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Livro Texto - Unidade I

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Autores: Profa. Valdice Neves Pólvora
 Prof. Jose Carlos Roncolato da Frota
 Prof. Fabio Arten
Colaboradores: Prof. Enzo Fiorelli Vasques
 Profa. Rachel Niza
Comércio Exterior – 
Legislação Aduaneira 
e Câmbio
Professores conteudistas: Valdice Neves Pólvora / Jose Carlos Roncolato da Frota / 
Fabio Arten
Valdice Neves Pólvora
Cursando doutorado em Economia na Universidad de La Matanza, Buenos Aires, Argentina. Mestre em Administração 
e Valores Humanos. Especialista em Ética e graduada em Ciências Econômicas pelo Centro Universitário Capital (1994). 
Docente na pós-graduação MBA/UNIP e nos cursos superiores de Tecnologia. Docente do Ibegesp – Instituto Brasileiro 
de Educação em Gestão Pública, ministrando cursos para servidores públicos e demais interessados em contratações 
públicas. Membro da Comissão Assessora de Área de Tecnologia em Comércio Exterior para o período 2015-2017 por meio 
da Portaria Inep no 54/2015. Atuou por 23 anos no Serviço Federal de Processamentos de Dados (Serpro), nas áreas de 
compras públicas, contratos, licitações e patrimônio, exercendo cargos de liderança em São Paulo e Brasília. Participou da 
implantação dos projetos de Modernização da Administração Tributária nos Estados de São Paulo e Maranhão, coordenando 
a implantação dos sistemas Siafisico e Siagem.
José Carlos Roncolato da Frota
Graduado em Ciências Econômicas e pós-graduo em Formação para Educação a Distância, ambas pela mesma 
instituição, Universidade Paulista (UNIP). Atua ainda em outras instituições de Ensino Superior e na Coordenadoria Geral 
de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão (Cogeae) da PUC de São Paulo nos cursos de Recrutamento, Seleção por 
Competência e Gestão da Diversidade das Organizações.
Fabio Arten
Mestre em Administração de Empresas dedicado à pesquisa de redes de negócios. Na carreira docente, leciona 
para cursos superiores tecnológicos em Gestão e Negócios, cursos superiores tradicionais em Administração e Relações 
Internacionais, assim como para MBA, na UNIP e em outras instituições. Na gestão educacional, tem experiência na 
coordenação de cursos superiores tecnológicos em gestão financeira. Sua experiência profissional se resume às atividades 
de treinamento e consultoria empresarial e gestão de pequenos negócios, no setor varejista e de prestação de serviços, 
além de uma breve atuação na gestão pública como supervisor técnico na prefeitura municipal de São Paulo.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
P779l Pólvora, Valdice Neves.
Comércio Exterior - Legislação Aduaneira e Câmbio / Valdice 
Neves Pólvora. José Carlos Roncolato da Frota. Fabio Arten. – São 
Paulo: Editora Sol, 2021.
236 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Legislação aduaneira. 2. Direito tributário. 3. Impostos de 
importação. I. Frota, José Carlos Roncolato da. II. Arten, Fabio. III. Título.
CDU 339.543
U512.69 – 21
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Vitor Andrade
 Ricardo Duarte
Sumário
Comércio Exterior – Legislação Aduaneira e Câmbio
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 10
Unidade I
1 DIREITO TRIBUTÁRIO ...................................................................................................................................... 13
1.1 Introdução ............................................................................................................................................... 13
1.2 Conceito e finalidade do tributo .................................................................................................... 16
1.3 Princípios e garantias constitucionais ......................................................................................... 16
1.4 Classificação dos tributos ................................................................................................................. 19
2 DIREITOS ADUANEIROS ................................................................................................................................ 22
2.1 Introdução ............................................................................................................................................... 22
2.2 Jurisdição dos serviços aduaneiros ............................................................................................... 24
2.3 Território aduaneiro ............................................................................................................................. 29
2.4 Recintos alfandegados ....................................................................................................................... 34
2.4.1 Portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados ......................................................... 35
2.5 Administração aduaneira .................................................................................................................. 41
3 VALORAÇÃO ADUANEIRA ............................................................................................................................ 47
3.1 Breve histórico ....................................................................................................................................... 47
3.2 Princípios do Acordo de Valoração Aduaneira ......................................................................... 51
3.2.1 Tipos de tarifa aduaneira ..................................................................................................................... 56
3.3 Métodos de valoração ........................................................................................................................ 57
3.3.1 Primeiro método – valor de transação .......................................................................................... 59
3.3.2 Segundo método – mercadorias idênticas ................................................................................... 62
3.3.3 Terceiro método – mercadorias semelhantes .............................................................................. 64
3.3.4 Quarto método – valor deduzido ..................................................................................................... 65
3.3.5 Quinto método – valor computado ................................................................................................ 68
3.3.6 Sexto método – critérios razoáveis ................................................................................................. 70
4 TRIBUTOS INCIDENTES NO COMÉRCIO EXTERIOR ............................................................................. 72
4.1 Conceitos .................................................................................................................................................72
4.2 Imposto de Importação (II) ............................................................................................................... 77
4.2.1 Incidência e não incidência do Imposto de Importação ........................................................ 78
4.2.2 Fato gerador .............................................................................................................................................. 80
4.2.3 Base de cálculo ........................................................................................................................................ 87
4.2.4 Pagamento do imposto ........................................................................................................................ 99
4.2.5 Contribuintes e responsáveis ............................................................................................................. 99
4.2.6 Isenções e reduções do imposto .....................................................................................................108
4.3 Imposto de Exportação (IE) ............................................................................................................114
4.3.1 Incidência .................................................................................................................................................114
4.3.2 Fato gerador ............................................................................................................................................ 115
4.3.3 Base de cálculo e alíquota ................................................................................................................115
4.3.4 Pagamento do imposto ......................................................................................................................116
4.4 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vinculado à importação ......................117
4.4.1 Incidência e fato gerador .................................................................................................................. 118
4.4.2 Base de cálculo ..................................................................................................................................... 120
4.4.3 Isenções, imunidades e suspensão do imposto ........................................................................121
4.5 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ..........................................122
4.5.1 Fato gerador ........................................................................................................................................... 122
4.5.2 Base de cálculo ..................................................................................................................................... 123
4.5.3 Imunidades e isenções ....................................................................................................................... 124
4.6 Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) .......................125
4.6.1 Fato gerador e base de cálculo ....................................................................................................... 126
4.7 PIS/Pasep e Cofins vinculados à importação ..........................................................................128
4.8 Taxas de armazenagem e de capatazia .....................................................................................132
4.8.1 Portuárias ................................................................................................................................................ 132
4.8.2 Aeroportuárias ...................................................................................................................................... 132
4.9 Outros tributos ....................................................................................................................................133
4.10 Medidas de defesa comercial ......................................................................................................133
4.10.1 Direito antidumping ......................................................................................................................... 133
4.10.2 Direito compensatório ..................................................................................................................... 134
4.10.3 Medidas de salvaguardas ............................................................................................................... 134
Unidade II
5 REGIMES ADUANEIROS ..............................................................................................................................140
5.1 Regimes aduaneiros especiais .......................................................................................................142
5.1.1 Trânsito aduaneiro ............................................................................................................................... 143
5.1.2 Admissão temporária ......................................................................................................................... 148
5.1.3 Admissão temporária para aperfeiçoamento ativo ................................................................151
5.1.4 Drawback ................................................................................................................................................. 153
5.1.5 Entreposto aduaneiro ......................................................................................................................... 160
5.1.6 Entreposto aduaneiro na importação ......................................................................................... 160
5.1.7 Entreposto aduaneiro na exportação .......................................................................................... 163
5.1.8 Entreposto industrial sob controle informatizado (Recof) ................................................. 166
5.1.9 Regime Especial de Importação de Insumos (Recom) .......................................................... 167
5.1.10 Exportação temporária ................................................................................................................... 168
5.1.11 Exportação temporária para aperfeiçoamento passivo ..................................................... 172
5.1.12 Regime especial de importação de bens destinados às atividades de pesquisa 
e de lavra das jazidas de petróleo e gás natural (Repetro) ............................................................ 173
5.1.13 Regime especial de importação de petróleo bruto e seus derivados (Repex) .......... 174
5.1.14 Regime tributário para incentivo à modernização e ampliação da estrutura 
portuária (Reporto) ........................................................................................................................................ 175
5.1.15 Loja franca (free shop) .................................................................................................................... 176
5.1.16 Depósito especial............................................................................................................................... 177
5.1.17 Depósito afiançado ........................................................................................................................... 178
5.1.18 Depósito alfandegado certificado (DAC) ................................................................................. 179
5.1.19 Depósito franco.................................................................................................................................. 180
6 REGIMES ADUANEIROS APLICADOS EM ÁREAS ESPECIAIS .........................................................181
6.1 Zona Franca de Manaus (ZFM) .....................................................................................................181
6.2 Área de livre comércio (ALC) ..........................................................................................................186
6.3 Zonas de processamento deexportação (ZPE) ......................................................................187
7 A ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL .....................................................................190
7.1 O SFN após 1988 ................................................................................................................................193
7.2 Comércio exterior no Brasil ............................................................................................................195
8 MERCADO DE CÂMBIO ...............................................................................................................................197
8.1 Participantes do mercado cambial ..............................................................................................198
8.2 Negociação do câmbio .....................................................................................................................200
8.3 Funcionamento do mercado de câmbio ...................................................................................201
8.4 Subdivisões do mercado cambial .................................................................................................203
8.5 Controle cambial ................................................................................................................................205
8.5.1 Balanço de pagamentos.................................................................................................................... 205
8.5.2 Origens do controle cambial ........................................................................................................... 206
8.5.3 Modalidades de controle cambiais ............................................................................................... 206
8.5.4 Sistema de créditos recíprocos ....................................................................................................... 209
8.5.5 Controle cambial no Brasil ................................................................................................................210
8.6 Taxa de câmbio ....................................................................................................................................210
8.6.1 Formatação da taxa de câmbio ....................................................................................................... 211
8.6.2 Regimes cambiais .................................................................................................................................214
8.6.3 Tipos de taxa de câmbio.....................................................................................................................215
8.6.4 Taxa de câmbio nominal versus taxa de câmbio real .............................................................216
9
APRESENTAÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Esta disciplina objetiva demonstrar a relevância da legislação brasileira utilizada no comércio 
exterior para os processos de importação e exportação, bem como auxiliar no entendimento 
do funcionamento da questão cambial em âmbito nacional e internacional. Ainda, possibilita 
o conhecimento do sistema aduaneiro, as razões da aplicabilidade dos tributos de importação e 
exportação e sua influência na economia do País.
Entender o que é a valoração aduaneira, para quem atua no comércio exterior, é essencial no contexto 
comercial atual, e sua aplicação prática é bem mais complexa do que se possa imaginar.
Faremos um breve histórico sobre os tributos no Brasil, sua concepção e finalidade, bem como sobre 
os órgãos responsáveis pela fiscalização e controle aduaneiro.
A valoração aduaneira deve ser entendida como o procedimento realizado pelas autoridades para 
identificação do valor aduaneiro, que servirá de referência na determinação da base de cálculo do 
Imposto de Importação.
Dessa forma, o atual Regulamento Aduaneiro (RA), em consonância com os conceitos trazidos pelo 
Acordo de Valoração Aduaneira (AVA), firmado no âmbito do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 
(Gatt), estabelece, em seu art. 76, “que toda mercadoria submetida a despacho de importação está 
sujeita ao controle do correspondente valor aduaneiro” (BRASIL, 1998a).
Vamos conhecer os tributos incidentes sobre o comércio exterior, tais como Imposto de Importação (II), 
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto de Exportação (IE).
Destacaremos os regimes aduaneiros especiais e os regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais, 
como a Zona Franca de Manaus, as áreas de livre comércio e as zonas de processamento de exportação, 
conhecidas como ZPE.
Ao concluir a disciplina, o aluno terá habilidade para entender, interpretar e aplicar a legislação 
utilizada pela alfândega brasileira nos processos de despacho aduaneiro de importação e exportação.
Bons estudos!
10
INTRODUÇÃO
Você sabia que os povos antigos arrecadavam tributos?
Sim, os mandatários cobravam impostos das populações dominadas e de seus próprios habitantes. 
Essa taxa podia recair sobre a propriedade territorial, como no Egito, mas o usual era sobre a importação 
de mercadorias. O povo hebreu tinha o dízimo, mas a importância econômica dessa modalidade de 
cobrança era limitada.
Com a derrocada do Império Romano do Ocidente, surge o feudalismo e com ele diversas formas 
de tributos locais fixados pelos senhores em seus respectivos feudos. A corveia, por exemplo, era a 
exigência de trabalho obrigatório dos servos nas terras do senhor, em geral trinta dias por semana. 
A talha era paga com parte de produção. Em espécie, poderiam ser pagas taxas pelo uso de pontes e 
estradas. A Igreja também cobrava seu quinhão, o dízimo.
O feudalismo termina com a concepção dos estados nacionais, que estabeleceram outras formas 
de arrecadação, em substituição àquelas locais que vigoraram no período anterior. Para isso, criaram 
serviços de cobrança. Muitos tributos passaram a ter caráter nacional. Contudo, com a produção interna 
quase de subsistência, a maneira mais fácil de arrecadar era pela imposição de tributos sobre a circulação 
de mercadorias pelas fronteiras.
O Brasil Colonial conheceu toda a sorte de tributos, como o quinto do ouro, que veio a ser o elemento 
deflagrador da revolta de Tiradentes, quando ficou claro que Portugal faria uma derrama, isto é, cobraria 
os tributos que julgava em atraso. O tributo vital, no entanto, era o aduaneiro, tanto na importação 
como na exportação.
No Império a arrecadação aduaneira continuou mantendo a primazia, respondendo por 84% da 
receita tributária e por 70% da receita total.
Na República os tributos aduaneiros entraram em declínio com o início da industrialização.
O mercado interno começou a se desenvolver e aos poucos outras formas de cobrança puderam ser 
instituídas e ganhar volume: tributos sobre patrimônio e renda e circulação interna de mercadorias.
A hierarquia dos instrumentos legais, em caso de conflito de normas, deve prevalecer. A hierarquia 
é definida pelas regras do Direito: Constituição (BRASIL, 1988a), leis complementares, leis ordinárias, 
decretos e normas administrativas.
A Constituição Federal consagra os princípios gerais do Sistema Tributário Nacional, definindo 
as limitações ao poder de tributar, a competência para a instituição de tributos e a repartição das 
receitas tributárias. Aos entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), a Carta Magna 
outorgou o poder de criar, modificar ou extinguir os tributos, por meio de lei, de acordo com as 
diretrizes estabelecidas.
11
Pode-se ilustrar a hierarquia da legislação tributária nacional como um edifício projetado em forma 
de uma pirâmide cujo ápice é a Constituição Federal. Em um andar inferior, estão as Leis Complementares, 
entre estas, o Código Tributário Nacional (CTN), que contém as normas gerais aplicáveis à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, pertinentes aos tributos, fixando os fatos geradores e seus 
principais aspectos. Descendo mais um andar no edifício tributário, destacam-seas normas ordinárias 
que compõem as Leis Ordinárias (da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, dependendo da 
competência tributária), que criam os tributos, viabilizando os princípios e regras designados nos níveis 
hierárquicos superiores, definindo detalhadamente as obrigações e os direitos dos contribuintes.
A figura a seguir representa a hierarquia da legislação tributária nacional.
Constituição Federal
Leis complementares
Leis ordinárias
Decretos
Figura 1 
O texto mais antigo encontrado sobre a cobrança de tributos na Antiguidade é uma placa 
de 2350 a.C., em escrita cuneiforme, que descreve as reformas empreendidas pelo rei Urukagina na 
cidade-Estado de Lagash, localizada na antiga Suméria, entre os rios Tigre e Eufrates. O documento 
relata a cobrança de impostos extorsivos e leis opressivas, a exploração por funcionários corruptos e o 
confisco de bens para o rei.
Com vistas ao entendimento sobre as responsabilidades dos órgãos governamentais em relação 
à legislação tributária e aduaneira, faz-se necessário destacarmos o que diz Luz (2015). Segundo ele, a 
Receita Federal é um órgão específico singular, que tem como competência a administração dos tributos 
federais, incluindo as atividades de fiscalização, lançamento do crédito tributário, cobrança e julgamento 
em primeira instância dos processos administrativo-fiscais. Além desse controle fiscal (ou tributário), 
exerce o controle aduaneiro.
Conforme relata o autor, no Brasil, a Aduana não é institucionalizada como ocorre em vários países. 
Nestes, quem trata da arrecadação tributária e da Aduana são órgãos distintos. A justificativa para essa 
separação se prende ao caráter dos tributos envolvidos.
Os tributos sobre o comércio exterior e todo o controle aduaneiro têm caráter extrafiscal (ou 
econômico), e não caráter arrecadatório. O controle aduaneiro se baseia na defesa da economia contra 
importações e exportações danosas ao Brasil, evitando-se, por exemplo, a entrada de mercadorias 
subfaturadas ou falsificadas. A função é de proteção da economia nacional. Por certo, há também, no 
12
controle aduaneiro, a verificação da regularidade do pagamento dos tributos, mas estes são incidentais, 
não são o ponto central do controle, bastando assinalar que mesmo as mercadorias sujeitas à imunidade 
de impostos são submetidas ao despacho aduaneiro, que é o procedimento adotado para apurar a 
regularidade da importação.
O controle fiscal se pauta pelo controle da arrecadação tributária com o objetivo de financiar o 
funcionamento do Estado. O foco do controle fiscal é a obtenção de receitas públicas.
No Brasil, o controle fiscal, tributário e aduaneiro concentra-se em uma única instituição: a Receita 
Federal do Brasil.
Você terá a oportunidade de conhecer os trâmites legais para atuar de forma eficiente nos processos 
de importação e exportação no que tange à legislação aduaneira. Com isso, espera-se que este livro-texto 
possa sanar grande parte das suas dúvidas e, por que não, dos seus anseios, bem como despertar o 
interesse pelo tema.
13
COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
Unidade I
1 DIREITO TRIBUTÁRIO
1.1 Introdução
Como surgiram os tributos?
O tributo tem origem remota e certamente acompanhou a evolução do homem e a criação das 
primeiras sociedades. Estudos indicam ter sido voluntária a primeira manifestação tributária – em forma 
de presentes ou ofertas destinadas aos líderes ou chefes por seus serviços ou sua atuação em favor 
da comunidade. Tempos depois, as contribuições tributárias passaram a ser compulsórias, quando os 
vencidos de guerra eram forçados a entregar parte ou a totalidade de seus bens aos vencedores. Após 
essa época, os chefes de Estado passaram a estabelecer uma contribuição pecuniária a ser paga pelos 
seus súditos sob a forma de tributos.
Que tal reviver um pouco da história dos tributos? É impossível avaliar essa questão sem considerar 
seus aspectos históricos, até porque a tributação acompanhou a evolução do homem.
A instituição e a cobrança do tributo sofreram várias modificações: na Grécia, no século VII a.C., 
instituiu-se o tributo administrado pelo Estado como o conhecemos hoje. À custa do trabalho 
escravo e dos tributos pagos pelos cidadãos, os gregos construíram uma das maiores civilizações 
do mundo antigo.
Na Idade Média, os servos estabeleciam com seus senhores uma relação hereditária de 
dependência conhecida como vassalagem. Em troca de proteção, ofereciam seu trabalho e pagavam 
pesados impostos.
Durante a Idade Moderna, na vigência do absolutismo, a sociedade estruturava-se em castas. 
As classes dominantes eram a nobreza e o clero, e estes nada pagavam, enquanto os comerciantes 
(burgueses) e trabalhadores sustentavam o Estado por meio de excessivos tributos, o que acabou 
desencadeando a Revolução Francesa. Com as revoluções liberais, o Estado passou a ser limitado por 
normas jurídicas, evitando, assim, o abuso.
Nos regimes democráticos, como é o caso do Brasil, a Constituição, que é a lei maior de um país, 
garante os direitos dos contribuintes, impondo limites ao poder do Estado de tributar.
O quadro a seguir destaca a história do tributo no Brasil desde o Descobrimento até hoje.
14
Unidade I
Quadro 1 
Período Características
Descobrimento (1500-1532) Pagamento à Coroa portuguesa de tributo relativo à extração do pau-brasil.
Capitanias hereditárias (1532-1548)
Tributos divididos da seguinte forma:
I) Renda Real do Erário – Portugal
- 10% do valor comercializado de produtos de importação e 
exportação.
- 20% do valor obtido pela extração de metais e pedras preciosas (quinto).
- 10% do valor obtido com produtos primários (pescado, colheita de 
todos os produtos da terra) – dízimo.
II) Rendas aos donatários – 20% do produto do pau-brasil, 
especiarias e drogas; 2% da extração de metais e pedras preciosas 
(dízimo do quinto); 1% de todas as rendas da Coroa (redízima, ou 
seja, 10% da dízima).
Governo-Geral (1548-1763)
Tributos cobrados pelos rendeiros (cobradores de rendas). Prisão 
de contribuinte com atraso no pagamento do tributo (pago 
com produtos in natura). Inexistência de sistema tributário e 
organização fiscal.
Corte portuguesa e do
Reino Unido (1763-1822)
Brasil passa a ser sede da monarquia portuguesa. Aumento de 
despesa para os cofres públicos. Elevação das alíquotas dos tributos 
já existentes e criação de novos encargos. Início de uma nova 
modalidade de tributo: a taxa.
Brasil Independente (1822)
Traçados os limites e fundamentos do Direito Tributário Nacional. 
Mudança de competências tributárias. Alteração e supressão 
de tributos. Tributos passaram a ser definidos tendo em vista o 
bem-estar social.
República Velha ao fim da Era Vargas
Mantém-se a estrutura tributária do Império com poucas 
modificações. Criação sobre o imposto de consumo. Início do 
imposto de renda – 1924. Evolução da estrutura tributária do 
País com a Constituição de 1934. Estados foram dotados de 
competência privativa para instituir e arrecadar o imposto de vendas 
e consignações. O imposto passa a ser utilizado como instrumento de 
política econômica, ou seja, assumindo uma função extrafiscal.
Década de 1950 Esforço de industrialização do País. Crescimento da despesa sem elevação da receita, resultando em grave crise econômica.
Ditadura Militar
Aumento de arrecadação de impostos para promover o crescimento 
acelerado do País. Reforma da legislação tributária e criação do 
Código Tributário Nacional – CTN (1966). Aparecimento do conhecido 
“milagre brasileiro”, mediante incentivos fiscais para o setor 
produtivo, em detrimento da equidade tributária.
A partir da Constituição de 1988 
Os direitos sociais foram ampliados e garantidos. Instituiu e 
aumentou tributos. Aumento da carga tributária e implantação do 
sistema tributário vigente.
Adaptado de: Brasil (2008b).
De acordo com Caparroz (2016), com a entrada em vigor do Código Tributário Nacional (CTN), a 
partir de outubro de 1966, o direito brasileiro passoufinalmente a ter regras tributárias específicas e 
sistematizadas, inclusive sobre os impostos relativos ao comércio exterior.
15
COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
 Saiba mais
Conheça os tributos federais administrados pela Secretaria da Receita 
Federal do Brasil. Acesse:
BRASIL. Ministério da Fazenda. Tributos federais administrados pela 
Secretaria da Receita Federal do Brasil. Brasília, [s.d.]. 
Disponível em: https://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos. 
Acesso em: 20 set. 2017.
Alguns assuntos, como normas gerais tributárias, são reservados para leis complementares.
Segundo a CF, art. 146, cabe à lei complementar:
I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como em relação aos impostos 
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases 
de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas 
sociedades cooperativas;
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e 
para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados 
no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 
195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239 (BRASIL, 1988a).
Entretanto, empréstimos compulsórios e o Imposto sobre Grandes Fortunas exigem lei complementar.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência;
16
Unidade I
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
[...]
VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar (BRASIL, 1988a).
1.2 Conceito e finalidade do tributo
Segundo Gassen (2013), a legislação pátria conceitua tributo no art. 3º do Código Tributário Nacional 
como: “[...] toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, 
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa 
plenamente vinculada” (BRASIL, 1966b). Diante de toda a polêmica que tal conceito legal encerra, 
prefere-se considerar em linhas gerais que tributo é uma prestação pecuniária instituída em lei que não 
possui a característica sancionatória de ato ilícito e é devida ao Estado ou à entidade não estatal que 
tem por finalidade o interesse público.
De acordo com o art. 5º do CTN, os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
Usualmente atribuem-se duas finalidades ao tributo: “(1) fiscal, arrecadar recursos e (2) extrafiscal, 
intervir na economia, incentivando ou restringindo atividades nas diversas modalidades indicadas nas 
citações acima” (BRASIL, 1966b).
O tributo é dito parafiscal quando beneficia entidade outra que não um dos níveis de governo, por 
exemplo, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Federal de Medicina (CFM) etc.
1.3 Princípios e garantias constitucionais
As garantias constitucionais encontram-se principalmente nos artigos 150 a 152, “Seção II – Das 
Limitações do Poder de Tributar”. São regras que limitam o avanço do Poder Público sobre o bolso do 
contribuinte (BRASIL, 1966b).
Pelo princípio da legalidade tributária, o Estado só pode exigir tributo que tenha sido estabelecido 
por lei em sentido estrito, ou seja, através de Constituição Federal, lei complementar ou lei ordinária. Se 
o tributo não for fixado por lei, carecerá de compulsoriedade (legalidade estrita).
Art. 150.
I – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar 
tributo sem lei que o estabeleça (BRASIL, 1988a).
17
COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
Existem exceções parciais: é possível ao Poder Executivo alterar as alíquotas do Imposto de 
Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializado (IPI) e Imposto 
sobre Operações Financeiras (IOF).
A cobrança de tributos é compulsória, independe da vontade do contribuinte. A figura a seguir 
acentua quais princípios devem ser observados quando se fala de cobrança de tributos.
Princípios
Princípio da 
capacidade 
contributiva
Princípio da isonomia 
ou princípio da 
igualdade tributária
Princípio da 
irretroatividade 
tributária
Princípio da 
liberdade de 
tráfego
Princípio da 
anterioridade 
nanogesimal
Princípio da 
anterioridade 
tributária
Figura 2 
Para um melhor entendimento, vamos analisar cada um desses princípios à luz da Constituição Federal.
Sobre o princípio da capacidade contributiva, destaca-se:
§ 1º: Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados 
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração 
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, 
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os 
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte (BRASIL, 1988a).
O princípio da isonomia ou princípio da igualdade tributária veda a concessão de privilégios 
para alguns contribuintes, em prejuízo dos demais.
Art. 150.
II – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir 
18
Unidade I
tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação 
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional 
ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica 
dos rendimentos, títulos ou direitos (BRASIL, 1988a).
Este princípio não impede o estabelecimento de isenções, suspensões e mesmo anistias. Os critérios 
têm que ser neutros e justificáveis.
Conforme o princípio da irretroatividade tributária, a lei não pode tributar fatos ocorridos no 
passado; do contrário, os contribuintes não poderiam planejar suas ações e estariam sujeitos a cobranças 
para as quais poderiam não ter separado os recursos necessários.
Art. 150.
III – a: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar 
tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência 
da lei que os houver instituído ou aumentado (BRASIL, 1988a).
Entretanto, a lei pode afetar os fatos passados, por exemplo, modificando os critérios de fiscalização.
Segundo o princípio da anterioridade tributária, também denominado princípio da não surpresa 
tributária, além de não poder tributar os fatos do passado, a lei não pode tributar os fatos que ocorram 
no mesmo exercício financeiro em que for publicada, para dar tempo à sociedade de planejar suas ações, 
tendo em vista os efeitos tributários que essas ações podem acarretar.
Art. 150.
III – b: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar 
tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que 
os instituiu ou aumentou (BRASIL, 1988a).
Há alguns tributos que não estão submetidos a este princípio. O princípio da anterioridade 
nonagesimal é uma variante do anterior. Pode acontecer que uma lei que aumente ou institua tributo 
venha a ser publicada no último dia do ano. Pelo princípio da anterioridade tributária, o tributo poderia 
vir a ser cobrado no dia seguinte, o primeiro do ano. Para garantir um intervalo mínimo, é exigido o 
transcurso de noventa dias entrea publicação e o início da cobrança.
Art. 150.
III – c: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar 
tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido 
19
COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na 
alínea b (BRASIL, 1988a).
É vital destacar que existem exceções.
Além de respeitar a capacidade econômica do contribuinte, o Estado não pode tributá-lo com 
o intuito de confiscar seu patrimônio: o tributo é necessário como fonte de recursos para o Estado 
(que deverá executar serviços para a sociedade), mas não deve representar um ônus excessivo para os 
contribuintes. Trata-se do princípio do não confisco tributário, disposto no inciso IV, art. 150: “Sem 
prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco” (BRASIL, 1988a).
Finalmente, os tributos também não devem ser meios de impedir ou restringir a liberdade de circulação 
de pessoas e mercadorias entre os diversos pontos do País. É o princípio da liberdade de tráfego.
A cobrança de ICMS no transporte não configura violação a esse princípio, desde que razoável, 
semelhante à tributação de outros serviços. O pedágio está especificamente ressalvado, ou seja, a 
Constituição considera que a cobrança de pedágio não limita o tráfego.
Art. 150.
V – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer 
limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais 
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias 
conservadas pelo Poder Público (BRASIL, 1988a).
1.4 Classificação dos tributos
Antes de falarmos sobre a classificação dos tributos, faz-se necessário conhecermos algumas 
terminologias:
Conceitos
Sujeito ativo
Sujeito passivoBase de cálculo
Fato gerador
Figura 3 
20
Unidade I
Estudaremos a seguir o que significa cada um desses termos.
O sujeito ativo é o credor do tributo fixado por lei, ou seja, quem ficará com a receita arrecadada. É 
quase sempre a Fazenda Pública, seja ela a da União, dos Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal, 
tendo como exceções os tributos parafiscais.
 Lembrete
O tributo é dito parafiscal quando beneficia entidade outra que não um 
dos níveis de governo.
Já o sujeito passivo é o devedor, isto é, quem deve pagar, seja o próprio contribuinte, seja um 
responsável, no caso do comércio exterior, o importador e o exportador.
O fato gerador é a situação prevista em lei como necessária e suficiente para a ocorrência do tributo.
Por outro lado, a base de cálculo é um valor determinado pela lei, que tem relação com o 
fato gerador, sobre o qual deverá ser aplicada uma alíquota para ser obtido o valor do imposto 
a recolher.
A data de ocorrência do fato gerador é essencial: define qual a legislação aplicável, pois deve ser a 
legislação em vigor nesse período, assim como a data de vencimento da obrigação tributária.
Os tributos são classificados em impostos, taxas e contribuições.
Impostos Taxas Contribuições
Figura 4 
Agora vamos analisar cada situação.
O imposto é um tributo cujo fato gerador independe de qualquer atividade estatal específica relativa 
ao contribuinte, ou seja, o contribuinte deve pagá-lo, mas não deve esperar nada em troca, senão a 
utilização criteriosa dos recursos arrecadados nas atividades governamentais em geral.
21
COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
Figura 5 
Disponível em: https://bit.ly/3dLOm8u. Acesso em: 5 jul. 2021.
Veja a seguir os tipos de imposto e suas definições:
Quadro 2 
Direto Progressivo
É aquele em que a pessoa que paga 
(contribuinte de fato) é a mesma que faz o 
recolhimento aos cofres públicos (contribuinte 
de direito). Exemplos: IRPJ, IRPF, IPVA e IPTU.
O contribuinte de fato é a mesma pessoa que faz o 
recolhimento aos cofres públicos (contribuinte de direito). 
Exemplos: IRPJ, IRPF, IPVA e IPTU.
O percentual do tributo aumenta de acordo com a 
capacidade econômica do contribuinte, por meio de 
alíquotas diferenciadas. Exemplos: IRPF, IRPJ e IPTU.
Indireto Regressivo
É aquele em que o contribuinte de fato não é 
o mesmo que o de direito. O exemplo clássico 
é o ICMS. É falsa a ideia de que é sempre o 
comerciante quem paga esse imposto; em 
geral, ele simplesmente recebe do consumidor 
e recolhe ao Estado o imposto que está 
embutido no preço da mercadoria vendida. 
Exemplos: ICMS, IPI e ISS.
O tributo é regressivo em relação à renda do contribuinte 
quando a proporção entre o imposto a pagar e a renda 
decresce com o aumento do nível de renda, ou seja, não 
considera o poder aquisitivo nem a capacidade econômica 
do contribuinte. A regressividade é uma característica dos 
impostos indiretos, como aqueles que incidem sobre o 
consumo, em que as alíquotas dos impostos são as mesmas 
para todos os indivíduos, independentemente dos níveis de 
renda individuais. Exemplo: ICMS.
Adaptado de: Brasil (2008b, p. 37).
Na taxa o fato gerador deve ser o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou 
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
Na taxa de emissão de passaporte, o contribuinte a princípio recebe seu passaporte e só paga a taxa se 
o requerer.
A contribuição situa-se num meio-termo: a arrecadação tem destinação certa, mas o Poder Público 
não tem nenhuma obrigação direta com relação ao contribuinte.
22
Unidade I
2 DIREITOS ADUANEIROS
2.1 Introdução
De acordo com Caparroz (2016), a Constituição da República (BRASIL, 1988a), ao tratar da organização 
político-administrativa do Estado brasileiro, definiu com precisão a estrutura dos entes políticos internos 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios), demarcando-lhes o espaço territorial e outorgando-lhes 
o feixe de competência necessária à sua autonomia, conforme disposto no art. 18, caput.
Dessa forma, coube à União, entre outros, os seguintes bens:
Art. 20. São bens da União:
I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações 
e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação 
ambiental, definidas em lei;
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, 
ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, 
ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os 
terrenos marginais e as praias fluviais;
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as 
praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que 
contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço 
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005)
V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica 
exclusiva;
VI – o mar territorial;
VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII – os potenciais de energia hidráulica;
IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios (BRASIL, 1988a).
23
COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
Caparroz (2016) destaca que há uma inequívoca preocupação do constituinte em atribuir à União 
as parcelas do território nacional que possam servir de entrada ou ponto de passagem para outros 
países, conforme incisos II, III, IV, VI e VII (BRASIL, 1988a). São, portanto, fundamentais à manutenção da 
soberania nacional, pois representam os únicos locais pelos quais pode o nosso território ser alcançado 
a partir do exterior.Ainda segundo o autor, a Constituição, ao demarcar áreas e pontos estratégicos do território 
brasileiro, preocupou-se com o controle sobre o fluxo de entrada e saída de bens e mercadorias, 
determinando que esses locais possuam vigilância contínua e ordenamento jurídico próprio, capazes de 
regular os procedimentos de importação e de exportação, com suas múltiplas variantes. Tais atividades 
estão a cargo, no País, das unidades aduaneiras, que pertencem à estrutura da Receita Federal do Brasil 
(CAPARROZ, 2016).
Como vimos, uma das atuações da Receita Federal é a Administração Aduaneira, que consiste, 
essencialmente, em exercer o controle sobre o fluxo de mercadorias, bens e veículos que entram 
no território nacional ou que dele saem, de forma a garantir a regularidade da operação, o 
cumprimento da legislação aduaneira e o recolhimento dos direitos e tributos incidentes sobre a 
importação ou a exportação.
A implantação da aduana brasileira remonta ao seu início (1530), quando o governo português 
instituiu o sistema de capitanias hereditárias, que eram feudos dotados de autonomia administrativa, 
sobre os quais podia a Coroa cobrar alguns tributos, de acordo com o estabelecido nas cartas forais e 
nas cartas de doação.
 Saiba mais
Para conhecer a história das aduanas no Brasil, leia:
BRASIL. Ministério da Fazenda. Alfândegas brasileiras: 200 anos. Brasília, 
2012a. Disponível em: https://bit.ly/3BfglqN. Acesso em: 19 set. 2017.
Ratti (2006) nos diz que direitos aduaneiros são tributos que o Estado faz incidir sobre as mercadorias 
que transpõem as fronteiras do território nacional, de entrada ou de saída.
Há duas categorias de direito que devem ser acentuadas:
Direito de 
exportação Direito de 
importação
Figura 6 
24
Unidade I
O direito de exportação é cobrado sobre mercadorias que saem do território nacional; o de importação, 
sobre as que entram.
Haveria ainda, segundo Ratti (2006), uma terceira categoria, a dos direitos de trânsito, hoje 
praticamente abolidos, os quais seriam cobrados sobre mercadorias provenientes do exterior e que 
entrassem no território nacional com destino a um terceiro país.
Ratti (2006) relata que os direitos de exportação, por sua vez, também se encontram limitados 
a poucos países, pois, provocando majoração dos preços dos produtos exportáveis, diminuem a 
capacidade de exportação do país, em virtude do surgimento de gravosos. A cobrança esporádica 
desses direitos encontra-se ligada à necessidade de obtenção de recursos para o Poder Público, 
ou a situações em que o produto a ser exportado é essencial à economia nacional. Em lugar de 
proibir sua exportação, o Estado poderá optar pela cobrança de direitos elevados, com o objetivo 
de dificultá-la.
Dessa forma, quando falamos em direitos aduaneiros, queremos nos referir, na realidade, aos direitos 
de importação.
 Lembrete
Gravosos é a denominação dada aos produtos que não encontram 
colocação no mercado internacional.
2.2 Jurisdição dos serviços aduaneiros
O conceito de jurisdição, segundo Caparroz (2016), indica o poder do Estado em aplicar regras 
jurídicas sobre determinado território, o que inclui as atividades de fiscalização, controle e exigência de 
certas condutas dos indivíduos que nele se encontram.
No caso da legislação aduaneira, as atividades são disciplinadas por meio do Decreto nº 6.759/2009 
(BRASIL, 2009c), conhecido como Regulamento Aduaneiro, que se afigura como norma infralegal, cuja 
expedição cabe privativamente ao presidente da República, por força do art. 84, IV, da Constituição 
Federal (BRASIL, 1988a).
À União, foi outorgada a competência para legislar sobre o comércio exterior, conforme o art. 22 da CF:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho;
[...]
25
COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
VIII – comércio exterior e interestadual;
[...]
X – regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e 
aeroespacial (BRASIL, 1988a).
Assim, coube ao presidente, em razão do poder-dever de agir, expedir o Regulamento Aduaneiro, 
com o que confere efetividade às normas previstas pelo Decreto-Lei nº 37/1966 (BRASIL, 1966a).
 Observação
O Regulamento Aduaneiro possui status de norma nacional, editado 
pelo presidente da República, na qualidade de chefe de Estado. Tem o 
objetivo de disciplinar matéria relativa ao comércio exterior, ou seja, 
operações realizadas com outros entes na ordem internacional.
Então, a jurisdição aduaneira significa competência para prestar os serviços aduaneiros e exigir o 
cumprimento da legislação que regula o comércio exterior, ou seja, para aplicar administrativamente 
essas normas e exigir os tributos cabíveis.
Nesse contexto, a jurisdição se afasta do conceito dado à palavra pela ciência do Direito, qual seja, 
o de dizer o direito (jurisdição), prerrogativa do Poder Judiciário.
A jurisdição aduaneira é exercida pela União, por meio da Secretaria da Receita Federal, em especial 
pelo seu sistema aduaneiro, sobre as operações de comércio exterior, isto é, sobre o ingresso ou a 
saída de mercadorias do território nacional, mais precisamente do território aduaneiro, e tem caráter 
administrativo, sujeita, portanto, ao controle judicial.
Podemos entender jurisdição como o poder, decorrente da soberania do Estado, de conhecer e 
decidir certos negócios. Nesse sentido, temos que precisar a espécie de negócio, quem a exercita 
e sua natureza.
A jurisdição “administrativa” aduaneira se estende por todo o território aduaneiro, que, por sua vez, 
compreende todo o território nacional (BRASIL, 2009c, arts. 2º e 3º), o que não poderia ser de outro 
modo, uma vez que a legislação aduaneira é federal e não contempla – nem pode – discriminações entre 
os estados federados. Caparroz (2016) diz que, embora a competência regulamentar seja, em geral, do 
presidente da República, o Brasil é um dos poucos países que atribui ao Ministério da Fazenda o trato 
das questões aduaneiras, em razão do art. 237 da Constituição.
Qual é a área de atuação da aduana brasileira? Qual é o limite do território sujeito à fiscalização 
aduaneira no Brasil? Em outras palavras, qual é o tamanho do território aduaneiro?
26
Unidade I
Segundo Luz (2015), o art. 2º do Regulamento Aduaneiro define que “o território aduaneiro 
compreende todo o território nacional”. Já o art. 3º lembra que o território nacional não é composto 
apenas da porção terrestre, mas também do espaço aéreo e das águas territoriais (BRASIL, 2009c). Toda 
essa extensão está sujeita ao controle da aduana brasileira, não havendo no Brasil regiões imunes à 
fiscalização:
Art. 3º. A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território 
aduaneiro e abrange:
I – a zona primária, constituída pelas seguintes áreas demarcadas pela 
autoridade aduaneira local:
a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos 
alfandegados;
b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e
c) a área terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfandegados.
II – a zona secundária, que compreende a parte restante do território 
aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo.
§ 1º. Para efeito de controle aduaneiro, as zonas de processamento de 
exportação, referidas no art. 534, constituem zona primária.
[...]
§ 5º. A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se ainda às Áreas de 
Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do 
Mercosul com o Brasil (BRASIL, 2009c).
Luz (2015) diz que o controle aduaneiro não consiste apenas em fazer a fiscalização de bens, mas 
também a de pessoas e de veículos que entram no Brasil ou dele saem. É óbvio, portanto, que o controle 
da Aduana deve ser muito mais intenso nos portos, aeroportos e fronteiras brasileiras do que, por 
exemplo, nas cidades do interior de Minas Gerais ou do Maranhão. A partir dessa constatação, decidiu-se 
“particionar”o território aduaneiro em zona primária, englobando os locais citados, e zona secundária. 
Cada uma delas passaria a ter regras específicas de controle aduaneiro.
De acordo com Luz (2015), ainda em matéria de jurisdição aduaneira, há três espaços geográficos 
com regras particulares. São as zonas de processamento de exportação, as áreas de controle integrado 
e as zonas de vigilância aduaneira.
As zonas de processamento de exportação (ZPE) são um regime aduaneiro aplicado em áreas 
especiais. De forma simplificada, podemos visualizar a ZPE como uma área geográfica delimitada na 
27
COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
qual funcionam empresas primordialmente voltadas às exportações. Para que uma empresa possa aí se 
instalar e, por conseguinte, obter as várias vantagens fiscais vinculadas ao regime de ZPE, é necessário 
que ela assuma (e cumpra, é óbvio) compromissos de exportação. “Para efeito de controle aduaneiro, as 
ZPE constituem zona primária”, ou seja, as ZPE não são zona primária para todos os efeitos. Então, por 
ali não poderão entrar, por exemplo, aviões chegando do exterior, algo restrito à zona primária “real” 
(BRASIL, 2009b).
Por outro lado, as áreas de controle integrado (ACI) são fruto do Acordo de Recife, celebrado no 
ano de 2000 entre os países-membros do Mercosul, tendo a Bolívia a ele aderido posteriormente. O 
objetivo de criação de uma ACI é a concentração das autoridades fiscais, sanitárias, de imigração e de 
transporte dos países fronteiriços em um único ponto da fronteira para fins de facilitação do comércio. 
Por exemplo, numa exportação Argentina-Brasil, o condutor do caminhão vai se apresentar tanto às 
autoridades da Argentina quanto às do Brasil em um mesmo local, que, não à toa, recebe o nome de área 
de controle integrado. O controle é concentrado, mas não necessariamente simultâneo. No acordo de 
criação de uma ACI, os governos dos dois países podem decidir que atuem inicialmente as autoridades 
do país exportador e só em seguida as do país importador.
Conforme acentua Luz (2015), dependendo da ACI formada pelo Brasil com o país fronteiriço, ela 
estará instalada no território brasileiro ou no estrangeiro. Se estiver do lado de lá da fronteira, a Aduana 
e os demais órgãos brasileiros estarão atuando em território estrangeiro.
Já as zonas de vigilância aduaneira são fixadas na zona secundária, consistindo em áreas demarcadas 
pelo Ministro da Fazenda, na orla marítima ou na faixa de fronteira. Aumenta-se o controle aduaneiro, 
evitando-se a entrada e a saída clandestinas por aquele local, originalmente desguarnecido de controle 
e, portanto, muito propício à prática fraudulenta. Com a criação da zona de vigilância, definem-se 
exigências fiscais, proibições e restrições específicas para mercadorias, veículos, pessoas e animais 
encontrados na região ou de passagem por ela:
Art. 4º. O Ministro de Estado da Fazenda poderá demarcar, na orla marítima ou 
na faixa de fronteira, zonas de vigilância aduaneira, nas quais a permanência 
de mercadorias ou a sua circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão 
sujeitas às exigências fiscais, proibições e restrições que forem estabelecidas.
[...]
§ 3º Compreende-se na zona de vigilância aduaneira a totalidade do 
Município atravessado pela linha de demarcação, ainda que parte dele fique 
fora da área demarcada (BRASIL, 2009c).
28
Unidade I
 Saiba mais
O site da Receita Federal do Brasil disponibiliza as áreas de controle 
integrado (ACI):
BRASIL. Ministério da Fazenda. Área de controle integrado – ACI. 
Brasília, 4 dez. 2014b. Disponível em: https://bit.ly/3mwwP9x. Acesso em: 
23 set. 2017.
Nesse sentido, Caparroz (2016) afirma que a administração aduaneira pressupõe o controle das 
operações de comércio exterior em três níveis:
Tributário Cambial Administrativo
Figura 7
Quadro 3 
Níveis Finalidade
Tributário
Envolve a fiscalização e os fenômenos relativos às diversas incidências 
decorrentes das operações de importação e de exportação, tudo a cargo da 
Receita Federal do Brasil, órgão integrante do Ministério da Fazenda. 
Cambial Tem por finalidade verificar a contrapartida financeira das transações comerciais e é exercido pelo Banco Central do Brasil.
Administrativo
Exercido pelos demais órgãos públicos no âmbito das respectivas 
competências, tem por objetivo assegurar que os bens procedentes do 
exterior respeitem as normas regulamentares internas, especialmente no 
que tange a questões tributárias. 
Adaptado de: Caparroz (2016, p. 685).
Dessa forma, a administração das atividades aduaneiras compreende o controle tarifário e 
não tarifário das operações de comércio exterior, bem como a produção de normas para execução 
dessas atividades.
Conforme Caparroz (2016), no Brasil a administração aduaneira se concentra em dois ministérios:
• Ministério da Fazenda, por meio da Coordenação Geral de Administração Aduaneira (Coana), no 
âmbito da Receita Federal do Brasil.
• Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a cargo do Departamento 
de Comércio Exterior (Decex), subordinado à Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
29
COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
 Saiba mais
Para conhecer a estrutura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria 
e Comércio Exterior (MDIC), acesse:
Disponível em: http://www.mdic.gov.br. Acesso em: 24 ago. 2021..
2.3 Território aduaneiro
De acordo com Caparroz (2016), a dificuldade na correta utilização dos termos pode ser verificada, 
inclusive, em relação ao legislador, que, por vezes, faz constar nos comandos normativos as duas 
expressões (território aduaneiro e território nacional), como se equivalentes fossem.
Nesse contexto, é preciso distinguir esses conceitos.
Território 
aduaneiro
Território 
nacional
Figura 8 
Conforme Caparroz (2016), território nacional é um conceito clássico, veiculado por lei, e 
que corresponde aos limites geográficos de determinado país. Indica, acima de tudo, um dos 
elementos fundamentais do Estado, vale dizer, área politicamente definida em relação à qual este 
exerce soberania.
Ainda segundo o autor, podemos observar sua correta utilização nas normas de direito internacional 
administrativo e tributário, entre outras, geralmente relacionadas às ideias de competência e jurisdição, 
com as delimitações impostas pela Constituição da República (CAPARROZ, 2016).
Já o território aduaneiro representa um conceito distinto e indica a área, juridicamente definida, 
dentro da qual subsiste uma única ordem aduaneira, independentemente de quaisquer indagações 
sobre os limites geográficos do País.
 Lembrete
Soberania compreende o reconhecimento e a manifestação de poder na 
ordem internacional.
30
Unidade I
Um ponto vital a ser acentuado é que pode ocorrer que em um território nacional coexistam vários 
territórios aduaneiros ou, ao contrário, que um território aduaneiro abarque o território nacional 
correspondente a vários países.
Temos como exemplo a União Europeia, que atualmente congrega 28 países, cada qual soberano, 
mas todos submetidos a um único regime aduaneiro, cujos efeitos jurídicos condicionam, de maneira 
uniforme, todas as importações e exportações ocorridas no bloco.
Esquematicamente, temos:
(1) território aduaneiro -> (n) territórios 
nacionais, como é o caso da União Europeia.
(1) território nacional -> (n) territórios 
aduaneiros, como no caso de áreas sujeitas a 
tratamento especial, dentro do mesmo país.
(1) território aduaneiro -> (1) território 
nacional, nas hipóteses em que há identidade, 
ou seja, superposição, entre os conceitos, em 
que um único sistema aduaneiro aplica-se em 
toda a extensão territorial do país.
Figura 9 
Fonte: Caparroz (2016, p. 690).
 Observação
Território aduaneiro é a área definida pela fronteira aduaneira de 
um país ou bloco de integração econômica, dentro da qual se apresenta 
um único sistema administrativo-tributário, que compreende os direitos 
relativos à importação e à exportação, bem comoos demais controles 
previstos diretamente pela legislação interna ou em virtude de celebração 
de tratados internacionais.
O conceito de território aduaneiro está dividido em diferentes áreas, de acordo com o interesse 
estatal e a necessidade de controle e proteção às fronteiras do país. A divisão consiste em:
Zona 
primária Zona 
secundária
Figura 10 
31
COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
Conforme Caparroz (2016), as zonas primárias se constituem nos únicos locais, de todo o território 
aduaneiro, nos quais são permitidos o ingresso e a saída de pessoas, bens, veículos, oriundos do exterior 
ou dele procedentes, bem como a carga, a descarga e a armazenagem de mercadorias.
A zona primária é uma parte do território aduaneiro e é formada por áreas demarcadas 
pela autoridade aduaneira local nos portos alfandegados, aeroportos alfandegados e pontos de 
fronteira alfandegados.
Figura 11 
Disponível em: https://bit.ly/3xnOGCu. Acesso em: 5 jul. 2021.
Além disso, em virtude do tipo (também chamado de modal) de transporte adotado para a operação 
de comércio exterior, as zonas primárias podem ser estabelecidas em:
• área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos alfandegados;
• área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e
• área terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfandegados.
Conforme esclarece Caparroz (2016), a delimitação da área compreendida na zona primária serve a 
uma série de funções, a saber:
• fixação de jurisdição federal para os atos jurídicos tributários e aduaneiros nela ocorridos;
• classificação como área de segurança nacional e acesso restrito, cabendo à administração 
aduaneira disciplinar a entrada, a permanência, a movimentação e a saída de pessoas, veículos, 
unidades de carga e mercadorias, no que interessar à Fazenda Nacional;
• precedência das autoridades aduaneiras sobre os demais órgãos ali localizados;
• livre acesso, no interesse aduaneiro, a todas as suas dependências.
32
Unidade I
Como diz Caparroz (2016), quando uma área recebe o status de alfândega, em relação a ela surgem 
outras consequências de cunho aduaneiro.
A mais relevante, segundo o autor, é a possibilidade de realização de todos os procedimentos 
de controle e fiscalização, tanto nas importações como nas exportações, tendentes a verificar o fiel 
cumprimento das obrigações aduaneiras e tributárias (CAPARROZ, 2016).
Assim, podemos dizer que, durante muitos anos, a zona primária foi por excelência o local para a 
execução dos procedimentos aduaneiros, sobretudo os de importação, que possuem maior relevância 
jurídica e econômica para o País.
Por outro lado, como os pontos de zona primária são aqueles de contato com o exterior, nos quais 
se realizam as operações afeitas ao comércio com outros países, todo o restante do território aduaneiro, 
por exclusão, é denominado zona secundária.
A zona secundária abrange o restante do território aduaneiro, incluídas as águas territoriais e 
o espaço aéreo. Nela pode ser demarcada, pelo Ministro de Estado da Fazenda, a zona de vigilância 
aduaneira, na orla marítima ou na faixa de fronteira, nas quais a permanência de mercadorias ou a 
sua circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às exigências fiscais, proibições e 
restrições que forem estipuladas.
Como vimos, no intuito de permitir maior controle, o território aduaneiro está dividido em duas 
partes, a zona primária, onde se situam os locais de entrada e saída do País, e a zona secundária, o 
restante do território.
Que pontos de entrada e saída são esses?
Portos alfandegados Aeroportos alfandegados
Pontos de fronteira 
alfandegados
Figura 12 
Nem todos os portos são alfandegados: somente o são aqueles designados a receber navios oriundos 
ou destinados ao exterior, ditos navios de longo curso, por oposição aos de cabotagem, que só percorrem 
portos brasileiros.
Por exemplo, o navio que cumpre a rota Rio Grande-Manaus-Rio Grande é de cabotagem, enquanto 
um que percorre o trajeto Rio Grande-Montevidéu-Rio Grande será de longo curso, mesmo que essa 
rota seja muito mais curta que aquela.
33
COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
De forma semelhante, apenas alguns aeroportos são alfandegados, o que lhes permite receber aviões 
de linhas internacionais. O Aeroporto Santos Dumont não é alfandegado; já o Galeão é.
Os pontos de fronteira alfandegados são aqueles locais de passagem onde é permitido o tráfego 
rodoviário entre o Brasil e os países vizinhos.
A aduana brasileira, um dos serviços da Secretaria da Receita Federal, é o ponto comum de portos, 
aeroportos e pontos de fronteira alfandegados.
Como a jurisdição aduaneira engloba todo o território aduaneiro, que, por sua vez, se estende por 
todo o território nacional, é possível à fiscalização aduaneira realizar blitze em estradas, no intuito de 
estancar a entrada ilícita de mercadorias.
As mercadorias são introduzidas no País via zona primária. Assim, Caparroz (2016) acentua que é 
preciso saber o que fazer com as mercadorias que chegam à zona secundária via porto seco.
Nesse sentido, a solução adotada foi a criação do regime aduaneiro denominado trânsito 
aduaneiro (vamos falar sobre os regimes mais adiante), que permite o transporte de mercadorias 
de um ponto a outro do País, desde que ambos alfandegados, sob controle fiscal, com a suspensão 
dos tributos incidentes.
O objetivo desse regime é garantir que as mercadorias saídas da zona primária cheguem ao seu 
destino nas exatas condições de partida, em termos quantitativos e qualitativos.
O fluxo a seguir exemplifica o que estudamos.
Zona primária 
(recinto alfandegado)
Trânsito aduaneiro, 
sob controle da 
Receita Federal
Porto seco (zona 
secundária, local em 
que será realizado 
o despacho)
Figura 13 
Devido à enorme extensão territorial, temos uma grande concentração de atividades aduaneiras 
próximas ao litoral, pois a maioria das capitais segue a linha da costa, onde também estão os grandes 
aeroportos internacionais. A administração e a fiscalização desses pontos são de suma importância 
para o Estado.
34
Unidade I
2.4 Recintos alfandegados
Conforme destaca Luz (2015), o art. 5º do Regulamento Aduaneiro dispõe sobre o alfandegamento 
dos portos, aeroportos e pontos de fronteira.
Art. 5º. Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão alfandegados 
por ato declaratório da autoridade aduaneira competente, para que neles 
possam, sob controle aduaneiro:
I – estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a ele destinados;
II – ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem 
de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; e
III – embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior 
ou a ele destinados (BRASIL, 2009c).
Por exemplo, faz-se o alfandegamento do aeroporto para que nele possam entrar pessoas, mercadorias 
e veículos procedentes do exterior ou a ele destinados. Cabe então a pergunta: se um aeroporto foi 
alfandegado, isto implica que em todos os seus recintos podem entrar mercadorias, pessoas e veículos 
procedentes do exterior?
Absolutamente não. Dentro de um aeroporto alfandegado, somente alguns recintos são 
alfandegados no sentido estrito. O art. 9º do Regulamento trata do alfandegamento dos recintos 
dentro das unidades alfandegadas. Um aeroporto possui vários recintos: de bagagem de voos 
internacionais, de bagagem de voos domésticos, de carga, de remessas postais, de controle 
de pessoal, de processos, os estacionamentos, os banheiros... Nem todos são alfandegados 
(BRASIL, 2009c).
Em termos genéricos, um recinto é alfandegado para que nele ocorra a fiscalização aduaneira 
sobre a mercadoria procedente do exterior (ou a ele destinada), trazida como carga, bagagem ou 
remessa postal:
Art. 9º. Os recintos alfandegados serão assim declarados pela autoridade 
aduaneira competente, na zona primária ou na zona secundária, a fim de que 
neles possa ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentação,armazenagem e 
despacho aduaneiro de:
I – mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob 
regime aduaneiro especial;
II – bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados; e
III – remessas postais internacionais.
Parágrafo único. Poderão ainda ser alfandegados, em zona primária, recintos 
destinados à instalação de lojas francas (BRASIL, 2009c).
35
COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
Segundo o art. 6º, o alfandegamento de portos, aeroportos ou pontos de fronteira será precedido da 
respectiva habilitação ao tráfego internacional pelas autoridades competentes em matéria de transporte 
(BRASIL, 2009c).
Cada espécie de transporte enseja um modal diferente – daí falar-se em modais aéreos, aquaviários 
(marítimo, fluvial e lacustre) e terrestres (rodoviário e ferroviário).
As principais agências reguladoras relacionadas ao controle dos transportes são:
• Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
• Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
• Agência Nacional dos Transportes Terrestres (Antt).
Caparroz (2016) cita que a Anac, entre outras competências, é responsável por outorgar 
concessões de serviços aéreos e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária, além de regular 
as atividades de administração e exploração de aeródromo exercida pela empresa brasileira 
aeroportuária (Infraero).
Compete à Antaq regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de 
transporte rodoviário e de exploração da infraestrutura portuária e aquaviária, enquanto a Antt 
administra e regulamenta o Programa de Concessão de Rodovias Federais.
 Saiba mais
O governo disponibiliza em portal eletrônico as atribuições da Anac, da 
Antaq e da Antt:
Disponível em: http://www.anac.gov.br. Acesso em: 24 ago. 2021.
Disponível em: http://portal.antaq.gov.br. Acesso em: 24 ago. 2021.
Disponível em: http://www.antt.gov.br. Acesso em: 24 ago. 2021.
2.4.1 Portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados
Caparroz (2016) destaca que os portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados são os locais 
onde, sob controle aduaneiro, são processadas as operações de importação e exportação, vale dizer, 
somente nesses locais poderá ser realizada a entrada e saída de mercadorias procedente do exterior ou 
a ele destinadas.
36
Unidade I
Vamos verificar as características de cada um deles.
Os portos alfandegados são as áreas pertencentes à União, exploradas diretamente ou mediante 
concessão, e autorizadas a operar no comércio exterior. Por exemplo: Porto de Santos, Porto de 
Vitória etc.
A Lei nº 12.815/2013, de 5 de junho de 2013 – Lei dos Portos, em seu art. 2º, destaca que a infraestrutura 
portuária compreende os seguintes conceitos:
Art. 2º. Para os fins desta lei, consideram-se:
I – porto organizado: bem público construído e aparelhado para atender 
a necessidades de navegação, de movimentação de passageiros ou de 
movimentação e armazenagem de mercadorias, e cujo tráfego e operações 
portuárias estejam sob jurisdição de autoridade portuária;
II – área do porto organizado: área delimitada por ato do Poder Executivo 
que compreende as instalações portuárias e a infraestrutura de proteção e 
de acesso ao porto organizado;
III – instalação portuária: instalação localizada dentro ou fora da área 
do porto organizado e utilizada em movimentação de passageiros, 
em movimentação ou armazenagem de mercadorias, destinadas ou 
provenientes de transporte aquaviário;
IV – terminal de uso privado: instalação portuária explorada mediante 
autorização e localizada fora da área do porto organizado;
V – estação de transbordo de cargas: instalação portuária explorada 
mediante autorização, localizada fora da área do porto organizado e 
utilizada exclusivamente para operação de transbordo de mercadorias em 
embarcações de navegação interior ou cabotagem;
VI – instalação portuária pública de pequeno porte: instalação portuária 
explorada mediante autorização, localizada fora do porto organizado e 
utilizada em movimentação de passageiros ou mercadorias em embarcações 
de navegação interior;
VII – instalação portuária de turismo: instalação portuária explorada 
mediante arrendamento ou autorização e utilizada em embarque, 
desembarque e trânsito de passageiros, tripulantes e bagagens, e de insumos 
para o provimento e abastecimento de embarcações de turismo;
VIII – (VETADO):
IX – concessão: cessão onerosa do porto organizado, com vistas à 
administração e à exploração de sua infraestrutura por prazo determinado;
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COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
X – delegação: transferência, mediante convênio, da administração e da 
exploração do porto organizado para Municípios ou Estados, ou a consórcio 
público, nos termos da Lei nº 9.277, de 10 de maio de 1996;
XI – arrendamento: cessão onerosa de área e infraestrutura públicas localizadas 
dentro do porto organizado, para exploração por prazo determinado;
XII – autorização: outorga de direito à exploração de instalação portuária 
localizada fora da área do porto organizado e formalizada mediante contrato 
de adesão; e
XIII – operador portuário: pessoa jurídica pré-qualificada para exercer 
as atividades de movimentação de passageiros ou movimentação e 
armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes de transporte 
aquaviário, dentro da área do porto organizado (BRASIL, 2013d).
 Saiba mais
Conheça a atual Lei dos Portos:
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013. 
Dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de portos e 
instalações portuárias e sobre as atividades desempenhadas pelos operadores 
portuários. Brasília, 2013d. Disponível em: https://bit.ly/3yjKfYJ. Acesso em: 
19 set. 2017.
Figura 14 – Portos alfandegados (marítimo, fluvial e lacustre)
Disponível em: https://bit.ly/3dIXScQ. Acesso em: 5 jul. 2021.
38
Unidade I
Ainda segundo Caparroz (2016), ao contrário do que ocorreu nos portos alfandegados, que foram objeto 
de transferência para a iniciativa privada – mediante concessão –, os aeroportos alfandegados no Brasil 
demoraram a ser privatizados, e só recentemente foram parcialmente transferidos à iniciativa privada, em 
razão da Copa do Mundo. Muitas vezes isso ocorreu em parceria administrativa com a Infraero, empresa 
pública pertencente à União e responsável pelo gerenciamento dos terminais de passageiros e cargas.
A 
 
B 
Figura 15 – Aeroportos alfandegados: A) terminais de cargas; B) terminais de passageiros
Disponível em: https://bit.ly/3ApVcdP. Acesso em: 5 jul. 2021.
Por outro lado, os pontos de fronteira alfandegados são os locais de fronteira terrestre aptos a 
controlar o fluxo de veículos e pessoas que ingressam ou deixam de ingressar no País. Sob fiscalização 
da administração aduaneira, temos como exemplo a entrada e saída de veículos, pessoas e mercadorias 
por Uruguaiana, em Paso de Los Libres, na fronteira com a Argentina.
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COMÉRCIO EXTERIOR – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E CÂMBIO
Figura 16 – Pontos de fronteira alfandegados
Disponível em: https://bit.ly/3qNtXoY. Acesso em: 5 jul. 2021.
Nesse contexto, o que seria alfandegamento?
Segundo o art. 5º do Regulamento Aduaneiro (BRASIL, 2009c), somente nos portos, aeroportos e 
pontos de fronteira alfandegados poderão ocorrer as seguintes operações, sempre sob controle aduaneiro:
• estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a ele destinados;
• efetuar operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do 
exterior ou a ele destinadas; e
• embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados.
Entende-se por alfandegamento a autorização, por parte da administração 
aduaneira [Receita Federal do Brasil (RFB)], para o estacionamento 
ou trânsito de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados; 
embarque, desembarque ou trânsito de viajantes procedentes do 
exterior ou a ele destinados; movimentação, armazenagem e submissão 
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