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1 Radiografia de tórax “Não se pode dar uma opinião definitiva sobre uma pneumopatia sem uma radiografia do tórax” Antes da interpretação, é preciso avaliar a qualidade do exame. • Identificação correta: nome e data. • Localização da identificação no lado direito • Documentação da projeção Penetração: refere-se a quanto os raios infiltram no tórax do paciente. Se for pouco penetrada, a radiografia fica branca, se for muito penetrada, fica preta. Qual o ideal? É preciso conseguir visualizar a trama vascular do pulmão, bem como até a 4ª/5ª vértebra torácica. A figura abaixo, apesar de mostrar mais vértebras, como é possível ver a vascularização, é considerada adequada. Centralização (PA ou AP): O tórax não pode estar “rodado”. Como saber se está centralizado? Mede a distância entre a extremidade medial das clavículas até o processo espinhoso, que tem que ser a mesma. A seguir, a imagem esquerda mostra que a distância entre as extremidades das clavículas está adequada, mas imediatamente à direita a extremidade medial da clavícula esquerda está mais próxima do processo espinhoso. Isso interfere no exame? Não tanto, mas os raios podem penetrar mais de um lado do que do outro, levando a uma imagem mais hipertransparente em um dos pulmões, o que pode nos levar a pensar em enfisema ou algo do tipo. Grau de inspiração: Quando o paciente faz a radiografia, ele coloca a mão na cintura e inspira profundamente. Como saber se a inspiração está adequada? Quando se consegue contar 6 arcos costais anteriores e 9 a 10 posteriores. Os arcos costais anteriores são mais curvos. Na imagem esquerda a seguir, a radiografia está pouco penetrada e, além disso, também está pouco inspirada. O paciente não inspirou adequadamente. Se o ele não inspira adequadamente, perde-se aeração do pulmão em bases pulmonares, mostrando-se branco na radiografia. As opacidades em bases, nesse caso, estão presentes pela baixa qualidade da imagem. Na imagem ao lado, como o paciente respirou adequadamente, é possível contar bem as costelas. 2 Escápulas nos campos pulmonares: Quando presentes, se mostram como uma sombra mais acinzentada nas laterais da radiografia, o que pode disfarçar alguma opacidade. O ideal é que o paciente coloque a mão na cintura, de modo a retirar as escápulas do campo pulmonar. Incidência PA: distância mínima de 1,5 m – ideal de 1,8 m. Na incidência em PA, os raios incidem de trás para frente, o filme fica na parte anterior do tórax e o feixe de raio x fica atrás. Os raios X são divergentes. Quanto mais distante o feixe estiver do objeto examinado, mais a imagem é fidedigna em relação ao tamanho. Quanto mais próxima do tórax, mais amplificada é a imagem. A seguir, a bolinha amarela representa o feixe do raio x, a branca se refere ao paciente e a verde representa a imagem formada. Quando não faz PA e faz AP? quando o paciente não tem condições de ficar em pé – idosos acamados, pacientes de UTI, crianças. Na incidência em AP, é o contrário da PA. O feixe incide anteroposteriormente. Como o feixe fica mais perto da área mediastinal, a área cardíaca fica alargada. Nesse caso, sempre relacionar com a clínica. Além disso, as escápulas geralmente estão presentes, fazendo sombra nos campos pulmonares. Somado a isso, a centralização também fica ruim, pois o paciente está deitado. A seguir, é possível observar uma radiografia em AP que revela aumento do mediastino e de toda a área cardíaca sem o paciente apresentar clínica. Incidência perfil: pode ser direito ou esquerdo. Se pedir perfil direito, é para avaliar melhor o lado direito. Então, coloca o filme na região direita, pois o raio incide da esquerda para a direita, quanto mais distante melhor. O perfil nos dá uma noção melhor da localização da lesão, se a lesão é mais anterior ou posterior. O perfil 3 direito não visualiza bem a área cardíaca com seus vasos, ao contrário do perfil esquerdo, em que é possível ver bem a área cardíaca. Obs.: A incidência em perfil, quando o médico não especifica, em geral, é feita do lado esquerdo. Incidência em Laurell (decúbito lateral com raios horizontais) Abaixo, temos, respectivamente, um corte de radiografia em PA e uma radiografia em Laurell. O seio costofrênico tem que fazer uma angulação, se ele não está livre, é sinal de derrame pleural ou espessamento pleural (ex.: paciente com sequela de tuberculose). Para saber se é líquido ou não, pede para o indivíduo fazer uma radiografia em decúbito lateral. Se o líquido for livre, ele escorre pelo tórax, formando uma linha. Se for espessamento pleural, o líquido não escorre. Só pede Laurell na suspeita de derrame pleural. Hoje em dia, é mais comum fazer USG à beira de leito. As imagens abaixo confirmam um derrame pleural. Radiografia de tórax normal – interpretação • Partes moles: avaliação das mamas, região cervical, supra-escapular, tecido subcutâneo, abdômen superior. • Ossos: coluna, clavículas, costelas, ombros, esterno. • Coração: morfologia e dimensões. • Aorta e artérias pulmonares: verificação de anomalias congênitas e aneurismas. • Mediastino: alargamentos, pneumomediastino, massas. • Hilos: estudo comparativo de morfologia e dimensões. • Parênquima pulmonar: nódulos, massas, opacidades, cavidades. • Pleura: espessamentos, pneumotórax, derrame pleural. • Diafragma: altura, morfologia, estudo comparativo. • Seios costofrênicos: verificar se estão livres; em casos duvidosos realizar decúbito lateral. Interpreta de fora para dentro, de modo que, a partir de uma rotina, nada passa despercebido. Comparar sempre um lado com o outro. Partes moles • Tecidos supraclaviculares e torácicos laterais • Orgãos do abdome superior • Mamas É possível ver a bolha gástrica. Em paciente com dor abdominal, que teve ruptura de alça, pode-se ver um pneumoperitônio – ar embaixo da hemicúpula diafragmática. O tecido lateral é mais branquinho, se tiver ar no tecido subcutâneo, fica mais escuro. Acontece no enfisema subcutâneo. Observe figura abaixo do lado direito. Arcabouço ósseo É difícil visualizar o esterno em PA por causa do mediastino, área cardíaca e vasos. É melhor avaliar em perfil, bem como a questão dos espaços vertebrais. Clavículas e arcos costais: Em pacientes que sofrem traumas, há perda de continuidade da linha óssea das clavículas, por exemplo. Os arcos costais também podem ser alvo de traumas. A seguir, a coluna. Uma coisa importante para lembrar é que, na radiografia em perfil, em cima, as vértebras não ficam tão nítidas, mas à medida que vai descendo, vemos melhor. Se não puder ver, significa que há alguma alteração patológica. 4 Pulmões e pleura • Pulmão direito: lobo superior, médio e inferior. • Pulmão esquerdo: lobos superior e inferior • Pleura visceral e parietal No pulmão direito, a cissura horizontal separa o lobo superior do lobo médio e inferior. Já a cissura oblíqua separa o lobo inferior do superior e do médio. O lobo médio é anterior e se localiza ao lado da área cardíaca. O lobo inferior, como se pode ver abaixo, tem uma parte mais superior e posterior. No pulmão esquerdo, a cissura oblíqua separa o lobo superior do inferior. A língula está anterior, bem ao lado da área cardíaca, e faz parte do lobo superior. • Lado direito do coração: lobo médio • Lado esquerdo do coração: língula Hilos pulmonares São estruturas anatômicas onde passam artérias, veias e vasos linfáticos, formando uma curvatura. O hilo esquerdo é ligeiramente superior ao direito. Na imagem esquerda abaixo, as setas apontam as artérias pulmonares. Um pouco acima delas dá para ver os hilos. No perfil, observa-se área cardíaca, aorta, espaço retrocardíaco e espaço retroesternal. O botãozinhoé a artéria pulmonar direita e esquerda. A artéria pulmonar esquerda aparece antes da direita, pois o hilo é mais alto. Diafragma O diafragma forma um ângulo com a parede torácica chamado de seio costofrênico. Quando o paciente perde a curvatura desse músculo, há uma retificação de hemicúpula diafragmática. Tal alteração é comum em pacientes enfisematosos, devido ao excesso de ar que o paciente não consegue expirar. A retificação de hemicúpula é mais fácil de se visualizar em perfil. 5 Obs.: A hemicúpula direita é, normalmente, mais alta do que a esquerda. Abaixo, a imagem de perfil é provavelmente do lado direito, pois não dá para ver bem a área cardíaca. Como saber se há retificação? Passa-se uma linha transversal na parte mais alta do diafragma e passa outra paralela do seio costofrênico até o seio cardiofrênico. A distância tem que ser no minino 1,5 cm. Seios costofrênicos: encontro da hemicúpula diafragmática com a parede torácica. Eles devem ser agudos. Quando estiverem obliterados, faz a incidência Laurell para avaliar se é derrame ou espessamento pleural. Mediastino Em PA, divide o mediastino ao nível da 5ª vertebra torácica em mediastino superior e inferior. Algumas doenças alargam mediastino superior e outras o inferior, por isso tem que classificar. • Superior: tireoide ectópica, timoma, teratoma. • Inferior: aneurismas, adenomegalias hilares (como na sarcoidose). No perfil divide em mediastino anterior – da borda posterior do externo até a borda posterior da área cardíaca, médio – da borda posterior da área cardíaca até a borda anterior da coluna, e posterior – depois da borda anterior da coluna vertebral. É importante para classificar a localização da massa, pois em perfil, também há probabilidades maiores de acordo com a localização. • Posterior: tumores neurais. • Médio: vasos. • Anterior: se também for superior, pensa nos 4 Ts – tireoide ectópica, timoma, teratoma e terrível linfoma. Traqueia A traqueia é hipertransparente porque tem ar dentro dela. Em algumas imagens, é possível ver a carina e a bifurcação. Área cardíaca Importante analisar se está aumentada ou não. Traça uma linha horizontal no maior diâmetro da área cardíaca e outra paralela de uma parede torácica a outra. O índice cardiotorácico A/B tem que ser menor que 0,5. Do lado esquerdo, vemos o arco aórtico, tronco da pulmonar, átrio esquerdo e ventrículo esquerdo. Do lado direito, observa-se a veia cava superior e o átrio direito (ventrículo direito é posterior). Lembrar que o brônquio 6 direito é mais calibroso e mais reto. Patologias aspirativas ocorrem mais nele. Nas imagens em perfil abaixo, as setas apontam, respectivamente, a traqueia e a área cardíaca. Há também o espaço retroesternal e retrocardiaco. Pacientes enfisematosos têm aumento do diâmetro anteroposterior, com hipertransparência retroesternal e retrocardiaca. Alterações patológicas da radiografia de tórax Alterações comprometendo o ácino – conjunto de avéolos, sacos alveolares, ductos alveolares, bronquíolos respiratórios – são ditas acinares ou alveolares. A terminologia correta é: opacidade, padrão acinar ou consolidação do espaço aéreo. Evitar falar infiltrado, padrão alveolar, densificação e condensação. Aspectos radiológicos do padrão acinar • Apresentam distribuição locar ou segmentar; • Margens mal definidas, com aspecto algodonoso; • Tendência a coalescência; • Broncogramas aéreos no interior; • Mudança rápida de aspecto na radiografia simples. Obs.: Nem todo padrão acinar tem broncograma aéreo, mas o contrário é verdadeiro. Principais doenças • Agudas: pneumonias bacterianas, edema agudo de pulmão em estágio mais avançado, tuberculose, hemorragias, infarto pulmonar e COVID-19. • Crônicas: infecções – tuberculosas, fúngicas, sarcoidose, neoplasias (principalmente bronquíolo-alveolar e linfoma), colagenoses, proteinose alveolar e silicose. Sempre associar com clínica para ter o diagnóstico!! Padrão acinar – pneumonia bacteriana: observar aspecto algodonoso. Abaixo, pneumonia bacteriana mostrando opacidade em que não se delimita bem a margem, borrando silhueta cardíaca. A seta preta aponta um trajeto mais escuro dentro da opacidade branca. Isso se refere a um broncograma aéreo. O padrão acinar aparece branco por causa do exsudato inflamatório dentro dos ácinos/alvéolos. Se ainda tem alguma passagem de ar, forma-se um broncograma aéreo. A seguir, vemos uma mancha mais branca (hipotransparente) que se refere a uma opacidade acinar. Além disso, olhando com carinho, parece haver broncograma aéreo. A opacidade acinar está do lado da 7 área cardíaca, mas não borra a silhueta do coração. Como não borra a silhueta cardíaca e é mais posterior, como vemos na incidência em perfil, está acometendo o lobo inferior. Se o acometimento fosse de lobo médio, a opacidade deveria estar mais próxima à área cardíaca. Ademais, no perfil, à medida em que se desce, o normal é visualizar melhor as vértebras, aqui se tem um sinal de quebra da coluna, indicando a opacidade. Pneumonia bacteriana - broncograma aéreo Edema aguda de pulmão: dá a impressão que o paciente tem a borda cardíaca aumentada, com opacidade acinar difusa bilateral. A clínica de IC nos leva a pensar em edema agudo de pulmão cardiogênico. Adenocarcinoma: padrão acinar com localização parahilar à esquerda, bem perto do hilo esquerdo. Nesse caso, é uma neoplasia de pulmão, mas poderia ser pneumonia. Depende da clínica. Se tiver fator de risco para CA pulmonar, repete depois de 4/6 semanas. Se ainda tiver alteração, investiga neoplasia pulmonar. COVID-19 Observa-se, acima, um padrão difuso e algodonoso bilateral. Na radiografia, consegue-se ver a traqueia e a sombra dos brônquios, mas há um padrão acinar difuso bilateral. Paciente gravíssimo. COVID sempre mostra isso? Não, na fase inicial pode ter só um infiltrado ou outro tipo de opacidade. Nesse caso, o paciente desenvolveu SARA. Sinal da silhueta Ocorre toda vez que há uma opacidade acinar que borra a silhueta cardíaca. Significa que a opacidade está localizada em lobos anteriores, próximos à área cardíaca. Essa opacidade acinar acima está algodonosa, mais densa, lobar, com margens mal definidas e não se consegue delimitar a silhueta cardíaca direita. Portanto, a opacidade está no mesmo plano da área cardíaca, acometendo o lobo médio. No perfil, não se vê a 8 opacidade em posterior, vê algo mais denso na área cardíaca. Abaixo: sinal da silhueta?? Nesse caso, há opacidade acinar com broncograma aéreo, mas aí é posterior. Como é possível delimitar a área cardíaca, o acometimento foi do lobo inferior. Sinal da silhueta esquerda Acima, temos uma opacidade acinar do lado esquerdo que borra a silhueta cardíaca. Isso indica que a opacidade está na língula, que faz parte do lobo superior. Abaixo, temos uma opacidade acinar? É uma opacidade hipotransparente, mas não é acinar, pois a margem é bem definida; é uma massa. A massa não borra a silhueta cardíaca, então ela está em outro plano. Não é anterior, é posterior. Provavelmente é um tumor neurológico. Padrão intersticial Há três tipos: reticular, micronodular e reticulonodular. Padrão reticular: composto por espessamentos septais, bandas (estrias) e opacidades lineares. Ex.: pneumopatias intersticiais, como a pneumonia intersticial usual; asbestose, pneumonia intersticial linfoide, pneumonia intersticial não específica, infecções, edema pulmonar (em fase inicial), neoplasias com linfangite pulmonar carcinomatosa. É como se fosse uma exacerbação da trama vascular normal. O normal é que a trama vascular venha até 1 cm da parede torácica; se ultrapassar isso, diz que é intersticialreticular. O normal é a vascularização ir mais para baixo, se começar a aumentar em cima, é um padrão intersticial reticular. Pneumonia intersticial Acima, notar vascularização aumentada, parecem umas redes até a periferia do pulmão. É muito difícil ser puro, o mais comum é ser reticular junto com micronódulos. Estes últimos se referem a “pontinhos brancos” (hipotransparentes). Além disso, ainda é possível notar, na radiografia acima, imagens areolares (cheias de ar) no meio da coisa, parecendo um cacho de uva. Descrição da imagem acima: Opacidade intersticial reticular com imagens areolares de permeio e alguns micronódulos. Linfangite carcinomatosa A seguir, do lado esquerdo, observar um padrão reticulonodular. Observa-se estrias/redes que vão até a periferia, junto a elas, há também micronódulos. Parece um pouco de padrão acinar, mas é possível delimitar bem as margens. Desse modo, o que há é um alargamento de mediastino. O caso se refere a uma neoplasia de pulmão com linfangite carcinomatosa. Paciente fez metástases 9 para linfáticos do pulmão, formando as estrias. Pode acontecer de um lado só, embora seja raro. Diferentemente do edema de pulmão cardiogênico, em que a opacidade é bilateral. Na imagem acima, do lado direito, nota-se micronódulos bem pequenos, mas é praticamente padrão reticular puro. O hilo está um pouco ingurgitado. No Edema Agudo de Pulmão (EDA), de início o líquido vai para o interstício, tendo padrão reticular. Depois que enche os alvéolos, passa a apresentar um padrão alveolar. Também se pode ver uma obliteração do seio costofrênico, indicando derrame pleural (DP). Tal alteração é comum em IC descompensada com edema de pulmão cardiogênico. COVID-19 Na imagem acima, notar exacerbação da trama vascular indo para a periferia de ambos os pulmões. O paciente fez deitado e a radiografia está rodada, mas dá para ver bem a traqueia e os brônquios. Padrão retículo-nodular: talvez o padrão mais comum de apresentação. Achado clássico é o de micronódulos associados a opacidades reticulares, como espessamentos septais e estrias. Exemplos: pneumoconioses, infecções, pneumopatias intersticiais, neoplasias. Muitas vezes é decorrente de faveolamento, presente nas doenças pulmonares fibrosantes. O que é faveolamento? parecem cachos de uva/favo de mel. Ocorrem em doenças fibrosantes do pulmão. Abaixo, do lado esquerdo, temos um caso de asbestose. Observa-se estrias e muitos micronódulos, que se referem aos pontinhos brancos difusos e bilaterais. Do lado direito, temos um caso de Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI). Vê-se estrias até a periferia, com micronódulos e imagens cheias de ar, que são justamente o faveolamento. O interstício do pulmão está espessado e tem ar no parênquima, formando o faveolamento. Também existe isso em pacientes com bronquiectasia. Na radiografia de tórax, a bronquiectasia aparece com um padrão intersticial com imagens areolares de permeio. A diferenciação é feita apenas com TC. A clínica também é importante. Na Bronquiectasia, há dilatação do brônquio, é uma doença mais crônica. A fibrose pulmonar intersticial não tem secreção, tem mais dispneia e tosse seca. Pneumonia intersticial usual por colagenose 10 Na imagem anterior, observar padrão reticulonodular com micronodulos, estrias até a periferia e imagens areolares de permeio. Em pacientes com doenças autoimunes, como a colagenose, normalmente eles cursam com pneumonia intersticial. Padrão intersticial micronodular Acima, há estrias até a periferia, mas o mais comum são os micronódulos. Dá para ver um pouco a trama aumentada, principalmente no lobo superior esquerdo, mas o que chama atenção são os micronódulos difusos e o alargamento de mediastino inferior. Isso pode ocorrer por alterações em vasos ou adenomegalias hilares. Nesse caso, é uma adenomegalia hilar bilateral + micronodulos bilaterais. Pode ser sarcoidose. COVID-19 Padrão mais intersticial, principalmente em lobos superiores. A paciente apresenta um infiltrado intersticial praticamente difuso e bilateral, mais reticular e predominando em terço médio e lobos superiores. Nódulo pulmonar solitário - Granuloma tuberculoso A seguir, do lado esquerdo, vemos um nódulo bem delimitado no terço médio do pulmão esquerdo. A massa é um pouco maior do que um nódulo. Ao lado direito, temos um caso de atelectasia no lobo pulmonar superior direito. Como há perda da aeração do pulmão (o lobo sem ar), a radiografia mostra um padrão bem esbranquiçado. Além disso, comparando um lado com o outro, podemos ver que o pulmão atelectasiado apresenta-se com redução de volume. Outras características da atelectasia Nessa imagem acima, do lado esquerdo, temos hipotransparencia, com redução de volume pulmonar. Além disso, a atelectasia “puxa” os órgãos para o lado dela. Ou seja, puxa a traqueia, a artéria pulmonar – notar que a artéria pulmonar está repuxada mais para cima – etc. Portanto, a atelectasia promove retração do hilo e desvio do mediastino para o lado ipsilateral. Ela também pode elevar a hemicúpula diafragmática. Na imagem acima, do lado direito, o pulmão direito se apresenta todo branco. Isso é uma atelectasia total do pulmão direito. Não dá nem para ver a hemicúpula. Quando um lado do pulmão estiver todo branco, pode significar três coisas: atelectasia total do pulmão, derrame pleural volumoso ou pneumectomia. Este último caso, dá para saber devido ao histórico do paciente, cicatriz da cirurgia etc. Para diferenciar os dois primeiros, olha as características da atelectasia. Ao contrário da atelectasia, o derrame pleural empurra o mediastino para o lado contralateral. Ambos, na ausculta, apresentam MV abolido. Na imagem a seguir, observar padrão intersticial micronodular difuso e pneumotórax. O paciente em 11 questão está com pneumocistose, que é uma infecção fúngica com cistos que podem romper e causar pneumotórax. Cistos e cavidades Condições em que há aumento da transparência pulmonar, de modo focal e bem delimitado. O diferencial se faz pela espessura das paredes, que são finas (< 1mm) nos cistos e espessas (>1mm) nas cavidades. Neoplasia escavada Acima, temos uma cavidade com parede espessa. Nesse caso, o câncer necrosou e cavitou; algumas infecções fúngicas também fazem isso. Poderia ser tuberculose também. Tuberculose e aspergiloma Anteriormente, a imagem mostra uma hipertransparência circundada por uma parede. A parede é bem espessa e a cavidade está preenchida com um conteúdo. • Cavidade com conteúdo dentro: muito provável ser bola fúngica – infecção pelo aspergillus. Às vezes, em pacientes com DPOC ou com tuberculose, esse fungo vem colonizar a cavidade. O pulmão direito está até mais branco e sujo, com alguns micronódulos. A radiografia está um pouco rodada, então pode ter penetrado um lado mais que o outro. Enfisema Observar, acima, uma cavidade de parede bem mais fina (cisto), comum em paciente com DPOC. Abscesso pulmonar Essa imagem é característica de abscesso pulmonar. O abscesso tende a fistulizar para drenar. O abscesso no pulmão, geralmente, ocorre por uma doença aspirativa em paciente com história de nível de consciência rebaixado que aspirou para o pulmão. Os sintomas incluem tosse com secreção fétida. O pus tende a ir pra a árvore brônquica, formando a vômica, um nível hidroaéreo. Temos líquido, que é o pus, e tem ar, pois comunicou com a via aérea. 12 Derrame pleural Acima, observar uma hipotransparência, que forma uma curvatura. Tal alteração é chamada de curva de Damoiseau. Além disso, há obliteração do seio costofrênico à esquerda.
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