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Epicurismo Epicuro de Samos era um filosofo grego que vivia em Athenas. Como na época era comum que cada filósofo desse suas aulas em um lugar que melhor lhe conviesse, Epicuro lecionava sua filosofia aos seus seguidores no grande Jardim de sua casa em Athenas, que ficou conhecido como Jardim de Epicuro. Epicuro não apenas compartilhava a casa com seus seguidores e alunos, ele a adaptou de uma maneira que fosse autossustentável e incentivou os seus seguidores a fazer o mesmo. Essa ideia veio de sua filosofia de que não é preciso muito para ser feliz e viver bem, preferindo uma vida simples e satisfatória, porém sua filosofia também ia contra as hierarquias e distinções sociais presentes na sociedade grega da época, por exemplo: ele acolhia e lecionava para escravos e mulheres também, e não apenas para os cidadãos atenienses como era de costume. Na entrada do jardim havia uma placa escrito "Aqui, todo estrangeiro é bem- vindo e todo prazer é aceito" significando que qualquer um, seja quem for, era livre para entrar no jardim e descobrir como alcançar a felicidade de forma simples; porém, por defender o prazer e a simplicidade como o caminho para a felicidade e ir contra o governo e costumes da época, Epicuro e sua filosofia foram muito difamados, seu jardim ficando conhecido de maneira errada como sendo um lugar de promiscuidades, orgias, exageros e luxos, e a filosofia como sinônimo de desleixo, falta de trabalho, acomodação e prazeres exagerados de todos os tipos. Porém ainda assim ele conseguiu espalhar seus ideáis a seus seguidores, formando não apenas uma casa mas toda uma comunidade autosustentável, cultivando seus prorpios alimentos e abraçando um modo de vida mais simples, com isso se tornando o mais independente possível da cidade e do governo; isso fez com que os moradores da comunidade não tivesse a necessidade de obter e nem exibir posses, luxos e extravagancias, e nem aclamar poder para os demais, podendo levar uma vida simples e mais feliz. Essa comunidade produziu diversos escritos de vários filósofos, todos infelizmente foram perdidos, até os do próprio Epicuro. Epicuro, assim como os filósofos de sua época, tinham sua filosofia voltada para a busca da felicidade, defendendo que devemos sentir prazer a maior parte do tempo, pois estamos todos sempre em busca do prazer e fugindo da dor, sendo o objetivo atingir o estado de ataraxia; Ataraxia = completa ausência de perturbações ou inquietações da mente; sensação de serenidade, tranquilidade, calma porém também ensinava que era necessário ser moderado na satisfação dos prazeres, pois em excesso apenas gerariam mais desejos, gerando uma angustia mental de um desejo não realizado, afinal "nada é suficiente para quem o suficiente é pouco". Ou seja, não há felicidade com os excessos pois eles criam mais perturbações pela insatisfação. Para entendermos melhor quais tipos de prazeres buscar, Epicuro os dividiu em 3 categorias: Os naturais e necessários são os desejos que livram o corpo da fome, sede, sono; a amizade é muito importante também, a felicidade está em compartilhar este sentimento com alguém, e os melhores momentos são construídos com as amizades Os naturais e não necessários são os desejos que surgem da vontade de variações, por exemplo, comer extravagâncias e buscar outros prazeres corpóreos; eles resultam de necessidades humanas, mas é possível viver e ser feliz sem eles Os não naturais e não necessários são os que nascem de uma opinião falsa sobre o mundo, buscando suprir desejos que não são necessariamente nossos mas sim da sociedade e que são demais gananciosos pois não podem ser supridos nunca, como por exemplo: fama, dinheiro, poder, glória. Estes desejos são fonte de angustia, não trazendo nem felicidade nem tranquilidade, e sim preocupações e conturbações, não contribuindo para a felicidade pois nunca podem ser satisfeitos, por isso Epicuro afirma que devemos focar nos desejos naturais e necessários, pois quem se satisfaz com pouco é mais feliz Epicuro afirma que a filosofia não deve ficar apenas no campo do conhecimento, ela também deve ser colocada em prática para mudar a maneira como vivemos, afinal ele também acredita que assim como a medicina é capaz de curar os males do corpo, a filosofia cura os males do espirito; para ele os prazeres não são agradáveis só quando acontecem mas também quando são lembrados, tendo um beneficio duradouro, com isso ele ajudava seus alunos a curarem a dor mental e a suportar a dor física. Tendo em vista a filosofia como medicina mental, ele elabora o Tetrapharmakon, um remédio em 4 doses para curar a alma dos medos e angustias, sendo eles: Todos podem ser felizes Não existe pré-requisitos para se praticar a busca pela felicidade ensinada no Epicurismo, o prazer e a felicidade estão a disposição de todos. Para Epicuro, ser feliz é ter pleno domínio dos prazeres, o que pode ser alcançado pela compreensão da natureza dos deuses, da morte e dos desejos. "O sábio é aquele que toma a consciência da própria existência e destino, e não aceitando determinismo de nenhum deus; o importante na busca da felicidade é a saúde física e serenidade interior ocasionadas pela escolha de quais desejos deverão ser saciados." Toda dor pode ser suportada A amizade é muito importante aqui, pois os amigos geram afetos que fazem com que esqueçamos nossas dores por Epicuro sofria de uma doença que o fazia sentir muitos dores, mas dizia que era capaz de supera-las com boas lembranças, que também são uma forma de prazer meio de boas lembranças e momentos felizes; além disso, uma dor física ou emocional pode durar uma hora, um mês ou um ano, mas eventualmente ela irá passar Não devemos temer a morte Pois quando morrermos não experimentaremos mais nada, quer dizer que a morte nunca chegará para nós. Ele defendia o dualismo das coisas e acreditava que a mente não era a alma e nem que era separada do corpo, ela era um órgão composto de átomos, e os pensamentos são resultado do movimento dos átomos, por isso não há vida após a morte, já que quando o corpo morre, seus átomos se separam e a pessoa deixa de existir. Para curar seus seguidores desse medo, ele apontava a diferença entre o que sentimos sobre o futuro e o que sentimos sobre o passado, afinal se não nos preocupamos com a nossa não existência durante todo o tempo que veio antes do nosso nascimento, então por que nos importar com o tempo pós morte, onde também não existiremos? "Enquanto somos, a morte não existe, e quando ela chegar, nós nada mais seremos" Ele descartava a preocupação de para onde a alma iria depois da morte, se seria punida, se sofreria ou não. Mas se a preocupação for o processo da morte, que costuma ser doloroso, ele também acreditava que boas memórias podem aliviar a dor Não devemos temer os deuses Para ele os deuses não tomam consciência dos seres humanos pois eles são perfeitos e por estarem em um Epicuro acreditava que o universo era feito de átomos e por isso todos os fenômenos naturais, incluindo as catástrofes, eram resultados dos movimentos naturais e aleatórios dos átomos, e não uma punição dos deuses estado de perfeição, não teriam como ter conhecimento de seres imperfeitos como nós, por isso eles não estariam preocupados conosco e nem se encarregariam do nosso destino, bênçãos e maldições, sendo estas coisas nossas próprias responsabilidades. Afirmava que os deuses são misericordiosos e não ganhariam nada em nos punir, não fazendo sentido ter medo deles, afinal não é possível levar uma vida feliz sentido a todo momento medo de ser punido pelos deuses.
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