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Aula 03
Banco do Brasil (Escriturário-Agente
Comercial) Conhecimentos Bancários -
2021 (Pós-Edital)
Autor:
Amanda Aires, Vicente Camillo
Aula 03
04 de Julho de 2021
 1 
Sumário 
1 - Déficit Público (Primário, Operacional e Nominal) ........................................................................................ 2 
2 - Necessidades de Financiamento do Setor Público ........................................................................................ 6 
3 - Inflação e Déficit Público............................................................................................................................... 9 
4 - Crescimento das Despesas Públicas ............................................................................................................ 12 
5 - Estado Provedor e Estado Regulador ......................................................................................................... 14 
6 - Dívida Pública ............................................................................................................................................. 15 
7 - Mercado Monetário .................................................................................................................................... 21 
7.1 - Títulos ................................................................................................................................................... 26 
7.1.1 - TESOURO PREFIXADO (LTN) ......................................................................................................... 27 
7.1.2 - TESOURO SELIC (LFT) .................................................................................................................... 29 
7.1.3 - TÍTULOS PRIVADOS NO MERCADO MONETÁRIO ....................................................................... 31 
Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 33 
Lista de Questões .............................................................................................................................................. 45 
Gabarito ........................................................................................................................................................... 51 
Considerações Finais ......................................................................................................................................... 51 
Resumo .............................................................................................................................................................. 52 
 
 
Amanda Aires, Vicente Camillo
Aula 03
Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital)
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 2 
1 - DÉFICIT PÚBLICO (PRIMÁRIO, OPERACIONAL E 
NOMINAL) 
O governo desempenha suas atividades financeiras de maneira muito parecida com uma empresa, ou uma 
família. Em resumo, o governo possui receitas, originadas no recebimento de tributos, por exemplo, e 
despesas, que são diversas, mas geralmente classificadas como correntes (manutenção da máquina pública) 
e de capital (investimentos). 
 
O governo pode apresentar, em determinado período, o mesmo valor de despesas e receitas. Mas, na 
prática, isso é muito difícil de acontecer. Geralmente, o governo apresenta despesas mais elevadas que 
receitas, situação denominada de déficit. 
Indo direto ao ponto, temos a seguinte situação: 
𝑫𝒕 = 𝑮𝒕 − 𝑹𝒕 
Considerando 𝑫𝒕 como o déficit no período t, 𝑮𝒕 como o gasto do governo no mesmo período e 𝑹𝒕 como a 
receita, despesas maiores que receitas provocam déficit. Do contrário, receitas mais elevadas que 
despesas, resultam no chamado superávit. 
É importante salientar que o déficit público é uma medida de fluxo, ou seja, deve ser avaliado durante um 
período de tempo (por exemplo, 1 ano, 1 trimestre, 1 mês etc.). 
 
A diferenciação entre variáveis fluxo e variáveis estoque é muito importante em economia e finanças 
públicas. Em geral, as variáveis fluxo podem ser interpretadas como uma torneira vazando água e as 
variáveis estoque como um copo de água. Quanto maior a vazão de água da torneira, mais rápido para 
encher o copo. Ou seja, variáveis fluxo com valores maiores resultam em variáveis estoque maiores. 
Aplicando o exemplo ao nosso caso, quanto mais elevado o déficit público (variável fluxo), maior o aumento 
da dívida pública, que é a variável estoque correspondente. O déficit público é a vazão da torneira, enquanto 
que a dívida pública corresponde ao copo d´água. 
 Mas, não é o momento de tratar este tópico em detalhes. Vamos passo a passo. 
Continuando, a ideia de déficit é muito simples e básica. Mas, há como complicar. E as Bancas exploram isto. 
Amanda Aires, Vicente Camillo
Aula 03
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 3 
Existem diversas maneiras de se medir o déficit público, pois é possível avaliar de distintas maneiras as 
despesas e receitas públicas. Por exemplo, podemos considerar nos cálculos apenas as despesas e receitas 
não financeiras, ou seja, aquelas que não consideram os pagamentos e recebimentos de juros. Ou, de outro 
modo, podemos retirar das despesas com juros o efeito provocado pela inflação, o que resultaria no conceito 
de despesas real com juros. 
Para esquematizar nosso estudo, seguem as 3 medidas de déficit público com todos os comentários e dicas 
para facilitar a resolução de questões: 
✓ Déficit Nominal 
 
É a medida de déficit que considera todas as despesas e receitas incorridas pelo governo em determinado 
período. Aqui entra tudo: despesas com juros, com o pagamento de pessoal, com investimentos e assim por 
diante. Todas as receitas e despesas são medidas pelo seu valor nominal, ou seja, não há correção pela 
inflação. 
 
 
 
 
Assim, ficamos com a expressão já citada: 
𝑫𝒕 = 𝑮𝒕 − 𝑹𝒕 
 
✓ Déficit Primário 
 
O déficit primário é a medida que exclui os pagamentos e recebimentos de juros. Diferentemente do 
conceito de déficit nominal, que considera todas as despesas e receitas, aqui não se contabilizam as despesas 
com juros, amortizações da dívida pública, entre outras despesas e receitas financeiras. 
 
 
 
Défict Nominal
Todas as despesas e receitas incorridas 
pelo governo em determinado período
Todas as receitas e despesas são medidas 
pelo seu valor nominal, ou seja, não há 
correção pela inflação
Défict Primário
Medida que exclui os pagamentos e 
recebimentos de juros
Não se contabilizam as despesas com 
juros, amortizações da dívida pública, 
entre outras despesas e receitas 
financeiras
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Sua expressão é a seguinte: 
𝑫𝒑𝒕 = 𝑮𝒕
𝒏𝒇
− 𝑹𝒕
𝒏𝒇
 
 
Evidente que o sobrescrito nf corresponde a “não financeiro”. A pergunta que surge é a seguinte: qual o 
interesse em se retirar as despesas financeiras? 
 
 
 
O principal motivo é evidenciar a fonte de alimentação da dívida pública. Não podemos considerar as 
despesas com juros, por exemplo, como fator de origem da dívida pública. O nascimento da dívida é sempre 
devido à diferença entre despesas e receitas não financeiras, aos gastos em excesso. É por isso o nome déficit 
primário: é a fonte primária da dívida pública. 
Adicionalmente, o déficit primário é importante medida pela possibilidade de avaliar o superávit primário, 
quando as receitas superam as despesas. O superávit primário é relevante, pois serve de fonte de recursos 
para o pagamento dos juros, de modo que a dívida pública anteriormente contraída se estabilize. 
 
 
 
Vamos imaginar uma situação simples. Digamos que a despesa com juros corresponda a 10% do PIB do país. 
Do mesmo modo, o superávit primário étambém igual a 10% do PIB. Esse número permite que o governo 
pague as despesas com juros sem elevar a dívida pública, pois as despesas com juros serão pagas com a 
economia gerada pelo superávit primário. Se, por exemplo, o superávit primário corresponder a 5% do PIB, 
o excesso de juros sobre o superávit primário (no total 5% do PIB) irá provocar aumento da dívida pública. 
 
Desta forma, a queda do superávit primário, mantendo-se constante todas as outras questões, indica que a 
economia para o pagamento da despesas com juros é menor, o que pode elevar a dívida pública, por 
exemplo. 
 
✓ Déficit Operacional 
 
O déficit operacional é a medida utilizada em um ambiente inflacionário, pois deduz do déficit os efeitos 
da inflação no pagamento de juros. 
 
É interessante entender o porquê deste fato. Do ponto de vista do credor, a taxa de juros é a remuneração 
obtida para ele emprestar o dinheiro para o governo financiar o déficit. No entanto, a inflação corrói o valor 
real desta remuneração. Desta forma, é de se esperar a correção da taxa de juros pela taxa de inflação, para 
que o poder de compra da remuneração se mantenha e o credor se interesse em emprestar o seu dinheiro. 
Ou seja, quanto mais elevada a taxa de inflação, mais elevada será a taxa nominal de juros. 
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Mas, o que importa, é o valor real das despesas com juros, ou seja, a despesa nominal de juros deduzida da 
taxa de inflação. 
 
É por isto que o déficit operacional, ao corrigir as despesas com juros pela inflação, é tão importante em uma 
economia com elevada taxa de aumento de preços. 
Vejamos a expressão que representa este conceito: 
𝑫𝒐𝒕 = 𝑮𝒕
𝒏𝒇
− 𝑹𝒕
𝒏𝒇
+ (𝒊 − 𝝅)𝒕 
Vamos analisar por partes. Como já sabemos, 𝑮𝒕
𝒏𝒇
− 𝑹𝒕
𝒏𝒇
 é o déficit primário. E (𝒊 − 𝝅)𝒕 representa a despesa 
com juros (i) deduzida da inflação (𝝅) no período. 
Ou seja, o déficit operacional é igual ao déficit primário mais a despesa com juros reais. 
 
 
 Por fim, cabe comentar que todas as medidas de déficit são classificadas como “acima da linha”. Apesar da 
estranha denominação, o conceito acima da linha é a forma encontrada para representar a causa do déficit 
público. 
Um pouco abstrato. Mas, vamos facilitar. 
 
Tente se lembrar de quando estava iniciando seus estudos em matemática e precisou fazer uma subtração 
entre os números 10 e 5. Provavelmente sua professora te ensinou a fazer da seguinte maneira: 
10 
Défict 
Operacional
Utilizada em um ambiente 
inflacionário
Deduz do déficit os efeitos da inflação 
no pagamento de juros
- 
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5 
5 
Bom, os valores presentes na subtração estão acima da linha, e o resultado, abaixo da linha. Assim devemos 
interpretar o déficit público. Acima da linha está a causa do déficit, como, por exemplo, um excesso de 
despesas. Abaixo da linha está o valor do déficit, ou seja, a variação da dívida pública – também chamada 
de necessidade de financiamento do setor público. 
Em resumo, o objetivo em se medir o déficit público pelo método acima da linha é evidenciar de maneira 
desagregada as despesas e receitas, de modo que se entenda o porquê do déficit público naquele 
montante. 
Atualmente, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) é o órgão responsável por apurar o déficit público pelo 
método acima da linha, medição que é feita pelo critério de caixa, ou seja, considerando as despesas e 
receitas que foram realmente realizadas (desembolsadas ou pagas) no período em questão. 
2 - NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DO SETOR PÚBLICO 
As necessidades de financiamento do setor público (NFSP) correspondem à variação do endividamento do 
setor público não financeiro junto ao setor financeiro e setor privado, doméstico ou do resto do mundo1. 
Relacionando as NFSP com o déficit público, enquanto este critério demonstra a causa do déficit pelo método 
acima da linha, aquele representa tão somente a diferença entre as despesas e receitas, não informando o 
motivo desta diferença. 
 
 
Por isto, as NFSP são denominadas como critério “abaixo da linha”. É importante ressaltar que o método 
abaixo da linha é o resultado fiscal oficial, calculado pelo Banco Central e utilizado como padrão para as 
contas públicas. 
 
1 Giambiagi, Fábio – Finanças Públicas – 3 ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2008 
Necessidades de financiamento do 
setor público (NFSP) 
Variação do endividamento do setor público não 
financeiro junto ao setor financeiro e setor privado, 
doméstico ou do resto do mundo
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O motivo é simples. Calcular o déficit do governo acima da linha pode muitas vezes deixar valores de lado. 
Imagine a dificuldade em contabilizar TODAS as despesas e receitas do governo central, estados e municípios, 
do INSS, das empresas estatais, do Banco Central e assim por diante. É claro que este método está sujeito a 
erros. 
Mas, calcular a variação do endividamento é muito mais preciso. E a variação do endividamento é 
exatamente o valor das NFSP. 
Vamos citar um exemplo real. 
 
Primeiramente, é importante salientar que a medida de endividamento utilizada para o cálculo das NFSP é 
chamada de Dívida Fiscal Líquida (DFL). 
 A DFL é calcula da seguinte maneira: 
𝑫𝑭𝑳 = 𝑫𝑳𝑺𝑷 − 𝑨𝒋𝒖𝒔𝒕𝒆𝒔 𝑷𝒂𝒕𝒓𝒊𝒎𝒐𝒏𝒊𝒂𝒊𝒔 
Sendo que: 
✓ DLSP ➔ Dívida Líquida do Setor Público, que corresponde a dívida interna e externa do setor 
público (governos federal, estadual e municipal) junto ao setor privado, incluindo a base monetária e 
excluindo os créditos do setor público, tais como as reservas internacionais administradas pelo Banco 
Central, receitas de privatização e outros créditos detidos juntos ao setor privado. 
✓ Ajustes Patrimoniais ➔ Correspondem aos passivos do governo contraídos no passado (chamados 
de esqueletos), mas reconhecidos apenas no presente, além dos resultados das privatizações e outros ativos 
não recorrentes. A lógica é a seguinte: os passivos, que somariam à dívida, devem ser expurgados do cálculo, 
assim como os ativos que ajudariam a reduzi-la, os quais também devem ser retirados do cômputo da dívida 
fiscal líquida. 
Ou seja, a DFL corresponde à dívida líquida do setor público sem considerar efeitos não recorrentes, como 
ativos e passivos gerados ocasionalmente (por exemplo, privatizações). 
Importante notar que a DLSP é de definida como o balanceamento entre as dívidas e os créditos do setor 
público não financeiro (exceto Petrobras e Eletrobrás) e do Banco Central. Os débitos são apurados pelo 
critério de competência, ou seja, a apropriação de encargos é contabilizada na forma pro-rata, independente 
da ocorrência de liberações ou reembolsos no período. E os créditos correspondem aos ativos financeiros do 
setor público junto ao setor privado financeiro, ao setor público financeiro, ao setor privado e ao resto do 
mundo. A regra geral é que os créditos, para serem considerados no levantamento da dívida líquida, devem 
estar registrados no passivo das instituições devedoras do governo. 
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E, a variação da DFL corresponde às necessidades de financiamento do setor público, isto 
é, as NFSP são iguais à variação do endividamento de um período para o outro e calculada 
da seguinte forma: 
𝑵𝑭𝑺𝑷 = ∆𝑫𝑭𝑳 
Sendo que o parâmetro ∆ (delta) representa variação. 
Vamos ao exemplo real. A dívida fiscal líquida em 2012 foi de R$1,441 trilhão. Em 2013, foi de R$ 1,599 
trilhão.A variação entre 2012 e 2013, no valor de R$ 157,5 bilhões corresponde às necessidades de 
financiamento do setor público no mesmo período. Muito dinheiro (!), não é? 
 
As NFSP são também calculadas sob 3 óticas: nominal, operacional e primária: 
NFSP nominal ➔ Corresponde ao conceito de déficit nominal pelo método acima da linha. 
Refere-se à variação da DFL entre dois períodos, como acabamos de discutir 
NFSP operacional ➔ Exclui da variação da DFL o efeito inflacionário, ou seja, deduz a 
correção monetária da variação da DFL. Corresponde ao déficit operacional pelo método 
acima da linha e é importante medida em um ambiente inflacionário. 
NFSP primária ➔ Exclui da variação da DFL as receitas e despesas com juros e encargos da 
dívida. Equivale ao déficit primário pelo método acima da linha. 
Por fim, cabe apenas ressaltar que as NFSP são calculadas pelo critério de caixa, ou seja, considera as 
despesas e receitas efetivamente pagas e recebidas no período em questão, salvo as despesas com juros, 
que são calculadas pelo regime de competência, enfatizando o exercício em que o fato gerador da despesa 
foi realizado. 
 
Portanto, que fique claro: salvo as despesas com juros, o cálculo com as NFSP é feito pelo regime de caixa. 
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3 - INFLAÇÃO E DÉFICIT PÚBLICO 
A existência de déficit público (despesas maiores que receitas) torna necessário o financiamento deste 
déficit. 
Assim como uma família que apresenta despesas domésticas mais elevadas que suas receitas e recorre a um 
empréstimo para o pagamento deste déficit, o governo pode fazer o mesmo, só que de uma maneira um 
pouco distinta: a emissão de títulos públicos. 
 
Digamos que o governo apresente um déficit de R$ 100 bilhões em determinado período. A maneira mais 
óbvia de financiar este déficit é tomando recursos emprestados do setor privado (instituições financeiras, 
empresas, famílias, setor externo etc.). E o governo faz este procedimento emitindo uma promessa de pagar 
o valor do recurso que empresta mais uma remuneração: o documento desta promessa é o título público. 
Os títulos públicos não podem ser adquiridos diretamente pelo Banco Central (isto é vedado pela 
Constituição Federal de 1.988), mas o Bacen pode adquiri-los indiretamente, isto é, negociando-os com a 
iniciativa privada. O Bacen pode, por exemplo, desejar comprar títulos que estão com o setor privado. Nesta 
operação, o Bacen termina com o título e o setor privado com dinheiro. 
E o Banco Central faz isto diariamente. Ocorre que para adquirir estes títulos, o Bacen emite moeda. E esta 
moeda será colocada em circulação na economia, provocando, em certos casos, aumento da inflação. 
E esta é a relação entre o déficit público e a inflação. O aumento dos gastos do governo pode provocar 
inflação, através da emissão de base monetária (moeda emitida pelo Banco Central). 
É muito importante notar que esta emissão de moeda pelo Banco Central equivale a uma receita, do ponto 
de vista do governo. Ora, através dela o governo pode financiar o aumento de suas despesas e do déficit 
orçamentário. Esta receita é conhecida como senhoriagem e, como vimos, consiste na receita real do 
governo advinda do aumento da base monetária. 
 Senhoriagem e Imposto Inflacionário 
Explicando mais detalhadamente, o governo exerce o monopólio de emissão de moeda através da 
autoridade monetária (banco central). Da posse de mais moeda em caixa, a autoridade monetária pode 
financiar o déficit público de várias formas, dependendo da regulação de cada país. Geralmente, há 
limitações a esta sistemática, o que limitaria, em tese, o financiamento do déficit pela emissão de moeda. 
Déficit público 
Financiamento 
necessário
Emissão de 
títulos públicos
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Mas, na prática, ocorre que o governo emite títulos ao setor privado que serão posteriormente adquiridos 
pela autoridade monetária com os recursos criados pela emissão de moeda. Ao invés de existir uma 
transação financeira normal, ocorre uma triangulação “às escondidas”. 
À primeira vista este procedimento parece ocorrer sem problemas. No entanto, a triangulação envolve três 
momentos distintos, como analisaremos adiante. 
O primeiro momento é a realização do déficit e tentativa de financiamento deste a partir da emissão de 
títulos ao setor privado, como já vimos. O resultado é o aumento da taxa de juros básica da economia. 
Com a elevação da taxa de juros, cada vez mais comprar títulos se torna desinteressante, pois o valor de 
mercado dos títulos relaciona-se inversamente à taxa de juros. Portanto, considerando uma família que 
adquiriu um título que custava 100 unidades monetárias aos juros de 10% ao ano, assim que os juros se 
elevam para 20% ao ano, o preço do título se reduz para 91 unidades monetárias. A riqueza da família 
obviamente se reduziu. 
E, logicamente, esta modalidade de financiamento apresenta um limite. A maneira de continuar viabilizando 
o déficit é a autoridade monetária adquirir os títulos. O excesso de demanda pelos mesmos irá elevar o preço 
de mercado dos títulos e reduzir a taxa de juros. 
Os recursos utilizados para esta aquisição pela autoridade monetária são gerados no processo de criação de 
moeda, processo este denominado de senhoriagem. 
Portanto, a senhoriagem representa o processo de criação de moeda pelo setor público para financiar a 
absorção (demanda) do setor público e pode ser medida em termos de poder de compra gerado, ou seja, 
quanto mais de bens e serviços podem ser consumidos pelo processo de criação de moeda, deduzidos os 
custos de cunhagem de moeda (custo de imprimir novas notas nos dias hoje)2. 
 
Mas, será que a receita de senhoriagem pode ser utilizada indiscriminadamente? 
 
Ao que parece não. O processo de criação de moeda provoca o aumento da inflação na economia. Assim, 
o poder de compra gerado pelo processo de senhoriagem é continuamente diminuído, pois é 
 
2 O TCU exige que o Banco Central do Brasil contabilize sem seu balance a receita de senhoriagem desta forma. 
Senhoriagem
Processo de criação de moeda pelo setor público para 
financiar a absorção (demanda) do setor público
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constantemente reduzido pela inflação: ao passo que a emissão de moeda se eleva, a inflação aumenta e o 
governo pode adquirir cada vez menos bens e serviços com o total emitido de moeda. É uma tendência 
explosiva. 
Deste modo, intimamente ligado à senhoriagem está o imposto inflacionário. Sua definição é direta: o 
imposto inflacionário é a transferência de recursos do setor privado ao setor público através da inflação 
gerada pela senhoriagem. 
Sem segredos, quanto maior a emissão de moeda, maior o ônus gerado ao setor privado através da inflação 
e melhor (até certo ponto) para o governo pela possibilidade de adquirir mais bens e serviços. O termo “até 
certo ponto” não foi citado por acaso. 
A receita de senhoriagem, como já dito, aumenta no início da emissão de moeda, mas é reduzida após a 
inflação correr o poder de compra da nova moeda emitida. Já o imposto inflacionário apresenta 
comportamento diferente: ele é menor quando a autoridade monetária inicia as novas emissões de moeda 
e vai aumentando de tamanho à medida que mais moeda é emitida. Logicamente que em um certo ponto a 
receita de senhoriagem e a perda de poder de compra gerada na economia (receita do imposto inflacionário) 
serão iguais. A partir deste ponto, o imposto inflacionário é mais elevado que a senhoriagem. 
 Efeito Tanzi (ou Oliveira-Tanzi) 
Outra importante relação entreinflação e as finanças públicas, além de muito cobrada em concursos, é o 
chamado Efeito Tanzi. 
 
Grande parte das receitas do setor público é derivada da cobrança de tributos do setor privado. Ocorre que 
entre a ocorrência do fato gerador do tributo e a efetiva arrecadação do mesmo há um espaço de tempo, a 
depender da sistemática do próprio tributo ou do sistema tributário. No Brasil, por exemplo, o pagamento 
do imposto de renda não retido na fonte é feito apenas no exercício seguinte à ocorrência do fato gerador. 
Ou seja, é um tempo considerável. 
Bom, agora considere a existência de elevada inflação nesta economia. A inflação irá reduzir o poder de 
compra da receita tributária e, desta forma, o governo irá arrecadar menos em termos reais. Por isto que 
o Efeito Tanzi considera que a inflação possui um efeito adverso à receita tributária, dada a inflação e o 
espaço de tempo entre a ocorrência do fato gerador do tributo e de sua arrecadação. Como não podia ser 
diferente, a existência do Efeito Tanzi provoca elevação do déficit público. 
Para corrigir este problema, o país pode adotar algum sistema de indexação, que corrija o valor de tributo a 
ser pago de acordo com a inflação, ou até mesmo melhorar a eficiência do sistema tributário, de modo que 
reduza o espaço de tempo anteriormente mencionado. 
É claro que elevar a eficiência do sistema tributário é algo mais complicado do que tão somente indexar as 
receitas tributárias, ainda mais considerando países com inflação elevada. 
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 Efeito Patinkin 
Já o Efeito Patinkin possui entendimento contrário à relação entre inflação e finanças públicas. Enquanto o 
Efeito Tanzi considera que a inflação promove redução no valor real das receitas e aumento do déficit 
público, o Efeito Patinkin entende que a inflação reduz o valor real das despesas públicas e contribui assim 
para a redução do déficit público. 
 
Vamos compreender melhor. Na elaboração do orçamento público, feita anteriormente ao exercício de 
vigência, há a discriminação das despesas pelos seus valores nominais, isto é, não considerando a inflação. 
Ocorre que, quando mais o governo conseguir postergar o pagamento destas despesas, mais a inflação irá 
correr o valor real destas. Ou seja, o governo se beneficia desta sistemática quanto mais elevada a inflação 
e mais distante a ocorrência do fato gerador das despesas e seu pagamento. 
É simples perceber que se o governo adotar algum sistema de indexação de suas receitas à inflação e não 
fizer o mesmo com as despesas, o Efeito Patinkin irá superar o Efeito Tanzi. Isto é, se o governo proteger o 
valor real de suas receitas, mas não fizer o mesmo em relação às despesas, terá resultado positivo com a 
aceleração da inflação (Efeito Patinkin supera o Efeito Tanzi). 
Na existência de Efeito Patinkin o déficit público previsto no orçamento é sempre maior que o déficit 
público efetivamente registrado, o que acaba beneficiando o setor público, mas prejudicando a economia 
como um todo, pois a inflação acaba representando um papel importante no “controle” do déficit público. 
Isto ocorreu em demasia no Brasil, sobretudo de meados dos anos 80 até o Plano Real. Como o período 
apresentou elevada inflação, sendo que as receitas públicas eram, em sua maioria, indexadas e as despesas 
não, o Efeito Patinkin superou o Efeito Tanzi, de modo que o déficit orçamentário era superior ao déficit 
efetivamente registrado. 
Tanto que a primeira medida do Plano Real foi a de controlar o déficit público orçamentário, de modo que o 
governo passasse a depender menos da inflação para fechar as contas públicas, o que, por si só, contribuiu 
no controle à inflação. 
4 - CRESCIMENTO DAS DESPESAS PÚBLICAS 
Cada País possui estruturas de gastos distintas. Uns participam mais da alocação de bens e serviços na 
economia, outros direcionam seus esforços na manutenção do bem-estar e qualidade de vida, outros, ainda, 
apenas focam a regulação e o bom ambiente de negócios. 
No entanto, nossa análise pode adotar um padrão deveras útil e de fácil entendimento. Os gastos podem 
ser decompostos em 4 categorias: 
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1) Consumo do Governo ➔ as despesas com consumo corrente e pagamentos ao fator 
trabalho (salários e outros rendimentos a servidores públicos). 
2) Investimento do Governo ➔ inclui as formas de gasto com capital, variação de estoques 
e depreciação, como os investimentos privados. 
3) Transferências ➔ as transferências de recursos concedidas ao setor privado, desde 
subsídios às empresas até pagamentos de pensões aos aposentados. 
4) Juros ➔ os juros indicam a remuneração da dívida pública anteriormente tomada cujo 
valor é expresso através da taxa de juros multiplicada pelo montante da dívida. 
É comum ainda dividir os gastos públicos em correntes (consumo, transferências e juros) e capital 
(investimentos). Em geral, o primeiro apenas mantém a atividade governamental, enquanto o segundo 
contribui para elevar a atuação do setor público ou fornecimentos de bens/serviços. 
Sachs e Larrain (2000) apresentam uma tabela útil na comparação entre países e como eles direcionam o 
gasto público, que segue abaixo adaptada aos nossos fins: 
 
 
Em que pese os gastos serem da década de 1980, é interessante notar como cada país distribui suas 
prioridades. Enquanto países desenvolvidos europeus priorizam transferências ao setor privado, os países 
latino americanos gastam demais com o pagamento de juros da dívida pública. Nosso Brasil está em negrito 
por motivos óbvios. 
Ao final da década de 80, enquanto gastávamos apenas 3,74% das despesas em investimentos, a Coreia do 
Sul destinava 15,26% na mesma linha de gasto. 
Outra questão relevante sobre o gasto público é a análise do seu crescimento em relação ao tempo e ao 
horizonte temporal. Vários estudiosos contribuíram com o assunto, com destaque para Wagner, Musgrave, 
Rostow e Herber. 
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Em resumo, Wagner (autor da famosa “Lei de Wagner”) concluiu que os gastos públicos são elásticos em 
relação ao PIB (possuem elasticidade maior que 1), ou seja, crescem mais que o aumento da produção e 
renda agregada da economia. A Lei de Wagner pode ser resumida pela seguinte afirmação: “À medida que 
cresce o nível de renda em países industrializados, o setor público cresce sempre a taxas mais elevadas, de 
tal forma que a participação relativa do governo na economia cresce com o próprio ritmo de crescimento 
econômico do país”3. 
Para o economista, as principais causas podem ser pontuadas devido (i) ao aumento das atividades 
governamentais com administração da economia (regulação e participação do Estado na economia), (ii) 
elevação da complexidade das relações sociais e econômicas (resultante da urbanização e desenvolvimento 
econômico) e fornecimento de serviços públicos cada vez mais sofisticados (tais como educação e segurança) 
para atender a esta dinâmica e (iii) fornecimento de bem-estar econômico e social. 
Para os demais, o crescimento dos gastos públicos estava relacionado ao estágio de desenvolvimento 
econômico que o país se encontra, os quais exigem um nível de relacionamento do estado com a economia 
e podem ser resumidos da maneira que segue. 
No estágio inicial de desenvolvimento, a necessidade de presença do estado é elevada, sobretudo para 
viabilizar investimentos públicos, fato que eleva em demasia os gastos públicos. Após este estágio, do estado 
é exigido gastos para manutenção das atividades governamentais e complementação do setor privado. No 
estágio final, a participaçãodo estado na economia pode variar dependendo das demandas sociais e rumos 
tomados pela nação na economia internacional. Para Herber, do estado é exigido nova rodada de 
desenvolvimento em função do desenvolvimento tecnológico. Para Rostow, o aumento dos gastos públicos 
neste estágio deve-se às demandas por gastos sociais. Para Musgrave, os gastos sobrem devido à elevação 
da renda per capita e consequente exigência de sofisticação do setor público nas atividades econômicas. 
5 - ESTADO PROVEDOR E ESTADO REGULADOR 
Em geral, os estados participam ativamente no fornecimento de bens e serviços em uma economia que está 
no início de seu processo de desenvolvimento. Na carência de um setor privado estabelecido, é muito 
comum que o estado desempenhe seu papel, provendo os bens e serviços necessários. Nesse contexto, o 
estado é caracterizado como provedor. 
No entanto, o avanço no processo de desenvolvimento e as mudanças ocorridas recentemente na economia, 
muito em função da revolução tecnológica e informacional verificada a partir dos anos 80, provocaram uma 
mudança na natureza das funções econômicas do estado. 
 
3 Rezende, Fernando Antonio - Finanças Públicas – 2. Ed., 2012. 
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De provedor, o estado passou a desempenhar atividades relacionadas à regulação, tendo em vista que a 
oferta de bens e serviços passou a ser executada de maneira eficiente pelo setor privado. 
Não se está afirmando que o estado perdeu seu motivo de ser na economia, mas sim que as crescentes 
mudanças e rápidas evoluções verificadas em todos os setores da economia e da sociedade passaram a exigir 
dele o desempenho de novas funções. Se o setor privado possui mais capacidade e mais eficiência em 
acompanhar o ritmo destas evoluções, o estado pode muito bem deixar de prover e passar a regular estas 
transformações, tornando o processo mais benéfico e menos custoso, do ponto de vista social. 
No Brasil, esta mudança passou a ocorrer a partir de meados dos anos 90, com a quebra de monopólios 
estatais na economia. A privatização de empresas estatais se insere neste contexto, além da criação de 
agências reguladoras responsáveis por regular setores cuja provisão de bens e serviços era antes feita com 
exclusividade pelo setor público. 
 
O setor de telecomunicações é um bom exemplo. Antes monopólio estatal, com a privatização passou a ser 
exercido por diversas empresas, modificando a maneira como a sociedade se relaciona com o setor. 
Você pode não se lembrar, mas uma linha telefônica até meados da década de 90 era considerada um ativo, 
inclusive declarado na Declaração de Imposto de Renda, possuída apenas pelos indivíduos mais favorecidos. 
Hoje, como bem sabemos, a utilização de telefones fixos e móveis é algo corriqueiro, havendo, inclusive, 
mais telefones móveis do que pessoas no Brasil. 
Gostando ou não do processo de privatização, não se pode deixar de notar que ele se faz necessário em 
alguns setores da economia, na medida que deixa ao setor privado a oferta de bens mais suscetíveis à 
inovação, por exemplo, e por isto menos indicados ao setor público. 
O que nos interessa é notar que, neste contexto, o estado passou a exercer mais atividades ligadas à 
regulação do que à provisão de bens e serviços. Sobretudo se analisarmos a oferta de bens e serviços que 
podem ser ofertados pelo mercado, na qual a presença do setor público geralmente é realizada de maneira 
menos eficiente, onerando mais os contribuintes. 
Desde que a regulação se faça de maneira transparente, com custos suportados pela sociedade e 
compatíveis com os benefícios usufruídos e respeite a autonomia dos interesses coletivos, ela é interessante 
do ponto de vista econômico e social. 
6 - DÍVIDA PÚBLICA 
A dívida pública consiste no estoque total de recursos de terceiros utilizados para financiar o déficit 
público. 
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A lógica é de formação da dívida pública (não confundir com o déficit público) é muito intuitiva. À medida 
que o governo aumenta os gastos públicos e o déficit, faz-se necessário tomar recursos emprestados de 
terceiros (setor privado interno e externo) para financiar este déficit. O total de recursos emprestados junto 
aos demais agentes da economia ainda não amortizados corresponde à dívida pública. 
À primeira vista já possível perceber a relação entre déficit e dívida. O déficit público, considerado uma 
variável fluxo (isto é, medido em determinado período de tempo), alimenta o valor da dívida pública, uma 
variável estoque (medida em determinada data). Déficits mais elevados, mantendo-se tudo o mais constante 
(logo mais veremos esta ideia), resultam em maiores dívidas. 
A forma mais usual de se representar a dívida pública é através do índice 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂 𝑷𝑰𝑩⁄ . Como é de 
conhecimento geral, o PIB de determinado país representa a sua produção total em determinado período. 
Desta forma, a 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂 𝑷𝑰𝑩⁄ representa qual a participação, em termos percentuais, da dívida pública no 
produto interno bruto. 
Segundo os dados do Banco Central, o Brasil apresentou relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂 𝑷𝑰𝑩⁄ em 2013 de 56,7%. Ou seja, 
a dívida total do setor público corresponde a 56,7% do produto interno bruto de 2013. 
Mais importante do que conhecer a relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂 𝑷𝑰𝑩⁄ é saber qual a sua sustentabilidade. Ou seja, quais 
os fatores que indicam se ela irá subir, ou mesmo se reduzir. As Bancas adoram testar os candidatos nestes 
conceitos. 
Bom, como já sabemos, quanto mais elevado o déficit, mais elevada a dívida. Sendo mais específico, quanto 
maior o déficit primário, mais elevada a relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂 𝑷𝑰𝑩⁄ . Ou, dito de outro modo, quanto maior o 
superávit primário, provavelmente menor será a relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂 𝑷𝑰𝑩⁄ . Evidente que o PIB deve ser 
mantido constante para que esta relação tenha validade e que o valor do pagamento de juros não pode ser 
superior ao valor do superávit primário. 
O motivo é simples. A geração de maiores despesas primárias (isto é, sem considerar o pagamento de juros 
da dívida anteriormente contraída), exigirá quantidades mais elevadas de títulos públicos emitidos, o que 
eleva a dívida pública. Adicionalmente, os financiadores do déficit público exigem juros cada vez mais 
elevados para financiar um país que incorre em déficits primários cada vez mais elevados, pois a capacidade 
de pagamento destes financiamentos pelo país passa a ficar mais comprometida. Esta união de despesas 
Dívida Pública
estoque total de recursos de terceiros utilizados para 
financiar o déficit público
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primários e juros mais elevadas elevam a dívida em relação ao PIB, ou seja, aumentam a relação 
𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂
𝑷𝑰𝑩⁄ . 
Evidente que o conceito inverso, isto é, o aumento de superávits primários, provoca resultado contrário. A 
realização de receitas superiores às despesas primárias gera uma poupança pública mais elevada, tornando 
mais fácil ao setor público pagar os juros da dívida anteriormente contraída e, consequentemente, reduzir a 
relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂 𝑷𝑰𝑩⁄ . Ressaltando que isto ocorre tão somente se o valor a título de juros pagos não superar 
o valor do superávit primário. 
A variação do PIB também provoca alterações na relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂 𝑷𝑰𝑩⁄ . Vamos imaginar a ocorrência de 
crescimento econômico com dívida constante de um ano para o outro. O valor do PIB irá aumentar, sendo 
que o valor da dívida será mantida constante. Evidentemente, a relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂 𝑷𝑰𝑩⁄ será reduzida. 
Supondo o contrário, ou seja, retração do PIB e dívida constante,haverá aumento da relação 
𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂
𝑷𝑰𝑩⁄ . 
Isto é muito importante. Se o crescimento econômico é superior ao crescimento da dívida pública, a relação 
𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂
𝑷𝑰𝑩⁄ é reduzida, o que é favorável ao país. 
No Brasil, quatro medidas são utilizadas na mensuração da dívida pública: (i) Dívida Bruta do Governo Geral 
(DBGG); (ii) Dívida Líquida do Governo Geral (DLGG); (iii) Dívida Líquida do Setor Público Consolidado (DLSP); 
e (iv) Dívida Fiscal Líquida (DFL). As definições abaixo seguem o Manual de Estatísticas Fiscais do Bacen4 
A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), indicador fiscal muito utilizado para efeitos de comparação 
internacional, abrange, em linhas gerais, o total das dívidas de responsabilidade dos governos federal 
(incluindo INSS), estaduais e municipais, junto ao setor privado (títulos públicos), ao setor financeiro, ao 
Banco Central e ao resto do mundo. 
A DBGG considera, além dos títulos do financiamento mobiliário do Tesouro Nacional, as operações 
compromissadas realizadas pelo Banco Central, abrangendo, assim, toda a dívida mobiliária federal em 
mercado. Em dezembro de 2015, a DBGG totalizou R$3.927,5 bilhões, equivalente a 66,5% do PIB. Em junho 
de 2016, a DBGG totalizava R$4.130,8 bilhões, equivalente a 68,5% do PIB. 
O gráfico abaixo denota a evolução da DBGG: 
 
4 http://www.bcb.gov.br/ftp/infecon/Estatisticasfiscais.pdf 
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O gráfico não exige muita explicação. A DBGG saiu de níveis próximos a 50% do PIB em novembro de 2011 
para 70% em meados de 2016. As causas também são de notório conhecimento: elevado déficit primário e 
baixo crescimento do PIB entre 2011 até 2014 e redução do PIB após este período. 
A Dívida Líquida do Governo Geral é o balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal 
(inclusive INSS), estaduais e municipais. A diferença entre os dois conceitos (Divida Bruta e Líquida do 
Governo Geral) é dada pelos Créditos do Governo Geral, o saldo dos Títulos livres na Carteira do BCB e o 
saldo de equalização cambial (resultado financeiro das operações com reservas cambiais e das operações 
com derivativos cambiais). Em dezembro de 2015, a Dívida Líquida totalizava R$2.272,2 bilhões, equivalente 
a 38,5% do PIB (Tabela 5). Em junho de 2016, a Dívida Liquida totalizava R$2.627,1 bilhões, equivalente a 
43,6% do PIB. 
Por sua vez, os Créditos do Governo Geral incluem ativos com diferentes graus de liquidez. Entre os ativos 
líquidos, destacam-se os impostos governamentais já́ coletados pela rede bancária e ainda não transferidos 
e os depósitos do Tesouro Nacional no BCB (Conta Única). Entre os ativos com menor grau de liquidez, 
incluem-se créditos concedidos a instituições financeiras federais, recursos do Fundo de Amparo ao 
Trabalhador (FAT), e aplicações em fundos e programas. 
A tabela abaixo apresenta estes créditos para os anos de 2014 e 2015: 
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Continuando, a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) consolida o endividamento líquido do setor público 
não financeiro e do BCB junto ao setor privado (títulos públicos), ao setor financeiro e ao resto do mundo. 
 
É o conceito mais amplo de dívida, pois inclui os governos federal, estaduais e municipais, o BCB, a 
Previdência Social e as empresas estatais. 
Em dezembro de 2015, a DLSP totalizava R$2.136,9 bilhões (36,2% do PIB). A Dívida Líquida do Governo Geral 
atingiu R$2.272,2 bilhões (38,5% do PIB), a Dívida Líquida do BCB foi negativa (créditos líquidos) em R$187,6 
bilhões (-3,2% do PIB) e a Dívida Líquida das Empresas Estatais correspondeu a R$52,3 bilhões (0,9% do PIB) 
(Tabela 7). 
Em junho de 2016, a DLSP totalizava R$2.529,7 bilhões (42,0% do PIB). A Dívida Líquida do Governo Geral 
atingiu R$2.627,1 bilhões (43,6% do PIB), a Dívida Líquida do BCB foi negativa (créditos líquidos) em R$152,1 
bilhões (-2,5% do PIB) e a Dívida Líquida das Empresas Estatais correspondeu a R$54,7 bilhões (0,9% do PIB). 
A série histórica da relação DLSP/PIB iniciou-se em dezembro de 2001 e atingiu seu valor mais alto em 
setembro de 2002 (62,4%), mantendo-se em trajetória declinante até 2013. Em 2014, quando foi registrado 
déficit primário – o primeiro da série histórica anual iniciada em 2002 - a relação DLSP/PIB elevou-se em 
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relação ao ano anterior, movimento mantido no ano seguinte. Em junho de 2016 a relação DLSP/PIB alcançou 
42,0%. O gráfico abaixo denota este comportamento: 
 
Por fim, vamos analisar a Dívida Fiscal Líquida (DFL), que é a medida considerada no computo das 
necessidades de financiamento do setor público, como visto anteriormente. 
A Dívida Fiscal Líquida a partir dos dados de DLSP, excluindo os efeitos de ajustes metodológicos e 
patrimoniais. Esses ajustes são efetuados para retirar dos fluxos correntes valores que não representam 
esforço fiscal despendido durante o período em análise e que não podem ser considerados no calculo das 
necessidades de financiamento do setor público. 
O ajuste metodológico representa a variação da dívida decorrente do impacto da variação da taxa de câmbio 
sobre a dívida externa líquida e sobre a parcela da dívida interna indexada ao câmbio. 
Já́ os ajustes patrimoniais englobam o reconhecimento de dívidas do setor público geradas no passado 
("esqueletos") e que já́ produziram impacto macroeconômico. Como esses passivos representam déficits já́ 
ocorridos, seu reconhecimento não traz impacto no cálculo de necessidades de financiamento do período, 
mas passam a integrar o saldo da dívida líquida total, impactando o estoque e o serviço da dívida. De forma 
análoga também são excluídos do cômputo da dívida fiscal líquida os efeitos do processo de privatização de 
empresas (receitas de venda e transferências de dívidas para o setor privado). 
Na tabela abaixo podemos confirmar que, em dezembro de 2015, o saldo da Dívida Fiscal Líquida alcançou 
R$2.556 bilhões, equivalente a 43,3% do PIB. Em junho de 2016, o mesmo saldo atingiu R$2.753 bilhões, 
equivalente a 45,7% do PIB. A diferença entre o estoque de dívida fiscal líquida em dezembro de 2014 
(R$1.942,6 bilhões) e o estoque de dívida fiscal líquida em 2015 (R$2.555,6 bilhões) correspondeu às 
necessidades de financiamento do setor público ou resultado fiscal nominal do período (R$613,0 bilhões). 
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Ou seja, a variação absoluta da dívida fiscal líquida em um período é igual ao déficit nominal do setor público 
consolidado no mesmo período. 
 
7 - MERCADO MONETÁRIO 
Neste mercado negocia-se, sobretudo, títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional com o objetivo de 
determinar a taxa de juros e quantidade de liquidez da economia. Desta forma, é um mercado que se 
preocupa com o curto prazo. 
Vimos que o COPOM determina a meta da taxa de juros. O Banco Central busca esta meta através das 
operações com títulos públicos no mercado monetário, nas chamadas operações de mercado aberto. 
Bom, já temos algo a discutir. 
O que taxa de juros e títulos públicos têm em comum? 
 
Os títulos públicos pagam uma remuneração anual ou no prazo de vencimento do título. Esta remuneração 
é chamada de cupom e, na maioria dos casos, é determinada antes do lançamento do título. 
Vamos supor que o título público ‘A’ lançado pelo Tesouro Nacional em 2013 pague 10% de juros anualmente 
de maneira perpétua. Ou seja, o título paga esta remuneração parasempre. 
Portanto, se o valor de lançamento do título é de R$ 1.000,00, o mesmo paga ao ano uma remuneração de 
R$ 100,00. 
 
Matemática simples, que possui a seguinte expressão: 
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𝑷𝒓𝒆ç𝒐 =
𝑪𝒖𝒑𝒐𝒎
𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝑱𝒖𝒓𝒐𝒔
 
𝟏. 𝟎𝟎𝟎 =
𝑪𝒖𝒑𝒐𝒎
𝟏𝟎%
 
𝑪𝒖𝒑𝒐𝒎 = 𝟏𝟎𝟎 
No entanto, esta expressão possui uma lógica muito valiosa. 
Como o valor da remuneração paga pelo título é fixa, o preço do título e a taxa de juros variam de maneira 
inversa. 
Como assim? 
 
Por exemplo, se a taxa de juros aumentar para 20%, o valor do cupom continua sendo de R$ 100,00. E o valor 
do título, como fica? 
𝑷𝒓𝒆ç𝒐 =
𝟏𝟎𝟎
𝟐𝟎%
 
𝑷𝒓𝒆ç𝒐 = 𝟓𝟎𝟎 
O preço do título diminui. 
Ou seja, a elevação da taxa de juros provoca redução no preço do título. 
Como a lei da oferta e da demanda pode influenciar o preço dos títulos, o Banco Central pode comprar ou 
vender títulos com o objetivo de mudar a taxa de juros. 
Ou seja, caso venda mais títulos que a demanda de mercado, ele reduz o preço dos títulos e a taxa de juros 
aumenta. 
Interessante, não é? 
E, de fato, é exatamente isto que o Bacen faz diariamente a fim de atingir a meta da taxa de juros 
determinada pelo Copom. 
No entanto, os títulos públicos negociados no mercado monetário nem sempre são emitidos fisicamente. 
Eles são, em grande parte, “virtuais”, figurando, de maneira eletrônica, como ativo para quem os possui. 
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Desta forma, a negociação precisa ser custodiada e liquidada por algo. Este “algo” chama-se Sistema Especial 
de Liquidação e Custódia (Selic). Não por coincidência, a taxa de juros determinada nas negociações 
realizadas neste mercado chama-se Taxa Selic. 
É importante haver um sistema de custódia e liquidez de títulos pois as partes envolvidas na negociação não 
se conhecem. Como saber, de fato, que a outra parte possui um título? Como saber se este título é 
verdadeiro, ou falso? Como saber que a outra parte irá cumprir com suas obrigações de comprador ou 
vendedor? 
Todas estas garantias e compromissos são realizados pelo Selic. 
Portanto, relembrando: 
o O Tesouro Nacional lança Títulos Públicos para arrecadar recursos e cumprir com as 
despesas públicas 
o Os Títulos emitidos são adquiridos pelo setor privado 
o Como o preço dos títulos é inversamente relacionado à taxa de juros, o 
excesso/escassez de títulos no mercado monetário (Selic) resulta em variações na 
taxa de juros. 
o Caso ocorra excesso de títulos, o preço do mesmo cai e a taxa de juro sobe. Caso 
contrário, havendo escassez de títulos, o valor dos mesmos sobe e a taxa de juros 
cai. 
 
 
Tesouro 
Nacional -
Lançamento 
de títulos
Setor Privado 
- Compra/ 
venda do 
título
BACEN
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Continuando, podemos definir um pouco melhor o SELIC. 
O Selic é o depositário central dos títulos que compõem a dívida pública federal interna de emissão do 
Tesouro Nacional. Ou seja, processa a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia desses títulos. 
É também um sistema eletrônico que processa o registro e a liquidação financeira das operações realizadas 
com esses títulos pelo seu valor bruto e em tempo real, garantindo segurança, agilidade e transparência aos 
negócios. 
Por seu intermédio, é efetuada a liquidação das operações de mercado aberto e de redesconto com títulos 
públicos, decorrentes da condução da política monetária. Veremos logo mais o significado destas transações. 
Como já foi citado, todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica. O 
sistema é gerido pelo Banco Central do Brasil e localizado na cidade do Rio de Janeiro. 
Além do Banco Central do Brasil e do Tesouro Nacional, podem ser participantes do Selic bancos, caixas 
econômicas, distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários e demais instituições autorizadas 
a funcionar pelo Banco Central. 
Isto nos remete a algo muito importante: para fazer parte do SELIC é necessário ser instituição financeira 
autorizada a funcionar pelo Banco Central. Você, caro aluno (a) não pode emitir ordens de compra/venda 
de títulos públicos no SELIC. Caso queira participar, deve fazer por meio de intermediário. 
As operações registradas no SELIC são feitas em tempo real, de modo que as ordens de compra/venda são 
executadas imediatamente, mas condicionadas à disponibilidade do título negociado na conta de custódia 
do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte do comprador. 
Se a conta do vendedor não apresentar saldo suficiente de títulos, a operação é mantida em pendência pelo 
prazo máximo de 60 minutos ou até às 18h30, o que ocorrer primeiro, com exceção de algumas operações 
previstas no Regulamento do Selic. A operação só é encaminhada para liquidação financeira após o bloqueio 
dos títulos negociados, sendo que a não liquidação por insuficiência de fundos implica rejeição da operação. 
Muito simples. O comprador deseja adquirir um título. Este, é primeiramente bloqueado na conta do 
vendedor (pois destina-se a esta operação) e depois os valores são bloqueados na conta do comprador. O 
título e os valores são transferidos de um para o outro através do sistema. 
A existência do título no momento da negociação pode ser aguardada por até 60 min, ou até as 18:30 (o que 
vier primeiro). A inexistência de fundos para pagamento cancela a operação. 
 
Então, resumindo, o Selic é o depositário central dos títulos que compõem a dívida pública federal interna 
de emissão do Tesouro Nacional e, nessa condição, processa a emissão, o resgate, o pagamento dos juros 
e a custódia desses títulos. É também um sistema eletrônico que processa o registro e a liquidação financeira 
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das operações realizadas com esses títulos pelo seu valor bruto e em tempo real, garantindo segurança, 
agilidade e transparência aos negócios. 
Por seu intermédio, é efetuada a liquidação das operações de mercado aberto e de redesconto com títulos 
públicos, decorrentes da condução da política monetária. O sistema conta ainda com módulos 
complementares para especificação dos títulos objeto das operações compromissadas contratadas entre o 
Banco Central e o mercado. 
Todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica. 
Além do Banco Central do Brasil e do Tesouro Nacional, podem ser participantes do Selic bancos, caixas 
econômicas, distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários e demais instituições autorizadas a 
funcionar pelo Banco Central. As câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação têm 
a sua participação no Selic definida no Regulamento do Selic. 
Tratando-se de um sistema de liquidação bruta em tempo real (LBTR), a liquidação de operações é sempre 
condicionada à disponibilidade do título negociado na conta de custódia do vendedor e à disponibilidade de 
recursos por parte do comprador. Se a conta de custódia do vendedor não apresentar saldo suficiente de 
títulos, a operação é mantida em pendência pelo prazo máximo de 60 minutos ou até às 18h30, o que ocorrer 
primeiro, com exceção de algumas operações previstas no Regulamento do Selic. A operação só é 
encaminhada ao STR para liquidação da ponta financeira após o bloqueio dos títulos negociados, sendo que 
a não liquidação por insuficiência de fundos implica sua rejeiçãopelo STR e, em seguida, pelo Selic. 
Bom, mas o mercado monetário não negocia tão somente títulos públicos. Alguns títulos privados são 
negociados, sendo seu registro, liquidação e custódia efetuados pela B3 S.A. (função anteriormente realizada 
pela CETIP S.A., que após fusão realizada com a BM&FBOVESPA S.A., se transformou em B3 S.A.)5. 
Mas, o que é a B3 S.A.? 
 
A B3 S.A. é uma entidade administradora de mercados organizados de títulos ou valores mobiliários. Ou 
seja, ela oferta uma plataforma em que são realizados negócios com títulos e valores mobiliários. 
Em seu segmento de títulos, é depositária principalmente de títulos de renda fixa privados, títulos públicos 
estaduais e municipais e títulos representativos de dívidas de responsabilidade do Tesouro Nacional, de que 
são exemplos os relacionados com empresas estatais extintas, com o Fundo de Compensação de Variação 
Salarial - FCVS, com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária - Proagro e com a dívida agrária 
(TDA). Na qualidade de depositária, a entidade processa a emissão, o resgate e a custódia dos títulos, bem 
como, quando é o caso, o pagamento dos juros e demais eventos a eles relacionados. Existem títulos 
 
5 No caso de aparecer em questões antigas o termo Cetip S.A., considere que atualmente trata-se da B3. S.A. Apenas o nome mudou, pois, as 
funções continuam as mesmas e, neste sentido, as questões antigas permanecem válidas. 
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transacionados na B3 que são emitidos em papel, por comando legal. Esses títulos são transferidos para a B3 
no momento do registro e são fisicamente custodiados pelo registrador. As operações de compra e venda 
são realizadas no mercado de balcão. 
Podem participar da B3, no segmento de títulos, bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, 
bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras de valores, sociedades 
distribuidoras de valores, sociedades corretoras de mercadorias e de contratos futuros, empresas de leasing, 
companhias de seguro, bolsas de valores, bolsas de mercadorias e futuros, investidores institucionais, 
pessoas jurídicas não financeiras, incluindo fundos de investimento e sociedades de previdência privada, 
investidores estrangeiros, além de outras instituições também autorizadas a operar nos mercados 
financeiros e de capitais. Os participantes não titulares de conta de reservas bancárias liquidam suas 
obrigações por intermédio de instituições que são titulares de contas dessa espécie. 
E estas transações entre instituições financeiras são muito importantes, pois resultam no chamado sistema 
interfinanceiro (mercado DI). No mercado DI são negociados títulos (chamados de CDI) que possibilitam o 
fluxo de recursos entre instituições financeiras. Assim, se um banco se encontra em situação deficitária, ele 
pode recorrer ao mercado DI, emprestando recursos de um banco superavitário. Estas operações ocorrem 
diariamente e, por isso, movimentam uma grande quantidade de recursos, provocando alterações na 
quantidade de moeda na economia. Adiante estes conceitos serão apresentados com mais detalhes. 
No segmento de financiamentos, a empresa oferece serviço de entrega eletrônica das informações 
necessárias para o registro de contratos e anotação dos gravames pelos órgãos de trânsito. Opera o Sistema 
Nacional de Gravames (SNG), que centraliza as informações de restrições financeiras incidentes sobre 
veículos, fornecendo dados para bancos usuários do sistema. 
Em resumo, a B3 é uma entidade que realiza serviços financeiros de liquidação financeira e compensação de 
ativos, sobretudo, títulos privados. Ou seja, confere mais garantia, transparência e liquidez nas transações 
com ativos privados ao garantir o pagamento da transação e a custódia dos ativos em lugar adequado. 
Fazendo uma comparação com a SELIC, enquanto esta serve de ambiente de liquidação e custódias de títulos 
públicos, a B3 faz a mesma função com ativos privados. 
7.1 - Títulos 
Visto a dinâmica do mercado, assim como as plataformas de negociação (SELIC e B3), podemos passar aos 
títulos. 
Em resumo, são negociados títulos públicos, através do qual deriva-se a Taxa Selic, e títulos privados – 
resultando na Taxa DI. 
Vejamos. 
 
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• Títulos Públicos 
Quando algum Ente do Governo (União, Estado, Munícipio) apura déficit em suas contas, pode captar 
recursos no mercado financeiro. 
Vamos supor que o Governo Federal, no ano de 2017, apurou R$ 100 de receitas (impostos, lucros, entre 
outros), mas teve um total de R$ 150 de despesas. Esta diferença de R$ 50 pode ser captada no mercado 
monetário, através do lançamento de títulos públicos. 
O Governo lança o título e, conforme já citado, promete pagar o principal mais uma remuneração ao 
comprador, composto pela iniciativa privada e agentes externos. 
O comprador, por sua vez, entrega os recursos ao Governo. Como já sabemos, estas transações são 
realizadas no SELIC. A média das taxas de remuneração pagas pelo Governo aos compradores é a tão famosa 
Taxa Selic. 
Em geral, a venda de títulos públicos, que no âmbito do Governo Federal é feita pela Secretaria do Tesouro 
Nacional, pode ser realizada através de leilões, ou de venda direta. 
Nos leilões o Governo divulga as condições do negócio, como quantidade de títulos a serem vendidos, 
valores, vencimento etc. Os interessados em adquirir podem participar dos leilões, adquirindo os títulos 
desejados nas condições estabelecidas. 
Já na venda direta o processo é de tête-à-tête, ou seja, o Governo negocia diretamente com o interessado, 
pactuando diretamente com ele os termos do negócio. A venda direta é destinada a negociar valores 
elevados com poucos clientes, ou apenas um. 
Os principais títulos públicos negociados são: 
7.1.1 - TESOURO PREFIXADO (LTN) 
A LTN é um título prefixado, o que significa que sua rentabilidade é definida no momento da compra. A 
rentabilidade é dada pela diferença entre o preço de compra do título e seu valor nominal no vencimento, 
sempre R$ 1.000,00. Essa diferença é conhecida como deságio do título. A LTN possui fluxo de pagamento 
simples, ou seja, o investidor faz a compra e recebe o rendimento apenas uma vez, na data de vencimento 
do título, junto com o valor do principal. A figura abaixo ilustra o fluxo de pagamentos da LTN: 
 
 
 
 
Investidor realiza a compra e 
transfere os recursos 
Valor nominal 
Juros 
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Para entender como se calcula a rentabilidade de um título, apresenta-se a seguir um exemplo. Suponha que 
o investidor tenha feito uma compra no Tesouro Direto nas seguintes condições: 
Título: LTN 
Data da compra: 19/12/2006 (liquidação em 20/12/2006) 
Quantidade adquirida: 1,0 título 
Preço do título na data da compra: R$ 788,11 
Data de vencimento: 01/01/2009 
Dias úteis entre a data da liquidação (inclusive) e a data de vencimento (exclusive): 511 
 
Aplicando o esquema do fluxo de pagamentos ao exemplo, temos: 
 
 
 
 
 
 
Principal 
Data da Compra 
Preço 
Unitário 
Taxa de juros efetiva 
no período 
Data do vencimento Principal 
Investidor recebe o retorno de 
seu investimento 
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Para calcular a rentabilidade bruta da aplicação, basta usar a seguinte fórmula, válida para todos os títulos 
que não fazem pagamento decupom de juros: 
Rentabilidade = Preço de Venda 
 Preço de Compra 
Rentabilidade = R$1.000,00 
 R$788,11 
7.1.2 - TESOURO SELIC (LFT) 
A LFT é um título pós-fixado, cuja rentabilidade segue a variação da taxa SELIC, a taxa de juros básica da 
economia. Sua remuneração é dada pela variação da taxa SELIC diária registrada entre a data de liquidação 
da compra e a data de vencimento do título, acrescida, se houver, de ágio ou deságio no momento da 
compra. 
A LFT possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a compra e recebe o rendimento apenas 
uma vez, na data de vencimento do título, junto com o valor do principal. A figura abaixo ilustra o fluxo de 
pagamentos da LFT: 
Dias úteis entre a data de 
liquidação (inclusive) e a data 
de vencimento (exclusive): 
511 
Valor nominal 
de Resgate 
R$1.000,00 
Data da Compra 
19/12/2006 
Preço de 
Compra 
R$788,11 
Taxa de juros efetiva 
no período 
Data do vencimento 
01/01/2009 
- 1 
- 1 = 26,88% ao período 
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Para entender como se calcula a rentabilidade da LFT, apresenta-se a seguir um exemplo. Suponha que o 
investidor tenha feito uma compra no Tesouro Direto nas seguintes condições: 
 Título: LFT 
Data da compra: 01/10/2007 (liquidação em 02/10/2007) 
Quantidade adquirida: 1,0 título 
Preço do título na data da compra: R$ 3.231,41 
Data de vencimento: 18/03/2009 
Dias úteis entre a data da liquidação (inclusive) e a data de vencimento (exclusive): 366 
Taxa do título na data da compra: - 0,01% a.a. (ágio) 
No preço pelo qual o título está sendo ofertado, já se encontra refletido o ágio observado no momento da 
compra. Dessa maneira, não é necessário considerar a taxa de -0,01% no cálculo da rentabilidade. Para 
calcular o valor a ser resgatado na data de vencimento do título, primeiramente é aplicado o esquema de 
fluxo de pagamentos ao exemplo: 
Investidor realiza a compra e 
transfere os recursos 
Valor de resgate 
Juros 
Principal 
Data da Compra 
Preço 
Unitário 
Taxa de juros efetiva 
no período (SELIC) 
Data do vencimento Principal 
Investidor recebe o retorno de 
seu investimento 
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Como foi dito anteriormente, a LFT é remunerada pela variação da taxa SELIC no período. Para calcular 
quanto irá receber, o investidor deve apenas verificar qual o Valor Nominal Atualizado do título na data de 
vencimento, já que, como o próprio nome diz, o Valor Nominal do título é atualizado de acordo com a 
variação diária do índice Selic. Essa informação está disponível no sítio do Banco Central, em 
http://www.bcb.gov.br/?SELICDIA (LFT Código 21). Basta realizar o truncamento5 em 2 casas decimais do 
valor encontrado. Nesse caso, o valor a ser recebido é R$ 3.820,74, equivalente à variação da SELIC de 18,30% 
no período. 
Para calcular a rentabilidade bruta efetiva da aplicação, é só usar a seguinte fórmula, válida para todos os 
títulos que não fazem pagamento de cupom de juros: 
Rentabilidade efetiva = Preço de Venda 
 Preço de Compra 
Rentabilidade efetiva = R$3.820,74 
 R$3.231,41 
Rentabilidade efetiva = 18,24% ao período 
7.1.3 - TÍTULOS PRIVADOS NO MERCADO MONETÁRIO 
Os títulos privados, como o próprio nome sugere, são emitidos por agentes privados, como bancos e 
empresas. Conforme mencionado, estes títulos são negociados, custodiados e liquidados na B3 S.A. 
Dias úteis entre a data de 
liquidação (inclusive) e a data 
de vencimento (exclusive): 
366 
Valor de resgate 
Data da Compra 
01/10/2007 
R$ 3.231,41 
Data do vencimento 
18/03/2009 
- 1 
- 1 
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No momento, é necessário definir tão somente os títulos emitidos por bancos para a compreensão deste 
mercado. É que outros títulos privados, como as debêntures, commercial papers, entre outros, fazem parte 
do mercado de capitais (mercado de valores mobiliários). 
 
Os bancos comerciais mantêm contas correntes com depósitos à vista de seus clientes, além de realizarem 
operações bancárias tradicionais, tais como pagamentos, recebimentos de duplicatas para seus clientes e 
assim por diante. 
Como são vários bancos comerciais atualmente me funcionamento no Brasil, eles trocam dinheiro entre si. 
Ou seja, o pagamento de uma fatura feita por um cliente com conta corrente no Banco do Brasil a favor de 
outra pessoa com conta corrente na CEF significa que o BB está transferindo dinheiro à Caixa. 
E, diversas operações deste tipo são realizadas diariamente no mercado bancário. 
Agora imagine que determinado banco terminou o dia “devendo” em relação aos demais. Ou seja, e le 
necessita transferir mais dinheiro do que receber aos outros bancos naquela data. Do mesmo modo, outro 
banco apresentou “caixa positivo”, pois recebeu mais do que pagou. 
Para que as instituições financeiras equalizem estes saldos e possam cumprir com as transferências diárias 
que realizam, elas emprestam recursos entre si, no chamado mercado interfinanceiro. 
As instituições que apresentam sobras de caixa emprestam estes recursos a outros que apresentem falta de 
liquidez. Esta emite um título, chamado de CDI – Certificados de Depósitos Interfinanceiros -, os quais são 
adquiridos pelas instituições superavitárias. 
Evidente que as instituições com falta de caixa pagam uma remuneração a outras mais líquidas para utilizar 
estes recursos. Esta taxa é obtida no próprio mercado, chamada Taxa CDI. 
Portanto, temos que o principal título privado emitido e negociado no mercado monetário é o CDI, cuja taxa 
é a basilar do mercado interfinanceiro, influenciando todas as demais taxas cobradas pelos bancos em suas 
operações. 
 
É só pensar o seguinte. Se o banco empresta muito dinheiro em determinado dia, e precisa captar parte 
destes recursos no mercado interfinanceiro, é fato que taxa de juros cobrada nas operações de crédito que 
fez ao seu cliente é superior à Taxa CDI. O banco não irá perder dinheiro, não é? 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 CESPE - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Consultor de Orçamento e Fiscalização Financeira/2014 
Julgue o próximo item, relativo a déficit público, resultado primário e dívida pública. 
O resultado primário é um conceito de déficit público que visa medir o esforço fiscal feito pelo governo 
dentro de um dado intervalo de tempo, incluindo no cálculo o efeito de déficits ou superávits passados 
sobre o esforço fiscal feito no período sob análise. 
Comentários 
Para esquematizar nosso estudo, seguem as 3 medidas de déficit público com todos os comentários e dicas 
para facilitar a resolução de questões 
Déficit Nominal 
É a medida de déficit que considera todas as despesas e receitas incorridas pelo governo em determinado 
período. Aqui entra tudo: despesas com juros, com o pagamento de pessoal, com investimentos e assim por 
diante. Todas as receitas e despesas são medidas pelo seu valor nominal, ou seja, não há correção pela 
inflação. 
Déficit Primário 
O déficit primário é a medida que exclui os pagamentos e recebimentos de juros. Diferentemente do 
conceito de déficit nominal, que considera todas as despesas e receitas, aqui não se contabilizam as despesas 
com juros, amortizações da dívida pública, entre outras despesas e receitasfinanceiras. A pergunta que surge 
é a seguinte: qual o interesse em se retirar as despesas financeiras? 
O principal motivo é evidenciar a fonte de alimentação da dívida pública. Não podemos considerar as 
despesas com juros, por exemplo, como fator de origem da dívida pública. O nascimento da dívida é sempre 
devido à diferença entre despesas e receitas não financeiras, aos gastos em excesso. É por isso o nome déficit 
primário: é a fonte primária da dívida pública. 
Adicionalmente, o déficit primário é importante medida pela possibilidade de avaliar o superávit primário, 
quando as receitas superam as despesas. O superávit primário é relevante, pois serve de fonte de recursos 
para o pagamento dos juros, de modo que a dívida pública anteriormente contraída se estabilize. 
Vamos imaginar uma situação simples. Digamos que a despesa com juros corresponda a 10% do PIB do país. 
Do mesmo modo, o superávit primário é também igual a 10% do PIB. Esse número permite que o governo 
pague as despesas com juros sem elevar a dívida pública, pois as despesas com juros serão pagas com a 
economia gerada pelo superávit primário. Se, por exemplo, o superávit primário corresponder a 5% do PIB, 
o excesso de juros sobre o superávit primário (no total 5% do PIB) irá provocar aumento da dívida pública. 
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Desta forma, a queda do superávit primário, mantendo-se constante todas as outras questões, indica que a 
economia para o pagamento da despesas com juros é menor, o que pode elevar a dívida pública, por 
exemplo. 
Déficit Operacional 
O déficit operacional é a medida utilizada em um ambiente inflacionário, pois deduz do déficit os efeitos da 
inflação no pagamento de juros. 
É interessante entender o porquê deste fato. Do ponto de vista do credor, a taxa de juros é a remuneração 
obtida para ele emprestar o dinheiro para o governo financiar o déficit. No entanto, a inflação corrói o valor 
real desta remuneração. Desta forma, é de se esperar a correção da taxa de juros pela taxa de inflação, para 
que o poder de compra da remuneração se mantenha e o credor se interesse em emprestar o seu dinheiro. 
Ou seja, quanto mais elevada a taxa de inflação, mais elevada será a taxa nominal de juros. Mas, o que 
importa, é o valor real das despesas com juros, ou seja, a despesa nominal de juros deduzida da taxa de 
inflação. 
É por isto que o déficit operacional, ao corrigir as despesas com juros pela inflação, é tão importante em uma 
economia com elevada taxa de aumento de preços. 
Nota-se que o erro da questão está em afirmar que o cálculo do resultado primário inclui o efeito de déficits 
ou superávits passados sobre o esforço fiscal feito no período sob análise. 
GABARITO: ERRADO 
 CESPE - ACE (TC-DF)/TC-DF/2014 
Acerca da economia do setor público, julgue o item abaixo. 
Um pagamento já liquidado pelo governo federal, mas não sensibilizado na Conta Única do Tesouro 
Nacional, não impacta o indicador de superávit primário. 
Comentários 
Os indicadores de déficit, em geral, adotam o regime de caixa. Ou seja, para impactar o indicador é 
necessários que os recursos entrem/saiam da conta única do Tesouro. 
GABARITO: CERTO 
 CESPE - Eco (CADE)/CADE/2014 
A economia do setor público é o pilar econômico que permite a compreensão das atividades 
governamentais, em particular no que se refere às finanças públicas. Em relação a esse assunto, julgue o 
item que se segue. Nesse sentido, considere que a sigla NFSP, sempre que for utilizada, se refere a 
Necessidade de Financiamento do Setor Público. 
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Por meio do resultado nominal, procura-se corrigir o efeito da inflação incidente sobre o resultado 
primário, pois parte-se da premissa de que a inflação não distorce o aspecto real da economia, mas 
somente seu aspecto monetário. 
Comentários 
O indicador que corrige o efeito da inflação sobre as despesas financeiras é o déficit operacional. 
GABARITO: ERRADO 
 FGV - TSE (DPE RJ)/DPE RJ/Economia/2014 
Se o resultado primário de um governo for positivo e o resultado operacional for negativo, então 
necessariamente 
a) a receita é maior do que a soma das despesas financeiras e não financeiras. 
b) os juros reais são maiores do que o resultado operacional. 
c) o componente de atualização monetária da dívida é maior do que o resultado primário. 
d) a receita não monetária é maior do que a despesa não financeira. 
e) o resultado nominal é superavitário. 
Comentários 
Questão simples e inteligente. 
A diferença entre o resultado primário e o resultado operacional é dada pelas despesas com juros reais. 
Assim, se o resultado primário é positivo e o operacional, negativo, é necessário que as despesas com juros 
sejam maiores que o resultado operacional. 
GABARITO: LETRA B 
 
 CESPE - ERSTA (ANTAQ)/ANTAQ/Economico-Financeira/2014 
Com relação à teoria macroeconômica e à economia do setor público, julgue o item a seguir. 
Os superávits primários alcançados a partir de 1999 e a maior disciplina promovida pela Lei Complementar 
n.o 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), no que se refere à gestão das finanças públicas, 
aumentaram a credibilidade da política fiscal brasileira. 
Comentários 
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Como citado anteriormente, o resultado primário, se negativo, representa a fonte primária de 
geração/aumento da dívida. 
Desta forma, superávits primários, ou déficits primários menores, representam possibilidade de redução ou 
controle da dívida pública, o que eleva a capacidade de pagamento do governo e, consequentemente, a 
credibilidade da política fiscal. 
GABARITO: CERTO 
 ESAF - APO (MPOG)/MPOG/Planejamento e Orçamento/2010 
Com relação ao Déficit Público, Dívida Pública e Necessidade de Financiamento do Setor Público, aponte 
a opção incorreta. 
a) O déficit público é uma medida de caixa, ou seja, a mensuração deve ser feita em relação a determinado 
período de tempo. 
b) O governo pode financiar seu déficit pela emissão de moeda e também por meio da venda de títulos da 
dívida pública ao setor privado. 
c) O desempenho fiscal pode ser mensurado pelo déficit primário, que é dado pela diferença entre receitas 
e despesas não financeiras. 
d) A Necessidade de Financiamento do Setor Público corresponde ao conceito de déficit nominal apurado 
pelo critério "acima da linha". 
e) A Dívida Fiscal Líquida (DFL) é dada pela diferença entre a Dívida Líquida do Setor Público e o ajuste 
patrimonial. 
Comentários 
Analisando as alternativas: 
a) o déficit é uma medida de fluxo, devendo ser mensurado em um determinado período de tempo. Item 
incorreto 
b) as três principais maneiras do governo financiar o déficit é através da emissão de moeda, elevação de 
tributos e venda de títulos públicos. 
c) este é o conceito de déficit primário, ou seja, a diferença entre despesas e receitas não financeiras (não 
computados os juros pagos e recebidos no exercício) 
d) a NFSP é atualmente medida pelo método abaixo da linha, ou seja, a partir da variação agregada do 
endividamento público; a variável correspondente (acima da linha) é o déficit nominal. 
e) o item afirma corretamente a definição de dívida fiscal líquida; corresponde à dívida fiscal acrescida ou 
reduzida de ajustes patrimoniais verificados no exercício (como exemplo, os ajustes cambiais ou 
reconhecimento de dívidas) 
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GABARITO: LETRA A

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