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IMPOSTO SOBRE A RENDA PESSOA FÍSICA E REGIME DE FONTE

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Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
ALUNO: LEANDRO TAKEO ALVES WATANABE 
TURMA: 2021.02-ICT-BSB 
 
SEMINÁRIO V - IMPOSTO SOBRE A RENDA PESSOA FÍSICA E REGIME 
DE FONTE 
Questões 
1. Compor a(s) regra(s)-matriz(es) de incidência do imposto sobre a renda pessoa 
física. 
 
Para o professor Paulo de Barros (CARVALHO, 2021) destaca o imposto sobre 
a renda e proventos de qualquer natureza, como um dos principais impostos que 
compõem o sistema tributário brasileiro, não obstante o volume de receita que tal 
imposto é capaz de gerar para os cofres públicos. 
 Diante de tal importância, cabe aqui compormos a RMIT do imposto sobre a 
renda pessoa física, lembrando que temos o antecedente e o consequente na 
composição da regra-matriz. 
 Antecedente 
 Critério material: Auferir renda ou proventos de qualquer natureza num 
determinado período de tempo. 
 Critério temporal: último dia relativo ao período de competência, ou seja, no 
momento final do exercício financeiro. 
 Critério espacial: território nacional, residentes ou domiciliados no exterior. 
 Consequente 
 Critério pessoal: Sujeito ativo (União) / Sujeito passivo (contribuinte pessoa física 
que auferir renda ou proventos) 
 Critério quantitativo: Base de cálculo (renda auferida no ano-calendário) / 
Alíquota (tabela progressiva). 
 
2. Defina “renda”, “rendimento” e “ganho”. Qual a relação/diferença entre eles? Que são 
“proventos de qualquer natureza”? Com fulcro nessas definições, identifique a base 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
de cálculo do IRPF e posicione-se, de forma fundamentada: tal como definida na 
legislação infraconstitucional, a base de cálculo do imposto representa, efetivamente, 
a “renda”? Confronte a afirmação doutrinária de que o “fato gerador” do imposto sobre 
a renda é “complexivo” com a(s) Regra(s)-Matriz(es) do IRPF e responda: (a) como 
compatibilizar a ideia do “fato gerador complexivo” do imposto sobre a renda com o 
critério temporal da(s) sua(s) RMIT? e com a(s) base(s) de cálculo? (b) em que 
instante deve ser apurado o imposto sobre a renda das pessoas físicas? Como definir 
o termo inicial para a contagem do prazo decadencial para o IRPF, considerando (i) 
o imposto anual; (ii) a antecipação na fonte; (iii) o imposto exclusivo na fonte; (iv) o 
imposto sobre ganho de capital na alienação de bens e direitos. 
 
Conforme preceitua o art. 43, do CTN, renda é o produto do capital, do trabalho 
ou da combinação ambos. 
 Paulo de Barros (CARVALHO, 2021) ensina nesse mesmo sentido, destacando 
que também é o entendimento que prevalece no direito brasileiro, explanando o que 
realmente importa é o aumento do patrimônio líquido. 
Em relação a rendimento, entende-se que seria o valor adicional fruto da renda 
da contribuinte. 
No que tange a ganho, ou melhor dizer ganho de capital, entende-se o saldo 
positivo alcançado pelo contribuinte em determinadas operações financeiras. 
Em relação aos proventos de qualquer natureza, com base no art. 43, II, do CTN, 
entende-se que são os acréscimos patrimoniais, porém, aqueles não abrangidos no 
produto do capital e do trabalho juntos ou mesmo em separados. 
Conforme a legislação infraconstitucional, a base de cálculo será o montante, 
real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. Todavia, entendo 
que a base de cálculo não representa, efetivamente, a renda do contribuinte, pois, 
aqui destaco patrimônios isentos de imposto de renda, como a caderneta de 
poupança, que apesar do contribuinte declarar, será isenta e não irá compor a base 
de cálculo, tendo em vista que é isenta, salvo em raras exceções, quando por 
exemplo os rendimentos ultrapassarem os limites legais. 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
(a) como compatibilizar a ideia do “fato gerador complexivo” do imposto sobre a 
renda com o critério temporal da(s) sua(s) RMIT? e com a(s) base(s) de cálculo? 
 
Apenas no exato momento em que os fatos verídicos possam adequar-se, 
diligentemente, à descrição da hipótese de incidência, é que ocorrerá o nascimento 
da obrigação jurídico-tributária a que estão fatalmente vinculados sujeito ativo e 
sujeito passivo. 
Mary Elbe Queiroz1 explica que “o fato gerador dos tributos é composto por um 
conjunto de vários elementos expressamente descritos em abstrato nas normas. 
Entretanto, só quando estiverem presentes todos esses elementos, imprescindíveis 
e suficientes para caracterizarem a ocorrência do fato gerador, é que se poderá dar 
o mesmo por realizado e apto a produzir os efeitos que lhe são intrínsecos.” 
 
(b) em que instante deve ser apurado o imposto sobre a renda das pessoas físicas? 
Como definir o termo inicial para a contagem do prazo decadencial para o IRPF, 
considerando (i) o imposto anual; (ii) a antecipação na fonte; (iii) o imposto 
exclusivo na fonte; (iv) o imposto sobre ganho de capital na alienação de bens e 
direitos. 
 
Apenas ao término de cada período de apuração e na data prevista em lei, é que 
poderá, ou, pelo menos ter condições de se apurar a incidência ou não, da imposição 
tributária, averiguando também, se nasceu, ou não, a obrigação tributária. 
O prazo decadencial para que o Fisco exerça seu direito de revisar, bem como 
constituir crédito da tributação do IR sobre ganho de capitais é de cinco anos, nos 
casos em que haja pagamento, mesmo que parcial, tendo a data da ocorrência do 
fato gerador como início do prazo. 
Entendimento sumulado pelo CARF, dispõe a natureza jurídica do lançamento do 
IR: “imposto de renda retido na fonte relativo a rendimentos sujeitos a ajuste anual 
caracteriza pagamento apto a atrair a aplicação da regra decadencial prevista no art. 
150, § 4° do CTN” (Súmula nº 123 – CARF). 
 
1 QUEIROZ, Mary Elbe. Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. São Paulo: 
Manole, p. 111. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos 
tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar 
o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-
se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da 
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. 
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo 
extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação 
ao lançamento. 
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores 
à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando 
à extinção total ou parcial do crédito. 
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, 
considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, 
na imposição de penalidade, ou sua graduação. 
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a 
contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a 
Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o 
lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a 
ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 
 
Assim, conforme se depreende também do art. acima mencionado, este também 
se aplica aos tributos submetidos ao lançamento por homologação. 
Já em relação aos impostos sujeitos ao lançamento por declaração, aplica-se o 
previsto no art. 173, I, do CTN. 
 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário 
extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: 
 I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento 
poderia ter sido efetuado; 
 
3. Diferençar os conceitos de aquisição da disponibilidade jurídica e aquisição de 
disponibilidade econômica. Verbas indenizatórias podem ser consideradas “renda”. 
Por quê? Analise criticamente os anexos I, II e III. 
 
 Incialmente, cabe destacar que o termo “aquisição”, no que se refere ao imposto 
sobre a renda, admite o sentido de adquirir, ser proprietário ou estar em posse, 
independentementede condição, poder usufruir ou destinar. Ao passo que 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
disponibilidade se caracteriza pela situação que que possibilita ao titular poder dar 
destinação à renda ou provento percebido, assim ensina Mary Elbe Queiroz2. 
 Nesse sentido, entende-se pode disponibilidade econômica a compreensão 
eficaz da renda ou provento. Já em relação a disponibilidade jurídica, entende-se no 
que se refere à aquisição de um título jurídico que outorga direito de percepção de 
um definido valor, ingresso ao patrimônio, legalmente. 
 Quanto as verbas indenizatórias, entendo como não compreendidas como 
renda, tenda vista que não se trata de acréscimo patrimonial, mas tão somente de 
caráter indenizatório e recomposição patrimonial. 
 
4. O art. 42 da Lei 9.430/96 criou uma nova hipótese de incidência para o imposto de 
renda? Essa hipótese de incidência baseia-se em uma presunção ou em uma ficção? 
O direito tributário admite o uso de presunções e de ficções para tanto? (Vide anexo IV). 
 
 Ao analisar o art. 42 da Lei 9.430/96, entendo que não houve a criação de uma 
nova hipótese de incidência, pois o critério material continua sendo o mesmo, qual 
seja, auferir renda ou proventos de qualquer natureza. 
 Houve a positivação de uma norma que autoriza o Fisco, respeitando os 
princípios da ampla defesa e do contraditório, a lançar o imposto correspondente, 
sempre que o titular da conta bancária, regularmente intimado, não comprove, 
mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua 
conta de depósito ou de investimento. 
 Entendo também, que seria hipótese de incidência baseada em presunção, pois, 
o Fisco presume tal receita ou rendimentos, sendo estes verdadeiros até que se 
prove o contrário, dessa forma, imputando o ônus da prova ao contribuinte. 
 Nesse sentido, o direito tributário admite o uso presunções, conforme se 
confirma pelo próprio art. 42 da Lei 9.430/96, porém, sempre respeitando o devido 
processo legal. 
 
2 QUEIROZ, Mary Elbe. Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. São Paulo: 
Manole, p. 71-72. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
 Esse mesmo entendimento é ratificado pela jurisprudência, como se nota pelo 
anexo IV, fundamentado por julgamento de processo pela Suprema Corte em sede 
de repercussão geral. 
 Refere-se à presunção relativa (jures tantum), até que o contribuinte prove o 
contrário, o fato presumido é imputado como verdadeiro. 
 
5. A atual tabela progressiva do imposto sobre a renda da pessoa física prevê alíquotas 
de 7,5%, 15%, 22,50% e 27,5%. Tal previsão observa o princípio da progressividade? 
Qual é o efeito da chamada “parcela a deduzir”? Pode a lei restringir as deduções, 
da base de cálculo do IRPF (vide art. 4º da Lei 9.250/95)? Há parâmetros 
constitucionais ou legais para a fixação dos abatimentos e deduções possíveis e seus 
respectivos limites? Quais? 
 
 Atualmente, para apuração do imposto sobre a renda pessoa física, o direito 
brasileiro utiliza, para fins de aplicação da alíquota, a tabela progressiva. Nessa 
tabela, contém a base de cálculo, a alíquota e a parcela a deduzir. 
 Em que pese ser utilizada a chamada tabela progressiva, tal previsão contida na 
referida tabela, não observa o princípio da progressividade, bem como deixa de 
observar alguns outros princípios de suma importância, como por exemplo os 
princípios da pessoalidade e da capacidade contributiva. 
 Mary Elbe Queiroz, bem explica esse entendimento, quando menciona que a 
existência de poucas alíquotas para incidência do imposto em discussão não 
obedece aos princípios da progressividade, da pessoalidade e da capacidade 
contributiva, este último por não atender à finalidade de incidir uma maior carga 
tributária sobre os que ganham mais3. 
 E assim compactuo com tal entendimento, pois, aqueles que têm mais se 
submetem à mesma alíquota a partir de um valor de rendimentos acima de R$ 
4.664,68. 
 A chamada parcela a deduzir tem a função de separar a renda do contribuinte, 
fazendo com que que cada parte seja tributada pela alíquota corresponde à base de 
 
3 QUEIROZ, Mary Elbe. Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. São Paulo: 
Manole, p. 372. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
cálculo, não permitindo assim, que o contribuinte tenha tributada a totalidade de sua 
renda ou tributada com a mesma alíquota. 
 Apesar de ter entendimento de que a Lei 9.250/95 é inconstitucional, atualmente 
poderá haver restrições as deduções da base de cálculo do imposto sobre a renda. 
 Entendo por inconstitucional por ferir os princípios da capacidade contributiva e 
princípio do não-confisco. 
 Sobremaneira, nos dias de hoje, existem milhares de ações sobre o tema e ao 
que parece, o Poder Judiciário vem cada vez mais imergindo na direção da 
constitucionalização da base de cálculo do imposto sobre a renda pessoa física. 
 
6. Existe identidade entre o IR fonte e o IR anual ou trata-se de impostos autônomos 
(isto é, há apenas uma ou mais de uma regra-matriz de incidência tributária)? Seria 
a retenção na fonte mero objeto de dever instrumental? Justifique a resposta. (Vide 
anexos V, VI, VII). 
 
 Parte da doutrina sugere a RMIT sobre o imposto de renda como se fosse 
apenas uma. Dessa forma, existiria apenas uma única norma tributária em sentido 
estrito, na qual pessoas físicas e jurídicas estariam obrigadas a pagar o tributo, isso, 
sempre na hipótese auferir renda. Nessa linha, a fonte pagadora jamais realizaria sua 
hipótese de incidência ao pagar renda, muito menos, na obrigação tributária em 
sentido estrito poderia ser elencada como sujeito passivo, forte nesse entendimento 
está Hugo de Brito Machado (O Contribuinte e o Responsável no Imposto de Renda 
na Fonte, p. 112), citado por Julia de Menezes Nogueira (Imposto sobre a renda na 
fonte, p. 164). 
 Entretanto, esse não é meu entendimento, pois, o imposto de renda fonte, 
também chamado de IRF – Antecipação, consiste efetivamente em nova figura 
tributária, revela-se imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, 
implicando em tributação desses bens e não do patrimônio da fonte pagadora. 
 Nesse mesmo sentido, Julia Nogueira (Imposto sobre a renda na fonte, p. 164) 
agrega explicando que IRF – Antecipação é norma jurídica e, como tal. Autônoma. 
 Ratifica esse entendimento o autor Roberto Quiroga Mosquera (Tributação no 
Mercado Financeiro e de Capitais, p. 170) quando escreve que a incidência na fonte 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
revela “um imposto autônomo, com hipótese de incidência particular, distinta das 
regras matrizes tributárias do IR das pessoas físicas e jurídicas”. 
 Posto isso, claro entendo que a retenção na fonte não se trata de mero objeto 
de dever instrumental, mas sim de uma obrigação tributária em sentido estrito, sendo 
esta, como entende a autora Julia Nogueira (Imposto sobre a renda na fonte, p. 170), 
obrigação incondicional de recolher tributo, cujo objeto é prestação pecuniária 
compulsória. 
 
7. Analise os efeitos jurídicos inerentes ao contribuinte e à fonte pagadora em cada um 
dos casos abaixo arrolados. 
 
 
Retenção – 
Fonte 
pagadora 
(Pessoa 
Jurídica) 
Recolhimento 
– Fonte 
pagadora 
(Pessoa 
Jurídica) 
Declaração do rendimento na 
Declaração de Ajuste Anual – 
DAA, entregue pela pessoa 
física (empregado ou prestador 
de serviços) em 30 de abril 
Caso 1 Retém Recolhe 
Declara rendimento e 
retenção 
Caso 2 Retém Recolhe 
Não declara rendimento nem 
retenção 
Caso 3 Retém Não recolhe 
Declara rendimento e 
retenção 
Caso 4 Retém Não recolhe 
Não declara rendimento nem 
retenção 
Caso 5 Não retém Recolhe 
Declara rendimento e 
retenção 
Caso 6 Não retém Recolhe 
Não declara rendimento nem 
retenção 
Caso 7 Não retém Não recolhe 
Declara rendimento e 
retenção 
Caso 8 Não retém Não recolhe 
Não declararendimento nem 
retenção 
 
Caso 1: Não houve irregularidade nem pela fonte pagadora nem pelo contribuinte, 
estando a conduta de ambos de acordo com as normas tributárias. 
Caso 2: Não houve irregularidade por parte da fonte pagadora, porém, o 
contribuinte deixa de declarar tanto o rendimento quanto a retenção, ficando assim, 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
sujeito às penalidades previstas em lei, inclusive podendo sofrer processo por 
sonegação de impostos. 
Caso 3: Neste caso houve irregularidade por parte da fonte pagadora, pois deixou 
de recolher o imposto que foi retido. O contribuinte cumpriu sua obrigação, pois mesmo 
que a fonte pagadora deixe de recolher, o contribuinte tem o dever de declarar. Quando 
a fonte pagadora retém o valor, porém não repassa ao Fisco, torna o contribuinte 
ilegítimo para figurar no polo passivo de uma eventual execução fiscal, ou seja, o 
contribuinte não poderá ser responsabilizado pelo imposto retido e não pago. Esse 
também é o entendimento do STJ (AgRg no REsp 981.997/SP, Rel. Ministra DENISE 
ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/04/2009, DJe 04/05/2009). 
Caso 4: A fonte pagadora, como no caso 3, deixa de recolher o valor que foi retido, 
cometendo irregularidade, excluindo a responsabilidade do contribuinte (STJ – AgRg no 
REsp 981.997/SP, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
02/04/2009, DJe 04/05/2009). Todavia, o contribuinte por sua vez, deixa de declarar, 
também ocorrendo em irregularidade. A falta de retenção ou recolhimento por parte da 
fonte pagadora, não exime o contribuinte em deixar de declarar. Portanto, ficando o 
contribuinte sujeito, na ausência de declaração, as penalidades previstas em lei. 
Caso 5: Conforme art. 103, do DL 5.844/1943, quando a fonte pagadora não 
efetuar a retenção, responderá pelo recolhimento desde, como se o houvesse retido. 
Dessa forma, responderá a fonte pagadora pelas penalidades do art. 106, da IN RFB nº 
1500/2014. 
Caso 6: Conforme art. 103, do DL 5.844/1943, quando a fonte pagadora não 
efetuar a retenção, responderá pelo recolhimento desde, como se o houvesse retido. 
Porém, no presente caso, a fonte pagadora apesar de não efetuar a retenção, promove 
o recolhimento. O contribuinte, por sua vez, deixa de declarar, e assim, poderá ser 
responsabilizado, mesmo que não tenha havido retenção por parte da fonte pagadora. 
Assim entende o CARF (Súmula 12 – Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à 
incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição 
do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não 
tenha procedido à respectiva retenção). 
Caso 7: Conforme art. 103, do DL 5.844/1943, quando a fonte pagadora não 
efetuar a retenção, responderá pelo recolhimento desde, como se o houvesse retido. 
Todavia, mesmo que não tenha havido a retenção e o recolhimento por parte da fonte 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
pagadora, o contribuinte terá que pagar o imposto, pois houve renda, e é sobre ela que 
incide o imposto, podendo o contribuinte, inclusive, caso não recolha o imposto, ser 
responsabilizado com base na Súmula 12 do CARF. Entretanto, a fonte pagadora 
também sofrerá as penalidades, pois descumpriu sua obrigação tributária. 
Caso 8: Conforme art. 103, do DL 5.844/1943, quando a fonte pagadora não 
efetuar a retenção, responderá pelo recolhimento desde, como se o houvesse retido. A 
fonte pagadora, como no caso 7, sofreará as penalidades, tendo em vista que deixou 
de cumprir sua obrigação tributária. Quanto ao contribuinte, será responsabilizado na 
esfera administrativa e o Fisco poderá efetuar o lançamento ex-officio, com base no art. 
77, alínea “a”, do DL 5.844/43, além de cometer crime de sonegação de imposto. 
 
Consoante os casos acima, respondidos com base no direito positivo, expresso 
meu entendimento de que o IR Fonte – Antecipação implica em obrigação tributária da 
fonte pagadora e não em mero dever instrumental. 
Conforme explica a autora Julia Nogueira (Imposto sobre a renda na fonte, p. 203), 
direito de retenção e dever de recolhimento estão previstos em normas distintas, tendo 
apenas a hipótese de incidência em comum. Tanto é assim, que a fonte pagadora está 
obrigada a recolher o tributo devido ainda que não tenha feito a retenção. 
Dessa forma, tendo em vista a autonomia da obrigação tributária da fonte pagadora 
em recolher o IR fonte, ainda que não o tenha retido e, levando em consideração do 
beneficiário poder reajustar o rendimento bruto auferido, presumindo a retenção, poderá 
ser exigido o respectivo montante somente da fonte pagadora. 
Nessa esteira, não será devido nenhum imposto pelo beneficiário dos rendimentos, 
caso não efetuada a retenção, salvo casual diferença de alíquota soba forma de IR-
Anual, isso porque, ele terá produzido o reajustamento dos rendimentos percebidos, 
colocando-os sob a tributação pelo IR-Anual. 
Concluindo que, poderá exigir o IR fonte não recolhido apenas da fonte pagadora, 
pois é ela o único sujeito passivo dessa obrigação tributária. 
 
8. Há a incidência de IR fonte ou do IR anual sobre Stock Options? Pressupondo a 
possibilidade de que venham a ser tributados, como definir a sua base de cálculo? 
Em outros termos, a base de cálculo do IR recairia sobre o preço da aquisição das 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
ações, o preço do mercado ou sobre o preço em que elas são vendidas? Analise os 
anexos VIII e IX, expressando sua concordância ou não, de forma justificada. 
 
 Primeiramente, cabe definir que Stock Options são opções de aquisição de 
ações concedidas por empresas para seus funcionários, diretores e prestadores de 
servições, que enxergam oportunidade de rentabilidade, a longo prazo, relacionados 
aquela empresa. 
 Analisando superficialmente, há até de se perceber as Stock Options ao contexto 
de investimento ou de natureza salarial. Isso porque, nessa operação realizada entre 
funcionário e empresa, há, em tese, acréscimo patrimonial àquele que adquire, 
levando em consideração a copra por um preço abaixo de mercado e posteriormente, 
após o período de carência, vende por um valor mais elevado. 
Entretanto, no ordenamento jurídico brasileiro não há legislação especifica que 
trate do referido tema, não dando alternativas sobre a incidência do IR nessas 
operações. 
A Lei 7.713/88 em seu art. 7º, incisos I e II, prevê que estão sujeitos à retenção 
na fonte os rendimentos do trabalho assalariado, pagos ou creditados por pessoas 
físicas ou jurídicas e; os demais rendimentos percebidos por pessoas físicas, que 
não estejam sujeitos à tributação exclusiva na fonte. 
Dessa forma, a princípio, entende-se a natureza salarial de Stock Options e a 
incidência de IR fonte sobre elas. Disso, denota-se o exposto nos julgamentos pelo 
CARF, conforme apresentado nos anexos VIII e IX. 
Todavia, não é plausível esse entendimento anteriormente citado, pois, como 
vimos anteriormente, tratando-se de Imposto de Renda, nos moldes da legislação 
tributária, somente se dará quando do auferimento real de rendimentos pelo 
contribuinte, que no meu entendimento, corroborando com o entendimento de Thiago 
Taborda Simões (Stock Options: os planos de opções de ações e sua tributação, p. 
141), ocorrerá exclusivamente no momento da das ações pelo beneficiário. 
Nesse sentido, fica nítido que a fase em que as ações são vendidas pelo 
beneficiário, está completamente desconexo da relação laboral entre a empresa que 
concedeu as ações e o beneficiário. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
No que tange a base de cálculo, muitos consideram, para fins de cálculo 
referente ao IR, a diferença entre o valor que foi pago pelo beneficiário e o valor de 
mercado no momento do exercício. Ao meu ver, também descabido tal hipótese. 
Entendo que, o beneficiário ao adquirir as ações, não necessariamente deverá 
sofrer tributação,ele terá por obrigação declarar na categoria “bens e direitos” e 
informar à RFB a data de aquisição e o montante investido nas ações daquele 
período. 
Para Thiago Taborda Simões (Stock Options: os planos de opções de ações e 
sua tributação, p. 135), as Stock Options, enquanto não vendidas, seus valores não 
devem ser atualizados pelo valor de mercado, cabendo ao contribuinte apenas repetir 
o valor pago nas declarações de exercícios posteriores. 
Em relação aos anexos VIII e IX, onde temos acórdãos do CARF com o 
entendimento de que Stock Options tem natureza remuneratória, base de cálculo que 
deve ser apurada na data do exercício das opções e deve corresponder à diferença 
entre o valor de mercado das ações adquiridas e o valor efetivamente pago pelo 
beneficiário, bem como o IR dever ser retido na fonte, não vejo como o entendimento 
mais adequado, pois, assim, o recolhimento será feito sobre rendimento presumido 
e não real.

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