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Resumo juízo de realidade, linguagem e inteligencia

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Resumo juízo de realidade, linguagem e inteligência
Juízo de realidade
· AJUIZAR QUER DIZER JULGAR
· Por meio do juízo o ser humano:
A – afirma sua relação com o mundo 
B- discerne a verdade do erro 
C – assegura-se da existência ou não de um objeto perceptível 
D- distingue uma qualidade de outra
· As alterações do juízo de realidade são alterações do pensamento.
Não é alterado só em casos graves, pode estar alterado em quadro depressivo e ansioso, por exemplo. 
 
 ERRO SIMPLES VERSUS O DELIRIO
Os erros são os preconceitos, as crenças culturalmente sancionadas, que se originam da ignorância, do julgar apressado. São passiveis de serem corrigidos pela experiência, pelas provas e pelos dados que a realidade oferece. 
ALTERAÇÕES PATOLOGICAS DO JUIZO 
• Idéias prevalentes ou sobrevaloradas: São idéias que, por conta da importância afetiva que tem para o individuo, adquirem predominância enorme sobre os demais pensamentos. Ex: “não consigo pensar em outra coisa”.
As idéias prevalentes diferem das idéias obsessivas, pois são egossintônicas, aceitas pelo individuo que as produz. Além disso, fazem sentido para o paciente.
O DELÍRIO 
• Juízos patologicamente falsos – o delírio é um erro do ajuizar.
Três características ou indícios externos que são muito importantes para a identificação clínica do delírio:
1. Convicção extraordinária: não se coloca em dúvida a veracidade do seu delírio 
2. É impossível a modificação do delírio: provas de realidade, argumentos lógicos, ele não é passível de ser influenciado por pessoas que queriam demover o delirante de suas crenças 
3. O seu conteúdo é impossível: é sempre um juízo falso. Eventualmente, o delírio pode ser verídico. 
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4. O delírio é uma produção associal em relação ao grupo cultural do doente. É o pensamento de um homem só: “pode-se dizer que o doente engendra sua própria religião, o seu próprio sistema ideológico ou científico.
DIMENSÕES DO DELIRIO
1. Grau de convicção. Este grau determina ate que ponto o paciente esta convencido da realidade de suas idéias delirantes. 
2. Extensão: trata-se da extensão com que as idéias delirantes envolvem diferentes áreas da vida do paciente. 
3. Bizarrice ou implausibilidade. Trata-se do quão implausível, impossível de suceder.
4. Desorganização: ate que ponto as idéias delirantes são consistentes internamente, tem lógica própria e em que grau são sistematizadas, com ordem interna. 
5. Pressão ou preocupação: quanto ele se sente pressionado pelo delírio. 
6. Resposta afetiva ou afeto negativo: quanto às crenças delirantes abalam ou tocam afetivamente o paciente, do quanto ele fica assustado, ansioso, triste ou irritado em conseqüência do delírio. 
7. Comportamento desviante: o quanto o paciente age em função de seu delírio em que medida ele pratica atos estranhos, perigosos ou inconvenientes a partir de suas idéias delirantes.
ESTRUTURA DO DELIRIO 
• Delírio simples: são idéias que se desenvolvem em torno de um só conteúdo. 
• Delírios complexos (pluritemáticos): são aqueles que englobam vários temas ao mesmo tempo, envolvendo conteúdos de perseguição, místico-religiosos, de ciúmes, de reivindicação, etc. 
• Delírios não-sistematizados: Os conteúdos e os detalhes dos delírios não-sistematizados variam de momento para momento e costumam ser encontrados em indivíduos com baixo nível intelectual, deficientes mentais ou em pacientes com quadros demenciais. 
• Delírios sistematizados: delírios bem-organizados, com historias ricas, consistentes e bem-concatenadas, que mantêm, ao longo do tempo, os mesmos conteúdos, com riquezas de detalhes.
 RELAÇAO ENTRE ALTERAÇÃO DO HUMOR E TEMATICA DELIRANTE 
Os delírios podem ser classificados em:
• Congruente se, por exemplo, no caso da depressão ter temática de culpa, de ruína, de hipocondria ou, no caso da mania, de grandeza, de poder ou de religiosidade. 
• Incongruente se na depressão, o delírio for de perseguição, sem que a perseguição seja “merecida”, decorrente de falta ou erro do paciente.
Delírios agudos (surgem de forma rápida, podendo desaparecer em pouco tempo)
 X 
Delírios crônicos (tendem a ser persistentes, contínuos, de longa duração).
TIPOS DE DELÍRIOS
De perseguição 
• De referência (tipo de perseguição): diz ser alvo freqüente ou constante de referencias depreciativas, caluniosas. 
• Mecanismo de projeção: inconscientemente, o individuo “projeta” para o mundo externo, o conteúdo (deformado) que seria insuportável se fosse percebido como pertencente a seu mundo interno. 
• De relação: o individuo delirante constrói conexões significativas (delirantes) entre os fatos normalmente percebidos. 
• De influencia ou controle (também denominado vivencias de influencia): o individuo vivencia intensamente o fato de estar sendo controlado, comandado ou influenciado por força, pessoa ou entidade externa. 
• De grandeza: o individuo acredita ser extremamente especial, dotado de capacidades e poderes. 
• Místico ou religioso: o individuo afirma ser um Deus, Jesus, um santo poderoso ou, ate um demônio. 
• De ciúmes e de infidelidade 
• Erótico (erotomania) 
• De conteúdo depressivo: congruente com o humor ou incongruente com o humor. 
• De ruína (niilista): o individuo vive em um mundo repleto de desgraças, está condenado à miséria. 
• De culpa e de auto-acusação: o individuo se sente culpado por tudo de ruim que acontece no mundo. 
• De negação de órgãos 
• Hipocondríaco: o individuo crê com convicção extrema que tem uma doença grave, incurável.
TIPOS MENOS FREQUENTES 
• De reivindicação (querelância): afirma ser vitima de terríveis injustiças e discriminações e, em conseqüência disso, envolve-se em intermináveis disputas legais, querelas familiares, processos trabalhistas, etc. 
• De invenção ou descoberta: o individuo, mesmo completamente leigo na ciência, revela ter descoberto a cura de uma doença grave. 
• De reforma (salvacionismo): ocorre entre indivíduos que se sentem destinados a salvar, reformar, revolucionar ou redimir o mundo ou a sua sociedade. 
• Cenestopático: o individuo afirma que existem animais ou objetos dentro de seu corpo. 
• De infestação (síndrome de EKBOM): o indivíduo acredita que seu corpo está infestado por pequenos organismos. 
• Fantástico ou mitomaníaco: o individuo descreve historias fantásticas com convicção plena, sem qualquer crítica.
LINGUAGEM e suas alterações
Há certa polêmica na literatura científica quanto à independência e à autonomia da linguagem em relação ao pensamento e à inteligência. 
• A síndrome de Williams é uma condição genética. Nessa síndrome a criança, embora tenha retardo mental, suas habilidades lingüísticas estão próximas às de uma criança cognitivamente normal.
ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM
Alterações da linguagem secundárias a lesão neuronal identificável: associadas a acidentes vasculares cerebrais, tumores cerebrais, malformações arterio-venosas, etc.
(disse que não vai pedir os tipos)
Alterações da linguagem associadas a transtornos psiquiátricos primários:
· Logorréia: produção aumentada e acelerada. Comum na mania.
· Bradifasia: o paciente fala muito vagarosamente. Comum na depressão, da demência e esquizofrenia.
· Mutismo: ausência de resposta verbal oral por parte do doente. 
· Coprolalia: emissão involuntária e repetitiva de palavras obscenas, vulgares ou relativas a excrementos. 
· Palilalia: repetição automática e estereotipada pelo paciente da ultima ou das ultimas palavras que ele próprio emitiu em seu discurso.
· Verbigeração: repetição, de forma monótona e sem sentido comunicativo aparente, de palavras, sílabas ou trechos de frases.
· Mussitação: produção repetitiva de uma voz muito baixa, murmurada, em tom monocordico, sem significado comunicativo.
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A linguagem na esquizofrenia: 
• Neologismos patológicos: palavras inteiramente novas criadas pelo paciente ou vocábulos já existentes que recebem acepção totalmente nova. 
• Jargonofasia ou esquizofazia: produção de palavras e frases sem sentindo, comfluxo verbal desorganizado e caótico. Salada de palavras. 
• Criptolalia: completamente incompreensível – linguagem falada. 
• Criptografia: completamente incompreensível – linguagem escrita.
A linguagem do paciente com demência: 
• Parafasias: deformações de palavras existentes – “caneira” em vez de “cadeira”. 
• Dificuldade em encontrar palavras. 
• Afasia nominal: déficit em nomear objetos e figuras apresentadas ao paciente. 
• Demência semântica: quando a demência se caracteriza pelo marcante predomínio de dificuldades lingüísticas, sobretudo na nomeação e fluência verbal.
Alterações da linguagem em crianças 
• os problemas de linguagem incluem gagueira, falhas na fluência verbal, mutismos eletivos, dificuldades fonéticoarticulatorias ou qualidade incomum da voz.
INTELIGÊNCIA e suas alterações
Inteligência é um conjunto das habilidades cognitivas do indivíduo.
Principais habilidades incluídas nos constructo inteligência são: 
• raciocínio 
• Planejamento 
• resolução de problemas 
• pensamento abstrato 
• compreensão de ideias complexas 
• aprendizagem rápida 
• aprendizagem a partir da experiência.
O desenvolvimento da inteligência ocorre pela substituição, aquisição e integração de novos esquemas cognitivos.
Quatro estágios de desenvolvimento:
• 1. Período sensório – motor: ocorre nos dois primeiros anos de vida. A atividade cognitiva concentra-se sob um conjunto coordenado de atividades sensório-motoras, sem que participe a representação ou o pensamento. A imitação é fundamental nesse período. É apenas no final dele que surgem os “objetos permanentes”. A criança está totalmente centrada em si mesma (egocentrismo). 
• 2. Período pré-operatório: ocorre entre os dois e os sete anos de vida. Ocorre o domínio dos símbolos e o desenvolvimento da linguagem, dos sentimentos interpessoais e das relações sociais. O brincar é muito importante. 
• 3. Período operatório-concreto: ocorre entre os sete e os doze anos de idade. Aprende a dominar as classes, as relações e os números, assim como raciocinar sobre eles. É o inicio do pensamento lógico. 
• 4. Período operatório-formal: ocorre dos doze aos dezesseis e envolve o domínio do pensamento abstrato. Desenvolve-se a capacidade de analisar o pensamento próprio em relação ao dos outros.
Tipos de inteligência: 
• Social – parte do principio de que o individuo é um ser social e reflexivo. Os processos cognitivos mais importantes se desenvolvem em relação estreita com o mundo em que se vive. 
• Emocional – conjunto de capacidades relativas ao processamento de informações emocionais. Inclui qualidades humanas diversas como flexibilidade, resiliência, confiabilidade, assertividade e compaixão. 
• Interpessoal – capacidade de entender e avaliar a si mesmo de forma precisa. 
RETARDO MENTAL 
Condição de desenvolvimento interrompido ou incompleto das capacidades mentais. MANIFESTANDO-SE PELO comprometimento da linguagem e da capacidade de adaptação social.
 Aspectos gerais do retardo mental 
• Inteligência limítrofe – QI entre 70 e 85
• Retardo mental leve – QI entre 50 a 69 
• Retardo mental moderado – QI entre 35 a 49 
• Retardo mental grave – QI entre 20 a 34
• Retardo mental profundo – QI abaixo de 20
A privação psicossocial representa um fator relevante para a deficiência mental leve. PODE SER:
 • ausência dos pais ou substitutos 
• desnutrição 
• Falta de estímulos cognitivos e afetivos 
• violência domiciliar

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