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Disciplina: Fundamentos de Estatística e Epidemiologia Aula 1: Introdução à Epidemiologia Apresentação Nesta aula, trabalharemos com uma introdução à Epidemiologia, conhecendo os principais personagens responsáveis por sua organização mundial. A partir disso, será possível que você perceba a Epidemiologia como ciência aplicável à área da Saúde, observando um breve histórico com suas atualidades e interfaces. Objetivo Reconhecer as raízes históricas da Epidemiologia e os personagens contribuintes para sua consolidação; Descrever suas atuais aplicações e objetivos; Relacionar as interfaces disciplinares. O que é Epidemiologia? Fonte: unsplash. Epidemiologia é o estudo da distribuição das doenças nas populações e os fatores que in�uenciam ou determinam essa distribuição. Por que uma doença se desenvolve em algumas populações e não em outras? A premissa fundamental da Epidemiologia é que doença, moléstia e ausência de saúde não são distribuídas ao acaso na população. Mais exatamente, cada um de nós possui certas características que predispõem ou protegem contra uma variedade de doenças. Essas particularidades podem ser primariamente genéticas ou resultados da exposição a determinados perigos ambientais. Entretanto, segundo Gordis (2010), frequentemente estamos interagindo com fatores genéticos e ambientais no desenvolvimento da doença. Uma de�nição mais ampla da Epidemiologia tem sido largamente aceita, de�nindo-a, de acordo com Last (1995), como o estudo da distribuição e determinantes de estados relacionados com a saúde ou eventos em populações especí�cas e a aplicação desse estudo para o controle dos problemas de saúde. O que é notável sobre esta de�nição é que ela inclui a descrição dos conteúdos da disciplina e a proposta para as quais as investigações epidemiológicas são realizadas. Os objetivos da Epidemiologia Quais são os objetivos especí�cos da Epidemiologia? Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Clique nos botões para ver as informações. Identi�car a etiologia ou causa da doença e os fatores de risco relevantes—isto é, fatores que aumentam o risco da doença para a pessoa. Queremos saber como a doença é transmitida de uma pessoa para outra ou de um reservatório não humano para uma população humana. Nosso maior objetivo é intervir para reduzir a morbidade e a mortalidade das doenças. Queremos desenvolver uma base racional para programas de prevenção. Se pudermos identi�car a etiologia ou os fatores causais da doença e reduzir ou eliminar a exposição a esses fatores, poderemos desenvolver uma base para problemas preventivos. Primeiro Determinar a extensão da doença encontrada na comunidade. Qual é o grau de importância da doença na comunidade? Esta é uma questão crítica para o planejamento de serviços e instalações de saúde e para o treinamento de futuros agentes de saúde. Segundo Estudar a história natural e os prognósticos da doença. Evidentemente, certas doenças são mais graves que outras. Algumas podem ser rapidamente letais, enquanto outras podem apresentar maior tempo de sobrevivência. Outras podem não ser fatais. Queremos de�nir a história natural da doença quantitativamente, a �m de podermos desenvolver novos modelos de intervenção, através de tratamentos ou de abordagens preventivas, podendo comparar seus resultados com os dados de referência para determinar se foram realmente efetivos. Terceiro Avaliar medidas preventivas e terapêuticas e modelos de assistência à saúde novos ou existentes. Por exemplo, o rastreamento do câncer de próstata utilizando-se o antígeno prostático especí�co (PSA), melhora a sobrevida dos homens com câncer de próstata? O implemento de medidas e novas abordagens no cuidado à saúde tiveram impacto nos pacientes e em sua qualidade de vida? Quarto Proporcionar bases para o desenvolvimento de políticas públicas relacionadas a problemas ambientais, genéticos e de outras naturezas no que diz respeito à prevenção e promoção da saúde. Quinto Exemplo Por exemplo, a radiação eletromagnética emitida por cobertores térmicos, almofadas elétricas e outros aparelhos domésticos oferece perigo à saúde? Os elevados níveis atmosféricos de ozônio ou de outras partículas constituem- se em causas adversas, agudas ou crônicas, à saúde das populações humanas? O radônio em residências apresenta risco signi�cativo para o ser humano? Que pro�ssões estão associadas ao aumento do risco em trabalhadores e que leis de proteção são necessárias? Conceito de Epidemiologia A Associação Internacional de Epidemiologia (IEA), em seu Guia de Métodos de Ensino (1973), de�ne Epidemiologia como o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Fonte: unsplash. Enquanto a clínica dedica-se ao estudo da doença no indivíduo, analisando caso a caso, a Epidemiologia debruça-se sobre os problemas de saúde em grupos de pessoas— às vezes pequenos grupos—, na maioria das vezes envolvendo populações numerosas. Muitas doenças, cujas origens até bem recentemente não encontravam explicação, têm tido suas causas esclarecidas pelas metodologias epidemiológicas, que têm por base o método cientí�co aplicado da maneira mais abrangente possível a problemas de doenças que ocorrem em nível coletivo. A Epidemiologia é o eixo da saúde pública. Proporciona as bases para avaliação das medidas de pro�laxia, fornece pistas para diagnose de doenças transmissíveis e não transmissíveis e enseja a veri�cação da consistência de hipóteses de causalidade. Além disso: 1 Estuda a distribuição da morbidade a �m de traçar o per�l de saúde—doença nas coletividades humanas. 2 Realiza testes de e�cácia e de inocuidade de vacinas. 3 Desenvolve a vigilância epidemiológica. 4 Analisa os fatores ambientais e socioeconômicos que possam ter alguma in�uência na eclosão de doenças e nas condições de saúde. 5 Constitui um dos elos de ligação comunidade/governo, estimulando a prática da cidadania mediante o controle, pela sociedade, dos serviços de saúde. História nacional da doença Segundo Leavell e Clarke (1976), História nacional da doença é o nome dado ao conjunto de processos interativos que compreendem as inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. John Snow e cólera Considerado o pai da Epidemiologia, John Snow viveu no século XIX e foi muito conhecido como o anestesiologista que administrou clorofórmio à Rainha Vitória durante um parto. Entretanto, a verdadeira paixão de Snow foi a epidemiologia do cólera, doença que foi o principal problema na Inglaterra na metade do século XIX. Dr. John Snow (1813-1858). (Fonte: Wikimedia) Na primeira semana de setembro de 1854, cerca de 600 pessoas que moravam a poucos quarteirões da Broad Street, em Londres, morreram de cólera. Naquele tempo, o Registro Geral era dirigido por William Farr. Snow e Farr discordavam completamente sobre a causa do cólera. Farr aderiu à chamada teoria dos miasmas da doença. De acordo com essa teoria, fortemente aceita na época, a doença era transmitida por um miasma, ou nuvem, que passava rente à superfície terrestre. Se fosse assim, poderíamos esperar que pessoas que vivessem em baixas altitudes teriam um risco maior de contrair a doença, transmitida pela nuvem, do que aquelas que viviam em elevações. William Farr. (Fonte: Wikimedia) Farr coletou dados para comprovar sua hipótese, estes eram consistentes com sua hipótese: Quanto menor a elevação, maior a taxa de mortalidade. Snow não concordava. Ele acreditava que o cólera era transmitido através da água contaminada. Epidemiologia do sapato decouro Clique no botão acima. Nesse tempo, em Londres, uma pessoa obtinha água contratando uma das companhias de abastecimento. A captação da água era feita em pontos muito poluídos do Rio Tâmisa. Em dado momento, uma das companhias, a Lambeth Company, por razões técnicas, e não de saúde, transferiu sua captação de água acima do Tâmisa, uma área menos poluída do rio, mas as outras companhias não moveram seus locais de captação de água. Snow raciocionou, então, que, baseado em sua hipótese de contaminação da água, a taxa de mortalidade do cólera deveria baixar nas pessoas que obtinham água de outras companhias. Ele fez o que chamamos hoje de Epidemiologia do sapato de couro— indo de casa em casa, contando as mortes por cólera em cada uma delas, e determinando qual a companhia que fornecia a água em cada casa. Os achados de Snow mostram o número de casos, o número de mortes por cólera e as mortes por 10.000 casas. Embora essa não seja a taxa ideal, pois uma casa pode conter números diferentes de pessoas, não é uma má aproximação. Vemos que nas casas abastecidadas pela Southwark e Vauxball Company, que captavam água na parte poluída do Tâmisa, a taxa de mortalidade foi de 315 por 10.000 casas. Nas casas abastecidas pelas Lambeth Company, que havia reposicionado seu ponto de captação de água, a taxa foi de apenas 38 mortes por 10.000 casas. Seus dados foram tão convincentes que levaram Farr, do Registro Geral, a exigir o registro de cada distrito no sul de Londres da companhia que abastecia cada casa em que houvesse uma pessoa morta por cólera. Convém recordar que, na época de Snow, a ideia de que a contaminação da água estava associada ao cólera foi baseada inteiramente em dados observacionais. Outros ícones da Epidemiologia De acordo com Almeida Filho (1986), no século XVIII, na Alemanha, Johann Peter Franck sistematizou as propostas de uma política médica, baseada na compulsoriedade de medidas de controle e vigilância das doenças, sob a responsabilidade do Estado, junto com a imposição de regras de higiene individual para o povo. Johann Peter Franck. (Fonte: Wikimedia) Médico e matemático, Pierre-Charles Alexandre Louis foi o precursor da avaliação da e�cácia dos tratamentos clínicos, utilizando os métodos da Estatística. Pierre-Charles Alexandre Louis. (Fonte: Wikimedia) Era um médico, clínico e patologista francês conhecido por seus estudos sobre tuberculose, febre tifoide e pneumonia , mas a maior contribuição de Louis para a Medicina foi o desenvolvimento da doença método numérico, precursor da Epidemiologia e do ensaio clínico moderno, abrindo caminho para a Medicina baseada em evidências. O termo medicina social, proposto por Guérin em 1838, tem servido para designar genericamente modos de tomar coletivamente a questão da saúde. Segundo Nájera, o termo Epidemiologia fora criado por Juan de Villalba, em 1802, (que recuperou o nome de 300 anos oriundo de Angelerio na Espanha), mais no sentido de um histórico das epidemias espanholas. Sir William Farr marcou a institucionalização da estatística médica com a criação em 1839 do registro anual de mortalidade e morbidade para a Inglaterra e País de Gales. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Conclusão Prevenção e terapia são frequentemente vistas como atividades excludentes. Fica claro, entretanto, que a prevenção não somente integra a saúde pública, como também a prática clínica. O papel dos pro�ssionais da Saúde é de manter a saúde tanto. Desse modo, muito da dicotomia entre terapia e prevenção é uma ilusão. Terapia envolve prevenção secundária e terciária. Esta última denota a prevenção de complicações, como uma de�ciência. Às vezes, também envolve prevenção primária. Atenção Sendo assim, o espectro completo da prevenção deve ser visto de forma integral tanto para a saúde pública como para a prática clínica. Epidemiologia é um instrumento, imprescindível para o fornecimento de bases racionais, para que programas de prevenção efetivos possam ser planejados e implementados e para conduzir investigações clínicas que contribuam com o controle de doenças e minimizem o sofrimento humano associado a elas. De acordo com Opas (1992) e Paim et al. (1998), vem ser destacadas as tendências hegemônicas observadas no crescimento da Epidemiologia e as repercussões por elas geradas. Embora a Epidemiologia se constitua em um dos eixos da saúde pública e, consequentemente, como se viu, tenha contribuído decisivamente para o conhecimento e o controle de doenças em bases populacionais, suas modernas concepções, relatadas extensamente na literatura biomédica, têm imprimido à Metodologia Epidemiológica características peculiares que, se de um lado têm contribuído decisivamente para o aprimoramento das pesquisas em clínica médica, reorientando as condutas voltadas para o indivíduo, buscando uma melhor racionalidade técnico-cientí�ca da atenção individual, do outro lado, acompanha a crise da saúde pública. Prevenção e terapia vistas como atividades mutuamente excludentes. (Fonte: Wilson T: Ziggy cartoon. Universal Press Syndicate, 1986) Atividade 1. John Snow, médico inglês do Século XIX, deu grande contribuição à Epidemiologia por seus estudos sobre a epidemia de: a) Cólera b) Peste c) Sarampo d) Rubéola e) Varíola 2. A primeira tentativa de buscar uma explicação matemática para o fenômeno epidêmico foi efetuada por: a) William Petty b) John Snow c) John Graunt d) Rudolf Virchow e) William Farr 3. A relação entre a cólera e as águas contaminadas postulada por John Snow encontrou a forte oposição de: a) Adam Smith b) Chadwick c) Edward Jenner d) Joseph Lister e) William Farr 4. Propôs o termo medicina social, que serve para designar genericamente modos de tomar coletivamente a questão de saúde: a) Alexander Fleming b) Pierre-Charles Alexandre Louis c) Johann Peter Franck. d) Joseph Goldberger e) Gehard Domagk 5. O termo Epidemiologia foi empregado pela primeira vez como título de um trabalho sobre a peste, escrito por: a) Tucídides b) Homero c) Angelerio d) Juan de Villalba e) Camus Notas Referências ALMEIDA FILHO, Naomar de. Bases históricas da Epidemiologia. In: Cadernos de Saúde Pública. Disponível em: //www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1986000300004. Acesso em: 06 jan. 2020. GORDIS, Leon. Epidemiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2010. LAST, J. M. A dictionary of epidemiology. 4. ed. UK: Oxford University Press, 1995. MEDRONHO, Roberto de Andrade. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2002. javascript:void(0); ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Riesgos del ambiente humano para la salud. Washington, 1976. 359p. Publ. Cient. 329. PAIM, J. S.; ALMEIDA FILHO, Naomar de. Saúde coletiva: Uma nova saúde pública ou campo aberto a novos paradigmas? In: Rev. Saúde Pública, 1998; 32(4) 299-316. ROTHMAN, H. J.; GREENLAND S. Epidemiologia moderna. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. ROUQUAYROL, Maria Zélia. Epidemiologia e saúde. 3. ed. Rio de Janeiro: MedBook, 1988. Próxima aula Na próxima aula, estudaremos os seguintes assuntos: Os conceitos básicos da Epidemiologia. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. Fundamentos de Estatística e Epidemiologia Aula 2: Conceitos básicos em epidemiologia Apresentação Veri�caremos as perspectivas sobre o processo saúde/doença aplicados e avaliados pela Estatística. A evolução nos conceitos de saúde tem destinado à sociedade diversos paradigmas explicativos dos modelos saúde/doença. Dessa forma, será possível conhecer os aspectos da história natural da doença, veri�cando os níveis de atenção à saúde e qualidade de vida; entender como o instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100 - World Health Organization Quality of Life) é utilizado e compreendera causalidade que cerca a epidemiologia descritiva, por meio da pessoa, o espaço, tempo e as medidas de frequência em saúde. Objetivos Relacionar a evolução nos conceitos de saúde e os diversos paradigmas explicativos dos modelos saúde-doença no âmbito das sociedades; Descrever o modelo processual de saúde-doença denominado modelo de História Natural de Doenças; Investigar os níveis de atenção à saúde. Perspectivas sobre o processo saúde-doença Quando o homem não trata bem a natureza, a natureza não trata bem o homem. Essa a�rmativa reitera a necessária interação das diferentes espécies. Depreende-se dessa imagem: ( ) a) A responsabilidade do homem na manutenção da biodiversidade. ( ) b) Atuação do homem na clonagem de animais pré- históricos. ( ) c) Exclusão do homem na ameaça efetiva à sobrevivência do planeta. ( ) d) Ingerência do homem na reprodução de espécies em cativeiro. ( ) e) Mutação das espécies pela ação predatória do homem. Resposta: D Fonte: amarqui Principais objetivos Você sabe o que é saúde? Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Fonte: ufrgs A palavra saúde vem do latim sanitas, que signi�ca: integridade anatômica e funcional dos organismos vivos. Observe como a forma de conceituar saúde evoluiu ao longo do tempo. javascript:void(0); Até o século XIX “Saúde era a ausência de doença”. O centro das atenções era a doença em si. 1947 “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença” (OMS – Organização Mundial da Saúde, 1947). A Carta Magna de 7 de abril trouxe o primeiro conceito de saúde, que, apesar de revolucionário, era subjetivo e idealizado. 1970 Cristopher Boorse formulou a Teoria Bioestatística da Saúde, altamente criticada. 1986 Acontece a VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília, que traz a seguinte de�nição: “Saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e dos acessos aos serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social”. 1988 O artigo 196, de 5 de outubro de 1988, da Constituição Federal diz que: “Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços, para sua promoção, proteção e recuperação”. Segundo Tambellini, 1988, “saúde é um bem coletivo que deve ser compartilhado individualmente por todos os cidadãos. Comporta duas dimensões essenciais: a dimensão do indivíduo e a dimensão da coletividade”. A saúde passou a ser também um critério de cidadania. Assim, podemos a�rmar que todos os cidadãos são responsáveis pela manutenção da sua saúde (citado por Rouquayrol). História natural da doença Compreende as inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, à invalidez, recuperação ou morte (Rouquayrol). Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online PERÍODO PRÉ-PATOGÊNICO Ocorre antes da instalação do agente patogênico; ausência da doença; medidas de atenção primária à saúde. PERÍODO PATOGÊNICO Momento em que o agente patogênico se instalou; presença da doença. PERÍODO PÓS-PATOGÊNICO Momento após a instalação do agente patogênico; presença ou ausência de incapacidades ou invalidez conforme a doença que se instalou. Níveis de atenção à saúde Clique nos botões para ver as informações. Realizada no período pré-patogênico. Compreende a aplicação de medidas dirigidas a determinado agravo à saúde. Objetivos: Promoção da saúde e prevenção de doenças; Interceptar as causas patológicas antes que atinjam o indivíduo. Exemplos de medidas de proteção especí�ca: imunização, quimiopro�laxia para certas doenças, proteção contra acidentes, controle de vetores, aconselhamento genético, o autocuidado em saúde (alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos, higiene). Atenção primária à saúde Realizada no indivíduo sob ação do agente patogênico, isto é, quando o período pré-patogênico já foi ultrapassado e o processo patológico foi desencadeado. As medidas preventivas nesse nível incluem: diagnóstico precoce, tratamento imediato e limitação da incapacidade. Atenção secundária à saúde Corresponde às medidas adotadas após as consequências da doença, representadas pela instalação de de�ciências funcionais. Objetivo: Consiste em alcançar a recuperação total ou parcial do paciente por meio dos processos de reabilitação e de aproveitamento da capacidade funcional remanescente. As medidas mais frequentemente utilizadas nesse nível são: prática de exercício físico com auxílio de pro�ssionais de Educação Física e Fisioterapia; reeducação alimentar, terapia ocupacional e readaptação à vida normal. Atenção terciária à saúde Paradigmas explicativos dos modelos saúde-doença no âmbito das sociedades Clique no botão acima. Paradigmas explicativos dos modelos saúde-doença no âmbito das sociedades Por meio do conceito de coletivo, o que importa é a determinação social do processo saúde-doença. “Não se trata de indivíduos, mas de sujeitos sociais, de grupos, de classes sociais e de relações sociais referidas ao processo saúde- doença”. Definição de Saúde Agente Local “Ausência de doença” Médico Hospital “Bem-estar físico, mental e social” Equipe multiprofissional de saúde Sistema de Saúde “Preservação da vida” Cidadão Sociedade Perspectivas sobre o processo saúde-doença A doença pode ser de�nida como uma falha nos mecanismos de adaptação do organismo, levando a perturbações na estrutura, na função de um órgão, de um sistema ou de todo o organismo e de suas funções vitais (Jenicek & Cléroux citados por Rouquayrol, 1999). Entende-se como processo saúde-doença a forma como interagem os fatores ambientais, sociais e próprios do indivíduo. Esse processo causa dois tipos de impacto: INDIVIDUAL Doença / sofrimento / dor. SOCIAL Representação da doença, problema de saúde pública. As causas das doenças, ou os fatores etiológicos, podem se dar por meio da multifatorialidade (vários fatores de ordem individual e coletiva que interferem e são determinantes no processo saúde-doença). Esse processo pode ser de origem: ENDÓGENA EXÓGENA Intrínseca/genética – ambiente humano. Extrínseca – fatores sociais + fatores ambientais (agressores físico-químicos e biológicos). Fatores sociais do processo saúde-doença Fatores socioeconômicos Os pobres são percebidos como mais doentios e mais velhos, além de serem mais propensos a enfermidades graves e morrerem mais cedo. A taxa de mortalidade infantil é maior, assim como o número de recém-nascidos com baixo peso (Rouquayrol). Fatores sociopolíticos A incapacidade de decisão política e de participação comunitária são exemplos de desvalorização da cidadania. Fatores socioculturais Os preconceitos, os hábitos culturais, as crendices, os comportamentos, os valores e a incapacidade de se organizar para reivindicar são exemplos de fatores socioculturais inseridos no processo de saúde-doenças. Fatores psicossociais A marginalidade, a promiscuidade, as relações parentais instáveis, as condições de trabalho inadequadas, a carência afetiva de ordem geral e o bullying são fatores psicossociais que interferem no processo de saúde-doenças. Fatores ambientais São todos os fatores que mantêm relações interativas com o agente etiológico e o suscetível. Ocorrem em situações ecológicas desfavoráveis produzidas por fatores naturais ou arti�cialmente pela ação do homem, podendo funcionar como agentes patogênicos. Os fatores ambientais estão divididosem: Maneiras de expressar prognóstico Uma vez que uma pessoa é identi�cada como portadora de certa doença, surge a questão: “Como é possível caracterizar a história natural da doença em termos quantitativos?”. Tal quanti�cação é importante por diversas razões. Primeiro, é necessário descrever a gravidade de uma doença para estabelecer prioridades em serviços clínicos e programas de saúde pública. Segundo, frequentemente pacientes fazem perguntas sobre prognóstico. Terceiro, tal quanti�cação é importante para se estabelecer uma referência para a história natural, de modo que, quando novos tratamentos se tornam disponíveis, seus efeitos podem ser comparados ao desfecho esperado na ausência deles. Além disso, se diferentes tipos de terapia estão disponíveis para determinada doença, tais como tratamentos cirúrgicos ou clínicos, queremos ser capazes de compará-los em termos de efetividade. Portanto, para permitir tais comparações, necessitamos de meios quantitativos para expressar o prognóstico em grupos que recebem diferentes tratamentos. Saúde e qualidade de vida O que vem à sua mente ao pensar em qualidade de vida? Somos unânimes em a�rmar: completa sensação de bem-estar! Entretanto, de�nir qualidade de vida é uma tarefa difícil – e a di�culdade está relacionada à subjetividade, complexidade e às várias dimensões relacionadas aos diferentes aspectos da vida dos indivíduos. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online De forma geral, a qualidade de vida depende de fatores intrínsecos (endógenos) e extrínsecos (exógenos) e varia de indivíduo para indivíduo. É um termo que representa a tentativa de nomear as características das experiências de vida relacionadas ao cotidiano. Existem vários conceitos propostos para qualidade de vida, e a maioria deles possui pontos comuns, como o modo de levar a vida e a satisfação das necessidades e expectativas dos seres humanos. Como esses conceitos estão relacionados ao bem-estar, o complexo da qualidade de vida envolve os seguintes temas: Fonte: portalcbncampinas A discussão sobre esses temas tem preocupado os países do mundo inteiro, inclusive o Brasil. Entre os principais temas de preocupação, estão: baixos salários (má distribuição de renda); analfabetismo ou baixo nível de escolaridade; desemprego; moradias sem água e esgoto (saneamento básico); problemas com alimentação (desnutrição e obesidade); violência e drogas; acesso aos serviços de saúde. World Health Organization Quality of Clique no botão acima. World Health Organization Quality of A Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS) de�ne saúde como “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”. Conclui-se que a medição da saúde e os efeitos dos cuidados de saúde devem incluir não apenas uma indicação de alterações na frequência e gravidade das doenças, mas também a estimativa do bem-estar, e isso pode ser avaliado medindo-se a melhoria da qualidade de vida relacionada a cuidados de saúde. Embora haja formas satisfatórias de medir a frequência e a gravidade das doenças, esse não é o caso no que diz respeito à medição do bem-estar e da qualidade de vida. A OMS, com a ajuda de 15 centros colaboradores em todo o mundo, desenvolveu dois instrumentos para medir a qualidade de vida (WHOQOL-100 e WHOQOL-BREF), o que pode ser usado em uma variedade de contextos culturais, permitindo comparar os resultados de diferentes populações e países. Esses instrumentos têm muitos usos, incluindo na prática médica, pesquisa, auditoria e na formulação de políticas. A OMS de�ne qualidade de vida como a “percepção do indivíduo sobre sua posição na vida no contexto da cultura e dos sistemas de valores em que vive e em relação a seus objetivos, suas expectativas, preocupações e seus padrões. É um conceito abrangente, afetado de maneira complexa pela saúde física da pessoa, pelo estado psicológico, pelas crenças pessoais, relações sociais e pelo seu relacionamento com características importantes de seu ambiente. O WHOQOL-100 foi desenvolvido simultaneamente em 15 centros de campo em todo o mundo. Os aspectos importantes da qualidade de vida e as formas de questioná-los foram elaborados com base em declarações feitas por pacientes com uma série de doenças, por pessoas saudáveis e por pro�ssionais de saúde de diversas culturas. O instrumento foi rigorosamente testado para avaliar sua validade e con�abilidade em cada um dos centros de campo e, atualmente, está sendo testado para avaliar a capacidade de resposta às mudanças. O WHOQOL-BREF, uma versão abreviada de 26 itens do WHOQOL-100, foi desenvolvido usando dados da versão de teste de campo do WHOQOL- 100. Os instrumentos WHOQOL podem ser usados em contextos culturais especí�cos, mas, ao mesmo tempo, os resultados são comparáveis entre culturas. Os principais usos do WHOQOL-100 são: prática clínica para melhorar a relação médico-paciente e avaliar o resultado do tratamento; pesquisas; construção e implementação de políticas de saúde. As principais características do WHOQOL-100 são: Disponibilidade em 20 idiomas. Desenvolvimento transcultural. Ênfase na percepção do indivíduo. Atividade 1. É o período preliminar ao aparecimento da doença no homem. a) Período pré-patogênico. b) Fase de patogênese. c) Período patogênico. d) Período pós-patogênico. e) Nenhuma das respostas. 2. Com relação à história natural da doença, é INCORRETO a�rmar que: a) Tem desenvolvimento em dois períodos sequenciados: o patológico e o epidemiológico. b) No período epidemiológico, o interesse é dirigido para as relações suscetível-ambiente. c) No período patológico, interessam as modificações que se passam no organismo vivo. d) Abrange dois domínios interagentes, consecutivos e mutuamente exclusivos, que se completam. e) O meio ambiente é onde ocorrem as pré-condições, enquanto o meio interno é o lócus da doença. 3. A principal ênfase na epidemiologia ocupacional e ambiental tem sido dada aos estudos sobre: a) Causalidade das doenças. b) Avaliação de medidas preventivas específicas. c) Impacto dos serviços de saúde ocupacional. d) Mudanças gerais no ambiente. e) Custos econômicos da prevenção. Notas Referências KLUTHCOVSKY, Ana Cláudia G. C.; KLUTHCOVSKY, Fábio Aragão. O WHOQOL-bref, um instrumento para avaliar qualidade de vida: uma revisão sistemática. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul [online]. 2009, vol. 31, n. 3, suppl. //dx.doi.org/10.1590/S0101- 81082009000400007. FLECK, Marcelo Pio de Almeida . O instrumento da Organização Mundial da Saúde para avaliar a qualidade de vida (WHOQOL-100): características e perspectivas. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2000, vol. 5, n. 1, p. 33-38. ISSN 1413- 8123. Disponível em: //dx.doi.org/10.1590/S1413-81232000000100004. COMISSÃO NACIONAL SOBRE OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE (CNDSS). Carta aberta aos candidatos à Presidência da República.Setembro de 2006. Disponível em: //www.determinantes.�ocruz.br. Acesso em: 15 fev. 2007. ROUQUAYROL, Maria Zélia. Epidemiologia & Saúde, 3. ed. / 1988. Epidemiologia & Saúde. 3. ed. Rio de Janeiro: 1988. Próxima aula javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); Próxima aula Noções básicas de estatística. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. Fundamentos de estatística e epidemologia Aula 3: Noções básicas de Estatística Apresentação Falaremos sobre os processos básicos da disciplina, destacando as estatísticas descritiva e inferencial. Além disso, será possível compreender as medidas de tendência central veri�cando a mediana, moda, o desvio padrão, média e distribuição de dados utilizados pela ferramenta do Excel. Veri�caremos as características dos testes de hipóteses utilizando as probabilidades dos testes estatísticos. Objetivos Identi�car as diferenças entre estatísticasdescritiva e inferencial; Analisar os testes de hipóteses com as características de probabilidades; Examinar a criação dos grá�cos gerados a partir da estatística descritiva. Estatística descritiva A estatística descritiva trata da apuração, apresentação, análise e interpretação dos dados observados. Ela tem o objetivo de resumir e organizar a informação relevante de uma massa de dados a partir de um conjunto de medidas por meio de representações grá�cas. Além disso, a partir dos dados resumidos, procura analisar alguma regularidade ou algum padrão nas observações. Por meio dessa análise inicial, é possível identi�car se os dados seguem algum modelo conhecido que permita estudar o fenômeno sob análise, ou se é necessário sugerir um novo modelo. As medidas descritivas são designadas por parâmetros, quando os dados se referem a uma população, e por estatísticas, quando dizem respeito a uma amostra. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Dica Na estatística descritiva, a análise incide sobre as características relevantes dos elementos que constituem as amostras e as populações. Cada característica é normalmente uma variável, uma vez que os elementos podem ter diferentes posicionamentos relativos a essa característica. Medidas de tendência central Os valores que, em estatísticas, caracterizam os valores médios são chamados de medidas de tendência central. Entre as principais medidas de tendência central, destacam-se a média aritmética, a moda e a mediana. StockSnap (Fonte: Pixabay). 1. Média aritmética Trata-se do protótipo das medidas de tendência central de�nido como o quociente entre a soma de todos os valores da variável e o número de elementos desta. Ela representa a abscissa do centro de gravidade do sistema formado pelos valores da variável com massas iguais às respectivas frequências absolutas. Geralmente, é um valor que não pertence ao conjunto original de dados, podendo não ter existência real. É simbolizado pela variável encimada por uma barra. Vantagens do emprego da média aritmética Como faz uso de todos os dados para o seu cálculo, pode ser determinada com precisão matemática. Pode ser determinada quando somente o valor total e o número de elementos forem conhecidos. Desvantagens do emprego da média aritmética Não pode ser empregada para dados qualitativos. Como a média é calculada a partir de todos os valores observados, apresenta o inconveniente de se tornar muito sensível a valores aberrantes ou outeliers, podendo, em alguns casos, não representar a série de forma satisfatória. Em distribuições de frequência em que o limite inferior da primeira classe ou o limite superior da última classe não forem de�nidos, a média não poderá ser calculada. 2. Moda Como o próprio nome indica, é o valor que ocorre com maior frequência em um conjunto de valores. Em outras palavras, é o valor que está na moda. As distribuições que apresentam uma moda única são chamadas de unimodais; duas modas, bimodais; mais de duas modas, multimodais. Existem ainda distribuições que não apresentam nenhuma moda, as chamadas amodais. Vantagens do emprego da moda É de uso prático. Exempli�cando: os empregadores geralmente adotam a referência modal de salário, ou seja, o salário pago por muitos outros empregadores. Além disso, carros e roupas são produzidos tomando como referência o tamanho modal. Pode ser empregada para dados qualitativos. A moda é geralmente um valor verdadeiro e, por conseguinte, pode se mostrar mais real e coerente. Desvantagens do emprego da moda Não inclui todos os valores de uma distribuição. Mostra-se ine�ciente quando a distribuição é largamente dispersa. 3. Mediana A mediana é o valor que centra um conjunto de valores ordenados, isto é, que o divide em duas partes de frequências iguais. Para fazermos o cálculo da mediana, precisamos considerar três casos: a variável em estudo é discreta, e n (número de termos) é ímpar.Nesse caso, a mediana será o valor da variável que ocupa o posto de ordem n+ 1 2 a variável em estudo é discreta, e n (número de termos) é par. Nesse caso, não existirá no conjunto ordenado um valor que ocupe o valor central, isto é, a mediana será indeterminada, pois qualquer valor compreendido entre os valores que ocupem os postos de ordem n 2 e n+ 2 2 pode ser considerado o centro da ordenação. Dessa forma, por de�nição, a mediana será a média aritmética dos valores queocupam os referidos postos. a variável é contínua. Em tal caso, a mediana é calculada sem levar em consideração se o número de termos da distribuição é par ou ímpar. A fórmula empregada para seu cálculo é a mesma utilizada para os percentis. 4. Desvio padrão O desvio padrão é o protótipo das medidas de dispersão em virtude de suas propriedades matemáticas e de seu uso na teoria da amostragem. A expressão matemática para o desvio padrão para dados não agrupados é dada por: σ = n ∑ i= l Xi - - X 2 n Para dados agrupados, a expressão matemática para o desvio padrão assume a forma: σ = n ∑ i= l Xi - - X 2 fi n Onde n = ∑ni= l ficorresponde ao número de observações da série. √ ( ) √ ( ) Analisando a fórmula proposta para o cálculo do desvio padrão, torna-se possível concluir que: quanto menor for o desvio padrão, mais aproximados estarão os valores da variável de sua média; se o desvio padrão for zero, então todos os valores da variável serão iguais; se o desvio padrão for grande, os valores da variável estarão muito afastados de sua média. A análise estatística pode se limitar a uma descrição dos resultados – estatística descritiva –, ou fazer uma análise dos dados – estatística inferencial. A importância da análise estatística é saber qual a probabilidade (valor de p), sendo responsável pelo resultado encontrado na pesquisa. A Estatística é a ciência que apresenta processos próprios para coletar, apresentar e interpretar adequadamente conjuntos de dados, sejam eles numéricos ou não. Pode-se dizer que seu objetivo é apresentar informações sobre dados em análise, para que se tenha maior compreensão dos fatos que eles representam. A estatística descritiva, como o próprio nome já diz, preocupa-se em descrever os dados. Por sua vez, a estatística inferencial, fundamentada na teoria das probabilidades, atenta-se para a análise desses dados e sua interpretação. 6689062 (Fonte: Pixabay). Estatística Inferencial Na estatística inferencial, deveremos utilizar as abordagens de estimativa dos resultados que são apresentados com intervalos de con�ança e utilizar o teste de hipóteses, no qual os resultados são apresentados como valores de P (P de probabilidade) por meio de testes estatísticos. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online StockSnap (Fonte: Pixabay). Teste estatístico de hipóteses A importância do teste estatístico de hipóteses é reconhecida pelos pesquisadores que aplicam o método cientí�co hipotético- dedutivo em busca de evidências, por meio da observação do fenômeno da natureza na construção do conhecimento cientí�co, em favor de uma hipótese ou contra. Se houver evidências em favor da hipótese testada, usando as informações provenientes de amostras, então ela não será rejeitada; caso contrário, será descartada. O método estatístico de testar hipóteses considera que as amostras sofrem a in�uência de fatores casuais, aleatórios, que, por mais que sejam pouco in�uentes, fazem com que os dados observados apresentem alguma variação. Ou seja, as unidades amostrais apresentarão respostas variadas, quantitativas ou categorizadas, que oscilarão em torno de um valor mais provável ou mais frequente. Essa variação induz a certa imprecisão, a qual in�uenciará na avaliação dos resultados. O teste estatístico de hipótese baseia-se na avaliação de distribuições de probabilidade provocadas pela variabilidade dofenômeno e representa um critério não subjetivo de encontrar evidências para falsear ou não a hipótese testada. Como tal avaliação é probabilística, as decisões podem incorrer em erros, como rejeitar uma hipótese que não deveria ser rejeitada ou não rejeitar uma hipótese que deveria ser rejeitada. Exemplo temos os testes auxiliares de diagnóstico, que podem incorrer em desfechos indevidos, como nos casos a seguir: em uma prova tuberculínica, o resultado do exame foi negativo, mas, na verdade, o indivíduo era portador de tuberculose – erro tipo falso- negativo; em outra, o resultado do exame foi positivo, mas o indivíduo estava sadio – erro tipo falso-positivo. 1 Se o estudo quer veri�car se há associação entre o consumo de álcool (fato de exposição), em gramas diárias, e incidência de câncer de esôfago (doença), então H0 seria “não há associação entre a incidência de câncer de esôfago e o consumo de álcool”; 2 Se o estudo pretende comparar o efeito de dois medicamentos, A e B, sobre a glicemia de pacientes com diabetes, então H0 seria “a média de glicemia de A é igual à de B”; 3 Se um estudo epidemiológico pretende comparar os coe�cientes de mortalidade infantil padronizados de duas cidades, então H0 seria “os coe�cientes são iguais”. Nesses exemplos, as hipóteses nulas partem da condição de igualdade, da nulidade de efeitos, que serão rejeitadas se houver evidências contrárias. No caso de haver a rejeição da hipótese nula, uma hipótese alternativa (H1) deve ser adotada. Nos exemplos anteriores, em: 1. H1 seria “a incidência da doença está associada à presença do fator de exposição”; 2. H1 seria “a média de glicemia do medicamento A difere da de B”; 3. H1 seria “os coe�cientes não são iguais”. A estatística, como instrumento do processo de decisão não subjetiva sobre essas hipóteses, tem como objetivo o conhecimento das medidas de probabilidade desses erros. Das combinações possíveis entre a hipótese nula e a decisão do investigador, podem resultar dois acertos e dois erros. Os acertos seriam a rejeição de H0 falsa e a não rejeição de uma H0 verdadeira; ou detecção de associação quando ela existe e rejeição de associação quando ela não existe. Por outro lado, pode ocorrer de H0 ser verdadeira e o investigador rejeitá-la, o que caracteriza o erro do tipo I, cuja probabilidade de ocorrência é dada por α, sendo conhecido como nível de signi�cância, cujo valor é de�nido no planejamento do estudo de forma arbitrária. Por convenção, o valor de α praticado na literatura é 5% (α = 0,05). Atualmente, com as facilidades computacionais, é comum encontrar publicações que mostrem o valor exato observado dessa medida de probabilidade, dando origem ao termo “valor p” (p-value). Aplicação dos conceitos do software Excel Grá�cos no Excel Os grá�cos são usados para facilitar o entendimento e o relacionamento entre diferentes séries de dados, exibindo-as em um formato grá�co. Dica Para criarmos um grá�co no Excel, primeiro inserimos os dados em uma planilha e, depois, criamos o grá�co. Assim, o Excel vincula automaticamente os dados ao grá�co, para que, caso sejam alterados, o grá�co seja atualizado automaticamente. Termos do grá�co Você deve estar familiarizado com a terminologia do grá�co para saber o nome do objeto que deseja modi�car / adicionar etc. Um estilo típico de grá�co teria um eixo X (horizontal) e um eixo Y (vertical). Tipos de grá�cos Abaixo, encontram-se algumas diretrizes gerais para selecionar o melhor tipo de grá�co para os dados que você deseja apresentar. Coluna – mostra alterações de dados durante determinado período ou ilustra comparações entre itens. Linha – mostra tendências nos dados em intervalos iguais. Torta – mostra o tamanho proporcional dos itens que compõem uma série de dados; mostra apenas 1 série de dados. Barra – ilustra comparações entre itens individuais. Área – enfatiza a magnitude da mudança ao longo do tempo. XY (dispersão) – mostra relações entre valores numéricos em várias séries de dados ou plota dois grupos de números como uma série de coordenadas XY. Estoque – mede o volume e possui dois eixos; um para medir o volume e o outro para medir o preço das ações. Superfície – mostra combinações ideais entre dois conjuntos de dados (como um mapa topográ�co). Rosquinha – mostra o relacionamento das partes com um todo, como uma torta, mas pode conter > 1 série de dados. Bolha – tipo de grá�co de dispersão; compara 3 conjuntos de valores com o terceiro exibido no tamanho de uma bolha. Radar – cada categoria tem seu próprio eixo de valor irradiando do ponto central. Cone, cilindro e pirâmide – criam os efeitos especi�cados usando marcadores de dados modelados em grá�cos 3D de colunas e barras. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Abaixo, encontram-se algumas diretrizes gerais para selecionar o melhor tipo de grá�co para os dados que você deseja apresentar. Coluna mostra alterações de dados durante determinado período ou ilustra comparações entre itens. Linha mostra tendências nos dados em intervalos iguais. Torta mostra o tamanho proporcional dos itens que compõem uma série de dados; mostra apenas 1 série de dados. Barra ilustra comparações entre itens individuais. Área enfatiza a magnitude da mudança ao longo do tempo. XY (dispersão) mostra relações entre valores numéricos em várias séries de dados ou plota dois grupos de números como uma série de coordenadas XY. Estoque mede o volume e possui dois eixos; um para medir o volume e o outro para medir o preço das ações. Superfície mostra combinações ideais entre dois conjuntos de dados (como um mapa topográ�co). 01 02 03 04 05 06 07 08 Rosquinha mostra o relacionamento das partes com um todo, como uma torta, mas pode conter > 1 série de dados. Bolha tipo de grá�co de dispersão; compara 3 conjuntos de valores com o terceiro exibido no tamanho de uma bolha. Radar cada categoria tem seu próprio eixo de valor irradiando do ponto central. Cone, cilindro e pirâmide criam os efeitos especi�cados usando marcadores de dados modelados em grá�cos 3D de colunas e barras. Diretrizes para você criar um grá�co 01 Diferentes tipos de grá�cos são adequados para exibir diferentes conjuntos de dados. Por exemplo, um grá�co de pizza exibe apenas uma série de dados e, portanto, seria inadequado para tentar comparar mais de um intervalo de dados. 02 De modo geral, algo mais simples é melhor. Organizar um grá�co com dados desnecessários ou muitos objetos adicionais pode diluir a mensagem que você está tentando apresentar com um grá�co. 03 Pode ser necessário consolidar alguns dos seus dados para apresentá-los efetivamente em um grá�co. Por exemplo, você pode apresentar subtotais para suas categorias em vez de plotar itens de dados individuais. O uso do recurso de subtotais interno do Excel (guia Dados, subtotais) geralmente pode ser útil para resumir os dados antes de plotá-los. 09 10 11 12 04 Os grá�cos podem ser criados no Excel e colados em outros aplicativos, como PowerPoint ou Word. Por padrão, o grá�co é colado como um link, para que, caso os dados sejam alterados no Excel, a visualização do grá�co seja atualizada em qualquer outro aplicativo no qual foi colado. Atividade 1. As medidas estatísticas adotadas na construção de diagrama de controle das doenças são: a) Desvio médio e desvio. b) Mediana e desvio padrão. c) Média, mediana e desvio padrão. d) Média e desvio padrão. e) Média, moda e amplitude de variação. 2. Foi estabelecido que o tempo de duração de todos os casos de uma doença era: 2, 4, 3, 5, 3, 6, 7, 5, 5 e 4 dias. Então, a média aritmética, a mediana e a moda (em dias) para a duração da doença são respectivamente: a) 4,4 - 4,5 e 5 b) 4,4 - 4,5 e 4 c) 4,3 - 4 e 5 d) 4,5 - 4,5 e 5 e) Nenhuma das respostas. 3. Na ___________, utilizamos abordagens com intervalos de con�ança, podendo utilizar testes de hipóteses que gerem probabilidades. Estamos falandoda: a) Estatística descritiva. b) Estatística inferencial. c) Estatística simples . d) Estatística matemática. e) Nenhuma das respostas. Notas Referências DE OLIVEIRA, F. E. M. SPSS básico para análise de dados. [s.l.] Ciência Moderna, 2007. BARBETTA, P. A. Estatística aplicada às ciências sociais. [s.l.] Ed. da UFSC, 2007. PASSOS, A. D. C.; FRANCO, L. J. Fundamentos de epidemiologia. [s.l.] Manole, 2005. Próxima aula Etapas do método epidemiológico; Problematização na pesquisa epidemiológica; Os diferentes papéis, responsabilidades e autoridades organizacionais.Estratégias de formulação de hipóteses epidemiológicas. Explore mais Pesquise na internet, sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. Fundamentos de Estatística e Epidemiologia Aula 4: Metodologia Epidemiológica Apresentação Nesta aula, abordaremos de forma geral o conceito da Metodologia Epidemiológica. Mostraremos a análise do processo de construção do problema cientí�co no campo epidemiológico. Apresentaremos o conceito metodológico de variável, a base das metodologias quantitativas na ciência contemporânea e discutiremos as estratégias de formulação de hipóteses, instrumentos básicos da investigação epidemiológica. Observaremos os principais delineamentos de pesquisa em Epidemiologia e a classi�cação das pesquisas epidemiológicas. Objetivos Identi�car as etapas do método epidemiológico; Investigar a problematização na pesquisa epidemiológica; Reconhecer as estratégias de formulação de hipóteses epidemiológicas. Conceito de método Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Método Pode ser conceituado como um modelo a partir do qual observamos, medimos e tomamos conhecimento dos fatos e dos acontecimentos da vida. Epidemiologia Assim como acontece em outras áreas do conhecimento, tem o seu método próprio para reconhecer, medir e avaliar o seu objeto de trabalho. Investigação epidemiológica Envolve a coleta, o manejo e o tratamento dos dados epidemiológicos que devem ser realizados a partir do método. A contínua construção do conhecimento, a formulação de problemas signi�cativos, a abertura às novas ideias, aos fatos novos e relevantes, o entusiasmo na resolução de problemas e a sensibilidade perceptiva são algumas qualidades que devem estar presentes na investigação epidemiológica. Medidas de promoção da saúde também determinam a problemática da Epidemiologia. Dentro desse contexto, é imprescindível destacar que a solução de um problema epidemiológico pode representar a vida e a sobrevivência de indivíduos e coletividades. O método epidemiológico O método epidemiológico foi especialmente desenvolvido para ser aplicado à investigação do processo saúde-doença em populações humanas e compreende as seguintes etapas: ] Clique nos botões para ver as informações. Caracterização do problema em estudo, por meio de instrumentos de medição. Observação Tentativa de explicação para um fenômeno observado, uma proposição que necessita ser veri�cada. O conhecimento prévio que se obtém do fenômeno observado é o que vai orientar a formulação da hipótese. Formulação de hipóteses Momento da interpretação dos resultados. As conclusões servirão para a construção de novas teorias ou para a complementação e veri�cação das teorias existentes. Conclusões Realizada por meio de informações (censos, histórias clínicas, estatísticas, bibliogra�a, entrevistas etc.) Interpretação Momento da análise e processamento dos dados epidemiológicos. Veri�cação de hipóteses Estratégias de problematização propiciam o crescimento da capacidade humana em conhecer a realidade e transcender o seu universo. Criar problemas? Sim, é exatamente essa a ideia da problematização na pesquisa epidemiológica. E pode ser que criar problemas não seja tão difícil quanto resolvê-los. Problematização na pesquisa epidemiológica Hipóteses epidemiológicas Um dos momentos do raciocínio epidemiológico voltado para a explicação de um problema é o levantamento de hipóteses. (Fonte: Mikko Lemola / Shutterstock.) Hipóteses são respostas possíveis aos problemas colocados pela ciência e pelo senso comum. Uma hipótese epidemiológica compreende uma explicação para algum fenômeno, como a distribuição ou a determinação do surgimento de doenças e/ou indivíduos doentes em populações, através de relações estabelecidas entre as variáveis que representam risco, fatores de risco e vulnerabilidade às doenças. Dentro desse contexto, é importante destacar que a hipótese epidemiológica deve levar em consideração os aspectos da doença na população e as variações nos componentes ambientais (físicos, químicos, biológicos, sociais) associados à exposição aos fatores de risco. A hipótese orienta e determina a natureza dos dados a serem coletados e a metodologia da coleta. A formulação de hipóteses é indispensável em toda investigação epidemiológica, estudo epidemiológico e pesquisa cientí�ca, seja de ordem experimental ou observacional. As hipóteses geradas objetivam dar explicação aos padrões de distribuição segundo pessoa, tempo e lugar, podendo identi�car os fatores de risco associados. A correta produção de hipóteses e a busca de solução para os problemas identi�cados são os maiores desa�os para a ciência epidemiológica. A formulação de hipóteses é a etapa fundamental em qualquer pesquisa cientí�ca. Atenção Existe um movimento liderado pela pesquisadora Trisha Greenhalgh, que se chama Medicina Baseada em Evidências (MBE). A MBE é o uso cuidadoso, explícito e sábio da melhor evidência existente na tomada de decisões sobre o cuidado de pacientes individuais. Nesse caminho, a saúde e suas áreas do conhecimento têm se preocupado em atuar baseando-se em evidências. Epidemiologia descritiva A formulação de hipóteses é uma etapa imprescindível. É preciso saber qual ou quais as hipóteses mais prováveis para a explicação da associação entre causa (variável dependente) e efeito (variável independente). Após o levantamento da hipótese, a validação é a etapa seguinte de um estudo analítico. Desse modo, qualquer problema de saúde, sob a perspectiva epidemiológica, deve ser descrito a partir de determinadas características ou variáveis, antes que se possa analisá-lo. Do ponto de vista epidemiológico, analisar é estabelecer relações. A Epidemiologia descritiva usa princípios básicos de outras ciências, como: A Sociologia. A Antropologia. As Ciências Públicas. Além disso, utiliza as ferramentas da estatística, objetivando revelar os problemas de saúde-doença em nível coletivo, possibilitando o detalhamento do per�l epidemiológico da população com vistas à promoção da saúde. No enfoque temporal, a Epidemiologia descritiva pode estudar o estado atual, a tendência histórica ou a tendência prospectiva dos agravos à saúde. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Variáveis epidemiológicas (Fonte: 774494860 / Shutterstock.) Risco e vulnerabilidade As variáveis são os elementos do processo saúde-doença que se quer estudar. Os métodos e as técnicas da Epidemiologia são utilizados para detectar uma associação entre uma doença ou agravo e características de pessoa, tempo e lugar. Portanto, o primeiro passo para o entendimento de um problema de saúde ou de uma doença consiste em descrevê-lo por meio de variáveis de pessoa, tempo e lugar. As pessoas incluídas nos estudos são diferenciadas entre si por atributos tais como: Gênero, religião, peso ou altura, que são as variáveis. Variáreis qualitativas Estão relacionadas às diferenças essenciais, por exemplo, a variável gênero, que inclui as categorias feminino e masculino, a variável situação conjugal, ocupação, entre outras. Variáveis quantitativas Referem-se às propriedades que mantêm a mesma natureza e podem ser manifestadas em termos numéricos, como temperatura, pressão sanguínea,peso e estatura. Na prática epidemiológica, busca- se evidenciar as relações entre as variáveis. O termo vulnerabilidade tem sido usado em vários estudos epidemiológicos, principalmente focalizado para a perspectiva de risco. Munõz Sánchez e Bertolozzi (2007), demonstraram que o modelo de vulnerabilidade deve ser analisado de acordo com a relação entre a vulnerabilidade individual/social/programática em diferentes populações. (Fonte: Estrada Anton / Shutterstock.) Clique nos botões para ver as informações. Refere-se ao grau e à qualidade da informação que os indivíduos dispõem sobre os problemas de saúde, sua elaboração e aplicação de tratamentos na prática. Vulnerabilidade individual Avalia a obtenção das informações, o acesso aos meios de comunicação, a disponibilidade de recursos cognitivos e materiais, o poder de participar de decisões políticas e em instituições. Vulnerabilidade social É a avaliação dos programas para responder ao controle de enfermidades, do grau e qualidade de compromisso das instituições, dos recursos, da gerência e do monitoramento dos programas nos diferentes níveis de atenção. Vulnerabilidade pragmática Vulnerabilidade Clique no botão acima. Vale a pena ressaltar que a determinação social da doença é destacada através desse modelo de vulnerabilidade que interliga os aspectos individuais, sociais e programáticos. Para intervir em situações de vulnerabilidade é imprescindível o desenvolvimento de ações que envolvam a transdisciplinaridade, o que é fundamental quando se trata de questões de saúde. Dentro desse contexto, o novo conceito de vulnerabilidade, em processo de construção, supera o caráter individualizante e probabilístico do clássico conceito de risco, tradicionalmente empregado no âmbito da Epidemiologia Clássica, pois este, segundo Ayres et al. citados por Munõz Sánchez e |Bertolozzi (2007), designa chances probabilísticas de susceptibilidade, atribuíveis a um indivíduo qualquer de grupos populacionais particularizados, delimitados em função da exposição a agentes (agressores ou protetores) de interesse técnico ou cientí�co. A vulnerabilidade é vista como um conjunto de aspectos que vai além do individual, abrangendo caracteres coletivos, contextuais, que levam à suscetibilidade às doenças ou agravos, levando em conta, também, aspectos que dizem respeito à disponibilidade ou à carência de recursos destinados à proteção das pessoas, na medida em que incorpora práticas cuja essência é o cuidado com o indivíduo coletivo, a possibilidade de apoiar os sujeitos sociais no que diz respeito aos seus direitos, fato que, na atual conjuntura de saúde e de desenvolvimento do país, se constitui como um desa�o a ser perseguido e concretizado. A operacionalização do conceito de vulnerabilidade pode contribuir para renovar as práticas de saúde coletiva, nas quais o cuidado às pessoas, como já estudamos anteriormente, deve ser responsabilidade de diferentes setores da sociedade. Piramide da evidência Principais desenhos de pesquisa em Epidemiologia Os desenhos de pesquisa representam conjuntos formados por indivíduos, particularizados um a um (individuados) ou agregados por algum critério. Para a melhor compreensão do funcionamento dos vários desenhos de estudo, observe o quadro abaixo e leia as informações subsequentes: Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Tipo operativo Posição do investigador Referência temporal Denominações correntes Agregado Observacional Intervenção Transversal Longitudinal Longitudinal Estudos Ecológicos Estudos de Tendências Ensaios Comunitários Individuado Observacional Intervenção Transversal Longitudinal Longitudinal Inquéritos Coortes Caso-controle Ensaios Clínicos Tipologia dos desenhos de investigação em Epidemiologia Com base nos conceitos atuais, onde todas as pro�ssões das áreas da Saúde estão cientes da importância de haver a prática clínica baseada em evidência cientí�ca, é sempre importante considerar os níveis de evidência cientí�ca quando decidimos embasar a atividade clínica em pacientes. Segundo Jardim (2016), existem vários tipos de artigos cientí�cos sendo publicados, de relatos de casos às revisões sistemáticas. Milhares de artigos são publicados todo mês e quem se mantiver atualizado precisa saber o que está lendo. Mas, se você quer pesquisar se um tipo de tratamento é útil para seu paciente, como saber a que tipo de artigo recorrer? Uma dica: Use a Pirâmide de Evidência Cientí�ca! (Fonte: Adaptada de SUNY - 2001) Atividade 1. Os delineamentos de pesquisa que apresentam menor validade cientí�ca são os estudos: a) De série de casos. b) De casos e controles. c) Ecológicos. d) De coorte. e) Transversais. 2. Os estudos epidemiológicos que têm menor potencial de introdução de vícios são os: a) De coorte. b) De casos e controles. c) Ensaios clínicos randomizados. d) Transversais. e) De série de casos. 3. Um estudo analisou todas as 4.452 pessoas com mais de 15 anos que viviam em uma pequena cidade de Massachusetts. Cada participante completou um questionário e submeteu-se a um exame que incluiu história médica, exame físico e testes sanguíneos. A presença de artrite reumática foi de�nida por critérios especí�cos em uso corrente. Na população estudada, foram encontrados 4 casos de artrite reumatoide por 1.000. O desenho do estudo é: a) Longitudinal. b) Prospectivo. c) Retrospectivo. d) Transversal. e) Nenhuma das respostas. 4. Qual tipo de estudo é considerado como estando no topo da evidência cientí�ca? a) Revisões sistemáticas e metanálises. b) Coortes. c) Caso e controle. d) Transversais. e) Ensaio clínicos. Notas Prosumer1 Um consumidor que é, ao mesmo tempo, produtor de conteúdo Unicórnio2 Termo introduzido em 2013 por Aileen Lee, referindo-se a empresas que conseguem algo que parece impossível (como achar um unicórnio), que é ser avaliada em 1 bilhão de dólares antes mesmo de abrir seu capital nas bolsas de valores. E o que elas fazem para conseguir esse feito? Introduzem grandes inovações no mercado, enxergam a riqueza de dados que a internet fornece e conseguem ter o controle deles extraindo valor das transações de dados. Cibridismo3 É estar on e off o tempo todo. Somos seres ciber-hídridos, ou seja, temos uma constituição biológica, expandida por todas as interfaces tecnológicas que adquirimos, e, cada vez mais, estaremos replicados em todas essas plataformas. Nossos conteúdos, dados pessoais, fotos, vídeos, leituras, tudo o que faz parte da nossa vida está integrado nas interfaces que utilizamos, e não vivemos sem eles. Isso é ser cíbrido. Referências ALMEIDA FILHO, Naomar de; BARRETO, Maurício Lima. Epidemiologia e Saúde: Fundamentos, métodos, aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. ALMEIDA FILHO, Naomar de; ROUQUAYROL, Maria Zélia. Introdução à Epidemiologia. 4. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. JARDIM, Alexandre Veiga. A pirâmide de evidência cientí�ca: Da base ao topo. In: Ortodontia descomplicada. PEREIRA, Maurício Gomes. Epidemiologia: Teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. ROUQUAYROL, Maria Zélia; ALMEIDA FILHO, Naomar de. Epidemiologia e saúde. 6. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003. Próxima aula Na próxima aula, estudaremos o seguinte assunto: Indicadores epidemiológicos. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. javascript:void(0); Fundamentos de Estatística e Epidemiologia Aula 5: Indicadores Epidemiológicos Apresentação Nesta aula, abordaremos os principais indicadores epidemiológicos. Começaremos pelos indicadores de endemia, epidemia e pandemia. Nosso foco será o conceito de frequência e a relação entre a prevalência e a incidência de doenças. Estudaremos, ainda, os indicadores de mortalidade e, para �nalizar, aPesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD). Objetivos Identi�car as diferenças entre endemia, epidemia e pandemia; Relacionar as características da prevalência e da incidência das doenças; Esclarecer a importância do PNAD. Endemia, epidemia e pandemia Três outros termos necessitam ser de�nidos: Endemia É de�nida como a presença habitual de uma doença em uma determinada área geográ�ca. Pode, também, referir-se à ocorrência usual de uma determinada doença, dentro de uma área. Epidemia É de�nida como a ocorrência em uma comunidade ou região, de um grupo de doenças de natureza similar, excedendo claramente a expectativa normal, derivada de uma fonte comum de propagação. Pandemia Refere-se a uma epidemia de dimensões mundiais. Como podemos saber quando temos um excesso além do que é esperado? Na verdade, como sabermos o quanto esperar? Não existe uma resposta precisa para essa pergunta. Através de uma vigilância permanente, podemos determinar quais são os níveis usuais ou esperados. No que se refere ao excesso, às vezes um teste interocular pode ser convincente: A diferença é tão clara que lhe golpeia entre os olhos. Doença endêmica versus epidêmica. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Exemplo Por exemplo, em dezembro de 1952, um denso nevoeiro desceu sobre Londres. De 6 a 9 de dezembro, a névoa se tornou tão densa que a visibilidade foi reduzida a cerca de 9 metros em partes de Londres. Os pedestres tinham di�culdades para acharem seus caminhos, mesmo em áreas conhecidas. Por vezes, as pessoas não conseguiam ver suas próprias mãos e seus pés. Veja, na �gura, as tendências, na época, nas taxas de mortalidade e os níveis de dióxido de enxofre (SO ). O nível de SO serve como um indicativo útil de níveis gerais de poluição atmosférica. Como visto na �gura 2, o nevoeiro foi acompanhado de um rápido aumento na taxa de mortalidade, excedendo claramente as taxas normais. Essa taxa permaneceu elevada por algum tempo após a névoa se dissipar. Mais de 4.000 mortes foram atribuídas ao nevoeiro. Recentemente, análises adicionais sugeriram que cerca de 12.000 mortes além do esperado ocorreram de dezembro de 1952 até fevereiro de 1953. Muitas dessas mortes ocorreram em pessoas que já sofriam de doenças crônicas pulmonares ou cardiovasculares. O desastre do Nevoeiro Londrino, ou A Grande Névoa, como �cou conhecido, desencadeou a formulação de leis, incluindo o Clean Air Acts de 1956 e 1968, que baniu as emissões de fumaça negra e exigiu que residentes de áreas urbanas operadores de fábrica convertessem suas máquinas de combustíveis para produzirem menos fumaça. Mortalidade semanal aproximada e concentração de SO na Grande Londres, 1952-1953.2 2 2 Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Prevalência (de doenças) (Fonte: janews / Shutterstock.) Na linguagem comum, o verbo prevalecer conota a ideia de destaque sobre os fatos ou acontecimentos circundantes. Como conceito derivado, prevalência denota uma propriedade dos acontecimentos, fazendo com que estes se destaquem da circunstância. Como termo usado pela ciência epidemiológica, prevalência denota, aí, a frequência de casos de morbidade ou outra condição qualquer que se destaca por sua casuística em valores maiores que zero sobre os eventos de saúde ou não doença, especialmente, destacando-se sobre os demais casos passados, coincidentes com eles no tempo e no espaço, e que já não são mais casos, por terem desaparecido ou evoluído para morte ou cura. Responder à questão Qual a prevalência, aqui e agora, da doença x? seria o mesmo que responder a Quantos casos diagnosticados da doença x se impõem à nossa atenção aqui e agora? ou Qual a frequência, aqui e agora, da doença? Assim, em saúde pública, prevalência é o termo descritivo da força com que subsistem as doenças nas comunidades. Atenção As medidas mais simples para prevalência são as contagens absolutas e frequências absolutas de total de casos da doença segundo as variáveis independentes entre os doentes (por exemplo, a contagem total de 300 casos existentes distribuídos na frequência de 200 casos em adultos e 100 casos em crianças). Superiores a essas, por seu valor descritivo da probabilidade da doença na população, existem os coe�cientes de prevalência, medidas secundárias que possibilitam comparar a probabilidade de existência de uma dada doença no tempo e no espaço e todas as demais variáveis referentes à população: Idade ou grupo etário, sexo, ocupação, etnia, entre outras. Operacionalmente, o coe�ciente de prevalência pode ser calculado pela divisão entre o número de casos conhecidos de uma dada doença e o número de indivíduos da população, multiplicando o resultado pela base referencial da população que é potência de 10, usualmente 1.000, 10.000 ou 100.000, de livre escolha, conforme a conveniência ou a tradição: Coeficiente de prevalência = × Nº de casos conhecidos de uma dada doença População 10n Deve �car bem estabelecido que número de casos conhecidos de uma dada doença mede os casos que subsistem, isto é, mede a soma dos casos anteriormente conhecidos e que ainda existe com os casos novos que foram diagnosticados desde a data da computação anterior. Incidência (de morbidade) Os conceitos dos termos prevalecer e incidir contêm em comum, como ideia central, a ação de acontecer. Assim, por prevalecer deve ser compreendida a sequência das ações de acontecer e permanecer existindo em um momento considerado, enquanto incidir denota simplesmente a ação de acontecer. Comentário A ciência epidemiológica apropriou-se de ambos os conceitos, dando-lhes feição nova sob a forma dos termos incidência e prevalência. Incidência, em Epidemiologia, traduz a ideia de intensidade com a qual a morbidade incide sobre uma população em um intervalo de tempo, enquanto prevalência, conforme salientado na seção anterior, é termo descritivo da força com que subsistem casos das doenças nas comunidades. A incidência de doenças é medida, grosso modo, pela contagem de casos emergentes e pela frequência absoluta de casos relacionados à unidade de intervalo de tempo—dia, semana, mês ou ano. Assim, as sentenças três casos novos por dia ou 300 casos por ano são relações que expressam a incidência, ou seja, a intensidade com que estão surgindo casos novos, seja por dia, seja por ano, tomados esses intervalos como unidade de tempo. Para efeito de relativização da medida e de sua aplicação ao estudo comparativo do risco de incidência de doenças numa mesma população em épocas diferentes, ou em populações diversas numa mesma época, usa-se o coe�ciente de incidência. Este, na realidade, é um coe�ciente por habitante e por unidades de tempo, tal qual foi referido no parágrafo anterior para a frequência absoluta de incidência, porém tomado em relação ao total de indivíduos sob risco na população. Operacionalmente, o coe�ciente de incidência é de�nido como a razão entre o número de casos novos de uma doença que incide em uma comunidade em um intervalo de tempo determinado e o número de habitantes de uma população expostos durante o mesmo período multiplicado o resultado por potência de 10, que é base referencial da população: Nº de casos novos de uma doença. Incidentes numa população durante um intervalo de tempo. Coe�ciente de incidência= X 10 de uma doença. Nº de pessoas suscetíveis à doença. Expostas ao risco da doença durante o referido intervalo de tempo. Visto por esse prisma, o coe�ciente de incidência é uma variação de crescimento tomada no tempo, correspondendo a uma velocidade de crescimento. O coe�ciente de incidência mediria a velocidade com que os novos casos de doença são agregados ao contingente dos que no passado adquiriram a doença e que, à data do cálculo do coe�ciente de incidência, permanecem doentes. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Indicadores demográ�cos e de mortalidade (Fonte: sasirin pamai/ Shutterstock.) A necessidade de uma medida que pudesse expressar o padrão de vida ou índice de vida levou a Organização das Nações Unidas, em 1952, a convocar um grupo de trabalho encarregado de estudar métodos satisfatórios para de�nir e avaliar o nível de vida das coletividades humanas. De lá para cá, houve avanços conceituais sobre vida e saúde que trouxeram a consciência de que é preciso olhar mais para a estrada da vida, atentos à interação com os demais viajantes, aos relacionamentos coletivos e ao espaço para desempenho de função sociais. Apesar disso, na saúde pública, ainda não se aprendeu a pensar na saúde como sendo o caminho que se quer construir para tornar a vida uma viagem fácil, boa e longa. Prevalecem dominando nos indicadores básicos da Saúde no Brasil medidas de vida que, em grande proporção, estão limitadas à dimensão da vida biológica. Pouco ou quase nenhuma avaliação é feita de maneira sistemática da dimensão do eixo do desempenho de papéis pelo indivíduo, quanto ao desempenho de atitude cívica na coletividade e postura ética na sociedade. Dos três eixos de dimensões da vida, o eixo de desenvolvimento, relativo à evolução do corpo, é o que tem sido mais bem estudado. Aqui, trata-se de descrever medidas de desenvolvimento que aludam aos eventos de maior interesse para a saúde pública, eventos referentes, as ocorrências mórbidas e o óbito. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios— PNAD Clique no botão acima. O sistema de pesquisas domiciliares, implantado progressivamente no Brasil a partir de 1967, com a criação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios— PNAD, tem como �nalidade a produção de informações básicas para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País. Trata-se de um sistema de pesquisas por amostra de domicílios que, por ter propósitos múltiplos, investiga diversas características socioeconômicas e demográ�cas, umas de caráter permanente nas pesquisas, como as características gerais da população, de educação, trabalho, rendimento e habitação, e outras com periodicidade variável, como as características sobre migração, fecundidade, nupcialidade, saúde, segurança alimentar e outros temas que são incluídos no sistema de acordo com as necessidades de informação para o País. A PNAD teve início no segundo trimestre de 1967, sendo os seus resultados apresentados com periodicidade trimestral até o primeiro trimestre de 1970. A partir de 1971, os levantamentos passaram a ser anuais com realização no último trimestre. A pesquisa foi interrompida para a realização do Censo Demográ�co 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010. No período 1974- 1975, foi levada a efeito uma pesquisa especial, denominada Estudo Nacional da Despesa Familiar— Endef que, além dos temas anteriormente pesquisados pela PNAD, investigou consumo alimentar e orçamentos familiares. Durante a realização do Endef, o levantamento básico da PNAD foi interrompido. Em 1994, por razões excepcionais, a PNAD não foi realizada. A partir de 2004, os resultados da pesquisa passaram a agregar informações das áreas urbana e rural para todas as unidades da Federação, grandes regiões e Brasil. As notas técnicas do PNAD apresentam os conceitos e de�nições utilizados na pesquisa e trazem considerações de natureza metodológica que permitem conhecer os principais aspectos de sua evolução histórica. Em complemento a essas informações, consolida os tópicos investigados na PNAD desde 1992, relativamente às seguintes características: Unidade domiciliar, dados gerais dos moradores, migração, educação, trabalho das crianças de 5 a 9 anos de idade, trabalho e fecundidade. Atividade 1. Endemia signi�ca que a doença: a) Ocorre claramente em excesso com relação à expectativa de normalidade. b) Está habitualmente presente em populações humanas. c) Afeta um grande número de países simultaneamente. d) Exibe um padrão sazonal. e) É prevalente entre animais. 2. É uma alteração, espacial e temporalmente delimitada, do estado de saúde-doença de uma população, caracterizada por uma elevação progressivamente crescente, inesperada e descontrolada dos coe�cientes de incidência de determinada doença, ultrapassando e reiterando valores acima do limiar epidêmico preestabelecido. Esta de�nição aplica-se a: a) Pandemia b) Epidemia c) Surto epidêmico d) Endemia e) Nenhuma das respostas 3. Vamos supor que, em janeiro de 1996, 1.000 adultos residentes em uma comunidade aceitaram o convite para serem examinados para hipotireoidismo em uma clínica local. Oito pessoas foram diagnosticadas com a doença. Destas, cinco já vinham fazendo tratamento, mas três não sabiam da existência da doença. O mesmo grupo de pessoas foi examinado novamente em janeiro de 1998 e foram descobertos, então, seis casos novos de hipotireoidismo. Destes, dois tiveram sintomas meses antes e já haviam sido diagnosticados e tratados por um médico. Registrou-se também que das oito pessoas diagnosticadas no exame de 1996, uma havia suspendido a medicação e morrido em 1997 de doença cardíaca mixedematosa. Fora isso, todas as pessoas examinadas em 1996 compareceram ao exame de 1998. Qual foi a prevalência de hipotireoidismo para o período de dois anos? a) 7/1.000 b) 8/1.000 c) 9/1.000 d) 13/1.000 e) 14/1.000 4. Uma ocorrência epidêmica restrita a um espaço extremamente delimitado: Colégio, quartel, edifício de apartamento, bairro etc. é dita: a) Surto endêmico b) Surto epidêmico c) Epidemia focal d) Epidemia de contágio e) Nenhuma das respostas 5. Das seguintes a�rmativas sobre epidemia por fonte comum: 1. O seu critério diferenciador é a inexistência de um mecanismo de transmissão de hospedeiro a hospedeiro. 2. O fator extrínseco é veiculado pela água, alimento, ar ou introduzido por inoculação. 3. Não existe propagação da doença pessoa a pessoa: Todos os afetados devem ter tido acesso direto ao veículo disseminador, necessariamente ao mesmo tempo e no mesmo lugar. 4. Trata-se geralmente de uma epidemia explosiva e bastante localizada em relação às variáveis tempo, espaço e pessoa. Estão corretas: a) Somente 1 e 3. b) Somente 2 e 4 c) Somente 1, 2 e 4 d) Somente 1, 3 e 4 e) Todas (1 a 4) Notas Prosumer1 Um consumidor que é, ao mesmo tempo, produtor de conteúdo Unicórnio2 Termo introduzido em 2013 por Aileen Lee, referindo-se a empresas que conseguem algo que parece impossível (como achar um unicórnio), que é ser avaliada em 1 bilhão de dólares antes mesmo de abrir seu capital nas bolsas de valores. E o que elas fazem para conseguir esse feito? Introduzem grandes inovações no mercado, enxergam a riqueza de dados que a internet fornece e conseguem ter o controle deles extraindo valor das transações de dados. Cibridismo3 É estar on e off o tempo todo. Somos seres ciber-hídridos, ou seja, temos uma constituição biológica, expandida por todas as interfaces tecnológicas que adquirimos, e, cada vez mais, estaremos replicados em todas essas plataformas. Nossos conteúdos, dados pessoais, fotos, vídeos, leituras, tudo o que faz parte da nossa vida está integrado nas interfaces que utilizamos, e não vivemos sem eles. Isso é ser cíbrido. Referências GORDIS, Leon. Epidemiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2010. MEDRONHO, Roberto de Andrade. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2002. ROTHMAN, H. J.; GREENLAND, S. Epidemiologia moderna. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 887p. ROUQUAYROL, Maria Zélia. Epidemiologia e saúde. 3. ed. Rio de Janeiro: MedBook, 1988. Próxima aula O modelo de estudos observacionais em Epidemiologia. Explore mais Leia o texto: A composição dos grupamentos ocupacionais e de atividade considerados e as estimativas da população para cálculo dos pesos para a expansão da amostra da PNAD 2015. javascript:void(0); Fundamentos de Estatística e Epidemiologia Aula 6: Estudos observacionais Apresentação: Estudaremos os métodos de estudos observacionais, ou seja, aqueles em que os acontecimentos são observados ao longo do processo temporal,sem que se utilizem estratégias de
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