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Universidade Federal de Sergipe Departamento de Ciências Contábeis – DCCI Fundamentos de Economia Docente: Tacito Augusto Farias Discentes: Josefa Denise Andrade Félix Thainá Menezes dos Santos Pensando como um economista Todos os campos de estudo possuem uma linguagem e maneira própria de pensar. Na economia se fala de oferta, demanda, elasticidade, vantagem comparativa, excedente do consumidor, peso morto e outros. Esses são alguns termos da linguagem dos economistas. De primeira vista essa nova linguagem pode parecer enigmática, mas como veremos, tem valor por proporcionar uma nova e útil maneira de pensar sobre o mundo em que vivemos. O livro tem como objetivo ajudar você a pensar como um economista, porém isso leva algum tempo. E antes de se aprofundar nos detalhes da teoria econômica, é importante ter uma visão geral de como os economistas encaram o mundo. O economista como cientista: Como os cientistas, os economistas procuram abordar seu campo estudo com objetividade. Eles desenvolvem teorias, colhem dados e os analisam na tentativa de confirmar ou refutar suas teorias. De início pode parecer estranho afirmar que a economia é uma ciência, porém a essência da ciência é o método cientifico (desenvolvimento e teste imparcial de teorias sobre como funciona o mundo) Os economistas têm duas funções: cientistas que tentam explicar o funcionamento do mundo, empregando o método científico, o desenvolvimento imparcial e o teste de teorias sobre como o mundo funciona, e conselheiros políticos que trabalham para fazer melhorias nele. Embora os economistas não trabalhem em laboratórios e nem usem telescópio, são cientistas da economia, pois a ciência em sua essência é o método cientifico. Este permite que tanto economistas, quanto químicos formulem teorias, através de coleta e observações de dados e as testem para aprovar ou reprovar tais teorias. O método cientifico: observação, teoria e mais observação: A comunicação entre teoria e observação faz parte e se faz presente dentro do campo de estudo da economia. Oque difere o estudo observatório e teórico do físico e do economista é que o físico trabalha com objetos diretos enquanto que o economista terá que trabalhar com os dados que o mundo o oferece. Pois foge de seu controle por exemplo: a política monetária de um país. Não é possível controlar a mesma apenas para gerar um banco de dados. Um economista poderia viver em um país que passa por rápidos aumentos de preços e ser levado por essa observação a desenvolver uma teoria da inflação. Esta teoria poderia afirmar que a elevada inflação surge quando o governo emite muita moeda. Para testar essa teoria, poderia ser feito pelo economista uma coleta e análise de dados sobre preços e moedas em países distintos. Caso o aumento não estivesse relacionado a taxa de crescimento dos preços, ele começaria a duvidar da validade de sua teoria da inflação. Mas se o aumento na quantidade de moeda e a inflação estivessem fortemente correlacionados nos dados internacionais, como ocorre de fato, o economista passaria a acreditar mais em sua teoria. Mesmo usando os mesmos métodos de outros cientistas, eles enfrentam um obstáculo que é a tarefa de conduzir experimentos, que é difícil e, às vezes, impossível. Pois, mantendo o exemplo da inflação, não há como os economistas manipularem a política monetária de um país simplesmente para gerar dados úteis. Eles têm de se satisfazerem com quaisquer dados que o mundo possa lhes dar. E para substituir os experimentos em laboratório, os economistas prestam muita atenção aos experimentos naturais que a história oferece. Uma ferramenta para os profissionais da economia é análise histórica. Vários episódios passados nos mostram o comportamento da economia diante de diversas situações, e assim permite classificar e exemplificar as teorias econômicas atuais. Sendo assim, o método científico aborda o uso de modelos abstratos para ajudar a entender como funcionam as complexas relações do mundo real, utilizando do desenvolvimento de teorias, coleta e análise de dados para confirmar ou refutar as teorias. O papel das hipóteses: Os economistas fazem hipóteses para facilitar o entendimento do mundo, pois a arte do pensamento científico está atrelada a decisão de quais hipóteses devem ser assumidas, para que seja possível responder as diferentes questões econômicas. Hipóteses são a simplificação da realidade complexa (real). A arte do pensamento científico está na decisão de que hipótese formular. A formulação de hipóteses é fundamental na construção dos métodos econômicos, outra opção são os modelos matemáticos. Modelos econômicos: Ajudam os economistas a aprender o funcionamento do mundo. Os modelos econômicos são formados por equações e diagramas. Em sua maioria os modelos tanto econômicos, quanto os físicos ou biológicos afastam fatores irrelevantes para o assunto em questão. Como os modelos são construídos por hipóteses eles tem a função de simplificar a realidade para facilitar seu entendimento. Primeiro modelo: o diagrama do fluxo circular da renda: O diagrama do fluxo circular é um modelo visual da economia que mostra como os reais circulam pelos mercados entre as famílias e as empresas. Para entender como ela funciona é preciso encontrar alguma maneira de simplificar nosso pensamento sobre essas atividades. Ou seja, precisamos de um modelo que explique, de maneira geral, como a economia está organizada e como seus participantes interagem entre si. Este modelo leva em consideração dois tomadores de decisões, as empresas e as famílias. As empresas produzem bens e serviços através dos fatores de produção, que são os recursos empregados pela economia para produzir bens e serviços (ex: terra, capital), as famílias são os proprietários e fornecedores destes fatores de produção e logo consomem todo os bens de serviços produzidos pelas empresas. Este diagrama de fluxo circular é bem simples e abstrai vários elementos, como: o governo e o comércio internacional. • Empresas: produzem e vendem bens e serviços, contratam e utilizam fatores de produção; • Famílias: compram e consomem bens e serviços, proprietárias e vendedoras dos fatores de produção; • Mercado de bens e serviços: empresas vendem, famílias compram; • Mercado de fatores de produção: famílias vendem e empresas compram; • Fatores de produção: insumos utilizados para produzir bens e serviços (ex: trabalho, terra, capital etc.) Esse diagrama oferece uma maneira simples de organizar todas as transações econômicas que ocorrem entre as famílias e as empresas na economia. Os dois conjuntos de flechas do diagrama são distintos, mas se relacionam. O conjunto interno representa o fluxo de insumos e produtos. As famílias vendem o seu trabalho, terra e capital para as empresas nos mercados de fatores de produção. As empresas utilizam esses fatores para produzir bens e serviços que serão vendidos para as famílias nos mercados de bens e serviços. O conjunto externo representa o fluxo de moedas. As famílias gastam seu dinheiro para comprar bens e serviços das empresas e as empresas usam parte da receita dessas vendas para pagar pelos fatores de produção, como por exemplo o salário de seus trabalhadores. O que sobra é lucro dos proprietários. Gráfico de Fluxo Circular Este diagrama é uma representação esquemática da organização da economia. As decisões são tomadas por famílias e empresas que interagem nos mercados de bens e serviços (em que as famílias são compradoras e as empresas, vendedoras) e nos mercados de fatores de produção (em que as empresas são compradoras e as famílias, vendedoras). O conjunto externo de setas representa o fluxo de dinheiro (dólares) e o conjunto interno refere-se ao fluxo correspondente de insumos e produtos Segundo modelo: Fronteira depossibilidades de produção: A fronteira de possibilidades de produção é um gráfico que mostra as combinações de produto que a economia tem possibilidade de produzir dados os fatores de produção e a tecnologia de produção disponíveis que as empresas podem utilizar para transformar esses fatores em produtos. Em outras palavras, são as possibilidades que uma economia tem de produzir, utilizando de forma eficiente os recursos e fatores de produção que ela possui. Consiste em um gráfico que mostra diversas combinações de dois bens que a economia pode produzir potencialmente, de acordo com os fatores de produção e a tecnologia disponíveis. Conceitos ilustrados na fronteira de possibilidades de produção: • Eficiência; • Tradeoffs; • Custo de oportunidade; • Crescimento econômico A fronteira de possibilidade de produção mostra um tradeoff que a sociedade enfrenta. Tendo atingido os pontos de eficiência da fronteira, a única maneira de produzir mais de um bem é produzir menos de outro. Gráfico de Fronteira de Possibilidades de Produção A fronteira de possibilidades de produção (FPP) é também chamada curva de possibilidades de produção (CPP). (NRT) A fronteira de possibilidades de produção mostra as combinações de produto – neste caso, de carros e computadores – que a economia tem possibilidade de produzir. A economia pode produzir qualquer combinação que se encontre na fronteira ou dentro dela. Pontos além da fronteira não são viáveis dados os recursos da economia. Gráfico de Deslocamento da Fronteira de Possibilidades de Produção Um avanço tecnológico na indústria de computadores permite à economia produzir mais computadores para cada número determinado de carros. Como resultado, a fronteira de possibilidades de produção se desloca para fora. Se a economia se move do ponto A para o G, a produção de ambos, carros e computadores, aumenta. Micro e Macroeconomia: A economia é estudada em diversos níveis. Podem ser estudadas as decisões tomadas individualmente de famílias ou empresas. Ou a interação entre elas nos mercados dos bens e serviços específicos. Ou ainda a operação da economia como um todo, a soma das atividades de todos os tomadores de decisões em todos os mercados. O campo da economia divide-se em dois amplos subcampos. A microeconomia é o estudo de como as famílias e empresas tomam decisões e de como elas interagem em mercados específicos. A macroeconomia é o estudo de fenômenos que englobam toda a economia, incluindo inflação, desemprego e crescimento econômico. A microeconomia e a macroeconomia estão intimamente ligadas. Pelo fato de que as mudanças na economia como um todo resultam das decisões de milhões de pessoas, com isso é impossível entender os desdobramentos macroeconômicos sem considerar as decisões microeconômicas associadas a eles. Por exemplo, um macroeconomista pode estudar os efeitos de um corte no imposto de renda sobre a produção geral de bens e serviços e para analisar a questão ele precisa levar e consideração de que maneira o core de impostos afeta as decisões das famílias sobre quanto gastar em bens e serviços. Apesar da ligação entre elas, a microeconomia e a macroeconomia são dois campos distintos. Tratam de questões diferentes, por isso cada um tem seu próprio campo de atuação. Economista como formulador de política econômica: Os economistas são questionados de diversas formas, no texto o autor cita o exemplo seguinte: “porque o desemprego é maior entre adolescente do que entre pessoas mais velhas?”. Neste caso cabe aos economistas sugerir ao governo um plano na melhoria do padrão de vida dos jovens. Quando os economistas atuam na tentativa de explicar o mundo são cientistas, pois fazem declarações positivas onde tentam descrever o mundo como ele é. Quando tentam transforma-lo são formuladores de política, fazem declarações normativas, onde tentam prescrever como o mundo deveria ser. Portanto, declarações positivas podem ser confirmadas ou refutadas, as normativas, não. Análise positiva versus análise normativa As declarações positivas são descritivas e referem-se a como o mundo é. As declarações normativas são prescritivas e referem-se a como o mundo deveria ser. Uma diferença fundamental entre elas está em como se julgam sua validade. A Análise Positiva é o uso de teorias e modelos com o objetivo de prever os efeitos de determinada escolha. Por exemplo: • Qual será o impacto de uma quota de importação para automóveis estrangeiros? • Qual será o impacto de um aumento no imposto da gasolina? Já a Análise Normativa aborda as questões pela perspectiva de “como deveria ser o mundo”. Por exemplo: • Considera o dilema entre equidade e eficiência na escolha entre um aumento no imposto da gasolina e a imposição de restrições à importação de petróleo estrangeiro. Uma declaração A (positiva) diz que as leis do salário mínimo causam desemprego. Outra declaração B (normativa) diz que o governo deveria aumentar o salário mínimo. Para confirmar ou refutar as afirmações positivas é necessário passar por um exame de evidências. Um economista poderia avaliar a declaração A analisando dados sobre as variações no salário mínimo e no desemprego ao longo do tempo. Por outro lado, avaliar afirmações normativas envolve tanto valores quanto fatos. A declaração B não pode ser julgada apenas com base em dados. Decidir o que é política boa ou ruim além de ser uma questão de ciência, envolve também nossa visão sobre ética, religião e filosofia política. Embora sejam declarações diferentes, estão interligadas no conjunto de crenças de um indivíduo. Uma visão política do mundo afeta a visão normativa sobre quais políticas são necessárias. Por que nem sempre os conselhos dos economistas são seguidos Os economistas que atuam como conselheiros de presidentes ou outros líderes sabem que nem sempre suas recomendações serão ouvidas. É fácil entender o motivo, pois o processo em que a política econômica é feita é diferente do processo político idealizado, como apresentado nos livros de economia. Depois de ouvir as ideias dos conselheiros econômicos sobre as melhores políticas, também ouve outros consultores, como conselheiros de comunicação, conselheiros de imprensa, conselheiros sobre assuntos legislativos e conselheiros políticos. Depois de ter analisado todas as informações ele decide como proceder. Os economistas apresentam informações cruciais ao processo, porém suas decisões são apenas um dos ingredientes de uma receita completa. O motivo pelo qual os economistas nem sempre são atendidos se dá pelo processo de que a idealização de políticas econômicas é muito diferente de sua execução, tendo em vista que os economistas não são os únicos que destacam ideias e opiniões com relação à politica de um país, sendo assim, a aparição de várias formas de condutas evidente nesse meio. De acordo com Mankiw, os economistas apresentam informações cruciais ao processo político, mas suas considerações são apenas um dos ingredientes de uma receita complexa em uma democracia representativa. Por que os economistas divergem Existem dois motivos básicos para explicar porque os economistas aparecem de modo frequente dando conselhos conflitantes aos formuladores de políticas. Primeiro que os economistas podem discordar quanto à validade de teorias positivas alternativas sobre o funcionamento do mundo. Segundo os economistas podem ter valores diferentes e, portanto, visões normativas diferentes sobre que políticas devem ser realizadas. Os economistas muitas vezes oferecem conselhos políticos divergentes, podem, às vezes, discordar quanto à validade de teorias positivas alternativas sobre o funcionamento do mundo. Também é possível terem valores distintos e, portanto, visões normativas diferentes sobre que políticas devem ser realizadas, e mesmoassim, há muitas proposições sobre as quais a maioria dos economistas concordam. Divergências quanto ao julgamento científico A ciência é a busca pela compreensão do mundo que nos cerca, e com o passar do tempo, a busca por inovação está entrelaçada com as divergências quanto à direção em que está a verdade. Os economistas divergem, com frequência, pelo mesmo motivo. As vezes divergem porque tem palpites sobre a validade de teorias alternativas ou sobre o tamanho de parâmetros importantes, que avaliam como as variáveis econômicas estão relacionadas. Por conta disso, é de fácil compreendimento a respeito dos motivos que leva os economistas a frequentemente divergirem. Um exemplo são os economistas que divergem, sobre se o governo deveria cobrar impostos sobre a renda das famílias sobre o seu consume. Cada grupo defende suas opiniões e ressalta os pontos positivos. Esses dois grupos de economistas têm diferentes opiniões normativas sobre o sistema tributário porquê tem diferentes opiniões positivas a respeito do grau de resposta da poupança aos incentivos tributários. Por se tratar de uma ciência considerada jovem, a economia se destaca por estar em constante evolução, e isso acarreta em vários pensamentos com relação a ela, podendo ser exemplificada pelos motivos dos quais levam os economistas a sempre terem palpites conflitantes sobre a validade de teorias alternativas ou com relação a parâmetros importantes, que analisam como as variáveis econômicas estão relacionadas. Divergências quanto a valores A divergência quanto a valores se da por falta de políticas justas no momento da precificação do conteúdo repassado em sociedade. Isso demonstra ainda como há divergências em meio aos pensamentos e analises dos economistas com relação a determinado assunto. As políticas não podem ser julgadas somente com base na ciência, algumas vezes eles podem dar conselhos conflitantes porque tem valores diferentes. Percepção e realidade É inevitável que haja divergência entre os economistas, pois como se sabe existem diferenças de julgamento científico e de valores. Porém não se deve exagerar o grau dessa divergência. Os economistas concordam entre si com muito mais frequência do que se imagina. Conclusão Conclui-se então que devemos entender que a economia é uma ciência, portanto, os economistas mesmo que não usem jalecos e não trabalhem em laboratórios, são cientistas. Pois a ciência em sua essência é um método cientifico, isto permite que economistas tanto quanto físicos, biólogos, químicos entre outros formulem teorias através de coletas e observações de dados e que as testem para poder às provas ou reprovar. Os economistas utilizam modelos abstratos, ou melhor dados para entender como funcionam as relações do mundo real independente de sua complexidade, além disso, estão sempre levantando e usando hipóteses para responder seus questionamentos e facilitar seu entendimento. Para compreender o funcionamento do mundo os economistas têm ajuda dos modelos econômicos que basicamente são equações e diagramas que separam os fatores relevantes e irrelevantes do assunto em dois, o diagrama de fluxo circular e a fronteira de possibilidade de produção. Quando dão declarações positivas, ou seja, quando se referem a como o mundo é e tentam explica-los os economistas são tidos como cientistas, porém quando tentam melhorar a situação são tidos como conselheiros políticos, pois dão declarações normativas que se referem a como o mundo deveria ser. Em sua grande maioria os economistas divergem entre si, seja por discordar da validade das análises positivas sobre o funcionamento do mundo quanto das visões normativas das políticas a serem realizadas, pois eles podem ter valores diferentes. REFERÊNCIAS MANKIW, N. Gregory, “Introdução à Economia”
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