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Filosofia e Ética - Atividade 8

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Filosofia e Ética 
Aluna: Danilla de Paula Candido 
Matrícula: 20113110305 
Curso: Administração Pública / 1° semestre 2020 
Atividade avaliativa 8 
 
➢ Questionário 
 
1- Explique a ideia essencial de John Rawls em sua filosofia política 
 
Ao retomar a tradição do constitucionalismo democrático, que encontra uma de suas raízes na doutrina do 
contrato social (Locke, Rousseau e Kant), Rawls reacende a discussão sobre o ideal de uma sociedade justa 
de cidadãos livres e iguais, deslocando a reflexão sobre os temas clássicos da filosofia política moderna 
(análise da natureza do poder, da origem e legitimidade do Estado e da lei, o conceito de soberania) para a 
questão de como realizar efetivamente – tanto do ponto de vista das condições materiais (de renda e 
riqueza) quanto do ponto de vista das condições formais – os ideais de liberdade e igualdade da cidadania 
democrática. Com a crise do Liberalismo de bem-estar social e do socialismo real, e com o que se pode 
chamar de “esgotamento das energias utópicas” (Habermas) vinculadas àqueles projetos de organização 
da sociedade, a teoria da justiça de Rawls deu novo ânimo às reflexões de filosofia política normativa e ao 
debate sobre os fundamentos de uma sociedade justa. 
 
2- O que Rawls propõe quanto os critérios de distribuição de bens, na sociedade, e quanto a tolerância 
religiosa? 
 
• Rawls propõe quanto aos critérios do bem, que: “ Essa prioridade do justo sobre o bem acaba sendo a 
característica principal da concepção da justiça como equidade. Isso impõe certos critérios à moldagem 
da estrutura básica como um todo; esses critérios não devem gerar propensões e comportamentos 
contrários aos princípios de justiça [...] e devem garantir a estabilidade das instituições justas. Assim, 
impõem-se certos limites iniciais ao que é bom e quais formas de caráter são moralmente dignas, e 
também aos tipos de pessoas que os seres humanos devem ser. Ora, qualquer teoria da justiça define 
alguns limites desse tipo, isto é, limites necessários para que seus princípios primeiros possam ser 
satisfeitos nas circunstâncias vigentes”. 
• Já aos critérios na sociedade é, que: “A ideia norteadora é que os princípios da justiça para a estrutura 
básica da sociedade constituem o objeto do acordo original. São eles os princípios que pessoas livres e 
racionais, preocupadas em promover seus próprios interesses, aceitariam em uma situação inicial de 
igualdade como definidores das condições fundamentais de sua associação”. E para configurar a forma 
desse acordo, Rawls articula a moralidade política liberal num esquema de justificação que amarra dois 
níveis de validação normativa: o da posição original, que é a expressão do ponto de vista abstrato da 
moral imparcial, e o do equilíbrio reflexivo, que articula os princípios de justiça com nossas intuições 
morais cotidianas. Com a ideia de posição original, Rawls generaliza e leva a um nível mais alto de 
abstração a teoria tradicional do contrato social (Locke, Rousseau e Kant). Não se trata de um contrato 
que funda a sociedade civil – portanto, na teoria de Rawls, não existe o pressuposto dos contratualistas 
modernos de um estado de natureza e, muito menos, a passagem deste para a sociedade civil-jurídica, 
mas, sim, trata-se de um procedimento de escolha aplicado aos próprios princípios de justiça, que devem 
orientar a estrutura básica de uma sociedade democrática constitucional já instituída. 
• E quanto a tolerância religiosa, os critérios eram que: “A posição original é apenas um artifício de 
representação: descreve as partes, cada qual responsável pelos interesses essenciais de um cidadão livre 
e igual, numa situação equitativa, alcançando um acordo sujeito a condições que limitam 
apropriadamente o que podem propor como boas razões”. 
Na posição original, as partes são igualmente representadas como pessoas dignas, e o resultado da 
deliberação não é condicionado por contingências artificiais ou pelo equilíbrio relativo das forças sociais. 
Segundo as restrições razoáveis do véu de ignorância, ninguém pode ser favorecido ou desfavorecido na 
escolha dos princípios pelo resultado do acaso natural ou pela contingência das circunstâncias sociais. 
Além dessa simetria das relações mútuas, assegurada pelo véu de ignorância, a posição original é 
equitativa para os indivíduos entendidos como pessoas morais livres e iguais. 
 
3- Explique a crítica dos comunitaristas as teorias de Rawls. Como o Rawls responde essas críticas? 
Sabemos que o comunitarismo é um movimento político filosófico, como reação ao domínio do 
Liberalismo. Com isso, a crítica comunitarista coloca em dúvida a prioridade que os liberais atribuem 
aos princípios de justiça (e seu engessamento num conjunto de direitos e liberdades fundamentais) em 
detrimento das avaliações fortes sobre a vida digna da comunidade de valores. Segundo a crítica 
comunitarista, não se trata então de negar a importância da linguagem dos direitos, mas de criticar os 
limites em que a moralidade liberal a situou. A linguagem dos direitos e o contexto de justificação 
devem ser compreendidos a partir do mapa moral fornecido pela auto compreensão cultural da 
identidade moderna, que seria muito mais rico e diversificado do que supõe o Liberalismo. 
Portanto, para responder a essas objeções, Rawls insiste na defesa das principais ideias da moralidade 
política liberal. A despeito das modificações, Rawls continua a identificar a primazia da justiça diante do 
bem comum e o valor da neutralidade do Estado diante de concepções do bem distintas como os 
traços essenciais de uma concepção política da justiça. Essa seria a única maneira de, segundo Rawls, 
organizar a convivência política justa e estável de sociedades nas quais os cidadãos estão 
profundamente divididos por doutrinas morais, religiosas e filosóficas razoáveis, embora incompatíveis.

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