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O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO - CÓDIGO: 5506 1 WWW.CEDUCAF.COM.BR O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO Caderno Pedagógico Ceduc@f O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO - CÓDIGO: 5506 2 WWW.CEDUCAF.COM.BR PROGRAMA DO CURSO EMENTA: Afeto indispensável na atividade de ensinar, Afetividade e infância, A afetividade na escola, A relação dos pais e a aprendizagem. OBJETIVO GERAL: Diagnosticar a influência que a relação afetiva exerce sobre o processo de ensino aprendizagem na vida escolar do aluno (a) e no seu rendimento escolar. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Proporcionar uma prática com dimensões cognitivas e afetivas; Identificar afetividade e inteligência na relação de aprender e ensinar; Discriminar o papel da escola, da família na vida escolar do aluno (a). CONTEÚDOS: Afeto: indispensável na atividade de ensinar A Prática Pedagógica e a Afetividade Dimensões Cognitivas e Afetivas A Influência da parte afetiva no desenvolvimento do ser humano Afetividade e inteligência Inteligência A afetividade na escola Papel da Escola Papel do Professor Compreensão do aluno A relação dos pais e a aprendizagem Família e aprendizagem O amor no ambiente familiar Avaliação do curso METODOLOGIA: Desenvolvimento de questões objetivas, que tome como pressupostos teóricos o conteúdo estudado no curso. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO - CÓDIGO: 5506 3 WWW.CEDUCAF.COM.BR APRESENTAÇÃO Caro (a) Cursista, Este curso foi elaborado para servir de orientação, fonte de consulta e estudo. PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO. Quando o diamante e o carvão, salvos da ilusão em que vivem descobrirem que, em realidade, um vão é mais do que o outro, pois são a mesma coisa _ carbono _ então deixará de existir a injustiça do primeiro contra o segundo e a revolta deste contra aquele. (HERMOGENES, s d / P- 16). O papel do educador é fundamental para o desenvolvimento do aluno (a), tornando possível seu aprendizado e sua convivência na família, na escola e na sociedade. Para que aconteça a verdadeira aprendizagem é importante o compromisso, o empenho nas leituras, no aproveitamento da atividade disponibilizada para refletir e aprimorar a prática pedagógica, entre outros aspectos tão importantes na formação profissional do professor. Após o estudo deste curso desenvolva a atividade de conclusão do curso para ser avaliada. Esperamos que este curso contribua para o aprimoramento profissional. BOM ESTUDO! O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO - CÓDIGO: 5506 4 WWW.CEDUCAF.COM.BR SUMÁRIO Introdução...........................................................................................................................................05 Afeto: indispensável na atividade de ensinar.....................................................................................06 A prática pedagógica e a afetividade................................................................................................. 07 Dimensões cognitivas e afetivas.........................................................................................................09 A influência da parte afetiva no desenvolvimento do ser humano.....................................................10 Afetividade e inteligência...................................................................................................................14 Afetividade.........................................................................................................................................15 Inteligência.........................................................................................................................................16 A afetividade na escola.......................................................................................................................18 Papel da escola...................................................................................................................................20 Papel do professor..............................................................................................................................22 Compreensão do aluno.......................................................................................................................25 A relação dos pais e a aprendizagem..................................................................................................26 Família e aprendizagem......................................................................................................................28 O amor no ambiente familiar..............................................................................................................29 Considerações finais...........................................................................................................................32 Avaliação de conclusão do curso........................................................................................................34 O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO - CÓDIGO: 5506 5 WWW.CEDUCAF.COM.BR INTRODUÇÃO O presente curso traz um estudo sobre o tema afetividade como fator influenciador no processo de aprendizagem e no que tange o rendimento escolar da criança. A afetividade repassada aos alunos é fator fundamental e absolutamente necessária no alicerce do ato de aprender. Isto, porque somos parte fundamental na construção desses alunos. Pensa-se que para a adequação da aprendizagem, em qualquer nível, se faz necessário o estabelecimento do vínculo afetivo, que possibilita o entendimento entre professor e aluno. A emoção na educação reflete uma educação escolar compromissada com a formação de pessoas livres, íntegras, criativas e amorosas. Onde conhecer é pensar, é inventar, é descobrir a capacidade criadora que cada ser possui dentro de si aprimorando a capacidade dos alunos para enfrentar os problemas presentes e futuros. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO - CÓDIGO: 5506 6 WWW.CEDUCAF.COM.BR AFETO: INDISPENSÁVEL NA ATIVIDADE DE ENSINAR Todo trabalho, envolve algum investimento afetivo por parte do trabalhador. No caso do professor, a relação afetiva é obrigatória para o próprio exercício do trabalho. Para que o trabalho atinja seus objetivos, a relação afetiva necessariamente tem que ser estabelecida. Quando o professor estabelece um elo afetivo com seu aluno, cria um ambiente agradável, propício para a construção do conhecimento. O aluno, sentindo-se querido, passa a se dedicar mais aos seus estudos, e a tarefa de estudar deixa de ser apenas uma obrigação, tornando-se agradável. “O aluno que se sente aceito e merecedor da confiança do professor manifesta entusiasmo e interesse na realização das atividades escolares, tornando-se responsável diante dessas atividades”. (PILLETI, 1996, p.23). Sabe-se que uma atitude positiva do professor em relação à matéria, aos alunos e ao seu próprio trabalho é fundamental importância para a eficiência da aprendizagem por parte dos alunos. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 7 WWW.CEDUCAF.COM.BR A PRÁTICA PEDAGÓGICA E A AFETIVIDADE O trabalho de educar tem tudo para ser o melhor e ao mesmo tempo é um tipo de trabalho dos mais delicados em termos psicológicos. É o professor quem controla seu processo produtivo em sala de aula, emboratenha que cumprir um programa, possui liberdade de ação para criar, definir ritmos e atividades programáticas, que são planejadas de maneira flexível, diretamente relacionada com o interesse da criança, que façam provocar a indagação e a exploração do saber. O objetivo do trabalho do professor é a aprendizagem dos alunos. Para que a aprendizagem ocorra, muitos fatores são necessários. Capacidade intelectual e vontade de aprender por parte dos alunos, conhecimento e capacidade de transmissão dos conteúdos por parte do professor. Entretanto, existe um fator que funciona como um catalisador: “afetividade”. Considera-se que é pela afetividade que a criança, especialmente na primeira série do primeiro grau, se sente e se mostra encorajada a participar na sala-de-aula, notadamente quando professor se interessa, conferindo atenção ao que ela fala. Forma-se assim, uma corrente de elos de afetividade, onde o professor se propõe a ensinar e os alunos se dispõem a aprender. “A sincronia entre professores e alunos indica a intensidade da relação estabelecida entre eles. Estudos realizados em salas de aulas mostram que quanto mais estreita dor a coordenação dos movimentos entre professor e aluno, mais eles são amigáveis entre si, satisfeitos, entusiasmados, interessados e abertos na interação. Esse alto nível de sincronia indica que as pessoas envolvidas gostam uma das outras”. (GOLEMAN, 1995, p. 130). Essa troca entre os dois, se motivação, cooperação, boa vontade, faz com que cumprir as obrigações deixem de ser tarefas árduas para os alunos. Com isso, o professor desperta o interesse do aluno para o assunto que ele quer trabalhar. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 8 WWW.CEDUCAF.COM.BR Esta conquista envolve um enorme investimento de energia afetiva, canalizada para a relação estabelecida entre aluno e professor. É nesta sincronia dos passos, na harmonia dos momentos, que o professor transfere seus conteúdos e o aluno fixa o conhecimento. “É mediante o estabelecimento de vínculos afetivos que ocorre o processo ensino-aprendizagem”. (CODO, 1999, p. 50). O professor necessita que os alunos estejam do seu lado, se estiverem contra ele, funcionarão como obstáculos e qualquer conteúdo a ser assimilado. O professor precisa que os alunos confiem em si, acreditem que o conteúdo lhes será útil. Se a relação afetiva com os alunos não se estabelecer, é ilusão acreditar que o sucesso do educador será completo. Se os alunos não se envolvem, poderá até ocorrer algum tipo de fixação, mas não ocorrerá nenhum tipo de aprendizagem significativa. Deixando sérias lacunas no processo ensino-aprendizagem. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 9 WWW.CEDUCAF.COM.BR DIMENSÕES COGNITIVAS E AFETIVAS Ao longo da história da psicologia, as dimensões cognitivas e afetivas têm sido tratadas de forma separadas. Atualmente, percebe-se uma tendência de reunião desses dois aspectos, na tentativa de recomposição do ser psicológico completo. Existem dois pressupostos complementares na teoria de Vygotsky, que esboçam uma posição a respeito do lugar do afetivo no ser humano. A primeira perspectiva é a monista, que se opõe a qualquer decisão das dimensões humanas como corpo/alma, mente/alma, pensamento/linguagem mais especificamente. A segunda é a abordagem holística, que se opõe ao estudo dos elementos isolados. Tanto o monismo como a abordagem globalizante buscam a pessoa como um todo, não separam afetivo e cognitivo como dimensões isoláveis. “Vygotsky, menciona, explicitamente, que um dos principais defeitos da psicologia tradicional é a separação entre os aspectos intelectuais, de um lado, e os volitivos e afetivos, de outro, propondo a consideração da unidade entre esses dois processos”. (OLIVEIRA apud VYGOTSKY, 1992, p. 76) Ele coloca que o pensamento tem sua origem na esfera da motivação, a qual inclui inclinações, necessidades, interesses, impulsos, afeto e emoção. “A análise em unidades indica o caminho para soluções desses problemas de importância vital. Demonstra a existência de um sistema dinâmico de significados em que afetivo e o intelectual se unem. Mostra que cada ideia contém uma atitude transmutada com relação ao fragmento da realidade ao qual se refere. (...)” (Vygotsky, 1989, p. 6) A importância das conexões entre as dimensões cognitivas e afetivas do funcionamento psicológico do homem destaca-se como uma constante no pensamento de Vygotsky. Segundo ele, não há maneira simples de compreender O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 10 WWW.CEDUCAF.COM.BR nenhuma delas isoladamente. Sua verdadeira essência é serem inter-relacionadas. O afeto e o intelecto estão inteiramente enraizados nesta inter-relação. Segundo Lima (1999, p. 90). “A evolução afetiva e social da criança obedece às leis de um processo geral evolutivo que corresponde ao aspecto cognitivo, sendo que os aspectos afetivos, sociais e cognitivos da conduta são indissociáveis”. Esses “aspectos estão ligados uns aos outros, nenhum deles pode funcionar separadamente”. A INFLUÊNCIA DA PARTE AFETIVA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO SER HUMANO Piaget estuda o sujeito epistêmico, ideal, como se desenvolve a inteligência ao longo do crescimento do homem. Ao falar sobre afetividade, Piaget diz: “A afetividade é caracterizada por suas composições enérgicas, com cargas distribuídas sobre um objeto ou outro (cathexis) segundo as ligações positivas ou negativas. O que caracteriza, pelo contrário, o aspecto cognitivo da conduta é a sua estrutura”. (1983, p. 226-227). Não existe um fato afetivo sem um componente cognitivo. Mas o afetivo não modifica a estrutura cognitiva e vice-versa. Nenhum processo afetivo modifica o fato de que 2 + 2 são 4. A evolução dos sentimentos é a organização da vontade que para Piaget, é: “O equivalente afetivo das operações cognitivas”. (Lima apud PIAGET, 1999, p. 97). Com os processos afetivos desenvolveram-se paralelos às estruturas cognitivas, avaliando-se os estágios do desenvolvimento cognitivo, pode-se ter uma visão do desenvolvimento afetivo. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 11 WWW.CEDUCAF.COM.BR A educação da atividade consiste em garantir o interesse pelas pessoas ou pelas atividades, pois se manifesta pelos interesses e pela motivação. “Piaget admite que desregulações do caráter afetivo possam obstruir o funcionamento da atividade cognitiva”. (Idem, p. 91). Mas, à volta a normalidade na área afetiva, não dispensa a recuperação dos prejuízos causados na área cognitiva. Percebe-se que os educadores, não tomam conhecimento dessas perdas intelectuais, não levando em consideração os problemas afetivos dos alunos. Esses alunos com problemas pelas primeiras etapas do aprendizado, progredindo gradativamente. Revendo a literatura sobre o tema: ASSMANN (1998); CODO (1999); GOLEMANN (1995); LATAILE, OLIVEIRA, DANTAS (1992); LIMA (1998); SALTINI (1997) e SPITS (1988). Assmann (1998, p.29), ao falar sobre a ternura na educação diz: “Reencantar a educação significa colocar a ênfase numa visão da ação educativa como ensinamento e produção de experiências de aprendizagem. Pois, a educação se confronta com essa apaixonante tarefa: formar seres humanos para os quais a criatividade e a ternura sejam necessidades vivenciadas e elementos definidores dos sonhos de felicidade individual e social”. Precisa-se, reintroduzir na escola o princípio de que toda a origem do conhecimento tem algo a ver com a experiência do prazer, pois ele está diretamente relacionado com reinvenção e a construção do conhecimento. Segundo CODO (1999, p. 61). “A atividadede educar, exige do educador o estabelecimento de um vínculo afetivo e emocional com o objeto de seu trabalho: o aluno. A realização desse afeto é interditada na medida em que a “interferência” do educador do educador sobre o educando nuca pode ser completa, instalado a O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 12 WWW.CEDUCAF.COM.BR possibilidade inquietante (maior que em outras profissões) de perda de controle sobre o produto, e, por essa via, de dúvidas sobre a sua competência profissional”. Esse conflito pode vir à tona em situações concretas. A perda maior ou menos do controle sobre o produto ou as dúvidas sobre a competência profissional só podem se fazer presentes no trabalho nas escolas, no cotidiano das salas de aula. Ao falar sobre este assunto Goleman (1995, p. 130), diz: “Estudos realizados em salas de aula mostram que quando mais estreita for a coordenação de movimentos entre professor e aluno, mais eles são amigáveis entre si, satisfeitos, entusiasmados, interessados e abertos na interação”. Em geral, um alto nível de sincronia numa interação indica que as pessoas envolvidas se gostam. A sincronia reflete a profundidade do engajamento entre as pessoas, se estamos altamente engajados, nossos estados de espírito irão entrelaçar-se, positiva ou negativamente. Segundo Goleman, a coordenação de estados de espíritos é a essência da relação. Ele sugere que uma determinante de eficiência interpessoal é a habilidade com que as pessoas conduzem essa sincronia emocional. São hábeis em sintonizar-se com os estados de espírito das pessoas, suas interações se darão com mais leveza no nível emocional. Dantas (1992, p. 97) diz: “No seu momento inicial, a afetividade reduz-se praticamente às suas manifestações somáticas, vale dizer, é pura emoção. Até aí, as duas expressões são intercambiáveis: trata-se de uma afetividade somática, epidérmica, onde as trocas afetivas dependem inteiramente da presença concreta dos parceiros”. Começa então aquele tipo de conduta que coloca exigências racionais às relações afetivas. Dantas, fala sobre três grandes momentos: afetividade emocional ou tônica, afetividade simbólica e afetividade categorial. Nos momentos dominantes afetivos do desenvolvimento o que está em primeiro plano é a construção do sujeito, que se faz pela interação com os outros sujeitos. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 13 WWW.CEDUCAF.COM.BR De acordo com Lima (1999, p. 91). “A “Educação” da afetividade consiste em garantir o interesse pelas pessoas ou pelas atividades (o objeto amado é aquele que mais satisfaz aos desejos ou as carências do indivíduo, representando o objeto máximo de interesse).”. Seja qual for o nível operatório da atividade, ele depende de cargas energéticas. Os elementos energéticos são os interesses, os esforços, os afetos de todos os tipos que intervêm na conduta em geral, as condutas relativas às pessoas, seu aspecto afetivo e energético, estão constituídas pelo conjunto dos afetos interindividuais, desde as simpatias mútuas mais primitivas até os sentimentos morais. Na socialização, a afetividade é um fator fundamental. Para Saltini (1997, p. 15). “O encontro de amor, seja ele com o objeto ou mesmo com o outro, nasce e transforma-se a vida; mudam-se os destinos, tira-se do nada todo um mundo de projetos e ideias que antes não existiam nasce uma espera, consolida-se um tempo e apalpa-se um espaço. As pulsões se transformam e sublimam-se, e, assim, educamos um ser para si e para o seu meio.” Pois, todo o conhecimento começa com o sonho. Mas sonhar é coisa que não se ensina. “Brota das profundezas do corpo como a água brota das profundezas da terra”. Conhecer é pensar, inventar, é descobrir e conectar as qualidades e atributos dos objetos com própria capacidade criadora. Construo invento, sempre dentro de minhas necessidades e do campo de possibilidades. Esta capacidade confere a chance afetiva, por meio do nível simbólico e cognitivo. SPITS (1988) diz: “Pode-se alegar que mãe não é o único ser humano no ambiente da criança nem o único que tem influência emocional; que o ambiente compreende pai, irmãos, parentes e outros, podendo ter todos eles significado afetivo para a criança”. Mesmo o ambiente cultural e seus costumes têm influências sobre a criança. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 14 WWW.CEDUCAF.COM.BR Tudo isso é evidente, entretanto nem sempre lembramos que nossa cultura é transmitida pela nossa família ao longo do nosso desenvolvimento. AFETIVIDADE E INTELIGÊNCIA A afetividade é a fase do desenvolvimento mais arcaica. O ser humano, desde que nasceu, foi um ser afetivo. Portanto, desde o início da vida, afetividade e inteligência estão sincreticamente misturadas, com o predomínio da afetividade. A diferenciação logo s inicia, mas a reciprocidade entre os dois desenvolvimentos se mantém de tal forma que as aquisições de cada uma repercutem sobre a outra permanentemente. A afetividade volta ao ponto de origem para dar espaço à intensa atividade cognitiva, assim que a maturação põe em ação o equipamento sensório-motor necessário à exploração da realidade. A partir disso a historia da construção da pessoa será constituída por momentos dominantemente afetivos ou dominantemente cognitivos integrados. E cada novo momento terá incorporado às aquisições feitas no nível anterior, na outra dimensão. O que significa que a afetividade para evoluir, depende das conquistas realizadas no plano da inteligência e vice-versa. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 15 WWW.CEDUCAF.COM.BR AFETIVIDADE A afetividade manifesta-se pelos interesses, pela motivação, pelo grau de dinamismo e pelo dispêndio de energia. “Piaget admite que desregulações do caráter afetivo possam obstruir o funcionamento da atividade cognitiva (da mesma forma como as motivações afetivas intensificam a operacionalidade intelectual)”. (Lima apud PIAGET 1999, p. 91). Mas a volta a normalidade, na área afetiva, não dispensa a recuperação dos prejuízos causados na área cognitiva. Essas perdas intelectuais devem ser muito observadas pelos professores, que não levam em consideração os problemas afetivos de seus alunos. Codo, ao falar sobre afetividade, diz: “A palavra afeto vem do latim affectu (afetar, tocar) e constitui o elemento básico da afetividade, conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza”. (1999, p. 51). Costumamos utilizar a forma verbal de o termo afetar, no sentido de influenciar: “o que ele diz sobre mim não me afeta.”. Quando se tratar de analisar o domínio dos afetos, não parecer haver nada de misterioso. A afetividade é comumente interpretada como uma “energia”, algo que impulsiona as ações. Vale dizer que existe algum interesse que motiva a ação. O desenvolvimento da inteligência permite, sem dúvida que a motivação possa ser despertada por um número de objetos ou situações. Segundo La Taille, ao longo desse desenvolvimento, o princípio básico permanece o mesmo: a afetividade é a afetividade é a mola propulsora das ações, e a razão está a seu serviço. (1999, p. 65). Verifica-se que esta solução traz enormes problemas para o saber psicológico. De fato, o dualismo afetividade/Razão é fácil de serem compreendidos os dois termos O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 16 WWW.CEDUCAF.COM.BR é entendida com complementares, a afetividade seria a energia, o que move a ação, enquanto a razão seria o quepossibilita ao sujeito identificar desejos, sentimentos variados, e obter êxito nas ações. Neste caso, não há conflito entre as duas partes. INTELIGÊNCIA Ao falar sobre inteligência, Piaget diz que ela é o mecanismo de adaptação à situação nova, e como tal implica a construção contínua de novas estruturas. (Lima apud Piaget, 1999, p. 211). A inteligência não é um substantivo, é a qualidade das estratégias de ação motora, verbal e mental. Desenvolver a inteligência é criar situações em que se supere a “dificuldade”. A inteligência tem dois vetores: a) Reconstruir o real-representação dos fatos e situações; b) Modificar o real-explicitação dos fatos e situações. Na atividade de reconstruir o real as estratégias reconstroem-se segundo um mecanismo de “equilibração majorante”. Segundo Lima (1999, p. 212). “A humanidade tem prestigiado em demasia o figurativo, em detrimento do operatório. Está na hora de estabelecer um equilíbrio entre o vivencial (princípio do prazer) e aumento da capacidade de modificar o real (reconstrução da realidade)”. Pois, a solução dos problemas do ser humano está na capacidade de desenvolvê-los, na sua inteligência. Percebe-se, que a inteligência necessita estabelecer um vínculo com a afetividade. Porque para que a inteligência funcione, é preciso um motor que é a afetividade. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 17 WWW.CEDUCAF.COM.BR Gardner diz que devemos usar os estados positivos das crianças e atraí-las ao aprendizado, nas áreas onde elas possam desenvolver suas aptidões. (Golemn apud Gardner, 1995, p. 107). Temos de descobrir alguma coisa que gostamos e nos apegar a ela. “É quando as crianças se entediam na escola que brigam e pintam o sete, e quando são esmagadas por um desafio é que ficam ansiosas com o trabalho escolar. Mas aprendemos mais quando temos alguma coisa que nos interessa e nos dá prazer quando nos empenhamos nela”. (GOLEMAN, 1995, p. 107). Muitas escolas que estão colocando em prática o modelo de múltiplas inteligências de Gardner procuram identificar as aptidões naturais das crianças e do aproveitamento dos seus pontos fortes. O conhecimento do perfil de uma criança ajuda o professor a aprimorar a forma de apresentar-se um conteúdo e dar aulas no nível que possa lhe proporcionar um desfio. Pois, a criança interessando-se pelo conteúdo que o professor está ensinando, sua aprendizagem ocorrerá de forma clara e direta. Segundo Dantas (1992, p. 97). “O vínculo afetivo supre a insuficiência da inteligência no início”. Quando ainda não é possível a ação cooperativa que vem da articulação de pontos de vistas bem diferenciados, o contágio afetivo cria elos necessários à ação coletiva. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 18 WWW.CEDUCAF.COM.BR A AFETIVIDADE NA ESCOLA O homem vem registrando acelerada evolução no campo dos conhecimentos científicos e tecnológicos. “Não valeria a pena entrar no terceiro milênio entendendo melhor esse ser humano tão carente de compreensão?” (SALTINI, 1997, p. 14). A escola, no entanto, permanece distanciada, isenta desta responsabilidade. Com isso, cresce o número de pessoas parasitas, improdutivas, vivendo as margens de uma sociedade ser razão alguma, sem forças para lutar. A emoção na educação reflete uma educação escolar compromissada com a formação de pessoas livres, íntegras, criativas e amorosas. Aprimorando a capacidade dos alunos para enfrentar os problemas presentes e futuros. A escola necessita ser construída junto com as crianças, participando, interferindo nas decisões que lhes dizem respeito. Pois ela contribui na construção da nossa identidade, as nossas personalidades, de maneira básica, estrutural, organizando os nossos afetos. “As escolas deveriam entender mais de seres humanos e de amor do que de conteúdos e técnicas educativas. Elas têm contribuído em demasia para a construção de neuróticos por não entenderem de amor, de sonhos, de fantasias. De símbolos e de dores”. (SALTINI, 1997, p. 15). O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 19 WWW.CEDUCAF.COM.BR A escola deve ser um local onde as crianças sintam-se bem, onde encontrem uma relação de companheirismo e afetividade. Essa relação é importante no sentindo em que a criança sente vontade em ir para a escola, sente motivação, pois sabe que encontrará um local onde receberá apoio e atenção. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 20 WWW.CEDUCAF.COM.BR PAPEL DA ESCOLA A escola, em todos os tempos, em todas as sociedades, seja qual for o sistema político sempre teve uma função muita clara, transmitir para as novas gerações o conhecimento acumulado pelas gerações que a antecederam. A questão central da escola é a socialização do conhecimento. A escola transforma-se, quando todos os saberes se colocam a serviço do aluno que aprende, quando os sem voa se fazem ouvir, revertendo a hierarquia do sistema autoritário. Esta escola recupera a sua função social e política, capacitando os alunos para a participação plena na vida social, política, cultural e profissional. Percebe-se, que na maioria das vezes, a escola não age corretamente, prejudicando a aprendizagem do aluno, por não levar em consideração as suas características, sua maturidade, seus interesses, aptidões e seus problemas nervosos e orgânicos. Segundo Pilletti (1996, p. 147). “Esses efeitos negativos sobre o aluno, podem ser minimizados ou anulados, se o professor e a escola procurarem compreender e levar em consideração esses obstáculos, buscando sua superação.” O aluno, sentindo-se aceito pela escola, certamente suas atitudes e seu comportamento irão melhorar, facilitando a sua aprendizagem. E o professor, tendo consciência de seu papel de mediador irá criar condições para que seu aluno se desenvolva, conduzindo-o à aprendizagem. O ambiente escolar, também pode exercer um efeito estimulador para o estudo dos alunos. Os professores devem unir-se à direção da escola e aos pais para tornar a escola um lugar agradável e acolhedor. “Por mais pobre que seja uma escola, sempre há possibilidade de torná-la mais limpa, mais arejada, mais higiênica. A sala de aula fica mais atrativa com cartazes, ilustrações.” (LIBÂNEO, 1992, p. 116). O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 21 WWW.CEDUCAF.COM.BR Um ambiente escolar, assim, faz nascer o amor pela escola, a dedicação aos estudos, com reflexos sensíveis no aproveitamento escolar dos alunos. No entanto, dentro da própria escola há grandes diferenças no modo de conduzir o processo de ensino conforme a origem social dos alunos, ocorrendo a discriminação dos mais pobres. Estes quando conseguem permanecer na escola, acabam recebendo uma educação e um preparo intelectual insuficiente. “Há uma ideia difundida em boa parte dos educadores de que o papel da escola é apenas o de adaptar as crianças ao meio social, isto é, de ajustá-las às regras familiares, sociais e ao exercício de um profissional”. (LIBÂNEO, 1992, p. 36) Nesse caso não se pensa numa educação interessada na transformação da sociedade, trata-se de desenvolver aptidões individuais para a integração na sociedade. A escola não pode ignorar que as desigualdades sociais são um obstáculo ao desenvolvimento humano, por isso, precisa aliar sua tarefa de transmissão dos conhecimentos às lutas sociais pela transformação da sociedade. Verifica-se que a proposta de um ensino de qualidade, voltado para a formação cultural e científica, defronta-se com problemas de fora e de dentro da escola. Por outro lado, se é verdade que fatores externos afetam o funcionamentoda escola, há de assegurar uma organização pedagógica, didática e administrativa para um ensino de qualidade associada às lutas concretas. “Em síntese, a escola é um meio insubstituível de contribuição para as lutas democráticas. (...)” (LIBÂNEO, 1992, p. 39). A escola pela qual devemos lutar hoje visa o desenvolvimento científico e cultural do povo, preparando as crianças e jovens para a vida, para o trabalho e para a cidadania, através da educação. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 22 WWW.CEDUCAF.COM.BR PAPEL DO PROFESSOR A ideia que fazemos de escola quase sempre inclui o seguinte quadro: um professor tentando ensinar alguma coisa a uma turma de alunos. Na verdade, o professor enquanto ensina, também aprende, e o aluno, enquanto aprende, também ensina. O professor não é o senhor absoluto dono da verdade e dos alunos. Os alunos são pessoas iguais a ele, e sua liberdade precisa ser respeitada pelo professor. Com isso, o professor perceberá que ele também é uma pessoa, e não apenas um instrutor ou transmissor de ordens e conhecimentos. Segundo Piletti (1996, p. 21). “O aluno às vezes aprende muito mais com que o professor faz ou deixa de fazer, do que com aquilo que o professor diz.” É importante que o professor tenha consciência de que além do mero transmissor de conhecimentos, ele é mais um dos exemplos adultos que os alunos em desenvolvimento poderão vir a imitar. Considera-se que o objeto do trabalho do professor é a aprendizagem dos alunos. E o principal fator para que a aprendizagem ocorra, é a afetividade. O professor precisa estabelecer um vínculo afetivo com seu aluno, para que ele possa ensinar e o aluno possa aprender. Para que este vínculo afetivo se estabeleça, é necessário que haja uma troca entre os dois, de cooperação, boa vontade, enfim, que exista uma sinfonia entre professor e aluno. Segundo Codo (1999, p. 59): “O papel do professor acaba estabelecendo um jogo de sedução, onde ele vai conquistar atenção e despertar o interesse do aluno para o conhecimento que ele está querendo abordar”. Esta conquista envolve um grande investimento de energia afetiva na relação estabelecida entre aluno e professor. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 23 WWW.CEDUCAF.COM.BR “A atividade de educar, exige do educador o estabelecimento de um vínculo afetivo emocional com o objeto de seu trabalho: o aluno. A realização desse afeto é interditada na medida em que a “interferência” do educador sobre o educando nunca pode ser completa, instalando a possibilidade inquiete de perda de controle sobre o produto, e, por essa via, de dúvidas sobre a sua competência profissional”. (CODO, 1999, p. 61). Este conflito pode vir a tona em situações concretas, pois a perda maior ou menor do controle sobre o produto ou sobre a competência profissional só possa se fazer presente no trabalho, nas escolas. É no cotidiano da sala de aula que os educadores irão colocar à prova sua competência no processo de ensino- aprendizagem. Nesse embate cotidiano o vínculo afetivo e emocional com alunos, exigido pela atividade de ensinar, será interditado pela realidade de trabalho, imposto pela escola. Essa relação afetiva com os alunos não se estabelece, se os movimentos são bruscos e os passos fora do ritmo, não havendo aprendizagem por parte do educando. Todo profissional da educação nunca deve esquecer que a criança sente necessidade afetiva em toda a sua expressão. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 24 WWW.CEDUCAF.COM.BR As relações afetivas assumem um papel especial no quadro educativo do aluno, podendo ser vistas como características pessoais, interagindo com a aprendizagem na escola. Portanto, o professor deve lembrar que um acontecimento que destrói a práxis educacional, despertando sentimentos negativos tais como: ansiedade e medo ou preocupação demasiada, pode gerar comportamentos desordenados, confusos, impedindo a criança de decidir-se nas tarefas. Tendo que usar energia para controlar suas ansiedades, seus medos. Não sobrará muita dela para dedicar-se a tarefa da aprendizagem. A criança cria uma barreira e seu aproveitamento escolar acaba sendo prejudicado, tendo como consequências sérias, levando-a até mesmo a comportamentos externos que passam da agressão à passividade, em especial se a situação acarreta castigos que sabe não merecer. Felizmente, a prática diária revela que uma parcela significativa do professorado, abomina a coação e o castigo, recorrendo ao trabalho participativo do aluno, solicitando condições e capacidades específicas, através de relações mais afetivas e humanas. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 25 WWW.CEDUCAF.COM.BR COMPREENSÃO DO ALUNO O aluno não é um ser ideal, abstrato. É uma pessoa concreta, com preocupações e problemas, defeitos e qualidades. É um ser em formação, que precisa ser compreendido pelo professor, para que tenha condições de desenvolver-se de forma harmoniosa e equilibrada. O professor precisa ter condições de compreender seus alunos e desenvolver um trabalho mais eficiente. Pois, o aluno esta em formação, em desenvolvimento. E em cada uma dessas etapas de desenvolvimento tem características diferentes, maneiras diferentes de entender as coisas. Por isso, a importância para o professor o conhecimento integrado do aluno, em seus aspectos físicos, emocional, intelectual e social. Segundo Piletti, “A escola geralmente dá mais importância ao desenvolvimento intelectual do que aos outros aspectos. Mas cabe à escola suprir as deficiências e contribuir para o desenvolvimento físico, emocional e social dos alunos”. (1996, p. 24) No decorrer de sua vida, o aluno sofre uma série de influências que vão ter repercussões, negativas ou positivas, em seu trabalho escolar. Se essas influências estão de acordo ao trabalho escolar, podem ser benéficas para a aprendizagem. Em alguns casos, verifica-se que a família e a escola orientam a criança em sentidos diferentes. Esse conflito irá prejudicar a criança em seu trabalho escolar. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 26 WWW.CEDUCAF.COM.BR O professor precisa ter consciência das dificuldades encontradas pelos alunos na escola. Ajudando-nos a superarem seus conflitos, compreendendo suas necessidades, suas características individuais e seu desenvolvimento, físico, emocional, intelectual e social. A RELAÇÃO DOS PAIS E A APRENDIZAGEM Os pais amam os filhos, mas com frequência, odeiam muitas coisas que eles fazem o que deforma esse amor. Cada vez e com mais frequência, os pais precisam trabalhar, para proporcionar um pouco mais de conforto aos filhos. Quando chegam em casa, gostariam de encontrar um lar aconchegante, harmonioso, para esquecer o dia exaustivo. No entanto, precisam dar atenção aos filhos, pois, ficaram longe durante todo o dia, e geralmente o que encontram são problemas que precisam ser envolvidos. Não encontram sossego exatamente. Encontram filhos, precisam de ajuda, de atenção e de carinho. Acontece que os pais muitas vezes não têm tempo, paciência e nem disposição para confortar seu filho. Contribuindo para torná-los carentes de afeto com dificuldades e de se relacionarem com as pessoas. Quando essas crianças chegam à escola, querem receber carinho, atenção, apoio, o que elas não encontram em casa. Se ao chegarem à escola, encontrarem um O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 27 WWW.CEDUCAF.COM.BR educador que saiba lidar com a sua carência afetiva, provavelmentea aprendizagem dessa criança dessa criança transcorrerá de forma normal, acompanhando o ritmo de seu professor. Pois, recebendo atenção e carinho por parte de seu professor, de certa forma suprirá a carência afetiva por parte dos pais. Isso pode ocorrer com algumas crianças, outras, a carência é tanta que nem o professor com sua dedicação, paciência e afeto ajudará em seu desenvolvimento escolar. Mas, não se pode afirmar que toda carência afetiva, será suprida por outras pessoas, fora do contexto familiar. “A demanda afetiva exigida pelos alunos é bastante intensa e pode colocar o indivíduo numa posição delicada, onde a tensão entre estabelecer ou não o vínculo assuma grandes proporções e desencadeia um conflito extremamente doloroso”. (CODO, 1999, p. 59). A criança não sabendo lidar com essa falta afetiva torna-se rebelde, agressiva, fazendo o possível para chamar atenção, ser notada pelos pais. Essa rebeldia, em geral ocorre na escola, com colegas e professores. Tornando-se um problema para a escola e seus pais. A criança desequilibrada emocionalmente revela que algo vai mal com sua família, e que o fato não-aprender expressa esta realidade. Quando os pais são chamados para conversar sobre seu filho, muitos não aceitam o fato de serem apontados como crianças rebeldes, mal-comportadas, agressivas. Finalmente quando aceitam o problema, resolvendo procurar ajuda para seus filhos, percebem o quanto estava distante deles, sem dar atenção carinho, amor, ou simplesmente parar ouvir o que eles tinham para lhes contar. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 28 WWW.CEDUCAF.COM.BR “A simples atenção da família ao se preocupar em levar a criança a um profissional já é para ela o indicador de que os pais passaram a se interessar mais por elas”. (WEISS, 1997, p. 33). Esse interesse dos pais em relação aos problemas de seus filhos, faz com que eles reflitam sobre questões que consideravam irrelevantes, pensando mais em suas vidas e em seus filhos. FAMÍLIA E APRENDIZAGEM As primeiras experiências educacionais da criança geralmente são proporcionadas pela família. A maior parte das influências que os pais exercem sobre os filhos é inconsciente. Muitos pais não têm plena consciência de que seus comportamentos, seus gestos e suas atitudes para com os outros, têm enorme influência sobre o desenvolvimento do filho. “O que é ensinado inconscientemente, sem a intenção de ensinar, normalmente permanece por mais tempo”. (PILETTI, 1996, p. 275) Os sentimentos que os pais têm em relação a criança, durante os anos anteriores a escola, são de fundamental importância para o desenvolvimento posterior da criança e para sua aprendizagem escolar. Esses sentimentos contribuem para que a criança desenvolva o conceito de si própria, o conceito do mundo e de seu lugar no mundo. Esse conceito, que a criança faz dela mesma, é a base de toda a aprendizagem, se a criança se julga capaz de aprender, aprenderá muito mais do que a criança que é incapaz. Parte da influência dos pais provém da maneira como eles encaram a aprendizagem escolar, no caso da leitura, por exemplo, os pais compram livros para que seus filhos leiam. Acontece que os pais não leem, pois preferem ver televisão, O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 29 WWW.CEDUCAF.COM.BR passear, etc., mas nunca pegam um livro para ler. Com esses exemplos, o filho não terá muito interesse para leitura. Esses exemplos mostram como os pais podem influenciar a aprendizagem que os filhos vão aprender na escola, com atitudes e valores que passam aos filhos, sem a intenção de ensinar. O AMOR NO AMBIENTE FAMILIAR Sabe-se, que o amor dos pais é a condição indispensável para a educação das crianças. Quando os pais amam os filhos, estes desenvolvem atitudes positivas em relação a si mesmas, aos outros e à vida. Os filhos aprenderem a amar, a si mesmos e aos outros. Quando os pais se amam, os filhos sentem confiança, seguros, interessados. Na convivência social, são respeitadoras e amigas. Na escola, as crianças bem amadas geralmente são participantes, interessadas. Na convivência social, são respeitadoras e amigas. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 30 WWW.CEDUCAF.COM.BR No entanto, percebe-se que a criança que vive com pais que não se amam e não a ama, o resultado pode ser desastroso. Pois os problemas dos pais, com suas atitudes negativas diante da vida e dos outros passarão para os filhos. Essas crianças mal-amadas tornam-se agressivas revoltadas e sem interesse pelas suas atividades escolares. Ao falar sobre a falta de amor por parte dos pais, Shinyashiki diz: “Nenhuma criança aguenta a indiferença dos pais ! Um beijo é melhor que um tapa. Mas, um tapa é melhor do que a indiferença...! E, por não aguentar a indiferença, a criança, vai experimentar condutas diferentes para chamar a atenção, até encontrar algumas que funcionem”. (1986, p. 29). A criança, para receber estímulos, se não tem afeto, qualquer coisa serve: uma tapa dos pais, gritos ou desprezo. Isso são exemplos de afetos negativos, pois elas satisfazem a necessidade de atenção da criança, ainda que produzindo dor e sentimentos de rejeição. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 31 WWW.CEDUCAF.COM.BR Frequentemente, os pais não dispensam a atenção necessária aos filhos, ou dão o tipo específico de atenção que o filho queira receber. Os pais proporcionam aos filhos muito apoio financeiro, mas, os filhos queriam seus pais brincando com eles. Segundo Shinyashiki, ficar sem atenção é parecido a morrer. Para evitar essa situação, surgem condutas para romper a indiferença. Muitas vezes, essas condutas são periódicas, como um problema escolar. Outras vezes, esta conduta pode se estabelecer, tornando o indivíduo um fracasso profissional. Conclui-se que estas condutas negativas acontecem devido à falta de apoio, carinho, atenção e amor no ambiente familiar em que vive a criança. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 32 WWW.CEDUCAF.COM.BR CONSIDERAÇÕES FINAIS O que se conclui em função das leituras e reflexões pessoais, foi de que o processo ensino aprendizagem vai muito além da simples apreensão de conteúdos. Significa o conjunto de todos os processos tendentes a formar o homem na sua personalidade integral. Isto requer, sobretudo, um relacionamento harmonioso entre professor/aluno, de modo a permitir a adaptação escolar, auxiliando o educando a vencer suas dificuldades de ordem afetiva. Especialmente gerada no meio familiar, sejam por motivo de trabalho e consequente ausência dos pais ou por incompreensão dos mesmos que desconhecem ou ignoram a importância do afeto. Ao professor competente não somente transmite conteúdos, que é o mais cobrado na escola. É preciso saber trabalhar a afetividade, vivenciando-a e na medida das necessidades dos alunos, doá-la plenamente. É, sem dúvida, a condição que proporciona ao aluno, maior determinação, independência e autoaceitação. Compete ao professor, contribuir amplamente para o desenvolvimento emocional do seu aluno, ensinando-lhe como enfrentar as várias situações da vida. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 33 WWW.CEDUCAF.COM.BR REFERÊNCIAS ASSMAN, Hugo. Reencarnar a Educação: rumo à sociedade aprendente. Petrópolis, R.J. Vozes, 1998. CODO, Wanderley. Educação: carinho e trabalho. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. GOLEMAMAN, Daniel, Inteligência Emociona: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetivo, 1995. LA TAILE, Yves, Oliveira, Marta Kohlde, DANTAS, Heloysa. Piaget, Vigotsky, Wallon: Teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summs, 1992. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Costez, 1992. LIMA, Lauro de Oliveira. Piaget: sugestões aos educadores. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. PIAGET, Jean. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1983. PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. São Paulo: Ática, 1996. SALTINI, Cláudio. Afetividade e Inteligência. Rio de Janeiro: DP e A, 1997. SHINYASHIKI, Roberto. A Carícia Essencial: uma psicologia do Afeto. São Paulo: Tapia, 1986. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 34 WWW.CEDUCAF.COM.BR AVALIAÇÃO DE CONCLUSÃO DO CURSO 5506 CARO (A) CURSISTA. DESENVOLVA AS ATIVIDADES CORRESPONDENTES PARA CERTIFICAÇÃO DO CURSO. 1 - Assinale a alternativa incorreta: A - Dificilmente o trabalho envolve algum investimento afetivo por parte do trabalhador educacional. B - Quando o professor estabelece um elo afetivo com seu aluno, este cria um ambiente agradável, propício para a construção do conhecimento. C - O aluno, sentindo-se querido, passa a se dedicar mais aos seus estudos, e a tarefa de estudar deixa de ser apenas uma obrigação, tornando-se agradável. D Sabe-se que uma atitude positiva do professor em relação à matéria, aos alunos e ao seu próprio trabalho é de fundamental importância para a eficiência da aprendizagem por parte dos alunos. 2 - Segundo CODO, 1999. É mediante o estabelecimento de vínculos afetivos que ocorrem o processo de: A) Linguagem B) Alfabetização C) Ensino-aprendizagem D) Assimilação 3 - Segundo Lima (1999, p. 90). “A evolução afetiva e social da criança obedece às leis de um processo geral evolutivo que corresponde ao (s) aspecto (s): A) Somente social B) Somente Cognitivo C) Somente o afetivo D) Sendo que os aspectos afetivos, sociais e cognitivos estão ligados uns aos outros, nenhum deles pode funcionar separadamente”. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 35 WWW.CEDUCAF.COM.BR 4 - Assmann (1998, p.29), ao falar sobre a ternura na educação diz: “Reencantar a educação significa colocar a ênfase numa visão da ação educativa como ensinamento e produção de experiências de aprendizagem. A) - Formar seres humanos para os quais a criatividade e a ternura não sejam necessidades vivenciadas e elementos definidores dos sonhos de felicidade individual e social. B) - Formar seres humanos para os quais a criatividade e a ternura sejam necessidades pouco vivenciadas e sem elementos definidores dos sonhos de felicidade individual e social. C) - Formar seres humanos para os quais a criatividade e a ternura sejam necessidades vivenciadas e elementos definidores dos sonhos de felicidade individual e social. D) - Formar seres humanos para os quais a criatividade e a ternura sejam necessidades vivenciadas e elementos definidores dos sonhos de felicidade somente individual e nunca social. 5 - Na socialização, a afetividade é um fator fundamental: A) Pois transforma uma vida B) Desestrutura uma vida C) Desinforma uma vida D) Desconstrói uma vida 6- Assinale a frase que se identifica com o texto: Cada vez e com mais frequência, os pais precisam trabalhar, para proporcionar um pouco mais de conforto aos filhos. Quando chegam em casa, gostariam de encontrar um lar aconchegante, harmonioso, para esquecer o dia exaustivo. No entanto, precisam dar atenção aos filhos, pois, ficaram longe durante todo o dia, e geralmente o que encontram são problemas que precisam ser envolvidos. A) Os pais devem chegar em casa do trabalho exaustivo e negligenciar a atenção dos filhos. B) A família precisa viver em harmonia para mostrar para que a criança sinta que o seu lar é acolhedor e amoroso. C) Primeiro os pais devem resolver os problemas, depois se tiver um tempinho olhar o caderno do filho (a). D) A família está muito bem, obrigada! O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 36 WWW.CEDUCAF.COM.BR 7- CODO, 1999, p. 59.... Afirma que: A) “A demanda afetiva exigida pelos alunos é bastante intensa e pode colocar o indivíduo numa posição indelicada, onde a tensão entre estabelecer ou não o vínculo assuma grandes proporções e desencadeia um conflito extremamente doloroso”. B) “A demanda afetiva exigida pelos alunos é bastante intensa e pode colocar o indivíduo numa posição delicada, onde a tensão entre estabelecer ou não o vínculo assuma grandes proporções e desencadeia um conflito extremamente doloroso”. C) “A demanda afetiva exigida pelos alunos é bastante intensa e pode colocar o indivíduo numa posição delicada, onde a tensão entre estabelecer ou não o vínculo assuma pequenas proporções e desencadeia um conflito extremamente doloroso”. D) “A demanda evolutiva exigida pelos alunos é bastante intensa e pode colocar o indivíduo numa posição delicada, onde a tensão entre estabelecer ou não o vínculo assuma grandes proporções e desencadeia um conflito extremamente doloroso”. 8- É fato segundo o autor PILETTI, 1996, p. 275, que: A) “O que é ensinado inconscientemente, sem a intenção de ensinar, normalmente permanece por mais tempo”. B) “O que é ensinado inconscientemente, com a intenção de ensinar, normalmente permanece por mais tempo”. C) “O que é ensinado inconscientemente, sem a intenção de ensinar, normalmente não permanece por mais tempo”. D) “O que é ensinado na forma de decoreba, sem a intenção de ensinar, normalmente permanece por mais tempo”. 9- No certame da questão: Parte da influência dos pais provém da maneira como eles encaram a aprendizagem escolar, no caso da leitura, por exemplo, os pais compram livros para que seus filhos leiam. A) Acontece que os pais não leem, pois preferem ver televisão. B) Acontece que os pais não leem, pois preferem estar no celular. C) Acontece que os pais não leem, pois preferem fazer os afazeres de casa. D) Todas as afirmativas estão corretas. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 37 WWW.CEDUCAF.COM.BR 10- “Nenhuma criança aguenta a indiferença dos pais! Um beijo é melhor que um tapa. Mas, um tapa é melhor do que a indiferença...! E, por não aguentar a indiferença, a criança, vai experimentar condutas diferentes para chamar a atenção, até encontrar algumas que funcionem”. (1986, p. 29). A) Ao falar sobre a falta de amor por parte dos pais, Shinyashiki declarou. B) Ao falar sobre a falta de amor por parte dos pais, Vygotsky declarou. C) Ao falar sobre a falta de amor por parte dos pais, Piaget declarou. D) Ao falar sobre a falta de amor por parte dos pais, Henri Wallon declarou. O PAPEL DO ASPECTO EMOCIONAL E AFETIVO NO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO –CÓD. 5506 38 WWW.CEDUCAF.COM.BR AVALIAÇÃO DE CONCLUSÃO DO CURSO 5506 NOME: _______________________________________________________________________ DATA: _____________________________CARGA HORÁRIA: ________________________ CPF:_________________________________RG:_____________________________________ Preencha o cartão resposta e nos encaminhe por e-mail ou WhatsApp. 01 A B C D 02 A B C D 03 A B C D 04 A B C D 05 A B C D 06 A B C D 07 A B C D 08 A B C D 09 A B C D 10 A B C D Assinatura do (a) Cursista CEDUCAF – CENTRO DE EDUCAÇÃO, CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL Rua; Pedro João Pereira, 331 / Mato Alto / CEP: 88904174 Telefone: (48) 3526-0166 Celular WhatsApp: (48) 99623-3849 E-mail: fale@ceducaprofissional.com.br Site: http://www.ceducaf.com.br mailto:fale@ceducaprofissional.com.br http://www.ceducaf.com.br/