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1 Aluna: Vanessa Dobler Maggi Data: 23/10/2020 MÓDULO: INCIDÊNCIA E CRÉDITO TRIBUTÁRIO SEMINÁRIO DE CASA SEMINÁRIO V - IMPOSTO SOBRE A RENDA PESSOA FÍSICA E REGIME DE FONTE Questões 1. Compor a(s) regra(s)-matriz(es) de incidência do imposto sobre a renda pessoa física. Antecedente: - Critério Material: apresentado pelo verbo e seu complemento que é auferir renda. - Critério Temporal: fim do exercício financeiro. - Critério Espacial: subordina-se ao princípio da universalidade, sendo então para renda auferida no Brasil e no Exterior. Consequente: - Critério Pessoal: Sujeito ativo: União – Fazenda Nacional Sujeito Passivo: Contribuinte: sujeito possuidor da capacidade contributiva. - Critério quantitativo: Base de cálculo: é o montante real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. Alíquota: varia de acordo com a base de cálculo, limitando-se a 27,5%. 2. Defina “renda”, “rendimento” e “ganho”. Qual a rela-ção/diferença entre eles? Que são “proventos de qualquer natureza”? Com fulcro nessas definições, identifique a base de cálculo do IRPF e posicione-se, de forma fundamentada: tal como definida na legislação infraconstitucional, a base de cálculo do imposto representa, efetivamente, a “renda”? Confronte a afirmação dou-trinária de que o “fato gerador” do imposto sobre a renda é “complexivo” com a(s) Regra(s)-Matriz(es) do IRPF e responda: (a) como compatibilizar a ideia do “fato gerador complexivo” do imposto sobre a renda com o critério temporal da(s) sua(s) RMIT? e com a(s) base(s) de cálculo? (b) em que instante deve ser apu-rado o imposto sobre a renda das pessoas físicas? Como definir o termo inicial para a contagem do prazo decadencial para o IRPF, considerando (i) o imposto anual; (ii) a antecipação na fonte; (iii) o imposto exclusivo na fonte; (iv) o imposto sobre ganho de capital na alienação de bens e direitos. 2 Renda é uma riqueza derivada de uma fonte produtiva, levando em conta a renda líquida, ou seja, subtraindo a renda bruta com as despesas. Ganho é o lucro, o que entra, não se comprometendo com o conceito de saldo positivo e rendimento é os ganhos que o contribuinte recebe a título de remuneração por um serviço prestado. Proventos de qualquer natureza são considerados os acréscimos patrimoniais não resultantes do capital ou do trabalho. 3. Diferençar os conceitos de aquisição da disponibilidade jurídica e aquisição de disponibilidade econômica. Verbas indenizatórias podem ser consideradas “renda”. Por quê? Analise criticamente os anexos I, II e III. A disponibilidade jurídica consiste na produção de riqueza, sem ter em conta o momento que é recebida, enquanto a aquisição da disponibilidade econômica acontece quando a renda produzida é de fato disponibilizada em favor do contribuinte. Isto é, na disponibilidade econômica é possível ao contribuinte dispor-se sua renda, por meio de moeda ou equivalente, ao passo que na disponibilidade jurídica é necessária uma instrumentação jurídica para se colocar a renda à efetiva e atual disposição econômica. As verbas indenizatórias não integram no conceito de renda, considerando que não refletem aumento patrimonial, mas sim recomposição do patrimônio daquele que possuiu algum dano, moral ou material, a ser recompensado. Observa-se então que é uma mera transformação de riqueza e não uma nova riqueza em seu patrimônio. 4. O art. 42 da Lei 9.430/96 criou uma nova hipótese de incidência para o imposto de renda? Essa hipótese de incidência baseia-se em uma presunção ou em uma ficção? O direito tributário admite o uso de presunções e de ficções para tanto? (Vide anexo IV). O art. 42 da Lei 9.430/96 não criou uma hipótese nova de incidência para o imposto de renda, mas sim, instituiu uma forma de apuração da renda auferida pelo contribuinte, visto que aqueles valores que ingressaram em suas contas bancárias representam auferir renda. A lei, de modo a evitar a dedução de que a tributação se basearia em uma mera presunção ou ficção da ocorrência da hipótese de incidência estabelece que para que suceda, o contribuinte será anteriormente intimado a justificar o ingresso em questão, havendo de ser respeitado o devido processo legal para tal imposição. Em suma, vale dizer, não é estranho ao direito tributário o uso de presunções ou ficções para delimitação da base de cálculo, como ocorre, por exemplo, no caso do IRPJ sobre o lucro presumido, entretanto, como esclarecido acima, o uso de tais mecanismos não se caracteriza como tal. 5. A atual tabela progressiva do imposto sobre a renda da pessoa física prevê alíquotas de 7,5%, 15%, 22,50% e 27,5%. Tal previsão observa o princípio da progressividade? Qual é o efeito da chamada “parcela a deduzir”? Pode a lei restringir as deduções, da base de cálculo do IRPF (vide art. 4º da Lei 9.250/95)? Há parâmetros constitucionais ou legais para a fixação dos abatimentos e deduções possíveis e seus respectivos limites? Quais ? Sim observa o princípio da progressividade, que se refere a uma variação nas alíquotas do imposto à medida que há um aumento de sua base de cálculo. Assim sendo, quanto maior a base de cálculo, maior será a alíquota total. O efeito da parcela a deduzir é facilitar a progressividade. Há parâmetros constitucionais e legais para a fixação dos abatimentos e 3 deduções possíveis e seus respectivos limites e estes seriam os princípios constitucionais e aquilo que se encontra definido no CTN, princípios esses que são do não-confisco, legalidade, isonomia e á segurança jurídica. 6. Existe identidade entre o IR fonte e o IR anual ou trata-se de impostos autônomos (isto é, há apenas uma ou mais de uma regra-matriz de incidência tributária)? Seria a retenção na fonte mero objeto de dever instrumental? Justifique a resposta. (Vide anexos V, VI, VII). A meu ver, o IR fonte é diferente do IR anual e assim possui outro RMIT. No caso do IR anual o sujeito passivo é a pessoa que teve aumento de seu capital e no IR fonte é o empregador quem deverá reter o imposto, e responderá pelo recolhimento, logo será o responsável pelo pagamento do tributo ao fisco, tornando-se assim o sujeito passivo da obrigação tributária. Portanto se no caso de o empregador não ter retido o imposto no pagamento de seu funcionário, responderá como se o tivesse feito. Em vista disso, no consequente da RMTI do IR fonte é uma obrigação tributária em sentido estrito, que é a obrigação de recolher o tributo, já a RMTI do IR anual é sobre renda e proventos adquiridos durante o ano. 7. Analise os efeitos jurídicos inerentes ao contribuinte e à fonte pagadora em cada um dos casos abaixo arrolados. Retenção – Fonte pagadora (Pessoa Jurídica) Recolhime nto – Fonte pagadora (Pessoa Jurídica) Declaração do rendimento na Declaração de Ajuste Anual – DAA, entregue pela pessoa física (empregado ou prestador de serviços) em 30 de abril Caso 1 Retém Recolhe Declara rendimento e retenção Caso 2 Retém Recolhe Não declara rendimento nem retenção Caso 3 Retém Não recolhe Declara rendimento e retenção Caso 4 Retém Não recolhe Não declara rendimento nem retenção Caso 5 Não retém Recolhe Declara rendimento e retenção 4 Caso 6 Não retém Recolhe Não declara rendimento nem retenção Caso 7 Não retém Não recolhe Declara rendimento e retenção Caso 8 Não retém Não recolhe Não declara rendimento nem retenção Caso 1: Não teve irregularidade, tanto para a fonte quanto para o contribuinte; Caso 2: O contribuinte sofrerá a imposição de multa pela ausência de declaração, diante do descumprimento de dever instrumental, no caso, da obrigação acessória; Caso 3: A empresa será multada por descumprimento do dever de recolher e juros sobre o valor não repassado. Irá, ainda, sofrer processo por crimecontra a ordem tributária. Caso 4: Será posta a multa de mora e multa por descumprimento de dever instrumental à empresa, além de sujeição desta às penalidades resultantes da prática de crimes contra a ordem tributária. Ao contribuinte, em razão do descumprimento do dever instrumental, de apresentar declaração, será imposta multa. Caso 5: A empresa sofrerá multa em razão do descumprimento do dever de reter. Caso 6: Serão ambos multados por descumprimento de obrigação acessória. Caso 7: A empresa receberá multa por descumprimento de dever instrumental. O contribuinte terá de recolher o tributo devido no ajuste anual. Caso 8: A empresa será multada por descumprimento de dever instrumental, acrescido de multa de mora e pagamento do Imposto de Renda. 8. Há a incidência de IR fonte ou do IR anual sobre Stock Options? Pressupondo a possibilidade de que venham a ser tributados, como definir a sua base de cálculo? Em outros termos, a base de cálculo do IR recairia sobre o preço da aquisição das ações, o preço do mercado ou sobre o preço em que elas são vendidas? Analise os anexos VIII e IX, expressando sua concordância ou não, de forma justificada. As stock options apresentam natureza salarial ou de investimento e sua operacionalização de giro comercial gera um acréscimo patrimonial para aquele que as obtém com preço abaixo do valor de mercado e as revende futuramente por um preço maior. No Brasil, não há legislação que regule o tema, o que causa certa insegurança jurídica. Contudo, há discussões doutrinárias a respeito do assunto, do qual o posicionamento majoritário é sobre a natureza jurídica do plano de stock options ser de contrato mercantil, desvinculado das relações costumeiras de trabalho. Prevê o artigo 7º, incisos I e II, da Lei 7.713/88 que estão submetidos à retenção na fonte os rendimentos do trabalho assalariado, pagos ou creditados por pessoas físicas ou jurídicas ou os demais rendimentos percebidos por pessoas físicas, que não estejam sujeitos à tributação exclusiva na fonte. Levando em conta a natureza salarial no stock options, é cabida retenção do Imposto de Renda na fonte. Mas só haverá 5 acréscimo patrimonial real no instante em que a ação é vendida e atentando que seu rendimento não tem vínculo com a relação laboral, deve ser pago pelo Imposto de Renda Anual.
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