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URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Pamela Barbieri – T23 1 HIPOGLICEMIA 1) Define-se pela tríade de Whipple: → Valor de glicemia diminuído <45mg/dL (em diabéticos, considerar pontos de corte maiores; em diabéticos, valores < 70mg/dL já podem ser relacionados a sintomas). → Sintomas adrenérgicos (palpitação, tremor, sudorese, parestesia, fome, taquicardia, ansiedade) ou neuroglicopênicos (cefaleia, tontura, ataxia, astenia, dificuldade de concentração, lentificação, confusão mental, irritabilidade, distúrbios do comportamento, déficits neurológicos focais, sonolência, convulsões e coma). →Resolução dos sintomas com a correção da hipoglicemia. Resposta a redução da glicemia: Grave! Deve ser prontamente corrigida Evento relativamente raro em pacientes não DM. →Fisiopatologia: A glicogenólise (hepática e muscular): principal mantedora da homeostase da glicemia; após 12h de jejum, mais de 50% da glicose sérica vinda da neoglicogênese se esgota e, em 48h, esgota o processo de glicogenólise. A manutenção da glicemia na faixa de 60-100mg/dL é feita por hormônios hipoglicemiantes: insulina é o principal. Já a contrarregulação se dá por: epinefrina, glucagon, GH e cortisol, de modo que não haja hipoglicemia sintomática. →Etiologias: Medicamentos, álcool, infecções agudas graves, doenças crônicas, desnutrição, deficiências hormonais, neoplasias (insulinoma). A principal causa de hipoglicemia em pacientes doentes são os quadros sépticos. Também em pacientes com insuficiência hepática e cardíaca. Já a hipoglicemia factícia se dá por indução do uso de hipoglicemiantes. Hipoglicemia factícia por insulina: insulinemia elevada; peptídeo C e pró insulina reduzidos. ‘’ ‘’ ‘’ medicação oral: demonstração do uso inadvertido do hipoglicemiante ou sulfoniureia no plasma ou urina. Hipoglicemia em pacientes DM está frequentemente associada a fatores como: altas doses de insulina, perda/atraso das refeições, falta de compensação de carboidratos antes de atividade física, ingestão de álcool, insuficiência renal, perda da contrarregulação hormonal (episódios mais graves). →Achados clínicos: URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Pamela Barbieri – T23 2 Manifestações variadas de paciente para paciente. Podem ser sintomas autonômicos adrenérgicos ou neuroglicopênicos. Alguns apresentam sintomas apenas neuroglicopênicos, como diabéticos de longa data em uso de betabloqueadores e idosos. Manifestações adrenérgicas: palpitações, taquicardia, ansiedade, tremores, sudorese, fome, parestesia. Manifestações neuroglicopênicas: cefaleia, tontura, ataxia, astenia, dificuldade de concentração, lentificação, confusão mental, irritabilidade, distúrbios do comportamento, déficits neurológicos focais, sonolência, convulsões e coma. →Exames complementares: Gerais: glicemia, função renal e eletrólitos. Em pacientes não diabéticos, uma investigação mais aprofundada! Não diabéticos: função hepática e renal, eletrólitos, cortisol, peptídeo C e insulina. Hipoglicemia factícia: dosagem de sulfonilureias. Hipoglicemia secundária a insulina exógena cursa com peptídeo C suprimido, ao contrário do insulinoma e hipoglicemia secundária a sulfonilureias. Hipoglicemia de jejum: Pacientes Aparentemente doentes x aparentemente saudáveis Aparentemente doentes – principal causa: sepse. Pode ocorre na malária, disfunção hepática grave, doença renal, neoplasias mesenquimais e insuficiência adrenal. Além disso: medicamentos (sulfoniureias), glicogenoses, insuficiência adrenal, feocromocitoma... Aparentemente saudáveis – hipoglicemia factícia; insulinomas. TRATAMENTO: Glicose: 15 a 20g de glicose (considerar infusão de até 50g de glicose a 50%) EV. Glucagon IM 1-2mg, o efeito é fugaz e esgota todas as reservas hepáticas de glicose, não sendo possível repetir a dose. Em pacientes pouco sintomáticos e com nível de consciência preservado pode-se realizar alimentação com carboidratos ou glicose por via oral. Desnutridos, hepatopatas ou etilistas, deve-se prescrever tiamina junto com a glicose, para prevenir encefalopatia de Wernicke-Korsakoff com dose de 100-300mg de tiamina, IV ou IM, juntamente com a glicose. 10 mL de SG 50%: 5g de glicose. 500mL de SG 5%: 25g de glicose. Portanto USAR GLICOSE 50% NA EMERGÊNCIA. Internação: Pacientes com hipoglicemia aparentemente doentes devem ser internados. Pacientes diabéticos com alto risco de desenvolver novos episódios de hipoglicemia (como portadores de DRC, por ex) devem ser observados por 12-24h com glicemia capilar de 1/1h e regime de insulina ou medicação hipoglicemiante ajustados, para evitar novos episódios de hipoglicemia. URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Pamela Barbieri – T23 3 Medicamentos associados a hipoglicemia: .. . HIPERGLICEMIA Estado hiperosmolar hiperglicêmico (EHH): Hiperglicemia > 600mg/dL, desidratação, hiperosmolaridade >320 mOsm/L, pH > 7,3. * Quantidade mesmo que muito baixas de insulina inibem glucagon, consegue ter o mínimo para não desviar o metabolismo para glicogenólise. Cetoacidose diabética (CAD): Hiperglicemia >250mg/dL, pH <7,3, cetonúria positiva. * Esse paciente não tem nenhuma insulina, então já suficiente para desviar o metabolismo para gliconeogenese. ***Osmolaridade plasmática efetiva = 2x (Na+ corrigido) + glicemia/18 ***Na+ corrigido = Na+ medido + 1,6x (glicemia medida – 100)/100 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Pamela Barbieri – T23 4 Fatores desencadeantes: 1) Infecções (30-60%) Pneumonia, ITU, pele e partes moles, gastroenterites, indeterminada. 2) Omissão do uso de terapia diabética. 3) Eventos vasculares AVE, IAM, Embolia artérial aguda. 4) Traumas 5) Drogas lícitas e ilícitas 6) Desordens endócrinas – feocromocitoma, glucagonoma. DIFERENCIAÇÃO URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Pamela Barbieri – T23 5 Paciente CAD conduta inicial: SF 0,9% 1000-1500mL na primeira hora. Tratamento CAD: 1) Hidratação! 1000-1500mL de solução de NaCl a 0,9% na primeira hora. 2) 250-500Ml (4mL/kg) por hora. Na corrigido < 135, NaCl 0,9% Na corrigido normal, NaCl 0,45% 3) Glicemia 250-300mg/dL a hidratação contínua, mas associando glicose a 5-10%. Glicose 5-10% com NaCl 0,45% (1000mL de soro glicosado + 77mEq/L ou 2 ampolas de NacL 0,9%). Insulinoterapia: 0,1 UI/kg em bolus seguidos de 0,1 UI/kg/hora em bomba de infusão ou 0,14 UI/kg/hora em bomba de infusão, sem bolus. Glicemia de 1/1 horas durante uso de bomba de infusão. Alvo de queda de 50-70mg/dL/hora. Desligar bomba de infusão com 2 de 3 critérios: pH >7,3 ou ânion GAP <= 12 ou bicarbonato >= 15. NÃO FAZER insulinoterapia SE K+ < 3,3mEq/L, corrige-se o K+ primeiro. Reposição de bicarbonato, somente se pH < 6,9-100mEq de HCO3 (100 mL de BicNa 8,4%) em 2 horas e nova gasometria após. Correção de distúrbios hidroeletrolíticos: potássio, fósforo. MANEJO CETOACIDOSE: URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Pamela Barbieri – T23 6 MANEJO EEH: URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Pamela Barbieri – T23 7 Internação: todos pacientes com CAD ou EHH tem indicação de tto internados. Internação em CTI/UTI: Acidose com pH 6,9 Edema cerebral Choque cardiogênico Desconforto respiratório agudo
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