POP leucograma

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Estágio Supervisionado em Análises Clínicas II
POP – LEUCOGRAMA Código: 01
HEMATOLOGIA Folha: 1 Situação:
1. Introdução:
O leucograma é a parte do exame de sangue que avalia os leucócitos, também
chamados de glóbulos brancos, que são as células de defesa do organismo. O exame inclui a
contagem total dos leucócitos e a contagem diferencial, ou seja, a contagem de cada tipo de
leucócito separadamente. Este exame, além de ser útil para o diagnóstico e na determinação
do prognóstico de várias doenças como infecções bacterianas, virais, inflamatórias, tóxicas e
entre outras, também pode ser utilizado para monitorar a resposta do corpo a tratamentos, e
acompanhar o funcionamento da medula óssea. (FLEURY, 2021).
A contagem total de leucócitos mede o número de leucócitos em um volume de
sangue sem diferenciá-las, e alterações nessa contagem podem acabar sugerindo a presença
de alguma doença. Já a contagem diferencial de leucócitos, fornece o valor relativo, que
aparece em porcentagem, e o valor total, que aparece em uL ou mm³, de cada tipo de
glóbulo branco encontrado em 100 células. Durante essa etapa, além da soma das células,
também é realizada a sua análise morfológica, pois algumas alterações podem ser
significativas para fechar um diagnóstico (USP, 2008).
O leucograma compõem o hemograma fazendo a avaliação qualitativa e quantitativa
das células brancas, sendo essencial para triagem, diagnóstico e controle de diversas
patologias, e por isso, acaba fazendo parte dos exames de rotina das pessoas (JUNQUEIRA,
2018).
2. Princípio do teste:
A contagem total de leucócitos é feita utilizando o sangue do paciente e o Líquido de
Turk, que é composto por ácido acético, que destrói as células anucleadas, e o azul de
metileno ou violeta genciana, que cora os leucócitos, permitindo assim a contagem das
células nucleadas, ou seja, dos glóbulos brancos. Porém, os eritroblastos não são destruídos,
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por isso, quando são encontrados na contagem diferencial, é necessário fazer o ajuste
(CÂMARA, 2010).
A contagem diferencial é realizada através da análise do distendido sanguíneo corado
por alguma coloração neutra. Esse tipo de coloração apresenta corantes ácidos e básicos,
permitindo que as células possam ser coradas de acordo com a sua afinidade, sendo os
componentes com pH ácido, corados em tons de vermelho, e os de pH básico, corados em
tons de azul. Assim, é possível perceber e classificar as células sanguíneas e suas
características a partir da coloração e características apresentadas (GOMES, 2O17).
3. Aplicação clínica:
Auxiliar no diagnóstico de leucemias, alergias, infecções parasitárias, doenças
hematológicas, neoplásicas, entre outras patologias. Além disso, é usada para monitorar
tratamentos e uso de medicações de pacientes doentes, e avaliar o prognóstico desses
pacientes (JUNQUEIRA, 2018).
4. Amostra:
4.1. Amostra:
Amostra de sangue periférico obtido pela coleta venosa ou picada no dedo, ou, no
caso de recém-nascidos, no calcanhar (FLEURY, 2021).
4.2.Interferentes:
A contagem depende da idade do paciente, sendo que os recém-nascidos apresentam
contagens mais altas, e idosos podem apresentar valores levemente diminuídos.
Pacientes fumantes ou que estão no final de uma gravidez podem apresentar aumento na
contagem total. Alguns medicamentos também podem aumentar ou diminuir a
contagem total, e a contagem pode variar ao longo do dia (LABTESTES, 2020).
5. Equipamento de proteção individual:
Jaleco, calça comprida e sem rasgos, sapato fechado e luvas.
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6. Padrões, controles, reagentes e outros insumos:
Líquido de Turk, Corante neutro (panótico ou Wright) e água destilada
7. Equipamentos:
Lâminas, Câmara de Neubauer, lamínulas, microscópio, pipeta e ponteiras
8. Procedimento detalhado:
8.1 Contagem total de leucócitos:
8.1.1 Adicionar 400 uL do Líquido de Turk e 20uL de sangue e homogeneizar
8.1.2 Colocar a mistura na Câmara de Neubauer e aguardar aproximadamente 5 minutos
8.1.3 Realizar a contagem das células no 4 quadrantes laterais
8.2 Contagem diferencial de leucócitos:
8.2.1 Realizar o distendido sanguíneo e corar a lâmina utilizando um coloração neutra, como
Panótico ou Wright
8.2.2 Analisar a lâmina corada na objetiva de 100x
8.2.3 Contar 100 leucócitos, diferenciando cada tipo encontrado
8.2.4 Registrar alterações encontradas na lâmina (olhar no mínimo 10 campos)
9. Cálculos:
9.1. Contagem total de leucócitos:
Somar os leucócitos dos 4 quadrantes analisados e multiplicar por 50.
ATENÇÃO: a diferença entre os quadrantes deve ser < 12.
9.2 Contagem diferencial:
Realizar uma regra de três utilizando o valor dos leucócitos totais e os leucócitos
específicos encontrados na lâmina. Fazer a conta para todos os tipos de leucócitos
encontrados.
Contagem diferencial: Leucócitos totais - 100%
X - N° encontrado na contagem diferencial
9.3 Ajustes
Caso algum eritroblasto seja encontrado durante a contagem diferencial, é necessário
ajustar o valor total utilizando a fórmula abaixo, para posteriormente realizar a regra de
três de cada leucócitos.
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Contagem corrigida de leucócitos = Leucócitos Totais x 100
N° eritrócitos + 100
10. Valores de Referência:
10.1. Valores normais:
Leucócitos totais: Adultos: 100% e 3.600 - 11.000 uL
Crianças menores de 8 anos: 100% e 4.000 - 14.000 uL
Bastonetes: Adultos: 0 - 5% e 0 - 700 uL
Crianças menores de 8 anos: 0 - 6% e 0 - 450
Segmentados: Adultos: 40 - 70% e 1.800 - 7.000 uL
Crianças menores de 8 anos: 30 - 64% e 1.200 - 9.600 uL
Eosinófilos: Adultos: 0 - 7% e 0 450 uL
Crianças menores de 8 anos: 0 - 5% e 0 - 550 uL
Basófilos: Adultos: 0 - 3% e 0 - 200 uL
Crianças menores de 8 anos: 0 - 25% e 0 - 300 uL
Linfócitos: Adultos: 20 - 50% e 1.000 - 4.800 uL
Crianças menores de 8 anos: 38 - 70% e 1.500 - 10.500 uL
Monócitos: Adultos: 3 - 14% e 0 - 800 uL
Crianças menores de 8 anos: 3 - 14% e 40 - 1.700 uL
10.2. Interpretação:
Desvio à esquerda: aparecimento de precursores granulocíticos, que normalmente se
localizam na medula óssea, no sangue periférico. Esse processo ocorre em resposta a
processos infecciosos bacterianos ou na leucemia mielóide crônica (UFPA, 2019).
Leucopenia: leucócitos abaixo do valor de referência para a idade e sexo. Pode ser
relativa, quando a porcentagem está alterada, e/ou absoluta, quando a contagem total
está alterada (UFPA, 2019).
Leucocitose: leucócitos acima do valor de referência para a idade e sexo. Pode ser
relativa e/ou absoluta. Frequente em infecções, inflamações e leucemias (UFPA, 2019).
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Neutropenia: neutrófilos abaixo do valor de referência para a idade e sexo. Pode ser
relativa e/ou absoluta. Frequente em problemas na medula óssea, infecção ou uso de
alguns medicamentos (UFPA, 2019).
Neutrofilia: neutrófilos acima do valor de referência para a idade e sexo. Pode ser
relativa e/ou absoluta. Frequente em infecções bacterianas, leucemias e processos
inflamatórios (UFPA, 2019).
Eosinofilia: eosinófilos acima do valor de referência para a idade e sexo. Pode ser
relativa e/ou absoluta. Frequente em parasitoses, processos imunológicos e leucemias
(UFPA, 2019).
Basofilia: basófilos acima do valor de referência para a idade e sexo. Pode ser relativa
e/ou absoluta. Frequente em processos imunoalérgicos e leucemias (UFPA, 2019).
Monocitose: monócitos acima do valor de referência para a idadee sexo. Pode ser
relativa e/ou absoluta. Frequente em infecções como mononucleose, septicemia e
tuberculose (UFPA, 2019).
Linfopenia: linfócitos abaixo do valor de referência para a idade e sexo. Pode ser
relativa e/ou absoluta. Frequente em pacientes que utilizam algum medicamento ou
fazem quimioterapia (UFPA, 2019).
Linfocitose: linfócitos acima do valor de referência para a idade e sexo. Pode ser
relativa e/ou absoluta. Frequente em infecções virais agudas, leucemias, amigdalites,
processos ganglionares e infecções crônicas como tuberculose e sífilis (UFPA, 2019).
11. Linearidade e Limites de detecção:
A coleta do sangue precisa ser feita em tubo de EDTA e o sangue deve ser
homogeneizado antes de ser utilizado. Além disso, a coloração da lâmina precisa ser
adequada, utilizando corantes dentro do prazo de validade e preparados corretamente, pois
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erros na coloração podem dificultar a identificação da célula durante a contagem
diferencial (UFPA, 2019).
A presença de eritroblastos pode interferir na contagem total de leucócitos, pois o
líquido de Turk destrói apenas as células anucleadas, fazendo com que, na presença de
eritroblastos, eles sejam contados como leucócitos. É necessário fazer o ajuste da
contagem após a identificação dessas células na contagem diferencial (CÂMARA, 2010).
12. Referências bibliográficas:
CÂMARA, B. Contagem de leucócitos totais. Goiânia, 2010. Disponível em:
https://www.biomedicinapadrao.com.br/2011/09/contagem-global-de-leucocitos.html. Acesso em:
15 out. 2021.
CÂMARA, B. Prática: contagem diferencial de leucócitos. Goiânia, 2012. Disponível em:
https://www.biomedicinapadrao.com.br/2012/07/pratica-contagem-diferencial-de.html. Acesso em: 15
out. 2021.
FLEURY. Leucograma, Sangue total. São Paulo, 2021. Disponível em:
https://www.fleury.com.br/medico/exames/leucograma-sangue-total. Acesso em: 15 out. 2021.
GOMES, F. Instant Prov: conjunto de corantes para a coloração diferencial rápida em hematologia.
Paraná, 2017. Disponível em:
file:///C:/Users/bruna/Downloads/instant-prov-conjunto-de-corantes-para-coloraao-diferencial-rapida-
em-hematologia.pdf. Acesso em: 12 out. 2021.
JUNQUEIRA, I. C. Contagem de leucócitos em câmara de neubauer. Goiânia, 2018. Disponível
em:
https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-de-goias/analises-clinicas/relatorio-
5-contagem-de-leucocitos-atualizado/4774143. Acesso em: 15 out. 2021.
LABSFREIRE (Freire Laboratórioo). Leucograma: o que é e para que serve? Minas Gerais, 2018.
Disponível em: https://labfreire.com/leucograma-o-que-e-e-para-que-serve/. Acesso em: 15 out. 2021.
LABTESTS. Contagem de leucócitos. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em:
https://labtestsonline.org.br/tests/contagem-de-leucócitos. Acesso em: 15 out. 2021.
UFPA (Universidade Federal do Pará). Hemograma. Pará, 2019. Disponível em:
http://faculdademedicina.ufpa.br/doc/Hemograma.pdf. Acesso em: 15 out. 2021.
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HEMATOLOGIA Folha: 7 Situação:
USP (Universidade de São Paulo). Hematologia Clínica: Leucograma. São Paulo, 2008.
Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1915535/mod_resource/content/1/Leucograma.pdf. Acesso
em: 15 out. 2021
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