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1- Pirâmide de Kelsen; classificação das constituições; aplicabilidade das normas constitucionais

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DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
–
 
- As normas jurídicas inferiores retiram seu 
fundamento de validade nas normas jurídicas 
superiores (CF) 
- A pirâmide de Kelsen traz a CF no topo, por ser 
fundamento de validade de todas as demais normas do 
sistema. Assim, nenhuma norma pode contrariar a CF. 
- Observações sobre a hierarquia das normas 
constitucionais: 
• Não existe hierarquia entre normas 
constitucionais originárias e entre originárias e 
derivadas 
• Normas constitucionais originárias não 
podem ser declaradas inconstitucionais (as EC 
podem) 
• Tratados e convenções internacionais de 
direitos humanos aprovados em cada casa do 
congresso, em 2 turnos por 3/5 dos votos, 
serão equivalentes às EC (o primeiro foi sobre 
os direitos das pessoas com deficiência). Os 
demais tratados sobre direitos humanos que 
não forem aprovados com esse quórum terão 
status supralegal, mas infraconstitucional 
- As normas infraconstitucionais são: 
• Tratados sobre direitos humanos não 
aprovados pelas 2 casas do congresso, em 2 
turnos, por 3/5 dos votos 
• Leis complementares, ordinárias e delegadas 
• Medidas provisórias 
• Decretos legislativos 
• Resoluções legislativas 
• Tratados internacionais em geral 
incorporados no ordenamento jurídico 
• Decretos autônomos 
- As normas infraconstitucionais têm a mesma 
hierarquia entre si (independentemente de terem sido 
editadas pela U/E/DF/M). 
 - Já a CF é superior à constituição estadual, que é 
superior à lei orgânica municipal. 
 
QUANTO À ORIGEM 
A) Outorgadas/impostas/ditatoriais/autocráticas: 
impostas sem a participação popular. 
Resultado de um ato unilateral de vontade. 
B) Democráticas/populares/promulgadas/votada
s (CF/88): nascem com participação popular, 
por processo democrático e geralmente fruto 
de uma assembleia nacional constituinte. 
C) Cesaristas/bonapartistas: são outorgadas, mas 
precisam de referendo popular. O texto é 
produzido sem a participação do povo, mas ele 
precisa ratificar. 
D) Dualistas/pactuadas: resultado de 
compromisso instável entre duas forças 
antagônicas - a monarquia enfraquecida e a 
burguesia em ascensão. 
 
QUANTO À FORMA 
A) Escritas/instrumentais (CF/88): são 
elaboradas por um órgão constituinte 
especialmente encarregado para essa tarefa, 
que a sintetiza em documentos solenes. Se 
dividem em: 
• Codificadas/unitárias: as normas estão 
em um único texto 
• 
Legais/variadas/pluritextuais/inorgânicas: 
as normas se encontram em diversos 
documentos solenes 
B) Não escritas/costumeiras/consuetudinárias: 
são constituições cujas normas estão em várias 
fontes, como leis, costumes, jurisprudência, 
acordos e convenções. Não há uma assembleia 
constituinte, mas vários centros de produção 
de normas. 
- OBS: Constituições não escritas também possuem 
normas escritas. 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO 
A) Dogmáticas/sistemáticas (CF/88): são escritas 
e elaboradas por um órgão constituído para 
essa finalidade. Podem ser: 
• Ortodoxas: refletem só uma 
ideologia 
• Heterodoxas/ecléticas (CF/88): 
refletem várias ideologias 
B) Históricas/costumeiras: são não escritas, 
criadas lentamente com as tradições e síntese 
dos valores históricos consolidados pela 
sociedade. 
 
 QUANTO À ESTABILIDADE 
A) Imutáveis/granítica/intocável/permanente: o 
texto não pode nunca ser modificado. 
B) Super-rígida (CF/88): há uma parte intocável 
(cláusulas pétreas), e outra parte com rito mais 
dificultoso para ser modificado. 
C) Rígida (CF/88): é aquela modificada por um 
procedimento mais dificultoso do que aqueles 
pelos quais se modificam as demais leis. 
Alguns doutrinadores entendem que é super-rígida, 
enquanto alguns entendem que é rígida. 
D) Semirrígida/semiflexível: para uma parte, o 
processo de alteração é mais dificultoso; para 
outra parte, o processo é igual ao ordinário. 
E) Flexível: a constituição pode ser alterada por 
procedimento legislativo ordinário usado para 
modificar leis comuns. 
- Da rigidez constitucional decorre o princípio da 
supremacia da constituição. Assim, as normas que 
forem incompatíveis com a constituição serão 
consideradas inconstitucionais. Tal fiscalização de 
validade das leis é realizada por meio do denominado 
controle de constitucionalidade, que tem como 
pressuposto a rigidez constitucional. 
 
QUANTO AO CONTEÚDO 
A) Material: é o conjunto de normas, escritas ou 
não, que regulam os aspectos essenciais da 
vida estatal. Assim, todo e qualquer Estado é 
dotado de uma constituição, afinal, todos os 
Estados têm normas de organização e 
funcionamento, ainda que não estejam em 
texto escrito. Além, é possível que existam 
normas fora do texto constitucional. 
B) Formal/procedimental (CF/88): é o conjunto 
de normas que estão inseridas no texto de uma 
constituição rígida, independentemente do 
seu conteúdo. Todas as normas inseridas na 
CF/88 são formalmente constitucionais. 
 
 QUANTO À EXTENSÃO 
A) Analíticas/prolixas/extensas/longas (CF/88): 
conteúdo extenso, tratando de matérias que 
não apenas a organização básica do Estado. 
B) Sintéticas/concisas/sumárias/curtas: 
restringem-se aos elementos 
substancialmente constitucionais. 
 
QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A 
REALIDADE 
A) Normativas: regulam efetivamente o processo 
político do Estado. 
B) Nominativas/nominalistas (CF/88): buscam 
regular o processo político do Estado, mas não 
conseguem realizar esse objetivo, por não 
atenderem à realidade social. 
C) Semânticas: não têm por objetivo regular a 
política estatal. Visam apenas formalizar a 
situação existente do poder político em 
benefício dos seus detentores. 
 
QUANTO À FINALIDADE 
A) Constituição garantia: seu principal objetivo é 
proteger as liberdades públicas contra a 
arbitrariedade do Estado. 
B) Constituição dirigente (CF/88): é aquela que 
traça diretrizes que devem nortear a ação 
estatal, prevendo, para isso, as chamadas 
normas programáticas. 
C) Constituição balanço: é aquela que visa reger o 
ordenamento jurídico do Estado durante um 
certo tempo, nela estabelecido. Transcorrido 
esse prazo, é elaborada uma nova constituição 
ou seu texto é adaptado. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
QUANTO AO SEU CONTEÚDO IDEOLÓGICO 
A) Liberais: buscam limitar a atuação do poder 
estatal, assegurando as liberdades negativas 
aos indivíduos. 
B) Sociais: atribuem ao Estado a tarefa de ofertar 
prestações positivas aos indivíduos, buscando 
a realização da igualdade material e a 
efetivação dos direitos sociais. 
 
NORMAS DE EFICÁCIA PLENA 
- Desde a entrada em vigor da CF já surtem efeitos. 
- Características: 
• Autoaplicáveis: além de independerem de lei 
posterior regulamentadora, uma lei posterior 
não pode limitar seu conteúdo 
• Não restringíveis: caso exista uma lei 
tratando sobre norma de eficácia plena, ela 
não poderá ter sua aplicação limitada 
• Aplicabilidade direta, imediata e integral 
 
NORMAS DE EFICÁCIA CONTIDA OU 
PROSPECTIVA 
- Desde a entrada em vigor da CF já surtem efeitos, mas 
podem ser restringidas por parte do poder público. 
Aqui, a atuação do legislador é discricionária, ele não 
precisa editar uma lei, mas pode. 
- Características: 
• Autoaplicáveis: estão aptas a produzir todos 
os seus efeitos independentemente de lei 
regulamentadora. Até a publicação de 
eventual lei regulamentadora, os direitos são 
exercidos de maneira ampla e plena, e depois 
da regulamentação eles poderão ser 
restringidos 
• Restringíveis: são normas que se sujeitam a 
limitações ou restrições por lei, norma 
constitucional e conceito ético-jurídico 
indeterminado 
• Aplicabilidade direta, imediata e não integral 
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA 
LIMITADA 
- São normas que dependem de regulamentação para 
produzirem todos os seus efeitos. 
- Características: 
• Não autoaplicáveis: dependem de 
complementação para que possam produzir 
efeitos 
• Aplicabilidade indireta, mediata e reduzida 
- Normas de eficácia contida estão aptas a produzir 
todosos seus efeitos desde o momento da sua 
publicação. A lei posterior, caso editada, irá restringir a 
sua aplicação. Já as normas de eficácia limitada não 
estão aptas a produzirem todos os seus efeitos com a 
publicação; elas dependem de lei posterior para 
ampliar seu alcance. 
- As normas de eficácia limitada se dividem em: 
• Normas declaratórias de princípios 
institutivos ou organizativos: dependem de lei 
para estruturar e organizar as atribuições de 
instituições, pessoas e órgãos previstos na CF. 
Podem ser impositivas (impõem obrigação) ou 
facultativas (impõem mera opção) 
• Normas declaratórias de princípios 
programáticos: estabelecem programas a 
serem desenvolvidos pelo legislador 
infraconstitucional (exemplo: criação do SUS 
para garantir a saúde) 
- Importante ressaltar que as normas de eficácia 
limitada possuem eficácia jurídica, uma vez que 
revogam as disposições anteriores em sentido 
contrário e proíbem novas leis que a ela se oponham, 
bem como obriga que o legislador ordinário edite leis 
regulamentadoras, sob pena de haver omissão 
constitucional (combatida por mandado de injunção ou 
ação direta de inconstitucionalidade por omissão).

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