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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS – UNIFIMES UNIDADE BASICA DAS CIENCIAS EXATAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL BRUNO SANTOS VASCONCELOS ANÁLISE DA INFLUÊNCIA GRANULOMÉTRICA DOS AGREGADOS MIÚDOS NA RESISTÊNCIA DO CONCRETO Mineiros – Go 2021 BRUNO SANTOS VASCONCELOS ANÁLISE DA INFLUÊNCIA GRANULOMÉTRICA DOS AGREGADOS MIÚDOS NA RESISTÊNCIA DO CONCRETO Monografia apresentada ao Centro Universitário de Mineiros como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador (a): Prof. Me. Uessiley Ribeiro Barbosa Mineiros – Go 2021 Ficha catalográfica Serviço de Documentação Universitária Biblioteca Central 'Dom Eric James Deitchman' V331a Vasconcelos, Bruno Santos Análise da influência granulométrica dos agregados miúdos na resistência do concreto / Bruno Santos Vasconcelos. - Mineiros/GO, 2022. 57 p. Monografia (Bacharel em Engenharia Civil) - Centro Universitário de Mineiros/UNIFIMES, 2022. Orientação: Prof. Me. Uessiley Ribeiro Barbosa. 1. Ensaio de Granulometria. 2. Dosagem IBRACON. 3. Curva de Abrams. I. Barbosa, Uessiley Ribeiro . II. Título. Bibliotecária responsável pela catalogação da publicação: Melissa dos Santos Araujo Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) http://www.tcpdf.org Bruno Santos Vasconcelos ANÁLISE DA INFLUÊNCIA GRANULOMÉTRICA DOS AGREGADOS MIÚDOS NA RESISTÊNCIA DO CONCRETO Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao Centro Universitário de Mineiros como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientado pelo Prof. Me. Uessiley Ribeiro Barbosa. Mineiros-GO, __ de fevereiro de 2022. Resultado: __________ BANCA EXAMINADORA Prof. Me. Uessiley Ribeiro Barbosa UNIFIMES Orientador Assinatura: _________________________________________________ Prof. Me. Antônio Célio Machado Júnior UNIFIMES Avaliador Assinatura: _________________________________________________ Prof(a). Me. Gabriel Pinto da Silva Neto UNIFIMES Avaliador Assinatura: _________________________________________________ DEDICATÓRIA A Rení e Kênio, meus pais, pela proteção, amor, e motivação para vencer e chegar aqui. A Biana, minha irmã, pelo companheirismo e amor. À Deus, razão de nossa existência e doador da vida. RESUMO Para engenheiros e projetistas, quando se fala em concreto o atributo mais importante e buscado é sua resistência caracteristica a compressão, o fck. Com isso em vista, o presente trabalho buscou comparar a diferença de resistência de uma família de concreto moldada com areia fina e uma família de concreto moldada com areia grossa, a comparação de resultados foi realizada através de diagramas de dosagem elaborado para cada uma das famílias. A metodologia utilizada foi por meio de revisão bibliográficas, aprofundamento em normas e sequência de ensaios laboratoriais. Primeiro as areias foram sujeitas a análise granulométrica, em ensaio laboratorial, passando por um processo de dosagem conhecido como método IBRACON, logo após a dosagem veio o processo de confecção dos concretos com a moldagem e rompimento dos corpos de prova para elaboração e comparação dos diagramas de dosagem de cada família de concreto. Para a comparação fiel das famílias de concreto, foi mantido invariável o traço mantendo como padrão o mesmo teor de argamassa, o mesmo abatimento, o mesmo cimento e agregado graúdo, alterando apenas o tipo de agregado miúdo. Com base na metodologia adotada pode-se concluir que, a influência do tipo de agregado miúdo na resistência do concreto é notável. Determinando-se que o concreto da família com areia grossa mostrou-se superior ao concreto da família com areia fina, tendo uma maior resistência quando definido o mesmo traço, e um menor consumo de cimento para alcançar determinada resistência fixada. Palavra-chave: Ensaio de Granulometria. Dosagem IBRACON. Curva de Abrams. ABSTRACT For civil engineering and designers, when it comes to mind concrete, the most important attribute required is its characteristics of compressive strength, fck. Given that, the present study sought to compare the strength difference of two different families, one with a concrete cast made of fine sand and another family made of coarse sand, the comparison of the results was done through a dosage diagram for each one of the families. The methodology used was based on bibliographic research, conferring the technical standards and checking the sequence of laboratory tests. First, the sands have passed to a granulometric analysis in the laboratory, going through a process of dosage better known as the IBRACON method, soon after the dosage, it came to the confection process of the concrete cast and rupture of the concrete specimen for confection and comparison and of the dosage diagram of each concrete family. For a faithful comparison between the families, the mortar trace, the slump test, the Portland concrete, and graded aggregate have been sustained for both families, interchanging only the fine aggregate. Based on the methodology used, as a result, it's noticeable the influence of the type of fine aggregate. Determining that the family with the graded aggregate showed up superior to the fine aggregate family, with a better strength when used the same trace and lower consumption of concrete to get to determined strength fixed. Keywords: Granulometric test, IBRACON dosage, Abrams’curve LISTA DE EQUAÇÕES 𝑓𝑐𝑗 = 𝐾1 𝐾2 𝑎 𝑐⁄ (Equação 1) 𝑚 = 𝑘3 + 𝑘4 ∗ 𝑎 𝑐⁄ (Equação 2) 𝐶 = 1000 𝑘5+𝑘6∗𝑚 (Equação 3) 𝛼 = (1+𝑎) (1+𝑚) (Equação 4) 𝑚 = 𝑎 + 𝑝 (Equação 5) 𝐶 = 𝛾 (1+𝑎+𝑝+𝑎 𝑐⁄ ) (Equação 6) 𝑆𝑑 = √ 1 𝑛−1 ∑ (𝑓𝑖 − 𝑓𝑐𝑚)²𝑛𝑖=1 (Equação 7) 𝑓𝑐𝑚𝑗 = 𝑓𝑐𝑘𝑗 + 1,65 𝑥 𝑆𝑑 (Equação 8) 𝑓𝑐𝑘𝑗 = 𝑓𝑐𝑚𝑗 − 1,65 𝑥 𝑆𝑑 (Equação 9) LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 –Rochas mais utilizadas para matéria prima de agregados. ......................... 17 Figura 02 – Agregado graúdo. ...................................................................................... 17 Figura 03- Agregado Miudo ......................................................................................... 20 Figura 04 – Etapas do Programa Experimental. ........................................................... 29 Figura 05 – Coleta das Amostras dos Agregados ......................................................... 30 Figura 06 – Estufa para Secagem das Amostras ........................................................... 31 Figura 07 – Quarteamento Brita ................................................................................... 31 Figura 08 - Quarteamento Areia .................................................................................. 32 Figura 06 – Equipamentos para Ensaio de Granulometria ........................................... 32 Figura 07 – Dosagem em Massa Seca dos Materiais para o Traço .............................. 35 Figura 08 – Procedimento para conseguir a Classe de Consistência ............................ 36 Figura 09 – Abatimento Inferiora classe S100 ............................................................ 37 Figura 10 – Abatimento Superior a classe S100 ........................................................... 37 Figura 11 – Moldes e Haste para Moldagem dos Corpos de Prova .............................. 38 Figura 12 – Cura Inicial e Cura Úmida dos Corpos de Prova ...................................... 39 Figura 13 – Processo de Retificação dos Corpos de Prova .......................................... 39 Figura 14 – Paquímetro e Prensa Eletro-Hidráulica ..................................................... 40 Figura 15 – Areias Utilizada no Experimento .............................................................. 41 Figura 16 – Consistência do concreto moldado com areia grossa ................................ 48 Figura 17 – Consistência do concreto moldado com areia Fina ................................... 49 Figura 18 – Corpos de Prova Durante e Pós Ensaio de Compressão Axial ................. 51 Figura B1 – Curva de Gauss ......................................................................................... 69 LISTA DE QUADROS Quadro 01 – Classificação dos Agregados ................................................................... 15 Quadro 02 – Peso Específico dos Agregados. .............................................................. 16 Quadro 03 – Limites da composição granulométrica do agregado graúdo .................. 18 Quadro 04 - Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo. ................... 21 Quadro 05 – Abertura das Peneiras da Série Normal e Intermediaria. ......................... 25 Quadro 06 - Massa mínima, por amostra de ensaio ...................................................... 33 Quadro 07 – Exemplo de Análise Granulométrica ....................................................... 34 Quadro 08 – Classe de Consistência do Concreto ........................................................ 35 Quadro 09 – Análise Granulométrica da Areia Fina .................................................... 41 Quadro 10 – Análise Granulométrica da Areia Grossa ................................................ 43 Quadro 11 – Análise Granulométrica da Brita ............................................................. 45 Quadro 12 – Traço Unitário para os Diferentes Teores de Argamassa ........................ 47 Quadro 13 – Proporção dos Traços da Família da Areia Fina ...................................... 50 Quadro 14 – Proporção dos Traços da Família da Areia Grossa .................................. 50 Quadro 15 – Apresentação dos Resultados da Família da Areia Fina .......................... 51 Quadro 16 – Apresentação dos Resultados da Família da Areia Grossa ...................... 52 Quadro 17 – Precificação dos Materiais. ...................................................................... 56 Quadro 18 – Análise Comparativa: fcm fixado em 30Mpa .......................................... 57 Quadro 19– Análise Comparativa: a/c fixado em 0,6 ................................................... 58 Quadro 20– Análise Comparativa: Traço fixado em 1:3,5 ........................................... 59 Quadro 21 – Análise Comparativa: Consumo de Cimento Fixado em 525kg.............. 60 Quadro B1 – Desvio-padrão em função do preparo do concreto ................................. 68 LISTA DE GRAFICOS Gráfico 01 – Faixa da Composição Granulométrica do Agregado Graúdo .................. 19 Gráfico 02 – Faixas de Distribuição Granulométrica do Agregado Miúdo .................. 21 Gráfico 03 – Distribuição Granulométrica da Areia Fina ............................................ 42 Gráfico 04 – Distribuição Granulométrica da Areia Grossa ........................................ 44 Gráfico 05 – Comparação das Curvas das Areias. ....................................................... 45 Gráfico 06 – Distribuição Granulométrica da Brita ..................................................... 46 Gráfico 07 – Diagrama de Dosagem (Família Areia Fina) ........................................... 54 Gráfico 08 – Diagrama de Dosagem (Família Areia Grossa) ....................................... 54 Gráfico 09 – Comparação dos Diagrama de Dosagem ................................................. 55 Gráfico 10 – Análise Comparativa: fcm fixado em 30Mpa ......................................... 57 Gráfico 11 – Análise Comparativa: a/c fixado em 0,6 ................................................. 58 Gráfico 12 – Análise Comparativa: Traço fixado em 1:3,5 .......................................... 59 Gráfico 13 – Análise Comparativa: Consumo de Cimento Fixado em 525kg ............. 60 Gráfico A1 – Diagrama de Dosagem ............................................................................ 67 SUMÁRIO 1 INTRUDUÇÃO ..................................................................................................... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 14 2.1 Importância do Agregado para o Concreto ......................................................... 14 2.2 Agregados para o concreto .................................................................................. 15 2.2.1 Classificação ................................................................................................ 15 2.2.2 Agregados Industrializados ......................................................................... 16 2.2.2.1 Matéria-Prima ....................................................................................... 16 2.2.2.2 Agregado Graúdo – Brita ...................................................................... 17 2.2.3 Agregados Naturais ..................................................................................... 20 2.2.3.1 Agregado Miúdo - Areia ....................................................................... 20 2.3 Características do Agregado Relacionado ao Concreto ...................................... 22 2.3.1 Impurezas ..................................................................................................... 22 2.3.2 Forma dos Grãos .......................................................................................... 23 2.3.3 Compacidade, Porosidade e Índice de Vazios ............................................. 24 2.3.4 Composição ou Distribuição Granulométrica ............................................. 24 2.3.5 Teor de Umidade e Absorção de Água ........................................................ 25 2.3.6 Inchamento .................................................................................................. 26 3 OBJETIVOS ............................................................................................................ 27 3.1 Geral .................................................................................................................. 27 3.2 Específicos ...................................................................................................... 27 4 JUSTIFICATIVAS .................................................................................................. 28 5 METODOLOGIA ...................................................................................................... 29 5.1 Coleta das Amostras dos Agregados ................................................................... 30 5.2 Processamento das Amostras para Ensaio .......................................................... 30 5.2.1 Secagem das Amostras ................................................................................ 30 5.2.2 Redução das Amostras - Quarteamento. ...................................................... 31 5.3 Ensaio Granulometria .........................................................................................32 5.3.1 Massa mínima para o Ensaio de Granulometria .......................................... 33 5.3.2 Procedimento de Cálculo e Análise de Granulométrica .............................. 33 5.4 Dosagem dos Traços ........................................................................................... 35 5.4.1 Trabalhabilidade dos traços ......................................................................... 35 5.4.1.1 Slump Test ............................................................................................ 36 5.5 Processamento dos Corpos de Provas. ................................................................ 38 5.5.1 Moldagem dos Corpos de Prova .................................................................. 38 5.5.2 Cura dos Corpos de Provas .......................................................................... 38 5.5.3 Retificação dos Corpos de Provas ............................................................... 39 5.6 Rompimento dos Corpos de Provas .................................................................... 40 6 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................... 41 6.1 Análise da Granulometria ................................................................................... 41 6.1.1 Granulometria da Areia Fina ....................................................................... 41 6.1.2 Granulometria da Areia Grossa ................................................................... 43 6.1.3 Comparação da Distribuição das Areias ...................................................... 45 6.1.4 Granulometria da Brita ................................................................................ 45 6.2 Dosagem dos Traços ........................................................................................... 46 6.2.1 Determinação do Teor de Argamassa .......................................................... 47 6.2.2 Cálculo das Proporções do Traço X Consumo de Água .............................. 49 6.3 Resultado do Ensaio de Compressão Axial. ....................................................... 51 6.4 Diagramas de Dosagem. ..................................................................................... 53 7 AVALIAÇÕES DOS RESULTADOS E ANÁLISES COMPARATIVAS ............. 56 7.1 Variável Definida: fcm ........................................................................................ 57 7.2 Variável Definida: a/c ......................................................................................... 58 7.3 Variável Definida: Traço - 1:m ........................................................................... 59 7.4 Variável Definida: Consumo de cimento - C ...................................................... 60 8 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 61 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 62 ANEXO A .................................................................................................................... 64 ANEXO B ..................................................................................................................... 68 13 1 INTRUDUÇÃO A princípio, no preparo do concreto os agregados foram considerados como materiais inertes por não apresentar reação química de alta complexidade com a água, sendo disperso na pasta de cimento, principalmente por questões econômicas. No entanto, com o desenvolvimento da pesquisa, especialmente o desenvolvimento da tecnologia do concreto, a importante influência do agregado nas propriedades do concreto tornou-se clara (NEVILLE, 2016). Conforme Albuquerque (2008) explica, o traço do concreto (mistura dos ingredientes principais para fazer o concreto) dependo diretamente do modulo de finura (obtido pelo ensaio de granulometria) do agregado miúdo (areia), pois é ele influi na definição da quantidade de água, e portando na quantidade de cimento para envolver os grãos, tendo em vista atingir determinada resistência do concreto. Logo quando menor o modulo de finura do agregado miúdo, mais água é necessária, portanto, mais cimento para manter o fator água / cimento predefinido. Desta maneira aumentando o custo final do metro cúbico do concreto, pois o cimento é o ingrediente mais caro na produção do concreto. O agregado miúdo e graúdo leva o posto de primeiro e segundo lugar de materiais mais utilizado na fabricação de concreto, e tendo muitos efeitos de contribuições importantes para as propriedades do concreto, como resistência à compressão, durabilidade, trabalhabilidade e retração. A qualidade do concreto depende em primeiro lugar da qualidade dos materiais envolvidos, por isso é necessário entender suas características por meio de ensaios e testes de laboratório (AZEVEDO et al., 2017). Tendo em vista que a granulometria dos agregados são fatores que afetam a resistência do concreto, o presente trabalho busca realizar o estudo granulométrico de duas areias, uma fina e uma grossa. A fim de obter um comparativo de resistência entre o concreto preparado com areia grossa e o concreto preparado com areia fina. Assim observando o quanto a granulometria do agregado miúdo impacta na resistência do concreto. Para o estudo comparativo foi empregando estudos de dosagem, conhecido como método IBRACON. Cada família de concreto, família da areia fina e família da areia grossa, foi dosada com 3 tipos de traço diferentes (traço Rico 1:3, traço Intermediário 1:5, traço Pobre 1:7). Para a comparação integra dos concretos, foi trabalhado apenas com as proporções dos traços, mantendo invariável as característica de cada traço, ou seja, mantendo inalterada o teor de argamassa, abatimento dos traços e o utilizando o mesmo cimento e agregado graúdo, mudando apenas do agregado miúdo (Areia fina, areia grossa). 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 IMPORTÂNCIA DO AGREGADO PARA O CONCRETO Conforme Neville (2016), os agregados são mais baratos que o cimento, por isso é econômico usá-los tanto quanto possível, reduzindo assim a quantidade de cimento. Porém, a economia não é o único motivo para a utilização dos agregados: eles proporcionam consideráveis vantagens técnicas ao concreto, que apresenta maior estabilidade de volume e maior durabilidade do que as pastas de cimento hidratado. Em concordância Effting (2014) diz que, os agregados têm um impacto considerável no desempenho do concreto no estado endurecido, e desempenham um papel fundamental no custo e na trabalhabilidade da mistura, portanto, seu manuseio não deve ser tratado com menos importância comparado ao cimento. Nos sólidos, existe uma relação inversa fundamental entre porosidade (fração volumétrica de vazios) e resistência. Consequentemente, em materiais multifásicos como o concreto, a porosidade de cada componente da microestrutura pode se tornar o fator limitante de resistência. (MEHTA; MONTEIRO, 2008). Conforme pesquisa publicada pela revista conexão eletrônica (2017), em estudo realizado por Martins (2008), testes de laboratório comprovaram que agregados com alto teor de partículas finas tendem a ter menor trabalhabilidade. O concreto o moldado com diferentes agregados finos de diferentes tamanhos de partícula, mantendo a quantidade de traço e relação água / cimento em todas as amostras de teste. Os resultados de resistência do concreto obtidos através do ensaio de compressão axial diminuem com o aumento do teor de finos do agregado. Isso ocorre porque em materiais com tais características, a razão de vazios entre o agregado graúdo e o agregado fino é relativamente alta. A qualidade do concreto depende primeiro da qualidade dos materiais envolvidos, portanto, suas características devem ser compreendidas por meio de ensaios e testes laboratoriais (apud AZEVEDO etal., 2017). Segundo Mehta e Monteiro (2008), a resistência do concreto é o atributo mais importante para projetistas e engenheiros de controle de qualidade. Embora a relação água/cimento seja importante na determinação da resistência do concreto, fatores como mineralogia e tamanho do agregado também têm uma influência importante na resistência. Em conformidade Albuquerque (2008) aponta, que a resistência à compressão do concreto depende da relação água/cimento, uma vez que a relação água/cimento depende da distribuição granulométrica do agregado. A distribuição do tamanho das partículas deve maximizar a compacidade da mistura e ser compatível com as peças a serem concretadas. 15 2.2 AGREGADOS PARA O CONCRETO Conforme Petrucci (1982), o termo agregado é amplamente utilizado na tecnologia de concreto. O agregado é um tipo de material granular, sem volume e nem forma definida, com atividade química quase nula, e juntamente com o aglomerante (cimento) consiste em uma mistura de partículas de vários tamanhos, dando origem ao material mais comum na construção, o concreto. 2.2.1 Classificação Na construção civil os agregados são classificados basicamente de duas maneiras: segundo a origem e segundo dimensões das partículas (Quadro 01). Outra classificação não tão utilizada na construção civil se deve pelo peso específico aparente do agregado. Quadro 01 – Classificação dos Agregados Fonte: (Autor, 2021) Segundo a Origem: - Naturais. Os que já são encontram em forma na natureza, não precisando da intervenção humana para mudar o tamanho de suas partículas: areia, cascalho. - Industrializados. Aqueles que possuem uma composição granular obtida através de um processo industrial. Ocorre um processo de britagem, de uma determinada matéria prima, para redução de suas partículas, visando a aplicação na construção. As matérias-primas podem ser: rocha, escória de alto forno e argila. Segundo as Dimensões das Partículas: - Miúdo: as areias naturais de rios e industrializadas através de britagem. - Graúdo: as britas industrializadas através de britagem e cascalhos naturais. Segundo o Peso Específico Aparente: De acordo com a densidade dos materiais que compõem as partículas, os agregados são classificados em leves, médios e pesados. Conforme NBR 9853 é devido a esta classificação Miudo Graudo Industrializados Areias de Britagem Britas Naturais Areias Cascalhos DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS ORIGEM 16 dos agregados que se faz a definição dos concretos em: Concreto Normal (C), Concreto Leve (CL), Concreto Denso (CD). Está relacionado no Quadro 02, a densidade aparente média de cada agregado com sua classificação quanto ao peso específico aparente. Quadro 02 – Peso Específico dos Agregados. Fonte: (Autor 2021, adaptado BAUER 1995). 2.2.2 Agregados Industrializados São os materiais encontrados na natureza em forma de matéria prima (Rochas), que necessitam de processos industriais, normalmente a britagem, para chegarem a uma composição granulométrica utilizável para cada finalidade específica. Os agregados industriais mais usados na tecnologia de concreto são: Agregado graúdo – Brita, agregado miúdo – Areias de Britagem. 2.2.2.1 Matéria-Prima Como explica Pizarro (1972), existem vários tipos de rochas adequadas para a exploração e produção de agregados industriais. Haverá rochas naturais diferentes e especificas em cada região, basta pesquisar as características, por meio de ensaios, e determinar a adequabilidade para cada funcionalidade. Pois cada tipo de rocha apresenta caracterizas especificas que podem ser vantajosas ou não, dependendo de como for usada. As rochas mais exploradas são apresentadas na Figura 01 e incluem: Granito, Basalto, Calcário, Arenito, Escória de alto Forno, Hematita e outras. Vermiculita 0,3 Calcário 1,4 Barita 2,9 Argila Expandida 0,8 Arenito 1,45 Hematita 3,2 Escória Granular 1,0 Cascalho 1,6 Magnetita 3,3 Granito 1,5 Areia 1,5 Basalto 1,5 Escória 1,7 Leves Médios Pesados 17 Figura 01 –Rochas mais utilizadas para matéria prima de agregados. Fonte: (UNIP, 2021) 2.2.2.2 Agregado Graúdo – Brita A NBR 7211:2009 (Agregados para concreto – Especificação), classifica os agregados de acordo com o tamanho dos grãos, dando a seguinte definição para agregado graúdo. Agregado graúdo: Agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm, , ressalvados os limites estabelecidos na Tabela 04, em ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1 (ABNT, 2009). O principal agregado graúdo utilizado na construção é a pedra brita, que é um produto obtido através do processo industrial da cominuição (fragmentação controlada) de rochas, normalmente o basalto (ALBUQUERQUE 2008). A brita utilizada para o concreto é subdividida em 5 faixas granulométricas, sendo: - Comercialmente, brita 0, brita 1, brita 2, brita 3 e brita 4 (Figura 02). Entretanto está é uma denominação comercial, normativamente esta definição não existe. Figura 02 – Agregado graúdo. Fonte: (Autor 2021, Adaptado KOVALSKI 2018) 18 - Normativamente constante na NBR 7211:2009, também são 5 categorias, mas em faixas de limites inferiores e limites superiores, brita 4,75/12,5; brita 9,5/25; brita 19/31,5; brita 25/50; brita 37,5/75. Conforme o Quadro 03, mostra-se os limites das faixas de cada brita. Quadro 03 – Limites da composição granulométrica do agregado graúdo Fonte: (Autor, 2021, adaptado ABNT 7211:2009). Conforme ABNT NBR 7211:2009, “A distribuição granulométrica, determinada segundo a ABNT NBR NM 248, deve atender aos limites indicados para o agregado graúdo constantes” no Quadro 03 O Quadro 03 é uma especificação, dada por norma, que prescreve os limites da distribuição granulométrica do agregado graúdo destina a produção de concreto. Utilizando os dados do Quadro 03, monta-se um gráfico que facilitar a observação das linhas dos limites de distribuição dos grãos (Gráfico 01). Lim Inf 4,75/12,5Lim Sup 4,75/12,5Lim Inf 9,5/25Lim Sup 9,5/25Lim Inf 19/31,5Lim Sup 19/31,5Lim Inf 25/50Lim Sup 25/50Lim Inf 37,5/75Lim Sup 37,5/75 75 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 63 0 0 0 0 0 0 0 0 5 30 50 0 0 0 0 0 0 0 5 75 100 37,5 0 0 0 0 0 0 5 30 90 100 31,5 0 0 0 0 0 5 75 100 95 100 25 0 0 0 5 5 25 87 100 100 100 19 0 0 2 15 65 95 95 100 100 100 12,5 0 5 40 65 92 100 100 100 100 100 9,5 2 15 80 100 95 100 100 100 100 100 6,3 40 65 92 100 100 100 100 100 100 100 4,75 80 100 95 100 100 100 100 100 100 100 2,36 95 100 100 100 100 100 100 100 100 100 1,18 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0,6 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0,3 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0,15 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 FUNDO 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 MF 5,77 6,15 6,77 7,15 7,60 7,95 8,00 8,30 8,90 9,05 25/50 37,5/75 Porcentagem, em massa, retida acumulada Zona Granulométrica d/D Peneira com abertura de malha (ABNT NBR NM ISO 3310-1) 4,75/12,5 9,5/25 19/31,5 19 Gráfico 01 – Faixa da Composição Granulométrica do Agregado Graúdo Fonte: Fonte: (Autor, 2021, adaptado ABNT 7211:2009) No Gráfico 01 é apresentado de modo visual os limites inferiores e limites superiores de cada faixas granulométricas do agregado graúdos. Essas faixas estão classificadas como a norma, representando respectivamente: - Os limites em preto a brita 4,75/12,5 (Brita 0); - Os limites em laranja a brita 9,5/25 (Brita 1); - Os limites em roxo a brita 19/31,5 (Brita 2); - Os limites em verde a brita 25/50 (Brita 3); - Os limites em azul a brita 37,5/75 (Brita 4). Todos os pontos da curva granulométrica de qualquer agregado graúdo destinado a produção do concreto, curva obtida através do ensaio de granulometria,devem estar dentro de uma determinada faixa granulométrica, conforme prescrito na norma. 20 2.2.3 Agregados Naturais São os agregados que tem sua granulometria definida pela própria natureza, não necessitando de processos mecânicos para manipular a dimensão de seus grãos. Na tecnologia do concreto o agregado natural mais utilizado é o agregado miúdo - areia de rios. Outro agregado natural que já foi muito utilizado era o agregado graúdo – cascalhos de rios. 2.2.3.1 Agregado Miúdo - Areia A NBR 7211:2009 (Agregados para concreto – Especificação), classifica os agregados de acordo com o tamanho dos grãos, dando a seguinte definição para agregado miúdo. Agregado miúdo: agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 mm, ressalvados os limites estabelecidos na Tabela 01, em ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1 (ABNT, 2009). Considerando a construção, o principal agregado miúdo natural é a areia (Figura 03). Figura 03- Agregado Miudo Fonte: (KOVALSKI, 2018) Geologicamente falando, a areia é um sedimento geralmente formado por grão quatzosos. A graduação (tamanho dos grãos) do agregado para ser considerado areia é de 0.15/ 4.8, entretanto um granulado de grãos friáveis, mesmo satisfazendo a graduação 0.15/4.8, normalmente não pode substituir a areia, ele será apenas um material enquadrado na fração areia (BAUER, 1995). Apresenta-se o Quadro 04, que trata dos requisitos mínimos do agregado miúdo para o concreto, especificando-se os limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo para preparo de concretos convencionais. 21 Quadro 04 - Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo. Fonte: (ABNT NBR 7211, 2009, p.5). Conforme ABNT NBR 7211:2009, “A distribuição granulométrica, determinada segundo a ABNT NBR NM 248, deve atender aos limites indicados para o agregado miúdo constantes” no Quadro 04 Conforme mostra o Quadro 04, a distribuição do agregado miúdo se deve por meio da porcentagem em massa retida acumulada em cada respectiva peneira, obtida através do ensaio de granulometria. Sabendo-se disse monta-se um gráfico que facilitar a observação das linhas dos limites de cada zona de distribuição dos grãos (Gráfico 02). Gráfico 02 – Faixas de Distribuição Granulométrica do Agregado Miúdo Fonte: autor (2021), adaptado (ABNT 7211:2009) 22 Segundo a norma, o agregado miúdo pode estar em 3 zonas de distribuição granulométrica. Sendo, a Zona Ótima que seria uma areia ideal para o preparo do concreto, a Zona Utilizável Inferior que seria uma areia mais fina estando utilizável para o preparo do concreto, e a Zona Utilizável Superior que seria uma areia mais grossa estando utilizável para o preparo do concreto. Como é observado nas notas do Quadro 03, a norma especifica a variação do módulo de finura ideal para cada limite das zonas de distribuição granulométrica do agregado miúdo. Entretanto para o preparo do concreto, o módulo de finura não pode ser olhado como um número absoluto, pois é uma média aritmética da porcentagem retida acumulada de várias peneiras. O módulo de finura tem q ser olhado peneira por peneira observando a distribuição da curva dos grãos. Todos os pontos da curva granulométrica de qualquer agregado miúdo destinado a produção do concreto, curva obtida através do ensaio de granulometria, devem estar dentro de pelo menos uma das 3 zonas de distribuição, conforme prescrito na norma. 2.3 CARACTERÍSTICAS DO AGREGADO RELACIONADO AO CONCRETO O primeiro passo para obtenção de um concreto que atenda as propriedades relacionada ao seu uso, é a seleção dos materiais componentes da mistura. As características dos agregados são provenientes de sua própria origem e estrutura, características como impurezas, formas dos grãos, porosidade, distribuição granulométrica e teor de umidade podem ter influência relevante nas propriedades do concreto fresco e endurecido. 2.3.1 Impurezas Nos agregados materiais como impurezas orgânicas, argilas em torrões e materiais pulverulentos, são considerados substâncias nocivas para o preparo do concreto. As argilas em torrões são partículas que existem em meio aos agregados, são materiais fracos e quebradiços, facilmente despedaçados sob a pressão dos dedos. São prejudiciais ao concreto pelo fato de se transformam em material pulverulento sob Betonagem. A matéria orgânica de origem vegetal (folhas e raízes) são as mais comuns encontradas nos agregados, mas também podem ser impurezas provenientes dos esgotos sanitários. A incidência deste tipo de impureza prejudica o endurecimento do concreto (LARA,2013). Os materiais pulverulentos são elementos impalpáveis em forma de pó (Argilas e Siltes), encontrado nos agregados, são materiais de alta absorção de água, podendo formar uma camada sobre o agregado, o que fragilizará a aderência da argamassa. A alta porcentagem de material 23 fino (perto de 0,15 mm), requer aumento da água de amassamento. Quando há partículas próximas à finura do cimento (cerca de 0,076 mm), essas partículas se misturam às partículas de cimento, criando descontinuidades na argamassa e reduzindo a resistência, o que é ainda mais prejudicial. Fatores estes que requererem um aumento na água de molhagem, com isto para a mesma trabalhabilidade e coeficiente água / cimento, mais cimento é necessário, intensificando a retração e a permeabilidade do concreto (ALBUQUERQUE 2008). 2.3.2 Forma dos Grãos Segundo Mehta e Monteiro (2008), a forma e a textura das partículas do agregado têm maior impacto nas propriedades do concreto fresco do que o concreto endurecido. Partículas de textura áspera, angulares e alongadas exigem mais argamassa para produzir uma mistura trabalhável e, portanto, aumentam o custo do concreto em comparação com partículas lisas e arredondadas. Em concordância Lara (2013), afirma que os agregados de partículas redondas apresentam uma mistura de concreto mais trabalhável, o que significa maior facilidade movimentação utilizando menos água. De acordo com Albuquerque (2008) a forma dos grãos só tem influência considerável na qualidade do concreto, quando se refere ao agregado graúdo. No geral agregados graúdos naturais como o cascalho tem grão cubóides de formas arredondadas e superfície lisas, os agregados graúdos industriais tem formas de grãos irregulares, lamelares e alongados. A forma dos grãos afeta na compacidade, trabalhabilidade de argamassas, concretos preparados com grãos alongados e lamelares perdem trabalhabilidade, modificando assim as condições de bombeamento, lançamento e adensamento. Claramente, a forma e a textura da superfície do agregado têm uma grande influência na resistência do concreto. A resistência à flexão é mais afetada do que a resistência à compressão, entretendo este efeito só é expressivo em concreto de alta resistência. O verdadeiro papel da forma e textura do agregado no desenvolvimento da resistência do concreto é desconhecido, mas uma textura mais grosseira pode resultar em maior adesão entre as partículas, pois a ligação pasta-agregado adere mais facilmente devido à maior rugosidade da superfície (NEVILLE, 2016). Embora seja necessária mais água para obter a mesma trabalhabilidade um concreto nas primeiras idades contendo brita tem resistência ligeiramente maior do que o concreto correspondente contendo agregado liso, especialmente em termos de tração. Em idades mais avançadas, o efeito da textura da superfície do agregado na resistência acaba sendo reduzido, 24 pois é quando as interações químicas entre o agregado e a pasta de cimento entram em jogo (MEHTA & MONTEIRO, 2008). 2.3.3 Compacidade, Porosidade e Índice de Vazios Características inter-relacionadas para um mesmo tipo de agregado, a alteração de umdeles implica aos demais. Denomina-se vazios os espaços que, naturalmente fica entre os grãos. A compacidade é a relação entre volume total ocupado pelos grãos e o volume do agregado (C=Vg/Va). A porosidade é a relação entre o volume de vazios existentes e o volume do agregado (P=Vv/Va). O índice de vazios é a relação entre o volume total de vazios e o volume total de grãos (i=Vv/Vg), (ALBUQUERQUE, 2008). A porosidade do agregado, afeta a absorção de água da mistura. Além disso, os poros na superfície da partícula influenciam a aderência entre o agregado e a pasta de cimento hidratada e, portanto, a porosidade pode influenciar na resistência do concreto (NEVILLE, 2016). A resistência a compressão e a durabilidade do concreto aumentam quando aumenta a compacidade do agregado, a compacidade é influenciada pela forma dos grãos. Com isto, diminui-se o índice de vazio e o concreto fica menos permeável. Sabendo disso, deve-se dosar os agregados de maneira a se obter uma mistura final de máxima compacidade, ou seja, obter um agregado de máxima densidade, realizando um empacotamento de agregados – mistura de dois ou mais tipos de agregado - adotando-se uma distribuição granulométrica uniforme que apresente o menor índice de vazios (BAUER, 1995). 2.3.4 Composição ou Distribuição Granulométrica No que desrespeito a qualidade do concreto a quantidade de água é o fator mais importante, fator este afetado pela distribuição granulométrica. O ensaio de granulometria é realizado para se obter a composição e distribuição granulométrica de determinada amostra de agregado, características essenciais para estudo de dosagem do concreto. Este ensaio é conduzido pela norma Mercosur, NBR NM 248:2003 (Agregados - Determinação da composição granulométrica), da ABNT. A granulometria é uma propriedade que reflete a distribuição de tamanho das partículas de um agregado, ou seja, é a porcentagem da amostra determinada dentro de uma faixa de tamanhos da partículas. (AZEVEDO et al. 2017) 25 O ensaio de granulometria do agregado, consiste no peneiramento de uma amostra de agregado, sendo estas peneiras constituídas com malhas de diferentes aberturas, e com o auxílio de uma balança de precisão obter a quantidade de massa de agregado retido em cada uma das peneiras e assim determinar porcentagens médias retidas, dimensão máxima, modulo de finura e classificação do agregado, valores estes expressos em função da massa total da amostra (HAGEMANN, 2011). As peneiras usadas no ensaio têm suas aberturas padronizadas pela ABNT, sendo o conjunto de peneiras formado por duas séries: série normal e série intermediaria. As aberturas nominais de cada peneira são estabelecidas na Quadro 05. Quadro 05 – Abertura das Peneiras da Série Normal e Intermediaria. Fonte: (NBR NM 248, 2003). Denomina-se granulometria ótima a que, para a mesma trabalhabilidade e o mesmo fator água/cimento, correspondendo ao menor consumo de cimento, de forma que seja utilizada a menor porcentagem de partículas finas economicamente viável, resultando em menor quantidade de água. Para obter o concreto mais econômico e de melhor qualidade, o maior esforço deve ser concentrado na parte de granulação fina (ALBUQUERQUE 2008). 2.3.5 Teor de Umidade e Absorção de Água Na dosagem de concreto, o teor de umidade do agregado miúdo precisa ser considerado para correção das proporções da mistura, pois a água absorvida pelo agregado afeta a relação água/cimento. Já o teor de água do agregado graúdo, se não encharcado, não interfere nas propriedades do concreto. 26 Conforme Neville (2016), a correção das proporções do traço deve ser feita de modo que, “a massa de água livre dos agregados deve ser diminuída da massa de água a ser adicionada à mistura, e a massa de agregado úmido deve ser aumentada em mesma quantidade”. A água absorvida pelos agregados é função da maior ou menor porosidade do material desses grãos. Depois de misturado o concreto, está água se incorpora a de amassamento, alterando o fator água/cimento, se não tiver sido considerado na dosagem (BAUER, 1995). Agregados expostos à água da chuva absorvem grandes quantidades de água na superfície das partículas e retêm essa umidade por longos períodos. Isso mais intenso para agregados miúdos, onde a umidade da superfície deve ser levada em consideração ao calcular a quantidade de material para a produção de concreto. Agregados graúdos raramente apresentam umidade superficial acima de 1%, como há mais espaço entre as partículas, isso facilita a evaporação da água. Porem em agregados miúdo o valor da umidade superficial pode chegar a 10% (NEVILLE, 2016). 2.3.6 Inchamento Segundo Bauer (1995), o inchamento é o efeito da presença de água no agregado miúdo, está água afasta as partículas de areia, provocando o aumento de volume de uma determinada massa de Areia. O inchamento só deve ser levado em conta caso a dosagem do concreto seja realizada por volume de agregado. Apesar do inchamento em si não afetar o proporcionamento dos materiais em massa, no caso do proporcionamento em volume, o inchamento resulta em uma massa de areia menor ocupando o mesmo espaço da caixa de medida. Por essa razão, a mistura se torna deficiente em agregados miúdos e fica com brita em excesso, tornando-se suscetível à segregação e à apresentação de falhas após a concretagem. O volume de concreto também é reduzido. A solução óbvia é aumentar o volume aparente de agregado miúdo para corrigir o inchamento (NEVILLE, 2016). 27 3 OBJETIVOS 3.1 GERAL Realizar um estudo comparativo entre os resultados dos testes de resistência à compressão Axial dos espécimes de concreto, moldados com duas famílias de areia, com granulometria diferentes (areia fina e areia grossa), avaliando a influência da granulometria do agregado miúdo na resistência do concreto. 3.2 ESPECÍFICOS • Realizar o ensaio de granulometria nos agregados miúdos; • Comparar a distribuição granulométrica das areias com os valores ótimos e utilizáveis, regida pela NBR 7211; • Dosar 3 tipos de traço diferentes (traço Rico 1:3, traço Intermediário 1:5, traço Pobre 1:7), para cada família de concreto; • Moldar 3 corpos de provas de concreto de cada traço; • Elaborar as curvas de dosagem para cada família de concreto; • Comparar a curva de dosagem do concreto utilizando areia fina, com a curva de dosagem do concreto com areia grossa. 28 4 JUSTIFICATIVAS Segundo Albuquerque (2008), na tecnologia do concreto, o agregado é uma parte importante do concreto, respondendo por 80% do peso do concreto estrutural e 20% do custo, sem aditivos, considerando fck por volta de 15 MPa. Suas características possuem uma ampla gama de variabilidade, o que leva a pesquisas precisas e controle de qualidade antes e durante a execução da obra. Ou seja, cerca de 3/4 do volume do concreto é ocupado por agregados, portanto o conhecimento e qualidade do agregado é fundamental para a obtenção de um concreto de alta qualidade, que não só tem um impacto significativo na resistência mecânica do produto acabado, mas também em sua durabilidade e propriedades estruturais (NEVILLE, 2016). Eventualmente mostrar a diferença de resistência e desempenho estrutural que o concreto pode apresentar, quando não se conhece as características granulométricas do agregado miúdo, e frisar a importância do controle adequado para o preparo de um traço de qualidade Outro fato a se atentar é pelo fato de os vendedores dos depósitos de areias da cidade desconhecerem a classificação do agregado miúdo quanto as frações granulométricas (areia fina, areia média, areia grossa). Levando ao consumidor “comprar gato por lebre”, adquirindo uma areia média fina achando que é uma areia grossa, por exemplo. Na presentemonografia aconteceu este episódio, onde na coleta de amostras de agregados miúdos, foi adquirida um agregado miúdo comercializado supostamente como areia grossa, onde foi realizado o ensaio de granulometria, e concluindo-se que tinha muito mais finos que o desejável para uma areia grossa. Sabendo-se disso, é importante conhecer o agregado miúdo, pois suas características são fundamentais para se determinar o teor de argamassa de um concreto, além de influenciar diretamente na quantidade de água da mistura, logo intervindo na resistência do concreto. 29 5 METODOLOGIA A metodologia utilizada nessa pesquisa seguiu as seguintes etapas: • Revisão bibliográfica, consolidando a importância das propriedades dos agregados no preparo do concreto. • Aprofundamento teórico em normas para realização dos estudos experimentais, e estudo minucioso do procedimento de dosagem (Método IBRACON) para aplicação no experimento. • Comparativo do diagrama de dosagem obtido através da resistência dos corpos de provas, moldados com 2 famílias de concreto distintas, a primeira família constituída de 3 traços com areia fina, e a segunda, com 3 traços de areia grossa. Os passos a serem seguidos no procedimento experimental podem ser representados no fluxograma abaixo (Figura 04). Figura 04 – Etapas do Programa Experimental. Fonte: (Autor, 2021) 30 5.1 COLETA DAS AMOSTRAS DOS AGREGADOS As amostras de campo foram coletadas conforme prescrito pela ABNT NBR 16915:2021 (Agregados – Amostragem). As amostras foram coletas nos depósitos comerciais da cidade onde estavam amontados em pilhas (Figura 05), como estabelecido por norma, as amostras coletadas em pilhas seguem as seguintes determinações: • “As amostras de campo foram formadas por pelo menos três amostras parciais, obtidas no topo, meio e base da pilha”. • “Nas pilhas de amostragem, a camada exterior a camada exterior que estiver sujeita à segregação deve ser removida (de aproximadamente 30 cm ou mais) e a amostra deve ser coletada abaixo dessa camada”. • As amostras e foram coletadas úmidas, manualmente na pá, para que “não ocorra nenhuma influência de segregação nos resultados obtidos”. Figura 05 – Coleta das Amostras dos Agregados Fonte: (Autor, 2021) 5.2 PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS PARA ENSAIO O processamento das amostras consiste no preparo das mesmas para o ensaio de granulometria. 5.2.1 Secagem das Amostras A amostra dos agregados para o ensaio, coletadas úmidas devem, como prescrito pela NBR NM 248, ser levada para estufa (Figura 06) a uma temperatura de 105-110ºC por 24 horas, para secagem. 31 Figura 06 – Estufa para Secagem das Amostras Fonte: (Autor,2021) 5.2.2 Redução das Amostras - Quarteamento. Quarteamento é processo manual de redução da amostra seca em estufa. Este processo é realizado para se obter a massa mínima para o ensaio de granulometria, sendo a massa mínima do agregado miúdo 300g e agregado graúdo 1000g. Este processo está estabelecido na ABNT NBR 16915:2021. A Figura 07 demostra o procedimento do quarteamento. Figura 07 – Quarteamento Brita 1 2 3 4 5 Fonte: (Autor, 2021) Em resumo o procedimento para quarteamento é: 1- Revolver a amostra três vezes sobre superfície limpa e plana, formando um cone; 2- Achatar cuidadosamente o cone; 3 e 4- Dividir a massa em quatro partes iguais; 5- Eliminar duas partes em sentido diagonal e agrupar as outras duas. O processo deve-se repetir até atingir quantidade em massa necessária para o ensaio. 32 A Figura 08 mostra o mesmo processo de quarteamento, mas desta vez para o agregado miúdo, buscando reduzir a amostra para 300g visando realizar o ensaio de granulometria. Figura 08 - Quarteamento Areia Fonte: (Autor, 2021) 5.3 ENSAIO GRANULOMETRIA A Figura 06 mostra os equipamentos e procedimentos necessário para o ensaio de granulometria. Figura 06 – Equipamentos para Ensaio de Granulometria A B C D Figura A: Mostra a massa mínima da amostra sendo colocada nas peneiras da série normal. Figura B: Mostra o peneiramento da amostra no agitador eletrônico. Figura C: Mostra a massa retida acumulada em cada peneira. Figura D: Mostra a pesagem da massa retida em cada peneira. Fonte: (Autor, 2021) 33 5.3.1 Massa mínima para o Ensaio de Granulometria A norma prescreve uma massa mínima a ser peneirada onde é expressa no Quadro 06, em função da dimensão máxima do agregado. Sento o mínimo para agregados miúdos 300g e para agregados graúdos 1kg. Quadro 06 - Massa mínima, por amostra de ensaio Fonte: (NBR NM 248, 2003). É importante usar a massa mínima para o ensaio, pois a norma preconiza que nas peneiras com caixilhos redondos, a máxima quantidade de material sobre a tela das peneiras com abertura de malha < 4.75mm, é de 200 gramas. 5.3.2 Procedimento de Cálculo e Análise de Granulométrica O ensaio deve ser realizando duas vezes com amostras distintas do mesmo agregado. O Quadro 07, é uma planilha elabora para realização do cálculo e análise granulométrica seguindo o passo a passo conforme regido pela NBR NM 248:2003. 34 Quadro 07 – Exemplo de Análise Granulométrica Fonte: (Autor, 2021) As peneiras podem ser denominadas de duas formas, por numeração conforme a primeira coluna, e pela abertura da malha conforme segunda coluna. → Em amarelo são os valores a ser preenchido nos dois ensaios da mesma amostra, esses valores representam a massa retida em cada peneira, obtido no peneiramento. → Porcentagem Retida é a relação da massa de cada peneira pela massa total da amostra. → Porcentagem Média, é a média da porcentagem retida nos dois ensaios. → Porcentagem Acumulada, é a soma das porcentagens retidas médias que estão acima da peneira que se está analisando → Modulo de Finura, este é o valor mais buscado para estudos de dosagem nos mais diversos tipos de métodos de dosagem. Tendo sua definição pela NBR NM 248 (2003) “Soma das porcentagens retidas acumuladas em massa de um agregado, nas peneiras da série normal, dividida por 100”. O modulo de finura nada mais é do que uma média aritmética da porcentagem acumulada, logo no estudo de dosagem, este valor não deve ser considerado como um número absoluto, deve-se observar a distribuição dos grãos ao longo das peneiras, que é o principal diferencial da dosagem do método IBRACON. Observações importantes para realização do ensaio de granulometria: • O somatório de todas as massas não deve diferir mais de 0,3 % da massa seca da amostra, inicialmente introduzida no conjunto de peneiras • Entre os dois ensaios, a porcentagem retida deve ter a máxima variação de 4%. (Coluna verde do Quadro 06) 3/8'' 9,5 1 12,50% 1 12,50% 0,00% 12,50% 12,5% 4 4,75 1 12,50% 1 12,50% 0,00% 12,50% 25,0% 8 2,36 1 12,50% 1 12,50% 0,00% 12,50% 37,5% 14 1,18 1 12,50% 1 12,50% 0,00% 12,50% 50,0% 28 0,6 1 12,50% 1 12,50% 0,00% 12,50% 62,5% 48 0,3 1 12,50% 1 12,50% 0,00% 12,50% 75,0% 100 0,15 1 12,50% 1 12,50% 0,00% 12,50% 87,5% Fundo < 0,15 1 12,50% 1 12,50% 0,00% 12,5% 100,0% 8 8 3,38 PENEIRAS (Série Normal) ENSAIO 1 ENSAIO 2 Malha (ABNT - Tyler) Abertura Livre (mm) TOTAL (g) Peso Retido (g) % Retida ANÁSILE GRANULOMÉTRICA MÓDULO FINURA: Peso Retido (g) % Retida % Retida Média % Retida Acumulada Variação Max 4% 35 5.4 DOSAGEM DOS TRAÇOS A dosagem do concreto é um estudo realizado para obter a relação ótima entre os materiais constituintes do concreto, ou seja, o proporcionamento mais econômica para a máxima resistência. Neste programa experimental de dosagem, a proporção dos materiais fora feita em massa seca(Figura 07), sendo este o procedimento de dosagem mais rigoroso. Figura 07 – Dosagem em Massa Seca dos Materiais para o Traço Fonte: (Autor, 2021) 5.4.1 Trabalhabilidade dos traços A trabalhabilidade de um concreto é estabelecida pelo seu abatimento, onde é determinado pelo Slump Test - ensaio de abatimento do tronco de cone, prescrito na norma ABNT NBR 16889:2020 (Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone). A ABNT NBR 8915 (2015), classifica o concreto por classe, segundo sua consistência no estado fresco (trabalhabilidade) conforme Quadro 08. Quadro 08 – Classe de Consistência do Concreto Fonte: (ABNT NBR 8915, 2015) S10 10 ≤ A < 50 Concreto Extrusado, vibroprensado ou centrifugado S50 50 ≤ A < 100 Alguns tipos de pavimentos e de elementos de fundação S160 160 ≤ A < 220 Elementos estruturais com lançamento bombeado do concreto S220 ≥ 220 Elementos estruturais esbeltos ou com alta densidade de armaduras Classe Abatimento mm Aplicações Típicas S100 100 ≤ A < 160 Elementos estruturais, com lançamento convencional do concreto 36 Para a parte experimental desta monografia fixou-se o abatimento dos traços, variando de 100mm a 160mm referente a classe S100, pois é a mais usual em elementos estruturais. Para todos os traços (Rico, Intermediário e Pobre) fixou-se a classe S100 de consistência. Essa parte experimental do método é extremamente importante, pois é aqui que descobrimos a mínima quantidade de água para obter a trabalhabilidade desejada. 5.4.1.1 Slump Test O ensaio de Slump Test, que tem seus procedimentos regulados pela norma ABNT NBR 16889:2020. No preparo dos traços, já dosados, a água é adicionada aos poucos para que se possa obter o abatimento fixado, S100 (Figura 08 - A). Após o Betonagem do concreto, retira-se uma amostra para o ensaio de abatimento de tronco de cone, de maneira a conferir se a água adicionada atingiu o abatimento desejado, caso não, a amostra volta para a betoneira e é adicionado mais água. Caso passe do limite de 160mm, a amostra volta para a betoneira e é adicionado mais cimento e agregados. Tudo deve ser anotado para futuro cálculo da relação água/cimento. Figura 08 – Procedimento para conseguir a Classe de Consistência A B C D Figura A: Água sendo adicionada aos poucos na betoneira. Figura B: Início do ensaio de abatimento. Adensamento do concreto no tronco de cone. Figura C: Retirada vertical do cone. Figura D: Medição do abatimento do concreto, deve estar entre 100 a 160mm. Fonte: (Autor, 2021) 37 Quando a consistência é insuficiente (menor 100mm) como na Figura 09, retorna-se o material para a betoneira e adiciona-se mais água. Figura 09 – Abatimento Inferior a classe S100 Fonte: (Autor, 2021) Quando a consistência é excedente (maior 160mm) como na Figura 10, retorna-se o material para a betoneira e adiciona-se mais cimento e agregados, adicionando nas mesmas proporções mantendo o traço inalterado 1:m. Figura 10 – Abatimento Superior a classe S100 Fonte: (Autor, 2021) 38 5.5 PROCESSAMENTO DOS CORPOS DE PROVAS. Os corpos de provas foram moldados em forma cilíndrica em formas de 10x20. Todo o processamento dos corpos de provas foram seguindo as normas ABNT NBR 5738:2015 – (Concreto — Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova) e ABNT NBR 5739:2018 – (Concreto — Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos). 5.5.1 Moldagem dos Corpos de Prova → Os moldes foram lubricados com desmoldante para facilitar a retida dos corpos de prova. → O adensamento do concreto foi feito de forma manual utilizando uma haste, com 2 camadas de 12 golpes cada (Figura 11) Figura 11 – Moldes e Haste para Moldagem dos Corpos de Prova Fonte: (Autor, 2021) 5.5.2 Cura dos Corpos de Provas Nas primeiras 24 horas após a moldagem, os corpos de prova ainda dentro dos moldes, passam por uma cura inicial (Figura 12-A), onde são armazenados em uma superfície horizontal rígida livre de vibrações. Após o período de cura inicial os corpos de prova são desmoldados e nomeados, levados a cura úmida, por 28 dias, em solução saturada com de hidróxido de cálcio (Figura 12-B). 39 Figura 12 – Cura Inicial e Cura Úmida dos Corpos de Prova A B Fonte: (Autor, 2021) 5.5.3 Retificação dos Corpos de Provas Após os 28 dias de cura úmida, ocorre o processo de retificação, que é uma técnica de preparação e regularização das bases dos corpos de prova para o ensaio de compressão. Foi executado por uma máquina com ferramenta abrasiva, consiste na remoção de uma fina camada de material da base a ser preparada. A Figura 13 demonstra este processo. Figura 13 – Processo de Retificação dos Corpos de Prova Fonte: (Autor, 2021) 40 5.6 ROMPIMENTO DOS CORPOS DE PROVAS O rompimento dos corpos de prova foi realizado com a idade de 28dias seguindo todos os processos normativos. Conforme a norma preconiza, os corpos de prova a serem ensaiados devem atender à relação altura/diâmetro (h/d) nunca menor que 1,94, dimensões determinadas com auxílio de um paquímetro (Figura 14-A). A máquina de ensaio (Figura 14-B) foi uma prensa eletro-hidráulica digital com capacidade de até 200 toneladas. Figura 14 – Paquímetro e Prensa Eletro-Hidráulica A B Fonte: (Autor, 2021) 41 6 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 6.1 ANÁLISE DA GRANULOMETRIA Para o experimento foram selecionadas duas areias para fim de comparação, uma areia fina e uma areia grossa (Figura 15) Figura 15 – Areias Utilizada no Experimento Fonte: (Autor, 2021) 6.1.1 Granulometria da Areia Fina O Quadro 09 representa os dados obtidos no ensaio de granulometria das amostras da areia fina. Quadro 09 – Análise Granulométrica da Areia Fina Fonte: (Autor, 2021) 3/8'' 9,5 0 0,00% 0 0,00% 0,00% 0,00% 0,0% 4 4,75 4,8 1,09% 4,9 1,08% 0,01% 1,08% 1,1% 8 2,36 6 1,36% 6,9 1,52% 0,16% 1,44% 2,5% 14 1,18 5,9 1,34% 5,4 1,19% 0,15% 1,26% 3,8% 28 0,6 4,4 1,00% 4,2 0,93% 0,07% 0,96% 4,7% 48 0,3 66,3 15,03% 72,3 15,93% 0,89% 15,48% 20,2% 100 0,15 303,2 68,75% 309,9 68,26% 0,49% 68,51% 88,7% Fundo < 0,15 50,4 11,43% 50,4 11,10% 0,33% 11,3% 100,0% 441 454 1,21 ANÁSILE GRANULOMÉTRICA - AMOSTRA AGRE. MIÚDO (FINO) MÓDULO FINURA: Peso Retido (g) % Retida % Retida Média % Retida Acumulada Variação Max 4% PENEIRAS (Série Normal) ENSAIO 1 ENSAIO 2 Malha (ABNT - Tyler) Abertura Livre (mm) TOTAL (g) Peso Retido (g) % Retida 42 Conforme mostrado no Quadro 09, a areia fina apresenta um modulo de finura igual a 1,21. Os resultados de uma análise granulométrica podem ser mais facilmente compreendidos quando representados graficamente. Utilizando o Gráfico 03 observa-se a distribuição dos grãos ao longo das peneiras. A partir de uma rápida análise é possível verificar que a granulometria deste agregado é muito fina, pois a curva saiu do agregado saiu do limite da Zona Utilizável Inferior, zona representada pela menor finura possível do agregado miúdo. Gráfico 03 – Distribuição Granulométrica da Areia Fina Fonte: (Autor, 2021) O Gráfico 03 representa a curva granulométrica da areia fina comparada as zonas de distribuição granulométrica do agregado miúdo, segundo a NBR 7211:2009. Conforme a norma, a zona que limita o agregado miúdo fino (zona utilizável inferior), deve apresentar modulo de finura, variando de 1,55 a 2,2, logo o modulo de finura da areia fina, calculado em 1,21, está fora destes limites, sendo uma areia muito fina parao preparo do concreto. Como visto graficamente, a areia parte da peneira 0,15mm estando dentro da zona utilizável inferior, entretanto a um grande salto fora da curva na próxima peneira de 0,3mm, continuando fora da curva, mas aproximando novamente dos limites nas peneiras de 0,6mm e 1,18mm. Por fim, a curva volta para dentro zona utilizável inferior na peneira de 2.36mm e chega a entra na zona ótima na peneira de 4,75mm. 43 6.1.2 Granulometria da Areia Grossa O Quadro 10 representa os dados obtidos no ensaio de granulometria das amostras da areia grossa. Quadro 10 – Análise Granulométrica da Areia Grossa Fonte: (Autor, 2021) Conforme mostrado no Quadro 10, a areia grossa apresenta um modulo de finura igual a 2,70. Os resultados de sua análise granulométrica podem ser mais facilmente compreendidos quando representados graficamente, utilizando o Gráfico 04, observa-se a distribuição dos grãos ao longo das peneiras. A partir de uma rápida análise é possível verificar que a granulometria deste agregado é muito boa, podendo se dizer que é um agregado miúdo ótimo, pois 90% dos pontos de sua curva estão dentro do limite da Zona Ótima, zona representada pelo melhor granulometria possível do agregado miúdo. 3/8'' 9,5 0 0,00% 0 0,00% 0,00% 0,00% 0,0% 4 4,75 11,2 2,44% 8,5 2,08% 0,36% 2,26% 2,3% 8 2,36 35,9 7,82% 32,7 8,01% 0,19% 7,91% 10,2% 14 1,18 70,6 15,37% 65,3 15,99% 0,61% 15,68% 25,9% 28 0,6 103,1 22,45% 96,6 23,65% 1,20% 23,05% 48,9% 48 0,3 168,2 36,63% 147,8 36,19% 0,44% 36,41% 85,3% 100 0,15 59 12,85% 48,9 11,97% 0,87% 12,41% 97,7% Fundo < 0,15 11,2 2,44% 8,6 2,11% 0,33% 2,3% 100,0% 459,2 408,4 2,70 % Retida % Retida Acumulada ANÁSILE GRANULOMÉTRICA - AMOSTRA AGRE. MIÚDO (GROSSO) TOTAL (g) MÓDULO FINURA: % Retida Média Variação Max 4% PENEIRAS (Série Normal) ENSAIO 1 ENSAIO 2 Peso Retido (g) % Retida Malha (ABNT - Tyler) Abertura Livre (mm) Peso Retido (g) 44 Gráfico 04 – Distribuição Granulométrica da Areia Grossa Fonte: (Autor, 2021) O Gráfico 04 representa a curva granulométrica da areia grossa comparada as zonas de distribuição granulométrica do agregado miúdo, segundo a NBR 7211:2009. Conforme a norma, a zona que limita o agregado miúdo ótimo (Zona Ótima), deve apresentar modulo de finura, variando de 2,20 a 2,90, logo o modulo de finura da areia grossa, calculado em 2,70, está dentro destes limites, sendo uma areia ideal para o preparo do concreto. O modulo de finura da areia grossa está dentro dos limites da zona ótima. Entretanto como visto graficamente, a areia parte da peneira 0,15mm estando dentro da zona utilizável superior, oque quer dizer que nesta faixa a areia esta um pouco mais grossa do que a zona ótima. Na peneira de 0,30mm, o ponto da curva está bem em cima do limite da zona ótima e zona utilizável superior, isso significa que na faixa de 0,15mm a 0,30mm, está areia poderia ter um pouco a mais de finos para estar completamente na zona ótima. Já na peneira de 2,36mm, o ponto da curva está bem em cima do limite da zona ótima e zona utilizável inferior, identificando que nessa faixa a areia apresenta mais finos que o desejável para uma areia ótima, aqui nesta faixa areia poderia ter um pouco a mais de grãos grossos para estar completamente na zona ótima. Contudo, está é uma areia muito boa para o concreto, uma areia natural que sozinha se aproximou 90% de uma areia considerada ótima. Na tecnologia do concreto, é comum fazer um empacotamento de duas ou mais areia, visando atingir uma granulometria próxima da ótima, como a obtida. 45 6.1.3 Comparação da Distribuição das Areias O Gráfico 05 demonstra a confrontação da curva granulométrica da areia fina e areia grossa comparada aos limites das zonas distribuição granulométrica do agregado miúdo. Gráfico 05 – Comparação das Curvas das Areias. Fonte: (Autor, 2021) 6.1.4 Granulometria da Brita A brita utilizada para o experimento, comercialmente é conhecida brita 0. O Quadro 11 representa os dados obtidos no ensaio de granulometria das amostras da brita. Quadro 11 – Análise Granulométrica da Brita Fonte: (Autor, 2021) 1/2" 12,5 0 0,00% 0 0,00% 0,00% 0,00% 0,0% 3/8" 9,5 105,2 7,71% 132,9 10,10% 2,39% 8,90% 8,9% 1/4" 6,3 625,4 45,85% 561,8 42,68% 3,16% 44,27% 53,2% 4 4,75 467,6 34,28% 441,6 33,55% 0,73% 33,92% 87,1% 8 2,36 156,6 11,48% 155,3 11,80% 0,32% 11,64% 98,7% 16 1,18 4,1 0,30% 8 0,61% 0,31% 0,45% 99,2% 30 0,6 0,2 0,01% 3,1 0,24% 0,22% 0,13% 99,3% 50 0,3 0,4 0,03% 2,5 0,19% 0,16% 0,11% 99,4% 100 0,15 0,6 0,04% 2,7 0,21% 0,16% 0,12% 99,5% Fundo < 0,15 4 0,29% 8,3 0,63% 0,34% 0,46% 100,0% 1364,1 1316,2 5,92 % Retida Acumulada Malha (ASTM - USS) Abertura Livre (mm) Peso Retido (g) % Retida Peso Retido (g) % Retida TOTAL (g) MÓDULO FINURA: ANASILE GRANULOMÉTRICA AGRE. GRAÚDO PENEIRAS (Série Normal) ENSAIO 1 ENSAIO 2 Variação Max 4% % Retida Média 46 Conforme mostrado no Quadro 11, a brita apresenta um modulo de finura igual a 5,92. Os resultados de sua análise granulométrica podem ser mais facilmente compreendidos quando representados graficamente, utilizando o Gráfico 06, observa-se a distribuição dos grãos ao longo das peneiras. Gráfico 06 – Distribuição Granulométrica da Brita Fonte: (Autor, 2021) O Gráfico 06 representa a curva granulométrica da brita comparada as faixas de composição granulométrica do agregado graúdo, segundo a NBR 7211:2009. Conforme a norma, a zona que limita o agregado graúdo 4,75/12,5 (Brita 0), deve apresentar modulo de finura, variando de 5,77 a 6,15, logo o modulo de finura da brita, calculado em 5,92, está dentro destes limites, sendo verdadeiramente uma brita 4,75/12,5. Como visto graficamente todos os pontos da curva estão dentro dos limites da brita 4,75/12,5. 6.2 DOSAGEM DOS TRAÇOS Como já dito, neste programa experimental a dosagem foi feita em massa seca e a trabalhabilidade dos traços, foi fixada na classe S100 (De 100mm a 160mm) de abatimento. Após isso, foi determinado o teor de argamassa ideal bem como realizado os cálculos de proporções dos traços e relação água cimento. 47 6.2.1 Determinação do Teor de Argamassa Conforme preconizado pelo método IBRACON, o ajuste do teor de argamassa deve ser obtido utilizando o traço Intermediário 1:5. Foi verificado experimentalmente na betoneira o aspecto do concreto para diferentes teores de argamassa (48%, 52%, 54%, 56%, 58%), buscam- se o teor de argamassa ideal, sendo aquele que proporcione um acabamento que não apresente vazios na superfície do concreto. Lembrando que um teor de argamassa alto aumenta o custo, e um teor baixo prejudica a trabalhabilidade. Com a equação do teor de argamassa (Equação 04), encontrada no ANEXO A, calcula- se a o traço unitário para cada teor de argamassa diferente. 𝛼 = (1+𝑎) (1+𝑚) (Equação 4) Tomando como base o teor de argamassa (α) é igual a 48% e a proporção m, do traço Intermediário (1:5), igual a 5. Logo: 0,48 = (1+𝑎) (1+5) → 𝑎 = 1,88 Com a equação dos agregados totais (Equação 5), encontrada no ANEXO A, obtém-se a quantidade de agregado graúdo: 𝑚 = 𝑎 + 𝑝 (Equação 5) 5 = 1,88 + 𝑝 → 𝑝 = 3,12 O Quadro 12 apresenta os traços unitários, calculados a partir do traço 1:5, para cada um dos diferentes teores de argamassa. Logo todos os traços deste quadro são traços 1:5, alterando apenas o teor de argamassa. Quadro 12 – Traço Unitário para os Diferentes Teores de Argamassa Fonte: (Autor, 2021) Cimento Areia Brita 48 1 1,88 3,12 50 1 2 3 52 1 2,12 2,88 54 1 2,24 2,76 56 1 2,36 2,64 58 1 2,48 2,52 Teor de Arg - α Traço Unitario 48 Observa-se, que para o traço 1:5 com teor de argamassa de 48% apresenta-se um traço unitário de 1:1,88:3,12 (A soma dos agregados miúdo e graúdo resultaem 5,00) e, ao aumentar- se o teor de argamassa para 50%, o traço muda para 1:2:3 (Traço geralmente mais usado em pequenas obras), ou seja, sem alterar o consumo de cimento, com 0,12 a mais de areia e 0,12 a menos de brita. Assim sucessivamente, para cada 2% a mais de argamassa, diminui 0,12 de brita e aumenta 0,12 de areia. “O ajuste do teor de argamassa seca (α) nada mais é do que a substituição gradativa de agregado graúdo (brita) pelo agregado miúdo (areia), sem interferir no consumo de cimento” (TUTIKIAN; HELENE, 2011). Para a parte experimental desta monografia fixou-se como teor de argamassa ideal o teor de 58%, com base na inspeção visual do acabamento final de cada concreto. As figuras 16 e 17 mostram a aparência dos concretos moldados, com areia grossa e areia fina, por meio do traço Intermediário (1:5). A água foi adicionada aos poucos, visando atingir o abatimento necessário para a classe S100. Figura 16 – Consistência do concreto moldado com areia grossa A B Figura A: Porção de concreto com areia grossa, retirado da betoneira. Figura B: Alisamento da superfície do concreto, para verificação de acabamento. Fonte: (Autor, 2021) 49 Figura 17 – Consistência do concreto moldado com areia Fina A B Figura A: Porção de concreto com areia fina, retirado da betoneira. Figura B: Alisamento da superfície do concreto, para verificação de acabamento. Fonte: (Autor, 2021) Ambos os concretos apresentam o mesmo traço 1:5, o mesmo abatimento (S100), e o mesmo teor de argamassa (58%), apenas mudou-se o agregado miúdo utilizado. Visualmente nota-se que para a areia grossa, o teor de 58% parece insuficiente, aparenta muitos vazios, pouca argamassa e britas soltas. Já para a areia fina o teor de 58% parece alto, verifica-se argamassa em excesso. Importante ressaltar que estas observações foram apenas visuais e não interferiram no acabamento das peças moldadas, pois ambos os concretos foram confeccionados com a mesma trabalhabilidade definida pelo abatimento da classe S100. Logo, confirma-se que apenas a granulometria do agregado miúdo interferiu-se na trabalhabilidade do concreto. Porém, este não é o objetivo, nosso objetivo é avaliar o que essa diferença de granulometria interfere na resistência do concreto. 6.2.2 Cálculo das Proporções do Traço X Consumo de Água Depois de definido o teor de argamassa (58%) por inspeção visual a partir do traço Intermediário, chega-se a hora de calcular os traços auxiliares (pobre e rico). Este processo é feito para a família da areia fina e a família da areia grossa, como mostra o Quadro 13 e 14. 50 Quadro 13 – Proporção dos Traços da Família da Areia Fina Fonte: (Autor, 2021) Quadro 14 – Proporção dos Traços da Família da Areia Grossa Fonte: (Autor, 2021) O processo de cálculo do traço unitário foi demostrado no item 6.2.1. O traço total é o material em massa seca que é adicionado a betoneira, calculado a partir do traço unitário. Como já explicado, a água é ajustada experimentalmente na betoneira de modo que atinja o abatimento da classe de consistência S100, fixada inicialmente. Nas colunas em amarelo, para cada traço é colocado o valor do consumo de água utilizada para se alcançar o abatimento desejado, posteriormente na coluna ao lado, calcula-se a relação a/c, que é a divisão da massa utilizada de água pela a massa de cimento. Comparando os quadros, percebe-se que para o mesmo traço, a família de concreto utilizando areia fina demandou mais água para atingir o mesmo abatimento. Logo para o mesmo traço, com mesmo teor de argamassa e mesmo abatimento a família do concreto com areia grossa tem uma relação a/c menor, ao ser comparada com a família do concreto com areia fina. Traço Cimento Areia Brita Cimento Areia Brita 1:3 -Rico 1 1,32 1,68 9,35 12,34 15,70 37,38 4,45 0,48 1:5 -Interm. 1 2,48 2,52 5,95 14,76 15,00 35,71 4,28 0,72 1:7 -Pobre 1 3,64 3,36 4,46 16,25 15,00 35,71 4,40 0,99 Traço Total (kg) Soma dos Materiais (kg) Consumo de água p/ alcançar o abatimento (kg) A/C Traço Unitario Teor de Arg - α 58 % DOSAGEM MÉTODO IBRACON (Familia Areia Fina) Traço Cimento Areia Brita Cimento Areia Brita 1:3 -Rico 1 1,32 1,68 8,93 11,79 15,00 35,71 4,00 0,45 1:5 -Interm. 1 2,48 2,52 5,95 14,76 15,00 35,71 4,10 0,69 1:7 -Pobre 1 3,64 3,36 4,46 16,25 15,00 35,71 4,15 0,93 Soma dos Materiais (kg) Consumo de água p/ alcançar o abatimento (kg) A/C DOSAGEM MÉTODO IBRACON (Familia Areia Grossa) Teor de Arg - α 58 % Traço Unitario Traço Total (kg) 51 6.3 RESULTADO DO ENSAIO DE COMPRESSÃO AXIAL. A Figura 18 exibe os corpos de prova durante e após o ensaio de compressão axial. Figura 18 – Corpos de Prova Durante e Pós Ensaio de Compressão Axial Fonte: (Autor, 2021) Os dados obtidos nos ensaios de compressão axial com 28 dias (fc28) para os corpos de prova da família com areia fina e família com areia grossa estão apresentados nos Quadros 15 e 16 respectivamente, juntamente com resistência média (fcm), o desvio padrão (S.d) e a resistência característica estimada (fck,est), para cada traço de sua respectiva família. Quadro 15 – Apresentação dos Resultados da Família da Areia Fina Fonte: (Autor, 2021) O Quadro 15 apresenta os resultados do concreto com areia fina. Como esperado o traço rico apresentou a maior resistência, o traço pobre a menor resistência, e o traço intermediário a resistência meio termo, isso se deve pelo aumento do consumo de cimento a medida que o traço fica mais forte, ou seja, quando o traço apresenta uma relação 1:m menor. Os valores do desvio padrão apresentaram resultados satisfatórios, pois não ouve grande amplitude (Diferença entre 1 35,99 2 35,69 3 31,00 1 18,02 2 17,57 3 19,30 1 6,95 2 7,51 3 9,28 TRAÇO POBRE 1:7 34,23 18,30 7,91 S.d TRAÇOS FALIMÍA AREIA FINA AMOSTRA fc28 (MPA) fcm (MPA) TRAÇO RICO 1:3 TRAÇO INTERMEDIÁRO 1:5 fck,est (MPA) 2,80 0,90 1,22 29,61 16,82 5,91 52 o maior e o menor resultados dos corpos de prova que representam o mesmo traço), de valores de resistência das amostras de cada traço. A maior amplitude foi de 4,99Mpa, vista no traço rico tirando a diferença da amostra 1 e amostra 3. Para o concreto com areia fina o maior valor de desvio padrão foi observado no traço rico, pois foi o traço com maior amplitude, com um Sd=2,80, representando um valor aceitável, o que poderia representar um valor fixo para este concreto, caso fosse analisado com mais amostras. A norma determina que o valor de desvio padrão seja 4Mpa, para traços dosado em massa. O cálculo do desvio padrão é realizado conforme ANEXO B, porem só pode ser fixado com no mínimo 20 amostras por traço. Quadro 16 – Apresentação dos Resultados da Família da Areia Grossa Fonte: (Autor, 2021) O Quadro 16 apresenta os resultados do concreto com areia grossa. Como esperado o traço rico apresentou a maior resistência, o traço pobre a menor resistência, e o traço intermediário a resistência meio termo, isso se deve pelo aumento do consumo de cimento a medida que o traço fica mais forte, ou seja, quando o traço apresenta uma relação 1:m menor. Os valores do desvio padrão apresentaram resultados satisfatórios, pois não ouve grande amplitude (Diferença entre o maior e o menor resultados dos corpos de prova que representam o mesmo traço), de valores de resistência das amostras de cada traço. A maior amplitude foi de 2,85Mpa, vista no traço intermediário tirando a diferença da amostra 1 e amostra 2. Para o concreto com areia grossa o maior valor de desvio padrão foi observado no traço intermediário, pois foi o traço com maior amplitude,
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