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TROCAS Graduação Curso de Teoria Microeconômica I Valéria Pero Tópicos • Equilíbrio Geral na Caixa de Edgeworth • Equilíbrio de Trocas • Equilíbrio Walrasiano e Eficiência de Pareto • Teoremas de Bem-Estar Análise de Equilíbrio Geral • A análise de equilíbrio parcial pressupõe que as a4vidades em um mercado sejam independentes das a4vidades em outros mercados. • Na análise de equilíbrio geral, os preços e quan4dades de todos os mercados são determinados simultaneamente, sendo a interdependência entre os mercados considerada explicitamente. Análise de Equilíbrio Geral •Modelo simples de trocas (comércio) de 2 bens entre 2 agentes i. Dada a dotação de bens • As trocas aumentam a eficiência, levando a uma situação a par4r da qual não é possível aumentar o bem-estar de qualquer indivíduo sem que alguma outra pessoa seja prejudicada (eficiência de Pareto). Eficiência nas Trocas • Premissas • Dois consumidores (países, grupos socioeconômicos) • Dois bens • Ambos os consumidores conhecem as preferências do outro • As trocas não envolvem custos de transação •Diagrama da Caixa de Edgeworth • O conjunto de trocas possíveis e de alocações eficientes pode ser ilustrado através de um diagrama conhecido como Caixa de Edgeworth. Exemplo João 7A, 1V -1A, +1V 6A, 2V Maria 3A, 5V +1A, -1V 4A, 4V Alocação Inicial Individual Trocas Alocação Final João & Maria podem dispor, juntos, de 10 unidades de alimento e 6 unidades de vestuário. Trocas na Caixa de Edgeworth 10A 0M 0J 6V 10A 6V Unidades de Vestuário de João Unidades de Vestuário de Maria Unidades de alimento de Maria Unidades de alimento de João 2V 1V 5V 4V 4A 3A 7A6A +1V -1A A alocação após a troca é B: João tem 6A e 2V & Maria tem 4A e 4V. A B A alocação inicial, antes da troca, é A: João possui 7A e 1V & Maria possui 3A e 5V. Unidades de Vestuário de Maria Unidades de alimento de Maria Unidades de Vestuário de João Unidades de alimento de João UJ1 UJ2 UJ3 Eficiência nas Trocas 10A 0M 0J 6V 10A 6V A Unidades de Vestuário de Maria Unidades de alimento de Maria UM1UM2UM3 Unidades de Vestuário de João Unidades de alimento de João UJ1 UJ2 UJ3B C D Eficiência nas Trocas 10A 0M 0J 6V 10A 6V A A: TMgS não são iguais. Todas as combinações na área sombreada são preferidas a A. Ganhos do comércio Unidades de Vestuário de Maria Unidades de alimento de Maria UM1UM2UM3 Unidades de Vestuário de João Unidades de alimento de João UJ1 UJ2 UJ3B C D Eficiência nas Trocas 10A 0M 0J 6V 10A 6V A Unidades de Vestuário de Maria Unidades de alimento de Maria UK1UK2UK3 Unidades de Vestuário de João Unidades de alimento de João UJ1 UJ2 UJ3B C D Eficiência nas Trocas 10A 0M 0J 6V 10A 6V C é eficiente? TMS de Maria e João são iguais no ponto C? A para B: troca mutuamente vantajosa? B é eficiente? TMS de Maria e João são iguais no ponto B? Eficiência nas Trocas • Alocações Eficientes – Qualquer troca que leve a um ponto fora da área sombreada reduzirá o bem-estar de um dos consumidores (que estará mais próximo da sua origem). – B corresponde a uma troca mutuamente vantajosa –ambos se encontram numa curva de indiferença mais alta. – O fato de uma troca ser vantajosa para ambos não significa que ela seja necessariamente eficiente. – As TMS são iguais quando as curvas de indiferença são tangentes; nesse caso, a alocação é eficiente. A Unidades de Vestuário de Maria Unidades de alimento de Maria UM1UM2UM3 Unidades de Vestuário de João Unidades de alimento de João UJ1 UJ2 UJ3B C D 10A 0M 0J 6V 10A 6V Ponto eficiente de Pareto: TMSJ=TMSM A Curva de Contrato 0J Unidades de Vestuário de João Unidades de Vestuário de Maria 0M Unidades de alimento de Maria Unidades de alimento de João E F G Curva de Contrato E, F, & G são eficientes no sentido de Pareto . Equilíbrio de mercado � Depende dos preços: figura do leiloeiro Walrasiano � O leiloeiro escolhe preço dos bens e apresenta esses preços aos agentes � Cada agente calcula o valor da sua dotação a esses preços e decide quanto deseja comprar de cada bem a esses preços � OBS: a competição na situação com duas pessoas não faz muito sentido... Pensar em tipos de consumidores. Plausível para várias pessoas Equilíbrio de mercado: demanda (soma de quanto os agentes compram de cada bem) = oferta (soma das dotações dos agentes de cada bem) Bem 1 0B 0A Bem 2 Bem 1 Bem 2 Pessoa A Pessoa B Pessoa A W = dotação Alocação de Equilíbrio x1A x2A x2B x1B Pessoa B w1A w1B w2A w2B Equilíbrio de mercado Equilíbrio de mercado: TMSA=TMSB= -p1/p2 Álgebra do Equilíbrio � Função de demanda do agente A pelo bem 1: xA1(p1,p2) � Função de demanda do agente B pelo bem 1: xB1(p1,p2) � Definição análoga para bem 2 � Equilíbrio como conjunto de preços (p1*,p2*) de modo que: xA1(p1*,p2*) +xB1(p1*,p2*) =wA1+wB1 xA2(p1*,p2*) +xB2(p1*,p2*) =wA2+wB2 Álgebra do Equilíbrio � Essas equações dizem que no equilíbrio: � [xA1(p1*,p2*) - wA1]+[xB1(p1*,p2*) -wB1] = 0 � [xA2(p1*,p2*) - wA2]+[xB2(p1*,p2*) - wB2] = 0 � Soma das demandas líquidas de cada agente por cada bem deve ser zero. Ou, a quan_dade líquida que A escolhe demandar (ou ofertar) tem de ser igaul à quan_dade líquida que B escolhe ofertar (ou demandar) Álgebra do Equilíbrio � Conceito de demanda excedente agregada: eA1(p1,p2) = xA1(p1*,p2*) – wA1 � Análogo para B � A função eA1(p1,p2) mede demanda líquida de A ou sua demanda excedente – diferença entre o que A deseja consumir do bem 1 e o que iniciamente possui desse bem. Álgebra do Equilíbrio � Somando: z1(p1,p2) = eA1(p1,p2) + eB1(p1,p2) = xA1(p1*,p2*) +xB1(p1*,p2*) - wA1 - wB1 � Chamamos de demanda excedente agregada pelo bem 1 � Pelo bem 2: z2(p1,p2) � O equilíbrio em (p1*,p2*) mediante a afirmação de que a demanda excedente agregada de cada bem é zero: z1(p1*,p2*) = 0 z2(p1*,p2*) = 0 Lei de Walras • Lei de Walras afirma que: p1z1(p1,p2) + p2z2(p1,p2) = 0 Valor da demanda excedente agregada é idêntico a zero – é zero para todas as escolhas de preço possíveis, não apenas para os preços de equilíbrio � A prova disso decorre da soma das restrições orçamentárias: p1xA1 (p1,p2) + p2xA2(p1,p2) = p1wA1 + p2wA2 Ou p1 [xA1 (p1,p2) - wA1] + p2 [xA2(p1,p2) - wA2] = 0 p1 eA1 (p1,p2) + p2 eA2(p1,p2) = 0 Demanda líquida do agente A é zero: valor da quantidade que A deseja comprar do bem 1 mais valor a quantidade que ele deseja comprar do bem 2 tem que se igualar a zero � Similar para B Lei de Walras � Podemos demonstrar que se a demanda se igualar a oferta num mercado, ela terá de igualar a oferta no outro mercado. p1 [eA1 (p1,p2) + eB1 (p1,p2)] + p2 [eA2 (p1,p2) + eB2 (p1,p2)] = 0 p1 z1(p1,p2) + p2 z2(p1,p2) = 0 • Onde vem a lei de Walras: valor da função de demanda excedente de cada agente é igual a zero, logo valor da soma das demandas excedentes dos agentes tem de ser igual a zero • Observe que deve valer para todos os preços, uma vez que tem de saDsfazer sua restrição orçamentária para todos os preços • Em geral, se houver mercados para k bens, precisamos que conjuntos de preços em k-1 dos mercados estejam em equilíbrio. A lei de Walras diz que o mercado do bem k terá demanda igual a oferta • Determinação dos preços relaDvos de equilíbrio • Existência de equilíbrio Equilíbrio e eficiência � O uso do mercado compe__vo é capaz de esgotar todos os ganhos de troca? � Após alcançar o equilíbrio compe__vo em que a demanda se iguala à oferta em todos os mercados, haverá qualquer troca a mais que as pessoas desejarão realizar? � O equilíbrio de mercado é eficiente no sen_do do Pareto? Equilíbrio e eficiência � Suponhamos que um equilíbrio de mercado não seja eficiente. Isso levará a uma contradição lógica � Significa dizer que existe uma outra alocação facRvel � (yA1 , yB1 yA2 , yB2 ), onde: yA1 + yB1 = wA1+wB1 yA2 + yB2 = wA2+wB2 e (yA1 , yA2 ) > (xA1+, xA2) (yB1 , yB2) > (xB1+, xB2) As duas primeiras dizem que a alocação y é facRvel e as duas seguintes que ela é preferível pelos agentes à alocação x. Equilíbrio e eficiência Porém, no equilíbrio de mercado, agente compra melhor cesta que pode pagar. Se y for melhor cesta que A escolhe, então ela tem de custar mais do que A pode pagar, e da mesma forma para B. p1yA1 + p2yA2 > p1wA1+p2wA2 p1yB1 + p2yB2 > p1wB1+p2wB2 Somando: p1 (yA1 + yB1 ) + p2 (yA2 + yB2 ) > p1 (wA1+wB1) + p2 (wA2+wB2) Substitua as equações por (1) e (2) p1 (wA1+wB1) + p2 (wA2+wB2) > p1 (wA1+wB1) + p2 (wA2+wB2) O que é uma contradição. Primeiro Teorema da Teoria Econômica do Bem-Estar Logo: contradição se afirmo que alocações fac3veis, que não são equilíbrios, seriam eficientes no sen<do de Pareto. Segue que todos os equilíbrios de mercado compe<<vo são eficientes de Pareto: Primeiro Teorema do Bem-Estar Garante que o mercado compe<<vo esgota todos os ganhos de comércio Primeiro Teorema do Bem-Estar •Todos os equilíbrios de mercado compe<<vo são eficientes de Pareto •Mercado compe<<vo esgota todos os ganhos de comércio. •Distribuição dos beneIcios do comércio é “justa” ? • Primeiro Teorema do Bem-Estar: Equilíbrios de mercado compe<<vo são eficientes de Pareto • E o contrário? Alocações eficientes de Pareto podem ser equilíbrios de mercado? Primeiro Teorema do Bem-Estar Segundo Teorema do Bem-Estar Curva de Indiferença de B Curva de Indiferença de A A B Bem 1 Bem 2 dotação X Reta Orçamentária Segundo Teorema do Bem-Estar • Posso alcançar X a par4r da dotação • Existe uma restrição orçamentária dos agentes que permite alcançar a alocação eficiente X • Relação de preços de equilíbrio que passa pela dotação e a alocação X • Quais condições para isso? • Preferências convexas Segundo Teorema do Bem-Estar Curva de Indiferença de B Curva de Indiferença de A: preferências não- convexas A B Bem 1 Bem 2 dotação X Y X é eficiente de Pareto mas não é equilíbrio: não pode ser obtida por mercados competitivos Segundo Teorema do Bem-Estar • Preferências convexas ▫ Alocação eficiente gera conjuntos preferidos disjuntos ▫ Reta pode separar os dois conjuntos ▫ Inclinação da reta determina o preço relativo ▫ Qualquer dotação nessa reta leva ao equilíbrio e à alocação eficiente de Pareto Teoremas do Bem-Estar • Primeiro Teorema do Bem-Estar: equilíbrios de mercado compe44vo são eficientes de Pareto • Decorre de definições • Requer: ausência de externalidades de consumo; comportamento compe44vo; existência de equilíbrio • Segundo Teorema do Bem-Estar: alocações eficientes de Pareto podem ser alcançadas via equilíbrios de mercado • Requer preferências convexas Implicações do primeiro teorema do bem- estar � Pressupostos: � Não há externalidade no consumo. � Agentes se comportam de maneira compe44va (preço dado) � Encontrar equilíbrio compe44vo � Aceitando pressupostos, 1º teorema fornece mecanismo geral – mercado compe44vo – que pode ser u4lizado para assegurar a obtenção de resultados eficientes de Pareto Teoremas do Bem-Estar: implicações •Segundo Teorema do Bem-Estar: •Problemas de distribuição e eficiência podem ser separados •Dotações determina a riqueza individual •Preços indicam escassez rela<va Teoremas do Bem-Estar: implicações •Segundo Teorema do Bem-Estar •Política de distribuição de renda pela redistribuição de dotação •E não pela manipulação de preços (subsídios) •Eficiência alcançada pelo mercado competitivo •Enorme dificuldade de implementação prática Segundo Teorema do Bem-Estar Curva de Indiferença de B Curva de Indiferença de A A B Bem 1 Bem 2 Dotação inicial X Dotação após transferência Y X: alocação eficiente e de equilíbrio inicial Y: alocação eficiente desejada, obtida via transferência e mercado competitivo Questões de Provas da Anpec V ou F? 1. O Primeiro Teorema do Bem-Estar diz que a alocação de equilíbrio alcançada por um conjunto de mercados compe44vos é Eficiente de Pareto. Isso significa dizer que tal alocação garante a equidade distribu4va. 2. Em uma alocação Eficiente de Pareto, é possível que A e B estejam pior do que em outra alocação não eficiente.
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