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MATEMÁTICA E FÍSICA APLICADAS À ZOOTECNIA PROF. DR. JULIO CESAR AGREIRA PASTORIL Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-Reitoria Acadêmica Maria Albertina Ferreira do Nascimento Diretoria EAD: Prof.a Dra. Gisele Caroline Novakowski PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Camila Adão barbosa Camila Cristiane Moreschi Fernando Sachetti Bomfim Patrícia Garcia Costa Produção Audiovisual: Adriano Vieira Marques Márcio Alexandre Júnior Lara Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Cristiane Alves © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande responsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conhecimento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivência no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mercado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................4 1. REGRA DE TRÊS E EQUAÇÕES ALGÉBRICAS .......................................................................................................5 1.1 REGRA DE TRÊS SIMPLES......................................................................................................................................5 1.1.1 REGRA DE TRÊS SIMPLES DIRETAMENTE PROPORCIONAL ...........................................................................5 1.1.2 REGRA DE TRÊS SIMPLES INVERSAMENTE PROPORCIONAL .......................................................................6 1.2 REGRA DE TRÊS COMPOSTA ................................................................................................................................ 7 1.3 EQUAÇÃO DE PRIMEIRO GRAU ........................................................................................................................... 10 1.4 EQUAÇÃO DE SEGUNDO GRAU ............................................................................................................................ 11 1.5 A FÓRMULA DE SRIDHARA (BHASKARA) ........................................................................................................... 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 15 REGRA DE TRÊS SIMPLES E EQUAÇÕES ALGÉBRICAS PROF. DR. JULIO CESAR AGREIRA PASTORIL ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: MATEMÁTICA E FÍSICA APLICADAS À ZOOTECNIA 4WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Você já deve ter ouvido muito por aí um ditado que diz que a matemática é um bicho de sete cabeças, não é mesmo? As dificuldades que muitos indivíduos encontram nos caminhos percorridos na matemática propiciam que as pessoas sintam receio dos cursos que envolvam essa ciência tão exata e presente no nosso cotidiano. Mas será que esse “bicho” tem mesmo sete cabeças? Oras, e se tivesse? Nós podemos ser ótimos domadores se soubermos muito bem com quem estamos lidando! Acalme-se, pois matemática não é, nem de longe, um bicho de sete cabeças. Que alívio poder respirar confiante de que basta apenas se aliar a ela. Neste capítulo, você retomar alguns assuntos importantes que já estudou, mas acredito que seja necessário relembrá- los para avançarmos para outros temas mais complexos. Vale lembrar que a matemática requer sempre a transformação da sua linguagem escrita, para uma sentença matemática. Mas como podemos lidar com isso? É muito simples! O primeiro passo é sempre retirar da própria situação-problema apresentada todos os dados necessários para a sua própria resolução. Fantástico, não é mesmo? A matemática dialoga conosco a todo o momento. Outro fator importante é a interpretação. Isso mesmo! A interpretação não deve ficar presa apenas nos livros de língua portuguesa. A interpretação nos acompanha em todos os momentos das nossas vidas, ela é imprescindível em todas as disciplinas, então, não seria diferente na matemática. Que tal começarmos praticando a nossa capacidade de interpretar? Teremos, certamente, bons resultados, por isso, é com imenso prazer que eu, como professor de física, trago este material didático de apoio para a disciplina de Matemática e Física aplicada à Zootecnia. Para todo efetivo processo de ensino e aprendizagem, o aluno deve possuir um bom respaldo teórico, reforçando e alicerçando conceitos básicos para a construção dos conhecimentos específicos. A intenção deste material é acompanhar o seu progresso diário, de aula em aula. Contamos também com atividades discursivas e objetivas, nas quais você deverá realizar os cálculos detalhadamente explicando cada etapa e assim você poder treinar a resolução de problemas. A matemática nos possibilita um universo de situações complexas ao mesmo tempo em que facilita as nossas vidas com as soluções para elas. Com o intuito de se conceituar em matemática, é necessário compreender seu objeto de estudo! Para que tenham sentido os significados e os conceitos, ao estudante, é necessário que haja dedicação visando criar vínculos com essa área de conhecimento. Fique tranquilo! Não há com que se preocupar. O primeiro passo é estar disposto a mergulhar neste oceano de conceitos e buscar compreendê-los um a um, identificando a linguagem, os códigos, a manipulação dos símbolos etc. A matemática está na vida do ser humano com o intuito de facilitar nosso cotidiano, então, respire fundo e embarque nesta busca pelo conhecimento. Começaremos com a Regra de três, uma dessas ferramentas que, se utilizada corretamente, é capaz de contribuir para com a nossa rotina muito mais do que imaginamos. Depois, passamos a conhecer mais sobre as Equações Algébricas, ditas misteriosas, porém, de fácil resolução. São equações nas quais a incógnita x está sujeita a operações algébricas como: adição, subtração, multiplicação, divisão e radiciação. Finalizaremos com a Fórmula de Bhaskara que é temida por uns, mas amada por outros. Ao conhecer a história dessa fórmula, você irá se surpreender... 5WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. REGRA DE TRÊS E EQUAÇÕES ALGÉBRICAS 1.1 Regra de Três Simples Para compreendermos a definição dessa regra, primeiro devemos nos atentar ao fato de que existe a Regra de Três Simples e a Regra de Três Composta. Como o nome já sugere, a regra de três simples é assim denominada por envolver apenas duas grandezas e regra de três composta envolve três ou mais grandezas, ou seja, existe uma complexidade maior ao resolvê-la. É evidente que o nome “composto” nos assusta um pouco, mas se acalme! Para resolvermos com êxito essa etapa, você precisa dominar, primeiramente, as regras simples. A regra de três simplesé subdividida em diretamente proporcional e inversamente proporcional. 1.1.1 Regra de três simples diretamente proporcional Para definirmos com precisão se a regra aplicada é direta ou inversa, é muito simples, basta compreendermos que, se as duas grandezas variam no mesmo sentido, ou seja, quando as duas aumentam ou diminuem, podemos considerá-las diretamente proporcionais. O fato de aumentarmos um valor, influencia diretamente o outro valor a aumentar também. Podemos pensar em um exemplo clássico do nosso cotidiano: quanto mais percorremos uma distância, mais tempo estamos gastando na caminhada. Vamos conhecer, agora, o Sr. João Bidu, que nos ajudará a compreendermos melhor com alguns exemplos reais. Segue o primeiro exemplo. Uma loja de produtos agropecuários oferta aos seus clientes a venda de peixinhos ornamentais para serem animais de estimação. O Sr. João Bidu, proprietário desse comércio, estava com 10 peixinhos em seu aquário, alimentando-os com 40g de ração diariamente. Porém, todas as sextas-feiras, o comércio do Sr. Bidu recebe, em média, mais 5 novos peixinhos. Quantos gramas de ração serão necessários para alimentar, diariamente, o aquário de peixes após ter recebido mais 5 novos peixinhos? Ao nos depararmos com situações como a citada anteriormente, devemos, primeiramente, colher as informações que a situação-problema nos oferece. Nesse caso, sabemos que o Sr. Bidu tinha 10 peixes e os alimentavam com 40g de ração, ao somarmos ao aquário mais 5 peixes, a ração, obviamente, não será mais suficiente. Então, nesse caso, será necessário aumentar essa quantidade, mas qual será o valor exato de ração? Nosso cálculo precisa assumir este formato para nos auxiliar no raciocínio: 6WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Após colhermos as informações, percebemos claramente que temos uma situação que será resolvida com a regra de três: quatro valores, sendo um deles ainda desconhecido. Aumentaram- se os peixes, aumenta-se também a ração (que conhecemos como: aumentando - aumenta), basta observar o sentido das setas em azul. Sendo assim, essa é a Regra de Três Simples Diretamente Proporcional. Acompanhe o raciocínio: O valor de x, nesse caso, simboliza o quanto o senhor João Bidu precisará dispor de ração diariamente para os seus peixinhos, ou seja, 60 gramas para alimentar o aquário. Ao compreendermos esse raciocínio, estamos preparados para avançarmos um pouco mais. 1.1.2 Regra de três simples inversamente proporcional A regra de três simples inversamente proporcional é definida pelo fato de uma das grandezas aumentar enquanto a outra grandeza diminui, de forma inversa, uma em relação à outra. Melhor definindo, quando o valor de uma das razões cresce, o segundo valor será ao contrário. Para identificar as diferenças entre as regras, esteja atento aos dados ofertados pela própria situação-problema. Observe: Na agropecuária do Sr. Bidu, outros pets também são vendidos para alegrar novos lares, especialmente caninos. Mas veja, os 5 cachorros (filhotes de labrador) que estão à venda consomem um pacote de ração de 10 kg em 30 dias. Caso cheguem 3 novos filhotes, o consumo do pacote de ração de 10 kg dará para quantos dias? De forma similar ao exemplo anterior, vamos montar um quadro contendo os dados fornecidos no problema, como segue: 7WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Nesse exemplo, temos um caso típico de Regra de Três Inversamente Proporcional. Notamos que, ao aumentar o número de filhotes, de 5 para 8, o tempo para o consumo do pacote de ração será menor (aumentando-diminui), mas por quê? Porque temos mais filhotes para comer. Basta observar o sentido das setas. Então, como desenvolver o cálculo quando se trata de uma regra de três inversa? Seguimos o mesmo procedimento da diretamente proporcional, porém, com os dados invertidos. Veja, a seguir, o procedimento, que é bastante simples: 8X= 30.5 8X= 150 X= 150/8 X= 18,75 dias Não foi tão complexo quanto o nome sugere, concorda? Podemos caminhar, agora, por novos conceitos ao dominarmos as regras de três simples. 1.2 Regra de Três Composta Como estudantes matemáticos sedentos por conhecimento, não podemos nos contentar apenas com o que é simples. Sabemos que nem sempre é possível resolvermos situações-problemas com as regras de três simples, então, como bons estudantes desta ciência, precisamos dominar o conceito de regra de três composta. Até aqui vimos as regras de três que envolvem apenas duas grandezas, porém, precisamos falar das situações que podem envolver mais de duas variáveis. Ao aumentarmos ou diminuirmos os valores dessas variáveis, o resultado, obviamente, também será alterado: consideramos esse cálculo uma regra composta. A regra de três composta é uma forma de descobrirmos os valores referentes às grandezas a partir de valores que já existem, mas, para que isso ocorra, o objeto necessita estar na mesma unidade de medida. Observe: Na agropecuária do Sr. Bidu, oito funcionários conseguem vacinar 20 cachorrinhos em 5 dias. Porém, quatro dos funcionários entraram de férias por 16 dias. Quantos cachorrinhos os quatro funcionários restantes conseguirão vacinar nesses 16 dias? Primeiro, vamos organizar as ideias dadas: 8WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Observe que, aumentando o número de funcionários, aumenta-se o número de cachorros vacinados, certo? Então, essa relação é a do tipo diretamente proporcional. Aumentando-se o número de dias, há também um aumento no número de cachorros vacinados. Sendo assim, teremos que: Agora, outro exemplo o qual destacamos: Dois funcionários do Sr. Bidu conseguem, em nove dias, limpar e organizar 2m² de curral. Quantos dias serão necessários para que três funcionários limpem 4m² de curral? Organizando as informações, temos: Colocam-se as flechas concordantes para as grandezas que analisamos serem diretamente proporcionais (seta para baixo) e discordantes para as inversamente proporcionais (seta para cima) quando compararmos com a incógnita. Assim, teremos o seguinte desenvolvimento: Agora que já sabemos usar a nosso favor a regra de três, estamos prontos para realizarmos muitos cálculos. Então, não se esqueça: ➢ Regra de Três Simples envolve duas grandezas que podem ser direta ou inversamente proporcionais. Quando consideradas diretas, a regra envolve as grandezas que variam no mesmo sentido. Se forem inversamente proporcionais, uma das grandezas aumenta e a outra diminui; ➢ Regra de Três Composta é a que envolve três ou mais grandezas, sendo elas tanto grandezas direta quanto inversamente proporcionais. 9WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Agora, vamos abordar um pouco sobre as equações algébricas. Segundo os dicionários, a matemática é uma ciência que estuda o que é abstrato, sejam objetos, figuras e números, por meio dedutivo através de processos e operações matemáticas. Mas será que a matemática é tão abstrata quanto essa definição? Os cálculos matemáticos estão presentes ao nosso redor durante toda a nossa rotina diária. Alguns desses cálculos conseguimos realizar mentalmente, outros necessitamos transformar objetos em incógnitas para chegarmos ao resultado esperado. Chamamos esse tipo de equação de Equações Algébricas. Primeiramente, é importante entendermos que a equação é uma expressão que contém uma igualdade, ou seja, a igualdade entre duas expressões matemáticas. As equações foram elaboradas para nos auxiliarem em soluções para as situações-problemas que apresentam um número desconhecido. As expressões algébricas são as operações matemáticas aplicadas a números conhecidos, ou não,por meio de operações. A esses números desconhecidos é atribuída uma incógnita, por exemplo, o x ou y, para a realização de operações algébricas como: adição, subtração, multiplicação e divisão. Na sua experiência de estudante desta disciplina, você já deve ter se deparado com exemplos como estes a seguir: 15x2 + 10y + 2ab ou 2x + 3y Essas expressões possuem letras representando números e números multiplicando ou somando outros números. Se o resultado dessa expressão obtiver uma igualdade em sua composição, podemos considerá-la uma equação. Observe os exemplos: A igualdade nos permite encontrar os resultados que esperamos para a equação, ou seja, é ela que faz essa relação entre a operação matemática aplicada com o seu número. Se tivermos a equação x – 15 = 9, qual é o valor atribuído ao x? Primeiramente, é necessário identificarmos o seguinte raciocínio: o valor de x é um número que sendo subtraído por 15, obtemos o resultado 9. Temos em nossas mãos as informações ofertadas pela própria equação. Façamos o seguinte: Tudo caminha muito bem até aqui, não é mesmo? A partir desse prévio conhecimento, podemos avançar um pouco mais em nossos estudos. 10WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.3 Equação de Primeiro Grau As equações são classificadas quanto ao grau que possuem. Esse grau tem relação com a quantidade de incógnitas que a equação possui. As equações de primeiro grau são resoluções acessíveis e ligeiramente eficientes. Uma equação de primeiro grau possui o maior expoente de suas incógnitas com o valor “1”. Aqui, o grau é responsável por determinar quantas soluções a equação possui. Sendo assim, uma equação de primeiro grau apresenta apenas um resultado possível para a incógnita. Desenvolver esse raciocínio é muito fácil, primeiramente, é necessário que façamos o isolamento da incógnita para descobrirmos o seu valor numérico. Ao isolarmos a incógnita e separá-la dos outros termos restantes, estamos fazendo um deslocamento importante no processo matemático para descobrirmos os valores em questão. Ao mudarmos o termo de uma posição para outra em que se encontra após o sinal, é imprescindível a mudança, também, do sinal da operação matemática, ou seja, se estava dividindo, passará a multiplicar (e assim por diante). A linguagem matemática deve sempre ser observada para a transformarmos em uma sentença matemática. Observe: Então, qual seria o desafio matemático aqui? Descobrir algo desconhecido: esse é o objetivo do estudo das equações Um ciclo da produção de tilápia leva em média 6 meses e João Bidu, o nosso amigo piscicultor, está ansioso para o início das vendas. As terras que Sr. Bidu usa para a piscicultura são arrendadas, trata-se de um pesqueiro desativado. Como mora na cidade e as terras são um pouco afastadas, Sr. Bidu precisou contratar um caseiro para estar mais presente diariamente. Sendo assim, arrendamento, gastos com funcionário e energia elétrica são alguns dos gastos fixos da produção das tilápias de que ele não vai poder abrir mão. João Bidu usou sua expertise matemática para encontrar uma equação de primeiro grau que descrevesse o custo da produção (c) em função da quantidade (em quilos) de tilápia (x). 11WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.4 Equação de Segundo Grau Para tratarmos de equação de segundo grau, precisamos reconhecer que ela possuirá uma estrutura como a expressa a seguir: ax² + bx + c = 0, onde a ≠ 0 Essa equação também é conhecida como equação quadrática. Como aprendemos, a incógnita está expressa pela letra x, e os coeficientes da equação são representados pelas letras a, b e c, os números reais. Vale lembrar que apenas o coeficiente a é considerado diferente de zero e que, se os coeficientes não forem nulos, essa equação é considerada uma equação completa. Exemplos: 1. 2x²+8x+5=0 3. 3x²+2x+3=0 2. 4x²+9x+7=0 4. 5x²+4x+6=0 Mas como identificar uma equação incompleta? Vamos lá! Se, na equação, os coeficientes b e/ou c forem iguais a zero, consideramos essa equação incompleta. Exemplos: 1. 4x²+2x=0 3. 4x²=0 2. 3x²+9=0 4. 3x²+12=0 Como podemos imaginar, as equações não serão sempre iguais, algumas poderão apresentar até dois resultados, nesse caso, encontramos as raízes da equação. Para resolvermos uma equação de segundo grau, seja ela completa ou incompleta, usaremos a Fórmula de Bhaskara: 12WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.5 A Fórmula de Sridhara (Bhaskara) A fórmula de Bhaskara é a fórmula geral para resolver as equações de segundo grau, porém essa fórmula não foi descoberta pelo professor, astrólogo, astrônomo e matemático Bhaskara Akaria. Curioso, não é mesmo? Por mais incrível que pareça, essa fórmula foi descoberta pelo matemático hindu Sridhara, há mais de um século antes das publicações de Bhaskara, que reconheceu o trabalho fundamental do pioneiro Sridhara, mas trouxe ao mundo matemático a importante função de reduzir a equação do segundo grau a uma do primeiro grau, através da extração de raízes quadradas dos membros da própria equação. Antes de darmos início aos nossos exemplos, quero chamar atenção para um ponto importante dentro dessa fórmula. Vamos relembrar como ela é? Tendo nota que: Δ= b²-4ac é o discriminante da equação. Deve-se considerar três pontos importantes: (1.º) Se Δ < 0 NÃO há solução real. Isso porque não existe raiz quadrada real de número negativo; (2.º) Se Δ = 0, há duas soluções iguais: (3.º) Se Δ > 0, há duas soluções reais e diferentes, sendo x’ e x’’: Após esse contexto muito interessante, podemos prosseguir com nossos exemplos para compreendermos melhor a resolução de equações de segundo grau. Temos: x² - 5x + 6= 0 Em que: 1. Identificamos os coeficientes: a=1, b=-5 e c=6 2. Escrevemos o discriminante: ∆= b2 −4ac. 3. Calculamos ∆: ∆= (-5)² - 4.(1).(6) ∆=25 – (24) ∆=1 13WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 4. Substituímos os valores dos coeficientes a, b e c na fórmula de Bhaskara: Perceberam que a Fórmula de Bhaskara é nada mais é do que um método para encontrar as raízes reais de uma equação do segundo grau (função do segundo grau) fazendo uso apenas de seus coeficientes? Para auxiliar no entendimento desta unidade e sobre as Equações Algébricas, visite o site https://www.somatematica.com.br/algebra.php. Em seguida, acesse https://geniodamatematica.com.br/formula-de-bhaskara/, o qual oferece uma boa parte da história de Bhaskara. Somando essas leituras aos conhecimentos aqui adquiridos, terá um aprendizado enriquecedor. O administrador público e advogado francês, François Viète, disse em umas das suas célebres frases que a “Matemática não é apenas números, e sim envolve letras e toda a capacidade que o ser humano conseguir expressar”. Refletindo sobre essa frase, já acordamos que a equação de segundo grau é justamente essa definição: de representar por letras (do início do alfabeto) os coeficientes da equação do 2.º grau. Então, cabe ao ser humano se capacitar para conseguir resolvê-las. https://www.somatematica.com.br/algebra.php https://geniodamatematica.com.br/formula-de-bhaskara/ 14WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Parece estranho, mas a Figura 1 representa as inúmeras tentativas de solucionar uma equação de segundo grau. Segundo o Museu Britânico, essas tábuas babilônicas são feitas de argila e nelas se encontram alguns problemas que consistem em determinar dois números conhecendo a soma e o produto dele ou, simplesmente, encontrar os lados de um retângulo conhecendo o perímetro e aárea. Mas pergunta-se: os babilônios já tinham fórmulas para resolver esses problemas? A resposta é não! O que eles tinham eram “receitinhas” desenvolvidas por eles, que se parecem muito com as fórmulas mágicas que temos hoje. 15WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, vimos que a matemática nem sempre é um bicho de sete cabeças. Somos aptos a resolver problemas, afinal, eles estão aí no nosso cotidiano. Ao estudar proporção, relacionamos as grandezas que podem ser diretamente proporcionais, ou seja, o aumento de uma implica o aumento da outra e, em outros casos, isso pode acontecer de forma inversa: o aumento de uma implica a redução da outra. Também vimos que podemos, sim, resolver grande parte dos problemas relacionados às grandezas proporcionais utilizando regra de três simples ou composta. A fórmula de Bhaskara, que é a fórmula geral para a resolução de equações do segundo grau, propõe uma forma de reduzir a equação do segundo grau a uma do primeiro grau. O que acontece é que há extração de raízes quadradas de ambos os membros dela. Obter conhecimentos matemáticos exige dedicação e aplicabilidade. A teoria se soma à prática e nos traz as soluções esperadas. 1616WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 18 1. SISTEMAS DE EQUAÇÃO LINEAR ......................................................................................................................... 19 1.1 SOLUÇÕES DE UMA EQUAÇÃO LINEAR ..............................................................................................................20 1.2 CLASSIFICAÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR ........................................................................................................ 21 1.2.1 SPD – SISTEMA POSSÍVEL E DETERMINADO – POSSUI UMA ÚNICA SOLUÇÃO ...............................................21 1.2.2 SPI – SISTEMA POSSÍVEL E INDETERMINADO - POSSUI INFINITAS SOLUÇÕES ..................................... 21 1.2.3 SI – SISTEMA IMPOSSÍVEL - NÃO POSSUI SOLUÇÃO ...................................................................................22 1.3 ADIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DE SISTEMAS LINEARES ........................................................................................22 1.3.1 MÉTODO DE ADIÇÃO ..........................................................................................................................................22 1.3.2 MÉTODO DE SUBSTITUIÇÃO .............................................................................................................................23 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES E MATRIZES PROF. DR. JULIO CESAR AGREIRA PASTORIL ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: MATEMÁTICA E FÍSICA APLICADAS À ZOOTECNIA 17WWW.UNINGA.BR 1.4 RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES ..............................................................................................................23 1.4.1 REGRA DE CRAMER ...........................................................................................................................................23 1.4.2 ESCALONAMENTO DE SISTEMAS LINEARES .................................................................................................25 1.5 REPRESENTAÇÃO DE UMA MATRIZ ...................................................................................................................28 1.6 ELEMENTOS DE UMA MATRIZ ...........................................................................................................................29 1.7 TIPOS DE MATRIZES ............................................................................................................................................29 1.7.1 MATRIZ LINHA .....................................................................................................................................................29 1.7.2 MATRIZ COLUNA .................................................................................................................................................29 1.7.3 MATRIZ NULA .....................................................................................................................................................29 1.7.4 MATRIZ QUADRADA ...........................................................................................................................................30 1.7.5 MATRIZ IDENTIDADE .........................................................................................................................................30 1.7.6 MATRIZ INVERSA ...............................................................................................................................................30 1.7.7 MATRIZ TRANSPOSTA .......................................................................................................................................30 1.7.8 MATRIZ OPOSTA ................................................................................................................................................ 31 1.7.9 IGUALDADE DE MATRIZES ................................................................................................................................ 31 1.8 OPERAÇÃO ENTRE MATRIZES ............................................................................................................................. 31 1.8.1 ADIÇÃO DE MATRIZES ....................................................................................................................................... 31 1.8.2 SUBTRAÇÃO DE MATRIZES ............................................................................................................................... 31 1.8.3 MULTIPLICAÇÃO DE MATRIZES .......................................................................................................................32 1.8.4 MULTIPLICAÇÃO DE MATRIZES POR UM NÚMERO REAL ............................................................................32 1.9 PROPRIEDADE DAS OPERAÇÕES ENTRE MATRIZES........................................................................................32 1.9.1 ADIÇÃO COMUNICATIVA ...................................................................................................................................32 1.9.2 ADIÇÃO ASSOCIATIVA .......................................................................................................................................32 1.9.3 ADIÇÃO DE ELEMENTO OPOSTO .....................................................................................................................32 1.9.4 ADIÇÃO DE ELEMENTO NEUTRO .....................................................................................................................32 1.9.5 MULTIPLICAÇÃO ASSOCIATIVA ........................................................................................................................32 1.9.6 MULTIPLICAÇÃO DISTRIBUÍDA À DIREITA ....................................................................................................32 1.9.7 MULTIPLICAÇÃO DISTRIBUÍDA À ESQUERDA ................................................................................................33 1.9.8 MULTIPLICAÇÃO COMUTATIVO .......................................................................................................................33 1.9.9 MULTIPLICAÇÃO DE MATRIZ POR NÚMERO REAL .......................................................................................33 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................34 18WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO ADISTÂNCIA INTRODUÇÃO Que bom encontrá-lo por aqui novamente! A matemática nos proporciona muito conhecimento útil para a nossa vida acadêmica, então esteja sempre preparado para encontrá-la em sua jornada profissional. Sendo assim, é melhor aprendermos a dominar esse bicho que não tem sete cabeças, não é mesmo? É possível dominarmos essas teorias que, às vezes, aparentam ser tão complexas. Vamos dar mais um passo nessa jornada. Na unidade anterior, nós nos familiarizamos com as jovens equações. Nesta unidade, iremos solucionar um sistema linear, que é um conjunto de equações lineares. Depois, com as matrizes, iremos relacionar dados numéricos que estarão dispostos em uma tabela, organizados em linhas M (horizontal) e colunas N (vertical). 19WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. SISTEMAS DE EQUAÇÃO LINEAR Elon Lima afirma que “não se aprende matemática por contemplação”, por isso, faremos um esforço para compreender que sistemas de equações lineares são um conjunto de equações lineares, associadas, com m equações e n incógnitas, ressaltando que a solução de um sistema linear é a solução de todas as equações lineares. Uma equação linear é a do tipo: Um sistema linear é formado por um conjunto de equações lineares conforme o exemplo a seguir: Aqui estão alguns exemplos de equações lineares e não lineares: EQUAÇÕES LINEARES EQUAÇÕES NÃO LINEARES 3x1 + 4x2 – 5x3 + 7x4= 10 2x² + 4y= 8 2a – b – c= 0 2xy – z = 10 x1 + x2 + x3=9 x + √y – z= 0 x + 2y – z= 3 x² + xy – y= 2 20WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.1 Soluções de uma Equação Linear Podemos dizer que a sequência ordenada de números reais (α1, α2, α3,..., αn) é uma solução da equação linear: formam uma sentença VERDADEIRA. Vamos fazer alguns testes juntos, para assim amarrarmos essas informações teóricas com as práticas de modo a entender todo esse contexto. I. Dada certa equação linear: 3x+ 2y= 18. Podemos dizer que o par ordenado (4,3) é uma solução da equação? Agora, vamos resolvê-la, ou seja, tirar a ‘prova’? II. Um sistema de equações lineares com m equações e n incógnitas, ou variáveis, é classificado como: 21WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.2 Classificação de um Sistema Linear Tudo bem até aqui? Espero que sim! Agora, vamos aprender a classificar um sistema linear de acordo com o seu número de soluções. Já ouviram falar em SPD, SPI e/ou SI? Se não, chegou a sua hora de aprender. Mas, afinal, o que são essas siglas citadas anteriormente? São as siglas referentes às classificações de um sistema linear, as quais são usadas de acordo com o número de soluções apresentadas polo sistema. Quais sejam: SPD – Sistema Possível e Determinado - Possui uma ÚNICA solução; SPI – Sistema Possível e Indeterminado - Possui INFINITAS soluções; SI – Sistema Impossível - NÃO possui solução. Vamos conhecer um a um. 1.2.1 SPD – sistema possível e determinado – possui uma única solução Resolvendo o sistema a seguir, temos: Assim, podemos concluir que o sistema é POSSÍVEL (ou seja, tem solução) e DETERMINADO (solução única), isto é, não tem outras possibilidades. 1.2.2 SPI – sistema possível e indeterminado - possui infinitas soluções Resolvendo o sistema a seguir, temos: Assim, podemos concluir que o sistema é POSSÍVEL (ou seja, tem solução) e INDETERMINADO (infinitas soluções), isto é, tem várias possibilidades! 22WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.2.3 SI – sistema impossível - não possui solução Resolvendo o sistema a seguir, temos: Assim, podemos concluir que o sistema é IMPOSSÍVEL (ou seja, NÃO tem solução). Porém, se o termo independente de todas as equações for igual a zero, o Sistema Linear é classificado como HOMOGÊNEO, veja: 1.3 Adição e Substituição de Sistemas Lineares 1.3.1 Método de adição Considere o sistema a seguir: Passo 1. Precisamos eliminar uma variável, certo? Para isso, multiplicaremos a segunda equação (II) por 3, que ficará: Passo 2. Vamos somar, membro a membro, as duas equações: Passo 3. Encontramos o valor de x. Sendo então, 5x= 5 à x= 5/5 à x= 1 Passo 4. Substituímos o valor de x em qualquer uma das equações e encontramos o valor de y: Concluímos que o conjunto solução é: S={(1,2)} 23WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.3.2 Método de substituição Considere o sistema a seguir: Você sabia que existe outro método para resolver sistemas de equações? Sim, esse método se chama MATRIZES! As matrizes são interessantes e muito utilizadas não apenas a cunho matemático, mas também em outras áreas, já que essas têm diversas aplicações. Aqui, vou aplicar as matrizes dentro de sistemas lineares e, no próximo assunto, eu as abordarei mais detalhadamente. O que precisamos saber em primeira mão é que existem diferentes formas para resolver equações de sistemas lineares, mas, trataremos apenas de duas: a Regra de Cramer e Escalonamento. 1.4 Resolução de Sistemas Lineares 1.4.1 Regra de Cramer É utilizada na resolução de sistemas classificados como SPD – Sistemas Possíveis e Determinados. Vamos considerar a seguinte equação de sistemas lineares: Mas, antes, precisaremos: 24WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.º) Calcular o determinante principal: neste caso, formamos uma matriz com os coeficientes das variáveis; Então, o determinante principal é: 2.º) Calcular os determinantes secundários: substituindo as colunas das variáveis pela coluna do termo independente. 25WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Agora, para calcularmos o determinante, utilizamos a Regra de Sarrus quando temos matrizes quadradas de ordem 3: Então, obtemos a solução do sistema S={(-1,1, -1)} 1.4.2 Escalonamento de sistemas lineares Escalonar um sistema é uma forma de transformar o sistema em outro equivalente, mas que possua uma resolução mais fácil. Porém, para escalonar um sistema, precisamos seguir estes passos: 1. Somar ou subtrair uma equação pela outra; 2. Multiplicar uma das equações inteira por um número real diferente de zero; 3. Trocar duas equações de posições entre si; 4. Multiplicar uma das equações por um número real e somá-la à ou subtraí-la da outra; 5. Dividir uma equação inteira por um número real diferente de zero. Esses passos parecem um enigma, não é mesmo? A boa notícia é que você não precisa, necessariamente, seguir todos eles nem os executar nessa ordem. Anteriormente, estão descritos os passos para norteá-lo a resolver a equação. Seguindo-os, você pode escalonar um sistema e encontrar os valores para as variáveis que resolvem o sistema. Esse tipo de escalonamento é chamado de forma escalonada ou redução à forma escalonada. Vamos praticar o que aprendemos, pois a matemática é isto: na teoria, um desespero; na prática, um parque de diversões. Considere o sistema a seguir: Vamos passo a passo: 1.º) Transformamos o sistema anterior por uma Matriz: pegamos os valores dos coeficientes e do termo independente após a igualdade. 26WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2.º) Vamos agora fazer uma operação matemática, seja ela adição, subtração, multiplicação ou divisão, desde que consigamos anular pelo menos um elemento da matriz. Quais desses elementos nós iremos eliminar? Observando a matriz, podemos pegar a Linha 2 (L2) e subtrairpela Linha 1 (L1). O resultado dessa subtração é colocado na Linha 2. 3.º) Anulamos mais um elemento subtraindo, desta vez, a Linha 3 (L3) pelo dobro da Linha 1 (L1). Colocamos o resultado na Linha 3. 4.º) Agora, se somarmos a Linha 2 (L2) com a Linha 3 (L3), conseguiremos anular mais um elemento. 5.º) Não podemos anular a diagonal principal, certo? Então vamos transformar o número 2 em 1. Como assim? Basta dividirmos a Linha 3 por 2. Vamos ver como fica? 27WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 6.º) Neste passo, já temos a forma escalonada e já é possível encontrarmos os valores das variáveis: x, y e z. 7.º) Vamos prosseguir, escalonando, até o final do processo. Afinal, o intuito agora é anularmos os elementos anteriores da diagonal principal. Se subtrairmos a Linha 2 com a Linha 3, anulamos mais um elemento. 8.º) Vamos seguindo adiante, anulando mais um elemento que não está na diagonal principal. Agora vamos subtrair a Linha 1 com a Linha 3. 9.º) Por fim, vamos anular o último elemento: subtraímos a Linha 1 com a Linha 2. 10.º) Chegamos à Matriz Escalonada. Além disso, os valores encontrados no termo independente são os que, atribuídos às variáveis x, y e z, formam o conjunto do sistema. A Matriz a seguir é a reduzida à forma de escada. 28WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Conseguimos! Temos, visivelmente, a resposta para x, y e z. Montando o sistema novamente, temos o seguinte: Agora, vamos mudar um pouco o foco. Uma matriz é uma forma de organizarmos, em linhas e colunas, dados numéricos, relacionando-os. Essa organização se dá no formato m x n, no qual: m representa o número de linhas (horizontal) e n representa o número de colunas (vertical). A função da matriz é justamente relacionar esses dados numéricos. De forma breve, mas bem clara, vamos tratar aqui de informações importantíssimas sobre matrizes. 1.5 Representação de uma Matriz Podemos utilizar colchetes, parênteses e até barras para representarmos uma matriz. Vejamos este exemplo: Venda de animais no primeiro bimestre do ano de 2021: ANIMAL JANEIRO FEVEREIRO Fêmeas de leite 500 450 Fêmeas de corte 450 490 A tabela apresenta dados em duas linhas (dois tipos de fêmeas) e duas colunas (meses do ano). Temos, nesse caso, uma matriz do tipo 2x2. Podemos representar essa tabela da seguinte forma: 29WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.6 Elementos de uma Matriz Uma matriz, representada por m x n, é composta por elementos aij em que: i representa o número de linhas, e j o número da coluna que localiza o valor. Exemplo: Utilizando os dados da tabela anterior, temos: aij ELEMENTO Entendendo a questão... a11 500 Elemento da linha 1 e coluna 1 a12 450 Elemento da linha 1 e coluna 2 a21 450 Elemento da linha 2 e coluna 1 a22 490 Elemento da linha 2 e coluna 2 1.7 Tipos de Matrizes Há vários tipos de matrizes. Vamos destacá-los aqui de forma bem simplificada: 1.7.1 Matriz linha Matriz de uma linha. Exemplo: Matriz linha 1 x 2. 1.7.2 Matriz coluna Matriz de uma coluna. Exemplo: Matriz coluna 2 x 1. 1.7.3 Matriz nula Matriz de elementos iguais à zero. Exemplo: Matriz nula 2 x 3. 30WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.7.4 Matriz quadrada Matriz com igual número de linhas e colunas. Exemplo: Matriz quadrada 2 x 2. 1.7.5 Matriz identidade Os elementos da diagonal principal são iguais a 1 e os demais elementos são iguais a zero. Exemplo: Matriz identidade 3x3 1.7.6 Matriz inversa Uma matriz quadrada B é inversa da matriz quadrada A quando a multiplicação das duas matrizes resulta em uma matriz identidade In, ou seja, A . B= B. A= ln. Exemplo: Matriz inversa de B é B-1 1.7.7 Matriz transposta É obtida com a troca ordenada das linhas e colunas de uma matriz conhecida. Exemplo: Bt é a matriz transposta de B. 31WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.7.8 Matriz oposta Obtida com a troca de sinal dos elementos de uma matriz conhecida. Exemplo: – A é a matriz oposta de A. 1.7.9 Igualdade de matrizes Matrizes que são do mesmo tipo e possuem elementos iguais. Exemplo: Se a matriz A é igual à matriz B, então o elemento ‘d’ corresponde ao elemento 4. 1.8 Operação entre Matrizes Que tal utilizarmos as operações matemáticas para somarmos ou subtrairmos ou simplesmente multiplicarmos uma matriz? Esse assunto já está acabando e esta abordagem é de suma importância para o nosso entendimento. 1.8.1 Adição de matrizes Podemos obter uma matriz somando os elementos de matrizes do mesmo tipo. Exemplo: Soma dos elementos da matriz A e da matriz B para obter a matriz C. 1.8.2 Subtração de matrizes Assim ocorre também nas matrizes que subtraímos. Subtraímos os elementos de matrizes do mesmo tipo. Exemplo: Subtração dos elementos da matriz A e da matriz B para obter a matriz C. 32WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.8.3 Multiplicação de matrizes A multiplicação de matrizes só é possível se o número de colunas de A for igual ao número de linhas de B. Exemplo: Multiplicação entre a matriz 3 x 2 (A) e a matriz 2 x 3 (B). 1.8.4 Multiplicação de matrizes por um número real Obtém-se uma em que onde cada elemento da matriz conhecida foi multiplicado pelo número real. Exemplo: multiplicar a matriz a seguir por 2. 1.9 Propriedade das Operações entre Matrizes 1.9.1 Adição comunicativa A + B = B + A 1.9.2 Adição associativa (A + B) + C = A + (B + C) 1.9.3 Adição de elemento oposto A + (-A) = (-A) + A = 0 1.9.4 Adição de elemento neutro A + 0 = 0 + A = A (se 0 for uma matriz nula de mesma ordem que A. 1.9.5 Multiplicação associativa A . (B . C) = (A . B) . C 1.9.6 Multiplicação distribuída à direita A . (B + C) = A .B + A. C 33WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.9.7 Multiplicação distribuída à esquerda (B + C) . A = B . A + C . A 1.9.8 Multiplicação comutativo A . ln = ln . A, onde ln é a matriz identidade. 1.9.9 Multiplicação de matriz por número real Utilizando números reais, m e n, multiplicam-se matrizes do mesmo tipo: A e B, obtendo as seguintes propriedades: m . (n . A) = (m . n) . A m . (A + B) = m. A + m . B (m + n) . A = m. A + n. A 1 . A = A Para entender melhor o conteúdo anterior, indico assistir a alguns vídeos desses entendedores de matrizes clicando em https://youtu.be/YcACVa0roQo. Se quiser complementar o aprendizado sobre as operações matemáticas utilizando matrizes, assista ao link https://youtu.be/IKZXWnto4aM. Para aprofundar em soma e subtração, veja https://youtu.be/0ziYp9N-zGE. Já para multiplicação de matrizes, assista a https://youtu.be/zhbuYu8w1z0. Este site aborda diversos assuntos dentro das mais variadas disciplinas. É um complemento interessante para acrescentar mais conhecimentos ao seu aprendizado. Acesse: https://pt.khanacademy.org/math/algebra-home. https://youtu.be/YcACVa0roQo https://youtu.be/IKZXWnto4aM https://youtu.be/0ziYp9N-zGE https://youtu.be/zhbuYu8w1z0 https://pt.khanacademy.org/math/algebra-home 34WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Esperamos ter transformado sua jornada acadêmica com esses conhecimentos, que estão distribuídos da melhor maneira nesta apostila, visando dar assistência na sua jornada como um futuro profissional de sucesso.Juntamente com esta apostila, apresentamos exercícios selecionados e/ou elaborados com extremo zelo pensando em sua fixação dos conteúdos estudados até aqui. Pratique, explore, conheça e desfrute dos seus novos conhecimentos. Bons estudos! 3535WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 03 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................36 1. SISTEMA INTERNACIONAL DE MEDIDAS ............................................................................................................37 2. REPRESENTAÇÃO DE VALORES NUMÉRICOS ....................................................................................................38 3. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS ............................................................................................................................40 4. REGRAS DE ARREDONDAMENTO ........................................................................................................................ 41 5. CARACTERÍSTICAS DE UM VETOR .......................................................................................................................42 6. COMPONENTES VETORIAIS ..................................................................................................................................42 7. SISTEMA DE COORDENADAS ................................................................................................................................43 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................45 GRANDEZAS FÍSICAS E VETORES PROF. DR. JULIO CESAR AGREIRA PASTORIL ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: MATEMÁTICA E FÍSICA APLICADAS À ZOOTECNIA 36WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO A definição etimológica da palavra Física vem do grego phusikḗ,ês, que significa ciência, estudo da natureza. Dessa forma, a Física nada mais é do que uma parte da ciência que estuda a natureza como um todo, postulando leis e definindo equações, até que se possa chegar ao mais próximo possível de fenômenos naturais. A Física utiliza-se da matemática, mais precisamente do Cálculo Diferencial e Integral, para poder fazer aproximações da realidade. Então, com o Cálculo, temos a manipulação numérica e, quando o utilizamos como ferramenta, a Física fornece a interpretação dos resultados por meio de um sistema de unidades. Nesta unidade, vamos adentrar neste assunto. 37WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. SISTEMA INTERNACIONAL DE MEDIDAS O sistema de unidades de medidas propicia o padrão aceito em cada país para a medição de qualquer grandeza física, como exemplo, as grandezas métricas: centímetro, metro, quilômetro etc. Aqui no Brasil, por exemplo, é adotado o Sistema Internacional (SI), que prevê: segundo (unidade de tempo), metro (unidade de comprimento) e o quilograma (unidade de massa). Essas três unidades (tempo, métrica e massa) são algumas das unidades primárias que, quando agrupadas, formam as demais unidades. Como cada país, ou grupo de países, tem autonomia na escolha do sistema de medidas, é imprescindível ter fatores de conversão para que toda e qualquer medição de uma grandeza possa ser universal. Cada sistema de medidas utiliza múltiplos de cada grandeza, por isso, deve-se entender e utilizar os principais prefixos do SI, conforme segue na Tabela 1. Nome Símbolo Fator de multiplicação Tera T 1012 ou 1.000.000.000.000 Giga G 109 ou 1.000.000.000 Mega M 106 ou 1.000.000 Kilo k 103 ou 1.000 Hecto h 102 ou 100 Deca da 101 ou 10 Unidade Padrão 100 ou 1 Deci d 10-1 ou 0,1 Centi c 10-2 ou 0,01 Mili m 10-3 ou 0,001 Micro µ 10-6 ou 0,000001 Nano n 10-9 ou 0,000000001 Pico p 10-12 ou 0,000000000001 Tabela 1 – Prefixos para conversão de unidades no SI. Fonte: O autor. Anteriormente, ilustram-se os principais prefixos para a conversão de unidades dentro do SI e em outros sistemas. Observe que a primeira coluna se refere ao nome dado ao prefixo, a segunda coluna mostra o símbolo, e a terceira o fator multiplicativo em potência de base dez, ou notação científica, juntamente com seu valor numérico. A linha central da tabela mostra as unidades padrão em qualquer sistema de medição. Essas unidades padrão são baseadas em metro e massa padrão, ou em medições laboratoriais, que é o caso da determinação da unidade “tempo” em que a grandeza é estabelecida por meio de decaimento radioativo. O BIPM (Bureau International de Poids et Mesure), que é o escritório Internacional de pesos e medidas, o qual regula internacionalmente a calibração e o valor das unidades base. 38WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Para que se possam manipular os prefixos para a conversão de unidades, deve-se saber utilizar a notação científica que simplifica valores muito grandes ou muito pequenos. Exemplo: Convertendo unidades de velocidade Um carro de corrida chega facilmente à velocidade de 360 km/h e a velocidade da luz é de aproximadamente 300.000.000 m/s. Quantas vezes a velocidade da luz é maior do que a do carro de corrida? Primeiramente, devem-se transformar as unidades. Como estamos no SI, devemos utilizar o metro (m) e o segundo(s). • Transformando a unidade de tempo: de hora para segundos: 1hora (h) é igual a 60 minutos (m), 1 minuto é igual a 60 segundos (s). • Unidade de comprimento: de quilômetro para metros: 1 quilômetro (km) é igual a 1000 metros (m). Depois disso, converta a velocidade do carro de km/h para m/s. Para isso, vamos trabalhar com a regra de três. Temos: 360 km/h é igual a 100 m/s, como acabamos de descobrir anteriormente. Fazendo agora a proporção de quantas vezes a velocidade da luz é maior do que a do carro, temos: Dessa forma, concluímos que a velocidade da luz é 3 milhões de vezes maior que a velocidade do carro de corrida. 2. REPRESENTAÇÃO DE VALORES NUMÉRICOS Na física, uma representação muito importante vem de expressar mais facilmente, dentro de um padrão, os valores numéricos de uma grandeza. A primeira forma de representação é em notação científica. Transformar um número muito pequeno e/ou um número muito grande em uma porção que possamos ter a noção de ordem de grandeza do valor em questão facilita interpretação e a representação física. Para entendermos melhor, vamos usar dados astronômicos os quais informam que a distância entre a terra e a lua é de, aproximadamente, 384.400.000 metros ou 384.400 km. Dessa forma, representando em notação científica, temos: Distância Terra – Luz é de 3,84.108 metros. 39WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Agora, vamos ver como essa transformação em notação científica pode ser feita. Para simplificarmos um número grande em notação científica, contamos quantas casas queremos “andar” com a vírgula, veja como segue: 384.400.000,0 x 100 384.400.00,0 x 101 384.400.0,0 x 102 384.400,0 x 103 384.40,0 x 104 384.4,0 x 105 384,4 x 106 38,4 x 107 3,8 x 108 Se “andamos” com a vírgula da direita para a esquerda, quer dizer que estamos simplificando um número muito grande, por isso o sinal que vai ao expoente da base dez é positivo, como no exemplo anterior. Agora, imagine como seria se o nosso número fosse muito pequeno? Exemplo: Uma molécula de água é formada por um átomo de oxigênio e dois átomos de hidrogênio (H2O). A distância média entre o átomo de oxigênio e um átomo de hidrogênio é de 0,0000000000096 m ou 9,6.10-12 m. Nesse caso, podemos fazer a mesma coisa que anteriormente, mas, desta vez,estamos transformando um número muito pequeno em um número grande. Por isso, a vírgula vai “andar” para a direita, como segue: 0,0000000000096 x 100 0,000000000096 x 10-1 0,00000000096 x 10-2 0,0000000096 x 10-3 0,000000096 x 10-4 0,00000096 x 10-5 0,0000096 x 10-6 0,000096 x 10-7 0,00096 x 10-8 0,0096 x 10-9 0,096 x 10-10 0,96 x 10-11 9,6 x 10-12 Perceba que, como nosso valor é muito pequeno, “andamos” da esquerda para a direita com a vírgula. Nesse exemplo, mais especificamente, andamos doze casas com a vírgula, em virtude disso que o sinal no expoente da base dez é negativo. Ao escrever números em notação científica, o número de casas em que a vírgula vai andar e quantas casas decimais devem estar depois da vírgula são estabelecidos experimentalmente em relação à precisão e à incerteza atribuída ao valor da medição. A seguir, discutiremos um pouco mais sobre algarismos significativos, regras de arredondamento e expressão de resultados de medições. 40WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 3. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS Existem diversos aparelhos para a realização de medições de grandezas físicas. Os aparelhos digitais, por exemplo, em geral, são mais fáceis de manipular, pois, ao mudar a escala ou a resolução, obtemos uma medida direta. Já os analógicos requerem um pouco mais de atenção, principalmente quando precisamos indicar em qual casa decimal está a incerteza de nossa medida. Ao medir e expressar uma grandeza física, deve-se exprimir o erro experimental associado a ela. O erro experimental nada mais é do que a diferença em porcentagem do valor real com relação ao valor medido. Dessa maneira, os algarismos significativos de uma medição são todos aqueles conhecidos com certeza, acompanhados do valor duvidoso (estimado). Imagine que, em uma sala de aula, foi escolhido um aluno aleatoriamente e foi medida a sua altura, aferindo 1,67m. Quando falamos de algarismos significativos, dizemos que essa medida de altura tem três (3) algarismos significativos, pois os três valores participam da medição. Nesse exemplo, podemos dizer que temos um algarismo duvidoso, isto é, o número 7. Isso significa que a incerteza na medida está sobre o número 7 e, dependendo do erro experimental, pode ter variação para mais ou para menos. Exemplo: Determine quantos algarismos significativos possuem os valores a seguir: a. 5,3458 b. 0,0000026 c. 78 d. 5,3 x 10-3 e. 0,001 Resolução: Perceba que todos os valores numéricos não possuem unidades, portanto, são chamados de adimensionais, isto é, não têm significado físico! a. Possui 5 algarismos significativos; b. Possui 2 algarismos significativos, pois não contamos os zeros à esquerda; c. Possui dois algarismos significativos; d. Possui dois algarismos significativos, pois a base dez e seu expoente não são considerados significativos; e. Possui um algarismo significativo, recaindo no mesmo caso da letra “b”, em que não contamos zeros à esquerda. 41WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 4. REGRAS DE ARREDONDAMENTO Para que possamos expressar uma medição com os algarismos significativos, temos que aprender algumas regras de truncagem e arredondamento. Truncar, segundo o dicionário, significa separar do tronco; cortar. Retirar uma parte de algo ou mutilar. A truncagem ocorre quando “truncamos” um valor, isto é, diminuímos ou aumentamos os dígitos de um valor numérico sem nos preocuparmos com regras de arredondamento. Exemplo: Faça a truncagem do número 46,975321, com quatro algarismos significativos. Resolução: O número 46,975321 possui oito algarismos significativos. Para truncá-lo, como pede o exercício, devemos “cortar” o valor em quatro algarismos significativos, isto é 46,97. Perceba que nossa truncagem parou no número sete e ignorou os demais algarismos. Já no arredondamento, não se podem ignorar as casas decimais posteriores ao número arredondado, como na truncagem. Ao realizar diversas medições, dependendo da precisão do aparelho, teremos uma grande variedade de números com vários algarismos significativos. Existem algumas regras de arredondamento que devem ser seguidas: Caso I: Se o algarismo à direita do último número onde se pretende truncar for inferior a 5, 50, 500 ..., desprezam-se os outros dígitos à direita. No caso do valor 3,4112, por exemplo, podemos arredondá-lo com três algarismos significativos, 3,41. Caso II: Se o algarismo à direita do último dígito que se pretende truncar for maior que 5, 50, 500 ..., adiciona-se uma unidade do número que foi truncado. No caso do valor 13,268, por exemplo, vamos arredondá-lo com quatro algarismos significativos, assim temos 13,27 (à direita do número 6, temos o número 8, que é um número maior que 5. Dessa forma, somamos uma unidade no número 6 que é o número truncado). Caso III: Se o algarismo à direita do último dígito que se truncar for 5, 50, 500..., temos duas opções: Opção 1: Soma-se uma unidade ao último dígito representado, desprezando os outros números à direita, se esse dígito for ímpar. Opção 2: Apenas são desprezados os demais dígitos à direita se este número for originalmente zero ou par. No caso do valor 48,45, com três algarismos significativos e o último algarismo antes do número cinco é par, neste caso, despreza-se o número 5 e ficamos com 48,4. Agora, no caso do valor 23,75, com três algarismos significativos, e o algarismo truncado for ímpar, soma-se uma unidade onde o número foi truncado. Desta forma, o número fica 23,8. Até aqui, discutimos as representações numéricas para realizar medições e/ou realização de cálculos teóricos. Os algarismos significativos e o arredondamento expressam a exatidão e a precisão nas medidas. Dessa forma, é importante que se caracterizem esses conceitos: Após aprender a manipular e expressar valores numéricos, vamos conceituar a cinemática, que nada mais é do que o estudo do movimento. No decorrer de nosso estudo, você perceberá o quanto a cinemática faz parte de nossa vida, pois tudo, para nós, possui um “endereço”, uma “localização” que são os princípios básicos da cinemática, conteúdo a ser abordado no próximo capítulo. Agora, iremos discutir sobre as características de um vetor. Gosto sempre de brincar dizendo: “como reconhecer um vetor andando na rua? Ao pedir o seu documento de identificação, quais características eu preciso encontrar ali para afirmar que é um vetor?”. Vou ajudá-lo com isso! 42WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Antes de começar a discussão sobre o formalismo vetorial, é importante que se diferenciem conceitualmente vetores de escalares. Os escalares são aqueles que não possuem orientação espacial, isto é, no plano cartesiano. Eles se tornam pura e simplesmente um valor numérico, que pode adquirir valores positivos ou negativos, dependendo da unidade de medida da grandeza. 5. CARACTERÍSTICAS DE UM VETOR Já os vetores possuem orientação espacial no plano cartesiano, afirmamos então que eles possuem “módulo”, “direção” e “sentido’’. Módulo é o valor numérico correspondente ao vetor algebricamente, o qual é sempre positivo. A direção diz respeito a qual eixo coordenado os componentes vetoriais fazem parte, eixo x ou eixo y. O sentido orienta o vetor positiva ou negativamente, tanto no eixo x quanto no eixo y. A Figura 1 ilustra um vetor com suas características: Figura 1– Características de um vetor. Fonte: O autor. 6. COMPONENTES VETORIAIS Para descrever o “caminho” de um vetor, deve-se se orientar pelo sistema de coordenadas. Aqui em nosso estudo, trabalharemos somente com duas dimensões: o plano (x,y). Imagine que temos um vetor 𝑎⃗ descrito no plano cartesiano de acordo com a Figura 2. Figura 2– Componentes de um vetor no plano(x,y). Fonte: O autor. 43WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Observe que o vetor é descrito na diagonal, fazendo um ângulo com a horizontal, possuindo assim duas componentes x e y. Essas duas componentes são projeções (ou sobras) do vetor no eixo x e no eixo y, respectivamente. Com as relações trigonométricas de seno e cosseno, podemos escrever o módulo das componentes x e y: 𝑎𝑥 = 𝑎cos𝜃 𝑎𝑦 = 𝑎sen𝜃 que correspondem às componentes do vetor . Para calcularmos o módulo, quando possuímos duas dimensões, escrevemos: Temos também a relação com a tangente do ângulo: 7. SISTEMA DE COORDENADAS Ao trabalhar com duas dimensões, há a necessidade de indicar no vetor qual é o seu eixo coordenado, para isso usamos os vetores unitários. Vetores unitários são vetores de módulo igual a um e que apontam para uma certa direção. Cada eixo possui seu vetor unitário, sendo que: 𝑥 → , 𝑦 → e 𝑧→ . Então, para (x, y, z), temos os vetores unitários (i, j, k). Vamos agora escrever o vetor 𝑎⃗ em termos de vetores unitários: (𝑥 ,𝑦 )=𝑎𝑥 +𝑎𝑦 Quando falamos em componentes vetoriais, não devemos somá-los numericamente, devemos indicar a soma em termos de vetores unitários. Exemplo: De acordo com a figura a seguir, uma partícula está sujeita a duas forças F1 e F2 com valores de 50 e 80 N, respectivamente. Cada força possui um ângulo com o eixo horizontal indicado na figura. Calcule as componentes das forças F1 e F2: 44WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Resolução: fazendo a decomposição dos vetores F1 e F2, temos: Para F1: F1x = F1cos(37) = 50.0,8 = 40 N F1y = F1sen(37) = 50.0,6 = 30 N Para F2: F2x = F1cos(53) = 80.0,6 = - 48 N F2y = F1sen(53) = 80.0,8 = 64 N Note que F2x é negativo, pois o sentido do vetor aponta no sentido negativo do eixo x Para melhor compreender a origem de algumas unidades de medidas, é indicado que leiam esse texto publicado no site da Superinteressante, disponível em: https://super.abril.com. br/blog/superlistas/conheca-a-origem-de-11-unidades-de- medida/. Ele retrata a origem de 11 importantes unidades de medidas, sendo: metro, polegada, grama e quilograma, arroba, nó, segundo, libra, pé, jarda, milha e quartilho. Como indicação de vídeo, temos o desse professor do canal “Física Total” que, de forma bem alegre e clara, explica sobre Grandezas Físicas, Notação Padrão e Ordem de Grandeza. Para acessar, é só clicar no link: https://www.youtube.com/watch?v=MLEZI03kUkE&t=124s. https://super.abril.com.br/blog/superlistas/conheca-a-origem-de-11-unidades-de-medida/ https://super.abril.com.br/blog/superlistas/conheca-a-origem-de-11-unidades-de-medida/ https://super.abril.com.br/blog/superlistas/conheca-a-origem-de-11-unidades-de-medida/ https://www.youtube.com/watch?v=MLEZI03kUkE&t=124s 45WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Até aqui, aprendemos o quanto é importante indicar as unidades nas grandezas físicas, pois são elas que dão sentido físico aos valores matemáticos. Saber manipular valores numéricos em notação científica e algarismos significativos é uma ótima ferramenta para estudos futuros na física, por conta de que, na teoria, existe uma gama grande de ordens de grandeza. Lembrando que essas manipulações que aprendemos servem tanto para medições quanto para cálculos teóricos. Além do mais, percebemos a necessidade de diferenciar e caracterizar grandezas escalares e vetoriais. Por conta disso, o cuidado com o formalismo vetorial sempre deve ser tomado. 4646WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 04 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................48 1. MOVIMENTO RETILÍNEO .......................................................................................................................................49 2. MOVIMENTO EM DUAS DIMENSÕES .................................................................................................................. 51 2.1 NA HORIZONTAL (MRU) ........................................................................................................................................ 51 2.2 NA VERTICAL (MRUV) ..........................................................................................................................................52 3. INTRODUÇÃO À DINÂMICA ....................................................................................................................................54 3.1 AS LEIS DE NEWTON ............................................................................................................................................54 4. FORÇAS ESPECIAIS ................................................................................................................................................56 4.1 FORÇA NORMAL ....................................................................................................................................................56 4.2 FORÇA PESO..........................................................................................................................................................56 MECÂNICA PROF. DR. JULIO CESAR AGREIRA PASTORIL ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: MATEMÁTICA E FÍSICA APLICADAS À ZOOTECNIA 47WWW.UNINGA.BR 4.3 FORÇA DE TRAÇÃO OU TENSÃO..........................................................................................................................57 4.4 FORÇA DE ATRITO (FAT) ........................................................................................................................................58 4.4.1 APLICAÇÃO DAS FORÇAS DE ATRITO ...............................................................................................................59 5. ENERGIA CINÉTICA E TRABALHO ........................................................................................................................60 5.1 ENERGIA CINÉTICA ..............................................................................................................................................60 5.2 TRABALHO ............................................................................................................................................................. 61 5.3 TRABALHO REALIZADO POR UMA FORÇA CONSTANTE .................................................................................. 61 5.3.1 POTÊNCIA ............................................................................................................................................................62 6. ENERGIA POTENCIAL E TRABALHO .....................................................................................................................64 7. POTÊNCIA .................................................................................................................................................................65 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................66 48WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 4 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Alguma vez já se perguntou se é possível calcular a velocidade de um carro em uma pista de corrida? Saber quanto tempo falta para a chegada de um avião ao seu destino? Identificar a aceleração média de um grande corredor durante uma maratona? E quando passamos pelas ruas ou estradas e nos deparamos com aquelas placas identificadas com uma determinada velocidade, já teve a curiosidade de saber como essa indicação é calculada? Por meio da cinemática,que é o estudo do movimento, sem se preocupar com a causa desse movimento, envolve o deslocamento, a velocidade e a aceleração em cada instante; e da dinâmica, estudamos as causas do movimento através das Leis de Newton. 49WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 4 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. MOVIMENTO RETILÍNEO Para o estudo do movimento, temos que tratar de quatro grandezas: o tempo, o deslocamento, a velocidade e a aceleração. Com exceção do tempo, todas as outras grandezas são vetoriais, possuindo módulo, direção e sentido no plano cartesiano. Outro fator importante é a escolha de um referencial (ou observador), como estamos sob as leis newtonianas, adotamos o “referencial inercial”. Escolhendo o referencial, devemos marcar nosso “ponto zero” para que possamos analisar as grandezas e saber se elas são positivas ou negativas. O primeiro conceito a ser estudado é o da Velocidade Média. Imagine que você foi dar uma volta de carro em sua cidade, com certeza, do caminho da sua casa até o supermercado, por exemplo, você para diversas vezes e tem várias medições de velocidade. A Velocidade Média nada mais é do que uma média das velocidades dentro de um deslocamento, no nosso exemplo, seria o caminho de casa até o supermercado. Assim, podemos escrever: Essa notação significa que a velocidade média é a variação do espaço em um intervalo de tempo. A seguir, temos a forma diferencial, indicando a taxa de variação do deslocamento. Se a partícula possui velocidade, sabemos que hora ela acelera, hora ela desacelera (freia), assim, podemos definir a aceleração média como a variação da velocidade. Escrevendo algebricamente: Aqui, temos a forma diferencial da equação, em que a aceleração é a taxa de variação da velocidade em função do tempo. Nesta parte da unidade, iremos considerar que a aceleração varia de maneira constante, pois estamos tratando do movimento uniforme. Manipulando as equações do movimento, podemos escrever as equações (do movimento) com aceleração constante: • A primeira é conhecida como função horária da velocidade, a qual descreve o comportamento da velocidade v em função do tempo t • A segunda é a função horária da posição em que a posição s é uma função do tempo t 50WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 4 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA • A terceira é conhecida como a equação de Torricelli. Esta é a única equação do movimento que não há dependência do tempo. Em que: é a posição inicial; é a velocidade inicial e é a aceleração do móvel. Exemplo: Dada a função deslocamento 𝑥 (𝑡)= 4−27.t + t², com x em metro e t em segundos. Determine: a. a posição inicial ; b. a velocidade inicial ; c. a aceleração ; d. a função horária da velocidade; Resolução: A função horária do deslocamento dado no exercício, descreve o deslocamento de um móvel ao longo do eixo x e comparando com a função horária do movimento genérica, temos: Podemos, facilmente, responder às questões do item a, b e c. Para o item a, temos que a posição inicial do móvel é = 4m. No item b, da mesma forma, temos que a velocidade inicial do móvel é = 27m/s e, para o item c, temos que a aceleração = 2 m/s². Agora, com os dados obtidos, conseguimos montar a função horária da velocidade para móvel descrito no problema. A função horária genérica da velocidade é, , substituindo os valores de e de encontrados anteriormente, temos: 51WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 4 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2. MOVIMENTO EM DUAS DIMENSÕES Anteriormente, estudamos o movimento retilíneo uniforme. Retilíneo significa em linha, e uniforme, que a aceleração não varia. Quando falamos em movimento em duas dimensões, trataremos de deslocamentos no eixo x e no eixo y simultaneamente. Um movimento que exprime a relação do deslocamento em duas dimensões é o movimento balístico ou o lançamento de projéteis. Imagine uma bola que é chutada para o alto e cai a uma distância x do ponto zero, como na Figura 1. Figura 1 – Vetores associados ao lançamento de projéteis. Fonte: COC Educação (2021). Observe que a bola foi lançada na diagonal, portanto a velocidade possui duas componentes 𝑣𝑥 e 𝑣𝑦 . Ao chegar no ponto mais alto da trajetória, antes de iniciar a descida, a velocidade da bola é zero. O lançamento de projéteis está sob a ação gravitacional (g), portanto não podemos mais afirmar que temos um movimento uniforme, e sim um uniformemente variado. No esquema da Figura 1, podemos observar a divisão do movimento por eixo coordenado. Na horizontal, não temos ação variável de aceleração, portanto temos o movimento uniforme. Já na vertical, temos a ação da gravidade, por isso, temos a ação do movimento uniformemente variado, como dito anteriormente. Dividindo o movimento por eixo, teremos as equações que regem o movimento na horizontal e na vertical, analisando temos: 2.1 Na Horizontal (MRU) A função horária do movimento ao longo do eixo x pode ser escrita: Caso o ângulo seja o ângulo entre o vetor e a horizontal, temos que: , onde . é a posição inicial no eixo x e t é o tempo que o objeto permanece no ar. 52WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 4 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2.2 Na Vertical (MRUV) A função horária do movimento ao longo do eixo y pode ser escrita: Se usarmos o ângulo como descrito anteriormente, temos: ,onde A função horária da velocidade do objeto ao longo do eixo y pode ser verificada a seguir. Vale ressaltar que a velocidade em y não é constante como a velocidade em x por causa da ação da gravidade. ,substituindo , Obtemos: Da mesma forma, podemos escrever a equação de Torricelli para o movimento ao longo do eixo y. O sinal de menos nas equações quer dizer que o movimento do objeto (inicialmente) é oposto ao sentido da aceleração da gravidade. Dessa forma, quando o objeto estiver subindo, o sinal será negativo e, quando o objeto estiver descendo, o sinal será positivo. Perceba que as equações do movimento para a vertical são as mesmas do movimento com aceleração constante, substituindo o valor da aceleração pela aceleração da gravidade com seu sinal indicativo apontando para baixo, por isso, o sinal negativo. 53WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 4 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Exemplo: Um helicóptero voa com velocidade horizontal de 198 km/h (55m/s), a uma altura de 500m, em direção a um soldado isolado na mata, para lançar uma caixa de suprimentos. Qual deve ser a distância horizontal entre o avião e o soldado para que a caixa de suprimentos caia próxima a ele? Resolução: Como a velocidade de lançamento é horizontal, o ângulo θ=0, assim podemos escrever a equação do movimento vertical: Substituindo os dados fornecidos pelo problema na função horária da posição para o movimento em y, temos: sendo , obtemos: Resolvendo a equação anterior, temos que o tempo de queda da caixa de suprimentos é t = 10,1 s. Agora, devemos escrever a equação na horizontal substituindo o valor do tempo encontrado: Escrevendo em função do ângulo, temos que: é o alcance máximo atingido pela caixa de mantimento e o alcance máximo . Fazendo os cálculos anteriores, obtemos que o alcance máximo é de 555,5 m. Todos os exercícios de lançamento de projétil devem seguir os passos de construção das equações na horizontal e na vertical separadamente. A variável que une as duas componentes é atemporal, pois é uma grandeza invariável. 54WWW.UNINGA.BR M AT EM ÁT IC A E FÍ SI CA A PL IC AD AS À Z OO TE CN IA | U NI DA DE 4 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 3. INTRODUÇÃO À DINÂMICA Estudaremos conceitos de dinâmica, fundamentando-os com base nas três Leis de Newton
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