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Ética profissional e a ética da responsabilidade

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Ética profissional e a ética da responsabilidade
Comboio sujo de sangue
A estipulação da responsabilidade está diretamente relacionada à produção de causa e efeito que ela possui.
Segundo a perspectiva kantiana, a ética da responsabilidade é a moral de grupo, muito diferente da individual, pois aquela se refere às decisões tomadas pelo governante para o bem-estar geral, embora muitas das vezes possam parecer erradas aos olhos da moral individual.
Na ética da responsabilidade, o que valida um ato é o resultado, e não a intenção. Ou seja, podemos afirmar que a ética da responsabilidade corresponde às decisões tomadas por aqueles que, investidos no poder, tudo fazem para manter a harmonia social.
De modo geral, considera-se que as razões que regulam o comportamento dos indivíduos é a repressão externa. As responsabilidades só são cumpridas enquanto estiver passível de responsabilização pelos outros.
Consequências são causas eternamente
O emprego do termo “consequências”, ao lado de suas classificações como boas ou ruins, precisa ser considerado atentamente. Não se fará um julgamento adequado partindo meramente de tais qualificadores, como se, por si só, fossem suficientes para nos possibilitarem conclusões inequívocas. Nesse sentido, nem toda ação que produz boas consequências é já, por isso, um mandamento moral, assim como nem toda ação com consequências ruins, em toda e qualquer circunstância, é moralmente proibida.
Para Hans Jonas, “o conceito de ação necessita ser redimensionado e uma compreensão adequada implica na consideração de sua relação com a técnica. A técnica, nesse sentido, não é apenas o conjunto dos objetos produzidos e aperfeiçoados constantemente pelo homem ao longo dos séculos. A técnica é a própria forma de relação estabelecida pelo homem com o mundo e, portanto, consigo mesmo; ou dito de outro modo, a técnica parece ter se tornado a própria medida do homem.” (DOS SANTOS, p. 423)
O autor também expõe que “o elemento decisivo e não considerado pelas chamadas éticas tradicionais é exatamente o caráter cumulativo e irreversível das ações. Mais do que as consequências diretas e previstas, são as consequências das consequências (indiretas e imprevistas) que parecem assumir um peso na balança da moral jonasiana.” (DOS SANTOS, p. 424)
Assim, as capacidades de prever, de julgar e de atribuir valor há muito se enfraqueceram, segundo Jonas, ou, ao menos, permanecem secundárias em nossa época, em comparação com o poder de fazer.
A morte do Salvador
O homem não deve ser representado pelo próprio homem simplesmente como um objeto, isto é, como algo de que se possa dispor a bel-prazer. O homem deve respeitar no outro aquilo que está presente nele mesmo, a saber, sua dignidade humana, isto é, sua condição de existir tendo consciência que não é uma simples coisa e que, além disso, abriga dentro de si um valor.
Kant explica que a expressão "servir-se da liberdade para limitar de um modo necessário a liberdade mesma" demonstra que o homem não pode fazer um uso "arbitrário" de sua liberdade. Um uso puramente arbitrário acarretaria a própria perda desse uso, uma vez que atentaria contra a própria ideia de liberdade que lhe é revelada por intermédio de sua razão.
É somente através da observância da lei moral, enquanto produto da atividade espontânea da razão, que o homem pode prestar um culto à humanidade presente em sua própria pessoa e na pessoa dos demais homens, razão pela qual Kant afirma que "a moralidade representa a coincidência do livre arbítrio com os fins da humanidade e do ser humano em geral, isto é, com as condições necessárias dos fins universais da humanidade e do homem".
Atividade extra
Nome da atividade: A ética da responsabilidade | Oswaldo Giacoia Jr.
Link para assistir a atividade: https://www.youtube.com/watch?v=nJm2nofC0Us
Referência Bibliográfica
ANDRADE, I. R. S. Ética geral e profissional. Salvador: UFBA, Faculdade de Ciências Contábeis, 2017.
GHILLYER, A. W. Ética nos negócios. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
MATTAR, J. Filosofia e ética. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
MATTAR, J. Filosofia e ética. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
DOS SANTOS, Robinson. Responsabilidade e consequencialismo na ética de Hans Jonas. Revista de Filosofia Aurora, [S.l.], v. 24, n. 35, p. 417-433, maio 2012. ISSN 1980-5934. Disponível em: <https://periodicos.pucpr.br/index.php/aurora/article/view/448/376>. Acesso em: 23 jun. 2021. doi:http://dx.doi.org/10.7213/revistadefilosofiaaurora.7512.

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