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Periodontite de progressão lenta e moderada

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PERIODONTITE DE PROGRESSÃO 
LENTA E MODERADA 
➢ Histórico: 
▪ 1999: Classificação das doenças 
periodontais (DP): 
▪ Periodontite é caracterizada por uma 
inflamação mediada pelo hospedeiro, 
associada a micróbios, que resulta na 
perda de inserção periodontal. 
▪ Clinicamente, diferenças eram baseadas 
na idade do paciente, numero de dentes 
afetados, distribuição na boca, 
severidade e localização no arco dental. 
▪ Periodontites são diferentes ou variação 
de uma mesma doença? Periodontites 
que não apresentavam as características 
da periodontite agressiva eram 
classificadas como periodontite crônica; 
▪ O racional na diferenciação consistia na 
presença de grande severidade no início 
da vida, alto risco de progressão ou em 
necessidades específicas de tratamento. 
o Atualmente → classificação de 2017: não 
há evidências suficientes que mostram que a 
periodontite agressiva e periodontite crônica 
possuem fisiopatologia diferentes. 
PATOGÊNESE DA DP: 
➢ Desafio microbiano → facilita o surgimento da 
DP: 
o Um biofilme em constante desafio na região 
da gengiva com seus antígenos e fatores 
irritantes locais → geram uma resposta do 
hospedeiro → vai responder produzindo 
anticorpos, neutrófilos, polimorfos nucleares 
→ destruir o biofilme, entretanto a resposta do 
hospedeiro vai levar a uma resposta tecidual; 
o Sempre considerar fatores sistêmicos e 
genético na família. 
➢ Existe um valor clínico em individualizar o 
diagnóstico e a etiologia multifatorial com objetivo 
de melhorar o prognóstico e fornecer um cuidado 
para cada paciente. 
PERIODONTITE 
➢ Doença multifatorial associada com biofilme 
disbiótico e caracterizada pela destruição 
progressiva do aparato de inserção dental: 
o Perda de inserção clinica; 
o Perda de tecido ósseo; 
o Presença de bolsa periodontal; 
o Presença de sangramento à sondagem. 
➢ Critérios: 
o Perda de inserção detectada em 2 ou mais 
sítios interproximais não adjacentes ou perda 
de inserção de 3mm ou mais na V/P em pelo 
menos 2 dentes; 
o A perda de inserção não deve ser causada 
por recessão gengival de origem traumática, 
cárie dental, distal de molar por mau 
posicionamento, lesão endoperio ou fratura 
radicular vertical. 
CLASSIFICAÇÃO 2017: 
➢ Periodontite necrosante; 
➢ Periodontite como manifestação de doenças 
sistêmicas; 
➢ Periodontite. 
➢ A maioria dos casos de periodontite apresenta 
uma gama de fenótipos que requerem diferentes 
abordagens para o manejo clinico e oferecem 
diferentes complexidades que definem o 
conhecimento e a experiência necessários para 
gerenciar com sucesso vários casos. 
SEVERIDADE: 
➢ A lógica da classificação de acordo com a 
gravidade abrange pelo menos duas dimensões 
importantes: complexidade do manejo e extensão 
da doença; 
➢ Perdas dentárias causadas por DP precisam ser 
consideradas na classificação. 
COMPLEXIDADE DO TRATAMENTO 
➢ Profundidade de sondagem; 
➢ Tipo de perda óssea 
➢ Furca; 
➢ Mobilidade 
➢ Perda dentárias; 
➢ Colapso na oclusão; 
➢ Defeito de rebordo. 
EXTENSÃO 
➢ Numero de dentes afetados (%) em relação 
aos dentes presentes; 
➢ Generalizada → +30% dos dentes afetados; 
➢ Localizada → -30% dos dentes afetados; 
Aumentam a complexidade de 
tratamento e pode influenciar no 
diagnóstico e prognóstico. 
➢ Padrão molar-incisivo → informações indiretas 
sobre a interação especifica do hospedeiro – 
biofilme 
TAXA DE PROGRESSÃO 
➢ Velocidade com que a doença afeta o paciente. 
FATORES DE RISCO 
➢ O conhecimento aprimorado de como os fatores 
de risco afetam a periodontite (maior gravidade e 
extensão em idade precoce) e a resposta ao 
tratamento: 
o Menores graus de melhorias nos 
tratamentos; 
o Maiores taxas de perdas dentárias durante a 
terapia periodontal de suporte. 
CLASSIFICAÇÃO DO PACIENTE COM 
PERIODONTITE 
ESTÁGIO: 
➢ Define a gravidade e extensão da doença 
baseado no dano tecidual; 
➢ Avalia fatores específicos que podem 
determinar a complexidade e manejo a longo 
prazo da função e estética do paciente. 
 
GRAU: 
➢ Reflete as evidências ou risco de progressão da 
doença e seus efeitos sistêmicos na saúde 
sistêmica. 
ESTÁGIO 
➢ Estágio I → Estágios iniciais de perda de 
inserção: 
o Estágios inicias de perda de inserção; 
o Característica determinantes: 
▪ 1-2mm de perda de inserção 
interproximal no pior sítio ou perda 
radiográfica no terço coronal (<15%); 
o Características secundárias: 
▪ PS de até 4mm, sem perda dental devido 
a periodontite e padrão de perda óssea 
horizontal. 
➢ Estagio II → Periodontite moderada: 
o Característica determinante: 
▪ 3-4mm de perda de inserção 
interproximal no pior sítio ou perda 
radiográfica no terço coronal (15-33%); 
o Características secundárias: 
▪ PS de até 5mm, sem perda dental devido 
a periodontite e padrão de perda óssea 
horizontal. 
➢ Estagio III → Periodontite grave com 
potencial perda de dentes adicional: 
o Características determinantes: 
▪ 5mm ou mais de perda de inserção 
interproximal no pior sitio ou perda 
radiográfica se estendendo à metade ou 
terço apical. 
o Características secundárias: 
▪ PS de até >6mm, perda óssea vertical 
>3mm, furca II ou III, defeito de rebordo 
moderado. 
➢ Estágio IV → Periodontite avançada com 
muitas perdas de dentes e potencial perda da 
dentição: 
o Característica determinante: 
▪ 5mm ou mais de perda de inserção 
interproximal no pior sitio ou perda 
radiográfica se estendendo à metade ou 
terço apical. 
o Características secundárias: 
▪ OS de até >6mm, perda óssea vertical 
>3mm, furca II ou III, defeito de rebordo 
grave, disfunção mastigatória, 
mobilidade, menos de 20 dentes. 
GRAU 
➢ Grau A: 
o Característica determinante: 
▪ Evidencia direta de progressão de perda 
de inserção por 5 anos ou indireta de % 
perda óssea/idade de 0,25mm; 
o Características secundárias: 
▪ Pacientes com grande acumulo de 
biofilme, mas pouca destruição 
periodontal. 
o Fatores que modificam esse grau: 
▪ Sem fatores de risco (tabagismo ou 
diabetes mellitus). 
➢ Grau B: 
o Progressão moderada; 
o Característica determinante: 
▪ Evidencia direta de progressão inferior a 
2mm em 5 anos ou indireta de % perda 
óssea/idade de 0,25 – 1mm. 
o Características secundárias: 
▪ Destruição compatível com depósitos de 
biofilme. 
o Fatores que modificam esse grau: 
▪ Fumantes <10 cigarros/dia ou HbA1c 
<7% em pacientes com diabetes 
mellitus. 
➢ Grau C: 
o Progressão rápida; 
o Característica determinante: 
▪ Evidência direta de progressão igual ou 
superior a 2mm em 5 anos ou indireta de 
% perda óssea/idade de >1mm. 
o Característica secundárias: 
▪ Destruição excede ao esperado, padrões 
clínicos específicos (padrão inciso/molar 
e ausência de resposta esperada às 
terapias de controle do biofilme) com 
períodos de rápida progressão ou 
acometimento precoce da doença. 
o Fatores que modificam o grau: 
▪ Fumantes >10 cigarros/dia ou HbA1c = 
ou >7% em pacientes com diabetes 
mellitus. 
PLANO DE TRATAMENTO 
➢ Remoção dos fatores retentivos de biofilme: 
o Recontorno e polimento das restaurações. 
➢ Raspagem e alisamento radicular; 
➢ Exodontia; 
➢ Instruções de higiene oral; 
➢ Técnicas de escovação/fio dental; 
➢ Escova interdental e unitufo. 
OBS.: Importante reforçar ao paciente a 
importância dele no tratamento. 
FATORES SISTÊMICOS: 
➢ Doenças sistêmicas podem influenciar 
diretamente na DP: 
o Fumo → altera a microbiota, influenciando na 
severidade da doença. Ex.: cigarros, vapers, 
narquile: 
▪ Nicotina → vasoconstrição periférica no 
qual causa a diminuição do oxigênio que 
eleva a uma mudança na microbiota 
subgengival e predomínio gram -. Além 
disso a nicotina provoca uma diminuição 
dos leucócitos, causando 
enfraquecimento da resposta imune → 
redução da quimiotaxia, da fagocitose e 
da aderência dos neutrófilos e redução 
na produção de anticorpos.o Diabetes mellitus: 
▪ Aumento da glicemia → aumenta a 
glicosilação de proteínas de lipídeos → 
estimula a produção de fatores pró-
inflamatórios, secreção e resposta das 
citocinas (IL-1), TNF-a; IL-6) → 
diminuição na migração de leucócitos e 
difusão de oxigênio e aumento da 
ativação de osteoclastos e produção de 
colagenase; 
▪ Maior destruição periodontal. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
➢ O diagnóstico atual é baseado na progressão e 
severidade da doença no paciente; 
➢ A aplicação do sistema a de estadiamento e 
graduação leva a uma compreensão da 
necessidade de intervenção precoce do 
tratamento periodontal e diminuição da perda de 
dentes; 
➢ A consulta de manutenção do paciente 
periodontal deve ser entre 3 a 6 meses e incluir o 
reforço de higiene oral, debridamento das bolsas 
residuais e profilaxia.

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