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Geologia Sistem� - definiçã� � tip� Um sistema é um conjunto de componentes organizados em interação numa porção limitada. Segundo características físicas, trocas de matéria e/ou de energia com a vizinhança (espaço que rodeia um sistema sem-lhe pertencer) os sistemas classificam-se em: ● Sistema aberto: Há trocas de matéria e de energia com o meio. ● Sistema fechado: Há trocas de energia com o meio. ● Sistema isolado: Não há trocas nem de energia nem de matéria com o meio. Sistem� Terr� - A Terra é um sistema aberto quase fechado, visto que as trocas de matéria com o meio envolvente são pouco significativas. - No que diz respeito à energia, a Terra recebe energia do Sol (fonte primária), assim como irradia calor (armazenado desde a sua formação), energia solar (refletida), energia da desintegração de isótopos radioativos e calor da Biosfera (calor proveniente dos seres vivos). - No que diz respeito à matéria, a Terra recebe matéria da queda de meteoritos ou de poeiras cósmicas e deixa escapar um pouco de hidrogénio e de hélio (de baixas densidades) para o espaço. - As consequências de a Terra ser um sistema quase fechado são as seguintes: recursos limitados, a poluição acumula-se e, ainda, qualquer alteração num dos subsistemas afeta diretamente os outros. Su�istema� terrestre� O sistema Terra é um conjunto de 4 subsistemas abertos em interação (ou seja, que realizam trocas tanto de matéria como de energia) e que se encontram em equilíbrio dinâmico. Atualmente, este equilíbrio é perturbado, principalmente, pela ação do Homem. Os subsistemas são os seguintes: ● Geosfera - corresponde à parte sólida da Terra que se apresenta como um suporte à vida e fonte de recursos para o Homem. ● Atmosfera - corresponde à camada gasosa (composta 78% por nitrogénio/azoto e 21% por oxigénio) que envolve a Terra, protegendo-a de corpos estranhos e da radiação ultravioleta, assim como regula a temperatura do planeta; a Atmosfera está dividida em 5 camadas: troposfera (ar que respiramos), estratosfera (camada de ozono), mesosfera (desintegração de meteoritos), termosfera (auroras boreais) e exosfera. ● Hidrosfera - corresponde à água do planeta que é essencial à vida e que ocupa-se da manutenção da temperatura, sendo que esta substância circula por todos os subsistemas através do ciclo da água; os oceanos são os maiores reservatórios de água contendo 97% da água total do planeta; ao conjunto de todas as estruturas geladas da Terra (glaciares, calotes polares, …) designa-se por criosfera. ● Biosfera - corresponde aos seres vivos, tal como aos seus respetivos habitats. 1 �p� d� rocha� As rochas podem classificar-se em rochas sedimentares, rochas magmáticas e rochas metamórficas consoante o seu processo de formação. As rochas são importantes no âmbito do estudo da Terra, uma vez que constituem importantes arquivos, nos quais se encontram registadas as modificações geológicas, geográficas e biológicas que ocorreram ao longo da história da Terra. Rocha� sedimentare� - Têm origem na superfície ou perto dela (condições de baixa pressão e temperatura). - As rochas sedimentares formam 5% da crosta terrestre, mas ocupam 75% da superfície terrestre. - A formação destas rochas passa pelas seguintes etapas: ● Sedimentogénese (alteração da rocha-mãe na obtenção de sedimentos) ○ Meteorização - processos de alteração e desagregação devido à exposição aos agentes da geodinâmica externa, como o vento, a água, a gravidade e os seres vivos. ■ Meteorização química - transformação química dos minerais existentes em novas substâncias, devido à sua reestruturação. ■ Meteorização mecânica/física - fragmentação e desagregação das rochas em pedaços cada vez mais pequenos. ○ Erosão - separação e remoção dos detritos da rocha-mãe pelos agentes erosivos. ○ Transporte - transporte dos materiais resultantes, sendo que a calibragem e o arredondamento dos sedimentos estão relacionados com a duração do transporte e com o seu agente transportador. Vento baços, angulosos e bem calibrados Rios angulosos, arredondados, argilosos e mal calibrados Mares brilhantes, lavados (ausência de argila), redondos e mal calibrados Glaciar mal calibrados e estriados ○ Sedimentação - deposição dos sedimentos em camadas (estratos) em condições propícias, sendo que esta deposição resulta em camadas horizontais não deformadas quando em ambiente imerso/submerso/aquático (o que acontece na maioria das vezes, mas também acontece deposição em meio emerso/terrestre). ● Diagénese (agregação dos sedimentos numa rocha consolidada) ○ Compactação - compressão dos sedimentos. ○ Desidratação - evaporação da água que existe entre os sedimentos. ○ Cimentação - formação de um cimento natural a partir das substâncias em suspensão ou dissolvidas na água que agrega os sedimentos numa rocha consolidada. - As rochas sedimentares classificam-se em: ● Detríticas ou Clásticas (formam-se dos detritos das outras rochas) ○ Consolidada (sofre diagénese) - Arenito, Argilito e Conglomerado ○ Não consolidada (não sofre diagénese) - Areia, Argila e Balastros ● Quimiogénica (resulta da precipitação química de sais) - Calcário, Sal-gema e Gesso 2 ● Biogénica ou Organogénica (tem origem a partir de restos de seres vivos) - Carvão, Petróleo e Calcário conquífero - Devido ao seu tipo de formação é possível encontrar em rochas sedimentares fósseis. Rocha� magmática� - Têm origem a grandes profundidades (condições de alta pressão e temperatura) a partir da consolidação do magma com mistura de minerais fundidos. - As rochas magmáticas são as mais abundantes da crosta terrestre. - As rochas magmáticas classificam-se em: ● Intrusivas ou Plutónicas - Peridotito, Gabro, Diorito e Granito ○ O magma consolida-se em profundidade. ○ O arrefecimento é lento permitindo, desta forma, um bom desenvolvimento de cristais e de minerais, tornando-os bem visíveis a olho nu (textura fanerítica). ● Extrusivas ou Vulcânicas - Basalto, Andesito e Riolito ○ O magma consolida-se à superfície ou perto dela. ○ O arrefecimento é rápido, pelo que as rochas ou apresentam cristais e minerais unicamente visíveis ao microscópio (textura afanítica) ou não apresentam cristais (textura vítrea). - As rochas magmáticas podem, ainda, ser classificadas como melanocratas (ricas em minerais máficos, ou seja, minerais escuros, como é o caso do basalto e do gabro), leucocratas (ricas em minerais félsicos, ou seja, minerais claros, como é o caso do riolito e do granito) ou mesocratas (apresentam quantidades semelhantes de minerais máficos e félsicos, como é o caso do andesito e do diorito). Rocha� metamórfica� - Formam-se a partir da transformação de rochas pré-existentes (sejam estas sedimentares, magmáticas ou metamórficas) que se deslocam para zonas profundas, sofrendo um aumento de pressão e de temperatura (sem sofrerem total fusão) que provocam a recristalização e metamorfismo dessas mesmas rochas. - Existem dois processos que podem estar na origem destas rochas: ● Metamorfismo de contacto - Corneana, Mármore e Quartzito ○ Rocha que em contacto com uma intrusão magmática (altas temperaturas) recristaliza. ○ Não apresentam foliação. ● Metamorfismo regional - Xisto, Gnaisse e Ardósia ○ Estas rochas estão associadas a zonas de convergência de placas, a zonas de formação de arcos vulcânicos e a fenómenos orogénicos (edificação de cadeias montanhosas). ○ Apresentam textura foliada (alinhamento e orientação dos minerais em planos paralelos entre si, devido à pressão). - Certos minerais só se formam em determinados valores de pressão e temperatura, por isso são importantes na determinação no tipo de metamorfismo de formação da rocha em estudo, por 3 exemplo a andalusite é característico do metamorfismo de contacto e a distena é característica do metamorfismo regional. Designamos esses minerais de minerais índice. Cicl� da� rocha� / Cicl� litológic� O ciclo das rochas é um conjunto de transformações do material rochoso das quais as rochas são geradas, alteradas e destruídas por processos que ocorrem no interiore na superfície da Terra. O ciclo das rochas é a prova de que o planeta Terra possui uma dinâmica própria e que está em constantes modificações. O ciclo das rochas é influenciado pelos agentes da geodinâmica interna (por exemplo, o sistema tectónico) e pelos agentes da geodinâmica externa (tal como o ciclo da água/sistema hidrológico). Dataçã� relativ� A datação relativa dos estratos consiste na determinação pouco rigorosa de uma formação geológica tendo em comparação outras formações. A ordenação dos fenómenos geológicos é feita com base nos seguintes princípios da estratigrafia: ● Lei de Stenon ○ Princípio da horizontalidade - Os sedimentos depositam-se em camadas horizontais ou próximas da horizontalidade devido à gravidade. ○ Princípio da sobreposição dos estratos - Senão houver qualquer alteração ou deformação nas posições de uma sequência de estratos, então uma camada é mais recente que a de baixo, mas mais antiga que a de cima. ● Princípio da identidade paleontológica - Um fóssil de uma camada é data do mesmo período geológico da camada onde se encontra. ● Princípio da continuidade lateral - Um estrato tem praticamente a mesma idade em toda a sua extensão, mesmo que em regiões diferentes. 4 ● Princípio da interseção - Qualquer interseção que intersete vários estratos formou-se mais recentemente que os mesmos. ● Princípio da inclusão - Os xenólitos (fragmentos de rocha arrancados da rocha-mãe) incorporados num estrato são mais antigos do que o estrato. A datação relativa aplica-se às rochas sedimentares, essencialmente. Tanto os fósseis de fácies (fósseis de uma pequena área de distribuição geográfica, por isso relatam a história de uma determinada região, ou seja, são de caráter paleogeográfico) como, especialmente, os fósseis de idade (fósseis de espécies que viveram num curto espaço de tempo, mas de uma grande dispersão geográfica, pelo que se verifica que existem numa pequena distribuição estratigráfica) são utilizados na datação relativa de rochas. Dataçã� a�olut� / radiométric� A datação absoluta/radiométrica baseia-se na desintegração de isótopos radioativos naturais. Os isótopos iniciais designados de isótopos-pai (P) devido à sua instabilidade vão ao longo do tempo desintegrando-se dando origem a isótopos de menor radioatividade, os isótopos-filhos (F). O tempo necessário para que a massa inicial do isótopo-pai (P) reduza para metade em isótopo-filho (F) é chamada de semivida, o que nos permite medir a idade de uma rocha. Quantidade de isótopo-pai (P) Quantidade de isótopo-filho (F) Semividas 100 % 0 % 0 50 % 50 % 1 25 % 75 % 2 … até a quantidade de isótopo-pai ser 0 % e a quantidade de isótopo-filho ser de 100 % Escal� d� temp� geológic� *Fósseis de idade: Trilobites (Paleozóico) e Amonites (Mesozóico) 5 Princípi� d� raciocíni� geológic� Existem modelos explicativos e teorias que interpretam os processos geológicos responsáveis pela evolução da Terra: ● Catastrofismo - George Cuvier defendia que as grandes alterações, tanto geológicas como biológicas, que ocorrem na Terra têm a sua origem em grandes catástrofes pontuais (seguidas de extinções em massa). ● Uniformitarismo - James Hutton afirmou que as alterações sofridas pela Terra ao longo da sua história foram resultado dos mesmos fenómenos que a alteram no presente (princípio do atualismo), isto porque as leis naturais são constantes/cíclicas no espaço e no tempo. Para além disso, estes processos são lentos e graduais tal como na atualidade (princípio do gradualismo). ● Neocatastrofismo - Esta teoria concilia os dois princípios anteriores, sendo que assenta essencialmente no uniformitarismo. A Terra altera-se em processos lentos e cíclicos (visto que aconteceram no passado, repetindo-se no presente), mas havendo em certos momentos grandes catástrofes pontuais. Mobilism� geológic� No início do século XX surgiram questões relacionadas com a mobilidade da superfície terrestre. O estudo da mobilidade da Terra intensificou-se após a publicação da Teoria da Deriva Continental de Alfred Wegener, em 1913. Esta teoria tem como base 4 argumentos: ● Argumento paleontológico - Existência dos mesmos fósseis (de idade), com igual idade, em partes distantes do globo. ● Argumento morfológico - Correspondência entre as formas dos atuais continentes (como um puzzle). ● Argumento litológico - Existência de rochas e estratos iguais que datam do mesmo período geológico em continentes atualmente separados. ● Argumento paleoclimático - Existência de vestígios de climas semelhantes em zonas atualmente distantes. Este geólogo afirmou ainda que os continentes já teriam estado unidos num único supercontinente, a Pangeia, rodeada por um enorme e único oceano, a Pantalassa. Este continente foi-se fragmentando até surgirem os atuais continentes, assim como os atuais oceanos. No entanto, devido à incapacidade de Wegener de explicar o agente responsável pela movimentação dos continentes esta teoria não foi aceite na altura. Teori� d� Tectónic� d� Placa� Esta é a teoria atual que tendo em conta os argumentos de Wegener, confirma/explica a mobilidade dos continentes. A teoria afirma que a superfície terrestre (litosfera) está dividida em placas que suportam os continentes e os oceanos. Estas placas movimentam-se sobre a astenosfera (zona com comportamento plástico) através da ação das correntes de convecção. As placas separam-se umas das outras por falhas e é nos seus limites que as forças tectónicas são mais evidentes. 6 Limite� d� placa� Esquema Limite Caráter Exemplo Transformante (as placas movem-se lateralmente) Conservativo (não há nem destruição nem criação de nova crusta) Falha de Santo André Convergente (as placas colidem) Destrutivo (ocorre subducção da placa mais densa, isto é, em zonas de fossas oceânicas, onde há destruição dessa placa, sendo que por vezes há formação de montanhas) Dorsal Médio-Atlântica Vale do Rifte Africano Divergente (as placas afastam-se) Construtivo (situam-se em dorsais oceânicas divididas ao meio por um rifte onde há ascensão de magma que solidifica criando nova crosta litosférica que leva à expansão dos fundos oceânicos) Cordilheira dos Andes Cordilheira dos Himalaias Ilhas Aleutas *Uma vez que há destruição e criação de crosta é mantido um equilíbrio dinâmico, caso contrário o raio da Terra aumentaria o que não acontece visto que esse equilíbrio mantém-se. Métod� diret� d� estud� d� interior d� Terr� Os métodos diretos permitem estudar diretamente o interior da Terra, através da ocorrência de fenómenos naturais e de algumas técnicas. No entanto, estes métodos são limitados pela temperatura e pela pressão, por isso só foi ainda possível estudar diretamente cerca de 12 km de profundidade. ● Sondagens: Furos verticais na crosta, obtendo-se colunas de rochas (carotes) com muitos anos de história. ● Explorações minerais: Recolha de rochas até 4 km de profundidade, podendo nós estudá-las posteriormente. ● Vulcanismo: Os vulcões expelem materiais oriundos de grandes profundidades, sendo assim possível obter informações sobre os materiais que constituem o interior da Terra. Os xenólitos são exemplos desses materiais. ● Estudo da superfície visível: Afloramento de rochas e outros materiais formados a grandes profundidades. Estes afloram devido à erosão e aos movimentos tectónicos da litosfera. Métod� indiret� d� estud� d� interior d� Terr� ● Planetologia e astrogeologia: Estudo dos meteoritos, criação de hipóteses de formação do sistema solar (incluindo a Terra) e recolha de material em viagens espaciais. ● Gravimetria: Determinação da aceleração gravítica da Terra, tendo em conta as variações ao longo da superfície, as designadas anomalias gravimétricas que podem ser positivas (rochas de 7 maior densidade, como as rochas magmáticas) ou negativas (rochas pouco densas, como o sal-gema). Mede-se com gravímetros. ● Geomagnetismo: Explica a existência de um campo magnético que ao longo dos anos já se alterou - polaridade normal/anomalia positiva (polo norte magnéticopróximo do polo norte geográfico) como é o caso da polaridade atual, e polaridade inversa/anomalia negativa (polo norte magnético próximo do polo sul geográfico). Este estudo é possível, pois o magma basáltico que sai do rifte é rico em minerais ferromagnesianos que ao cristalizarem e ao atingirem o ponto de Curie, magnetizam e incorporam a orientação do campo magnético da época de formação. Este processo repete-se para os dois lados do rifte, explicando assim o movimento das placas. Os fundos oceânicos apresentam zonas de polaridade normal (rochas cujos cristais incorporam uma sobreposição do campo atual sob o campo do passado) e zonas de polaridade inversas (rochas cujos cristais incorporam apenas a orientação do campo do passado - paleomagnetismo). ● Sismologia: Interpretação do comportamento das ondas sísmicas registadas e medidas num sismógrafo e analisadas num sismograma, sendo que este estudo permitiu inferir que a constituição da Terra não é homogénea, visto que as ondas P e S não chegam ao mesmo tempo aos diferentes lugares da Terra. ● Geotermismo: Estudo da temperatura do interior da Terra. ○ Fluxo térmico - Calor libertado para o exterior, sendo maior junto aos riftes e menor quanto maior a distância ao rifte. ○ Grau geotérmico - Distância necessária aprofundar desde a superfície terrestre para que a temperatura aumenta 1ºC, sendo que este valor aumenta com o aumento da profundidade. ○ Gradiente geotérmico - Variação de temperatura por cada 1 km de profundidade, sendo que este valor diminui com o aumento da profundidade. �p� d� vulcanism� 8 Aparelh� vulcânic� - Cratera: Abertura da chaminé por onde são expelidos os materiais vulcânicos. - Chaminé vulcânica: Canal que liga a câmara magmática com o exterior. - Câmara magmática: Local no interior da Terra onde ocorre acumulação de magma. - Cone vulcânico: Estrutura de forma cónica que resulta da acumulação de materiais vulcânicos em redor da cratera. - Chaminé, cone e cratera secundários/adventícios: Formados devido à pressão exercida pelo magma na chaminé principal durante a sua subida. *Quando ocorrem fortes erupções estas causam o esvaziamento da câmara magmática, levando o teto a abater afundando o aparelho vulcânico que forma uma depressão, designada de caldeira. �p� d� atividad� vulcânic� ● Erupção explosiva ○ As lavas são viscosas, devido à riqueza em sílica (+ de 65%-70% de SiO2), ácidas, muito quentes e com grande teor de gases. ○ Dada a sua viscosidade, estas lavas não originam escoadas, acabando por solidificar na chaminé, originando materiais longos e pontiagudos designados de agulhas, ou solidifica no interior da cratera, dando origem a domas/cúpulas, materiais de forma arredondada. ○ Devido à acumulação de gases comprimidos na câmara magmática, estas erupções tornam-se violentas, resultando em grandes explosões. ○ Durante estas erupções são projetados fragmentos que acumulam-se na cratera, originando cones altos e estreitos. Estes fragmentos são designados genericamente por piroclastos que podem ser: ■ Piroclastos de queda - Materiais sólidos que têm diferentes nomes consoante as suas dimensões (cinzas < lapilli < bombas < blocos). ■ Piroclastos de fluxo (nuvens ardentes) - Fragmentos envolvidos em gases, a elevadas temperaturas, que se deslocam junto ao solo. ● Erupção efusiva ○ As lavas são pouco viscosas/fluídas, devido à pobreza en sílica (- de 50% de SiO2), básicas, bastante quentes e pouco teor de gases. ○ Devido à sua fluidez, a libertação destas lavas é rápida, formando escoadas de lava que dão origem a cones baixos e largos (vulcões em escudo). As escoadas podem ser: ■ Mantos de lava - A lava cobre grandes áreas de terreno plano. ■ Correntes de lava - Rios de lava causados pelo declive acentuado do cone. ○ Estas escoadas de lava quando solidificam podem assumir várias formas: ■ Lavas encordoadas (pahoehoe) - Lavas muito fluidas e lisas que se fazem parecer com cordas sobrepostas. ■ Lavas escoriáceas (aa) - Lavas menos fluidas, dando origem a superfícies irregulares, ásperas e porosas. ■ Lavas em almofada (pillow lava) - Originam-se em erupções submarinas, tendo assim um arrefecimento (na água) muito rápido, formando massas arredondadas. 9 ● Erupção mista ○ Está associada a lavas intermédias (viscosidade intermédia; teor em gases médio; temperaturas variáveis). ○ Caracteriza-se pela alternância de erupções explosivas e efusivas. ○ Caso haja entrada de água no aparelho vulcânico há uma maior vaporização (causado pelas altas temperaturas), contribuindo para fases explosivas. ○ Esta alternância de atividade vulcânica leva à formação de camadas alternadas de lava solidificada e de piroclastos, originando, assim, estratovulcões/vulcões compósitos. Vulcanism� & Tectónic� d� Placa� ● Limites divergentes: Vulcanismo fissural e/ou efusivo - Dorsais médio-oceânicas. ● Limites convergentes: Vulcanismo explosivo ou misto - Anel de Fogo do Pacífico. ● Vulcões intraplacas: Devido à instabilidade da camada D’’ leva à libertação de uma pluma térmica que atravessa o manto penetrando a litosfera, originando um ponto quente de libertação de magma, ou seja, há criação de um vulcão ativo (hot spot). Mas como a placa oceânica se move continuamente sobre o ponto quente leva ao afastamento e extinção do vulcão ativo, e à origem de novos vulcões ativos sobre o ponto quente, formando-se um alinhamento de vulcões - Arquipélago do Hawaii. Risc� � medida� d� previsã� d� erupçõe� ● Riscos: Destruição de estruturas edificadas; incêndios; soterramento de estruturas edificadas; destruição de campos de cultivo agrícola; problemas respiratórios e oculares; acidentes de aviação; contaminação de águas e do ar; ocorrência de sismos; etc. ● Previsão de erupções:Interpretação de dados sismológicos; monitorização da qualidade da água subterrânea das regiões vulcânicas; monitorização de anomalias gravimétricas resultantes de movimentação de magma; monitorização dos gases das fumarolas; etc. Sism� 10 Teori� d� Ressalt� Elástic� Segundo a teoria do ressalto elástico, as rochas são sujeitas a forças contínuas, o que leva à sua deformação. Quando atingem o seu limite de elasticidade dá-se a rutura da massa rochosa, havendo o deslizamento brusco (ressalto) de um bloco rochoso relativamente ao outro. Quando da rutura há libertação de energia acumulada sob a forma de ondas elásticas e calor. Propagaçã� da� onda� sísmica� ● Hipocentro/Foco: Local no interior da Terra onde ocorre a libertação de energia. Conforme a profundidade do foco classificamos os sismos em superficiais (<70 km), intermédios (70-300 km) e profundos (>300 km). ● Epicentro: Local à superfície da Terra, situado na vertical do hipocentro. ● Frentes de onda: Superfícies esféricas definidas pelo conjunto de pontos que se encontram na mesma fase do movimento. ● Raios sísmicos: Direções de propagação da onda perpendiculares à frente de onda. *Um tsunami é originado por um epicentro no oceano que liberta energia fornecida à água, gerando ondas gigantes que se movem depressa. Onda� sísmica� 11 �p� d� falha� e� sism� tectónic� Tipo de falha Tipo de forças associadas Limite tectónico associado Orientação do deslocamento dos blocos Esquema Falha normal Forças distensivas Limite divergente Descida do teto face à superfície/ao muro. Falha inversa Forças compressivas Limite convergente Subida do teto face à superfície/ao muro. Falha de desligamento Forças de cisalhamento Limites transformantes Movimento lateral e paralelo dos blocos. Local�açã� d� sism� - Sismos interplaca (95%): Limites das placas litosféricas. - Sismos intraplaca (5%): Falhas ativas na placa (por exemplo, em zonas de hot spot). Regist� d� u� sism� O sismógrafo é o aparelho que regista a chegada das ondas sísmicas sob a forma de sismogramas que permitem determinar a distância epicentral (distância entre uma estação sismográfica e o epicentro de um sismo, sendo que como as ondas P e S apresentam diferentes velocidades, então quanto maior for o atraso de chegadas dessas ondas,maior é a distância ao epicentro) e a magnitude do sismo. Para um mesmo sismo, ao traçarmos, num mapa, a distância epicentral de diferentes estações sismográficas consegue-se a localização aproximada onde ocorreu o sismo. Intensidad� d� u� sism� ● A intensidade de um sismo é subjetiva, visto que parte daquilo que cada um sentiu (esta avaliação é feita através de inquéritos às populações e na observação direta dos estragos). ● A escala utilizada é a escala de Mercalli Modificada, uma escala fechada de natureza qualitativa, constando de 12 graus (I - XII) que traduzem a destruição. 12 ● A partir do registo de diferentes graus de cada região é possível traçar isossistas, isto é, linhas curvas que unem áreas de igual intensidade sísmica, separando assim as áreas onde se verificam diferentes graus de intensidade. ● A intensidade de um sismo tende a diminuir com a distância ao epicentro. *Nota: A irregularidade das isossistas deve-se à natureza dos materiais rochosos atravessados serem diferentes, logo as ondas sísmicas não se propagam da mesma maneira com diferentes materiais. + Como no mar não existem edificações nem pessoas a viver não é possível determinar a intensidade sísmica, daí não serem representadas isossistas ou então representadas a tracejado num mapa de isossistas. Magnitud� d� u� sism� ● A magnitude de um sismo é objetiva, uma vez que é calculada matematicamente, estando associada à quantidade de energia libertada no hipocentro do sismo. ● Usa-se a escala de Richter, uma escala aberta/ilimitada de natureza quantitativa, constando de 10 graus (1-10), atualmente, para traduzir a magnitude do sismo. *Nota: O aumento de um grau nesta escala corresponde a cerca de trinta vezes mais energia libertada. Sismicidad� n� mund� Sismicidad� e� Portuga� Cintura mediterrânico-asiática Zonas de dorsais oceânicas Anel de Fogo do Pacífico Arquipélago dos Açores Península de Setúbal Área metropolitana de Lisboa Região do Algarve Dan� � medida� d� minim�açã� d� dan� d� sism� *Nota: Não é possível prever com exatidão a ocorrência de um sismo. 13 Descontinuidade� interna� ● Descontinuidade de Mohorovicic ou Moho A descontinuidade de Moho representa a fronteira entre a crosta e o manto (a 35-70 km de profundidade). Algumas das ondas P e S quando mergulham mais profundamente e atingem esta superfície, experimentam um aumento da velocidade associado à mudança da natureza dos materiais. ● Descontinuidade de Gutenberg A descontinuidade de Gutenberg representa a fronteira entre o manto e o núcleo externo (a 2883 km de profundidade). A partir daqui as ondas S deixam de se propagar e a velocidade das ondas P desce drasticamente, devido à mudança de estado físico (o manto é sólido e o núcleo externo é líquido, ou seja, há uma diminuição da rigidez) e aumento da densidade. Gutenberg observou que para cada sismo existe uma zona de sombra sísmica, isto é, onde não são recebidas ondas sísmicas, devido ao estado físico dos materiais do núcleo externo. Entre os 103º e os 143º de latitude do epicentro não são registadas ondas P que refratam voltando a ser detetadas após os 143º, enquanto que as ondas S deixam de se propagar a partir dos 103º de latitude do epicentro. ● Descontinuidade de Lehmann A descontinuidade de Lehmann representa a fronteira entre o núcleo externo e o núcleo interno (a 5150 km de profundidade). A velocidade das ondas P aumenta, devido à diferença de estados físicos (o núcleo externo é líquido e o núcleo interno é sólido - aumento da rigidez). *Nota: A velocidade das ondas sísmicas aumenta com a rigidez e diminui com a densidade (varia com o estado físico). Caracter�açã� d� interior d� Terr� ● Pressão: A pressão aumenta com a profundidade, tornando os materiais mais densos e subindo o ponto de fusão dos mesmos. A variação de pressão por quilómetro de profundidade é designada de gradiente geobárico. ● Temperatura: Aumenta com a profundidade tal como a pressão, sendo que em certas regiões as condições de pressão e temperatura combinam-se fundindo o material, parcial ou totalmente. ● Densidade: A densidade tende a aumentar com a profundidade, sendo os materiais menos densos que constituem a crosta, enquanto que os materiais mais densos estão no núcleo (12 e 13 de densidade). ● Velocidade das ondas sísmicas: As variações na velocidade das ondas sísmicas permite estabelecer zonas de descontinuidades onde existem materiais com diferentes propriedades. Esta grandeza varia com a profundidade, e aumenta com a rigidez e diminui com a densidade dos materiais. ● Composição dos meteoritos: Admitimos que os meteoritos foram originados de corpos diferenciados, mas que apresentam correspondência com zonas estruturais da Terra. Por exemplo, assume-se que os sideritos1 têm uma composição idêntica à do núcleo terrestre. 1 Os sideritos são meteoritos constituídos, essencialmente, por ligas de ferro e níquel (tal como ao núcleo da Terra). São bastante raros, apresentando-se como 6% dos meteoritos de queda. Apresentam uma densidade bastante elevada (até 7,5). 14 Os dados geofísicos, matemáticos, experiências laboratoriais e a astrogeologia permitiram avaliar a densidade, temperatura, pressão, velocidade das ondas sísmicas e a composição dos meteoritos que estão na base da construção dos modelos geofísico e geoquímico da Terra. Model� Geoquímic� ● Este modelo admite que a Terra está dividida em 3 camadas: crusta/crosta, manto e núcleo. ● As camadas estão separadas por descontinuidades: ○ Descontinuidade de Mohorovicic: Crosta - Manto ○ Descontinuidade de Gutenberg: Manto - Núcleo externo ○ Descontinuidade de Lehmann: Núcleo externo - Núcleo interno ● Crusta: ○ Crusta oceânica (basalto; 5-10 km de profundidade; silicatos e magnésio) ○ Crusta continental (granitos e rochas metamórficas; 35-70 km de profundidade; silicatos e alumínio) ● O manto é essencialmente constituído por peridotito2 (manto superior) e perovskite3 (manto inferior). ● A zona de transição é uma parte do manto, localizada entre o manto inferior e superior, com cerca de 250 km de espessura. Esta zona apresenta uma constituição bastante semelhante à do manto superior. Model� Físic� ● Este modelo admite que a Terra está dividida em 4 zonas: litosfera, astenosfera, mesosfera e endosfera. ● A litosfera é constituída por materiais sólidos que apresentam um comportamento frágil e quebradiço. ● A astenosfera é composta por materiais sólidos, mas com comportamento plástico, isto é moldável. *Importância da Astenosfera - Representa a zona com comportamento plástico na qual existem correntes de convecção que seriam responsáveis pela movimentação das placas litosféricas rígidas, explicando, assim, a Teoria da Tectónica das Placas. - Será uma fonte de magma basáltico que resulta da fusão parcial de peridotito que se subir através da litosfera explicaria alguns fenómenos de vulcanismo. 3 A perovskite é um mineral rico em óxido de cálcio e titânio (CaTiO3) associado a rochas metamórficas e a intrusões magmáticas basálticas. 2 Os peridotitos são rochas magmáticas vulcânicas/extrusivas, essencialmente, ricas em piroxenas e olivinas, ou seja, de magma ultrabásico, segundo a série de Bowen. Constituídos por minerais máficos. Densidade bastante alta. 15 Camad� D’’ ● A camada D’’ corresponde à zona de separação entre o manto e o núcleo, e tem espessura variável (100-200 km). ● É na camada D’’ que o núcleo externo transfere o seu calor para o manto, facto através do qual alguns investigadores admitem que a camada D’’ é a fonte das plumas térmicas, isto é, matéria menos viscosa e pouco densa que é libertada do manto e que ascende como uma coluna de calor que penetra a litosfera, originando um ponto quente/hot spot. ● As partes frias desta camada, provavelmente, corresponderão às profundidades onde as placas litosféricas mergulham nas zonas de subducção. 16 Biologia ● Biologia: Campo da ciência que tem como objeto de estudo todas as formas de vida e de todos os ecossistemas onde se integram/habitam. ● Biosfera: Subsistemada Terra que suporta todos os seres vivos, os seus ambientes e as relações estabelecidas entre eles. Situa-se entre 11 km de profundidade e 9 km de altitude. ● Biodiversidade: Compreende a quantidade e variedade de seres vivos. ○ Diversidade genética: Dentro e entre populações da mesma espécie existe uma variedade genética. ○ Diversidade de espécies: Variedade entre espécies em diferentes habitats da Terra. ○ Diversidade ecológica: Diversidade de comunidades presentes nos diferentes ecossistemas. Organ�açã� Biológic� 01. Átomo - unidade básica da matéria, por exemplo o nitrogénio (N) e o oxigénio (O) 02. Molécula - grandes conjuntos de átomos, por exemplo o H2O e o CO2 03. Célula - unidade básica da vida, por exemplo uma célula nervosa e uma célula procariótica 04. Tecido - conjuntos de muitas células, por exemplo o tecido muscular e o tecido ósseo 05. Órgão - conjunto de muitos tecidos, por exemplo o coração e os pulmões 06. Sistema de órgãos - conjunto de órgãos, por exemplo o sistema digestivo 07. Organismo - cada espécie apresenta um organismo diferente, por exemplo um animal 08. População - organismos da mesma espécie que vivem num certo lugar 09. Comunidade - populações que vivem no mesmo lugar numa certa área 10. Ecossistema - comunidade + ambiente + relações estabelecidas 11. Biosfera - abrange todos os ecossistemas da Terra *Componente biótica: seres vivos e as relações entre eles / Componente abiótica: fatores do meio Relaçõe� trófica� nu� ec�sistem� Os seres vivos de um ecossistema estabelecem relações tróficas (alimentares) que envolvem transferências de matéria e energia, quer entre os seres vivos quer entre os seres vivos e o meio. As cadeias alimentares inter-relacionam-se, originando as teias alimentares ou redes tróficas. 17 *Nota: Ao longo da cadeia alimentar ocorre transferência de energia de forma unidirecional, sendo que cada nível trófico recebe 10% da energia do nível trófico anterior. Quanto à matéria, os produtores transformam matéria mineral em orgânica que é consumida e transferida pelos consumidores até chegar aos decompositores que a transformam de novo em mineral, devolvida ao meio para voltar ao ciclo de matéria. Relaçõe� biótica� Os fatores bióticos são todas as interações que os seres vivos realizam entre si, mantendo o equilíbrio dos ecossistemas. As interações entre seres vivos da mesma espécie são designadas de interações intraespecíficas, enquanto que as interações entre seres vivos de espécies distintas são designadas de interações interespecíficas. ● Interações intraespecíficas ○ Cooperação (+ / +): Os seres vivos contribuem para o benefício do grupo, que tanto pode ser uma sociedade (os indivíduos organizados hierarquicamente com divisão de tarefas) como uma colónia (os indivíduos não vivem em hierarquia ajudam-se mutuamente). Exemplo: família de elefantes ○ Competição (- / -): Os seres vivos competem por benefício pessoal (seja por alimento, por acasalamento ou por reprodução) e não pelo bem comum do grupo, acabando os dois por saírem prejudicados. Exemplo: dois leões ○ Canibalismo (+ / -): Um ser vivo mata outro para se alimentar desse mesmo ser. Exemplo: dois ursos ● Interações interespecíficas ○ Cooperação (+ / +): É uma relação facultativa em que ambos os seres vivos intervenientes saem beneficiados Exemplo: crocodilo e pássaro-palito ○ Mutualismo (+ / +): É uma relação facultativa e/ou temporária (ou seja, sobrevivem de forma independente) em que ambos os seres são beneficiados. Exemplo: abelha e flor (polinização) ○ Simbiose (+ / +): É uma relação obrigatória/permanente (ou seja, sem esta os seres morrem) na qual todos os seres são beneficiados Exemplo: algas e fungos = líquen ○ Competição (- / -): Os seres competem pelo mesmo recurso (alimento, luz, …) pelo que ambos os seres saem desfavorecidos. Exemplo: abutres e hienas ○ Predação (+ / -): Um dos seres vivos é beneficiado (predador), enquanto que o outro é prejudicado (presa). Isto é, o predador mata a presa para se alimentar dela. Exemplo: leão e zebra ○ Herbivorismo (+ / -): Um ser vivo herbívoro come uma parte ou totalmente uma planta que sai desta relação prejudicada. Exemplo: coelho e erva ○ Parasitismo (+ / -): O parasita beneficia-se ao alimentar-se do hospedeiro que é prejudicado nesta relação. Pode ser endoparasitismo (se o parasita reside no interior do 18 organismo do hospedeiro) como pode ser ectoparasitismo (se o parasita reside no exterior do corpo do hospedeiro). Exemplo: pulga e cão (ectoparasitismo) ; ténia e porco (endoparasitismo) ○ Amensalismo (- / 0): Um dos intervenientes é prejudicado (amensal) e outro não é beneficiado nem afetado (inibidor). Exemplo: planta e elefante ○ Comensalismo (+ / 0): Um dos seres vivos é beneficiado (comensal) e outro nem é beneficiado nem prejudicado (inibidor). Exemplo: rémora e tubarão Célul�, unidad� básic� d� vid� Robert Hooke inventou o 1º microscópio ótico, instrumento ótico que obtém imagens ampliadas de substâncias extremamentes pequenas, o que permitiu a observação de células, sendo que alguns dos seus constituintes apenas são visíveis a microscópio eletrónico (de maior ampliação). O estudo do organismo dos diversos seres vivos levou à criação, na atualidade, da teoria celular: - A célula é a unidade básica de estrutura e função dos seres vivos. - Todas as células têm origem em células pré-existentes. - A célula é a unidade de reprodução, de desenvolvimento e de hereditariedade dos seres vivos. Do ponto de vista morfológico, existem dois grupos de células, com características distintas entre si, as células procarióticas (seres unicelulares do reino Monera) são as mais simples, enquanto que as células eucarióticas (seres unicelulares e pluricelulares dos reinos Fungi, Plantae, Animalia e Protista) são as mais complexas. Célul� procariótic� v� Célul� eucariótic� As células procarióticas distinguem-se das células eucarióticas por serem bastante simples, por não terem núcleo individualizado com membrana nuclear (o seu material genético encontra-se espalhado no citoplasma, sem qualquer organização) e pela ausência de organelos membranares (apenas têm ribossomas) no seu citoplasma. Célul� procariótic� 19 Célul� eucariótic� anima� *Nota: A forma desta célula depende da função que desempenha. Célul� eucariótic� vegeta� *Nota: A única parte de uma planta que não possui cloroplastos é a sua raiz. **Nota: Esta célula tende a apresentar uma forma poliédrica. Constituinte� básic� d� um� célul� ● Água (H2O) - 74% ○ É uma molécula polar que se liga a outras moléculas de água por pontes de hidrogénio, formando assim uma forte rede de moléculas. ○ Tem como funções vitais: 20 ■ Essencial nas reações de hidrólise; ■ Solvente universal, intervindo em diversas reações químicas; ■ Transporte de materiais nutritivos necessários às células e de produtos de excreção; ■ Regulação térmica (por exemplo, através do suor). ● Compostos orgânicos / Biomoléculas - 25% ○ São moléculas constituídas, essencialmente, de hidrogénio (H), de carbono (C) e de oxigénio (O), podendo também intervir átomos de nitrogénio (N), de fósforo (P) e de enxofre (S). ○ Os 25% de biomoléculas nas células correspondem a… ■ 16% de prótidos ■ 5% de ácidos nucleicos ■ 3% de lípidos ■ 1% de glícidos/hidratos de carbono ○ As biomoléculas são, geralmente, cadeias enormes formadas por unidades mais pequenas designadas de monómeros (molécula pequena que se liga covalentemente a outras para formar polímeros) que ligados entre si formam os polímeros (cadeia enorme e complexa formada de monómeros ligados entre si). ○ Aquando da junção de monómeros na formação de polímeros com libertação de uma molécula de água designa-se de reação de síntese/de polimerização/de condensação. ○ Aquando da desagregação dos monómeros de um polímeros com consumo de moléculas de água designa-se de reação de hidrólise/de despolimerização. ● Outras substâncias (como sais minerais) - 1% Hidrat� d� carbon� / Glícid� / Glúcid� ● Compostos ternários de fórmula geral CnH2nOn. ●São os primeiros compostos a serem queimados pelo organismo. ● Os seus monómeros são designados de monossacarídeos (oses). ● Os hidratos de carbono podem ser classificados em monossacarídeos (unidade base), oligossacarídeos (conjunto de dois a dez monossacarídeos ligados entre si através de ligações glicosídicas) e polissacarídeos (cadeias lineares ou ramificados de muitos monossacarídeos). Monossacarídeos ● Classificam-se conforme o número de átomos de carbono que tenham - trioses (3 carbonos), tetroses (4 carbonos), pentoses (5 carbonos), hexoses (6 carbonos), etc. ● Os monossacarídeos mais importantes são: ○ Hexoses - Glicose (principal fonte de energia das células), frutose (conhecida como o açúcar da fruta) e galactose. ○ Pentoses - Ribose e desoxirribose (tem menos um átomo de oxigénio que a ribose). Oligossacarídeos ● Classificam-se conforme o número de monossacarídeos que o constituem - dissacarídeos (2 monossacarídeos), trissacarídeos (3 monossacarídeos), etc. 21 ● Formam-se entre ligações glicosídicas entre dois grupos hidróxilo. ● Os dissacarídeos mais importantes são: ○ Maltose (glicose + glicose) ○ Sacarose (glicose + frutose) - conhecida como açúcar “normal” ○ Lactose (glicose + galactose) - conhecida como açúcar do leite Polissacarídeos ● Os polissacarídeos mais importantes são: ○ Celulose - reguladora intestinal + componente estrutural da parede celular das células eucarióticas vegetais ○ Amido - reserva energética das plantas ○ Gicogénio - reserva energética dos animais Funções dos glícidos Energética - na quebra de ligações liberta-se energia - alguns são reservas energéticas, como o amido, o glicogénio e a laminaria Estrutural - a celulose e a quitina são exemplos de glúcidos queconstituem células de alguns seres Reserva - açúcares de reserva, como a glicose Lípid� ● Os lípidos são formados basicamente por átomos de carbono, hidrogénio e oxigénio, mas contendo, geralmente, átomos de nitrogénio ou de enxofre ou de fósforo. ● São os segundos a serem queimados no organismo. ● Os seus monómeros são compostos por glicerol + ácidos gordos. ● Os lípidos podem-se classificar conforme as suas propriedades químicas: nos mais simples encontramos os triglicerídeos/gorduras e nos mais complexos os fosfolípidos. 22 Funções dos lípidos Energética - as gorduras são uma importante fonte de energia Estrutural - o colesterol e os fosfolípidos são exemplos de lípidos que fazem parte da constituição das membranas celulares Protetora e impermeabilidade - as ceras compõem a pele, os pêlos e as penas Vitamínica e hormonal - vitaminas A, D, E e K são constituídas por lípidos - estrogénio e testosterona têm composição lipídica Prótid� ● Compostos quaternários formados de carbono, hidrogénio, oxigénio e nitrogénio. ● Os seus monómeros são designados de aminoácidos. ● Dentro dos prótidos podemos encontrar os aminoácidos (unidade base), os péptidos (conjunto de dois ou mais aminoácidos que se ligam através de uma ligação peptídica, isto é, uma ligação entre o grupo amina de um aminoácido e o grupo carboxilo de outro aminoácido) e as proteínas (cadeias complexas de muitos aminoácidos ligadas entre si). ● Existem 20 aminoácidos essenciais à célula. Aminoácidos Todos os aminoácidos são constituídos por um grupo amina e por um grupo carboxilo, assim como por um radical variável específico de cada aminoácido. Péptidos ● Classificam-se conforme o número de aminoácidos por que são constituidos - dipéptidos (2 aminoácidos), tripéptidos (3 aminoácidos), oligopéptidos (2-20 aminoácidos) e polipéptidos (+ de 20 aminoácidos). Proteínas ● As proteínas podem apresentar diferentes estruturas: ○ Estrutura Primária - cadeia simples 23 ○ Estrutura Secundária ∝-hélice (das proteínas fibrosas) β-pregueada (como a seda aracnídea) ○ Estrutura Terciária ○ Estrutura Quaternária (como a hemoglobina) ● Desnaturação: Perda da função biológica da proteína por quebra de ligações de hidrogénio devido a alterações das condições ambientais, como o pH e a temperatura, sendo irreversível. Funções dos prótidos Enzimática algumas proteínas são biocatalisadores, como a sacarase Estrutural constitui todos os constituintes celulares Transporte transporte de iões e moléculas, como a hemoglobina Motora proteínas presentes nos músculos, como a actina e a miosina Hormonal a insulina e a adrenalina são exemplos de proteínas hormonais Imunológica os anticorpos têm constituição proteica Reserva alimentar a albumina do ovo é um exemplo de proteína Ácid� nucleic� ● Os monómeros dos ácidos nucleicos são designados de nucleótidos. ● Os seus polímeros, DNA/ADN e RNA/ARN, são macromoléculas formadas por nucleótidos ligados entre si através de ligações fosfodiéster (grupo fosfato de um liga-se à pentose do outro). Nucleótidos ● base azotada (anel duplo: guanina e adenina / anel simples: citosina, timina ou uracilo) ● pentose (ribose ou desoxirribose) ● grupo fosfato (torna a molécula ácida) 24 Ácidos nucleicos - DNA (Ácido desoxirribonucleico) ● O DNA apresenta como pentose a desoxirribose. ● As bases azotadas do DNA são adenina, timina, guanina e citosina. ● O DNA é formado por 2 cadeias polinucleotídicas unidas por pontes de hidrogénio entre as bases azotadas (adenina - timina ; guanina - citosina), formando cadeias que se enrolam em dupla hélice. ● O DNA é uma biomolécula envolvida no suporte da informação genética, visto que as sequências nucleotídicas do DNA correspondem aos genes que definem as características biológicas do ser vivo. *Nota: As características biológicas do DNA são únicas em cada pessoa. Ácidos nucleicos - RNA (Ácido ribonucleico) ● O RNA apresenta como pentose a ribose. ● As bases azotadas do RNA são adenina, uracilo, guanina e citosina. ● O RNA é formado por uma única cadeia polinucleotídica simples, formada pela união dos nucleótidos ligados entre si pelo grupo fosfato de um com a ribose do outro. ● O RNA é uma biomolécula envolvida, essencialmente, na cópia e transferência de informação genética. Funções dos ácidos nucleicos Genética detêm e transmitem a informação genética, intervindo na atividade celular Síntese proteica uma vez que tanto o DNA como RNA têm em parte composição proteica são utilizados na síntese proteica Sai� minerai� ● Os sais minerais são basicamente iões inorgânicos essenciais ao normal crescimento, funcionamento e reprodução dos organismos. É por isso que apesar da sua pouca abundância nos seres vivos, são muito importantes. Funções sais minerais Estrutural intervêm na formação da componente óssea e dos dentes, porexemplo o cálcio (Ca), o sódio (Na) e o potássio (K) Reguladora regulação de processos vitais, como o sódio (Na) e o potássio(K) no funcionamento das células nervosas Plástica/Construtiva atuam no crescimento e desenvolvimento de componentes do organismo, como o ferro (Fe) e o iodo (I) 25 Sere� heterotrófic� v� Sere� autotrófic� ● Seres heterotróficos: Estes seres produzem o seu alimento a partir de matéria orgânica já existente no meio ambiente (heterotrofia). ● Seres autotróficos: Estes seres produzem matéria orgânica, da qual se alimentam, a partir de matéria inorgânica por processos de fotossíntese ou de quimiossíntese (autotrofia). ○ Seres fotoautotróficos: Produzem o seu próprio alimento utilizando a luz do Sol como fonte de energia. Ex: algas, plantas, cianobactérias ○ Seres quimioautotróficos: Produzem o seu próprio alimento utilizando a energia química da oxidação de substâncias. Ex: bactérias nitrificantes ou sulfurosas ou ferrosas Model� d� Davso� � Daniell� (1935 / 1954) Em 1885 foi descoberta que a célula possui uma membrana celular/membrana plasmática responsável por delimitar o meio intracelular do meio extracelular, assim como é responsável por controlar a mobilização de substâncias para dentro e para fora da célula. Em 1935, Davson e Danielli apresentaram um modelo que admitia que… ● A membrana plasmática era composta por uma bicamada fosfolipídica em que as extremidades hidrofílicas (cabeças polares)estariam viradas tanto para o meio extracelular como para o meio intracelular, enquanto que as extremidades hidrofóbicas (caudas apolares) estariam viradas para o meio da camada. ● As camadas hidrofílicas, na superfície interna e na superfície externa, estariam ligadas a uma camada contínua de proteínas. No entanto, esta proposta não explicava a passagem de substâncias polares nem de iões. Desta forma, em 1954, Davson e Danielli acrescentaram novos dados ao modelo antes apresentado: a bicamada fosfolipídica era interrompida por poros (também eles revestido continuamente por proteínas) através dos quais passariam os iões e as moléculas polares, como os aminoácidos e a água ; as substâncias apolares pelo contrário atravessariam diretamente a bicamada de fosfolípidos. Model� d� m�aic� fluíd�(1972), d� Singer � Nicholso� Mais estudos sobre a membrana celular levaram à conclusão que era impossível haver uma camada contínua de proteínas, isto porque verificou-se que… - quando se sujeitavam as membranas a uma ação enzimática, a camada fosfolipídica era mais facilmente danificada do que as proteínas; - algumas proteínas se destacavam da membrana com facilidade, enquanto outras dificilmente conseguiam ser removidas; 26 - as proteínas da membrana apresentam regiões hidrofílicas e hidrofóbicas, pelo que, se a camada fosse contínua as regiões hidrofóbicas teriam de contactar com água. Singer e Nicholson propuseram, então, em 1972, o modelo do mosaico fluído, modelo atualmente aceite que explica a estrutura e as características da membrana plasmática. O modelo admitia que… ● A membrana plasmática era composta por uma bicamada fosfolipídica em que as extremidades hidrofílicas (cabeças polares) estariam viradas tanto para o meio extracelular como para o meio intracelular, enquanto que as extremidades hidrofóbicas (caudas apolares) estariam viradas para o meio da camada. ● A membrana celular é também constituída por proteínas intrínsecas/integradas (atravessam parcialmente ou totalmente a bicamada fosfolípidica) e por proteínas extrínsecas/periféricas (não atravessam a bicamada de fosfolípidos, encontrando-se ou na superfície interna ou na superfície externa), sendo que as proteínas apresentam mobilidade. ● Na superfície externa existem moléculas de glícidos associadas a moléculas de lípidos ou a moléculas de proteínas, formando, respetivamente, glicolípidos e glicoproteínas que têm como função o reconhecimento de substâncias. ● É possível, ainda, que haja colesterol no meio, tornando a membrana mais rígida. ● Para além disso, a membrana celular possui permeabilidade seletiva, isto é, a membrana tem a capacidade de facilitar, impedir e dificultar a passagem de certas substâncias. Transporte� transmembranare� Movimento Energia Transporte Caracterização Transporte não mediado (não há auxílio de proteínas da membrana) Transporte passivo (não há dispêndio de energia) Osmose (água) - O movimento da água ocorre do menos concentrado (meio hipotónico e de menor pressão osmótica) para o de maior concentração (meio hipertónico e de maior pressão osmótica). - Se os meios forem isotónicos (têm de igual concentração), então o fluxo de água que sai é igual ao fluxo de água que entra. - Se entra muita água (meio hipotónico) para dentro de uma célula eucariótica animal, esta fica túrgida, podendo sofrer lise celular (o volume tão grande do conteúdo celular que a membrana rebenta, destruindo a célula). - Se entra muita água (meio hipotónico) para dentro de uma célula eucariótica vegetal, esta fica túrgida, sofrendo apenas aumento do volume celular (a parede celular feita de celulose impede a lise nestas). 27 - Se há saída de água (meio hipertónico) da célula, então a célula sofre plasmólise, ficando plasmolisada (a célula enruga devido à retração do vacúolo/perda de volume celular). Difusão simples (moléculas apolares e gases) - O movimento ocorre a favor do gradiente de concentração (do meio hipertónico para o meio hipotónico). - Quanto maior for a diferença de concentração entre os meios, maior é a velocidade do transporte, sendo estes fatores diretamente proporcionais. Transporte mediado (há auxílio de proteínas da membrana) Difusão facilitada (aminoácidos, vitaminas e moléculas polares, como a glicose) - O movimento ocorre a favor do gradiente de concentração (do meio hipertónico para o meio hipotónico). - O transporte ocorre por intervenção de permeases (proteínas transportadoras): a substância liga-se à permease; depois a forma da permease altera-se para permitir o transporte da substância pela membrana; a permease volta à sua forma inicial. - A velocidade do transporte aumenta com a diferença de concentração entre os meios e é constante quando todas as permeases estiverem ocupadas. Transporte ativo (há dispêndio de energia) Transporte ativo (iões: Na+, Cl-, K+) - O movimento ocorre contra o gradiente de concentração (do meio hipotónico para o meio hipertónico). - No transporte existe intervenção de ATPases (proteínas transportadoras). Transporte em quantidade (mobilização de macromoléculas) Endocitose (macromoléculas, bactérias, gotículas de lípidos) A endocitose pode-se classificar em… - Fagocitose: A célula emite pseudópodes, isto é, prolongamentos da célula que envolvem as substâncias, dando origem a uma vesícula fagocítica/fagossoma no interior do citoplasma. - Pinocitose: Através de invaginações da membrana as moléculas dissolvidas em fluido extracelular são captadas pela célula, formando uma vesícula pinocítica. Exocitose (resíduos da digestão intracelular e produtos elaborados por células glandulares) Ocorre expulsão das substâncias para o exterior da célula através de um processo inverso à endocitose, isto é: vesículas de secreção no interior da célula movem-se para a membrana, fundindo com a mesma, sendo libertados os produtos para o meio extracelular. *1ª nota: A pressão osmótica corresponde à pressão necessária para contrabalançar a tendência da água se mover, da região onde há maior quantidade de moléculas de água para a região onde há menor quantidade de moléculas de água. 28 *2ª nota: Durante o movimento de água para dentro da célula, existe uma pressão de turgescência (pressão exercida pelo conteúdo celular sobre a parede celular) e uma pressão de parede (pressão em sentido contrário que condiciona a quantidade de água que penetra na célula impedindo o seu rebentamento). *3ª nota: A osmose também pode ser feita por transporte mediado, através de aquaporinas (proteínas responsáveis pelo movimento de água para dentro e fora da célula). *4ª nota: Na difusão facilitada os iões e as moléculas neutras tendem a atravessar a membrana por canais. Sistem� nerv�� & Neuróni� A coordenação de toda a atividade do corpo humano é da responsabilidade do sistema nervoso. O sistema nervoso subdivide-se em dois sistemas: ● Sistema nervoso central (SNC): É constituído pelo encéfalo (composto pelo cérebro, pelo cerebelo e pelo bolbo raquidiano), protegido pelo crânio, e pela medula espinhal, protegida pela coluna vertebral (sendo esta composta por muitas vértebras). O encéfalo na sua atividade envolve o pensamento, a memória e a vida afetiva, enquanto que a medula espinhal é responsável pela maioria dos atos reflexos (são involuntários). ● Sistema nervoso periférico (SNP): é constituído pelos nervos e pelos gânglios. As células do sistema nervoso são designadas de neurónios, e têm a seguinte constituição: - Corpo celular (Parte central da célula, contém o núcleo do neurónio, assim como grande parte do seu citoplasma com organelos.) - Dendrites (Prolongamentos citoplasmáticos finos e ramificados que recebem os impulsos nervosos de um outro neurónio ou do próprio meio.) - Axónio (Prolongamento celular responsável pela condução do impulso para o exterior do corpo celular.) - Telodendro/Arborização terminal (Prolongamentos do axónio responsáveis pela transmissão do impulso nervoso a outro neurónio ou a outro tipo de célula.) - Células de Schwann (Células que envolvemo axónio.) - Bainha de mielina (Substância lipídica/gordurosa, secretada pelas células de Schwann, que envolve o axónio, isolando-o e permitindo uma transmissão nervosa mais rápida ao longo do axónio.) - Nódulos de Ranvier (Interrupções na bainha de mielina, onde o impulso nervoso é regenerado.) - Fibra nervosa (Axónio + Bainha de mielina) - Nervo (Fibra nervosa envolvida por um tecido conjuntivo, isto é, camadas de células que unem, protegem e sustentam os nervos.) Conforme a função específica desempenhada conseguimos encontrar 3 tipos de neurónios: ● Neurónios sensitivos: Recebem a informação dos recetores sensoriais e transportam-na para o sistema nervoso central. 29 ● Neurónios de associação / Interneurónios: Localizam-se no encéfalo e na espinal medula (ou seja, no sistema nervoso central) e estabelecem a ligação entre os neurónios sensitivos e os neurónios motores. ● Neurónios motores: Transportam a informação desde o sistema nervoso central até aos órgãos efetores (músculos e glândulas). A função do neurónio é receber, transmitir e responder às mensagens que lhe são enviadas, sendo que estas mensagens (de origem eletroquímica) são designadas de impulsos nervosos ou influxos nervosos. *Nota: A metade direita do nosso corpo é coordenada pela metade esquerda do nosso cérebro, enquanto que a metade esquerda do nosso corpo é coordenada pela metade direita do nosso cérebro. Impuls� nerv�� No interior do neurónio, o impulso parte das dendrites para o corpo celular, em seguida passa para o axónio e, por último, atinge as telodendrites/arborização terminal. Quando a passagem do impulso nervoso é entre neurónios, o impulso parte da célula emissora para a célula recetora. A transmissão do impulso nervoso ocorre em três fases que se repetem ao longo do axónio a partir do corpo celular, sendo essas fases as seguintes: ● Potencial de repouso (cerca de -70 mV): Quando em repouso (o impulso nervoso não está a ser transmitido) há uma diferença de concentração de Na+ e Cl- (maior quantidade no meio extracelular) e K+ (maior quantidade no meio intracelular) dentro e fora da célula. Através das bombas de sódio e das bombas de potássio, por transporte ativo (gasto de ATP), os iões Na+ passam para o meio extracelular enquanto que os iões K+ para o meio intracelular, contrariando a difusão passiva destes iões. O neurónio tende a perder mais cargas positivas, acumulando carga negativa, porque há mais canais de K+ abertos do que de Na+, o que resulta em maior saída de iões K+ do que entrada de Na+, para além de que a bomba de sódio transporta 3 Na+ por 2 K+, pelo que a quantidade de potássio que sai da célula supera a quantidade de sódio que entra. ● Potencial de ação (cerca de +35 mV): Quando os neurónios são estimulados (o impulso nervoso propaga-se) dá-se a abertura dos canais de sódio o que leva à entrada rápida de iões Na+, por difusão facilitada, para o interior do axónio. Ocorre inversão da polaridade da membrana, com o meio intracelular agora mais positivo, (este processo designa-se de despolarização) até se atingir o pico do potencial de ação. Após atingir este pico, os canais de K+ (dependentes da voltagem - limiar da ação) abrem-se, enquanto que os canais de sódio fecham, verificando-se uma queda do potencial de membrana até ao valor de repouso (este processo designa-se de repolarização). Estas inversões da polaridade propagam-se ao longo do axónio, na forma de impulso nervoso. ● Sinapse: Quando o impulso nervoso atinge as extremidades do neurónio pré-sináptico, não lhe é possível passar diretamente para o neurónio seguinte, devido à fenda sináptica (espaço que separa dois neurónios), pelo que a mensagem elétrica é convertida em mensagem química (neurotransmissores). Formam-se vesículas, contendo os neurotransmissores, que fundem-se com a membrana do axónio, sendo libertados, por exocitose, para a fenda sináptica. Os neurotransmissores, ligam-se a recetores da membrana do neurónio pós-sináptico. Esta ligação provoca a sua ativação e a abertura dos canais de sódio, iniciando-se assim uma despolarização, que permite conduzir o impulso nervoso nessa célula. 30 *1ª nota: Nos neurónios com mielina, a condução do impulso nervoso é feita aos saltos, de nódulo em nódulo (condução saltatória), propagando-se muito mais rapidamente do que nos neurónios que não possuem mielina. *2ª nota: A sinapse pode ser química (descrito acima) ou elétrica. A sinapse elétrica é rara e simples, acontecendo quando os neurónios encontram-se em contacto, permitindo a transmissão do impulso nervoso de forma igual. Obtençã� d� matéri� pel� sere� heterotrófic� ● Ingestão: Entrada dos alimentos no organismo. ● Digestão: Transformação de grandes moléculas em moléculas mais simples, através de reações de hidrólise e da ação de enzimas. ○ Digestão intracelular ○ Digestão extracelular intracorporal ○ Digestão extracelular extracorporal ● Absorção: Passagem dos produtos digeridos para o sangue, para a linfa ou para o interior da célula. Digestã� intracelular Este tipo de digestão é característica de seres eucariontes unicelulares, como a paramécia, a hidra, a planária e a amiba. Este tipo de digestão ocorre no interior das célula através do seguinte processo: - No retículo endoplasmático rugoso são sintetizadas proteínas enzimáticas não funcionais que são transportadas para o Complexo de Golgi ou por vesículas de transporte ou por canais do retículo endoplasmático. - Já no Complexo de Golgi as proteínas enzimáticas (designadas de hidrolíticas) sofrem maturação que as torna funcionais. - As proteínas são transferidas para lisossomas que se fundem com vesículas endocíticas, dando origem a vacúolos digestivos onde ocorre a digestão intracelular. - As substâncias digeridas, após transporem a membrana do vacúolo digestivo por um dos transportes transmembranares, sofrem absorção no citosol. Já os resíduos da digestão sofrem exocitose, ou seja, são expulsos para o meio extracelular. *Nota: A digestão intracelular pode ser de heterofagia (digestão de vesículas endocíticas) ou de autofagia (digestão de organelos citoplasmáticos). 31 Digestã� �tracelular �tracorpora� Este tipo de digestão é característica dos fungos, como é o caso dos cogumelos. Este tipo de digestão ocorre no exterior do organismo através do seguinte processo: - O fungo elabora enzimas digestivas que são libertadas no substrato terrestre por ação de hifas (filamentos do talo do fungo). - Ocorre, então, digestão extracorporal na qual as enzimas simplificam as moléculas complexas do meio, resultando em glicose e aminoácidos, geralmente. - Essas substâncias são absorvidas pelas hifas para os fungos para a sua alimentação. Digestã� �tracelular intracorpora� Este tipo de digestão é característico da maioria dos animais, isto é, de seres heterotróficos e pluricelulares, sendo que este tipo de digestão ocorre no interior do organismo destes seres, em órgãos especializados e não exatamente nas células. Os animais podem ter um sistema digestivo constituído por uma simples e única cavidade gastrovascular ou por um tubo digestivo composto por vários órgãos especializados. No caso da hidra e da planária, visto que estas possuem uma única cavidade que funciona como boca e ânus dizemos que possuem um tubo digestivo incompleto. Já nos animais mais complexos, como a minhoca e o ser humano, possuem duas aberturas distintas, a boca e o anûs, pelo que têm um tubo digestivo completo. Sistema digestivo Ser vivo Características Vantagens Sistema digestivo incompleto Hidra + Planária A digestão extracelular ocorre na cavidade gastrovascular na qual são lançadas enzimas digestivas que transformam os alimentos em partículas mais simples. Estas partículas parcialmente digeridas são fagocitadas para células o que constitui a digestão dentro de vacúolos digestivos (digestão intracelular), ocorrendo posteriormente absorção por parte das restantes células do organismo através de processos de difusão. Na planária, a cavidade gastrovascular é ramificada, havendo umamaior área de digestão e de absorção, permitindo uma distribuição mais eficaz dos nutrientes por todas as células. Além disso, possui uma faringe que se projeta para fora, facilitando a ingestão e digestão dos alimentos. Sistema digestivo completo Minhoca Os alimentos são ingeridos na boca, passando pela faringe através de mecanismos de sucção causados pela contração dos músculos da parede da faringe, chegando ao esófago. Em seguida, o alimento é acumulado e humificado no papo até passar para a moela onde é triturado. O alimento já decomposto em partículas mais simples seguem para o intestino onde por ação de enzimas digestivas o alimento é digerido, sofrendo absorção das substâncias mais simples. Os resíduos são eliminados para o exterior pelo ânus. A minhoca possui uma prega no intestino, o tiflossole, que aumenta a área de absorção dos nutrientes. - Eficaz aproveitamento dos alimentos, visto que estes deslocam-se num único sentido, permitindo que a digestão e a absorção sejam sequenciais ao longo do tubo digestivo. - Existência de vários órgãos onde ocorre digestão mecânica e diferentes digestões químicas (devido à ação de diferentes enzimas/sucos). - É possível armazenar maior quantidade de alimentos. - Eficiente eliminação dos resíduos não digeridos pelo ânus. Homem Em todos os seres vertebrados, existem órgãos especializados em cada etapa do processo digestivo… - Boca: Os alimentos sofrem mastigação e ação da saliva levando à formação do bolo alimentar. O bolo alimentar através de movimentos peristálticos desce pelo esófago até ao 32 estômago. - Estômago: O bolo alimentar passa a quimo, devido aos movimentos peristálticos e à ação de enzimas específicas provenientes do suco gástrico. - Duodeno: Devido aos movimentos peristálticos e à ação de sucos digestivos (suco intestinal/entérico ; suco pancreático ; bílis) o quimo transforma-se em quilo - Vilosidades intestinais: Após a digestão, dá-se início à absorção no jejuno-íleo, sendo que as paredes deste são formadas por pregas/válvulas coniventes que possuem vilosidades intestinais que possuem microvilosidades, aumentando a superfície de absorção do intestino, facilitando assim a absorção dos nutrientes por difusão ou transporte ativo para o sangue ou para a linfa. - Intestino grosso: No cólon ascendente ocorre absorção de água e de alguns sais minerais. Já no cólon descendente há a formação de fezes (sólidas devido à absorção anterior), isto é, substâncias não digeridas nem absorvidas. - Reto: Ocorre aqui a acumulação de fezes que são posteriormente eliminadas pelo ânus para o meio externo. *1ª nota: A digestão divide-se em digestão mecânica (todos os processos em que por ação de forças e movimentos, os alimentos são divididos em partículas mais pequenas, como é o caso da mastigação e dos movimentos peristálticos) e em digestão química (todos os processos sujeitos à ação de enzimas que transformam polímeros em monómeros). *2ª nota: Existem diversas enzimas, presentes na saliva, no suco gástrico, no suco intestinal/entérico e no suco pancreático, que atuam ao longo da digestão: amilase (amido → maltose) ; pepsina (proteínas → polipéptidos) ; lipase (lípidos → ácidos gordos e glicerol) ; protéase (proteínas/polipéptidos → polipéptidos/aminoácidos) ; maltase (maltose → glicose + glicose) ; lactase (lactose → glicose + galactose) e sacarase (sacarose → glicose + frutose). Fot�síntes� ● Este processo ocorre exclusivamente nos seres que possuem pigmentos fotossintéticos (clorofilas e carotenoides, essencialmente) que absorvem a radiação luminosa para realizar a fotossíntese, e refletindo alguma. ● Os pigmentos fotossintéticos estão presentes, por exemplo, nos cloroplastos que são organelos que estão presentes nas células eucarióticas vegetais. ● Os cloroplastos são constituídos 2 membranas (uma interna e uma externa), tilacoides (estruturas em forma de disco), granum (empilhamento de tilacoides), estromas (espaço líquido entre granum) e pigmentos fotossintéticos (na membrana dos tilacoides). ● Os pigmentos fotossintéticos absorvem certos comprimentos de onda: as clorofilas (clorofila a + clorofila b) absorvem as radiações das faixas azul-violeta e vermelho-alaranjado e refletem o verde (daí que a maioria das plantas apresenta folhas verdes, porque é a radiação refletida e observada) ; os carotenoides (caroteno + xantofila) absorvem radiações azul-violeta e refletem o vermelho-alaranjado. ● A fotossíntese ocorre em duas etapas: a fase fotoquímica seguida da fase química. 33 Fot�síntes� - fas� fotoquímic� ● Esta fase depende totalmente da luz, ocorrendo, essencialmente, durante o dia. ● Ocorre na membrana dos tilacoides, onde se encontram os pigmentos. ● Esta fase envolve as seguintes etapas: ○ Fotólise/Oxidação da água: Na presença de luz, as moléculas de água dissociam-se, libertando oxigénio, hidrogénio (que será utilizado noutras etapas) e eletrões (a água é o dador primário de eletrões) - 2 H2O → O2 + 4 H+ + 4 e- ○ Oxidação dos pigmentos fotossintéticos: Quando os pigmentos fotossintéticos absorvem energia luminosa, estes ficam excitados e libertam eletrões que são transferidos para uma cadeia transportadora de eletrões, ficando oxidada. ○ Fosforilação de ADP: Ao longo da cadeia transportadora de eletrões ocorrem reações de oxidação-redução, havendo libertação de energia que é utilizada na fosforilação do ADP em ATP - ADP + P + energia → ATP + H 2O ○ Redução do NADP+: Os protões provenientes da fotólise da água, juntamente com eletrões provenientes das reações de oxidação-redução da fosforilação do ADP são fundamentais para reduzir uma molécula de NADP+ em NADPH2. - NADP+ + 2 H+ + 2 e- → NADPH2 *1ª nota: ATP (adenosina trifosfato) é a fonte direta de energia das células. Quando o ATP é hidrolisado dá origem a ADP (adenosina difosfato) e a um átomo de fósforo inativo, assim como liberta energia. *2ª nota: NADPH2 é o último aceitador e transportador de eletrões. Fot�síntes� - fas� químic� ● Esta fase ao contrário da fase química não necessita de luz para ocorrer, no entanto depende completamente da ocorrência da fase fotoquímica. ● Ocorre no estroma dos cloroplastos. ● Após a fixação do CO2 inicia-se o ciclo de Calvin: ○ 1ª fase: Ocorre fixação de CO2 nas moléculas de ribulose difosfato (RuDP), dando origem ao ácido fosfoglicérico (PGA). ○ 2ª fase: Ocorre a desfosforilação de ATP e oxidação da molécula de NADPH2, transformando-se o ácido fosfoglicérico (PGA) em fosfogliceraldeído (PGAL) , sendo parte deste utilizado na síntese de produtos orgânicos como glicose, lípidos e aminoácidos. ○ 3ª fase: Algumas moléculas de fosfogliceraldeído (PGAL) regeneram a ribulose monofosfato (RuMP) que associado à desfosforilação de ATP, resulta em ribulose difosfato (RuDP), sendo possível o ciclo recomeçar. 34 Fatore� qu� influencia� � fot�síntes� Quimi�síntes� ● Este processo ocorre em bactérias sulfurosas que habitam fontes termais e bactérias nitrificantes que habitam no solo terrestre. ● Não utiliza luz nem pigmentos fotossintéticos. ● Este processo envolve as seguintes fases: ○ Há oxidação de compostos inorgânicos que podem envolver enxofre (S), ferro (Fe) ou azoto/nitrogénio (N), servindo de fonte de energia e de dador inicial de e-/H+, permitindo-se a formação de moléculas de ATP e de NADPH 2. ○ Há formação de matéria orgânica através do ciclo de Calvin. Exemplo: 12 H2S + 6 CO2 → C6H12O6 + 6 S2 + 6 H2O Transport� d� matéri� na� planta� A história evolutiva das plantas está relacionada com as algas verdes multicelulares, seres ancestrais aquáticos. Estes seres por habitarem em ambiente aquático tinham uma maior facilidade no acesso a substâncias dissolvidas na água necessárias à sua sobrevivência. Desta forma, a adaptação ao meio terrestre, um ambiente com alguma dificuldade no acesso à água e por isso mais seco, foi algo bastante interessante e importante para a sobrevivência dos seres fotossintéticos. As plantas foram, gradualmente, mudando a sua estrutura física, de forma a conseguiremsobreviver no meio terrestre, originando-se, assim, dois grupos de plantas: as plantas não vasculares ou avasculares (que não apresentam tecidos especializados no transporte de substâncias, assegurando a sua sobrevivência por movimentos transmembranares, por exemplo, os musgos) e as plantas vasculares (que apresentam tecidos condutores que realizam a translocação da águas e dos minerais no interior da planta, por exemplo, os fetos e as plantas com sementes). As plantas vasculares possuem dois tipos de tecidos condutores especializados no transporte de substâncias, o xilema e o floema. Xilema Floema Os vasos xilémicos são constituídos por células mortas e lenhificadas, especializadas no transporte da seiva bruta ou xilémica (água e sais minerais absorvidos ao nível da epiderme da raiz da planta, especialmente através dos pelos Os tubos crivosos (separados por placas crivosas) são constituídos por células vivas e por células de companhia, especializadas no transporte da seiva elaborada ou floémica (água e compostos orgânicos, produzidos nas folhas durante a fotossíntese) que efetua um fluxo bidirecional, desde os locais de produção para 35 radiculares) que efetua um fluxo unidirecional desde a raiz até às folhas. os locais de consumo como desdes os locais de reserva para os locais de consumo. Em ambos os vasos condutores há existência de parênquima, isto é, um tecido vegetal que constitui a parte interna dos órgãos da planta (raiz, caule e folhas), sendo formados por células vivas que possuem parede celular celulósica. O parênquima localiza-se entre a epiderme e os tecidos condutores (floema e xilema), podendo desempenhar inúmeras funções: parênquima clorofilino que intervém na fotossíntese, visto que possui cloroplastos; parênquima de reserva, como é o caso do parênquima aquífero (armazenamento de água), do parênquima amilífero (armazenamento de amido) e do parênquima aerênquima (armazenamento de ar); entre outros. Este tecido é essencial ao bom funcionamento do órgão onde se encontra. Ao movimento da seiva xilémica e da seiva floémica, no interior da planta, através dos vasos de xilema e de floema, respetivamente, dá-se o nome de translocação. Este movimento ocorre tanto na raiz como no caule e nas folhas da planta, sendo que os vasos condutores associam-se em feixes com diferentes posições consoante o órgão da planta onde se localizam. Raiz Caule Folha - os feixes condutores localizam-se no cilindro central da raiz - os feixes são simples e alternos - os feixes são duplos e colaterais, estando dispostos em coroa circular - o xilema está orientado para o interior e o floema para o exterior - os feixes condutores são duplos e colaterais - o xilema está orientado para a página superior e o floema para a página inferior Constituiçã� d� um� folh� Uma folha possui na sua face externa (tanto superior como inferior) uma camada de células vivas que formam a epiderme. Na sua estrutura interna (entre as duas faces externas), a folha é composta por tecido clorofilino/mesófilo que é constituído por células vivas, uma parede celular fina, vacúolos desenvolvidos e muitos cloroplastos (permitindo uma enorme taxa de fotossíntese). O mesófilo mais junto à página inferior possui 36 lacunas o que permite o armazenamento de ar necessário à respiração da planta. O mesófilo é ainda atravessado pelas nervuras da folha, isto é, por tecidos vasculares, o xilema e o floema. Na epiderme, a folha possui ainda estomas, isto é, estruturas constituídas por duas células oclusivas/células-guarda que delimitam uma abertura, o ostíolo, que permite as trocas gasosas entre o meio exterior e o meio interior (mais exatamente entre a câmara estomática). Na epiderme apenas as células-guarda é que possuem cloroplastos, sendo que as restantes células epidérmicas são responsáveis pela impermeabilidade da folha, devido à existência de cutina nas suas cutículas. A�orçã� radicular A formação da seiva bruta acontece ao nível da raiz, onde a água entra para dentro da planta por movimentos de osmose, enquanto que os sais minerais/iões entram por difusão simples ou por transporte ativo. Os pelos radiculares (extensões epidérmicas da raiz de uma planta) são, particularmente, importantes, pois aumentam a área da raiz que está em contacto com o solo, permitindo uma maior absorção de substâncias do solo que entram para dentro da raiz e atingem os vasos xilémicos, formando a seiva xilémica. Transport� n� xilem� Ao longo dos anos têm sido apresentadas diversas teorias para o movimento do xilema, sendo importantes, essencialmente, as seguintes hipóteses: ● Hipótese da pressão radicular ○ Segundo esta teoria, devido à contínua acumulação de iões nas células da raiz por movimentos de transporte ativo há um aumento da concentração de soluto ao nível da raiz, levando à entrada de água por osmose. A entrada de água cria uma elevada pressão de turgescência que obriga a água a movimentar-se nos vasos xilémicos em sentido ascendente desde a raiz até às folhas da planta. ○ Se a pressão radicular for muito elevada, o movimento água pelos vasos xilémicos pode ser comprovado por fenómenos como a gutação (libertação de água sob a forma de gotículas ao nível das folhas) e a exsudação caulinar (podas tardias, verificando a saída de água pelas zonas de corte). ○ No entanto, esta hipótese não se conseguia aplicar a algumas árvores de grande porte e a plantas que não apresentam pressão radicular, como é o caso de algumas coníferas (grupo de árvores ao qual o pinheiro pertence). ● Hipótese da tensão-coesão-adesão ○ A água presente nas células do mesófilo é libertada para o exterior, por mecanismos de transpiração (associada à abertura dos ostíolos dos estomas), originando-se uma pressão negativa, isto porque aumenta a concentração de soluto nestas células, assim como a pressão osmótica. Esta pressão obriga o movimento da água, por osmose, do xilema (meio hipotónico) para as células do mesófilo (meio hipertónico), pelo que as células do xilema passam a sofrer uma tensão pela falta de água. ○ Devido à polaridade das moléculas de água, criam-se forças de coesão que as mantêm unidas umas às outras. As moléculas de água têm também forte afinidade com outras substâncias existentes nas paredes dos vasos xilémicos o que vai potenciar a adesão (entre 37 a água e o xilema) e formar uma coluna contínua de água. Estes fenómenos potenciam o movimento da água desde a raiz (maior potencial hídrico, devido à absorção radicular) até às folhas (menor potencial hídrico), isto é, em sentido ascendente. ○ A ascensão da água conduz a um défice de água nas células do xilema da raiz, favorecendo a entrada de água do meio exterior para o meio interior por mecanismos de osmose ao nível da raiz (absorção radicular). *Nota: Quanto maior for a rapidez da transpiração, maior será a velocidade da coluna de água até às folhas. Estoma� As células estomáticas têm a capacidade de controlar a quantidade de gases que entra e sai, pois tanto podem abrir como fechar, respetivamente. Os estomas estão sempre muito húmidos devido à movimentação de água desde a raiz, o que significa que estas células encontram-se túrgidas. No entanto, existem fatores que podem variar a turgescência dos estomas e consequentemente a abertura e o fecho dos ostíolos: ● Luz: A existência de luz provoca a ocorrência de fotossíntese, pelo que o ostíolo vai abrir para permitir as trocas gasosas necessárias para a fotossíntese acontecer, assim como para admitir algumas das substâncias produzidas, como a água. ● Concentração de CO2 e pH: Quanto maior é a concentração de dióxido de carbono, menor é o pH (ácido) do meio intracelular pelo que há saída de água e o fecho dos estomas. ● Humidade do ar e do solo: Quanto maior for a humidade do ar ou do solo, menor é a quantidade de água libertada por transpiração, pelo que os estomas abrem, admitindo mais água, ficando túrgidos. ● Vento: Se o vento for fraco ou moderado transportam facilmente partículas, como a água, e por isso os estomas abrem. Caso
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