, dentre outros, têm
limites de tolerância bem definidos.
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Na fase de identificação, são anotadas as medidas de controle dos riscos identificados, cuja eficiência e eficácia serão avali-
adas na fase de análise.
Após a identificação e mapeamento dos perigos e riscos existentes nas instalações, máquinas e processos, identifica-se
aqueles de ordem operacional, ou seja, para cada atividade operacional são descritos, por etapa, os perigos e riscos identifi-
cados e as medidas de controle adotadas. A Análise de Risco da Tarefa (ART) analisa, então, os trabalhos e não os traba-
lhadores. Ela deve ser registrada em um documento entitulado Inventário de Riscos, feita por uma equipe formada pelos pro-
fissionais que executam a tarefa e um profissional especializado em SST (Saúde e Segurança do Trabalho), e coordenada
pela chefia imediata dos trabalhadores que executam a tarefa, o que gera maior credibilidade e comprometimento com o tra-
balho realizado. É na etapa de análise dos riscos que são identificadas as medidas de controle existentes e o nível de cada
risco mapeado.
Sendo assim, é recomendado que o perigo seja classificado na análise de risco. Para que isso seja feito, pode-se utilizar os
seguintes atributos: (1) Dano, lesão ou doença: descreve a consequência potencial do perigo associado, caso resulte em um
acidente ou doença. (2) Medidas de controle: indica as ações protetivas ou preventivas efetivamente adotadasna atividade
para reduzir a probabilidade de ocorrer um acidente quando alguém interagir com o perigo. (3) Classe do perigo: indica a na-
tureza do perigo, que pode ser física, química, biológica, ergonômica ou mecânica.
Uma boa prática recomendada é a adoção de descrição uniforme para os perigos mapeados, o que contribui para a compa-
ração das atividades de empresas de diferentes ramos e viabiliza a realização de trabalhos técnicos e estatísticos, apesar de
engessar a descrição.
Após analisados, os riscos devem ser avaliados. A avaliação consiste na comparação dos riscos encontrados com base nos
critérios estabelecidos para que os mesmos possam ser priorizados e tratados ou não. Vale ressaltar que há riscos conside-
rados pequenos ou de impacto muito baixo, cujo tratamento pode ser aceitá-los. Uma vez identificados e avaliados, eles são
monitorados, para que recebam um novo tratamento, caso se tornem maiores.
Após identificação, análise e avaliação, a implantação das medidas de controle dos riscos deve ser realizadas de forma con-
tinuada tanto para as atividades rotineiras, quanto para aquelas esporádicas e ainda para as que envolvem todas as pes-
soas com acesso ao ambiente de trabalho, como contratados e visitantes, e as que possuam infraestrutura disponível no
ambiente de trabalho que sejam fornecidas ou não pela empresa. Logo esse processo é cíclico e não acaba nunca. Ele deve
ser feito de forma periódica.
Conforme vimos, o risco está associado à exposição ao perigo. Portanto, quanto maior o perigo, a exposição, ou o produto
dos dois, maior o risco. Nesse contexto, identificar os perigos e riscos é agir preventivamente, antecipando os fatores que ge-
ram acidentes e doenças, possibilitando a adoção de medidas adequadas de eliminação, redução e controle, e protegendo a
população exposta aos perigos e riscos existentes nas atividades.
A NR 22 estabelece a obrigatoriedade das empresas ou permissionárias de lavra garimpeira de elaborar e implementar o
PGR.
 
 
 
Atividade extra
Assista ao filme Horizonte Profundo: Desastre no Golfo, que trata do acidente ocorrido em 2010 e cuja resposta a emergên-
cia contou com recursos humanos, equipamentos, materiais e tecnologias de diversos países do mundo, inclusive do Brasil.
Reflita onde o PGR falhou e as medidas preventivas que podem ser adotadas para que outros acidentes não ocorram.
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Referência Bibliográfica
ISO 45001. ISO 45001 - Occupational health and safety management systems – Requirements for guidance use. 1. ed.
Geneva: ISO, 2018a.
LEI Nº 8.213 que Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. 24 julho 1991.
Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/lei8213.htm. Acesso em: 19 jul. 2020.
Norma Regulamentadora 22 (NR 22) sobre Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração. 2018. Disponível em:. Acesso
em: 19 jul. 2020.
OLIVEIRA, U. R. Legislação de segurança do trabalho: textos selecionados. São Paulo: Saraiva. 2017.
Site:https://www.unifal-
mg.edu.br/riscosambientais/perigoseriscos#:~:text=%E2%80%9CRisco%20%C3%A9%20a%20probabilidade%20ou,675).
Acesso em: 19 ago. 2020.
 
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Programa 5S
 
 
1. Contextualização
O Cinco S (5S) é uma metodologia de origem japonesa criada na década de 50 para organizar, limpar, desenvolver e susten-
tar um ambiente de trabalho produtivo, que consiste na aplicação de 5 práticas executadas sistematicamente para controles
visuais e produção enxuta: senso de utilização ou organização, senso de arrumação ou ordenação, senso de limpeza, senso
de padronização e senso de disciplina, ou Separe (Seiri), Organize (Seiton), Limpe (Seiso), Standardize (Seiketsu) e
Sustente (Shitsuke). A palavra “senso” aqui, tem o significado de direção, entendimento comum. Na década de 60, tornou-se
em uma filosofia de gestão empresarial que transformou o Japão, contribuindo para que se tornasse a potência que é hoje.
O programa 5S permite a redução de desperdícios e remoção de tarefas, atividades e materiais desnecessários, levando à
redução dos custos de produção, à melhoria da pontualidade de entregas e da produtividade, ao aumento da qualidade do
produto e a maior segurança no ambiente de trabalho.
 
2. O Programa 5S
O 5S é um programa de educação e conscientização, voltado para a transformação de comportamentos e hábitos pessoais,
que, apesar de simples, foi revolucionário.
Inicialmente, o 5S foi criado para recuperar as empresas japonesas e, consequentemente, o país, da situação de vulnerabili-
dade em que se encontravam no pós-guerra. Mas, ao ser incorporado no modelo japonês de qualidade, passou a ser ado-
tado por outros países e ainda hoje é bastante utilizado. Ele serve de base para os diversos sistemas de gestão, como os da
qualidade, meio ambiente e segurança e saúde do trabalho (SST), por exemplo. Com sua evolução e melhoria contínua, tor-
nou-se mais amplo e passou a propiciar a implantação desses sistemas de gestão, através da construção de novos hábitos
que levam a mudanças de comportamento.
A implementação do programa 5S não demanda grande investimento e não possui contra indicação. Seus objetivos são:
melhoria da qualidade, do ambiente de trabalho e das relações humanas; prevenção de acidentes e quebras; redução de
custos; eliminação do desperdício; motivação do trabalhador; base para outros programas, sistemas de gestão, etc.
 
3. Os 5 Sensos
Para entendê-lo melhor e aplicá-lo na prática, vamos estudar os conceitos que tornam cada senso uma ferramenta eficaz
para os processos organizacionais.
3.1. Separe (Seiri): Senso de Organização ou Utilização
Separar significa manter no seu local de trabalho apenas o que é necessário para realização da tarefa (ferramentas, peças,
materiais e documentos), separando o que é útil do que é inútil e pode atrapalhar a realização da atividade. Deve ser dadoPróxima
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destino ao que se tornou desnecessário para o ambiente, pessoa ou local. Ao eliminar tudo aquilo que não tem utilidade, in-
clusive pensamentos e sentimentos negativos, a pessoa foca no que é essencial: a qualidade de vida.
Dentre os principais benefícios alcançados com esse Senso, podemos citar a eliminação do desperdício e de materiais des-
necessários, a liberação de espaço, redução de acidentes e doenças, a economia de energia das pessoas, localização rá-
pida dos itens necessários e diminuição dos custos.
Para alcançá-lo é necessário adequar o posto de trabalho para que tenha apenas o necessário, descartar o que não serve
mais e disponibilizar ou devolver ao almoxarifado o excedente de materiais estocados. Uma prática que ajuda é utilizar o
princípio do “um”: uma ferramenta, um dispositivo... Tudo aquilo que está desgastado, obsoleto, quebrado, em excesso, que
seja sucata ou lixo, deve ser descartado. 
3.2. Organize (Seiton): Senso de Arrumação ou Ordenação
Este senso está em manter em ordem seus objetos de trabalho, arrumar o que é útil, atribuindo um lugar para cada coisa, de
modo que seja fácil encontrar o que é necessário.
A organização deve levar em consideração a facilidade de acesso, frequência de utilização, tipo e peso do objeto, e sequên-
cia lógica praticada. Tudo deve ser identificado e padronizado, com o uso de etiquetas, cores, rótulos, placas, desenhos, sím-
bolos, letras e palavras-chaves, por exemplo, para possa ser guardado e encontrado com facilidade por todos os que preci-
sam fazê-lo. 
Seus principais benefícios, então, estão na facilidade de acesso aos objetos e informações, otimização do tempo, diminuição
do cansaço físico, redução de acidentes, facilidade de desempenho, melhor controle e comunicação e maior integração da
equipe de trabalho.Para aplicar esse Senso, basta colocar as coisas em ordem, definindo o lugar correto para cada item, identificá-lo e utilizar
padrões. 
3.3. Limpe (Seiso): Senso de Limpeza
Implica em manter limpo o ambiente, local de trabalho, as máquinas, equipamentos e a si próprio a todo momento, ou seja,
antes, durante e após o trabalho, a fim de eliminar a sujeira, resíduos e objetos estranhos ou desnecessários ao ambiente.
Manter limpo o ambiente inclui limpar piso, teto, paredes, armários, banheiros etc. E mais importante que limpar, é não sujar.
Como principais benefícios desse Senso, podemos colocar a prevenção de doenças e acidentes, melhoria do ambiente de
trabalho, redução e/ou eliminação de desperdícios, mudança de comportamentos e hábitos e redução dos custos com ma-
nutenção dos equipamentos.
Para praticá-lo, limpe sempre que sujar e só suje quando não puder evitar de fazê-lo. Limpar o ambiente e objetos de traba-
lho após o uso e fazer a manutenção da limpeza daquilo que não foi usado. Orientar outros trabalhadores para que façam o
mesmo e acionar os encarregados da limpeza e manutenção, sempre que necessário.
3.4. Standardize (Seiketsu): Senso de Padronização, Saúde, Higiene ou Saúde e Bem-Estar
Este senso foca nos cuidados com a saúde física, mental e emocional do trabalhador, entendendo-o como um todo; corpo,
mente e existência. Está em estabelecer uma programação e métodos para limpeza, organização e separação, a fim de que
seja mantido um estado de prontidão.
Dentre seus principais benefícios podemos destacar a redução de acidentes, doenças e todo tipo de poluição, a redução
e/ou eliminação do perigo, local de trabalho mais agradável, limpo e seguro, melhoria dos relacionamentos e satisfação das
pessoas.
Próxima
Para colocar esse Senso em prática deve-se implementar e praticar rotineiramente os 3 Sensos anteriores, pensar e agir po-
sitivamente, manter a higiene de todo o ambiente de trabalho, promover a beleza do ambiente, eliminar as fontes de risco,
zelar pela segurança e, por fim, permanecer atento às condições ambientais de trabalho (iluminação, ventilação, temperatura
etc.). Adicionalmente, é importante promover o respeito mútuo, promovendo o relacionamento interpessoal, e adotar e/ou
manter os hábitos de cuidado com a saúde e higiene pessoal.
3.5. Sustente (Shitsuke): Senso de Disciplina ou de Autodisciplina
Esse Senso está em reeducar as atitudes para que o 5S torne-se um hábito e passe a ser um modo de vida. Ele inclui a ob-
servância às normas e procedimentos vigentes. O 5S deve ser praticado diariamente, como base de todas as ações. E como
as ações são exemplos, valem mais do que as palavras. Deve-se ainda, desenvolver a força de vontade, criatividade e
senso crítico dos trabalhadores. 
Como principais benefícios desse Senso temos o desenvolvimento da autodisciplina e espírito de equipe, redução e/ou elimi-
nação de atos inseguros, consolidação do Programa 5S, adoção de um modo de vida mais saudável, prática de bons hábi-
tos e ambiente de trabalho digno e saudável.
Para praticá-lo é preciso desenvolver disciplina para executar os 4 Sensos anteriores de forma que todos compreendam,
obedeçam e pratiquem as regras quando estiverem no ambiente de trabalho de forma automática, natural. Tornar a execu-
ção das práticas do Programa, portanto, uma rotina. Compartilhar objetivos, difundir conceitos e informações, fomentar a pa-
ciência e perseverança no cumprimento dos deveres. Desenvolver mecanismos de avaliação e motivação. Implementar me-
canismos que sustentem os ganhos envolvendo os trabalhadores e reconhecendo seus esforços por meio de um sistema de
medição de desempenho.
 
4. Os Outros Sensos
Atualmente, há diversas versões do 5S, com novas palavras incorporadas, que chegam a até 10, incluindo as 5 iniciais. Veja
a seguir os outros 5 Sensos criados.
4.1. Shikare Yaro: Senso de Determinação ou de Determinação e União
Esse Senso está em estabelecer e desenvolver objetivo comum, além de desenvolver trabalhos em equipe, com confiança e
respeito mútuo. Ele demanda a participação e comprometimento de todos os níveis hierárquicos, inclusive da Diretoria, na
união dos trabalhadores. Motivação, liderança e comunicação são a chave desse Senso.
Seus principais benefícios são o alcance mais rápido dos resultados, soma de esforços, maior nível de satisfação individual,
exercício da solidariedade, incentivo e estímulos mútuos e maior comprometimento com os resultados.
Para alcançá-lo a empresa deve focar na união para atingir os objetivos comuns, na motivação e liderança, além de funda-
mentar suas decisões em fatos e dados, tornar os funcionários parte integrante da equipe e colaborar quando solicitado.
4.2. Shido: Senso de Capacitação Profissional, de Treinamento ou de Educação
O Shido implica em aperfeiçoar a formação profissional dos trabalhadores por meio da capacitação, educação e treinamento
contínuo, a fim de qualificá-los para o trabalho e fomentar sua evolução como seres humanos.
Seus benefícios transcendem a atividade profissional ao promover o crescimento do trabalhador como ser humano, o au-
mento da criatividade, maior satisfação profissional, maior preparação para novos desafios profissionais, maior produtividade
e melhores resultados.
Pode ser implementado através da promoção de cursos de capacitação, palestras, seminários...
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4.3. Setsuyaku: Senso de Economia e Combate ao Desperdício
O Setsuyaku combate aos desperdícios através de melhor administração dos recursos e redução das perdas. Ele resulta da
incorporação dos demais “S”, motivando a implementação de mudanças e melhorias.
Seus benefícios são bem visíveis a toda e qualquer empresa.
Esse Senso melhora a administração de recursos, como materiais, serviços, tempo e dinheiro, aumenta a produtividade, re-
duz as perdas e, consequentemente, reduz os custos e preserva o meio ambiente.
4.4. Shisei Rinri: Senso de Princípios Morais e Éticos
O Shisei Rinri busca o desenvolvimento e conscientização de princípios morais e éticos, dentre os quais podemos destacar o
respeito, a confiança e a lealdade, para nortear as ações de todos os trabalhadores. Ele age diretamente nas pessoas, em
seus conceitos, valores e comportamentos.
Como benefícios desse Senso podemos destacar o maior comprometimento com os resultados, maior percepção das atitu-
des éticas entre os trabalhadores e com os demais stakeholders (clientes, acionistas, fornecedores...), e melhoria do ambi-
ente e relacionamento interpessoal.
Para que seja praticado, é importante fornecer condições e exigir o cumprimento da ética e valores morais, a fim de que se
atinjam objetivos mais nobres. Definir os padrões de conduta e criar comprometimento que norteiem as atitudes e comporta-
mentos. Tornar cada trabalhador apto a distinguir o que pode ou não ser feito no exercício de sua função, para que seja leal
com seus stakeholders. 
4.5. Sekinin Shakai: Senso de Responsabilidade Social
Ele representa um compromisso com projetos sociais da comunidade e com a melhoria da qualidade de vida das pessoas
que a integram. Incentiva e motiva a cidadania e o voluntariado, além de explorar o real significado da responsabilidade
socioambiental.
Seus benefícios são imensos. Esse senso proporciona uma melhor imagem da empresa, aumento da produtividade, da par-
ticipação do desenvolvimento da comunidade, preservação do meio ambiente e participação no crescimento socioeconômico
da população.
Para que seja praticado, é necessária a criação de um ambiente de motivação para a transformação de potenciais em reali-
zações e a disseminação da importância da prática da responsabilidade social através de ações voluntárias e beneficentes.
Com todas essas ações, espera-se que os trabalhadores incorporem definitivamente os valores que o Programa recomenda.
 
 
 
 
Atividade extra
Mas será que esse programa de fato funciona? Veja o vídeo no link https://www.youtube.com/watch?v=j1NWBl7x9NE e tire
suas conclusões!
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https://www.youtube.com/watch?v=j1NWBl7x9NEReferência Bibliográfica
OLIVEIRA, U. R. Legislação de segurança do trabalho: textos selecionados. São Paulo: Saraiva. 2017.
RITZMAN, L. P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração de Produção e Operações. São Paulo: Editora Pearson Prentice Hall.
2014.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. São Paulo: Editora Atlas, 8ª ed. 2018.
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PPR
 
1. Contextualização
O PPR - Programa de Proteção Respiratória consiste num programa estabelecido na Instrução Normativa MTb/SSST Nº 1
(1994) como obrigatório para todo estabelecimento de trabalho em que seja necessário o uso de Equipamento de Proteção
Respiratória, como aqueles que possuem trabalhadores desempenhando suas funções em ambiente com material em sus-
pensão (aerodispersoides) considerados prejudiciais à saúde. Ele é formado por um conjunto de medidas de ordem prática e
administrativa para adequação dos Equipamentos de Proteção Respiratória.
Seus principais objetivos são: proteger e proporcionar o controle de doenças ocupacionais provocadas pela inalação de poei-
ras, fumos, névoas, fumaças, gases e vapores; e estabelecer as recomendações necessárias para elaboração, implantação
e administração de um programa para seleção e uso correto dos Equipamentos de Proteção das vias Respiratórias. 
O controle das doenças ocupacionais provocadas pela inalação de material em suspensão deve ser alcançado, sempre que
possível, por medidas de engenharia, como enclausuramento, ventilação ou substituição das substâncias por outras não tó-
xicas. Apenas quando essas medidas não forem viáveis, ou enquanto estão sendo implementadas ou avaliadas, ou ainda
em situações de emergência, devem ser usados os respiradores apropriados.
 
2. Responsabilidades no PPR
Para que a saúde do trabalhador seja preservada, é de responsabilidade do empregador: fornecer o respirador, quando ne-
cessário; fornecer o respirador conveniente e apropriado para o fim desejado; ser responsável pelo estabelecimento e manu-
tenção de um programa de uso de respiradores para proteção respiratória; permitir que o empregado que usa o respirador
deixe a área de risco por qualquer motivo relacionado com seu uso; investigar a causa do mau funcionamento do respirador
e tomar providências para saná-la.
A Instrução Normativa MTb/SSST Nº 1 (1994) estabelece, ainda, um regulamento técnico a respeito do uso de EPR -
Equipamento de Proteção Respiratória, no qual determina que todo empregador deve adotar um conjunto de medidas para
adequação do EPR, sempre que necessário, para complementar as medidas de proteção eletivas implementadas, ou garan-
tir uma completa proteção ao trabalhador contra os riscos existentes no ambiente de trabalho. 
Por outro lado, a responsabilidade do trabalhador está em: usar o respirador fornecido de acordo com as instruções de trei-
namento recebidas; guardar o respirador, quando não estiver em uso, de modo conveniente para que não sofra dano ou de-
formação; em caso de observar que o respirador não está funcionando bem, deixar imediatamente a área contaminada e co-
municar o defeito à pessoa responsável indicada pelo empregador nos procedimentos operacionais escritos; comunicar à
pessoa responsável qualquer alteração do seu estado de saúde que possa influir na capacidade de uso do respirador, de
modo seguro.
Há também responsabilidades que estão a cargo do profissional que administra o PPR: preparar os procedimentos operacio-
nais escritos; medir, estimar ou informar sobre a concentração do contaminante na área de trabalho, antes de ser feita a se-
leção do respirador, e, periodicamente, durante o uso dos respiradores, a fim de garantir que o equipamento apropriado seja
usado; selecionar o tipo ou classe de respirador apropriado que forneça proteção adequada a cada contaminante presente
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https://dex.descomplica.com.br/engenharia-de-seguranca-do-trabalho-versao-2/projeto-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/projeto-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho-ppr-5f0417
ou em potencial; fazer a manutenção de registros e procedimentos escritos de forma que o PPR fique documentado e que
permita a avaliação de sua eficácia; fazer a avaliação da eficácia do PPR.
 
3. Escopo do PPR: Parte 1
No texto do Programa deve haver referência explícita, pelo menos, aos seguintes tópicos: administração do PPR; existência
de procedimentos operacionais escritos; exame médico do candidato ao uso dos respiradores, considerando suas limitações
fisiológicas e psicológicas; seleção dos respiradores; treinamento e reciclagem; ensaios de vedação; manutenção, higieniza-
ção e guarda dos respiradores; uso para fuga, emergências e resgates; e avaliação periódica do Programa. 
3.1. Administração do Programa
A responsabilidade e autoridade sobre o PPR devem ser atribuídas a uma única pessoa, que, de preferência, deve ser da
área de higiene ocupacional da própria empresa, da medicina do trabalho ou da engenharia de segurança do trabalho. Nas
empresas em que não houver ao menos um desses profissionais, o administrador do programa pode ser um profissional
qualificado responsável pela supervisão da unidade de manufatura. Mas, para assumir as responsabilidades da administra-
ção do PPR, o profissional deve ter conhecimento de proteção respiratória, bem como conhecer e estar atualizado quanto às
publicações e regulamentos legais vigentes.
O PPR deve ser avaliado periodicamente para que seja verificado se: os procedimentos contidos nele atendem aos requisi-
tos dos regulamentos legais vigentes aplicáveis e aos padrões aceitáveis da indústria; o programa executado reflete os pro-
cedimentos operacionais escritos. 
A fim de possuir maior objetividade, a avaliação do PPR deve ser realizada por pessoa conhecedora do assunto, não ligada
ao programa nem ao seu administrador. Os pontos a serem verificados na avaliação do Programa devem abranger as se-
guintes áreas: administração, treinamento, avaliação médica, ensaios de vedação, avaliação da exposição, seleção e distri-
buição do respirador, monitoramento do uso, limpeza, manutenção e inspeção, fontes de ar respirável, guarda dos respirado-
res, procedimentos para emergência e problemas especiais. 
A avaliação médica, quando realizada, pode incluir ensaios biológicos conduzidos periodicamente para verificar se o usuário
do respirador está devidamente protegido, e seus requisitos devem ser determinados pelo médico do trabalho. Caso seja de-
tectada alguma falha ou deficiência durante a avaliação do PPR, a mesma deve ser documentada, com seu plano e prazo
de correção, e corrigida.
 
4. Escopo do PPR: Parte 2
4.1. Procedimentos Operacionais Escritos
O administrador do programa deve estabelecer procedimentos operacionais para o uso correto dos respiradores em situa-
ções de rotina e para situações de emergência e de salvamento, a serem revisados periodicamente, se necessário.
 4.2. Seleção, Limitações e Uso de Respiradores
Os principais fatores que influenciam na seleção de um respirador são: (1) A atividade do usuário, como, por exemplo, a in-
tensidade do trabalho (leve, médio ou pesado), o tempo de permanência do trabalhador na área de risco etc. (2) As condi-
ções de uso do respirador. Principalmente o tempo de uso do equipamento para realização da tarefa. Seu uso também é es-
pecífico para atividades de rotina, não rotineiras, de emergência ou resgate. (3) A localização da área de risco em relação às
áreas seguras, em que há ar respirável. Ela viabiliza o planejamento da fuga em caso de emergência e o planejamento da
entrada para realização de serviços de manutenção, reparo ou resgate. (4) As características físicas e funcionais, além das
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limitações dos respiradores. (5) As características da tarefa, condições ambientais e nível de esforço exigido do trabalhador
com o respirador, que podem reduzir, drasticamente, a vida útil do equipamentoou tempo de autonomia. 
Outros fatores que, além dos que vimos acima, afetam a seleção de um respirador são: os pelos faciais, que podem interferir
no funcionamento de válvulas ou vedação da área de contato com o rosto; a necessidade de comunicação e nível de ruído
do ambiente, pois a fala em voz alta pode levar ao deslocamento de peças faciais; a visão, no que diz respeito ao uso de len-
tes corretivas, óculos de segurança, protetor facial etc.; problemas de vedação dos respiradores em função de acessórios,
como bonés, gorros, óculos, capacete etc.; e o uso de respiradores em ambientes com baixas ou altas temperaturas, nas
quais o desempenho do equipamento pode ficar prejudicado. 
4.3. Treinamento
A fim de garantir o uso adequado dos equipamentos de proteção respiratória, o supervisor, os usuários, a pessoa responsá-
vel por distribuir o respirador e as equipes de emergência e salvamento devem receber treinamento adequado e reciclagem
periódica, ministrados por profissional qualificado. Os treinamentos devem ser registrados por escrito, com os nomes dos
profissionais treinados, o assunto, o nome do instrutor e as datas em que foram realizados.
4.4. Ensaio de Vedação
É fundamental que todo usuário de respirador com vedação facial seja submetido a ensaio de vedação qualitativo ou quanti-
tativo, para que seja determinado se o equipamento se ajusta perfeitamente ao rosto. Esse ensaio permite a seleção do tipo,
modelo e tamanho correto do respirador.
 
 
 
Atividade extra
Entenda um pouco mais sobre os EPIs para proteção respiratória e seu uso no site https://www.youtube.com/watch?
v=W4_7Y-3ty5c.
 
Referência Bibliográfica
INSTRUÇÃO NORMATIVA MTb/SSST Nº 1, que Dispõe sobre a utilização dos equipamentos de proteção respiratória. 11
abril 1994. Disponível em: http://ctpconsultoria.com.br/pdf/Instrucao-Normativa-01-de-11-04-1994.pdf. Acesso em: 15 ago.
2020.
OLIVEIRA, U. R. Legislação de segurança do trabalho: textos selecionados. São Paulo: Saraiva. 2017.
TORLONI, M., VIEIRA, A., AQUINO, J., ALGRANTI, E. Programa de Proteção Respiratória: recomendações, seleção e uso
de respiradores. Ministério do Trabalho e Emprego. FUNDACENTRO. 2002. Disponível em:
http://antigo.fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/publicacao/detalhe/2016/6/programa-de-protecao-respiratoria.
Acesso em: 15 ago. 2020.
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