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LT1_Psicologia_Positiva_C(1)

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Psicologia Positiva 
 
 
Unidade I 
 
 
Prof. José Bernardo Enéias de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Doutor em ciências sociais/antropologia – PUC-SP, com formação 
concentrada nos aspectos da antropologia social e psicológica e foco nas 
áreas da mudança e inovação e comportamentos e relações interpessoais 
direcionados para a gestão de negócios e administração de recursos 
humanos; Mestre em ciências sociais pela PUC-SP e graduado como 
psicólogo. Professor universitário nos cursos de graduação e MBA com 
ênfase em planejamento estratégico, psicologia organizacional, gestão de 
pessoas, formação de liderança, desenvolvimento organizacional, psicologia 
social, organizacional, marketing e outros. 
Trabalhou nas seguintes empresas com vínculo institucional como 
gestor de pessoas e na implantação dos subsistemas de recursos humanos: 
Votorantim Celulose e Papel S.A.; VPC; Grupo Saint Gobain; Cia Vidraria 
Santa Marina; Tapon Corona Metal Plástico Ltda. Desde o ano 2000 atua 
como consultor em empresas em desenvolvimento organizacional e mudança 
comportamental associados à gestão de negócios, gestão humana e 
planejamento estratégico. 
Trabalhou como expositor nacional e internacional nas universidades 
de Havana/Cuba – Tema: “Uma Introdução ao Enfoque Histórico e Cultural”; 
Universidade de Aveiro (Portugal) – Tema: “Educação e Trabalho”; 
Universidade Sorbonne (Paris) – Tema: “Estudos da Psicologia Social”; 
Universidade Autônoma (México) – Tema: “Tecnologia, Sociedade 
Innovación: Década para uma Educación para La Sostenibilidade”. 
Currículo Lattes: <http://lattes.cnpq.br/4587217718400332>. 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ............................. 3 
2 ESTUDO DA PSICOLOGIA POSITIVA ........................................... 9 
3 O MODELO P.E.R.M.A. ................................................................. 14 
4 ALGUMAS TÉCNICAS DA PSICOLOGIA POSITIVA: TÉCNICA DE 
GRATIDÃO, MINDFULNESS, FLOW ................................................. 17 
5 APLICAÇÃO DA PSICOLOGIA POSITIVA NAS ORGANIZAÇÕES ...... 26 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO AUTOR ....................................... 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
APRESENTAÇÃO DO LIVRO 
 
Este livro ao longo de sua pesquisa nos trará uma explicação sobre os novos 
paradigmas da psicologia tradicional com atenção à doença mental; Comportamento 
anormal dos indivíduos e grupos; Traumas; Sofrimentos e dores, enquanto que a 
psicologia positiva está dedicada à felicidade; bem-estar; Excepcionalidade, Forças e 
prosperidade, principalmente com foco na potencialidade do indivíduo em superar 
obstáculos e, mais ainda, evitar que coisas ruins se ocupem de nossas vidas 
Para desenvolvermos este livro texto, organizamos nossas ideias ao redor do 
novo modelo da psicologia, analisando, inicialmente, as bases teóricas construídas ao 
longo da história, cujas evolução dos modelos teóricos, seus fundadores e ideias, 
demonstraram o quanto o comportamento humano pode ser afetado por reações 
mentais e muitas vezes elaboradas por nossas “Fantasias mentais” ou influências de 
ambientes deteriorados, sejam pelas questões culturais e sociais ou, pela 
incompetência de um gestor, quando utiliza do autoritarismo ou a incompreensão da 
real condição humana, para o sucesso dos resultados. 
No decorrer da exposição contextual, estaremos apoiados em diferentes 
autores, cujas linhas de pensamento poderão ser divergentes em suas opiniões, 
justamente para instigar o leitor às reflexões pessoais e, posteriormente, centradas 
nos comentários deste texto e exposição prática, seja por situações do dia a dia e/ou 
experiência do autor. 
Todavia, em nossa análise, para não perder o foco do estudo da Psicologia 
Positiva, estaremos conduzindo nossas análises na psicologia humanista, a base da 
psicologia moderna, aquela capaz de neutralizar o sofrimento humano e prover a 
felicidade, como explica seus autores, os psicólogos Martin Seligman (1998) e Mihaly 
Csikszentmihalyi (2000). 
Sejam bem-vindos e boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA PSICOLOGIA 
 
O cenário econômico mundial segue contínuas mudanças gerando impactos, 
inclusive na saúde da população, alterando o comportamento e o modo de vida do ser 
humano, servindo de alerta a muitos pesquisadores da ciência do comportamento. 
Fazendo um estudo mais apurado, em quaisquer estudo sobre o 
comportamento humano, deve estar relacionado na gênese e desenvolvimento 
histórico das influências das três áreas que se interligam, como a economia, ciência 
que analisa a produção, distribuição e consumo de bens e serviços, num cenário 
globalizado e intenso na sua dinâmica, que por sua vez necessita da política, enquanto 
condutor do comportamento na sociedade ou um aglomerado de seres que convivem 
de forma organizada ou, pelos menos tentam. 
 É notório que as transformações sociais implicam no sistema organizacional e 
na gestão de pessoas, a partir quando influenciam nos resultados esperados na 
vantagem competitiva, no que tange a produtividade, além de ser forte fator que 
envolve a sustentabilidade econômica e social. 
Trata-se de um assunto de não menos importância, que deve ser estudado 
numa outra da psicologia, contemplada nas psicologias organizacional e social, ao 
fazer a análise do comportamento organizacional e social, envolvendo o ponto de 
equilíbrio entre o colaborador e as políticas das empresas, estabelecidas no seu “Core 
business” ou “Saúde da Empresa” ou mais próximo do negócio principal. 
Sem dúvida, o ser humano no status de colaborador, deve estar amplamente 
engajado nesse processo produtivo, condição que nos leva a apropriar da Psicologia 
Positiva enquanto ciência que estuda o Estado de Fluxo, os fatores que motivam e 
traz o alto desempenho da equipe. 
Em Kamei, H. (2018), mestre em psicologia social e do trabalho, comenta em 
seu livro Flow e psicologia Positiva: Estado de fluxo, motivação e alto desempenho 
comenta: 
 
“Em todas as épocas, o ser humano desejou e buscou a felicidade... e, 
durante muito tempo, a felicidade foi tema de reflexão apenas da Filosofia, 
mas nos últimos anos essa situação se modificou e hoje ela é objeto de 
pesquisa de diversas áreas da ciência, como a Psicologia, a Sociologia a 
Antropologia, a Economia, a Biologia e as chamadas Neurociências, sendo 
largamente estudada em países como os estados Unidos e Inglaterra...” 
 
Na figura 1 apresentamos as principais ciências que estudam o comportamento 
humano, a Sociologia, Antropologia e, ao tratar sobre a psicologia, fizemos três 
subdivisões a Psicologia Social; Psicologia Organizacional e a Psicologia que foge do 
modelo tradicional e cria novos paradigmas: A Psicologia Positiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Figura 1: (Fonte: Adaptado por Oliveira, JBE, 2020), 
 
 
Em Carpigiani (2002) “Psicologia: Raízes aos movimentos contemporâneos”, a 
figura 2, a seguir, expressa em breve resumo as reflexões abstratas da filosofia, sem 
o elemento empírico e o tratamento das reações humanizadas próprias da felicidade, 
conforme as reflexões acima de Kamer (2018). 
 
Figura 2: (Carpigiani, 2002, adaptado por Oliveira, JBE, 2020) 
 
 
 
5 
 
 
É importante comentar que o estudo evolutivo de quaisquer ciências, a história 
tem forte implicação nesse processo, pois através dela analisamos as mudanças e as 
intervenções sócio políticas econômicas, abordadas no início deste texto e, além 
disso, torna-se mais claro como os modelos teóricos da ciência da psicologia 
tradicional chega na compreensão da Psicologia Positiva, enquanto ciência moderna. 
Para tal nos apropriamos, novamente, das pesquisas da psicóloga Carpegiane 
(2000), adaptando suas análises ao propósito deste estudo, que discute a evolução 
das necessidades humana, sejam nas motivações intrínsecas ou extrínsecas, bem 
como as experiências e estudos adaptadosao cenário de cada época. 
Nessa direção, iniciamos na Pré-história, quando o ser humano usava a 
intuição e muitas vezes baseado em mitos e subjetividades, sem o uso da razão. De 
acordo com Carpigiane, 2002 (Apud citado por Severino, A.J. Filosofia. SP, 
Cortês,1992), faz a seguinte reflexão: 
 
“... o mito assume a forma de uma narrativa imaginária sobre o qual várias 
culturas procuram explicar a origem do universo, seu funcionamento, a 
origem dos homens, o funcionamento de seus costumes apelando para 
entidades sobrenaturais, superiores aos Homens; as forças e poderes 
misteriosos que definiram se destino...” 
 
Nesse tempo prevalecia a essência das coisas e como elas eram percebidas 
no mundo e, quando surgiam, não tinha explicação e eram tomadas como fenômeno 
sem nexo causal, ou seja, algo hipotético com vínculo a imaginação do indivíduo. 
O filósofo Edmund Husserl (1859-1938), que também trabalhava como 
matemático, cientista, pesquisador e professor das faculdades de Göttingen e 
Freiburg in Breisgau, na Alemanha, criou o conceito de fenomenologia: 
 
“... todos os fenômenos do mundo devem ser pensados a partir das 
percepções mentais de cada ser humano... a filosofia se pudesse ter as bases 
e condições de uma ciência rigorosa, um método científico é determinado por 
ser uma "verdade provisória", ou seja, algo que será considerado como 
verdadeiro até que um fato novo mostre o contrário, criando uma nova 
realidade...” (Livro: Husserl, E, A ideia da fenomenologia: Cinco lições, Vozes, 
2020). 
 
Ao avançar nesse pensamento da fenomenologia, Husserl (2020) entendia que 
“todos os fenômenos estão a partir das percepções mentais de cada ser humano”. Na 
psicologia, a fenomenologia baseia-se em um método que busca entender a vivência 
dos pacientes no mundo em que vivem, além de compreender como esses pacientes 
percebem o mundo a sua volta”. 
Numa análise mais profunda e ao tratar da Psicologia Positiva, o fenômeno é 
algo subjetivo e algo de nossa consciência, desenvolvido pela percepção ou estímulos 
que provocam nossa reação mental, sendo algo que só depende de nós. 
Na linha do tempo, a Idade Antiga (Século 6 a.C.) dá início a mãe de todas as 
ciências: A Filosofia, em busca da explicação da verdade, ou seja, a Razão. 
A seguir, a Idade Média (Século 15 ao 16), através da teologia, a igreja 
determina a “verdade” através da Fé, um fenômeno de conhecimento espiritual que 
faz parte da essência humana ou algo intuitivo, místico através do conhecimento 
pessoal, supostamente leva à salvação e o conhecimento divino traça um caminho 
para atingir um conhecimento mais profundo da realidade do mundo. 
Idade Moderna (Século 17) acontece a Revolução Científica com a produção 
do conhecimento fundamentado na razão. 
6 
 
 
A Idade Moderna (Século 18;19;20), faz surgir a transformação social, trazendo 
à tona a necessidade do conhecimento emancipatório e, por que não dizer, o início da 
transformação Transcendente que tenta demonstrar uma nova realidade que 
está além dos limites convencionais do ser humano, levando a fobias sociais e outros 
transtornos mentais de neurose, depressão, estresses, etc. 
A partir de modelos teóricos psicológicos a ser analisados a seguir, verifica-se 
qual a adequada terapia, para orientação, individual ou grupal. Os modelos teóricos 
da psicologia permitem ter um conhecimento do homem, sobre suas emoções, 
sentimentos, aprendizagem e desenvolvimento. 
Antes de analisar os modelos teóricos da psicologia, seus fundadores e 
principais ideias, é importante conhecer as ideias que deram origem a filosofia 
moderna e, consequentemente, a fundamentação dos fenômenos e métodos 
científicos da ciência: 
 
● René Descartes (1596-1650) estabelece métodos e regras para a 
construção do conhecimento científico. 
● Georg Hegel (1770 – 1831) Através da filosofia discute a compreensão 
do homem: Existencialismo (História do homem) e a Fenomenologia 
(Essência do ser humano). 
● August Comte (1798-1857) nega os conhecimentos ligados as crenças, 
superstição ou qualquer outro que não possa ser comprovado 
cientificamente. 
Nas figuras de número 3 ao número 8, tentamos agrupar numa sequência 
cronológica a evolução dos modelos teóricos da psicologia e seus fundadores e 
principais ideias (Carpigiane, B, 2002, adaptado por Oliveira, J.B.2020): 
 
Figura 3: (Carpigiane, B, 2002, adaptado por Oliveira, J.B.2020) 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
Figura 4: (Carpigiane, B, 2002, adaptado por Oliveira, J.B.2020) 
 
 
 
Figura 5: (Carpigiane, B, 2002, adaptado por Oliveira, J.B.2020) 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
Figura 6: (Carpigiane, B, 2002, adaptado por Oliveira, J.B.2020) 
 
 
 
Figura 7: (Carpigiane, B, 2002, adaptado por Oliveira, J.B.2020) 
 
 
 
 
9 
 
 
2 ESTUDO DA PSICOLOGIA POSITIVA 
 
A ciência do comportamento merece especial atenção, pois engloba outras 
disciplinas, como explica Kamel (2018), quando trata sobre a felicidade ao buscar 
entender os processos de interação entre o mundo interno e externo onde 
determinado organismo se encontra e passa a ser investigado, levando em conta a 
sua adaptação e intervenção do meio que vive. 
A complexidade desse processo sobre o comportamento humano, envolve a 
prática de gestão de pessoas no que tange a saúde mental do colaborador e os 
resultados que levam a produtividade nas organizações. Os profissionais da área 
consideram que o bem-estar é a principal condição que leva Qualidade de Vida do 
Trabalho e, em consequência são os resultados positivos nas metas a serem 
alcançadas no plano de negócio. 
Ao colocar em discussão as teorias motivacionais tradicionais, Globalização e 
domínio do sistema capitalista: Psicologia Humanista, na década de 80, com ênfase 
na análise do comportamento humano, mais especificamente ao estado emocional, 
voltou a um estudo sobre a insatisfação da pessoa através do psicólogo Maslow (1908 
-1970), fundador da Psicologia humanista, investiu na sua teoria da motivação 
através da tese: “Pensamentos e emoções, transpõe barreiras (Motivação)”, a qual 
passou a estudar os fenômenos da psicologia humanista como ciência e da essência 
do ser humano e, mais tarde, os princípios da felicidade. 
Na figura 8, sintetizamos a modernização das Teorias da Motivação ou 
Ativação, através da motivação intrínseca (Felicidade; Bem-estar; Status; Poder; 
Beleza; Satisfação e outros) e, a Motivação Extrínseca (Moradia; Saúde; Renda; 
Carro; Escolaridade e outros) que atende a escala das necessidades humanas em 
busca da felicidade. 
 
Figura 8: (Adaptado por Oliveira, J.B.E, 2020) 
 
 
 
10 
 
 
Atualmente se busca explicações sobre a felicidade e, de certa forma, levando 
a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1998) explicar: 
 
“...A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como 
a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, 
mental e social. Essa definição, até avançada para a época em que foi 
realizada, é, no momento, irreal, ultrapassada e unilateral. *.... Não se deseja, 
enfocar o subjetivismo que tanto a expressão "perfeição", como "bem-estar" 
trazem em seu bojo. Mas, ainda que se recorra a conceitos "externos" de 
avaliação (é assim que se trabalha em Saúde Coletiva), a "perfeição" não é 
definível. Se se trabalhar com um referencial "objetivista", isto é, com uma 
avaliação do grau de perfeição, bem-estar ou felicidade de um sujeito externa 
a ele próprio, estar-se-á automaticamente elevando os termos perfeição, 
bem-estar ou felicidade as categorias que existem por si mesmas e não estão 
sujeitas a uma descrição dentro de um contexto que lhes empreste sentido, 
a partir da linguagem e da experiência íntima do sujeito. Só poder-se-ia assim 
falar de bem-estar, felicidade ou perfeição para um sujeito que, dentro de 
suas crenças e valores, desse sentido de tal uso semântico e, portanto, o 
legitimasse. 
Por outro lado, a angústia (com oscilações), tendo essa angústia repercussão 
somática maior ou menor(por exemplo, um cólon irritativo ou uma gastrite), 
configura situação habitual, inerente às próprias condições do ser humano. 
Divergir de posturas da sociedade, e até marginalizar-se ou de ser 
marginalizado frente a essa mesma sociedade, não obstante o sofrimento 
que essas situações trazem, é comum e até desejável para o homem 
sintonizado com o ambiente em que vive. Freud, em mais de uma 
oportunidade, procurou mostrar como a perfeita felicidade de um indivíduo 
dentro da civilização constitui algo impossível. Para ele, a civilização passou 
a existir quando os homens fizeram um pacto entre si, pelo qual trocaram uma 
parcela de sua liberdade pulsional por um pouco de segurança. Desta forma, 
a própria organização social e a condição mesma da existência do homem 
em grupos baseiam-se em uma renúncia que, ainda que assegure ao 
indivíduo certos benefícios, gera um constante sentimento de "mal-estar". 
Desta condição não se pode fugir, donde resulta que entre indivíduo e 
civilização sempre haverá uma zona de tensão. Pode-se, inclusive, situar o 
mal-estar em um momento anterior ao da constituição dessa "civilização" de 
que se fala Freud. Afinal, o homem a construiu exatamente para escapar ao 
incômodo da insegurança em que vivia, decorrente de sua exposição a um 
estado de coisas não exatamente sem leis, mas ditado pela lei do mais forte, 
que não deixa de ser uma espécie de lei, ainda que selvagem e injusta. .... 
Recentemente, médicos dos EUA criaram uma entidade nosológica e até lhe 
deram um C.I.D.: é a "síndrome da felicidade", incompatível com a situação 
do homem, com suas dificuldades, dúvidas, medos e incertezas. Seria dessa 
"felicidade" que a OMS tiraria seus parâmetros para caracterizar o "perfeito 
bem-estar mental"? (SAÚDE PÚBLICA,1997). 
 
Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu (1930-2002), existem quatro tipos de 
capital que contribuem para a reprodução social na sociedade: capital econômico, 
capital cultural, capital social e capital simbólico, passado de geração em geração e 
mantém as pessoas na busca de uma classe social ou reproduzindo a desigualdade. 
 
Os quatro tipos de capital são: 
● Capital econômico: a renda e a riqueza correspondem a reprodução 
social; 
● Capital cultural: a perspectiva, as crenças, o conhecimento e as 
habilidades compartilhadas que são transmitidas entre as gerações, que 
podem, por sua vez, influenciar o capital humano; 
11 
 
 
● Capital humano: a educação e a capacitação profissional que uma 
pessoa recebe e que contribui para a probabilidade de ela adquirir capital 
social; 
● Capital social: a rede social a que se pertence e que pode influenciar 
muito a capacidade de encontrar oportunidades, especialmente 
emprego. 
 
A modernidade cujo cenário identificado por constantes transformações e 
mudanças, faz a sociedade buscar alternativas para vantagem competitiva e seu 
principal elemento o ser humano busca a ativação das conquistas e o intenso 
processo de adaptação a este cenário. 
 Dessa forma ao procurar entender o papel da Neurociência a psicologia não é 
apenas a prevenção e cura, estabelecer um comportamento e a saúde mental do ser 
humano. Não só a patologia, mas os fatores sobre suas virtudes e potenciais que 
regularizam seu estado mental, promovidos pela Neuroplasticidade cerebral (Kolb & 
Whishaw, 1999) nos processos de adaptação e, como pode ser visto na figura 9, 
fazemos uma correlação entre a Reprodução social do sociólogo Pierre Bourdieu 
(1982) e o desenvolvimento humano ativado pela motivação e neuroplasticidade, 
vimos o direcionamento das motivações intrínsecas e extrínsecas, numa linha 
ascendente onde, conforme o leque se abre na referência das duas retas vertical, o 
ciclo de vida da pessoa e horizontal, o desenvolvimento humano e, através de novas 
competências mediante aprendizados e a utilização do potencial, descrito pela 
Psicologia Positiva, como o emprego das Virtudes e Forças existentes em cada um 
de nós. 
Podemos entender que as forças e virtudes existem em cada célula nervosa de 
nosso cérebro, os neurônios que, quanto mais utilizarmos, mas aumenta a nossa 
potencialidade para lidar com as adversidades. Como a figura demonstra, temos cerca 
de 86 bilhões de neurônios no cérebro e apenas utilizamos 30% durante toda nossa 
vida e os outros 70% morrem conosco se não for utilizado (Kolb & Whishaw, 1999). 
 
 
12 
 
 
Figura 9: (Kolb & Whishaw, 1999/. Pierre Bourdieu, 1982, adaptado por Oliveira, 
JBE,2020) 
 
. 
Dessa forma, a psicologia moderna desenvolve um novo conceito que estuda 
as características positivas dos seres humanos, promotoras de saúde, alto 
desempenho, motivação e estado de fluxo, em outras palavras, representada pela 
Psicologia Positiva. 
Em 1998, o psicólogo Martin Seligman assumindo a presidência da American 
Psychological Association, Seligman iniciou movimento denominado Psicologia 
Positiva, que visa oferecer nova abordagem às potencialidades e virtudes humanas, 
estudando as condições e processos que contribuem para a prosperidade dos 
indivíduos e, consecutivamente das empresas, a partir quando essas oferecem um 
ambiente positivo. Troca os estudos dos transtornos mentais, para as emoções 
positivas que levam a pessoa ter felicidade. 
Em 2000, Mihaly Csiszentmihalyi, define a teoria das experiências positivas de 
fluxo na consciência ou Flow e estados mentais positivos. 
Resumidamente essas teorias podem ser verificadas na figura 10, de forma 
resumida e didática seus principais pilares: 
 
 
13 
 
 
Figura 10: Kamei, H. 2018, adaptado por Oliveira J.B.E,2020) 
 
 
 
O estudo das reações do ser humano está representado nos sentimentos e 
angústias, que também podem ser analisadas em seu potencial com o propósito de 
alterar as condições humanas. Tradicionalmente, a Psicologia preocupou-se em 
investigar patologias da saúde mental, menosprezando os aspectos saudáveis dos 
seres humanos. 
Nessa direção, inicia a discussão da nova proposta científica, que promete 
melhorar a qualidade de vida das pessoas e prevenir patologias. Essa abordagem traz 
à tona a capacidade do ser humano quanto a sua autonomia e capacidade de adaptar-
se a qualquer situação no que tange a capacidade ação humana na busca de 
resultados positivos e suas virtudes. 
Assim os psicólogos Seligman e Mihaly Csiszentmihalyi passam a estudar uma 
ciência do comportamento, que olhasse para o lado positivo do ser humano, focando 
a prevenção e a cura numa psicologia promotora de saúde, qualidade de vida; 
bem-estar subjetivo e satisfação. 
 
“A psicologia positiva é um movimento recente dentro da ciência psicológica 
que visa fazer com que os psicólogos contemporâneos adotem "uma visão 
mais aberta e apreciativa dos potenciais, das motivações e das capacidades 
humanas" enfatizando mais a busca pela felicidade humana.... Para algumas 
pessoas, a felicidade plena é algo impossível de se atingir, porém, a 
Psicologia Positiva sugere que a felicidade é alcançável, com o resultado 
natural da construção de nosso bem-estar e a satisfação com a vida, ou seja, 
“A teoria da felicidade” (SHELDON & KING, 2001) 
 
 
14 
 
 
3 O MODELO P.E.R.M.A. 
 
O Master Coach Senior José Roberto Marques, J.R. (2016), criador da 
Metodologia Self Coaching, escritor, fundador e Presidente do Instituto Brasileiro de 
Coaching – IBC, faz uma breve exposição do modelo P.E.R.M.A., desenvolvido por 
Seligman, quando é possível construir o bem-estar. 
 
Positive Emotion (emoção positiva): As emoções positivas estão entre os 
diversos elementos que compõem a felicidade e bem-estar. O prazer se 
relaciona com a satisfação das necessidades físicas, como a fome, a sede, 
ou tirar um longo sono depois de um dia difícil, a diversão vem de estímulos 
intelectuais e da criatividade. Prazer também envolve ser intelectualmente 
desafiado e enfrentar estes desafios. Ao sermos indagados sobre a nossa 
satisfação com a vida, nossas respostas variam de acordo com o humor que 
estamos naquele momento.Se nós estamos com pensamento positivo, 
somos capazes de olhar para o passado com alegria, almejar um futuro e até 
mesmo desfrutar do presente. 
Engagement (compromisso/engajamento) Mihaly Csikszentmihalyi, um dos 
fundadores da Psicologia Positiva, é um grande pesquisador dessa área. 
Definiu o flow (Estado de fluxo) que, na dimensão de absorção, aproxima-se 
de engagement (compromisso), que representa um estado de atenção 
focada, caracterizada por uma mente clara em harmonia com o corpo, 
concentração sem esforço, perda de autoconsciência, atemporalidade e 
prazer intrínseco. 
Relationship (relacionamento): Nós temos a necessidade de nos 
envolvermos com os outros, amar, nos relacionarmos física e 
emocionalmente. Ao construirmos uma rede de relações fortes, melhoramos 
nosso bem-estar. 
O ser humano depende de pessoas ao redor para ajudar a manter o equilíbrio 
na vida. Quando estamos sozinhos, costumamos perder a perspectiva sobre 
o mundo, e não compartilhamos dos problemas e pensamentos. Mas quando 
deixamos outras pessoas se aproximarem, mudamos esse quadro e 
começamos a nos ver em um relacionamento saudável, onde, há confiança 
e sentimentos mútuos. 
Meaning (significado ou propósito) A verdadeira felicidade vem de criar e 
fazer a vida ter sentido, ao invés da busca do prazer e da riqueza. Amar e ser 
amado é um fenômeno significativo 
Accomplishment (realizações): Um trabalho sobre determinação, a habilidade 
de se apegar a alguma coisa e perseverar por um longo período, mesmo 
quando o trabalho em si fica muito difícil. Em determinados momentos de 
nossas vidas escutamos a máxima “Ganhar não é tudo”. Apesar de ser uma 
armação que precisamos aceitar, sentimos a necessidade de ganhar algumas 
vezes, mas devemos aproveitar o “jogo”. Ter objetivos explícitos na vida, 
mesmo pequenos como a leitura por uma hora, todos os dias, e fazer esforços 
para alcançá-los, são importantes para o bem-estar e felicidade. (MARQUES, 
2016) 
 
Para nossa reflexão, muitos de nós temos uma tendência a esperar o pior, 
“criando fantasias na cabeça” e só conseguindo enxergar o lado negativo, condição 
que nos leva a evitar situações para não correr riscos. 
O método P.E.R.M.A., é um modelo que busca a teoria da felicidade 
desenvolvido por Seligman, quando é possível construir o bem-estar e a satisfação de 
qualquer pessoa. Todos nós temos a propriedade interna de investigar e incentivar o 
desenvolvimento e potencialização das habilidades. 
Esse modelo apesar de ser simples, nem todos conseguem ter resiliência, 
considerando ser o propósito desse método, se tornando complexo, pois durante 
15 
 
 
nossas vidas nem todo mundo aprendeu a retomada do equilíbrio diante as 
adversidades encontradas. 
A seguir, na figura 11, redirecionamos, de maneira mais prática, o que 
queremos falar sobre esse modelo P.E.R.M.A. desenvolvido por Seligman quando é 
possível construir o bem-estar no processo de adaptação e/ou mudança, seguindo o 
objeto de estudo da psicologia positiva no desenvolvimento das emoções e atitudes 
positivas. 
O leitor vai perceber a inclusão da “Letra V – Vitalidade”, como um novo 
elemento nesse modelo da teoria da felicidade: 
 
Figura 11: (Fonte: Martin Seligman, livro “Florescer – Uma nova compreensão 
Sobre a natureza, RJ, 2021, adaptado por Oliveira, JBE, 2020. 
 
 
 
A pesquisa em Psicologia Positiva identificou habilidades para a resiliência e 
exercícios para impulsionar a nossa experiência em emoções positivas. Quando 
estamos ociosos, sentimo-nos inúteis e entediados. Mas quando nos envolvemos com 
nossa vida reproduzida na nossa vocação, ganhamos impulso e foco, entrando em 
estado de flow. A Psicologia Positiva identifica e cultiva nossas forças, virtudes e 
talentos, fortalecendo a capacidade de flow. 
Em Kamei, H (2018), apud Csikszentmihalyi, Flow é: 
 
“...é um estado mental onde o corpo e a mente fluem em perfeita harmonia 
(“Focado”), caracterizado por alta motivação, alta concentração, alta energia 
e alto desempenho. A pessoa entra em FLOW quando está fazendo aquilo 
que mais gosta de fazer, levando à motivação e engajamento” 
 
Assim, o estado de Flow trabalha com a perspectiva de que o engajamento é o 
envolvimento consciente em alguma ocupação, associado ao desafio criativo, físico 
ou intelectual (Motivação). A Motivação são desafios, impactando na autoconfiança e 
a influência positiva sobre a atenção, o aprendizado e a memória, reduzindo (Ou 
estabilizando) níveis de estresse, depressão e ansiedade”. 
16 
 
 
Ao longo de nossas vidas, adquirimos habilidades, provocados pelo ambiente 
e/ou através de nossas necessidades que depende de: Nexo causal” (Relação causa 
e efeito) e “Natureza Humana” (Fator genético sujeito as mudanças constantes). 
Estudos sobre os fenômenos e impactos das emoções positivas na vida das 
pessoas, foram desenvolvidos alguns termos importantes para a interpretação da 
psicologia Positiva, sintetizados a seguir: 
● “Estado de flow”, ou Fluxo (do inglês: flow) é um estado mental de 
engajamento; 
● “Mindfulness” (Atenção Plena) é a meditação com o foco de Afastar 
sentimentos passados, para viver plenamente a situação presente; 
● Psicologia preventiva está atrelado ao ambiente positivo, cuja ação do 
gestor ou coaching neutralizam as emoções negativas; 
● “Resiliência” é a retomada do equilíbrio, termo importante atrelado a 
pratica da psicologia Positiva. 
Para Portella, M. (2018): 
 
“A resiliência, pode ser descrita, como a capacidade de resistir e lidar bem 
com a adversidade. A resiliência possui dois aspectos essenciais: 
continuidade e recuperação na eventualidade de uma adversidade ou 
mudança”. 
 
Portella, apud Zolli, 2013, entende que: 
 
“... a resiliência psíquica pessoal é mais disseminada e passível de 
transmissão do que se costumava pensar. Essa tem raízes, não apenas nas 
crenças, valores, personalidade, genes, mas substancialmente em nossos 
hábitos mentais, que podem ser cultivados e/ou modificados... (Zolli, 2013)”. 
 
As pessoas conseguem reavaliar das situações que interferem no desequilíbrio e 
emoções por ele provocadas, assim, as crenças para ocorrência da resiliência 
permitem reavaliações das situações e nesse entendimento, buscamos em Portella 
(2018) os sistemas de crenças intitulado pela autora, elencados a seguir: 
● crença de que é possível encontrar um significado na vida; 
● crença de que pode influenciar no seu meio ambiente e nos acontecimentos; 
● crença de que as experiências positivas e negativas levam ao crescimento e 
aprendizado 
Estabelecer metas e planejar o futuro são fatores que podem ajudar a lidar com as 
adversidades, bem como a capacidade de acreditar em si mesmo e reconhecer as 
próprias qualidades. É errado afirmar que as pessoas resilientes não experimentam 
emoções negativas ou sofrimento psicológico. Pelo contrário, experimentam 
sofrimento e dor emocional, no entanto não ficam ruminando sua dor. 
Portella finaliza (2018) 
 
“...Muitos autores em suas pesquisas indicam que a resiliência pode ser 
aprendi- da, sendo que os programas existentes na atualidade que visam 
promover a mesma destacam: a promoção das competências sociais, 
emocionais e cognitivas; estímulo à autodeterminação; criação e recompensa 
dos vínculos; construção de crenças voltadas para o futuro e reconhecimento 
de comportamentos positivos e funcionais...” 
 
17 
 
 
4 ALGUMAS TÉCNICAS DA PSICOLOGIA POSITIVA: TÉCNICA DE 
GRATIDÃO, MINDFULNESS, FLOW 
 
● Técnica de gratidão: Essa técnica é muito simples e proporciona um 
aumento visível da positividade nos praticantes. Por uma semana, 
reserve alguns minutos no final da sua rotina para pensar em três bons 
acontecimentos do seu dia (Ganhar o desenho do filho; Comer um 
pedaço de bolo ou ouvir uma música que faça feliz. Após, reflita e 
pergunte: “Por que isso aconteceu?”. No exemplo do desenho, essa 
resposta pode ser: “porque meu filho tem muito carinho por mim. 
Procure manter esse hábito. No final do período, vocêvai notar o quanto 
a sua vida se tornou mais positiva e leve. 
● Mindfulness: É uma técnica de meditação, que consiste em ter atenção 
no presente e se concentrar no que está sentido no momento. Há várias 
formas de praticar o Mindfulness além da meditação tradicional, como 
ao caminhar ou fazer uma atividade que você gosta. 
● Flow (Fluidez): O flow é um momento de imersão em uma experiência 
que nos faz bem, a ponto de esquecer o tempo e os problemas. Com 
isso poderá ter maior dimensão das emoções, se autoconhecer e 
aumentar o seu poder de concentração. “Para Kamei, Helder, 2018, tem 
como pressuposto de que qualquer atividade que traga grande 
satisfação motiva o indivíduo a repeti-la”. Um dos conceitos da psicologia 
positiva, que é o estado de flow, pode ser entendido como ter controle 
da própria vida, ações e, ao mesmo tempo, estar imerso na atividade 
que se está realizando no momento. 
 
Segundo os estudos do psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, para haver um 
estado real de flow, o nível do desafio e as competências devem estar em plena 
harmonia (Kamei, Helder, 2018). Neste sentido o psicólogo definiu três estágios 
distintos para entender os índices de satisfação dos indivíduos: 
 
● O desafio está num nível superior às habilidades da pessoa, ela acaba 
ficando ansiosa e insegura. 
● Quando a pessoa possui mais habilidades do que o desafio demanda, o 
indivíduo sente-se entediado e desmotivado para a tarefa. 
● Quando a pessoa encontra um ambiente onde sua habilidade, 
conhecimentos, competências são compatíveis com os desafios 
apresentados, ela entra em flow. 
 
Para os psicólogos Seligman e Csikszentmihalyi (2000) defendem a psicologia 
humanista, cuja ação só se dá de forma positiva, mas o homem pode realizar 
resultados destrutivos. Portanto a ação de qualquer comportamento é o resultado do 
fluxo que demanda a atenção e motivação, levando a resultados construtivos ou 
destrutivos. O papel da psicologia como um todo, é ajudar as pessoas a serem felizes. 
Para Seligman (2003), nas suas pesquisas, a natureza humana, perfil 
encontrado em quase todas as culturas, daí a nossa análise inicial, quando 
apresentamos a interdisciplinaridade entre a psicologia, sociologia e antropologia para 
o estudo da condição e natureza humana. 
O autor, de modo universal, nas pesquisas existe seis virtudes encontradas em 
diferentes culturas, onde a psicologia positiva define como característica no 
18 
 
 
desenvolvimento humano, tais como: Sabedoria; Coragem; Humanidade; Justiça; 
temperamento e Transcendência. 
A psicologia positiva está alinhada com a qualidade de vida da pessoa. Ao 
analisar sob o ponto vista da Organização Mundial da Saúde – OMS tem a haver com 
a dimensão da Saúde física; Saúde psicológica; Aspectos de mobilidade e/ou 
cuidados médicos; relações sociais e meio ambientes. 
Todavia, quanto mais desenvolvemos este estudo, mais verificamos a sua 
complexidade de entendimento, primeiro pela subjetividade e segundo pela amplitude 
de diferentes comportamentos a ser analisado, pois aqui estamos tratando de 
indivíduos com características especificas que cada reação depende dela mesmo. 
Portanto, não existem padrões de comportamento e reações, daí a classificação de 
indivíduo único, seu intrínseco e sua felicidade, o qual é o objetivo principal de análise 
da Psicologia Positiva.... 
Tal abordagem, na nossa visão são eventos singulares desenvolvidos no dia-
a-dia e para dar um rumo a esta análise e organizar nosso pensamento, quanto à 
capacidade e autonomia da pessoa em transformar e neutralizar a visão de 
incapacidade e improdutividade, elaboramos um gráfico do processo na sequência de 
ações (Ação 1; Ação 2;... Ação “N”), através dos processos mentais, que ocorre a 
“mediação” entre a vontade e os objetivos a serem atingidos, sob influência do 
conhecimento e do contínuo aprendizado que leva às “novas habilidades” 
(Oliveira,JBE,2014). 
Esta mediação ocorre durante o “diálogo” da nossa vontade em superar os 
medos da “impossibilidade”, coordenado pelos processos mentais e a meta a ser 
atingida está representada na figura 12, onde é possível entender o processo 
ontológico de mediação entre a ação e a mente a seguir: 
 
 
 
 
19 
 
 
Figura 12: Processo ontológico de mediação entre a ação e a mente Fonte: Lessa, 
2001, adaptado por Oliveira JBE, 2006 
 
 
 
Em nossas pesquisas (Oliveira, JBE, PUC-SP,2006), o ponto central é que 
todos os fenômenos sejam estudados como processos em movimento e em mudança. 
Desta forma, os processos é um novo aprendizado, dependente da consciência do 
indivíduo no que tange à aceitação de novos valores e, consequentemente, no 
comportamento integrado à sua identidade. 
Para Lukács (1978), o processo ontológico da mediação, discutida nas novas 
ações e/ou a passagem de uma ação a outra (Figura 11), o indivíduo consegue 
modificar o meio e atender as suas necessidades. A mediação é um processo de 
comunicação e de cognição (Compreensão), através do entendimento produzido pela 
experiência e a aprendizagem. A cada ação do indivíduo este possibilita o 
desenvolvimento de habilidades, ou desencadeamento de novos processos 
particulares para a geração de novas capacidades (Oliveira, JBE,2006, PUC-SP). 
A aprendizagem de novos valores, é explicada pela transformação dos 
processos elementares, ou seja, dos habituais na vida do sujeito para os mais 
complexos como as novas habilidades. Para tal, encontramos nas ideias da psicóloga 
Rego, T.C. (Rego, 2002), através das Teorias de Vygotsky, a compreensão da 
mudança no processo de mediação, comentadas a seguir: 
 
● A Relação indivíduo/sociedade: Vygotsky afirma que as 
características tipicamente humanas não estão presentes desde o 
nascimento do indivíduo, nem são mero resultado das pressões do 
meio sociocultural. Ao mesmo tempo em que o ser humano 
transforma o meio para atender suas necessidades básicas, 
transforma-se a si mesmo; 
● As funções psicológicas: especificamente humanas, se originam nas 
relações do indivíduo com seu contexto cultural e social. Desta forma 
novas habilidades se desenvolvem através do inter-relacionamento, 
ou alteridade, além de afirmar a ontologia: “O processo ontológico 
20 
 
 
envolve a essência das novas habilidades, através da mediação 
entre a nossa vontade e os objetivos a serem atingidos, incluindo 
sempre o processo de aprendizado e a experiência da pessoa”. 
 
Para Oliveira J.B.E (2006), citado por Sergio Lessa, quando destaca o filósofo 
húngaro George Lukács, nas considerações: “A atividade humana que transforma 
a natureza nos bens necessários é a reprodução social, portanto, a existência 
social é incompatível sem o trabalho” (2002, p: 27). Assim sendo: 
 
● A base biológica: o cérebro é o órgão principal da atividade mental, ele 
é mutável e não fixo. Portanto, é possível a (re)socialização e a 
existência das as novas habilidades, bem como, é passível de alterar o 
processo cognitivo e afetivo; 
● A mediação: está presente em toda atividade humana. A comunicação 
tem papel de destaque no processo do pensamento e aprendizado, 
dados os valores, ferramentas e signos valorizados nos conceitos da 
cultura humana. A comunicação é um processo de aprendizado, logo, 
um processo de mudança comportamental Habermas (Carvalho, MCB, 
apud Cohn, 1993), e Markert (2004). 
 
Esta mediação ocorre durante o “diálogo” da nossa vontade em superar os 
medos da “impossibilidade”, coordenado pelos processos mentais e a meta a ser 
atingida. 
Desta forma, qualquer ação da pessoa, salvo prejudicada em decorrência de 
algum distúrbio orgânico e/ou neurológico, torna-a responsável por si próprio, mesmo 
sob influência do meio. 
Em nossa visão particular por exemplo,tema a ser estudado no módulo II – 
Psicologia Positiva, o líder deve utilizar do potencial certo de cada colaborador, 
começando pela entrevista de contratação, pensando na vocação do candidato que o 
leva à vontade e motivação de fazer aquela tarefa. Da mesma forma temos um olhar 
de relacionamento positivo do líder e subordinado (Afeto). 
O gestor deve saber que a economia conturbada pode ser uma montanha-
russa emocional (“Autos e baixos”). “Demissões” e “cortes no orçamento” tornaram-
se resultados de medo, incertezas e níveis mais elevados de estresse. 
A capacidade de gerenciar o estresse no ambiente de trabalho não só pode 
melhorar sua saúde física e emocional, ele também pode fazer a diferença entre o 
sucesso ou fracasso na produtividade, considerando aqui a Eficiência focando a 
quantidade e eficácia da qualidade, onde ambas se associam. A Eficiência é uma 
contribuição do conhecimento e experiência das pessoas e, a eficácia, mais complexa, 
é a somatória da vocação, atitudes, interesse e, obviamente o estado de espírito da 
pessoa ou a sua emoção. 
Suas emoções são contagiosas e estresse tem um impacto sobre a qualidade 
de suas interações com outras pessoas. 
Na prática podemos neutralizar as “ fantasias” preenchidas na nossa cabeça 
que nos afetam negativamente, as quais podem ocorrer diante da falta de 
comunicação, ou seja, compartilhar informações com os funcionários para reduzir a 
incerteza sobre os fatos; Definir claramente os papéis e responsabilidades; Dar 
oportunidades de participação nas decisões que afetam seus postos de trabalho; 
Certifique-se de que a carga de trabalho; Habilidades e recursos são adequada aos 
colaboradores; Evite prazos irrealistas... e aí por diante. 
21 
 
 
Cada pessoa tem um ritmo particular e está ligado a tensão funcional ou 
estresse, todavia elas imaginam e entendem o stress. Muitas vezes ele pode ser o 
condutor de uma ação, por exemplo: 
 
O stress se divide em três fases: 
● Stress Ideal, Quando a pessoa aprende o manejo do stress e gerência 
a fase de alerta de modo eficiente, alternando entre estar em alerta e 
sair de alerta. 
● Stress Negativo (Distresse), ocorre quando a pessoa ultrapassa seus 
limites e esgota sua capacidade de adaptação. O organismo fica 
destituído de nutrientes e a energia mental fica reduzida. A produtividade 
e capacidade de trabalho ficam prejudicadas. 
● Stress Positivo (Eustresse), é o stress em sua fase inicial, a do alerta O 
organismo produz adrenalina que dá ânimo, vigor e energia, fazendo a 
pessoa produzir mais e ser mais criativa. 
 
Figura 13: (Kolb.B & Whishaw.I ,2002, adaptado por Oliveira, JBE,2020) 
 
 
Sintomas mais frequentes de stress: 
 
● Nível fisiológico: Cansaço crônico, Desempenho inadequado, Reações 
somáticas. 
● Nível psíquico: Frustração e raiva, ansiedade, absenteísmo, depressão 
e paranoia. 
● Nível de relacionamento social: Irritação e explosões de raiva com 
colegas e familiares, isolamento social, inconstância no emprego, mau 
relacionamento social. 
● 
As mulheres profissionais tendem a se adaptar melhor aos desafios e pressões, 
sendo menos suscetíveis às doenças que se originam do excesso de stress. 
 
22 
 
 
Razões: 
● Mais facilidade para verbalizar suas emoções; 
● Maior conscientização das suas condições físicas e emocionais; 
● Mais disciplina na prática regular de relaxamento. 
● 
Síndrome de Burnout: É o estado de exaustão física, emocional e mental, que 
podem levar a um sentimento de incapacidade... 
 
Causas: 
● Autoridade das chefias 
● Condições físicas e sociais no trabalho 
● Descontrole emocional 
● Instabilidade (funcional, salarial e emocional) 
● Falta de cooperação 
● Frustrações na família ou no trabalho 
● Sintomas 
● Queda de eficiência 
● Ausências frequentes ao trabalho 
● Insegurança nas decisões 
● Protelação ao tomar decisões 
● Sobrecarga voluntária ao trabalho 
● Se fumante - aumento no consumo de cigarros 
● Descontrole emocional 
 
Mecanismos dos transtornos mentais no Trabalho (Reações Psicossomáticas). 
Entendemos que o mecanismo dessas reações é iniciado no ambiente onde o 
indivíduo se relaciona, seja sob forte pressão, estresse ou causas físicas. As causas, 
dependendo do perfil psicossociobiológico da pessoa, as reações mentais poderão 
evoluir ou ser simplesmente transitória. Esse processo pode levar as pessoas às 
doenças psicossomáticas. Na tabela 2, o leitor pode fazer uma leitura do que são 
doenças psicossomáticas e, na sequência. 
Para ilustrar, como exemplo, uma criança em idade escolar apresenta dores 
musculares. Sua mãe a leva no médico ortopedista e esse pede que troque sua mala 
com rodinhas. A dor contínua, mas, mais tarde a mãe descobre a criança sofre 
bullying, feito pelos colegas de mais idade e não consegue se defender dos 
agressores. 
A seguir, no Quadro 1, fazemos um resumo do que são doenças 
psicossomáticas. 
 
 
23 
 
 
Quadro 1: Resumo das doenças psicossomáticas (Fonte: França, Cristina Limongi, 
Stress e trabalho: uma abordagem psicossomática, 2002, adaptado por Oliveira, 
JBE, 2019 
 
Transtorno Origem: Sintomas Diagnóstico: Tratamento: 
O transtorno 
psicossomático, 
consolidado sob 
forma de alguma 
doença, de 
natureza psíquica 
que se expressa 
de maneira 
somática e 
biológica. 
 
Ansiedade 
derivada do 
temor de ser 
assaltado; 
Medo de 
perder o 
emprego; 
Medo de ser 
traído 
Gastrite; Dor 
muscular no 
trapézio (entre 
costa e 
pescoço); 
Redução do 
interesse sexual 
 
As pessoas 
psicossomáticas não 
têm consciência de 
que a origem dos 
seus problemas é 
fundamentalmente 
psicológica. 
 
Capacidade 
de auto 
gerenciamento, 
regulando os 
estados 
emocionais; 
Capacidade de 
auto - reflexão e 
sair dos padrões 
estereotipados 
Habilidades 
interpessoais, com 
resolução de 
conflitos e 
ampliação da 
capacidade de 
resiliência 
 
Efeitos sobre a saúde: 
● Dor nas costas: Este é um dos principais motivos que afastam 
trabalhadores. 
● Lesões no joelho: O segundo sintoma mais frequente (A falta de 
exercícios físicos e a rotina de permanecer sentado por muito tempo). 
● Doenças do coração: Podem ser agravadas com o estresse ocasionado 
pela cobrança de resultados no ambiente de trabalho. 
● Depressão e estresse: A cobrança intensa por resultados satisfatórios 
aumenta o nível de estresse que pode se transformar em depressão. 
● Varizes: Esta é outra doença que afeta os funcionários que ficam muito 
tempo sentados ou em pé. 
● Câncer de mama: Este é o único tipo de câncer que aparece na lista das 
doenças que mais afastam trabalhadoras. 
 
Segundo especialistas o tratamento é praticado pela capacidade de resiliência, 
autogerenciamento, através das habilidades interpessoais com a solução dos 
problemas e eventuais conflitos. Para tal, deve-se descobrir o nexo causal a ser 
combatido pelos pontos fortes do indivíduo. 
A psicologia positiva, cujo movimento que propõe a mudança de foco da análise 
de uma mente humana com visão da psicologia tradicional que se concentra em 
transtornos e distúrbios mentais, especialistas defendem que podemos alcançar a 
felicidade sem buscar nada externo, pois, internamente, somos capazes de utilizar 
nossas próprias ferramentas para sermos felizes. 
Portanto, a psicologia positiva tem a condição de promover as sensações 
positivas nas pessoas de maneira que as elas olhem a vida com um ponto de vista 
mais otimista. 
Seligman (2002) no livro Felicidade autentica, desenvolve programas com 
sugestões de exercícios que visam aumentar o bem-estar e combater as reações 
mentais “negativas” e substituí-las pelo bem-estar e a felicidade. Esta sustentada em 
três pilares, tais como: 
24 
 
 
● Estudo das emoções positivas, como a fé, esperança e confiança. 
● Estudo dos traços positivos, sendo eles os pontos fortes, virtudes e 
habilidades como inteligência ou capacidade atlética. 
● Instituições positivas, como a democracia, família e liberdade de 
investigação, que apoiam as virtudes,que, por sua vez, apoiam as 
emoções positivas. 
 
Ao invés de apenas pensar em maneiras de combater a infelicidade, o autor 
sugere que cultivar os valores contrários é mais eficaz. 
A seguir fazemos no Quadro 2, um resumo comparativo das reações mentais, 
bem como a sua escala de patologia, condição que pode ser propicia ao 
desenvolvimento, conforme as variáveis extrínsecas e intrínsecas. 
O desenvolvimento dessas reações mentais que levam aos transtornos 
mentais, tem origem em causas definidas como “Nexo Causal”. 
 
Quadro 2: Resumo comparativo das reações mentais numa escala patológica 
(Fonte: Paim, Isaias, Psicopatologia, adaptado por Oliveira, JBE,2019): 
 
Transtornos 
mentais 
Características Causas 
(Nexo Causal) 
Reações 
Mentais 
 
Perturbações 
Transitórias e 
situacionais 
Tem início e fim; 
Permanecem 
enquanto continuar 
a alteração 
ambiental; 
Tem os mesmos 
sintomas das 
perturbações 
neuróticas e 
psicóticas. 
Excessiva fadiga e 
ameaças; 
Situação traumáticas 
(assalto, perdas 
econômicas, 
desemprego, luto); 
Tensão crônica, quando 
o indivíduo permanece 
por longo tempo num 
ambiente que se sente 
inseguro e insatisfeito ou 
hostilizado 
(casamento, abandono 
na velhice, 
superproteção) 
 
Reações transitórias, 
semelhantes à 
neurose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reações 
transitórias, 
semelhantes à 
neurose. 
 
Perturbações 
cognitivas e 
emocionais menos 
severas; 
não relacionadas ao 
ambiente, 
A pessoa tem 
consciência do 
comportamento, 
Não é perigosa para 
o grupo; 
Raramente exige 
hospitalização; 
Não altera 
radicalmente a 
personalidade 
 
 
Impulso instintivo 
(Mecanismos de defesa 
consciente x 
inconsciente) 
Inferioridade orgânica 
Preconceitos 
Experiências não 
sucedidas 
 
Angustia sem causa 
objetiva. Medo 
excessivo e infundado 
em relação a um 
objeto ou situação 
A pessoa sente 
perturbação física com 
base psicológica; 
podem ser sensoriais 
(insensibilidade numa 
área do corpo) ou 
motoras (paralisia 
funcional); Ideia fixa na 
consciência, sem 
controle da vontade. 
25 
 
 
 
 
Perturbações 
Psicóticas 
 
Perturbações 
cognitivas e 
emocionais muito 
grave, sofre 
alucinações e 
delírios, 
Perde a 
compreensão das 
ações 
Desorientação do 
ambiente, 
Perde o contato 
com a realidade, 
Necessário a 
hospitalização 
temporária, 
Afeta a 
personalidade 
 
Semelhante a neurose, 
todavia com maior 
intensidade. 
 
Esquizofrenia: psicose 
grave que altera o 
juízo e processos do 
pensamento (Afeto e 
relacionamento); 
Apatia emocional e 
perda gradual pela 
vida (início na 
adolescência); 
Linguagem caótica, 
hipocondríaco e 
infantilidade, 
Posições corporais 
rígidas e estranhas por 
longo período de 
tempo, Delírios de 
perseguição ou de 
grandeza. 
 
Para discussão: Nos últimos tempos, o foco na retenção e fidelização do 
colaborador tornou-se o grande objetivo das empresas. Todos perceberam que para 
o negócio ser rentável e eficiente, devemos analisar e entender cada vez mais o nosso 
empregado. Enfim: 
 
● estudar o colaborador e entender seus hábitos, 
● o que o faz ser produtivo, 
● o que o deixa motivado e o que o desmotiva. 
 
Com esse cenário como pano de fundo, gostaria de levantar alguns pontos: 
Para fidelizar e reter talentos, a empresa deve promover EXPERIÊNCIAS 
POSITIVAS”. Acreditamos que nos tempos de hoje, para as empresas conquistarem 
e fidelizarem os talentos, elas deverão fazer um “algo a mais”, fazer algo que não 
estava escrito no contrato inicial e que surpreenda positivamente o colaborador. 
O ponto importante é que para promover “experiências positivas” e “encantar” 
os colaboradores, as empresas deve contar com a disposição; relacionamento e 
motivação dos envolvidos!!! 
Todavia, sob o aspecto organizacional, acompanhamos muitos artigos que se 
referem as empresas preocupadas com a qualidade de vida de seus colaboradores, 
ou pelos menos com a sensação de felicidade e satisfação (Flow) e o grande esforço 
em definir bem-estar, saúde e, mais ainda, aumentar o desempenho desses 
colaboradores que são afetados pelas causas de sofrimentos psíquicos no trabalho, 
tais como: 
 
● Falta de trabalho ou a ameaça de perda do emprego; 
● Trabalho desprovido de significação; 
● Fracassos, acidentes ou rebaixamento de cargo; 
● Impossibilidade da comunicação espontânea; 
● Jornadas longas de trabalho, com muitas horas extras; 
● Pressão muito grande por produtividade, além do possível realizável; 
● Níveis altos de concentração em períodos integrais e sem interrupções, 
levando-os a chamada síndrome do esgotamento profissional. 
26 
 
 
Nesses casos que desenvolvem reações mentais negativas e, 
consequentemente a queda da produtividade, conflitos e outras reações de defesa. 
Segundo a teoria de Csikszentmihalyi, o flow ou estado de fluxo, é um conceito 
que designa o estado de consciência em que a mente e o corpo se encontram em 
perfeita harmonia. 
Para esse psicólogo, isso acontece durante a realização de atividades que 
deixam as pessoas felizes e nesse estado de fluxo a ação segue de acordo com uma 
lógica interna que parece não precisar de nenhuma intervenção consciente da pessoa. 
Vamos dar um exemplo simples que pode servir de paralelo as atividades que 
fazemos no dia-a-dia em nosso trabalho. O lazer é uma ação de satisfação que faz 
fluir nosso bem-estar pois estamos fazendo por nossa vontade, num ambiente que 
percebemos como satisfatório e temos a sensação positiva e, finalmente, entendemos 
(Cognição) como algo que vais ficar em nossas mentes e vamos novamente vivenciar. 
Não existem traumas!!! 
Mais complexo ainda, a mesma situação positiva para nós, talvez não seja para 
outro, por exemplo jogar bola ou assistir o time preferido, ou fazer compras no 
shopping. Pensando no trabalho, as reações são as mesmas se não tivermos o 
equilíbrio de nossa consciência e, mais ainda a inteligência emocional. 
 
5 APLICAÇÃO DA PSICOLOGIA POSITIVA NAS ORGANIZAÇÕES 
 
Os estudos sobre os aspectos positivos do ser humano tiveram início no século 
XX com o surgimento da psicologia humanista, desenvolvida na ótica que os 
indivíduos são seres pensantes, com razão e emoção, estando em constante busca 
pela autorrealização. 
A psicologia humanista teve seu marco nas pesquisas de alguns teóricos, como 
Abraham Maslow e Carl Rogers, na década de 1950, focando o comportamento da 
pessoa interagindo com seus sentimentos íntimos. Nasceu como uma alternativa para 
as duas escolas principais na época: o behaviorismo e a psicanálise. 
Seu objetivo era dar uma resposta diferente, abordando os problemas do ser 
humano, oferecendo uma perspectiva da área da saúde ao invés da doença. A seguir, 
no Quadro 3, resumimos as principais teorias motivacionais, definições e respectivas 
características e seus pesquisadores 
 
Quadro 3: Resumo das principais teorias motivacionais, definições, 
características e seus pesquisadores. Fonte: Robbins, Stephen, Comportamento 
Organizacional, 2005, adaptado por Oliveira, JBE, 2019. 
 
Teoria Definição Característica 
Behaviorista 
(J.B. Watson) 
 
A motivação é baseada no 
comportamento ou conduta do 
indivíduo, mediante estímulos 
respostas 
Estuda o indivíduo como sendo seu 
comportamento a única fonte; avalia as 
relações estimulo e respostas através de 
um impulso determinado através da 
aprendizagem controlada 
Cognitiva 
(Kurt Lewin) 
 
A motivação é baseada na 
maneira como o indivíduo 
percebe e entende as coisas, 
através da sua experiência 
passada 
Baseado na experiência individual, valores, 
crenças e outros; O impulso não é 
automático, depende do próprio indivíduo; 
Muitas vezes o que é percebido pelo 
individuo não é totalmente real (Fantasias) 
Psicanalítica 
(Freud) 
A motivação inconsciente do 
indivíduo e pelo instinto. O 
Existe dois motivos que impulsiona o 
indivíduo: A vida (Auto preservação: fome, 
27 
 
 
 indivíduo no seu estado 
consciente defineas suas ações 
sono, sexo) e a morte (destrutivo: 
agressão); motivação manifestada através 
da libido (Energia sexual) 
Hierarquia de 
Necessidade 
(Maslow) 
 
A motivação determinada pela 
dinâmica das necessidades do 
indivíduo, com o objetivo de 
aliviar a tensão 
Enfoque na hierarquia de necessidade; 
apresenta cinco categorias de 
necessidade: fisiológica, segurança, social, 
estima e auto realização; 
O indivíduo é um eterno insatisfeito. 
E.R.C. 
(Alderfer) 
 
A motivação determinada pela 
satisfação das necessidades do 
indivíduo 
Se baseia em três categorias: bem estar 
material, relações interpessoais, 
desenvolvimento pessoal; adota a 
hierarquia das satisfações, quando não 
atinge a sua satisfação, entra em regressão 
frustração. 
Necessidades 
Adquiridas 
(Mc Clelland) 
Sustentada pela necessidade de 
realização, social e poder. 
 
Contexto social é o ponto essencial para a 
motivação. Ações competitivas; 
Ações motivadas por metas. 
Motivação 
e Higiene 
(Herzberg) 
 
 
Motivação do indivíduo em duas 
situações: o ambiente (liderança, 
relações interpessoais,) e 
trabalho (reconhecimento, e 
desafios.) 
Insatisfação está ligada ao ambiente; 
Satisfação está ligada ao tipo de trabalho; 
 
Maturidade e 
Imaturidade 
(Argyris) 
Baseado na suposição de que 
todos são imaturos e 
desenvolvem a maturidade. 
Indivíduo está em crescente busca da 
maturidade e crescimento. 
Teoria 
X e Y 
(McGregor) 
 
 
As pessoas preferem ser 
dependentes e imaturas (Teoria 
“X”) e outras, criativas e 
independentes (Teoria “Y”). 
 
Teoria X (dependentes): trabalho 
desagradável, pouca criatividade, 
motivação ocorre nos níveis fisiológico, 
segurança. Teoria Y (independentes): 
trabalho interessante, ocorre em nível 
social e auto realização. 
 
A psicologia humanista vê a pessoa como um todo, ou seja, os pensamentos, 
o corpo, as emoções e o lado espiritual estão inter-relacionados. Outra característica 
ela ocorre em contexto interpessoal, sendo necessário o relacionamento com o outro, 
para o desenvolvimento do ser humano. Dessa forma, as pessoas são responsáveis 
pelas suas escolhas, inclusive o desenvolvimento de suas virtudes e potencial. 
Finalmente, é inato as pessoas a auto realização, considerando que em seu 
interior ele encontra as respostas da sua cura, suprindo as emoções e necessidades. 
Esse seguimento da psicologia é liderado por Maslow que, em 1943, descreveu 
a hierarquia de necessidades baseado na Motivação Humana". A autorrealização, 
criatividade e individualidade seriam os temas centrais dessa nova abordagem mais 
conhecida como hierarquia de necessidades ou pirâmide de Maslow, considerada a 
base da compreensão da motivação humana, sustentada que cada pessoa possui um 
conjunto de necessidades básicas que devem ser atendidas, as quais 
englobam: biológica e psicológica, segurança, pertencimento e amor, autoestima e 
autorrealização. 
Uma vez satisfeitas as necessidades básicas de um indivíduo, tais como ter 
abrigo ou sentir-se amado, ele é capaz de se concentrar em suas necessidades de 
ordem superior, como a realização e a autoestima. 
Pode-se entender as pessoas são movidas em relação a determinados 
comportamentos em um determinado momento. 
Para Maslow a psicologia positiva é o lado negativo das doenças mentais, como 
as neuroses e psicoses e, nesse sentido, nos apropriamos desse pensamento 
apresentamos a premissa de que a tensão em primeira vista tem conotação negativa, 
28 
 
 
todavia ela pode agir como um impulso motivacional podendo através de estímulos 
específicos ser uma Tensão Funcional (motivação) com energia para fazer as coisas 
ou, Tensão Disfuncional (apatia) desenvolvendo Barreiras individuais ou 
organizacionais. Óbvio que esta última está intimamente relacionada a baixa 
produtividade, interesse das organizações, pois tais mecanismos movimentam as 
pessoas para comportamentos de alto desempenho (Ativação). 
Para tal, Martin Selman e Mihaly Csikszentmilhalyi enquanto fundadores da 
psicologia positiva (1998), onde, especificamente, o primeiro deu ênfase a teoria da 
psicologia positiva, no que tange ao máximo aproveitamento dos pontos fortes e 
virtudes da pessoa e, o segundo, ao Flow, ou a experiência do fluxo como agente de 
felicidade e satisfação, quando a pessoa experimenta a sua real vocação e interesse 
em fazer aquilo que gosta. Ambas as teorias mudam o foco da psicologia que estuda 
as doenças mentais, para a motivação, capacidade de resiliência e o uso correto do 
potencial humano. 
Para Martin Seligman (1998) as virtudes humanas são as responsáveis na 
condução desse processo, as quais são raramente percebidas. Nas figuras as seguir 
de 14 a 20, fazemos uma correlação com a Psicologia Organizacional; Psicologia 
Tradicional e Psicologia Positiva, fazendo uma breve revisão dessa importante 
Psicologia moderna: 
 
Figura 14: (Instituto de psicologia Positiva & Comportamento, disponível em 
https://psicologiapositiva.com.br/test-center/introducao-ao-teste-avi/) 
 
29 
 
 
Figura 15: (Instituto de psicologia Positiva & Comportamento, disponível em 
https://psicologiapositiva.com.br/test-center/introducao-ao-teste-avi/) 
 
 
 
Figura 16: (Instituto de psicologia Positiva & Comportamento, disponível em 
https://psicologiapositiva.com.br/test-center/introducao-ao-teste-avi/) 
 
 
 
30 
 
 
Figura 17: (Instituto de psicologia Positiva & Comportamento, disponível em 
https://psicologiapositiva.com.br/test-center/introducao-ao-teste-avi/) 
 
 
Figura 18: (Instituto de psicologia Positiva & Comportamento, disponível em 
https://psicologiapositiva.com.br/test-center/introducao-ao-teste-avi/) 
 
 
 
31 
 
 
Figura 19: (Oliveira, JBE,2020) 
 
 
 
Figura 20: (Paludo, S.S.; Koller, S. H., adaptado por Oliveira, JBE,2020) 
 
 
 
Para os filósofos, por exemplo, as virtudes humanas básicas são a 
benevolência, justiça, paciência, sinceridade, responsabilidade, otimismo, sabedoria, 
respeito, autoconfiança, contentamento, coragem, desapego, despreocupação, 
determinação, disciplina, empatia, estabilidade, generosidade, honestidade, 
flexibilidade, humildade, misericórdia, introspecção, entre outras. 
32 
 
 
Para os psicólogos são as competências e habilidades existentes que 
conseguem distinguir o comportamento e, de forma mais profunda a personalidade do 
indivíduo. Especificamente, a psicologia positiva adota as virtudes para definir o 
caráter de uma pessoa, por exemplo, Martin Seligman descreve vinte e quatro forças 
de caráter agrupadas em seis virtudes principais: sabedoria, coragem, humanidade, 
justiça, temperança e transcendência. 
Na abordagem da Psicologia Organizacional que trata da análise dos 
problemas relacionados com a gestão de recursos humanos ou gestão de pessoas 
dentro de uma empresa, procura compreender como os funcionários atuam em 
ambientes coletivos e analisando as consequências de uma determinada atitude 
dentro do ambiente de trabalho e, obviamente a busca de resultados. 
Ao fazer uma correlação entre a psicologia organizacional e a psicologia 
positiva, encontramos a ênfase de seu uso no ambiente educacional e organizacional, 
no que tange ao aprendizado de novas competências e orientação. 
A aplicação da psicologia positiva nas organizações divide-se em duas grandes 
áreas: o estudo organizacional, sobre os processos e estados positivos no contexto 
das organizações e o comportamento organizacional positivo. 
Assim, nas pesquisas da professora Martins, A.T.C.S. (2014), o Modelo de 
Intervenção Organizacional Positiva tema que contribui para o crescimento dos 
ambientes e relações de trabalho ocorre as organizações eficazes, em que a relação 
entre a positividade e os lucros da empresa se possa mostrar evidente ao reconhecer 
a importância dos comportamentos humanos. 
Martins (2014) sustenta em seus estudos voltados para psicologia 
organizacional positiva as contribuições de Maslow, quanto à tentativa da 
compreensão da natureza Humanae à criação de condições para que o caráter 
positivo possa ser expresso e ainda ressalta: 
 
“Herzberg, no desenvolvimento humano positivo para o enriquecimento do 
trabalho produtivos e, Likert que procurou estudar a liderança, e a forma como 
podem os líderes despertar as melhores qualidades das pessoas e dos 
grupos...” 
 
Nessa direção a professora em sua dissertação conclui que as organizações 
não são contextos exclusivamente criados com a função de obter lucros e de realizar 
transações econômicas. As pesquisas mostram não só das recompensas monetárias 
serem relevantes as pessoas, mas esperam ser tratadas com dignidade, respeito e 
justiça e querem crescer e desenvolver-se enquanto pessoas e profissionais. 
Para nós é importante saber o papel do gestor de pessoas em relação a 
psicologia positiva tema ser discutido no módulo II e, mais além disso, diante da 
dissertação analisada anteriormente, quando é ressaltado os reais interesses das 
pessoas nas instituições, que vão muito além de um salário, foco da psicologia 
organizacional positiva. 
Podemos iniciar nossa análise dentro de uma organização, buscando conhecer 
o papel dos profissionais de gestão de pessoas, observando as suas interações junto 
aos funcionários e com o próprio ambiente no qual eles estão inseridos. 
Dessa forma, uma missão importante desses profissionais é estudar os 
fenômenos psicológicos nas organizações, com o objetivo de atuar sobre os 
problemas organizacionais ligados as pessoas. Melhor, passa a atuar na essência do 
ser humano diante das suas necessidades e satisfação, ou seja, a humanização. Com 
isso é substituído o papel de gestão para gestão com pessoas. 
33 
 
 
Nessa ação, as três ciências comportamentais, com suas respectivas 
qualificações, assumem o papel de analisar a personalidade do indivíduo (Psicologia), 
as relações interpessoais (Sociologia) e as condições humanas (Antropologia). 
O coach trabalha para que o próprio profissional possa se conhecer e identificar 
seus pontos fortes e fracos, se desenvolvendo a partir dessa descoberta, ou seja, 
corrigindo as vulnerabilidades e enaltecendo as virtudes necessárias para atingir seus 
objetivos. 
Dessa forma, além de contribuir para a carreira do colaborador, o coach 
também favorece a realização de suas metas pessoais, muitas vezes responsável 
pela motivação diferenciada ao funcionário, transcendendo as barreiras internas e 
externas. 
“...de acordo com a psicologia, transcender está relacionado com 
pensamentos e emoções, e é a capacidade do ser humano de transpor certas 
barreiras, se tornando superior a algumas circunstâncias. Para alguns 
pesquisadores, o ato de transcender também pode ser visto como o ato de 
se diferenciar de outros indivíduos de forma positiva, atingindo um patamar 
superior em um determinado trabalho ou contexto (SIGNIFICADOS). 
 
Na nossa concepção o ser humano tem a capacidade de mudar e adaptar-se 
as diferentes situações, ou seja, a neuroplasticidade e, se as organizações são feitas 
de pessoas, logo essas também possuem tal capacidade, a organoplasticidade, 
ambas situações podemos falar também da retomada do equilíbrio diante do processo 
da resiliência e aprendizado. 
Para Marques, J.R. (2016) a neuroplasticidade diz respeito à capacidade do 
cérebro de se adaptar ao longo das experiências vividas e dos aprendizados. Trata-
se de uma característica do sistema nervoso que é fundamental para a realização de 
qualquer atividade que estimule o cérebro, como prática de atividades físicas, leitura 
ou qualquer processo de aprendizado. Ao falar do processo de aprendizagem, 
consiste em informar o cérebro que determinada informação é importante e precisa 
ser devidamente armazenada para cumprir uma função naquele momento de sua 
vida. 
Para que esse aprendizado ocorra com qualidade e eficiência, é preciso que o 
cérebro seja devidamente estimulado de maneira principalmente criativa e positiva. 
 Em se tratando de organoplasticidade, o ambiente corporativo não é diferente. 
As empresas a todo momento passam por novas experiências e trocam diversas 
informações com o cenário econômico, s tudo isso nos permite implementar melhorias 
nas e, lógico, novas tecnologias; Inovação e competências, representado na Figura 
21 a seguir: 
 
 
34 
 
 
Figura 21: Oliveira, JBE,2020) 
 
 
A psicologia positiva tem grande influência nas questões do comportamento 
organizacional, seja no modelo de aprendizado, seja através de seus líderes 
transformadores, desbloqueiam as emoções negativas ou “fantasias” criadas nas 
equipes pela falta de comunicação e feedbacks contínuos, ao mesmo tempo que 
negam a fluência das ideias criativas de seus subordinados, 
Todavia são condições que dependem da natureza humana, daí a grande 
importância da ajuda dos psicólogos organizacionais que levam diferentes benefícios 
às organizações, representados pelo aumento da produtividade, melhora nas relações 
de comunicação entre colaboradores de todos os níveis, diminuição das demissões e 
novas contratações por causa do bom entrosamento da equipe, identificação de 
problemas de saúde e doenças ligadas ao trabalho e ajuda na promoção da 
motivação. 
É comum num plano de negócio ouvir sobre a gestão estratégia de pessoas 
alinhadas a gestão estratégia organizacional, na tentativa de evitar os famosos 
pecados organizacionais focados na gestão operacional de pessoas, como exemplo 
a seleção inadequada de profissionais não olhando suas virtudes, digo, perfil 
adequado alinhado ao modelo organizacional. 
Apoiados nas virtudes descritas por Martin Seligman, alguns cursos de MBA - 
Master in Business Administration, na tradução em português, Mestre em 
Administração de Negócios, que forma executivos na área de administração, o 
planejamento de carreira foca o estudo dos sete pecados capitais no Coaching e na 
Gestão de Pessoas, alinhados a Mudança comportamental, através do aprendizado e 
equilíbrio emocional do colaborador, desenhando seu progresso do profissional, 
quando esse processo depende apenas da pessoa, configurando nas metas 
profissionais e a Auto gestão e motivação; Revisão periódica dos seus interesses; 
Personalidade pro ativa; Criação das próprias oportunidades e a Priorização dos 
próprios valores e Interesses. 
Para Montrucchio (2020) gestora de recursos humanos e Coaching no 
Planejamento de Carreira, atuando em processos de coaching, outplacement e 
35 
 
 
programas de desenvolvimento profissional pelo SEBRAE PR, destaca a seguir, no 
Quadro 04, os sete capitais, como identificar e como evitar:( MONTRUCCHIO, 2019) 
 
“Pecados” Como identificar Como evitar 
Ira Explode facilmente e 
desqualifica a capacidade alheia. 
Comunique-se e não 
leve os problemas para o lado 
pessoal. 
Preguiça Quando transfere 
responsabilidades e tem 
dificuldade de planejar. 
Ser proativo, gostar do 
que faz e focar no que é 
importante para a crescer... 
Inveja Impede que os outros se 
destaquem. 
Autoestima e confiança 
nos pontos fortes. 
Avareza Centralizador e não 
compartilha informações e ações 
positivas 
Compartilhe informações 
com solidariedade e ética. 
Luxúria Ego elevado e gostam 
de demonstrar poder. 
Trate os outros com mais 
humildade. 
Vaidade Dono da verdade, é 
inflexível e não coopera. 
Saber ouvir e crie 
alianças com seus pares 
Gula Acumula várias tarefas 
ao mesmo tempo com medo de 
perder oportunidades. 
Manter o foco e planejar 
a médio e longo prazo. 
 
Citamos no desenrolar deste texto o erro capital na falha básica da seleção de 
pessoas (A ser estudado com maior aprofundamento no Módulo II), todavia, não 
podemos deixar de comentar a falha no planejamento de sucessão e a ausência de 
ferramentas efetivamente aplicáveis para o Assessment Centers (“Centro de 
avaliação”): Avaliação de potencial e identificação de talentos, processo muito 
utilizado na empresa moderna, para identificar os pontos fortes e fracos do profissional 
e avaliando comportamento e competências.Para a prática do Assessment Centers como análise dos reais potenciais e 
virtudes do profissional, condição que prevalece no sucesso de uma psicologia 
positiva na organização, é necessário seguir algumas etapas estratégicas do 
profissional de recursos humanos, tais como: 
 
● Alinhar a gestão de pessoas aos objetivos dos negócios (Core 
Business). 
● Mapeamento Competências Essenciais 
● Planejamento Estratégico em RH (O que é avaliado: Análise da cultura 
organização; Análise da chefia imediata; Competências do cargo; 
Análise da subcultura e Avaliação comportamental) 
● Revisão do processo de seleção 
● Programa de avaliação de desempenho 
● Programa de Avaliação de Potencial e plano de desenvolvimento 
individual 
● Programa de treinamento 
● Programa Remuneração competência 
36 
 
 
 
Na figura 22, representamos de forma esquemática a ordem de 
desenvolvimento na prática organizacional para atração e capitação de talentos. 
 
Figura 22: (Oliveira, JBE,2020) 
 
 
De modo geral o Assessment Center é definido como avaliação do perfil 
comportamental, na gestão de pessoas é a identificação e análise das competências, 
forças e virtudes, que são mensuradas com o suporte de entrevistas, testes e 
Inventários (Mapeamento Comportamental), com o objetivo de conhecer a vocação e 
limitações pessoais, visando desenvolver Talentos e o aumento da produtividade na 
visão da Psicologia Positiva. Atenção!!! O assessment deve levar em conta os pontos 
estratégicos e a cultura da empresa. 
Outro fator de extrema importância são os erros cometidos em relação a gestão 
estratégica de pessoas e, além da aplicação inadequada, é a falta de uma 
remuneração estratégica, sem efetivamente analisar os resultados das qualidades ou 
virtudes do profissional, ou seja, a remuneração por competência. 
Já que estamos falando em competência e virtudes, podemos dar ênfase num 
termo também utilizado nas empresas estratégicas o termo core competências 
conhecidas entre os profissionais de recursos humanos como competência essencial 
Para Hamel, G. & Prahalad, C.K. (1995) “Core Competências” tem seu principal 
foco: 
“...designar uma competência chave que desempenha papel fundamental 
para seu crescimento, desenvolvimento e estabelecimento diante dos 
clientes. A relação entre estratégias organizacionais e estratégias de recursos 
humanos é engajar os colaboradores às diretrizes da Empresa, em outras 
palavras, pessoas engajadas são pessoas felizes...” 
 
A psicologia positiva tem um aliado importante no engajamento do colaborador 
que é sentir-se participante do processo e ter a felicidade de poder contribuir. Dessa 
forma, a partir quando a área de recursos humanos mapear junto ao plano de negócio 
37 
 
 
quais as competências essenciais e informar aos colaboradores, em diferentes níveis, 
onde são bons e onde precisam se desenvolver, diminui a ansiedade e a insegurança 
sentindo mais fortes e conscientes do caminho a seguir. 
Para Hamel & Prahalad (1995) no que tange a Psicologia Positiva nas 
organizações, a nova visão de gestão é propiciar o florescimento das competências 
ou pontos fortes em cada um de sua equipe, viabilizando uma energia positiva que 
vem neutralizar as possíveis deficiências do funcionamento emocional e social. 
Torna-se simples esse entendimento ao construir um esquema em nossa 
mente, pensando na figura de um triângulo isósceles que tem dois lados iguais 
formando a base e um diferente, a ponta. Nesse triângulo, no vértice superior, 
localizamos as variáveis positivas e negativas que faz parte do ambiente e, na base 
da figura, em um dos vértices estão as reações psicológicas do indivíduo e no outro 
vértice, as doenças psicossomáticas. 
Para Fontes, F. F. (2020), apud Herbert J. Freudenberger, se o indivíduo sofre 
pressão ou alguma autoridade excessiva, por exemplo seu chefe, nele é desenvolvido 
uma reação psicológica com emoções negativas e, consequentemente, as doenças 
psicossomáticas, cujo transtorno é consolidado sob a forma de alguma doença de 
natureza psíquica, como o estresse negativo ou síndromes, por exemplo a de 
Burnout, que é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de 
esgotamento físico e mental intenso, definido por Herbert J. Freudenberger como "(…) 
um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida 
profissional" 
 
Na figura 23, fica mais fácil entender o que Freudenberger quer dizer (Oliveira, 
JBE,2020): 
 
 
Segundo especialistas o tratamento é praticado pela capacidade de resiliência 
e autogerenciamento, através das habilidades interpessoais com a solução dos 
problemas e eventuais conflitos. 
38 
 
 
Em nosso estudo, esse procedimento estende ao método de Martin Seligman, 
quando trata de mudar o foco das doenças mentais para motivação, capacidade e 
potenciais humanos, digo psicologia positiva. 
Como o leitor pode perceber, na gestão de pessoas com método tradicional, 
esses casos seriam tratados com afastamento e/ou doença do trabalho, com certeza 
de alto custo para a empresa e estado. 
Para a psicologia positiva vai mensurar o aumento de satisfação e felicidade 
das pessoas, ela analisa os recursos internos de resiliência no ser humano: 
 
 “...as suas emoções influenciam diretamente na sua performance em tarefas 
do dia a dia, nas suas habilidades, no seu crescimento pessoal e profissional 
e nos seus relacionamentos, ou seja, as emoções e sentimentos afetam a 
forma como você interage com o mundo. O trabalho de aperfeiçoamento e 
conhecimento das emoções é direcionado para aumentar a satisfação e, 
consequentemente, elevar o desempenho (MATTA,2015) 
 
Pensando no dia a dia nas organizações, podemos fazer uma discussão 
encima do modelo de seleção que os profissionais de recursos humanos e/ou os 
próprios gestores de áreas cometem, ao não se atentar no perfil adequado do cargo 
e do candidato à vaga do requisitante, levando a transtornos futuros de insatisfação e 
baixa produtividade. Talvez esteja aí os altos índices de rotatividade nas empresas. 
Ao pensar no ciclo de vida do empregado na empresa, esse problema pode ser 
traduzido nas etapas a segui em relação do tempo de permanência. Por exemplo: 
Independente do recrutamento externo ou interno, nesse último um plano de carreira 
ou sucessão, o candidato esta Busca de Novas Oportunidades no mercado de 
trabalho, portanto a motivação está em alta levando-o ao envio de Curriculum, net 
Works, entrevista com requisitante, etc., todavia não se preocupa na exploração dos 
pontos fortes (Vocação). 
A escolha do profissional tem como referência o tamanho da empresa e/ou 
salário inicial. Durante o tempo de permanência na empresa ocorre insatisfação no 
que faz gerando conflitos (Agressividade e/ou fuga como defesa). A turbulência nesse 
momento é inevitável, ocorrendo Conflitos entre fatores pessoais e a empresa que 
trabalha, buscando nova oportunidade e/ou inércia, com ações de desligamento. 
Para Joel Souza Dutra, professor doutor da Faculdade de Economia e 
Administração da Universidade de São Paulo - FEA/USP, ocorre as armadilhas 
profissionais quando nos referimos aos estágios distintos para entender os índices de 
satisfação dos indivíduos e os desafios do flow, por exemplo: 
 
● Beco sem Saída: Especialização excessiva em única empresa e 
Domínio de técnica ou processos decadentes. 
● Insatisfação: Áreas de atuação de muito stress e baixa realização. 
Atividades que só exploram os pontos fracos. Conflitos de papéis (social, 
familiar etc.). 
● “Caminho errado” ou falta de foco: Promoção ou movimentação para 
áreas ou atividades sem interesse pessoal; Movimentação para função 
sem perspectiva de realização. 
● Visão restrita de Oportunidades: Conflitos entre fatores pessoais 
(Vocação e talento) e oportunidades oferecidas, Desgaste da imagem. 
● Área com problemas de imagem interna; Líder com pouca ou nenhuma 
qualificação para liderança. Escolha pelo tamanho da empresa e salário 
sem preocupar com o futuro.

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