Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CADERNO DE ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS PARA CONTRATAÇÃO DE PROJETOS EM BIM - INFRAESTRUTURA RODOVIÁRIA INFRAESTRUTURA RODOVIÁRIA CADERNO BIM INFRAESTRUTURA RODOVIÁRIA SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 2 2 Secretário de Infraestrutura e Logística 3 Sandro Alex Cruz de Oliveira 4 Diretor-Geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná 5 Fernando Furiatti Saboia 6 7 Diretora do Departamento de Gestão da Inovação DGI/SEIL 8 Lorreine Santos Vaccari 9 Coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento DER/PR 10 Larissa Vieira 11 12 Coordenadora Técnica do Departamento de Gestão da Inovação DGI/SEIL 13 Lucimara Ferreira de Lima 14 Consultora BIM DER/PR 15 Melissa Midori Yamada – Consórcio Strata/Proes 16 17 Equipe Técnica DGI/SEIL 18 Débora Fonseca Guimarães 19 Eduardo Giangarelli Miyazaki 20 Hilbert Takashi Oku Prochnow 21 Leonardo da Silva Azevedo 22 Nicolle de Souza 23 24 Estagiários DGI/SEIL 25 Álvaro José Matos Marques 26 Sarah Sipert Hennig 27 28 29 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 3 Grupo de Trabalho Infrabim DER/PR 30 Silvana Bastos Stumm - Coordenadora 31 Jeferson Pereira Bem 32 Julio Ribeiro Baptista 33 Larissa Vieira 34 Lucas Bach Adada 35 Luiz Fernando Quaggio Augusto 36 Roberto Abagge Santos 37 38 Colaboradores DER/PR 39 Deyvet Schadeck dos Santos 40 Mário Antônio Faraco 41 Alessandro Novaki 42 Felipe Alcantera Dubeski 43 Lucas Rattmann Vieira Theulen 44 Noan Batista Kieras Teixeira 45 Claudia Maria Zilli 46 Renan de Bonfim Pelepenko 47 48 Estagiário DER/PR 49 Henrique Leôncio Marcondes 50 Victor Hugo Vasilio Marques 51 52 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 4 APRESENTAÇÃO 53 A busca pela excelência da engenharia, a partir da melhoria dos processos de 54 gestão e desenvolvimento de projetos com a utilização de inovações e tecnologias que 55 auxiliem nesse processo, convergiu com a instituição de Estratégias para implantação 56 do BIM (Building Information Modeling ou Modelagem da Informação da Construção) no 57 Brasil e em seus Estados. 58 Convicto de que o BIM é um instrumental positivo para a indústria da construção 59 civil, seja ela pública ou privada, o Governo Federal vem editando decretos, desde 2017, 60 com a clara intenção de criar um ambiente adequado para o investimento e difusão do 61 BIM como ferramenta relevante para a construção civil. Cumpre destacar o Decreto 62 Federal nº 9.337/2018, responsável por instituir a Estratégia Nacional de Disseminação 63 do Building Information Modelling ou a Estratégia BIM BR e por definir as finalidades da 64 política pública criada, e o Decreto Federal nº 10.306/2020, que estrutura uma das 65 ramificações da Estratégia BIM BR ao dispor sobre o dever de utilização do BIM na 66 execução de obras e serviços de engenharia realizados pela Administração Pública 67 Federal. 68 Nesse contexto, por iniciativa da Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL), o 69 Governo do Estado do Paraná instituiu, por meio do Decreto Estadual nº 3080/2019, a 70 Estratégia BIM PR: “PARANÁ RUMO À INOVAÇÃO DIGITAL NAS OBRAS PÚBLICAS” 71 para o fomento e implantação BIM no Estado do Paraná até 2022, com a finalidade de 72 promover a inovação tecnológica para melhoria da qualidade de projetos e obras 73 públicas. 74 Em parceria com a SEIL, e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento 75 (BID) por meio de uma de suas linhas de atuação de fortalecimento institucional, o BIM 76 vem se tornando uma constante nas discussões inerentes aos projetos rodoviários no 77 Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná. 78 Sabe-se que a discussão sobre BIM para infraestrutura ainda tem muito a se 79 desenvolver, e por isso, o Governo do Estado do Paraná vem firmando diversas 80 parcerias com o intuito de construir o conhecimento coletivo na busca da consolidação 81 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 5 dessa iniciativa, fundamental para posicionar nosso Estado em um novo patamar de 82 governança e inovação. 83 Diante desse cenário, o presente Caderno tem por objetivo ser um compilado de 84 orientações e procedimentos para a contratação de estudos e projetos rodoviários 85 utilizando a metodologia BIM. 86 A consolidação desse material orientador é o início de um processo promissor 87 ainda em desenvolvimento e que, certamente, aumentará a qualidade técnica de 88 projetos e obras rodoviárias contratados pelo Estado do Paraná, além de conferir maior 89 transparência aos processos licitatórios e aperfeiçoar os procedimentos de fiscalização 90 dos contratos, com benefícios para toda a sociedade paranaense. 91 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 6 SUMÁRIO 92 1. CONCEITOS .......................................................................................................... 13 93 1.1 Building Information Modeling (BIM) ou Modelagem da Informação da 94 Construção .............................................................................................................. 13 95 1.2 Open BIM ...................................................................................................... 14 96 1.3 Dimensões do BIM ........................................................................................ 14 97 1.4 Nível de informação necessária .................................................................... 17 98 1.5 Requisitos de informação da Organização - RIO ou Organizational Information 99 Requirement - OIR .................................................................................................. 17 100 1.6 Requisitos de informação do Projeto - RIP ou Project Information Requirement 101 - PIR ...................................................................................................................... 17 102 1.7 Requisitos de informação do Ativo - RIA ou Asset Information Requirement - 103 AIR ...................................................................................................................... 18 104 1.8 Requisitos de troca de informação - RTI ou Exchange Information Requirement 105 - EIR ...................................................................................................................... 18 106 1.9 Níveis de Detalhe e Informação do Modelo ................................................... 18 107 1.10 Estrutura da Organização da Informação - EOI ............................................. 19 108 2. TERMOS TÉCNICOS APLICÁVEIS À MODELAGEM DA INFORMAÇÃO DA 109 CONSTRUÇÃO .......................................................................................................... 20 110 2.1 Formato Nativo ou Formato Proprietário ....................................................... 20 111 2.2 Industry Foundation Classes (IFC) ................................................................ 21 112 2.3 BIM Collaboration Format (BCF) ................................................................... 22 113 2.4 Modelo Federado .......................................................................................... 23 114 2.5 ClashDetection (Detecção de Conflitos) ....................................................... 23 115 2.6 Interoperabilidade ......................................................................................... 23 116 2.7 Gerente BIM (BIM Manager) e Coordenador BIM ......................................... 24 117 3. PLANO DE EXECUÇÃO BIM (PEB) ou BIM Execution Plan (BEP) ....................... 26 118 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 7 3.1 ESTRUTURA DO PLANO DE EXECUÇÃO BIM ........................................... 27 119 3.1.1 Identificação ........................................................................................... 27 120 3.1.2 Nível de Informação necessária ............................................................. 29 121 3.1.3 Comunicação e Colaboração ................................................................. 33 122 3.1.4 Estrutura da organização da informação ................................................ 34 123 3.1.5 Ferramentas BIM .................................................................................... 40 124 3.1.6 Matriz de responsabilidade ..................................................................... 40 125 3.1.7 Cronograma ........................................................................................... 42 126 3.1.8 Matriz de entregáveis ............................................................................. 42 127 3.1.9 Controle de Qualidade............................................................................ 43 128 3.1.10 Fluxo de trabalho em BIM ...................................................................... 44 129 3.1.11 Revisão do PEB ..................................................................................... 45 130 4. DIRETRIZES GERAIS DE MODELAGEM .............................................................. 46 131 4.1 MOVIMENTAÇÃO DE TERRA ...................................................................... 46 132 4.2 PAVIMENTAÇÃO .......................................................................................... 46 133 4.3 DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTES ......................................... 47 134 4.3.1 Drenagem Superficial ............................................................................. 47 135 4.3.2 Drenagem Subsuperficial ....................................................................... 47 136 4.3.3 Drenagem Profunda ............................................................................... 47 137 4.4 OBRA DE ARTE ESPECIAL ......................................................................... 48 138 4.5 SINALIZAÇÃO E SEGURANÇA .................................................................... 48 139 4.5.1 Sinalização Horizontal ............................................................................ 48 140 4.5.2 Sinalização Vertical ................................................................................ 49 141 4.5.3 Segurança .............................................................................................. 49 142 5. BOAS PRÁTICAS DE MODELAGEM..................................................................... 50 143 5.1 OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE MODELAGEM ....................................... 50 144 5.1.1 Data Shortcuts ....................................................................................... 50 145 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 8 5.1.2 Dynamo .................................................................................................. 50 146 5.2 INSTRUÇÕES PARA EXPORTAÇÃO .......................................................... 51 147 6. REQUISITOS DE INFORMAÇÃO DE PROJETO (RIP) OU PROJECT 148 INFORMATION REQUIREMENT (PIR) ...................................................................... 54 149 7. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 103 150 8. APÊNDICES ........................................................................................................ 105 151 152 153 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 9 LISTA DE FIGURAS 154 Figura 1: NBR ISO 12006-2 ........................................................................................ 19 155 Figura 2: PEB (Identificação) ...................................................................................... 28 156 Figura 3: PEB (RIO) .................................................................................................... 30 157 Figura 4: PEB (RIP e RIA) .......................................................................................... 31 158 Figura 5: PEB (RTI) .................................................................................................... 33 159 Figura 6: PEB (RTI – ferramentas BIM) ...................................................................... 40 160 Figura 7: PEB (matriz de responsabilidade) ................................................................ 41 161 Figura 8: PEB (cronograma) ....................................................................................... 42 162 Figura 9: PEB (matriz de entregáveis) ........................................................................ 43 163 Figura 10: PEB (controle de qualidade) ...................................................................... 44 164 Figura 11: Estratégia de Federação ............................................................................ 45 165 Figura 12: Representação de Sólidos no Civil 3D ....................................................... 51 166 Figura 13: Definição do Conjunto de Propriedades do Civil 3D ................................... 52 167 Figura 14: Inserção de Propriedades no Civil 3D ........................................................ 53 168 Figura 15: Exemplo de Tabela de ND e NI .................................................................. 56 169 170 171 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 10 LISTA DE TABELAS 172 Tabela 1: Macrogrupos ............................................................................................... 36 173 Tabela 2: 2º Nível Do Macrogrupo “Geral” .................................................................. 36 174 Tabela 3: 3º Nível Do Macrogrupo “Geral” .................................................................. 37 175 Tabela 4: 2º Nível Do Macrogrupo Infraestrutura Rodoviária ...................................... 38 176 Tabela 5: 3º Nível Do Macrogrupo Infraestrutura Rodoviária ...................................... 39 177 178 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 11 ACRÔNIMOS 179 ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas AEC Arquitetura, Engenharia e Construção ACD Ambiente Comum de Dados ou Common Data Environment - CDE AsBEA Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura BCF BIM Collaboration Format BID Banco Interamericano de Desenvolvimento BIM Building Information Modeling ou Modelagem da Informação da Construção CEE Comissão de Estudos Especiais CFTV CircuitoFechado de Televisão EAP Estrutura Analítica de Projeto EOI Estrutura de Organização da Informação IFC Industry Foundation Classes ISO International Organization for Standardization LOD Level of Development / Level of Detail LOI Level of Information MDIC Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços MVD Model View Definition NBR Norma Brasileira NBS National BIM Specification ND Nível de Detalhe NI Nível de Informação OAE Obra de Arte Especial SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 12 PEB Plano de Execução BIM ou BIM Execution Plan - BEP RIO Requisitos de informação da Organização ou Organizational Information Requirement - OIR RIP Requisitos de informação do Projeto ou Project Information Requirement - PIR RIA Requisitos de informação do Ativo ou Asset Information Requirement - AIR RTI Requisitos de troca de informação ou Exchange Information Requirement - EIR SMC Solibri Model Checker SPDA Sistema de Proteção contra Descarga Atmosférica 180 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 13 1. CONCEITOS 181 Para fins de entendimento dos conceitos utilizados no presente documento, serão 182 adotadas as seguintes definições1. 183 184 1.1 BUILDING INFORMATION MODELING (BIM) OU MODELAGEM DA INFORMAÇÃO DA 185 CONSTRUÇÃO 186 O conceito de BIM surgiu na década de 70, como resultado de pesquisas 187 científicas desenvolvidas em países com tecnologias avançadas voltadas à construção 188 civil. Inicialmente, a metodologia teve poucos adeptos, em função do alto custo de 189 aquisição e baixo desempenho dos computadores da época. Somente na década de 190 90, com a melhoria do processamento de dados das máquinas e com preços mais 191 acessíveis, deu-se início à disseminação da metodologia BIM, mesmo período em que 192 a terminologia passou a ser adotada. 193 Para Charles Eastman, professor do Instituto de Tecnologia da Geórgia e 194 especialista em metodologia BIM: “O conceito BIM envolve tecnologias e processos cujo 195 objetivo é desenvolver uma prática de projeto integrada, na qual todos os participantes 196 convirjam seus esforços para a construção de um modelo único da construção” 197 (EASTMAN, 2014). 198 Neste sentido, entende-se que é possível que os modelos, além da geometria, 199 carreguem consigo informações compartilháveis e gerenciáveis ao longo de todo o ciclo 200 de vida do empreendimento, a fim de possibilitar a utilização de mecanismos capazes 201 de processar tais informações e criar ambientes virtuais onde seja possível a 202 interpretação adequada dos dados oriundos de diferentes softwares, tornando o 203 processo de tomada de decisão mais assertivo. 204 Sendo assim, a melhor forma de defini-la é, compreendendo-a, como um processo 205 em constante evolução que tem, por premissa básica, a colaboração entre todos os 206 envolvidos. 207 1 Para definições de conceitos não constantes neste Caderno, consultar o dicionário BIM integrado ao BuildingSMART Data Dictionary, disponível em https://bimdictionary.com/. Vale ressaltar que o idioma deve ser alterado para português. SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 14 1.2 OPEN BIM 208 O Open BIM, iniciativa tomada pela buildingSMART2, é uma abordagem universal 209 para projetos realizados por meio da colaboração entre todos os envolvidos, sendo 210 elaborados e gerenciados por padrões e fluxos de trabalhos abertos. A entidade 211 internacional também é responsável pela Certificação Open BIM, que consiste em uma 212 certificação técnica para auxiliar os fornecedores de softwares AEC a melhorar, testar e 213 certificar suas conexões de dados, a fim de que trabalhem de forma integrada com 214 outras soluções BIM. Cabe ressaltar que o conceito Open BIM ainda não pode ser 215 contemplado em sua totalidade para os projetos de infraestrutura rodoviária, visto 216 que a exportação de modelos de infraestrutura no formato IFC ainda não é um 217 padrão dentro dos softwares BIM. 218 1.3 DIMENSÕES DO BIM 219 As dimensões do BIM referem-se aos dados específicos que são vinculados ao 220 modelo, ou seja, determina qual informação será agregada aos elementos/componentes 221 do modelo, bem como, a finalidade ou uso da referida informação. A seguir serão 222 apresentadas as definições para os conceitos de 3D, 4D, 5D, 6D, 7D e 8D. 223 224 BIM 3D - MODELO 225 Em síntese, o BIM 3D consiste em construir virtualmente um empreendimento e, 226 portanto, envolve a modelagem tridimensional de todos os elementos geométricos 227 necessários à sua caracterização e posicionamento espacial. A essa modelagem soma-228 se a atribuição de características e parâmetros não geométricos, que possibilitam a 229 análise quantitativa e qualitativa do modelo. 230 BIM 4D – SIMULAÇÃO DO PLANEJAMENTO DA EXECUÇÃO DA OBRA 231 2 A buildingSMART é a autoridade internacional para um conjunto de padrões conhecido como Industry Foundation Class (IFC) que lida com processos, dados, termos e gerenciamento de mudanças para a especificação, gerenciamento e ativos de utilização efetiva no setor de ativos construídos. O buildingSMART Compliance fornece orientação e governança para certificação de software, pessoas e organizações por meio de treinamento e testes de conformidade. SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 15 O BIM 4D consiste na correlação entre os elementos modelados e o planejamento 232 físico e financeiro da obra; ou seja, tudo aquilo que foi elaborado na dimensão 3D 233 somado à variável “tempo” e atrelado ao cronograma de desembolso. Sendo assim, com 234 a utilização de ferramenta BIM específica para planejamento, é possível realizar a 235 simulação virtual da execução da obra. Dessa forma, durante a etapa de execução, o 236 acompanhamento da obra torna-se mais efetivo, uma vez que o comparativo entre 237 planejado e executado permite antecipar eventuais necessidades de ajustes no 238 cronograma da obra. 239 BIM 5D – CUSTOS 240 O BIM 5D consiste na correlação entre a modelagem virtual e a estimativa de 241 custo da obra; ou seja, tudo aquilo que foi elaborado na dimensão 3D somado à variável 242 “custo”. A partir da inserção de informações nos elementos modelados, é possível extrair 243 dados para composição da estimativa do custo, que será refinada ao longo da 244 elaboração do projeto. 245 As informações inseridas no modelo, uma vez estruturadas, permitem que cada 246 alteração realizada no projeto gere, automaticamente, uma atualização de quantitativos. 247 A extração de quantidades deverá ocorrer de forma automatizada, sempre que 248 possível, de todos os elementos que compõem o projeto, admitindo, neste momento, a 249 integração externa de tais quantidades a uma tabela referencial para fins de estimativas 250 de custo. 251 Existem ferramentas e/ou plugins desenvolvidos e utilizados pelo mercado AEC 252 para a realização dos orçamentos, que, se utilizados, deverão ser compatíveis à tabela 253 de referência de custos utilizada pelo DER/PR. 254 BIM 6D - OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO 255 Primeiramente, cabe esclarecer que existe divergência na literatura quanto a 256 definição dessa dimensão. O termo pode ser encontradona literatura referindo-se à 257 operação e manutenção e também à sustentabilidade. Nesse documento o 6D fará 258 referência à operação e manutenção. Outra terminologia bastante empregada, advinda 259 do inglês, é “Facility Management” – FM. 260 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 16 Essa dimensão agrega informações do pós-obra aos elementos dos projetos, 261 como por exemplo, data de instalação e periodicidade das inspeções, garantias dos 262 fornecedores, entre outras necessárias à operação e manutenção, corretiva e 263 preventiva, durante todo o ciclo de vida do empreendimento. 264 No Brasil, a utilização da metodologia BIM para essa finalidade é incipiente, por 265 isso, num primeiro momento a aplicação restringe-se à inserção de poucas informações 266 elencadas como de maior impacto no pós-obra, a exemplo, da periodicidade de limpeza 267 de bueiros, de roçada das faixas de domínio e de avaliação de retrorrefletância de 268 sinalização horizontal de rodovias, dentre outros. 269 BIM 7D - SUSTENTABILIDADE 270 Neste documento, o BIM 7D faz referência à sustentabilidade, dimensão que 271 consiste na modelagem virtual combinada a informações que auxiliem na tomada de 272 decisão dos pontos de vista ambiental, social e econômico. A sétima dimensão deverá 273 permear todo o ciclo de vida do empreendimento, desde a etapa de estudos de impacto 274 ambiental, possibilitando um maior número de análises e cruzamentos de informações, 275 facilitando, por exemplo, a escolha do traçado mais adequado às premissas ambientais. 276 BIM 8D - SEGURANÇA 277 Essa dimensão consiste na modelagem virtual combinada a informações que 278 auxiliem na tomada de decisão do ponto de vista da segurança, no processo operacional 279 e construtivo de um empreendimento. 280 Em geral, essas informações são objeto de análises feitas, de forma 281 automatizada, por softwares específicos, por exemplo, para previsão de possíveis riscos 282 à segurança e para sugestão de elementos de prevenção a acidentes. No DER a 283 segurança viária é tema de constante aprimoramento seguindo o conceito de “rodovias 284 que perdoam”3 visando a adoção de medidas que viabilizem projetos de vias mais 285 seguras. 286 A metodologia BIM permite realizar inúmeras simulações computacionais 287 reduzindo significativamente os erros de concepção de projeto. No caso de projetos 288 3 Rodovias que perdoam é conceder às rodovias uma ‘qualidade humana’, a de PERDOAR, no sentido de garantir que, caso ocorra um erro do condutor, seja perdoado, livrando-o de uma colisão e podendo salvar a vida ou tornar menos severo o evento. SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 17 rodoviários, por exemplo, a depender do software utilizado, é possível fazer a validação 289 da geometria. Existem softwares que indicam, ainda, uma proposta de traçado mais 290 segura, propõem a construção de áreas de fugas, instalação de dispositivos de 291 contenção e sonorizadores, entre outras intervenções que visam garantir maior 292 segurança a todos que trafegam nas rodovias. 293 1.4 NÍVEL DE INFORMAÇÃO NECESSÁRIA 294 Conforme a ISO 19650-1, para cada entregável deverá ser definido o nível de 295 informação necessária, sempre ajustado ao uso pretendido. Tal definição deverá 296 abranger todo ciclo de vida do empreendimento, descrito de forma clara dentro dos 297 quatro requisitos de informação: (i) Requisitos de informação da organização (RIO) ou 298 Organizational Information Requirement (OIR); (ii) Requisitos de informação de projeto 299 (PIR) ou Project Information Requirement (PIR); (iii) Requisitos de informação do ativo 300 (RIA) ou Asset Information Requirement (AIR); (iv) Requisitos de troca da informação 301 (RTI) ou Exchange Information Requirement (EIR). 302 1.5 REQUISITOS DE INFORMAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO - RIO OU ORGANIZATIONAL 303 INFORMATION REQUIREMENT - OIR 304 Conforme a ISO 19650-1, são requisitos de informação relacionados aos objetivos 305 estratégicos de uma organização, como a gestão estratégica de ativos e atendimento 306 às políticas públicas de Estado. 307 1.6 REQUISITOS DE INFORMAÇÃO DO PROJETO - RIP OU PROJECT INFORMATION 308 REQUIREMENT - PIR 309 Consiste na especificação detalhada das necessidades do contratante conforme 310 as particularidades do objeto licitado. O contratante deverá informar às licitantes, quais 311 informações gráficas e não gráficas a contratada deverá entregar, por exemplo. 312 Ressalta-se que os Requisitos de Informação de Projeto vão além dos descritos nesse 313 documento, que trata especificamente da modelagem BIM e, portanto, a CONTRATADA 314 deverá atentar-se para os demais requisitos especificados no termo de referência. 315 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 18 1.7 REQUISITOS DE INFORMAÇÃO DO ATIVO - RIA OU ASSET INFORMATION 316 REQUIREMENT - AIR 317 Conforme a ISO 19650-1, são requisitos de informação expressos de forma que 318 possam ser incorporados nas tarefas de gestão do ativo, bem como, auxiliem na tomada 319 de decisão da instituição. Como por exemplo, informações de garantia do serviço, 320 estado de conservação e demais informações relevantes para a adequada operação e 321 manutenção do empreendimento. Ademais, esses requisitos de informação devem estar 322 vinculados aos Requisitos de Informação da Organização (RIO) relativos ao ativo. 323 1.8 REQUISITOS DE TROCA DE INFORMAÇÃO - RTI OU EXCHANGE INFORMATION 324 REQUIREMENT - EIR 325 Conforme a ISO 19650-1, são requisitos de informação expressos de forma que 326 possam ser incorporados nas tarefas relacionadas a um projeto, tais como padronização 327 de nomenclatura, definição de estrutura de organização da informação, definição do 328 ambiente comum de dados e demais procedimentos necessários à consecução do 329 objeto, entre outros requisitos necessários para atender os requisitos da organização e 330 de projeto. 331 1.9 NÍVEIS DE DETALHE E INFORMAÇÃO DO MODELO 332 O Nível de Detalhe (ND) e o Nível de Informação (NI) são Requisitos de 333 Informação de Projeto (RIP) e Requisitos de Informação do Ativo (RIA) e seguem a 334 lógica estabelecida pela NBS (National BIM Specification)4. 335 De acordo com a NBS, é possível que um elemento seja entregue em LOD 2 e 336 LOI 5, por exemplo, sem que necessariamente estes sigam a mesma lógica de 337 desenvolvimento ou progridam de forma síncrona, ou seja, é possível que o modelo 338 contenha pouco desenvolvimento geométrico – apenas volumetria genérica, por 339 4 Organização britânica que visa oferecer especificações inovadoras e soluções referentes ao gerenciamento da informação para profissionais da indústria da construção, utiliza dois conceitos principais para determinação dos níveis dos elementos do modelo: LOD para Level of Detail (Nível de Detalhe) e LOI para Level of Information (Nível de Informação), desassociando as duas definições de forma que estas progridam de maneira independente. SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 19 exemplo – e informações específicas, como marca, modelo, fabricante, classe do 340 concreto ou tipo de revestimento asfáltico, por exemplo. 341 Outro entendimentoimportante é referente à dissociação dos Níveis de Detalhe e 342 Informação dos elementos em relação às etapas de projeto, as quais são utilizadas, 343 como marcos para realização de pagamentos das empresas prestadoras de serviços. 344 1.10 ESTRUTURA DA ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO - EOI 345 A Estrutura da Organização da Informação – EOI foi baseada na ISO 12006-25, 346 conforme esquema apresentado na Figura 1, e tem a finalidade de garantir a 347 padronização e organização das informações dos empreendimentos públicos. 348 349 350 FIGURA 1: NBR ISO 12006-2 351 A partir da premissa de gestão da informação dos empreendimentos a ser 352 realizada dentro em um único ambiente comum de dados do Estado, foi necessário criar 353 uma estrutura abrangente a fim de identificar todas as tipologias de projetos e obras 354 contratados e/ou elaborados pelos órgãos de Governo. 355 Nessa lógica, a estrutura da organização da informação foi dividida em três níveis: 356 (i) Macrogrupo (ii) Grupo e (iii) Subgrupo. O 1º nível contempla as tipologias, como 357 edificações e infraestrutura rodoviária, o 2º nível identifica os sistemas, como 358 5 A ISO 12006-2 estabelece uma estrutura para o desenvolvimento de sistemas de classificação do ambiente construído. Ela identifica um conjunto de títulos de tabelas de classificação, recomendadas para uma variedade de classes de objetos da construção, de acordo com pontos de vista diversos e particulares. Além disso, ela também apresenta como as classes dos objetos, em cada tabela, estão relacionadas como uma série de sistemas e subsistemas. SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 20 instalações elétricas, mecânicas e o 3º nível trata dos elementos da construção, como 359 pilar, viga entre outros. 360 361 2. TERMOS TÉCNICOS APLICÁVEIS À MODELAGEM DA INFORMAÇÃO DA 362 CONSTRUÇÃO 363 Para dar início ao processo de modelagem, é fundamental compreender os 364 principais termos aplicáveis à metodologia BIM. 365 2.1 FORMATO NATIVO OU FORMATO PROPRIETÁRIO 366 É o formato (ou extensão) no qual será salvo o arquivo original do projeto. Sendo 367 assim, o formato nativo/proprietário é criado para ser lido especificamente pelo software 368 que o gerou ou por conjuntos de softwares complementares provenientes do mesmo 369 desenvolvedor. 370 Para projetos geométricos e de drenagem modelados no software AutoCAD Civil 371 3D, por exemplo, a extensão nativa do documento salvo será .dwg6. Já para projetos de 372 infraestrutura rodoviária, viária e obras de arte especiais modelados no software Revit, 373 a extensão nativa do documento salvo será .rvt. Neste caso, os arquivos com extensão 374 .dwg e .rvt poderão ser lidos tanto pelo software que os gerou, como por outros 375 softwares também desenvolvidos pela empresa Autodesk, como, por exemplo, o 376 Navisworks. 377 Para os projetos de infraestrutura rodoviária, viária e obras de arte especiais 378 modelados em softwares desenvolvidos pela Bentley, como o OpenRoads, OpenBridge 379 e OpenFlows, a extensão nativa do modelo será .dgn. Neste caso, os arquivos com 380 extensão .dgn poderão ser lidos em quaisquer softwares desenvolvidos pela Bentley 381 como também no software Navisworks, desenvolvido pela Autodesk. 382 6 O arquivo nativo do software AutoCAD Civil 3D terá extensão .dwg. No entanto, vale ressaltar que tal formato difere-se do arquivo com extensão .dwg gerado pelo software AutoCAD, tendo em vista que o arquivo proveniente do AutoCAD Civil 3D contém elementos distintos como, por exemplo, alinhamentos, corredores, perfil longitudinal, entre outros. SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 21 2.2 INDUSTRY FOUNDATION CLASSES (IFC) 383 É a expressão máxima do conceito de OPEN BIM. O IFC é um esquema de dados 384 que permite o intercâmbio de informações entre projetos elaborados em diferentes 385 softwares sem perda ou distorção de informação. É um formato de arquivo neutro, que 386 visa democratizar o uso do BIM. 387 De acordo com o Guia 04 da ABDI - Contratação e Elaboração de Projetos BIM 388 na Arquitetura e Engenharia, o arquivo IFC permite que todos os projetistas envolvidos 389 possam utilizar diferentes plataformas de projeto sem que isso impeça o trabalho 390 conjunto e integrado destes. Todas as ferramentas certificadas pela empresa 391 BuildingSMART podem exportar seus dados no formato IFC e, assim, compor o arquivo 392 federado para análise e coordenação do projeto. Entretanto, nenhuma ferramenta de 393 projeto adota o formato IFC como padrão nativo, pois ele não incorpora recursos de 394 desenvolvimento de projeto. Ou seja, os projetistas sempre utilizarão algum software 395 proprietário, mas podem e devem exportar o arquivo em formato IFC. 396 A exportação de arquivos em formato IFC para os projetos de edificações 397 encontra-se bastante consolidada, haja vista que grande parte dos elementos já possui 398 entidades IFC específicas. No entanto, cabe ressaltar que o conceito Open BIM ainda 399 não pode ser contemplado em sua totalidade para os projetos de infraestrutura 400 rodoviária, viária e obras de arte especiais (OAE), visto que a exportação de tais 401 modelos no formato IFC ainda não é um padrão dentro dos softwares BIM. 402 Apesar do software AutoCAD Civil 3D, desenvolvido pela empresa Autodesk, 403 permitir a exportação de modelos no formato IFC, este ainda apresenta certas 404 limitações. Uma das restrições apresentadas é a ausência de mapeamento adequado 405 para as entidades IFC, tendo em vista que todos os elementos são exportados como 406 IfcObject. Ademais, a textura aplicada dentro do modelo não pode ser exportada, sendo 407 assim, o elemento é representado com a cor do layer definida no software nativo, o que 408 pode dificultar, muitas vezes, a visualização do modelo. 409 De acordo com a buildingSMART, a versão 5 do IFC, que se encontra em 410 desenvolvimento pela Organização, contemplará de maneira mais abrangente os 411 elementos de infraestrutura rodoviária, viária e obras de arte especiais. Sendo assim, 412 compreende-se que as empresas desenvolvedoras de softwares demandarão um certo 413 tempo até que adequem suas respectivas ferramentas à exportação das entidades IFC 414 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 22 para infraestrutura e obras de arte especiais (OAE). Ressalta-se ainda que, a 415 buildingSMART da Finlândia vem pesquisando novas soluções na tentativa de 416 preencher as lacunas existentes na área de infraestrutura. 417 Tendo em vista as restrições apresentadas pelo IFC no que se refere a projetos 418 de infraestrutura rodoviária, viária e obras de arte especiais, a desenvolvedora de 419 softwares Bentley criou o formato de arquivo i.dgn (iModel), o qual permite o intercâmbio 420 entre projetos sem perda ou distorção de informações. Os i-models podem ser 421 exportados a partir de projetos desenvolvidos em softwares da Bentley, como 422 OpenRoads ou OpenBridge, por exemplo. 423 Em 2018, a Bentley lançou a biblioteca de código aberto iModel.js, com o intuito 424 de melhorar a interoperabilidade para os projetos de infraestrutura. A referida biblioteca 425 pode ser utilizada por desenvolvedores para criar aplicativos imersivos que integrem 426 projetos de infraestrutura desenvolvidos dentro da plataforma Bentley com modelosde 427 engenharia desenvolvidos nas demais plataformas disponíveis no mercado. 428 No entanto, os i-models também apresentam algumas restrições em relação à 429 exportação de projetos de infraestrutura, se comparados aos projetos de edificações. 430 Sendo assim, até que as plataformas se adequem às peculiaridades dos projetos de 431 infraestrutura desenvolvidos em BIM, pode-se afirmar que os conceitos de 432 interoperabilidade e Open BIM não poderão ser aplicados aos projetos de infraestrutura 433 rodoviária, viária e obras de arte especiais da mesma forma que se aplicam aos projetos 434 de edificações. 435 2.3 BIM COLLABORATION FORMAT (BCF) 436 O formato de arquivo BCF foi desenvolvido em 2010 para solucionar problemas 437 relacionados à má comunicação entre os colaboradores de um projeto em relação a 438 interferências encontradas entre as diferentes disciplinas. Possuindo como base a 439 linguagem XML, o formato de arquivo BCF permite o envio de relatórios com imagens 440 vinculadas ao modelo de forma dinâmica, além de agregar funções de comunicação, 441 responsabilidades e prazos (Processo de Projeto BIM – ABDI, 2017). 442 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 23 2.4 MODELO FEDERADO 443 Richard H. Lowe e Jason M. Muncy (2009) descrevem o modelo federado como 444 um arquivo composto por modelos distintos que são ligados de forma lógica entre si, 445 sem que percam sua integridade e sua base de dados. 446 De acordo com Bentley (2003), o modelo federado pode ser considerado um 447 banco de dados único, que é distribuído e sincronizado em várias partes. Já Isikdag e 448 Underwood (2010) complementam o conceito de Bentley, afirmando que o modelo 449 federado se caracteriza como um sistema que permite que os usuários trabalhem com 450 os dados da maneira que considerarem mais produtiva. Ademais, o modelo federado 451 deve ser coordenado pelo Coordenador BIM, e sua consistência deve ser mantida ao 452 longo de todo o desenvolvimento do projeto. 453 O modelo federado é usualmente composto por modelos de disciplinas distintas 454 de um mesmo projeto como, por exemplo, o modelo de pavimentação, o modelo de 455 drenagem e o modelo de sinalização, e a junção destes resulta no modelo federado. No 456 entanto, também pode ocorrer de, por exemplo, o projeto de sinalização ser modelado 457 de maneira desassociada, resultando nos modelos de sinalização vertical e horizontal. 458 Neste caso, a compilação de tais arquivos também resultará em um modelo federado. 459 2.5 CLASH DETECTION (DETECÇÃO DE CONFLITOS) 460 É a identificação automática de interferências geométricas e funcionais entre os 461 objetos que compõem um modelo. Os relatórios das interferências identificadas em um 462 modelo BIM em desenvolvimento podem ser extraídos automaticamente e 463 compartilhados com as equipes responsáveis por cada uma das disciplinas. Além de 464 apresentarem a localização das interferências, alguns softwares, como o Solibri Model 465 Checker, também as classificam como leves, moderadas ou críticas. 466 2.6 INTEROPERABILIDADE 467 Tal conceito visa diagnosticar a eficiência dos aplicativos BIM no que tange, 468 sobretudo, a troca de dados entre os diferentes softwares. Havendo uma boa 469 interoperabilidade, se elimina a necessidade de réplica de dados de entrada, facilitando, 470 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 24 de forma automatizada e sem obstáculos, o fluxo de trabalho entre diferentes 471 ferramentas durante o processo de modelagem. 472 Para que se tenha uma boa interoperabilidade, é indispensável a implementação 473 de um padrão de protocolo internacional de trocas de dados nos aplicativos e nos 474 processos do projeto. O principal protocolo usado hoje é o Industry Foudation Classes 475 (IFC) que, conforme mencionado no item 4.2, é um modelo de dados baseado em 476 objetos não proprietários. 477 2.7 GERENTE BIM (BIM MANAGER) E COORDENADOR BIM 478 Ao Gerente BIM, ou BIM Manager, compete a responsabilidade de planejar e 479 implementar a metodologia BIM na empresa. Tal figura deve desempenhar papel 480 estratégico, ou seja, intermediar a relação entre a alta gestão e a equipe de 481 coordenadores BIM ou, nos casos em que não se aplica, realizar o contato direto com 482 a equipe de projetistas. 483 Assim, o Gerente BIM deverá adequar os processos internos e criar padrões, 484 normas e protocolos, bem como garantir que estes sejam incorporados pelas equipes 485 técnicas. Ademais, o Gerente BIM também ficará responsável, sempre que necessário, 486 por revisar os processos internos e adequá-los à realidade da empresa, a fim de atender 487 às suas demandas específicas. 488 A seguir, são descritas as principais atividades a serem desempenhadas pelo (a) 489 Gerente BIM ou BIM Manager: 490 i. Planejar e gerir o processo de implantação do BIM na empresa; 491 ii. Adequar, em conjunto com os coordenadores BIM, os processos internos; 492 iii. Criar, em conjunto com os coordenadores BIM, protocolos, normas e 493 padrões a serem seguidos pelos técnicos da empresa; 494 iv. Garantir que a equipe de coordenadores aplique adequadamente os 495 processos BIM, os protocolos e demais procedimentos internos; 496 v. Garantir que a equipe de TI e demais envolvidos deem o suporte adequado 497 à equipe de projetos e obras; 498 vi. Definir metas e indicadores para acompanhamento da implantação do 499 BIM; 500 vii. Apresentar à alta direção os resultados parciais da implantação da 501 metodologia, bem como seus principais ganhos, a fim de garantir o 502 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 25 investimento de recursos na infraestrutura física e na capacitação dos 503 profissionais; 504 viii. Realizar a gestão da qualidade dos modelos; 505 ix. Acompanhar o cronograma físico da elaboração dos projetos. 506 507 Já ao Coordenador(a) BIM compete a responsabilidade de coordenar o 508 desenvolvimento dos projetos em BIM, bem como mediar, entre os projetistas, 509 orçamentistas e engenheiros de obra, as propostas de soluções de conflitos que 510 envolvam as atividades e produtos inerentes a tais responsáveis. 511 A seguir, são descritas as principais atividades a serem desempenhadas pelo(a) 512 Coordenador(a) BIM: 513 i. Desenvolver, em conjunto com a equipe de projetistas e de obras, o Plano de 514 Execução BIM - PEB; 515 ii. Garantir que o PEB seja executado corretamente e, em havendo necessidade, 516 adequá-lo a fim de atender as demandas do cliente; 517 iii. Seguir atentamente os protocolos de comunicação, a troca de informação e a 518 geração de documentação técnica a partir dos modelos; 519 iv. Garantir a correta execução dos protocolos de colaboração e comunicação 520 entre os envolvidos; 521 v. Atender os procedimentos de validação qualitativa dos modelos e aplicá-los 522 periodicamente; 523 vi. Gerar rotina de checagem de conflitos de disciplinas e entre disciplinas; 524 vii. Coordenar as reuniões de revisão e compatibilização dos projetos e proceder 525 com os encaminhamentos necessários para correção de inconformidades. 526 527 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 26 3. PLANO DE EXECUÇÃO BIM (PEB) OU BIM EXECUTION PLAN (BEP) 528 Para que a implementação BIM seja bem-sucedida,é importante que o 529 planejamento das atividades esteja claro para todas as partes envolvidas, Contratante 530 e Contratada. Para o adequado desenvolvimento de um projeto é imprescindível que o 531 contratante defina, com clareza, “o que”, “como” e “quando” o projeto deverá ser 532 entregue e qual será a forma de análise do mesmo, a fim de atingir os requisitos 533 previamente estabelecidos. E também, cabe à contratada entender e propor a melhor 534 forma de atender a esses requisitos. 535 Tendo em vista que o Plano de Execução BIM deverá ser elaborado antes do 536 início dos projetos e servirá de base para o acompanhamento e a medição do contrato, 537 é fundamental que o documento contemple informações em nível suficiente e de acordo 538 com os usos BIM pretendidos. 539 Conforme estabelecido na ISO 19650-1, o PEB consiste em um documento que 540 descreve o conjunto de informações necessárias em nível suficiente para definir o 541 processo inicial de trabalho em BIM, devendo ser previamente elaborado pelo 542 contratante. 543 A referida norma também divide o PEB em duas fases, as quais foram 544 denominadas de PEB pré-contrato e PEB pós-contrato. Ressalta-se que dentro das 545 possibilidades de contratações de projetos e obras públicas previstas no ordenamento 546 jurídico brasileiro, o PEB pré-contrato apenas poderá ser exigido na etapa de licitação, 547 cujo certame seja, obrigatoriamente, tipo técnica e preço, possibilitando ao contratante 548 a composição dos fatores de ponderação. 549 Assim, o PEB pré-contrato consiste na complementação do documento 550 previamente elaborado pelo contratante e fornecido às licitantes no edital de licitação, e 551 que deve compor a proposta técnica da empresa. 552 Após a assinatura do contrato, será exigido o PEB pós-contrato, que consiste no 553 detalhamento do PEB pré-contrato pela empresa vencedora do certame. 554 O PEB, além de orientar a empresa no desenvolvimento dos projetos na 555 metodologia BIM, também é um instrumento de apoio à fiscalização de projetos e, 556 portanto, ao longo do processo de desenvolvimento dos projetos, recomendam-se 557 revisões periódicas a cada etapa de entrega. 558 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 27 O PEB deverá ser estruturado a partir dos requisitos de informação, conforme 559 apresentado a seguir. 560 561 3.1 ESTRUTURA DO PLANO DE EXECUÇÃO BIM 562 O modelo de PEB, que deverá ser seguido e preenchido pela contratada, 563 encontra-se no APÊNDICE A, e foi estruturado de acordo com a Série ISO 19650 e com 564 as necessidades do DER/PR para a contratação de projetos e obras rodoviárias. Para 565 melhor compreensão, a seguir, serão apresentados, sem esgotar o tema, as principais 566 informações que devem constar no referido plano. 567 3.1.1 Identificação 568 a) Responsável Técnico pela elaboração do PEB, preferencialmente o gerente 569 BIM e/ou o coordenador BIM 570 b) Localização do objeto 571 c) Contratante 572 d) Licitante (PEB pré-contrato) 573 e) Contratada (PEB pós-contrato) 574 f) Representantes da contratada (equipe-chave) 575 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 28 FIGURA 2: PEB (IDENTIFICAÇÃO) 576 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 29 3.1.2 Nível de Informação necessária 577 Requisitos de Informação da Organização – RIO ou Organizational 578 Information Requirement - OIR 579 Consiste na indicação de objetivos estratégicos do DER que deverão ser 580 considerados durante a elaboração dos estudos, projetos e obras. Diante disso, sempre 581 que possível, deverão estar vinculados aos usos BIM pretendidos, conforme 582 exemplificado a seguir: 583 1) Redução de aditivos de prazo 584 Usos BIM: simulação do planejamento da execução da obra 585 2) Redução de aditivos de valor 586 Usos BIM: (i) compatibilização dos projetos, (ii) extração de quantitativos e (iii) 587 especificações para compras 588 3) Atendimento de critérios objetivos de normas técnicas 589 Usos BIM: automatização dos parâmetros, como por exemplo estabelecer valores 590 aceitáveis para validação de projeto geométrico no que se refere ao raio, a 591 superelevação e superlargura de uma curva. 592 4) Melhoria na qualidade de projetos e obras públicas 593 Usos BIM: (i) validação qualitativa do modelo, por meio de checagem de 594 interferências, identificação de elementos duplicados e sobrepostos (ii) Análise de 595 projeto estrutural de OAE, (iii) análise de capacidade da rede de drenagem. 596 5) Alinhamento com a estratégia de estado referente ao 9º Objetivo de 597 Desenvolvimento Sustentável: Indústria, inovação e infraestrutura 598 Usos BIM: projeto para fabricação, aplicável às obras de arte especiais 599 6) Garantir maior segurança para as rodovias 600 Usos BIM: (i) estudo de tráfego, simulações e validações de modelo 601 7) Garantir maior transparência nas contratações e audiências públicas 602 Usos BIM: (i) realidade virtual e realidade aumentada 603 8) Melhoria na gestão e manutenção da malha rodoviária 604 Usos BIM: (i) Inspeção de pontes (ii) estruturação e gestão de dados do ativo 605 9) Tomada de decisão mais assertiva 606 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 30 Usos BIM: (i) levantamento das condições existentes (i) estudos ambientais (ii) 607 estudos de traçado 608 10) Transparência e acessibilidade à informação 609 Usos BIM: (i) centralização da informação em ambiente comum de dados, (II) 610 relatórios de informações do modelo 611 11) Inovação na fiscalização de projetos e obras 612 Usos BIM: Acompanhamento por meio do modelo federado 613 FIGURA 3: PEB (RIO) 614 615 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 31 Requisitos de Informação do Projeto – RIP ou ou Project Information 616 Requirement - PIR 617 Com base nos Requisitos de informações da Organização (RIO), ou seja, a partir 618 dos objetivos estratégicos do DER e dos Usos BIM pretendidos, o contratante deverá 619 definir em qual nível de informação gráfica e não gráfica os modelos deverão ser 620 entregues. 621 Ressalta-se que esse caderno não tem a intenção de apresentar todos os 622 Requisitos de Informação do Projeto, e sim, apenas àqueles que serão exigidos 623 minimamente na modelagem. 624 As tabelas referenciais de Nível de Detalhe (ND) e Nível de Informação (NI) estão 625 disponíveis no item 4 deste documento. 626 FIGURA 4: PEB (RIP E RIA) 627 628 629 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 32 Requisitos de Informação do Ativo – RIA ou Asset Information Requirement 630 - AIR 631 Compreendem a estruturação de informações relevantes para a gestão da malha 632 rodoviária em termos técnicos e legais, que deverão ser inseridas no modelo ou no 633 ambiente comum de dados, durante todo ciclo de vida do empreendimento, conforme 634 exemplificado a seguir: 635 636 INFORMAÇÕES DE GESTÃO 637 i. Localização da rodovia (sistema de informação geográfica) 638ii. Dados espaciais, como trechos pavimentados, trechos não pavimentados, 639 áreas lindeiras 640 iii. Garantias e validade das rodovias 641 iv. Histórico da rodovia, que deve incluir atividades manutenção/conservação 642 v. Normas, processos e procedimentos relacionados, como as 643 especificações de serviço para conservação 644 vi. Informações sobre planos de emergência, como por exemplo, casos de 645 deslizamento de terra na pista, incluindo informações de contato do 646 responsável 647 vii. Informações da faixa de domínio 648 649 INFORMAÇÕES TÉCNICAS 650 i. Parâmetros de projeto, dados relevantes que deverão ser inseridos nos 651 componentes/elementos do modelo 652 ii. Dados operacionais 653 iii. Indicadores de desempenho 654 655 INFORMAÇÕES LEGAIS (MUNICIPAIS, ESTADUAIS E FEDERAIS) 656 i. Informações referentes à posse/concessão da rodovia; 657 ii. Instruções de operação/funcionamento do ativo; e 658 iii. Informações contratuais relacionadas a rodovia. 659 660 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 33 Requisitos de Troca de Informação - RTI ou ou Exchange Information 661 Requirement - EIR 662 As especificações dos requisitos de troca de informação são fundamentais para a 663 adequada gestão de toda informação, bem como a comunicação e colaboração entre 664 todos os envolvidos, durante todo o ciclo de vida do empreendimento, dentre os quais 665 destacam-se: 666 1) Comunicação e colaboração 667 2) Estrutura da organização da informação 668 3) Padronização de nomenclatura 669 4) Codificação para orçamentação 670 5) Ferramentas BIM 671 672 FIGURA 5: PEB (RTI) 673 3.1.3 Comunicação e Colaboração 674 A fim de otimizar a comunicação e colaboração entre todos os envolvidos, é 675 fundamental que se defina o meio mais adequado para que isso ocorra. Por exemplo, 676 para a realização dos trabalhos internos da contratada, de desenvolvimento do projeto, 677 é imprescindível que se tenha uma ferramenta que centralize todos os dados do objeto, 678 ou seja, um Ambiente Comum de Dados. Da mesma forma, deve ser definido o meio de 679 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 34 comunicação e colaboração entre o Contratante e a Contratada, que poderá ser ou não 680 o mesmo ambiente. Ressalta-se que o CONTRATANTE deverá ter acesso ao ACD da 681 CONTRATADA e vice-versa. 682 Além da definição do Ambiente Comum de Dados, é importante que os momentos 683 de reuniões – com as respectivas finalidades, periodicidade e metodologia – sejam 684 planejados, com o objetivo de facilitar o acompanhamento da execução do trabalho, por 685 parte do contratante, bem como, possibilitar que todos estejam cientes do modelo de 686 acompanhamento do contrato. 687 A fim de otimizar a comunicação entre o CONTRATANTE e a CONTRATADA ao 688 longo de todo o fluxo de trabalho, deverá ser definida, em comum acordo, a forma de 689 apresentação do relatório de análise de projeto (RAP), por exemplo, relatórios BCF (Bim 690 Collaboration Format), ou outros. Caso sejam apresentadas melhores alternativas por 691 parte da CONTRATADA, ficará a critério do contratante definir qual método será 692 utilizado. 693 As reuniões de compatibilização do projeto desenvolvido pela CONTRATADA 694 devem contar com a participação do coordenador BIM, dos projetistas, dos 695 orçamentistas e dos engenheiros de obra, sempre que possível, conforme definido no 696 Plano de Execução BIM. Para tal, todos os modelos desenvolvidos pela CONTRATADA 697 deverão constar em um único arquivo, denominado modelo federado, a fim de que os 698 responsáveis por cada uma das disciplinas identifiquem as inconsistências entre os 699 projetos e, assim, tomem uma decisão conjunta acerca das soluções propostas. 700 701 3.1.4 Estrutura da organização da informação 702 A estrutura da organização da informação está dividida em três níveis: 1º nível - 703 Macrogrupos, 2º nível - Grupos e 3º nível - Subgrupos. 704 Os Macrogrupos (1º nível da EOI) são divididos conforme as tipologias de projetos 705 e obras contratados e/ou elaborados pelos órgãos da administração direta, autárquica 706 e fundacional do Governo do Estado do Paraná, como por exemplo edificações e 707 infraestrutura rodoviária. 708 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 35 Os Grupos (2º nível da EOI) são organizados de acordo com os diferentes 709 sistemas que compõem um empreendimento, como pavimentação e drenagem, por 710 exemplo. 711 Os Subgrupos (3º nível da EOI) apresentam os elementos que compõem um 712 determinado sistema do empreendimento, como sarjetas, canaletas e valetas do 713 sistema de drenagem. 714 Essa estrutura foi criada com o objetivo de centralizar todas as informações 715 referentes à projetos e obras do Governo do Estado (administração direta, autárquica e 716 fundacional) em um único ambiente comum de dados, a fim de garantir que todas as 717 informações dos modelos possam ser utilizadas em nível estratégico, tático e 718 operacional, visando a correta gestão da informação durante todo ciclo de vida dos 719 empreendimentos. 720 É importante ressaltar que a criação do Macrogrupo denominado “Geral”, 721 apresentado na Tabela 1, tem por objetivo agregar os sistemas e elementos comuns a 722 todas as tipologias de projetos e obras, evitando, assim, códigos repetidos para 723 representar um sistema/elemento com as mesmas características. 724 Dessa forma, todas as tipologias de projetos e obras deverão seguir duas tabelas 725 de codificação, a geral e a específica. 726 727 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 36 TABELA 1: MACROGRUPOS 728 729 TABELA 2: 2º NÍVEL DO MACROGRUPO “GERAL” 730 731 732 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 37 TABELA 3: 3º NÍVEL DO MACROGRUPO “GERAL” 733 734 735 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 38 736 TABELA 4: 2º NÍVEL DO MACROGRUPO INFRAESTRUTURA RODOVIÁRIA 737 738 739 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 39 TABELA 5: 3º NÍVEL DO MACROGRUPO INFRAESTRUTURA RODOVIÁRIA 740 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 40 3.1.5 Ferramentas BIM 741 Indicação das ferramentas que serão utilizadas pelos projetistas especialistas de 742 cada disciplina, com especificação das versões e extensões de entrada e de saída de 743 cada uma delas. Com isso, é possível avaliar os formatos de comunicação entre 744 disciplinas e antecipar eventuais problemas com a compatibilização a partir do modelo 745 federado. 746 FIGURA 6: PEB (RTI – FERRAMENTAS BIM) 747 748 3.1.6 Matriz de responsabilidade 749 A matriz de responsabilidadetraz a lista dos integrantes da equipe técnica e 750 demais envolvidos no processo, e descreve suas respectivas funções/tarefas. 751 No PEB pré-contrato deve constar uma matriz sintética, a qual deve ser 752 refinada/atualizada, conforme necessário, no PEB pós-contrato. A versão sintética 753 deverá conter: nome, função, contatos e quais atividades serão atribuídas a cada um. 754 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 41 FIGURA 7: PEB (MATRIZ DE RESPONSABILIDADE) 755 756 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 42 3.1.7 Cronograma 757 O cronograma deverá conter as informações das tarefas a serem desempenhadas 758 pela Contratada durante o desenvolvimento do projeto, de acordo com as etapas e pré-759 definidas no edital. Cada atividade deverá conter a data de início, fim e duração, de 760 acordo com uma rede de precedentes e considerando as análises para aprovação das 761 etapas. 762 FIGURA 8: PEB (CRONOGRAMA) 763 764 3.1.8 Matriz de entregáveis 765 Para todos os projetos desenvolvidos pela CONTRATADA, deverão ser entregues 766 os arquivos em formato nativo e IFC; salvo projetos de infraestrutura rodoviária, viária e 767 obras de arte especial (OAE) como, por exemplo, projetos de pavimentação e de rede 768 drenagem, para os quais serão exigidos inicialmente apenas o formato nativo e, quando 769 possível, o formato IFC. Cabe ressaltar que os arquivos em formato nativo deverão 770 conter toda a documentação gerada de forma automatizada, bem como as tabelas de 771 quantitativos extraídas a partir do modelo. 772 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 43 A matriz de entregáveis deverá conter informações de identificação dos produtos 773 e especificação dos formatos que serão entregues ao CONTRATANTE e, também, do 774 responsável técnico pelo projeto e pelo controle de qualidade. 775 FIGURA 9: PEB (MATRIZ DE ENTREGÁVEIS) 776 3.1.9 Controle de Qualidade 777 A CONTRATADA deverá incluir no processo de trabalho em BIM, o controle de 778 qualidade do projeto, que poderá ser realizado por meio de ferramentas BIM específicas 779 para detecção de conflitos e demais ferramentas que automatizam as verificações. É 780 adequado que os momentos de análise, a ser realizada pelo gerente de qualidade, não 781 sejam muito espaçados. 782 A fim de otimizar a análise qualitativa do projeto entregue pela CONTRATADA, o 783 contratante deverá fazer uso de ferramenta BIM para checagem dos modelos, como, 784 por exemplo, os softwares Solibri Model Checker, Trimble Connect ou Navisworks, a 785 qual será especificada no Plano de Execução BIM. 786 O CONTRATANTE fará a validação qualitativa dos modelos a partir dos arquivos 787 em formato IFC, quando possível, entregues pela CONTRATADA. Cabe ressaltar que 788 tais arquivos deverão preservar a integridade das informações neles inseridas e garantir 789 a interoperabilidade com o software de verificação a ser utilizado pelo CONTRATANTE. 790 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 44 O objetivo da referida validação qualitativa a ser realizada pelo contratante é aferir 791 possíveis inconsistências nos modelos, tais como elementos sobrepostos e/ou 792 duplicados, inserção incorreta de informações, entre outros. 793 FIGURA 10: PEB (CONTROLE DE QUALIDADE) 794 795 3.1.10 Fluxo de trabalho em BIM 796 A CONTRATADA deverá apresentar o fluxo de trabalho na metodologia BIM, 797 incluindo as interações entre CONTRATANTE E CONTRATADA, conforme modelo 798 disponível no APÊNDICE B. No PEB pré-contrato o referido fluxo poderá ser 799 apresentado de forma genérica, e no PEB pós-contrato, o mesmo deverá ser detalhado. 800 Quando solicitado, a CONTRATADA também deverá apresentar estratégia de 801 federação, a qual visa demonstrar como será organizada a produção dos modelos, 802 considerando a complexidade do objeto e a estrutura da equipe técnica. Assim, a partir 803 de um objetivo, como por exemplo a coordenação 3D que visa a efetiva compatibilização 804 do projeto, neste caso, é interessante que a estratégia adotada siga a lógica de divisão 805 por disciplinas e subdisciplinas. 806 Outro objetivo para o desenvolvimento de uma estratégia de federação é facilitar 807 a transmissão de informação, ou seja, muitas vezes, é útil que os modelos de 808 informação não excedam um determinado tamanho de dados, caso contrário, podem 809 ser difíceis de abrir, atualizar, exportar e importar. Projetos maiores, como de rodovias 810 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 45 de grande extensão, ao chegarem na fase de detalhamento, geralmente necessitam ser 811 divididos em dois ou mais arquivos. 812 Para o contratante, nesse momento, é importante que a Contratada, considerando 813 a complexidade do objeto, defina qual estratégia de federação, para determinado 814 objetivo, é relevante apresentar, visto que tal estratégia deverá ser incluída no fluxo de 815 trabalho BIM da empresa. 816 A Figura 11 é um exemplo de estratégia de federação por disciplina e 817 subdisciplinas de um projeto de rodovia, cujo objetivo é demonstrar como ocorrerá a 818 coordenação 3D. 819 FIGURA 11: ESTRATÉGIA DE FEDERAÇÃO 820 821 3.1.11 Revisão do PEB 822 Considerando que nesse documento o PEB é um instrumento de apoio à 823 fiscalização de projeto, é imprescindível que esteja em constante revisão, visto que as 824 ferramentas e equipamentos compatíveis com o BIM estão em processo de contínuo 825 aprimoramento, assim como, a aplicação prática da metodologia. Dessa forma, sempre 826 que necessário, o PEB poderá sofrer alterações, desde que em comum acordo entre 827 CONTRATANTE E CONTRATADA. 828 829 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 46 4. DIRETRIZES GERAIS DE MODELAGEM 830 As diretrizes apresentadas a seguir são meramente orientativas, uma vez que o 831 processo de modelagem a ser seguido pela equipe técnica da CONTRATADA é livre, 832 desde que, o produto final, a ser entregue ao CONTRATANTE, atenda aos requisitos 833 estabelecidos no Plano de Execução BIM. 834 4.1 MOVIMENTAÇÃO DE TERRA 835 Elaborar, a partir do levantamento topográfico previamente realizado, o modelo 836 digital do terreno, com os dados georreferenciados no sistema SIRGAS 2000. Tal 837 modelo deverá ser utilizado como base para desenvolvimento dos estudos e projetos 838 de infraestrutura rodoviária, viária e obras de arte especiais do objeto contratado. 839 Deverão ser modeladas todas as superfícies necessárias (exemplo: terreno 840 natural e terreno de projeto) para a extração de informações de movimentação de terra, 841 como corte e aterro. 842 No software civil 3D, os volumes de corte e aterro podem ser obtidos por meio de 843 comparação com superfícies, esta comparação cria um volume de superfície limitado 844 verticalmente pela superfície do terreno projetado com a do terreno natural. 845 4.2 PAVIMENTAÇÃO 846 Modelar todos os elementos que compõem a seçãotransversal como, por 847 exemplo, pista, acostamento e, nos casos em que se aplica, demais itens, como meio 848 fio e sarjeta; 849 Para os elementos da seção transversal, nos quais aplica-se estrutura de 850 pavimento, deverão ser modeladas todas as camadas do pavimento como, por exemplo, 851 as camadas de base, sub-base e revestimento; 852 Nos casos em que houver fresagem do pavimento existente, este poderá ser 853 modelado com camada única, contendo a propriedade que indique a necessidade ou 854 não de tal serviço. A modelagem da camada única, para representação do pavimento 855 existente, tem por finalidade o levantamento estimado do quantitativo de volume a ser 856 removido pelo serviço de fresagem; 857 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 47 Para fins de extração de quantitativos, a pintura de ligação e a imprimação, nos 858 casos em que se aplica, poderão ser modeladas com espessura representativa (próxima 859 de zero). Para melhor entendimento, ver Vídeo 1 - Modelagem de Sinalização Horizontal 860 em Civil 3D, disposto no APÊNDICE 3 – VÍDEOS EXPLICATIVOS. 861 4.3 DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTES 862 4.3.1 Drenagem Superficial 863 Alguns dispositivos de drenagem superficial, como valetas de proteção de corte 864 e aterro, sarjetas e meios-fios, poderão ser inseridos no modelo durante a composição 865 da seção transversal do pavimento, ou seja, poderão ser modelados juntamente com o 866 Projeto de Pavimentação. 867 Como exemplo, no software Civil 3D os dispositivos de drenagem superficial 868 supracitados podem ser inseridos no modelo ao longo do desenvolvimento da assembly 869 ou da montagem (seção transversal). 870 Demais dispositivos de drenagem superficial, como descidas d’água, 871 dissipadores de energia e caixas coletoras de sarjeta, poderão seguir modelagem 872 padrão do software ou serem modelados em softwares compatíveis, como o Revit, e 873 posteriormente importados para o projeto em desenvolvimento no Civil 3D, por exemplo. 874 875 4.3.2 Drenagem Subsuperficial 876 Dispositivos de drenagem subsuperficial (drenos subsuperficiais) poderão ser 877 inseridos no modelo durante a composição da seção transversal do pavimento, ou seja, 878 serem modelados juntamente com o Projeto de Pavimentação. 879 Observação: Como exemplo, no software Civil 3D os drenos supracitados podem 880 ser inseridos no modelo ao longo do desenvolvimento da assembly ou da montagem 881 (seção transversal). 882 883 4.3.3 Drenagem Profunda 884 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 48 Modelar as tubulações e dispositivos de drenagem profunda, como: bocas-de-885 lobo, bueiros, caixas de passagem, e demais elementos de drenagem profunda 886 pertinentes ao projeto; 887 A drenagem profunda, no caso do software Civil 3D, poderá ser modelada com 888 ferramentas da própria plataforma, por meio do comando pipe network (rede de 889 tubulações). A referida ferramenta disponibiliza tanto os elementos de tubulações 890 quanto os dispositivos de drenagem profunda. 891 Na ausência de elementos compatíveis com o projeto no catálogo de estruturas 892 do part builder do software Civil 3D, ou não havendo as dimensões específicas 893 necessárias ou, ainda, na ausência do elemento na paleta de ferramentas (Tool 894 Palettes), o projetista poderá desenvolver o bloco 3D do referido dispositivo no software 895 AutoCAD, definindo-o como uma nova estrutura no catálogo e, posteriormente, inseri-lo 896 no modelo. Os dispositivos também poderão ser modelados e outros softwares 897 compatíveis, como por exemplo o Revit, e posteriormente importá-lo para o projeto 898 desenvolvido no Civil 3D. 899 No caso do software Civil 3D, não se recomenda a modelagem dos drenos 900 longitudinais profundos por meio da ferramenta part builder, dessa forma, tais 901 dispositivos, assim como os elementos de drenagem superficial e subsuperficial, 902 poderão ser inseridos no modelo durante a composição da seção transversal do 903 pavimento, ou seja, modelados juntamente com o Projeto de Pavimentação. 904 4.4 OBRA DE ARTE ESPECIAL 905 Elementos estruturais necessitam ser modelados de forma que representem a 906 realidade do processo construtivo 907 Nos modelos de OAE é Importante representar os furos previstos nos elementos 908 estruturais para passagem de tubulação, por exemplo. 909 4.5 SINALIZAÇÃO E SEGURANÇA 910 4.5.1 Sinalização Horizontal 911 Para fins de extração de quantitativos, é necessária a modelagem da sinalização 912 horizontal, no que se refere às faixas, letras, algarismos e símbolos demarcados sobre 913 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 49 o pavimento. Para melhor entendimento, ver Vídeo 1 - Modelagem de Sinalização 914 Horizontal em Civil 3D, disposto no APÊNDICE D – VÍDEOS EXPLICATIVOS. 915 4.5.2 Sinalização Vertical 916 Modelar a sinalização vertical, no que se refere às placas de regulamentação, 917 advertência e indicação. Para isso, o elemento deverá conter a propriedade de código 918 de identificação, ou seja, o código da placa. Como exemplo: R2, R6a e A1a. 919 No caso do software Civil 3D, por exemplo, as placas poderão ser geradas por 920 meio de blocos 3D inseridos no modelo ou por meio de elementos modelados em 921 demais softwares compatíveis, como o Revit, e posteriormente importados para o 922 projeto desenvolvido no Civil 3D. 923 4.5.3 Segurança 924 Modelar os elementos fixos e móveis de segurança, como as barreiras em 925 concreto, as defensas metálicas, cercas, entre outros. Nos casos em que se aplica, o 926 elemento deverá conter a propriedade de código de identificação, como exemplo: TC–927 1 e BA–2, para tacha refletiva monodirecional e balizador bidirecional, respectivamente. 928 SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DIRETORIA TÉCNICA COORDENADORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 50 5. BOAS PRÁTICAS DE MODELAGEM 929 5.1 OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE MODELAGEM 930 5.1.1 Data Shortcuts 931 O Data Shortcut, ou atalho de dados, é uma ferramenta do software Civil 3D que 932 permite utilizar elementos de um projeto existente em outros projetos. A partir da criação 933 desses atalhos de dados, como os elementos de superfície, alinhamento, corredor, entre 934 outros, é possível reduzir o tempo de processamento de dados, além de garantir que o 935 arquivo original não sofra alterações. 936 Exemplo de uso: Nos projetos de terraplenagem, pavimentação e drenagem ficam 937 em arquivos diferentes, mas existem diversos elementos entre eles que são necessários 938 para a concepção de cada projeto individualmente. Logo a utilização da ferramenta de 939 Data Shortcuts é essencial para trazer os dados de terreno na pavimentação ou de 940 pavimentação e terreno para drenagem sem pesar no processamento de dados. 941 942 5.1.2 Dynamo 943 O Dynamo é uma aplicação de programação visual da Autodesk, que pode ser 944 utilizado para automatização de tarefas no Civil 3D e Revit. O referido software pode ser 945 utilizado em diversas aplicações, seja para realização de tarefas repetitivas, interações 946 com o modelo, ou para criação de modelos a partir de regras complexas ou de dados 947 externos. Sem dúvida o ganho de produtividade é uma das vantagens do Dynamo, mas, 948 principalmente nos projetos de infraestrutura, o
Compartilhar