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OR-113-Pobreza-e-Desigualdades-em-Mocambique

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1 
 
 
POBREZA E DESIGUALDADES EM MOÇAMBIQUE: 
UM ESTUDO DE CASO EM SEIS DISTRITOS 
 
Jerry Maquenzi 
 
OBSERVADOR RURAL 
Nº 113 
 
MAIO DE 2021 
www.omrmz.org 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O documento de trabalho (Working Paper) OBSERVADOR RURAL (OMR) é uma publicação do 
Observatório do Meio Rural. É uma publicação não periódica de distribuição institucional e 
individual. Também pode aceder-se ao OBSERVADOR RURAL no site do OMR (www.omrmz.org). 
 
Os objectivos do OBSERVADOR RURAL são: 
• Reflectir e promover a troca de opiniões sobre temas da actualidade moçambicana e 
assuntos internacionais. 
• Dar a conhecer à sociedade os resultados dos debates, de pesquisas e reflexões sobre 
temas relevantes do sector agrário e do meio rural. 
 
O OBSERVADOR RURAL é um espaço de publicação destinado principalmente aos investigadores 
e técnicos que pesquisam, trabalham ou que tenham algum interesse pela área objecto do OMR. 
Podem ainda propor trabalhos para publicação outros cidadãos nacionais ou estrangeiros. 
 
Os conteúdos são da exclusiva responsabilidade dos autores, não vinculando, para qualquer efeito 
o Observatório do Meio Rural nem os seus parceiros ou patrocinadores. 
 
Os textos publicados no OBSERVADOR RURAL estão em forma de draft. Os autores agradecem 
contribuições para aprofundamento e correcções, para a melhoria do documento. 
 
3 
 
POBREZA E DESIGUALDADES EM MOÇAMBIQUE: UM ESTUDO DE CASO EM SEIS 
DISTRITOS 
 
 
 
RESUMO 
 
O objectivo principal deste estudo empírico é analisar a pobreza e as desigualdades regionais em 
Moçambique, focando-se na análise dos rendimentos e consumos das famílias, da pobreza 
multidimensional, posse de gado e instrumentos de trabalho, em seis distritos, localizados no Sul 
(Manjacaze e Zavala), no Centro (Marara e Angónia) e no Norte (Monapo e Nacarôa). 
Os resultados do estudo sugerem que, nas zonas rurais, o fenómeno da pobreza é generalizado. 
Somente um pequeno grupo de famílias obtém rendimentos e consumos acima da linha de 
pobreza internacional de 1,9 USD/dia (correspondente a 1.274,50 meticais/mês – convertidos ao 
câmbio de paridade de poder de compra), sendo quase metade do orçamento canalizado para a 
aquisição de bens alimentares e bebidas não alcoólicas, em prejuízo do investimento em 
actividades económicas ou na educação. Constata-se um reduzido acesso a tecnologias agrícolas, 
praticamente limitadas à utilização de enxadas. 
Em termos da pobreza multidimensional, os dados revelam que nos seis distritos as populações 
apresentam privações em quase todos indicadores, nomeadamente, no acesso a água e 
saneamento, electricidade, saúde, educação, condições habitacionais e posse de bens duráveis. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Moçambique, Pobreza, Pobreza Multidimensional, Desigualdades, 
Rendimento, Consumo, Posse de Bens de Duráveis. 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Pobreza representa a falta de oportunidades, privação e falta de meios de subsistência que 
dificultam ao cidadão gozar de melhores condições de vida e sua integração na sociedade. Em 
Moçambique, o fenómeno da pobreza vem sendo estudado pelo INE, a partir da década de 
1990. Em 1996, foi lançando o primeiro “Inquérito aos Agregados Familiares - IAF” (actualmente 
designado “Inquérito ao Orçamento Familiar - IOF”) onde a percentagem de famílias em 
situação de pobreza a nível nacional se situava em 69,4%, sendo maior nas zonas rurais (71,3%). 
A partir da década de 2000, assiste-se no país a um aumento da procura internacional por 
recursos naturais, nomeadamente, gás natural, madeira e carvão mineral, mas também a 
implementação do projecto da MOZAL (de produção de lingotes de alumínio) que contribuiu 
para um aumento do Produto Interno Bruto. Neste período, a taxa da pobreza nacional reduziu, 
tendo-se registado no IAF 2002/03 cerca de 54,1% de indivíduos em situação de pobreza. 
Nas décadas de 2000 a 2010, o país passou a ser uma das economias da África Subsariana que 
assistiu a taxas de crescimento económico elevadas e robustas, crescendo em média 7,8% (entre 
2001 – 2014). Contudo, com o despoletar do escândalo das dívidas ocultas, em 2016, a queda 
de preços dos principais commodities e o conflito armado entre forças militares residuais da 
Renamo e as Forças de Defesa de Moçambique, o país assistiu a sucessivas quedas das taxas de 
crescimento económico. 
É neste contexto, que o presente estudo pretende analisar a pobreza e as desigualdades 
regionais em Moçambique, focando-se na análise dos rendimentos e consumos das famílias 
(com base na linha de pobreza do Banco Mundial, de 1,9 USD/dia), fontes de rendimentos por 
sector de actividade, da pobreza multidimensional (condições habitacionais, acesso a energia, 
água e saneamento, saúde, educação e posse de bens duráveis), mas também posse de gado 
e instrumentos de trabalho, em seis distritos de Moçambique, localizados no Sul (Manjacaze e 
Zavala), no Centro (Marara e Angónia) e Norte (Monapo e Nacarôa). Pretende-se igualmente 
distinguir a importância das diferentes fontes de rendimento das famílias, nomeadamente 
oriundas da agricultura, da pecuária, do comércio, da agro-transformação, de actividades 
extractivas, ou de remessas de familiares. 
O presente texto está subdividido em cinco secções. Na primeira, apresenta-se a nota 
introdutória, na segunda secção, discutem-se questões relativas ao crescimento económico, 
pobreza e desigualdades territoriais em Moçambique; na terceira secção apresenta-se a 
metodologia de estudo; na quarta, discute-se e analisa-se a pobreza e as desigualdades nos seis 
distritos localizados nas regiões Norte, Centro e Sul do país; e, por último, apresentam-se as 
considerações finais. 
 
 
2 
 
2. CRESCIMENTO ECONÓMICO, POBREZA E DESIGUALDADES EM MOÇAMBIQUE 
 
2.1 DEFINIÇÕES DO CONCEITO DE POBREZA 
 
O conceito de pobreza é controverso e complexo, podendo variar de acordo com as 
características económicas, geográficas e sociais de cada país. Por pobreza entende-se a 
negação de oportunidades de escolhas básicas para o desenvolvimento humano (SEN, 2000, 
apud (MARIN, et al., 2012, p. 2). A Comissão sobre Direitos Sociais, Económicos e Culturais, das 
Nações Unidas (2001) apud European Anti Poverty Network, (2020), define a pobreza como a 
“condição humana caracterizada por privação sustentada ou crónica de recursos, capacidades, 
escolhas, segurança e poder necessários para o gozo de um adequado padrão de vida e outros 
direitos civis, culturais, económicos, políticos e sociais”. 
 
Em Moçambique, o primeiro Plano de Acção Para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA I) 
define pobreza como a “incapacidade dos indivíduos de assegurar para si e seus dependentes 
um conjunto de condições mínimas para a sua subsistência e bem-estar, segundo as normas da 
sociedade”. Constatando-se que os indivíduos eram pobres não só por incapacidade, mas 
também por falta de possibilidades ou oportunidades de aceder aos recursos que a natureza 
oferece, o PARPA II passou a definir a pobreza como a “impossibilidade por incapacidade, ou 
por falta de oportunidade de indivíduos, famílias e comunidades de terem acesso a condições 
mínimas, segundo as normas básicas da sociedade (GdM, 2006, p. 8). 
A existência de linhas de pobreza pode constituir um instrumento útil para os formuladores de 
políticas. Contudo, os critérios de definição das linhas de pobreza não são consensuais. Os 
métodos ou os critérios de definição da pobreza podem influenciar os resultados em termos do 
número de pobres, a imagem do Governo junto da opinião pública, assim como decisões 
políticas a adoptar. 
Em função da realidade socioeconómica de cada território, existem diferentes metodologias de 
medição da pobreza. A União Europeia considera que um indivíduo está em situação de pobreza 
quando ele que detém um rendimento abaixo de 60% do rendimento médio dos agregados 
familiares do respectivo país. Por sua vez,o Banco Mundial define três linhas de pobreza de 
acordo com o nível de desenvolvimento ou de rendimento dos países. A primeira linha de 
pobreza, formulada especificamente para países de baixa renda, está definida em 1,90 USD/dia 
(por paridade de poder de compra). A segunda linha de pobreza é de 3,20 USD/dia e inclui os 
países de renda média-baixa e, por último, a linha de pobreza de 5,50 USD/dia dirige-se para os 
países de renda média-alta. 
 
Como vista a compreender as diversas dimensões do conceito de pobreza e realizar 
comparações a nível internacional, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
(PNUD) tem utilizado o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH considera três 
dimensões do desenvolvimento humano, nomeadamente, i) longevidade (medida pela 
esperança de vida à nascença); ii) conhecimento (medido por uma combinação da taxa de 
alfabetização de adultos e taxa de escolaridade – combinado do nível primário, secundário e 
superior); e, iii) padrão de vida decente (medido pelo PIB real per capita, em dólares de paridade 
de poder de compra) (UNDP, 1997, p. 14). 
 
Em Moçambique, o Ministério de Economia e Finanças (MEF) e o Instituto Nacional de Estatística 
(INE) têm promovido alguns estudos da pobreza através do Inquérito ao Orçamento Familiar 
(IOF), onde o consumo do agregado familiar é utilizado como referência para a análise da 
 
3 
 
pobreza. A pobreza de consumo é subdivida em dois principais componentes: a linha de 
pobreza alimentar e não alimentar. A primeira, é obtida através da identificação de um cabaz 
alimentar básico que: (i) reflecte padrões de consumo de famílias pobres dentro do espaço 
geográfico; (ii) proporciona aproximadamente 2.150 calorias por pessoa por dia; e, (iii) respeita 
uma série de condições espaciais e temporais de preferências reveladas que garantem a 
comparabilidade da qualidade dos cabazes entre os diferentes espaços geográficos e ao longo 
do tempo. A linha de pobreza não alimentar assume que o consumo não alimentar que as 
famílias têm vai para itens não alimentares essenciais, ou seja este consumo não alimentar é 
considerado uma alocação orçamental mínima para satisfazer as necessidades básicas não 
alimentares (MEF, 2016, p. 6). 
 
A análise da pobreza baseada no rendimento ou no consumo das famílias exclui muitos aspectos 
que afectam o seu bem-estar. Este facto conduz ao alargamento do nível de entendimento do 
problema, sendo necessário incluir outros factores não monetários. É neste sentido que a 
metodologia Alkire-Foster deu um contributo interessante para a abordagem da análise da 
pobreza, prestando atenção à sua vertente não-monetária, passando a incluir outras dimensões 
como a educação, saúde, condições de habitação, acesso a água e saneamento ou posse de 
bens. 
 
Os indicadores relativos a essas dimensões são normalmente menos sujeitos a erros de recolha, 
porque são mais fáceis de observar que o consumo, constituindo também um indicador mais 
estável e menos volátil ao longo do tempo, menos vulnerável aos efeitos de maus anos agrícolas 
(MEF, 2016, p. 2). 
 
 
2.2. CRESCIMENTO ECONÓMICO E PIB PER CAPITA 
 
Nas últimas décadas, Moçambique foi uma das economias da África Austral que assistiu a taxas 
de crescimento económico elevadas comparativamente aos outros países da região. Em média, 
a economia cresceu em cerca de 7,3% ao ano (2003-2015). 
O gráfico 1 ilustra a evolução da taxa de crescimento económico e o PIB per capita no período 
entre 1993-2017. Apesar de o PIB per capita manter uma tendência crescente desde o ano de 
1993 até 2017, Moçambique apresentava uma posição comparativamente pior a outros países 
da África Austral (Angola, África do Sul e Botswana e Zâmbia). De acordo com os dados do 
Banco Mundial e do FMI, em 2014, o país ocupava a 169ª posição dos 181 países analisados. No 
ano subsequente passou para 175ª posição, caindo 6 posições no ranking mundial (FMI, 2016) 
& (BANCO MUNDIAL, S/D). 
 
 
4 
 
Gráfico 1: Evolução da taxa de crescimento económico e PIB per capita, 1993 – 2017. 
Fonte: Banco Mundial (vários anos) e INE (vários anos) 
 
O gráfico 1 mostra que, a partir do ano de 2015 as taxas de crescimento económico começaram 
a abrandar para uma média anual de 4,7% (2015-2017). Poderão ser apresentadas diferentes 
hipóteses explicativas desse abrandamento económico: 
 
Primeiro: a queda do preço do carvão mineral e a sua procura no mercado internacional, 
arrastado a partir do ano de 2012. O preço do carvão mineral coque caiu de 300 dólares por 
tonelada, em 2010, para quase 100 dólares em meados de 2016 (Jornal Notícias, (5/26/2016). 
 
Segundo: o escândalo das dívidas ocultas, que vieram agravar o já excessivo endividamento do 
país. As dívidas ocultas foram responsáveis pela interrupção brusca do apoio directo ao OGE, 
pela forte diminuição do investimento público, com impacto nos principais indicadores 
macroeconómicos, com principal enfoque para o PIB, inflação e desemprego. 
 
Por último: os ataques armados no centro do país. A guerra que perdurou quase 4 anos entre 
as forças residuais da Renamo e as Forças de Defesa de Moçambique teve impactos na produção 
agrícola em vastas áreas do centro do país, mas também de serviços de transporte ou no 
turismo, adiando investimentos. 
 
 
2.3. TRANSFORMAÇÕES DA ESTRUTURA E NEGLIGÊNCIA DA AGRICULTURA 
 
a) Contribuição de alguns sectores económicos para o PIB 
 
A indústria extractiva tende a ser a maior aposta do Governo da Frelimo nos últimos anos, cuja 
proporção sobre o PIB tem crescido de 0,9%, em 1991, para 6,9 %, em 2019. O crescimento 
deste sector foi acompanhado pela implementação de grandes projectos de produção de 
carvão, areias pesadas e gás natural, sobretudo ao longo dos últimos 15 anos. Em contrapartida, 
o peso do sector da agricultura, produção animal, caça e silvicultura sobre o PIB diminuiu de 
36,4% para 21,5% no mesmo período. MOSCA & NOVA (2019) constatam que o orçamento 
público destinado à agricultura tem sido incipiente e inferior a 10%. De ponto de vista de crédito 
à economia, os autores analisaram a proporção do crédito agrário sobre o total do crédito à 
economia e constam que ao longo dos anos a percentagem do crédito agrário registava uma 
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100
200
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400
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7
Taxa de crescimento do PIB PIB per capita (em USD)
 
5 
 
tendência decrescente, reduzindo de 17,9%, em 2001, para 3,6%, em 2017 (MOSCA & NOVA, 
2019, p. 17-23). Apesar da agricultura ser considerada a base do desenvolvimento económico 
em Moçambique, de constituir a principal actividade económica da população activa e de ser 
nas zonas rurais que reside a maior percentagem da pobreza, esta actividade económica 
continua fortemente negligenciada nas políticas públicas. 
 
Gráfico 2: Proporção dos sectores económicos sobre o PIB (2009 = 100), 1996 – 2017. 
Fonte: Adaptado de dados do INE (vários anos) 
 
b) A banca nacional e o crédito especulativo 
 
Nos últimos anos, grande parte dos recursos financeiros disponíveis nos bancos comerciais são 
investidos em Títulos de Tesouro para financiamento do défice do OGE, e não em crédito para 
a economia. O crédito ao Governo (dívida pública) como percentagem do PIB aumentou de 
4,6%, em 2007, para 26,7%, em 2018. Contudo, a agricultura continua sendo um dos sectores 
económicos mais negligenciados, onde o crédito agrário, como percentagem do PIB, foi de 
0,5%, em 2007, e 0,8%, em 2018. Em contraste, constata-se um aumento mais privilegiado do 
crédito como percentagem do PIB no sector da indústria extractiva, no qual aumentou de 0,3%, 
em 2007, para 0,8%, em 2018 (ver gráfico 3).0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
1996 2000 2004 2009 2014 2017
Agricultura Indústria Extractiva Indústria Manufactureira Serviços
 
6 
 
Gráfico 3: Distribuição do crédito dos bancos comerciais em % do PIB, 2007 – 2018 
Fonte: BdM (vários anos) & INE (vários anos) 
 
 
2.4 DESIGUALDADES TERRITORIAIS EM MOÇAMBIQUE 
 
a) Desigualdades na distribuição regional do PIB 
 
Os dados referentes ao PIB de Moçambique mostram uma forte desigualdade em termos de 
distribuição regional. A produção total da economia (PIB) é gerada sobretudo no Sul do país e 
ronda, em média, cerca de 48% do PIB. Esta realidade justifica-se pelo facto da região Sul ser a 
mais privilegiada em termos de: (i) acesso a infra-estruturas; (ii) compor um importante mercado 
(sobretudo na área metropolitana de Maputo), atraindo investimentos; (iii) existência de políticas 
públicas urban bias, influenciadas por grupos económicos urbanos com maior capacidade de 
pressão; (iv) existência da capital administrativa no Sul do país, e forte concentração do OGE a 
nível central; (v) integração de longa duração da economia ferro-portuária de Maputo na 
economia regional sul-africana, com todo o impacto em termos de concentração de 
investimento. Não obstante o potencial em termos de recursos naturais (terras, água, carvão, 
gás, madeira, grafite, areias pesadas ou pedras preciosas), e, não obstante serem as regiões mais 
habitadas, o Centro e o Norte do país são responsáveis por uma menor contribuição para o PIB. 
De acordo com os dados do INE, a região norte de Moçambique contribui apenas com 22% no 
PIB e no centro com cerca de 30% (ver gráfico 4). 
 
0.0%
5.0%
10.0%
15.0%
20.0%
25.0%
30.0%
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Agricultura (% do PIB) Indústria Extractiva (% do PIB) Crédito ao Governo (% do PIB)
 
7 
 
Gráfico 4: Estrutura Percentual do PIB por regiões em Moçambique, 2007-2017. 
 
 Fonte: Adaptado de dados do INE (vários anos) 
 
O reduzido contributo do Norte de Moçambique para a estrutura do PIB nacional reflecte-se no 
PIB per capita da respectiva população. A título de exemplo, no ano de 2007, a região norte de 
Moçambique registou um PIB per capita de 298 dólares, contra 327 e 923 dólares do Centro e 
Sul, respectivamente. Em 2017, a região norte viu o seu PIB per capita cair para 282 dólares, 
aumentando nas regiões Centro e Sul do país para 344 e 1.012 dólares, respectivamente. Os 
dados mostram que a região Sul do país possui um PIB per capita (1.115 dólares) médio, superior 
em relação ao do Norte (371 dólares) e Centro (382 dólares) (ver gráfico 5). 
 
Gráfico 5: Distribuição do PIB per capita (em USD) por regiões em Moçambique, 2007-2017. 
 
Fonte: Adaptado de dados do INE (vários anos) 
 
Após a análise do crescimento do PIB e sua distribuição per capita e composição regional, 
analisa-se em seguida os níveis de desigualdade existentes, de forma agregada, nas 11 
províncias do país. Os resultados mostram que durante o período em análise (2007-2017), o 
país não reduziu os níveis de desigualdades de rendimento (PIB per capita) das populações, 
observando-se inclusive um aumento da assimetria. 
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10
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2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Norte Centro Sul
0
200
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600
800
1000
1200
1400
1600
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Norte Centro Sul
 
8 
 
No gráfico 6 são representadas duas curvas de Lorenz1 para mostrar as disparidades de 
rendimento existentes nos indivíduos nos anos de 2007 e 2017. O gráfico mostra que, durante 
11 anos, o Governo da Frelimo não foi capaz de reduzir as desigualdades na redistribuição de 
rendimento no país tendo, inclusivamente, agravando-as (ver quadro 1). 
Quando estão próximas da linha ou da recta de distribuição regular, as curvas representadas no 
gráfico demonstram que um país possui baixos níveis de concentração do rendimento, ou seja, 
elevados níveis de igualdade. Neste caso, o gráfico 6 mostra que Moçambique possui uma 
desigualdade média. O que significa que a distribuição do rendimento da população nas 
províncias está afastada em cerca de dois quartos da igualdade. 
Gráfico 6: Distribuição do Produto Interno Bruto per capita usando a curva de Lorenz, 2007 e 
2017. 
 
Fonte: Adaptado de dados do INE (vários anos) 
 
Além da curva de Lorenz, foram calculados mais dois indicadores de desigualdade: Índice de 
Gini e Ponto de Igual Partilha. O primeiro, consiste em um número entre 0 e 1, onde 0 
corresponde à completa igualdade de rendimento (onde todos têm o mesmo rendimento) e 1 
corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa tem todo o rendimento e as demais 
nada têm) e, o segundo, mede o grau da desigualdade da distribuição (IPECE, S/D). 
 
No quadro 1, pode-se constatar que a desigualdade de rendimento da população aumentou de 
0,475, em 2007, para 0,501 no ano de 2017. Por outro lado, o ponto de igual partilha mostra 
que, em 2007, cerca de três quartos das províncias de Moçambique tinham rendimentos abaixo 
da média nacional, sendo que Sofala, Inhambane, Maputo província e Maputo-Cidade tinham 
rendimentos per capita acima da média nacional. Esta realidade demonstra que o sul do Save 
constitui a região com presença de mais indivíduos com maiores rendimentos per capita. 
 
1 Acurva possui três classificações: Pequena concentração (grande igualdade), concentração média (desigualdade 
média) e grande concentração (grande desigualdade). 
0
20
40
60
80
100
0 20 40 60 80 100P
IB
 p
er
 c
a
p
it
a
 (
%
)
População (%)
Recta de Distribuição Regular Lorenz (2007) Lorenz (2017)
 
9 
 
Quadro 1: Indicadores de desigualdades 
Indicadores/Ano 2007 2017 
Índice de Gini (G) 0,475 0,501 
Ponto de Igual Partilha (F) 0,743 0,704 
Fonte: Adaptado de dados do INE (vários anos) 
 
b) Pobreza de consumo em Moçambique – disparidades regionais 
 
De acordo com a quarta avaliação de pobreza e bem-estar em moçambique, a região Norte do 
país, rica em recursos naturais, tem a maior percentagem de pobres (59,6%), contrastando com 
a região Sul (influenciada pela economia da capital e pela integração na RAS), onde a 
percentagem de pobres é de 36,2% (ver gráfico 7). Os resultados revelam desigualdades 
históricas, mas também uma tendência histórica de favorecimento dos centros urbanos, em 
especial do grande Maputo, em termos de investimento e de políticas públicas, o que tem 
reproduzido desigualdades regionais (FEIJÓ, 2017). 
 
Gráfico 7: Percentagem de pobres por região, em Moçambique (IOF 2014/15) 
 
Fonte: MEF (2016, p. 10) 
 
Analisando os dados por província, constata-se que Zambézia e Nampula, que concentram cerca 
de 40% da população nacional, apresentam taxas de pobreza acima de 60%. Os dados do IOF 
revelam também que o Sul do país apresenta fortes desigualdades, onde Maputo-Cidade 
(17,4%) e Maputo Província (26,1%) – integrados na economia da capital - contrastam com 
Inhambane (50,8%) e Gaza (49,1%) em termos de percentagem de população pobre (ver 
gráfico8). 
 
59.6 48.0 36.2
Norte Centro Sul
 
10 
 
Gráfico 8: Percentagem de pobres por província, em Moçambique (IOF 2014/15) 
 
 Fonte: MEF (2016, p. 10) 
 
 
2.5 O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) 
 
Na sequência dos efeitos da guerra dos 16 anos, em 1990 Moçambique apresentava um dos 
IDH mais baixos do mundo, de 0,217. A reconstrução do país, que se seguiu nos 27 anos 
seguintes, traduziu-se numa melhoria do valor do IDH para 0,301 em 2000, 0,396 em 2010 e 
0,446 em 2018. Porém, Moçambique continua a ocupar uma das mais baixas posições do 
ranking mundial (180ª posição em 189 países), revelando uma tendência de desaceleração da 
taxa de crescimento do IDH, sobretudo a partir de 2010 (UNDP, 2020). Esta tendência de 
crescimento relativamente fraca do indicador de desenvolvimento mostra que, durante as 
últimas três décadas, o Governode Moçambique não foi capaz de desencadear uma melhoria 
das condições de vida das populações. NIXON & WALTERS (2017) referem que a desigual 
disponibilidade de serviços básicos, especialmente em saúde e educação, e a reduzida criação 
de empregos constituem raízes para os maus resultados e para a disparidade económica. Os 
dados revelam que a implementação de grandes projectos extractivos não se reflectiu numa 
melhoria do nível de vida das populações. Neste contexto, as mulheres e raparigas constituem 
os grupos mais vulneráveis. Quase metade das jovens raparigas são mães ou casadas antes de 
completarem 18 anos de idade, o que reduz as escolhas e oportunidades - não apenas para as 
mães - mas também para a nova geração de crianças (NIXON & WALTERS, 2017, p. 3). 
Os dados mostram que os países da África Subsaariana registaram níveis de desenvolvimento 
humano relativamente superiores aos de Moçambique, com um IDH de0,4 no ano de 1990 e de 
0,5 em 2018. Os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento 
Económico) mantiveram os melhores índices de desenvolvimento humano comparativamente 
aos outros países do mundo, situando-se entre 0,8 a 0,9, nas três últimas décadas (ver gráfico9). 
 
65.3
50.0
61.4 60.0
31.9
40.9
45.9
50.8 49.1
26.1
17.4
 
11 
 
Gráfico 9: Evolução do Índice de Desenvolvimento Humano, 1990 – 2017. 
 
 Fonte: adaptado de dados do UNDP (2020) 
 
 
3. OBJECTIVOS E METODOLOGIA DO ESTUDO EMPÍRICO 
 
No presente estudo pretende-se analisar a pobreza e as desigualdades regionais em 
Moçambique, focando-se na análise dos rendimentos e consumos das famílias (baseado na linha 
de pobreza do Banco Mundial, de 1,9 USD/dia), fontes de rendimentos por sector de actividade, 
da pobreza multidimensional (condições habitacionais, electricidade, acesso à água e 
saneamento, saúde, educação e posse de bens duráveis) posse de gado e instrumentos de 
trabalho, em seis distritos de Moçambique, localizados no Sul (Manjacaze e Zavala), no Centro 
(Marara e Angónia) e Norte (Monapo e Nacarôa). Pretende-se também distinguir a importância 
das diferentes fontes de rendimento das famílias, nomeadamente oriundas da agricultura, da 
pecuária, do comércio, da agro-transformação, de actividades extractivas, ou de remessas de 
familiares. 
O presente estudo foi realizado com base numa metodologia mista (qualitativa e quantitativa). 
A informação primária foi obtida através da aplicação trimestral do mesmo inquérito por 
questionário a 339 agregados familiares (veja a distribuição amostral no quadro 2) ao longo de 
dois anos (2017 e 2018), de forma a captar a sazonalidade dos rendimentos das populações 
durante esse período. Por outro lado, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e 
pequenos grupos focais – onde se procurou compreender as dinâmicas socioeconómicas de 
cada povoado, localidade ou bairro. Os inquéritos foram aplicados em seis locais distintos: 
povoado de Mulapane (distrito de Nacarôa); localidade de Itoculo (distrito de Monapo); bairro 
de Namalinde (município de Ulóngué no distrito de Angónia); Nhassanga Sul (distrito de 
Marara); localidade de Mangunze (distrito de Chongoene); e bairro de Ngomene (município de 
Quissico, distrito de Zavala). 
 
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
1990 2000 2010 2012 2014 2015 2016 2017 2018
Moçambique África Sub-sahariana OCDE Mundo
 
12 
 
Quadro 2: Distribuição da amostra 
Província Distrito Nº de famílias 
Nampula 
 Monapo (Localidade de Itoculo) 60 
 Nacarôa (Povoado de Mulapane) 60 
Tete 
 Marara (Povoado de Nhassanga Sul) 49 
 Angónia (Bairro de Namalinde) 50 
Inhambane Zavala (Bairro de Ngomene) 60 
Gaza Chongoene (Localidade de Mangunze) 60 
Total de inquéritos 339 
 
Os inquéritos foram aplicados por residentes (na sua maioria professores das escolas locais) dos 
respectivos povoados, localidades ou bairros. 
 
Os dados secundários foram obtidos através de relatórios de organismos oficiais nacionais e 
internacionais, nomeadamente, Instituto Nacional de Estatística (INE), Banco de Moçambique 
(BdM), Ministério de Economia e Finanças (MEF), Banco Mundial (BM) e Nações Unidas, mas 
também de fontes jornalísticas. 
 
Para garantir o grau de representatividade dos resultados do estudo empírico, foi utilizada uma 
margem de erro de 10% e nível de confiança de 90%. Os dados foram analisados com base no 
pacote estatístico SPSS e representados em gráficos e tabelas. As variáveis da pobreza utilizadas 
no estudo são: rendimento (comparado com a linha de pobreza internacional de 1,9 USD/dia, 
definido pelo Banco Mundial – correspondente a 1.274,50 meticais/mês ao câmbio de paridade 
de poder de compra) e consumo. 
 
Na pobreza multidimensional foram utilizadas as seguintes dimensões: acesso à saúde, 
educação, água e saneamento, electricidade, condições habitacionais e posse de bens 
(telemóvel, painel solar e veículo motorizado). Foram igualmente analisadas variáveis tais como: 
posse de gado (bovino e caprino), aves (galinhas) e detenção de instrumentos de trabalho 
(enxada, carroça e motobomba). 
 
 
4. POBREZA E DESIGUALDADES REGIONAIS: Uma realidade encontrada em seis locais 
 
Nesta secção, pretende-se apresentar os níveis de rendimentos e respectivas origens, bem como 
das despesas e respectivos destinos, das famílias inquiridas nos seis locais analisados, 
distinguindo as receitas provenientes da pecuária, da agricultura, do comércio, da agro-
transformação, de actividades extractivas (lenha, produção de carvão e mineração), assim como 
remessas de familiares. 
 
Pretende-se, igualmente, (i) caracterizar os diferentes níveis de pobreza das populações, em 
termos de condições habitacionais, acesso a água e saneamento, à saúde e educação; e (ii) 
 
13 
 
apresentar a evolução de posse de bens duráveis, assim como desigualdades na respectiva 
distribuição. 
 
4.1 Níveis de rendimento e linha de pobreza 
 
A primeira questão que se pretende analisar prende-se com os rendimentos dos agregados 
familiares, comparando com a linha de pobreza definida pelo Banco Mundial (de 1,9 USD/dia), 
através dos dados recolhidos em seis locais distintos. 
 
O gráfico 10 ilustra a distribuição dos rendimentos médios mensais recolhidos durante dois anos 
(2017 e 2018) das famílias inquiridas nos seis locais analisados. 
 
No gráfico é possível constatar a existência de uma forte diferenciação social, podendo ser 
distinguidos três estratos da população. Um primeiro grupo de famílias, que correspondem a 
60% dos agregados inquiridos – em Itoculo (Monapo), Mulapane (Nacarôa), Mangunze 
(Chongoene) e Nhassanga Sul (Marara) –, que aufere rendimentos que variam entre 151 a 956 
meticais mensais, portanto abaixo da linha de pobreza de 1,9 USD/dia (cerca de 1.274,50 
meticais mensais). Um segundo grupo de famílias que aufere rendimentos entre 1.089 e 1.761 
meticais (que corresponde cerca de 20% do total das famílias inquiridas). Por último, encontra-
se o grupo de famílias que aufere rendimentos que variam entre 2.784 e 34.807 meticais 
mensais, portanto acima da linha de pobreza. Este último grupo encontra-se sobretudo 
concentrado nos decis 9 e 10 (ver gráfico 10). 
 
Os gráficos mostram que em zonas de maior penetração do agronegócio (nomeadamente em 
Namalinde, no distrito de Angónia, com a cultura de tabaco), assiste-se a uma maior 
diferenciação social entre as populações. 
Gráfico 10: Rendimentos médios mensais dos inquiridos em 2017 e 2018 nos seis locais. 
 
 
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10
Itoculo Mulapane Mangunze Ngomene
Namalinde Nhassanga LP (PPC); 1,9 U$/dia
 
14 
 
4.2 Fontes de rendimento 
De acordo com os resultados dos inquéritos, 40 a 70% dos rendimentos dos inquiridos dos 
bairros de Ngomene (Zavala), Namalinde (em Ulongué, Angónia) e do povoado de Namaquetho 
(Nacarôa) advêm da actividade agrícola.Grande parte destes povoados goza de investimentos 
no agronegócio, particularmente em Ngomene (Zavala) e Mulapane (Nacarôa) com o fomento 
de produção de mandioca para fabrico de cerveja; e Namalinde (Angónia), com a penetração 
da cultura do tabaco. 
 
Já em Mangunze (Chongoene), Nhassanga Sul (Marara) e Itoculo (Monapo) sobressaem outras 
actividades económicas, fora da agricultura. Historicamente integrada na economia sul-africana 
ou das grandes cidades do Sul de Moçambique, Mangunze (Chongoene) é fortemente 
dependente do trabalho migratório e de pequenos trabalhos assalariados, que contribuem com 
mais de um terço para o orçamento familiar. Da mesma forma, em virtude da estiagem e das 
más condições agro-ecológicas para produção agrícola, a produção de Marara encontra-se 
fortemente dependente de actividades pecuárias, de produção de carvão, de mineração 
artesanal e de realização de trabalhos assalariados, integrados na economia informal da cidade 
de Tete (ver gráfico 11). 
 
Gráfico 11: Fontes de rendimento (%) das famílias inquiridas (2017 e 2018) 
 
 
4.3 A despesa familiar – montantes e composição 
 
No gráfico 12 constata-se que, em primeiro lugar, o montante despendido pelas famílias 
inquiridas apresenta valores exíguos. Por outro lado, os gastos estão sobretudo concentrados 
na aquisição de bens alimentares, chegando, em alguns casos, a representar mais de metade 
das despesas totais dos agregados. Nas zonas de maior penetração do agronegócio, 
nomeadamente da cultura do tabaco, como é o caso do bairro de Namalinde (em Ulongué, 
Angónia), os agregados familiares despenderam maiores quantias monetárias na aquisição de 
insumos agrícolas, vestuário e em transferências. 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Itoculo Mulapane Mangunze Ngomene Namalinde Nhassanga
 
15 
 
Gráfico 12: Principais componentes de consumo mensal das famílias inquiridas, em meticais 
(2017 e 2018) 
 
4.3 Posse de gado, aves e instrumentos de trabalho 
 
a) Posse de bovinos e caprinos 
No gráfico 13 constata-se que, nos locais analisados no Norte do país, não foi verificada a 
existência de bovino o que era de esperar dada a existência da mosca tsé-tsé. No Centro e Sul 
do país, somente as famílias nos últimos 3 decis possuem gado bovino. No sul do Save, o gado 
bovino constitui um indicador de diferenciação social e é utilizado para o pagamento de lobolo 
e como reserva de valor, mas também para tracção animal. 
 
Constata-se no gráfico 13 que as famílias detentoras deste tipo de animal constituem uma 
pequena elite local, concentrada sobretudo no último decil (10º). Estas famílias possuem, em 
média, entre 6 e 18 bovinos. 
Gráfico 13: Posse de bovinos das famílias inquiridas por decil, média anual (2017 e 2018) 
 
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10
Itoculo Mulapane Mangunze Ngomene Namalinde Nhassanga
0
100
200
300
400
500
600
Itoculo Mulapane Mangunze Ngomene Namalinde Nhassanga
 
16 
 
Comparativamente com o gado bovino, constata-se que a detenção de caprinos é ligeiramente 
mais alargada sobretudo em Ngomene (Zavala), mas também Namalinde (Angónia) e 
Mangunze (Chongoene). Por sua vez, cerca de 80% das famílias inquiridas nos povoados de 
Nampula – em Itoculo (em Monapo) e em Mulapane (em Nacarôa) – não possuem este tipo de 
animal. Nos povoados do Centro e Sul do país, a presença de caprinos foi mais evidente: o bairro 
de Ngomene (em Zavala) constitui uma das zonas onde os agregados familiares declararam ter 
mais caprinos, cerca de 70%, que nos outros povoados. Constata-se, ainda, que a maior parte 
dos caprinos está concentrada sobretudo nos decis 9 e 10 da população. Estas famílias detêm 
entre 2 e 24 animais, demonstrando a existência de diferenciação social (ver gráfico 14). 
 
Gráfico 14: Posse de caprinos das famílias inquiridas por decil, média anual (2017 e 2018) 
Posse de aves 
 
As galinhas constituem a espécie pecuária mais vulgarizada entre as famílias inquiridas, 
sobretudo em Ngomene (Zavala) e Mangunze (Chongoene), onde somente 10% dos inquiridos 
não possuem galinhas. Esta realidade foi menos constatada em Itoculo (Monapo), Namalinde 
(Angónia), Mulapane (Nacarôa) e Nhassanga (Marara). No último decil constata-se a existência 
de criadores de aves, com um efectivo entre 10 e 55 galinhas. 
 
0
5
10
15
20
25
30
D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10
Itoculo Mulapane Mangunze Ngomene Namalinde Nhassanga
 
17 
 
Gráfico 15: Posse de galinhas das famílias inquiridas por decil, média anual (2017 e 2018) 
 
Posse de instrumentos de trabalho 
 
A posse de instrumento de trabalho, como, por exemplo, a enxada, a carroça e motobomba, 
constitui também um indicador de diferenciação social. De acordo com os resultados do 
inquérito, o instrumento de trabalho mais comum na esmagadora maioria das famílias rurais é 
a enxada, detida por todas as famílias inquiridas. Contudo, constata-se uma assimetria em 
termos do número de enxadas detidas, particularmente entre o primeiro e o quinto decil, por 
um lado, e do nono e décimo decil, por outro lado. Nestes últimos grupos, constata-se a 
existência de mais de 4 enxadas por agregado familiar, utilizadas por trabalhadores sazonais, 
contratados em sistema de ganho-ganho (ver gráfico 16). 
 
Gráfico 16: Posse de enxadas por decil, média anual (2017 e 2018) 
 
A carroça (mais utilizada ao Sul do Save em virtude da existência de bovinos) é usada para 
transporte de produtos agrícolas, lenha e carvão, entre outros bens, existindo num grupo muito 
restrito de famílias (ver gráfico 17) e sendo indicador de diferenciação social. 
 
0
10
20
30
40
50
60
D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10
Itoculo Mulapane Mangunze Ngomene Namalinde Nhassanga
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10
Itoculo Mulapane Mangunze Ngomene Namalinde Nhassanga
 
18 
 
Gráfico 17: Posse de carroças por decil, média anual (2017 e 2018) 
 
Os resultados do inquérito mostram que a utilização da motobomba em actividades de 
produção agrícola nas famílias inquiridas é pouco comum, existindo somente num número 
restrito de famílias pertencente ao último decil de Itoculo (Monapo), Namalinde (Angónia) e 
Nhassanga (Marara). Constata-se a inexistência de motobombas em 3 povoados, 
nomeadamente, Mulapane (em Nacarôa), Mangunze (em Chongoene) e Ngomene (em Zavala) 
(ver gráfico 18). A detenção de motobomba, proporcionando a produção de hortícolas e de 
culturas de segunda época, possibilita o aumento de rendimentos provenientes de actividades 
agrícolas num grupo muito restrito de produtores, constituindo um indicador de diferenciação 
social. 
 
Gráfico 18: Posse de motobombas por decil, média anual (2017 e 2018) 
pobreza Multidimensional 
 
A pobreza multidimensional baseia-se em dimensões alternativas e complementares ao 
consumo, tais como saúde, educação, habitação, posse de bens duráveis. Neste âmbito, foram 
seleccionados 6 indicadores (acesso a saúde, educação, água e saneamento, habitação, 
electricidade e posse de bens) da pobreza multidimensional com base na metodologia Alkire-
Foster (ALKIRE & SANTOS, 2010) e MEF (2016). 
 
0
1
2
3
D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10
Itoculo Mulapane Mangunze Ngomene Namalinde Nhassanga
0
1
2
D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10
Itoculo Mulapane Mangunze Ngomene Namalinde Nhassanga
 
19 
 
A figura 1 mostra as três principais dimensões da pobreza e respectivos indicadores utilizados 
pelos autores Alkire-Foster. 
 
Figura 1: Dimensões e indicadores da pobreza multidimensional, método Alkire-Foster. 
 
Fonte: Alkire e Santos (2010: 13) 
 
4.4.1. Níveis de privação por indicador, 2017 e 2018 
 
Os níveis de privação dos indicadores da pobreza multidimensional são muito altos em quase 
todos os bairros, povoados ou localidades. Estes níveis de privação variam entre 2 e 98% para 
água e entre 10 e 100% para saúde e habitação (por cada bairro,povoado ou localidade). 
Existem ainda povoados (nomeadamente, em Itoculo no distrito de Monapo) que atingem níveis 
de privação de 100% em saneamento e electricidade - em Mulapane (Nacarôa), Mangunze 
(Chongoene), Ngomene (Zavala), Namalinde (Angónia) e Nhassanga Sul (Marara). Constata-se, 
ainda, que os locais fortemente ligados ao agronegócio (nomeadamente, em Namalinde no 
distrito de Angónia e Ngomene no distrito de Zavala) não possuem melhores condições de vida, 
estando privados no acesso a água, saneamento básico, electricidade e saúde (ver gráfico 19). 
 
 
20 
 
Gráfico 19: Percentagem de população privada por indicador da pobreza multidimensional e 
por local de inquérito, 2017 e 2018 
4.4.2 Posse de Bens Duráveis 
 
O outro indicador importante é a posse de bens duráveis, nomeadamente, telemóvel, rádio, 
televisor, cadeiras, veículos motorizados, etc. Neste estudo empírico foram selecionados três 
bens duráveis (telemóvel, veículos motorizados e painel solar) que são os mais comuns nos 
povoados analisados. Pela possibilidade de aumentarem a capacidade de deslocação, 
comunicação e acesso à informação, estes bens contribuem para integração das famílias nos 
mercados. 
 
Posse de telemóvel 
 
Os dados dos inquéritos revelam que o telemóvel constitui um bem que começa a estar 
vulgarizado no meio rural. Mais da metade da população inquirida - excepto a de Mulapane 
(Nacarôa) e Nhassanga Sul (Marara) – possui, pelo menos, um telemóvel, sendo que a maior 
percentagem de famílias que possuem este bem se encontra nos locais inquiridos no Sul do 
país, nomeadamente nos bairros de Ngomene (80%) (em Zavala) e de Mangunze (90%) (em 
Chongoene). As famílias pertencentes ao décimo decil possuem, em média, entre 2 e 6 
telemóveis (ver gráfico 20). 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
A
n
o
_
2
0
1
7
A
n
o
_
2
0
1
8
A
n
o
_
2
0
1
7
A
n
o
_
2
0
1
8
A
n
o
_
2
0
1
7
A
n
o
_
2
0
1
8
A
n
o
_
2
0
1
7
A
n
o
_
2
0
1
8
A
n
o
_
2
0
1
7
A
n
o
_
2
0
1
8
A
n
o
_
2
0
1
8
Água Saneamento Electricidade Educação Saúde Habitação
Itoculo Mulapane Mangunze Ngomene Namalinde Nhassanga
 
21 
 
Gráfico 20: Número de telemóveis detidos pelos agregados familiares, por decil (2017 e 2018) 
 
b) Posse de veículo motorizado 
A detenção de veículos motorizados verifica-se apenas num grupo restrito de famílias mais 
abastadas - geralmente compostas por emigrantes na África do Sul (no caso de Ngomene, em 
Zavala), pequenos produtores comerciais de tabaco (em Namalinde, em Angónia) ou 
funcionários públicos (em Nhassanga – Marara) – correspondendo a cerca de 10% a 20% da 
população inquirida (ver gráfico 21). 
Gráfico 21: Posse de veículos motorizados por decil, média anual (2017 e 2018) 
 
 
0
1
2
3
D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10
Itoculo Mulapane Mangunze Ngomene Namalinde Nhassanga
0
1
2
3
4
5
6
7
D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10
Itoculo Mulapane Mangunze Ngomene Namalinde Nhassanga
 
22 
 
c) Posse de painel solar 
 
Ainda que se assista ao alargamento da rede pública de energia eléctrica para novos distritos e 
postos administrativos, o acesso a energia continua a ser incipiente no seio das famílias rurais. 
A falta de energia eléctrica da rede nacional no meio rural, tende a aumentar a procura de 
energias alternativas, como a energia solar, utilizada sobretudo para iluminação e 
funcionamento de electrodomésticos (rádio, televisão e telemóvel). Neste cenário, nos mercados 
rurais vulgariza-se a venda de pequenos painéis solares, de fabrico asiático, a preços hoje 
acessíveis aos grupos rurais mais abastados. De acordo com os resultados do estudo empírico, 
o acesso a painel solar já constitui uma realidade a partir do sétimo decil nos locais analisados 
no Centro e Sul do país, nomeadamente em Mangunze (Chongoene), Ngomene (Zavala), 
Namalinde (Angónia) e Nhassanga (Marara) (ver gráfico 22). 
 
Gráfico 22: Posse de painéis solares por decil, média anual (2017 e 2018) 
 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
No período pós-guerra dos 16 anos, Moçambique registou um rápido crescimento do Produto 
Interno Bruto, que foi acompanhado pela manutenção ou aumento de assimetrias regionais. A 
região sul do país é responsável por cerca de 47% da produção global no país. O aumento das 
desigualdades foi constatado através do índice de Gini, que aumentou de 0,475 em 2007 para 
0,501 em 2017. 
Apesar de alguma redução do nível de pobreza, o país continua a registar índices muito 
elevados, conforme demonstram os dados do IOF 2014/15, onde a pobreza (medida pelo 
consumo) chegou a atingir cerca de 49,2% da população moçambicana. Contudo, este problema 
distribui-se de forma diferente pelo território nacional, estando o grosso da pobreza 
concentrada a Norte do rio Zambeze (com índices de pobreza a variarem entre 50 e 65%), 
contrastando com o Sul do Save, particularmente na cidade e província de Maputo, com 17,4 e 
26,1%, respectivamente. 
Os dados recolhidos neste estudo comprovam que grande parte da população rural inquirida 
se apresenta em situação de forte privação, quer em termos de rendimentos e de possibilidade 
0
1
2
3
4
5
D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10
Itoculo Mulapane Mangunze Ngomene Namalinde Nhassanga
 
23 
 
de consumo (concentrando-se, sobretudo, na aquisição de bens alimentares), quer em termos 
de pobreza multidimensional. 
Para além de se verificarem baixos rendimentos por agregado familiar, constata-se que a 
agricultura constitui uma actividade pouco rentável, sendo frequentemente substituída por 
actividades complementares, relacionadas com a produção de carvão, mineração artesanal, 
pequeno comércio ou trabalho assalariado. 
O estudo mostra que os rendimentos mais altos estão localizados sobretudo em zonas com 
investimento em agronegócio ou em zonas historicamente marcadas por trabalho migratório e 
por assalariamento, nomeadamente, em Namalinde (no distrito de Angónia) e em Ngomene 
(distrito de Zavala). 
Em termos de posse de gado, constata-se um muito reduzido acesso das populações a gado 
bovino com impactos negativos sobre a geração de rendimentos e de poupança, da segurança 
alimentar ou possibilidade de tracção animal. A criação pecuária está sobretudo mais 
generalizada ao nível da criação de asininos, ainda que em pequenas quantidades por família, e 
está limitada pela falta de cuidados e preocupações veterinárias. 
Ainda que os índices de pobreza multidimensional sejam comparativamente menores (pelo 
menos em relação à pobreza de rendimento ou pobreza de consumo), constatam-se elevados 
níveis de privação no acesso a água, saneamento seguro, educação, saúde, electricidade, 
condições habitacionais e posse de bens. 
 
24 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALKIRE, S. & SANTOS, M. E., 2010. Acute Multidimensional Poverty: A New Index for Developing 
Countries, Reino Unido: Oxford Poverty & Human Development Initiative (OPHI). 
BANCO MUNDIAL, B., S/D. GDP per capita. [Online] Available at: 
https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.PCAP.CD [Acedido em 10/9/2019]. 
CASTEL-BRANCO, C. N., 2011. Moçambique no Índice de Desenvolvimento Humano: Comentários, 
Maputo: Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE). 
CRESPO, A. P. A. & GUROVITZ, E., 2002. A POBREZA COMO UM FENÔMENO 
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DE SOUZA, L. G., 2004. Ensaios de Economia. Edição electrónica ed. s.l.:Eumed.net. 
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6%2C614%2C137%2C311%2C962%2C213%2C674%2C911%2C676%2C193%2C548%2C122%2C5
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IPECE, S/D. Entendendo o Índice de Gini, Fortaleza-Ceará: Instituto de Pesquisa e Estratégia 
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EM MOÇAMBIQUE, Maputo: Observatório do Meio Rural. 
NIXON, F. & WALTERS, B., 2017. Mundos Distantes: Saúde Reprodutiva e Direitos numa Era de 
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pede-reflexao-para-reduzir-custos [Acedido em 10/8/2019]. 
PNUD, 2020. Human Development Reports. [Online] Available at: 
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UNDP, 1997. HUMAN DEVELOPMENT REPORT 1997, New York: Oxford University Press. 
 
Outras fontes 
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12/05/2020. 
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https://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/52173-producao-petrolifera-angola-pede-
reflexao-para-reduzir-custos [Acedido em 10/8/2019]. 
 
https://www.eapn.pt/o-que-e-a-pobreza
 
LISTA DOS TÍTULOS PUBLICADOS PELO OMR DA SÉRIE OBSERVADOR RURAL 
Nº Título Autor(es) Ano 
112 
Os Determinantes do Desmatamento em Moçambique: uma abordagem econométrica para 
o período 2000-2016 
Ibraimo Hassane Mussagy, 
João Mosca, Mélica 
Chandamela, Natasha 
Ribeiro 
Maio de 2021 
111 
Des(Continuidades) Políticas e Económicas de longa duração do sector familiar 
(Camponeses) em Moçambique 
João Mosca Abril de 2021 
110 Política Monetária do Banco de Moçambique: Qual É O Gato Escondido? João Mosca Abril de 2021 
109 
Caracterização e organização social dos machababos a Partir de discursos de Mulheres 
raptadas 
João Feijó Abril de 2021 
108 Moçambique e a Importação do Carapau: Um desafio sem Alternativas (?!) Nelson Capaina Março de 2021 
107 
Por Uma política Monetária Ajustada à Economia Real em Contexto de Crise: 
Humanidade e Sabedoria 
Fáusio Mussá, Roberto 
Tibana, Inocência Mussipe 
Coordenador: João Mosca 
Março de 2021 
106 Comércio Externo e crescimento económico em Moçambique 
João Mosca, Yasser Arafat 
Dadá e Yulla Marques 
Março de 2021 
105 Macroeconomia das pescas em Moçambique Nelson Capaina Fevereiro de 2021 
104 Influência de factores institucionais no desempenho do sector agrário em Moçambique João Carrilho e Rui Ribeiro Fevereiro de 2021 
103 Evolução de preços e bens alimentares em 2020 
Yulla Marques e Jonas 
Mbiza 
Fevereiro de 2021 
102 Contributo para o planeamento e Desenvolvimento de Cabo Delgado 
João Mosca e Jerry 
Maquenzi 
Fevereiro de 2021 
101 Desenvolvimento socioeconómico de Cabo Delgado num contexto de conflito 
João Feijó, António Souto e 
Jerry Maquenzi 
Fevereiro de 2021 
100 Caracterização do sector das pescas em Moçambique Nelson Capaina Janeiro de 2021 
99 Dificuldades de Realização de Pesquisa em Moçambique João Feijó Setembro de 2020 
98 Análise de conjuntura económica2º trimestre de 2020 João Mosca Setembro de 2020 
97 Género e desenvolvimento: Factores para o empoderamento da mulher rural Aleia Rachide Agy Agosto de 2020 
96 
Micro-simulações dos impactos da COVID-19 na pobreza e desigualdade em 
Moçambique 
Ibraimo Hassane Mussagy 
e João Mosca 
Julho de 2020 
95 Contributo para um debate necessário da política fiscal em Moçambique João Mosca e Rabia Aiuba Junho de 2020 
94 Economia de Moçambique: Análise de conjuntura pré COVID-19 João Mosca e Rabia Aiuba Junho de 2020 
93 
Assimetrias no acesso ao Estado: 
Um terreno fértil de penetração do jihadismo islâmico 
João Feijó Junho de 2020 
92 
Implementação das medidas de prevenção do COVID-19: 
Uma avaliação intercalar nas cidades de Maputo, Beira e Nampula 
João Feijó e Ibraimo 
Hassane Mussagy 
Junho de 2020 
91 
Secundarização da agricultura e persistência da pobreza rural: Reprodução de cidadanias 
desiguais 
João Feijó Maio de 2020 
90 
Transição florestal: Estudo socioeconómico do desmatamento 
em Nhamatanda 
Mélica Chandamela Abril de 2020 
89 Produção bovina em Moçambique: Desafios e perspectivas – O caso da província de Maputo Nelson Capaina Março de 2020 
88 
Avaliação dos impactos dos investimentos nas plantações florestais da Portucel-Moçambique na 
província da Zambézia 
Almeida Sitoe e 
Sá Nogueira Lisboa 
Março de 2020 
87 
Terra e crises climáticas: percepções de populações deslocadas pelo ciclone IDAI no distrito 
de Nhamatanda 
Uacitissa Mandamule Fevereiro de 2020 
86 
“senhor, passar para onde?” 
Estrutura fundiária e mapeamento de conflitos de terra no distrito de Nhamatanda 
Uacitissa Mandamule Fevereiro de 2020 
85 Evolução dos preços dos bens essenciais de consumo em 2019 Rabia Aiuba e Jonas Mbiza Fevereiro de 2020 
84 
Repensar a segurança alimentar e nutricional: Alterações no sistema agro-alimentar e 
o direito à alimentação em Moçambique 
Refiloe Joala, Máriam 
Abbas, Lázaro dos Santos, 
Natacha Bruna, Carlos 
Serra, 
e Natacha Ribeiro 
Janeiro de 2020 
83 Pobreza no meio rural: Situação de famílias monoparentais chefiadas por mulheres Aleia Rachide Agy Janeiro de 2020 
82 
Ascensão e queda do PROSAVANA: Da cooperação triangular à cooperação bilateral 
contra-resistência / The rise and fall of PROSAVANA: From triangular cooperation to 
bilateral cooperation in counter-resistance 
Sayaka Funada-Classen Dezembro de 2019 
81 
Investimento público na agricultura: O caso dos centros de prestação de serviços agrários; 
complexo de silos da bolsa de mercadorias de Moçambique e dos regadios 
Yasser Arafat Dadá, Yara 
Nova e Cerina Mussá 
Novembro de 2019 
80 Agricultura: Assim, não é possível reduzir a pobreza em Moçambique João Mosca e Yara Nova Outubro de 2019 
79 
Corredores de desenvolvimento: Reestruturação produtiva ou continuidade histórica. O caso 
do corredor da Beira, Moçambique 
Rabia Aiuba Setembro de 2019 
 
 
N˚ Título Autor (es) Ano 
78 
Condições socioeconómicas das mulheres associadas na província de Nampula: 
Estudos de caso nos distritos de Malema, Ribaué e Monapo 
Aleia Rachide Agy Agosto de 2019 
77 
Pobreza e desigualdades em zonas de penetração de grandes projectos: Estudo de caso em 
Namanhumbir - Cabo Delgado 
Jerry Maquenzi Agosto de 2019 
76 Pobreza, desigualdades e conflitos no norte de Cabo Delgado 
Jerry Maquenzi e João 
Feijó 
Julho de 2019 
75 A maldição dos recursos naturais: Mineração artesanal e conflitualidade em Namanhumbir Jerry Maquenzi e João Feijó Junho de 2019 
74 
Agricultura em números: Análise do orçamento do estado, investimento, crédito e 
balança comercial 
Yara Nova, Yasser Arafat 
Dadá e Cerina Mussá 
Maio de 2019 
73 
Titulação e subaproveitamento da terra em Moçambique: 
Algumas causas e implicações 
Nelson Capaina Abril de 2019 
72 Os mercados de terras rurais no corredor da Beira: tipos, dinâmicas e conflitos. 
Uacitissa Mandamule e 
Tomás Manhicane 
Março de 2019 
71 Evolução dos preços dos bens alimentares 2018 Yara Nova Fevereiro de 2019 
70 
A economia políticado Corredor da Beira: Consolidação de um enclave ao serviço do 
Hinterland 
Thomas Selemane Janeiro de 2019 
69 Indicadores de Moçambique, da África subsaariana e do mundo Rabia Aiuba e Yara Nova Dezembro de 2018 
68 Médios produtores comerciais no corredor da beira: dimensão do fenómeno e caracterização 
João Feijó Yasser Arafat 
Dadá 
Novembro de 2018 
67 Pólos de crescimento e os efeitos sobre a pequena produção: O caso de Nacala-porto 
Yasser Arafat Dadá e Yara 
Nova 
Outubro de 2018 
66 Os Sistemas Agro-Alimentares no Mundo e em Moçambique Rabia Aiuba Setembro de 2018 
65 
Agro-negócio e campesinato. Continuidade e descontinuidade de Longa Duração. 
O Caso de Moçambique. 
João Mosca Agosto de 2018 
64 Determinantes da Indústria Têxtil e de vestuário em Moçambique (1960-2014) 
Cerina Mussá e Yasser 
Dadá 
Julho de 2018 
63 Participação das mulheres em projectos de investimento agrário no Distrito de Monapo Aleia Rachide Agy Junho de 2018 
62 Chokwé: efeitos locais de políticas Instáveis, erráticas e contraditórias Máriam Abbas Maio de 2018 
61 Pobreza, diferenciação social e (des) alianças políticas no meio rural João Feijó Abril de 2018 
60 Evolução dos Preços de Bens alimentares e Serviços 2017 Yara Nova Março de 2018 
59 
Estruturas de Mercado e sua influência na formação dos preços dos produtos agrícolas ao 
longo das suas cadeias de valor 
Yara Pedro Nova Fevereiro de 2018 
58 
Avaliação dos impactos dos investimentos das plantações florestais da Portucel-
Moçambique nas tecnologias agrícolas das populações locais nos distritos de Ile e 
Namarrói, Província da Zambézia 
Almeida Sitoe e Sá 
Nogueira Lisboa 
Novembro de 2017 
57 
Desenvolvimento Rural em Moçambique: Discursos e Realidades – Um estudo de caso 
do distrito de Pebane, Província da Zambézia 
Nelson Capaina Outubro de 2017 
56 
A Economia política do corredor de Nacala: Consolidação do padrão de economia 
extrovertida em Moçambique 
Thomas Selemane Setembro de 2017 
55 Segurança Alimentar Auto-suficiência alimentar: Mito ou verdade? Máriam Abbas Agosto de 2017 
54 A inflação e a produção agrícola em Moçambique 
Soraya Fenita e Máriam 
Abbas 
Julho de 2017 
53 Plantações florestais e a instrumentalização do estado em Moçambique Natacha Bruna Junho de 2017 
52 Sofala: Desenvolvimento e Desigualdades Territoriais Yara Pedro Nova Junho de 2017 
51 
Estratégia de produção camponesa em Moçambique: estudo de caso no sul do Save - 
Chókwe, Guijá e KaMavota 
Yasser Arafat Dadá Maio de 2017 
50 
Género e relações de poder na região sul de Moçambique – uma análise sobre a localidade 
de Mucotuene na província de Gaza 
Aleia Rachide Agy Abril de 2017 
49 
Criando capacidades para o desenvolvimento: o género no 
acesso aos recursos produtivos no meio rural em Moçambique 
Nelson Capaina Março de 2017 
48 
Perfil socio-económico dos pequenos agricultores do sul de Moçambique: realidades de 
Chokwé, Guijá e KaMavota 
Momade Ibraimo Março de 2017 
47 Agricultura, diversificação e Transformação estrutural da economia João Mosca Fevereiro de 2017 
46 
Processos e debates relacionados com DUATs. Estudos de caso em Nampula e 
Zambézia. 
Uacitissa Mandamule Novembro de 2016 
45 
Tete e Cateme: entre a implosão do el dorado e a contínua degradação das condições de 
vida dos reassentados 
Thomas Selemane Outubro de 2016 
44 Investimentos, assimetrias e movimentos de protesto na província de Tete João Feijó Setembro de 2016 
 
 
 
 
N˚ Título Autor(es) Ano 
43 
Motivações migratórias rural-urbanas e perspectivas de regresso ao campo – uma análise do 
desenvolvimento rural em moçambique a partir de Maputo 
João Feijó e Aleia Rachide 
Agy e Momade Ibraimo 
Agosto de 2016 
42 Políticas públicas e desigualdades socias e territoriais em Moçambique 
João Mosca e Máriam 
Abbas 
Julho de 2016 
41 Metodologia de estudo dos impactos dos megaprojectos João Mosca e Natacha Bruna Junho de 2016 
40 Cadeias de valor e ambiente de negócios na agricultura em Moçambique Mota Lopes Maio de 2016 
39 
Zambézia: Rica e Empobrecida 
 
João Mosca e Yara Nova Abril de 2016 
38 Exploração artesanal de ouro em Manica 
António Júnior, Momade 
Ibraimo e João Mosca 
Março de 2016 
37 Tipologia dos conflitos sobre ocupação da terra em Moçambique Uacitissa Mandamule Fevereiro de 2016 
36 Políticas públicas e agricultura 
João Mosca e Máriam 
Abbas 
Janeiro de 2016 
35 
Pardais da china, jatrofa e tractores de Moçambique: remédios que não prestam para o 
desenvolvimento rural 
Luis Artur Dezembro de 2015 
34 A política monetária e a agricultura em Moçambique Máriam Abbas Novembro de 2015 
33 A influência do estado de saúde da população na produção agrícola em Moçambique Luís Artur e Arsénio Jorge Outubro de 2015 
32 Discursos à volta do regime de propriedade da terra em Moçambique Uacitissa Mandamule Setembro de 2015 
31 ProSavana: discursos, práticas e realidades João Mosca e Natacha Bruna Agosto de 2015 
30 
Do modo de vida camponês à pluriactividade impacto do assalariamento urbano na 
economia familiar rural 
João Feijó e Aleia Rachide Julho de 2015 
29 Educação e produção agrícola em Moçambique: o caso do milho Natacha Bruna Junho de 2015 
28 
Legislação sobre os recursos naturais em Moçambique: convergências e conflitos na 
relação com a terra 
Eduardo Chiziane Maio de 2015 
27 Relações Transfronteiriças de Moçambique 
António Júnior, Yasser Arafat 
Dadá e João Mosca 
Abril de 2015 
26 Macroeconomia e a produção agrícola em Moçambique Máriam Abbas Abril de 2015 
25 
Entre discurso e prática: dinâmicas locais no acesso aos fundos de desenvolvimento distrital 
em Memba 
Nelson Capaina Março de 2015 
24 Agricultura familiar em Moçambique: Ideologias e Políticas João Mosca Fevereiro de 2015 
23 Transportes públicos rodoviários na cidade de Maputo: entre os TPM e os My Love 
Kayola da Barca Vieira Yasser 
Arafat Dadá e Margarida 
Martins 
Dezembro de 2014 
22 Lei de Terras: Entre a Lei e as Práticas na defesa de Direitos sobre a terra Eduardo Chiziane Novembro de 2014 
21 Associações de pequenos produtores do sul de Moçambique: constrangimentos e desafios 
António Júnior, Yasser Arafat 
Dadá e João Mosca 
Outubro de 2014 
20 Influência das taxas de câmbio na agricultura 
João Mosca, Yasser Dadá e 
Kátia Pereira 
Setembro de 2014 
19 Competitividade do Algodão Em Moçambique Natacha Bruna Agosto de 2014 
18 
O Impacto da Exploração Florestal no Desenvolvimento das Comunidades Locais nas 
Áreas de Exploração dos Recursos Faunísticos na Província de Nampula 
Carlos Manuel Serra, 
António Cuna, Assane 
Amade e Félix Goia 
Julho de 2014 
17 Competitividade do subsector do caju em Moçambique Máriam Abbas Junho de 2014 
16 Mercantilização do gado bovino no distrito de Chicualacuala António Manuel Júnior Maio de 2014 
15 Os efeitos do HIV e SIDA no sector agrário e no bem-estar nas províncias de Tete e Niassa 
Luís Artur, Ussene Buleza, 
Mateus Marassiro, Garcia 
Júnior 
Abril de 2015 
14 Investimento no sector agrário 
João Mosca e Yasser Arafat 
Dadá 
Março de 2014 
 
 
 
 
N˚ Título Autor(es) Ano 
13˚ Subsídios à Agricultura 
João Mosca, Kátia Amreén 
Pereira e Yasser Arafat Dadá 
Fevereiro de 2014 
12 
Anatomia Pós-Fukushima dos Estudos sobre o ProSAVANA: Focalizando no “Os mitos 
por trás do ProSavana” de Natalia Fingermann 
Sayaka Funada-Classen Dezembro de 2013 
11 Crédito Agrário 
João Mosca, Natacha Bruna, 
Katia Amreén Pereira e 
Yasser Arafat Dadá 
Novembro de 2013 
10 
Shallow roots of local development or branching out for new opportunities: how local 
communities in Mozambique may benefit from investments in land and forestry 
exploitation 
Emelie Blomgren e Jessica 
Lindkvist 
Outubro de 2013 
9 
Orçamento do estado para a agricultura 
 
Américo Izaltino Casamo, 
João Mosca e Yasser Arafat 
Setembro de 2013 
 
8 
Agricultural Intensification in Mozambique. Opportunities and Obstacles—Lessons 
from Ten Villages 
Peter E. Coughlin, NiciaGivá 
Julho de 2013 
7 Agro-Negócio em Nampula: casos e expectativas do ProSAVANA Dipac Jaiantilal Junho de 2013 
6 Estrangeirização da terra, agronegócio e campesinato no Brasil e em Moçambique 
Elizabeth Alice Clements e 
Bernardo Mançano 
Fernandes 
Maio de 2013 
5 Contributo para o estudo dos determinantes da produção agrícola 
João Mosca e Yasser Arafat 
Dadá 
Abril de 2013 
4 Algumas dinâmicas estruturais do sector agrário. 
João Mosca, Vitor Matavel 
e Yasser Arafat Dadá 
Março de 2013 
3 Preços e mercados de produtos agrícolas alimentares. João Mosca e Máriam Abbas Janeiro de 2013 
2 Balança Comercial Agrícola: Para uma estratégia de substituição de importações? 
João Mosca e Natacha 
Bruna 
Novembro de 2012 
1 Porque é que a produção alimentar não é prioritária? João Mosca Setembro de 2012 
 
 
Como publicar: 
• Os autores deverão endereçar as propostas de textos para publicação em formato digital 
para o e-mail do OMR (office@omrmz.org) que responderá com um e-mail de aviso de 
recepção da proposta. 
• Não existe por parte do Observatório do Meio Rural qualquer responsabilidade em 
publicar os trabalhos recebidos. 
• Após o envio, os autores proponentes receberão informação por e-mail, num prazo de 90 
dias, sobre a aceitação do trabalho para publicação. 
• O autor tem o direito a 10 exemplares do número do OBSERVADOR RURAL que contiver 
o artigo por ele escrito. 
 
Regras de publicação: 
• Apresentação da proposta de um tema que se enquadre no objecto de trabalho do OMR. 
• Aprovação pelo Conselho Técnico. 
• Submissão a uma revisão redactorial num prazo de sessenta dias, a partir da entrega da 
proposta de artigo pelo autor. 
• Informação aos autores por parte do OMR acerca da decisão da publicação, por e-mail, 
com solicitação de aviso de recepção, num prazo de 90 dias após a apresentação da 
proposta. 
• Caso exista um parecer negativo de um ou mais revisores, o autor tem a oportunidade de 
voltar uma vez mais a propor a edição do texto, desde que introduzidas as alterações e 
observações sugeridas pelo(s) revisor(es). 
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prazos. 
• Um segundo parecer negativo tem carácter definitivo. 
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e 3 cm em todas as margens da página (cima, baixo lado e esquerdo e direito). 
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O OMR centra as suas acções na prossecução dos seguintes objectivos específicos: 
• Promover e realizar estudos e pesquisas sobre políticas e outras temáticas relativas ao 
desenvolvimento rural; 
• Divulgar resultados de pesquisas e reflexões; 
• Dar a conhecer à sociedade os resultados dos debates, seja através de comunicados de 
imprensa como pela publicação de textos; 
• Constituir uma base de dados bibliográfica actualizada, em forma digitalizada; 
• Estabelecer relações com instituições nacionais e internacionais de pesquisa para 
intercâmbio de informação e parcerias em trabalhos específicos de investigação sobre 
temáticas agrárias e de desenvolvimento rural em Moçambique; 
• Desenvolver parcerias com instituições de ensino superior para envolvimento de 
estudantes em pesquisas de acordo com os temas de análise e discussão agendados; 
• Criar condições para a edição dos textos apresentados para análise e debate do OMR. 
 
 
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agrário e rural numa perspectiva 
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