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BALEIA JUBARTE Histórico e introdução As baleias são mamíferos marinhos pertencentes à família dos cetáceos, da mesma forma que animais como golfinhos e botos. Atualmente existem cerca de 40 espécies desse mamífero. Em alguns países que falam a língua portuguesa, a caça de baleias é também chamada de baleação. Embora seja como a utilização do termo "pesca de baleias", ele é incorreto, uma vez que esses animais são mamíferos, e não peixes. Segundo os historiadores, existem registros da caça às baleias, na forma de pinturas rupestres, que datam de cerca de 8 mil anos atrás. Acredita-se que naquela época eram capturados apenas os animais que passavam muito próximos à costa ou que encalharam nas praias e baías. O crescimento da caça às baleias teve início no século 9, no Atlântico Norte, próximo ao litoral espanhol. Naquele período, a perseguição era realizada em pequenos botes e a captura era feita com auxílio de instrumentos como lanças e arpões. Já no século 19, grandes navios, chamados de baleeiros, começaram a ser utilizados. Porém, o abate ainda era realizado com o auxílio de arpões manuais. Países como Inglaterra, Noruega, Japão e Estados Unidos eram alguns dos envolvidos na caça às baleias, cujos principais interesses eram a obtenção de carne para consumo humano e a extração de óleos para abastecer os lampiões utilizados na iluminação das cidades na época. Por volta de 1920 o arpão de mão foi substituído pelo arpão mecânico. Essa arma possui um explosivo em sua ponta e é lançada com o auxílio de um canhão. Esse mecanismo é utilizado até hoje. Foi também nessa época que surgiram os navios-fábrica, embarcações equipadas para processar a baleia morta, extraindo dela os produtos comercializáveis. Em 1946 foi criada a Comissão Baleeira Internacional (CBI). Nesse ano, porém, o órgão instituiu apenas um rodízio entre as espécies de baleia que poderiam ser caçadas. À medida que a população de uma espécie diminuía, partia-se para a exploração de outra. Caça A caça às baleias é uma prática muito antiga que foi se intensificando ao longo do tempo, e o que era antes feito de forma artesanal por comunidades litorâneas se aprimorou e veio a se tornar uma verdadeira indústria baleeira. http://educacao.uol.com.br/historia/ult1704u60.jhtm http://educacao.uol.com.br/ciencias/ult1686u22.jhtm http://educacao.uol.com.br/ciencias/ult1686u22.jhtm Com a caça desenfreada e o despertar de uma consciência ecológica, foi criada a Comissão Baleeira Internacional (sediada na Inglaterra), um tratado com 3 principais comitês: Científico, Técnico e de Finanças e Administração. Em 1994 foi criado o Santuário da Baleia no Oceano Atlântico. Apesar da CBI tentar controlar a caça e minimizar causados a população de baleias, a Rússia entre 1960 e 1970 caçou mais de 500 mil baleias- conhecido como maior crime ambiental do século XX. O Brasil também participou entre 1950 e 1980 através da Companhia Pesca Norte do Brasil que em 1974 caço 793 baleias; e a partir de 1985 a caça de baleias no Brasil foi proibida e em 2008 através de decreto toda zona costeira brasileira tornou-se Santuário de Baleias e Golfinhos. A CBI estipula cotas de caça, um exemplo é a comunidade São Vicente no Caribe que pode abater até 4 jubartes por ano. A preocupação é de que espécies que ainda estão se recuperando da quase venham a desaparecer dos oceanos com autorizações de caça como a do Japão que depois de 31 anos fazendo parte da CBI se desvinculou e passou a autorizar a caça com fins comerciais. No Brasil temos o Projeto Baleia Jubarte, criado em 1988 visando estudar e proteger a população remanescente de baleias-jubarte do Brasil, que trabalha em 3 frentes: pesquisa, educação e políticas para conservação. A avaliação feita em 2018 pelo RED LIST colocou a Baleia Jubarte como pouco ameaçada de extinção, porém o esforço é para que saia dessa lista como fora de perigo. Poluição Como todos os demais mamíferos, e especialmente por serem animais de topo de cadeia alimentar, as baleias são impactadas pela contaminação dos oceanos por poluição. Em particular, compostos químicos que deprimem o sistema imunológico e a capacidade reprodutiva, como os provenientes de agrotóxicos e outros compostos como tintas anti incrustantes utilizadas em cascos de embarcações, podem causar sérios danos aos animais. Os plásticos nos oceanos também são um problema grave. Eles não só sufocam e matam os animais de fome, entupindo o sistema digestivo quando ingeridos, mas ainda contaminam toda a cadeia alimentar através de sua degradação em microplásticos, com enormes danos potenciais à saúde e à capacidade reprodutiva dos animais marinhos. A poluição acústica também é um problema muito grave nos oceanos, que afeta diretamente os cetáceos, de vez que esses animais utilizam o som para se comunicar e se orientar no meio marinho. A realização de atividades sísmicas para exploração mineral, o uso de potentes sonares com fins militares e o ruído do tráfego marítimo, principalmente em zonas portuárias e rotas de navegação comercial, são impactos que podem causar danos sérios às baleias e/ou dificultar sua vida social. Políticas públicas As grandes questões relacionadas à conservação das baleias e do ambiente marinho dependem fundamentalmente da adoção de políticas públicas, na forma de leis, normas e programas de ação por agências de governo. Muitas vezes, os governos e os organismos internacionais que são responsáveis por essas políticas dependem do aporte de informações técnico-científicas provenientes de instituições acadêmicas e ambientalistas para subsidiar a tomada de decisões. Cumprindo sua função de promover a conservação marinha, foi criado o Instituto Baleia Jubarte que dar suporte institucional ao Projeto Baleia Jubarte colabora diretamente com autoridades públicas em vários níveis, independentemente de partido ou governo, e com organismos internacionais relevantes para que as políticas públicas que dizem respeito à conservação das baleias, do meio marinho, e do seu uso sustentável sejam informadas pelo melhor conhecimento disponível. Recuperação As baleias jubarte, como a maioria das grandes baleias, quase foi extinta pela caça indiscriminada que durou séculos e foi intensificada no século XIX com tecnologias modernas como o navio a vapor e o canhão-arpão. A matança reduziu as jubartes do Atlântico Sul a poucas centenas de animais, até ser proibida totalmente em 1968. Desde 1988, o Projeto Baleia Jubarte trabalha intensamente pela proteção das jubartes remanescentes em nossas águas, monitorando a população sobrevivente e atuando junto às autoridades públicas para a implantação de normas e políticas de conservação. graças a esse esforço, as "nossas" jubartes saíram da lista oficial de espécies ameaçadas em 2014, e estão rumo à recuperação total da sua população! Projeto Baleia Jubarte O projeto Baleia Jubarte foi criado em 1988 pelo IBAMA como parte das ações de Implantação do parque nacional marinho dos Abrolhos (que é um conjunto de ilhas vulcânicas e recifes coralíneos, localizada no extremo sul da Bahia). Com o objetivo de estudar e proteger a população remanescente de baleias-jubarte do Brasil, que na época eram muito ameaçadas de extinção. O projeto Baleia jubarte é o principal programa de trabalho do instituto baleia jubarte, que é uma instituição não-governamental sem fins lucrativos dedicada à conservação marinha, fundada em 1996. Desde essa data o projeto é patrocinado pela Petrobras e trabalha com pesquisa, educação e políticas para a conservação - para assegurar que a recuperação das jubartes brasileiras continue acontecendo. O IBJ tem como objetivo a promoção da defesa, preservação e conservação do meio ambiente e ações que estimulem o desenvolvimento sustentável, especialmente nos trabalhos que visem a proteção e a pesquisa científica das baleias jubarte e de outros cetáceos. O Instituto é gerido por uma Diretoria Executiva nomeada pela Assembleia Geral, cujos membros são personalidades de longa e reconhecida trajetóriano meio ambiental brasileiro. São os seguintes os principais objetivos do Projeto, que atua desde o extremo Sul da Bahia ao norte do Espírito Santo, e no Litoral Norte baiano: ● Avaliar o tamanho da população de baleias jubarte que frequenta o banco dos Abrolhos; ● Identificar individualmente cada animal através de marcas naturais e da pigmentação da nadadeira caudal; ● Monitorar e fiscalizar o turismo de modo a evitar interferência no processo de reprodução e amamentação; ● Estudar o seu comportamento natural e a interação desses animais com os barcos de turismo da região; ● Realizar estudos de bioacústica e análises genéticas; ● Desenvolver atividades de informação e educação ambiental; ● Registrar e atuar no resgate de cetáceos encalhados ou emalhados na faixa litorânea compreendida entre o norte do Espírito Santo e o Litoral Baiano. Atualmente, conta com três bases físicas, na Praia do Forte, Caravelas no Sul da Bahia e em Vitória no Espírito Santo, além de outras regiões de atuação. As baleias fornecem serviços diretos de geração de emprego e renda através do Turismo de Observação, que hoje já é uma alternativa econômica importante ao redor do mundo – e também no Brasil - para centenas de comunidades costeiras. Os estudos preliminares, realizados pelo Projeto Baleia Jubarte e pesquisadores parceiros e divulgados em 2019, indicam que esses serviços, que decorrem da política de Estado do Brasil de proteger integralmente as baleias em nossas águas, valem em torno de impressionantes 82 bilhões de dólares! Ref. https://www.baleiajubarte.org.br/o-projeto https://www.baleiajubarte.org.br/pesquisa https://www.baleiajubarte.org.br/o-projeto https://www.baleiajubarte.org.br/pesquisa https://www.abrolhos.net/abrolhos/projeto.htm Projeto Baleia Jubarte baleiajubarte.org.br RED LIST Aqui tem uns dados biologicos sobre a baleia e também migração e comportamento: https://www.baleiajubarte.org.br/a-baleia-jubarte https://www.abrolhos.net/abrolhos/projeto.htm https://www.baleiajubarte.org.br/a-baleia-jubarte
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