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Câncer de Mama | Colunista Introdução O câncer de mama é uma proliferação de células epiteliais malignas que revestem os ductos ou lóbulos da mama. As neoplasias epiteliais da mama são a causa mais comum de câncer em mulheres (excluindo o câncer de pele), sendo responsáveis por cerca de um terço de todas as neoplasias. Epidemiologia e Fatores de Risco O câncer de mama é, principalmente, uma doença de mulheres de idade mais avançada. 75% de todos os cânceres de mama ocorrem em mulheres com mais de 50 anos de idade. As mulheres sem ovários funcionantes ou que apresentam menopausa precoce e que nunca receberam terapia de reposição com estrogênio/progesterona têm muito menos tendência a desenvolver câncer de mama do que as que apresentam uma história menstrual normal. Observa-se um aumento no risco de câncer de mama em mulheres com menarca precoce, primeira gestação a termo tardia e menopausa tardia. Além disso, a duração do aleitamento materno relaciona-se à redução do risco substancial independentemente da paridade ou da idade da primeira gravidez a termo. A obesidade central é um fator de risco tanto para a ocorrência de câncer de mama quanto para a sua recidiva. Prevenção do Câncer de Mama Uma importante razão para a determinação do risco seria o desenvolvimento e a aplicação de estratégias efetivas de prevenção. Essas estratégias podem ser mudanças no estilo de vida ou intervenções cirúrgicas ou farmacológicas. Na atualidade, embora a dieta e a atividade física sejam, certamente, abordagens recomendadas para uma vida saudável, nenhuma delas demonstrou diminuir especificamente o risco de câncer de mama em mulheres. Evitar a TRH combinada com estrogênio/progestina evita o risco aumentado associado de câncer de mama. A remoção profilática das mamas constitui uma estratégia preventiva eficaz, porém habitualmente inaceitável. Registros retrospectivos e prospectivos demonstraram que as mastectomias profiláticas bilaterais reduzem o risco de incidência e mortalidade do câncer de mama em mais de 95%. Como as mamas não são órgãos encapsulados, permanece sempre algum tecido mamário normal, de modo que as mulheres que decidem fazer mastectomias profiláticas devem ser aconselhadas sobre o fato de que ainda existe algum risco de desenvolver câncer de mama. Em virtude de seu efeito adverso óbvio sobre a sexualidade, a estética e o aleitamento, essa abordagem não é considerada apropriada para uma mulher com risco médio. A cessação das menstruações e/ou outros meios de reduzir a exposição aos estrogênios, como inibição da aromatase em mulheres na pós-menopausa, e o uso dos moduladores seletivos dos receptores de estrogênio (SERMs), tamoxifeno e raloxifeno, constituem métodos efetivos para diminuir o risco de câncer de mama. A denominada quimioprevenção com SERMs ou inibição da aromatase reduz o risco de câncer de mama ER-positivo em aproximadamente um terço à metade, embora não tenha nenhum efeito sobre o câncer de mama ER-negativo, mais letal. É interessante ressaltar o fato de que a ooforectomia bilateral profilática e a salpingo-oforectomia, que, frequentemente, são realizadas em mulheres com alto risco genético (como as que apresentam SNPs deletérios BRCA1/2 hereditários), também reduzem o risco de câncer de mama. Rastreamento do Câncer de Mama A mamografia para rastreamento reduz a taxa de mortalidade do câncer de mama em um quarto a um terço em mulheres com ≥ 50 anos de idade. O rastreamento com mamografia e a detecção precoce têm mais tendência a identificar tumores em um estágio mais apropriado para terapia local conservadora. A melhor tecnologia, incluindo a mamografia digitalizada, o uso rotineiro de vistas ampliadas e a maior habilidade na interpretação das mamografias, melhoraram a acurácia do exame. Técnicas diagnósticas mais recentes (espectroscopia por ressonância magnética [RM], tomografia por emissão de pósitrons [PET], etc.) parecem ter maior sensibilidade, porém a sua especificidade é, com frequência, menor. Como nenhuma dessas tecnologias mais recentes demonstrou ser superior à mamografia em termos de redução da mortalidade, não se recomenda o rastreamento de mulheres com risco padrão por qualquer técnica que não seja a mamografia. Recomenda-se um rastreamento com técnicas mais sensíveis, porém menos específicas, em particular a RM, para mulheres com risco genético, como portadoras de BRCA1 ou BRCA2 ou para as que apresentam síndromes de Li-Fraumeni, Cowden ou Bannayan-Riley-Ruvalcaba; parentes de primeiro grau de mulheres com câncer que não realizaram nenhum teste; mulheres com história de radioterapia do tórax entre 10 e 30 anos de idade; ou mulheres com risco de câncer de mama ao longo da vida de pelo menos 20%. As pesquisas não demonstram um benefício claro do autoexame ou do exame físico das mamas feito por um profissional de saúde. Em virtude dessa falta de evidências, o exame clínico regular das mamas e o autoexame não são recomendados. Contudo, todas as mulheres devem estar familiarizadas com a aparência normal de suas mamas e perceber e relatar imediatamente quaisquer alterações a um profissional de saúde. · Ministério da saúde: mamografia 50 – 69 anos a cada 2 anos · SBG: mamografia a partir dos 40 anos. Autor: Lupébhia Tarlé Instagram: @lupebhia; @med.resumosdabhia REFERÊNCIAS: Livro: BEREK & NOVAK. Tratado de Ginecologia, 15ºed. Guanabara. Livro: PASSOS, E. Rotinas em Ginecologia, 7ºed. Artmed.
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