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RESUMO CRÍTICO - DIDÁTICA - TEORIA E INSTRUÇÃO DO ENSINO - LIBÂNEO

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CAMPUS I - CAMPINA GRANDE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DIDÁTICA - MARY DELANE GOMES DE SANTANA
RAFAEL DA SILVA NASCIMENTO - 192110829
RESUMO CRÍTICO - LIVRO: DIDÁTICA, POR JOSÉ CARLOS LIBÂNEO
CAPÍTULO 3: TEORIA DA INSTRUÇÃO E DO ENSINO
CAMPINA GRANDE-PB
2021
LIBÂNEO, José Carlos. Didática: Teoria da Instrução e do Ensino. In: LIBÂNEO, José
Carlos (Org.). Didática. São Paulo: Cortez Editora, 1990. p. 50-76.
"Didática: Teoria da Instrução e do Ensino” trata-se do terceiro capítulo de uma obra
literária de cunho didático e pedagógico denominada “Didática” publicada originalmente em
1990 com autoria do escritor e educador brasileiro José Carlos Libâneo, sendo esta uma obra
de referência no estudo da didática no Brasil. José Carlos Libâneo é graduado em Filosofia
pela PUC-SP, com mestrado em Filosofia da Educação e doutorado em Filosofia e História da
Educação pela PUC-SP e pós-doutorado pela Universidade de Valladolid, Espanha.
Atualmente é Professor Titular da Universidade Católica de Goiás, atuando em linhas de
pesquisa que envolvem Teorias da Educação e Processos Pedagógicos. Também é autor de
outras obras relacionadas à temática da didática e da pedagogia. O capítulo da obra é dividido
em 6 seções: a didática como atividade pedagógica escolar; objetivo de estudo: o processo de
ensino; os componentes do processo didático; Desenvolvimento histórico da Didática e
tendências pedagógicas; Tendências pedagógicas no Brasil e a Didática e A Didática e as
tarefas do professor. Ao longo do capítulo, o autor objetiva aprofundar os vínculos da didática
com os fundamentos educacionais proporcionados pela teoria pedagógica, explicitando seu
objetivo de estudo e os elementos que os constroem, delineando traços históricos importantes
no desenvolvimento da disciplina e em seu tópico final inclui os principais temas da didática
que são precisos para o exercício da profissão dos educadores. Na seção acerca da didática
como atividade pedagógica escolar, o autor nos explicita que a pedagogia investiga a natureza
das finalidades da educação como processo social. Nesta concepção, a didática coloca-se
como uma forma de garantia do fazer pedagógico na escola, na sua perspectiva técnica,
política e social, estabelecendo desta forma o caráter fundamentalmente pedagógico desta
disciplina. Sendo assim, o autor define a didática como mediadora entre os objetivos e os
conteúdos do ensino, investigando as condições e formas que vigoram no ensino e os fatores
que condicionam as relações entre a docência e a aprendizagem. O autor define ao longo da
seção alguns termos importantes no entendimento do processo didático: há a concepção de
instrução como sendo um processo resultante da assimilação sólida de conhecimentos e
desenvolvimento de capacidades cognitivas; o currículo como expressão dos conteúdos de
instrução; a metodologia como conjunto dos procedimentos de investigação quanto a
fundamentos e validade das diferentes ciências e as técnicas como recursos ou meios de
ensino que são complementares à metodologia. Finalizando, o autor coloca como temas
centrais de abordagem da didática os objetivos sociopolíticos e pedagógicos da educação
escolar, os conteúdos escolares, os princípios didáticos, os métodos de ensino e de
aprendizagem, as suas formas de organização do ensino, o uso e a aplicação de técnicas e
recursos, o controle e a avaliação da aprendizagem. Na seção “objeto de estudo: o processo de
ensino” o reitera que o objeto de estudo da didática é o processo de ensino este que é o campo
principal da educação na escola. Segundo o Libâneo, o processo de ensino é uma sequência de
atividades do professor e dos alunos com finalidade de assimilar conhecimentos e habilidades.
O autor realça a importância da natureza do trabalho docente como mediador da relação
cognoscitiva entre o aluno e as matérias de ensino. Por fim, frisa que ensinar e aprender são
duas facetas do mesmo processo, que se realiza em torno das matérias de ensino sob a direção
do professor. O ensino, apesar de parecer algo simples, é uma atividade complexa, sendo
influenciada por condições internas e externas. As condições internas da ação didática são
aquelas que envolvem o professor, aluno e a matéria com objetivo de se apossar dela com a
intervenção do professor. Apesar disso, as ações didáticas estão vinculadas a determinantes
econômico-sociais e socioculturais, objetivos e normas estabelecidas conforme interesses da
sociedade e que afetam as decisões didáticas. Sendo assim, cada situação didática vai
apresentar condições diferentes e esse fato é fundamental para o trabalho do educador. Há a
percepção de que o processo didático está centralizado na relação entre ensino e
aprendizagem, de modo que vai ser fundamental um bom acompanhamento docente nesse
meio onde serão determinados elementos construtivos da didática como: conteúdos das
disciplinas, o ato de ensinar e de aprender. Ao final se entende que o processo didático é
desenvolvido através da ação mútua dos componentes fundamentais do ensino: os objetivos
da educação e da instrução, os conteúdos, o ensino, a aprendizagem, os métodos, as formas e
meios de organização, das condições da situação didática e a avaliação que são conceitos que
formam a base do que estuda a didática. Na quarta seção do capítulo o autor trata da temática
do Desenvolvimento histórico da Didática e das tendências pedagógicas. O autor afirma que a
didática e todo o seu contexto histórico está intimamente ligado ao aparecimento do ensino. A
formação pedagógica possui registros históricos que datam desde o período medieval sendo
que este aconteciam em escolas e mosteiros. Apesar disso, a didática aparece na literatura pela
primeira vez apenas no século XVII na obra “Didática Magna” de Comenius que estabelecia
princípios como: a finalidade da educação ser a condução à felicidade eterna com o divino,
que a educação do homem deve ocorrer de acordo com a sua idade e capacidade, que a
assimilação do conhecimento não deve ser de forma imediata e que o ensino deve ocorrer com
as coisas sendo ensinadas uma de cada vez. Mais tarde Jean Jacques Rousseau proporia a
concepção de ensino fundamentado nas necessidades e interesses imediatos da criança, sendo
que esta só foi desenvolvida de forma prática por Henrique Pestalozzi que trabalhava com a
educação das crianças pobres. Os teóricos anteriores foram importantes influenciadores para
Johann Friedrich Herbart que tornou a verdadeira inspiração para pedagogia conservadora que
determina que o fim da educação é a moralidade atingida através da instrução de ensino.
Esses e tantos outros autores formam as bases para o que é chamado modernamente de
Pedagogia Tradicional e Pedagogia Renovada. O tema a ser tratado logo após é a relação da
didática e das tendências pedagógicas no Brasil. De acordo com o autor, são recentes os
estudos acerca do desenvolvimento histórico da didática no Brasil e a luta por suas causas. Ao
tratar das tendências pedagógicas o autor as divide em duas correntes principais: as de cunho
progressista e as de cunho liberal que diferem bem entre si. A corrente liberal vê a didática
como uma disciplina com regras e procedimentos padronizados, centrando a atividade do
ensino no professor, onde a transmissão oral é o principal recurso pedagógico. Na didática
progressista a direção do aprendizado é centrada no aluno e o professor deve oferecer
condições propícias para estimular o interesse dos alunos o que faz com que muitos digam
que os adeptos desta tendência não ensinam, antes, ajudam o aluno a aprender. Ao longo da
leitura vê-se que essas tendências progressivas passaram a ganhar força nos anos 80, com o
surgimento das “teorias críticas da educação”. Nesta seção o autor classifica as várias
categorias destas duas tendências e comenta suas diferenças essenciais. Dentro das tendências
liberal temos a pedagogia tradicional, a Renovada Progressista, a Renovada não Diretiva e a
Tecnicista.Na tradicional há a máxima valorização do professor, sendo este a figura central e
o aluno apenas recebe o conhecimento passado tornando-se receptor passivo e o ensino está
relacionado com a memorização do conteúdo. A transmissão de conteúdo nesse caso é feita
por meio de padrões e modelos dominantes. Neste caso, não há separação da realidade social
de cada pessoa, nem distinção por capacidade cognitiva. O conhecimento do educador é visto
como verdade absoluta, criando um processo bem mecânico e repetitivo. A Renovadora
Progressista é centrada no aluno e o considera como ativo e curioso. Dispõe da ideia do
aprendizado na prática, valorizando as tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta e o
estudo do meio natural e social. O aprendizado passa a ser uma atividade de descoberta, uma
autoaprendizagem. O professor torna-se um facilitador. No modelo não diretivo, o processo de
aprendizado é conduzido com a menor interferência possível. O foco está na promoção , no
autodesenvolvimento e na realização pessoal. As atividades avaliativas abusam dos debates,
trabalhos em grupo e aprendizado voltado à prática e ao estímulo do pensamento. Já na escola
Tecnicista o professor e o aluno são respectivamente executor e receptor. O aprendizado é
focado em projetos elaborados sem nenhuma ligação com o contexto social que as pessoas
estão inseridas. Esta escola é considerada não dialógica, sem abrir espaço para que o aluno
dialogue na sala de aula ou compartilhe o que sabe. Dentro da tendência progressivista tem-se
a pedagogia libertária, libertadora e a histórico-crítica. Na tendência libertária o aluno aprende
principalmente com base na troca do grupo de alunos, o que ajuda bastante na transformação
da sua personalidade, para que se torne mais independente. O modelo resiste à ação
controladora do estado. Não prevê avaliações tradicionais. Nesta perspectiva, o aluno é
avaliado na medida em que vive situações, experimenta coisas novas e coloca isso no seu dia
a dia da escola. Na tendência libertadora há uma consciência, especialmente política. Há
finalidade de que o aluno consiga transformar a sua realidade com esse pensamento. A
problematização da realidade faz parte do dia a dia do alunado e o ajuda a entender a sua
relação e papel social com as pessoas tanto na natureza quanto com seus colegas e familiares.
A reflexão crítica e a participação do estudante como protagonista na aquisição de
conhecimento são muito bem trabalhadas. O aluno deixa de ser um receptor para disseminar o
conteúdo aprendido. Finalizando há a tendência histórico-crítica cuja proposta é a interação
entre o conteúdo e a realidade que se vive. Isso ajudaria a transformar a sociedade, sem o
modelo tradicional de ensino que fica ligado na reprodução do conteúdo. A avaliação é
contínua, para recolher dados sobre o desenvolvimento dos alunos. E essas informações
devem servir como base para adaptar a prática pedagógica, colocando o estudante a par dos
resultados para ajudar na mudança. O autor finaliza o capítulo abordando a relação entre a
didática e a formação profissional do professor. De acordo com Libâneo, há duas dimensões
da formação profissional do professor no trabalho didático em sala de aula: a
teórico-científica e a tecno prática. A primeira é formada de conhecimentos de filosofia,
sociologia, história da educação e pedagogia. A segunda representa o trabalho docente
incluindo a didática, metodologias, pesquisa e outras facetas práticas do trabalho do professor.
Sendo assim, Libâneo define a didática como a mediação entre as dimensões teórico-científica
e a prática docente. Para o autor, o caráter do professor influencia o seguimento e a qualidade
do ensino. Segundo Libâneo, os principais objetivos da atuação docente são o de assegurar ao
aluno domínio duradouro e seguro dos conhecimentos científicos, criar as condições para o
desenvolver capacidades e habilidades, dirigindo a autonomia na aprendizagem e
independência de pensamento dos alunos e orientar as tarefas do ensino para a formação da
personalidade como forma de preparar o aluno para problemas futuros na vida real. O autor
coloca como os principais pontos para o planejamento escolar pelo professor: compreender a
relação entre educação escolar e objetivos sociopolíticos e pedagógicos ligados ao objetivo de
ensino das matérias, dominar a disciplina que leciona e sua relação com a vida prática, ter a
capacidade de analisar a matéria em módulos ou unidades, a partir e de sua estrutura
conceitual básica, conhecer as características socioculturais e individuais dos alunos, dominar
os métodos de ensino conhecer os programas oficiais para que se adeque às necessidades reais
da escola e do aluno e estar sempre bem informado sobre livros e artigos ligados a sua
disciplina e fatos relevantes. Para que haja a direcionamento do ensino e aprendizagem é
requerido do professor o conhecimento das funções didáticas no processo de ensino, conhecer
os princípios gerais, dos conteúdos e métodos da disciplina, viabilizar os métodos e os
recursos auxiliares habilidade de expressar ideias com clareza e de modo acessível, tornar os
conteúdos reais, saber formular perguntas e problemas, conhecimento as habilidades reais dos
alunos, oferecer métodos que valorizem o trabalho intelectual independente, apresentar uma
linha de conduta de relacionamento com os alunos e instigar o interesse pelo estudo. Para que
o professor possa exercer sua função docente frente aos alunos e as instituições em que
trabalha é indispensável que haja verificação contínua dos objetivos alcançados e do
rendimento nas atividades, o domínio dos meios de avaliação diagnóstica e o conhecimento
dos tipos de modalidades de elaboração de provas e de avaliação qualitativa. Por fim, Libâneo
fecha o capítulo dizendo que o professor deve ter uma visão ampla sobre as aparências, não
aceitando a normalidade, seja no livro didático ou mesmo nas ações pré-estabelecidas. E para
isso tem de haver um olhar crítico sobre as relações sociais que envolvem a disciplina e a sua
inserção nesta sociedade atual. O capítulo é objetivo com ideias concisas, de fácil leitura e
compreensão, não recorrendo a termos técnicos e rebuscados e apresenta ideias bem
articuladas. O texto contribui para entendermos a didática como uma disciplina importante
para o cotidiano escolar do professor, o fazendo refletir e orientando em como desenvolver
melhores meios que os permitam ensinar e promover também o melhor aprendizado de seus
alunos. A leitura deste capítulo é recomendada para todos acadêmicos de cursos de
licenciatura e aqueles que estão começando a atividade docente para que entendam mais sobre
os atributos que um profissional docente precisa adquirir para não apenas promover o ato de
ensinar, mas também o de aprender.

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