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análise da obra Torto Arado

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Prévia do material em texto

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO 
CAMPUS SÃO LUÍS – MONTE CASTELO 
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE LINGUAGEM – DAL 
CURSO TÉCNICO EM ELETRÔNICA | TURMA: EL 612-IV 
PROFESSORA: Naiane Vieira dos Reis Silva | DISCIPLINA: Língua Portuguesa IV 
 
 
 
 
Gabriel Gomes 
João Victor Aragão 
Ruan Serra 
Samuel de Sousa 
 
 
Trabalho Avaliativo 02 
Análise da obra “Torto Arado” 
 
 
 
 
 
São Luís – MA 
2022 
Trabalho Avaliativo 02 
Análise da obra “Torto Arado” 
 
 
 
Gabriel Gomes 
João Victor Costa 
Ruan Serra 
Samuel de Sousa 
 
 
 
Neste trabalho, vamos explanar sobre a 
obra “Torto Arado”, do autor Itamar Vieira 
Júnior. A atividade é apresentada à 
disciplina Língua Portuguesa VI, 
ministrada pela professora Naiane Viera 
dos Reis, para obtenção parcial de nota. 
 
 
 
 
 
 
São Luís – MA 
2022 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4 
DESENVOLVIMENTO ............................................................................................... 5 
CONCLUSÃO ............................................................................................................... 6 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 10 
 
 
INTRODUÇÃO 
A obra em análise é dividida em três partes: Fio de Corte, Torto Arado e Rio de Sangue. 
Cada uma delas tem um único foco narrativo — as duas irmãs (personagens principais da obra), 
Bibiana e Belonísia. Porém, vamos nos aprofundar mais no debate do último capítulo, mais 
especificamente nas partes que vão de 01 a 07, ou seja, metade do mesmo. 
Nesse, uma “terceira pessoa” ganha voz, ainda que não possua um corpo físico. 
Chamada santa Rita pescadeira, entidade do jarê, um espírito, ou, como também citado no livro, 
encantado — conforme a crença, como muitos referenciam ao mencionar os “santos” aos quais 
prestam culto. Ou seja, há uma abordagem da história em outra perspectiva. 
DESENVOLVIMENTO 
O capítulo Rio de Sangue do livro Torto Arado se inicia com a situação em que se 
encontrava um ser “encantado”, ser esse típico de religiões de matriz africana bem como o 
Jerê, os encantos se apossavam de Pessoas para assumir forma física principalmente em rituais. 
Ele está sem quem possuir, então está vagando por aí, e isso é perceptível logo no começo: 
“Meu cavalo morreu e não tenho mais montaria para caminhar como devo, da forma que um 
encantado deve se apresentar entre os homens, como deve aparecer por esse mundo. Desde 
então, passei a vagar sem rumo, arrodeando aqui, arrodeando acolá, procurando um corpo que 
pudesse me acolher”. E tudo isso porque sua antiga “hospedeira” morreu: “Meu cavalo era uma 
mulher chamada Miúda, mas quando me apossava de sua carne seu nome era Santa Rita 
Pescadeira”. 
Logo em sequência, o espírito começa a narrar os horrores que os seres humanos da 
região onde se passa o conto — chapada Diamantina, Bahia — estavam dispostos a fazer para 
conseguir diamante, tudo isso antes de possuir o corpo de Miuda: “Vi homens fazerem tratos 
de sangue, cortando sua carne com os punhais afiados, marcando suas mãos, suas frontes, suas 
casas, seus objetos de trabalho, suas peneiras de cascalhos e bateias. Vi homens enlouquecerem 
sem dormir, varando noite e dia no rio Serrano, nas serras, nos garimpos, entocados na 
escuridão para ver o brilho mudar de lugar. O diamante tem feitiço e no breu podemos ver seu 
reflexo, de fazer cegar uma coruja, quando anda de um lugar para outro, como um espírito 
saindo de uma serra, cruzando o céu e descendo num monte ou num rio, na forma de uma luz 
que chamava a atenção mesmo distante”. Ou seja, o que fosse preciso fazer para encontrar a 
pedra preciosa, eles iriam fazer. Esse é o retrato de um Brasil profundo, pelo qual o qual o 
autor que é geógrafo utiliza para repercutir suas ideias a cerca da pobreza, luta por uma ascensão 
de classe e exploração que é comum até os dias de hoje , como é também explicitado na obra 
televisiva “ O outro lado do paraíso”. A outra narrativa, a cerca da mobilidade social abre muita 
margem pra entender que os grandes detentores de poder econômico e social eram os mesmos 
a muito tempo, eram as mesmas famílias, principalmente em um cenário de país pós abolição 
da escravatura. No Brasil quem tem poder quer dinheiro e quem tem dinheiro quer poder, dessa 
forma muitas populações são lesadas e alimenta ainda mais a desigualdade social de um país 
já tão pobre quanto o Brasil. 
E qual o objetivo? O objetivo principal era se livrar da escravidão e, para conseguir tais 
objetivos, ofereciam sacrifícios de animais e cultuavam diversas entidades em locais chamados 
“cassas de jarê”. Quando conseguiam encontrar diamante, compravam sua liberdade, 
montavam seus negócios, “Alguns viravam donos de escravos, e davam adeus à servidão e à 
busca que lacerava suas mãos e suas almas”. Porém, nem todos o encontravam, como pode ser 
observado neste trecho: “Mas a maioria só encontrava a quimera e a loucura, o assombro, o 
desassossego, a dor e a violência”. Era quase que uma busca ilusória que atraiu muita gente 
para aquela região, Água Negra era pertencente a caatinga, região extremamente árida e 
conhecida por ter uma gente muito sofrida, sem perspectiva, quanto mais aqueles que nem 
liberdade possuíam. 
Todos os escravos tinham restrições. Não podiam, por exemplo, construir casas de 
tijolo, nem colocar telha de cerâmica — eram exclusividades do dono. Além do mais, 
precisavam até pagar o pouco de chão que tinham para plantar o próprio sustento e o prato em 
que comiam; pode ser percebido neste trecho: “Mas vocês precisam pagar esse pedaço de chão 
onde plantam seu sustento, o prato que comem” — fala do dono dos escravos. A narrativa 
feminina que guia a terceira parte do livro endossa a dificuldade das mulheres naquele cenário, 
nessa senda os homens saiam para trabalhar nas terras dos fazendeiros enquanto as mulheres 
cuidavam das pequenas plantações responsáveis pela Alimentação familiar, era também dever 
das mulheres o cuidado parental e doméstica, e essa é uma problemática discutida, o papel 
social da mulher minimizado e inteiramente ligado a maternidade. Passando para outro ponto 
os fazendeiros não davam privacidade, o sentimento de pertencimento era deslegitimado no 
momento que era comum a invasão dos donos da terra para tomar posse do que os eram seus 
pensamentos deles. 
Mais adiante, outro personagem aparece — esse já é mais antigo na história e está 
presente em outros capítulos —, Severo. Há a notícia de sua morte e a explicação de que ele 
morreu porque pelejava pela terra de seu povo; lutou pelo livramento daqueles escravos que 
viviam na região buscando diamante: “Severo morreu porque pelejava pela terra de seu povo. 
Lutava pelo livramento da gente que passou a vida cativa”. Percebe-se, em sequência, que a 
morte dele dá nome ao capítulo, pois seu sangue representa o rio que correu no lugar. 
Bibiana, uma das personagens principais da obra, entrou em período de reflexão, pois 
não sabia o que fazer depois da morte de Severo. “O que seria de tudo, agora, sem Severo? O 
que seria dela com o vazio que tinha se apossado de seu corpo?”. Depois disso, as irmãs e a 
mãe chegaram para lhe fazer companhia. Logo em seguida, a polícia chegou para fazer a perícia 
do crime — morte de Severo. 
Por um momento, os polícias acharam que iriam fazer a investigação da morte de um 
simples homem, mas, algum tempo depois, essa perspectiva foi mudada: eles descobriram que 
a morte de Severo tinha relação com a disputa de grupos pelo tráfico de drogas na região. 
Haviam descoberto uma plantação de maconha nas proximidades. 
Mesmo ainda em luto, Bibiana fez uma reunião com os moradores de Água Negra para 
tratar dos legados deixados pelo seu marido (o Severo). Não queria deixar a memóriadele 
violada por uma mentira contada pelas autoridades: “Mesmo que o vazio permanecesse em seu 
corpo, não deixaria a memória de Severo ser violada por uma mentira. Logo essa mentira seria 
muitas mentiras a acompanharem sua história, sem que pudesse se defender. E seus filhos? 
Como viveriam com a imagem vilipendiada do pai? Não permitiria que seu legado fosse 
despedaçado pela história que as autoridades queriam contar”. 
Ela ainda retoma a história da chegada de Severo à fazenda de Água Negra, disse que 
ele chegou lá ainda muito pequeno (provavelmente criança), tinha respeito por todos os que 
estavam ali e conhecia a história daquele povo; relatou também que as pessoas trabalhavam em 
troca de nada. “O povo vagou de terra em terra pedindo abrigo, passando fome, se sujeitando a 
trabalhar por nada. Se sujeitando a trabalhar por morada. A mesma escravidão de antes 
fantasiada de liberdade. Mas que liberdade? Não podíamos construir casa de alvenaria, não 
podíamos botar a roça que queríamos”: esse trecho da fala de Bibiana retrata bem a realidade 
vivida por eles. 
Bibiana finalizou, conversando com Salomão (o fazendeiro que, desde o início, estava 
incomodado com a fala dela durante a reunião): “Quem fez isso com Severo irá pagar. A justiça 
dos homens pode até falhar, mas da de Deus ninguém escapa”. 
O livro segue adiante com a entidade agora narrando sobre si e seu cavalo, miúda, que 
era muito sofrida e de vida simples, essa mesma era peregrina e passou por vários lugares até 
se assentar em Água Negra. Uma observação importante a ser feita vem logo após um trecho 
que descreve a juventude de miúda, “pretos não eram bem vistos, tinham que deixar a terra. 
Então dizia que era índia. Os outros diziam que eram índios. Índio não deixava a terra. Índio 
era tolerado, ninguém gostava, mas as leis protegiam”. Por ser de uma geração passada Miúda 
estava mais próxima do período de escravidão, esse fragmentado explícita a respeito de um País 
despreparado e com um completo desprezo para Negros libertos, sem projeto social ou política 
agrária para ao mínimo fornecer um local de moradia para esse povo. Outra realidade abordada 
no capítulo 6 é a ida dos filhos de Miúda para a cidade grande em busca de uma vida melhor , 
a pobre senhora não tinha condições de criar seus filhos, pelejou bastante para que não se 
separasse de suas crias, mas era quase inevitável a partida de seus filhos vista a falta de 
perspectiva, porém fica subjetivo ao leitor se realmente a vida dos meninos melhorou ou só 
mudou de uma exploração rural para Urbana. 
“Era uma mulher-peixe dentro de outra mulher-peixe”, esse trecho fala da proximidade 
a entidade santa Rita pescadora com Miúda muitas vezes chamada de “mulher peixe” , solitária 
era ela que ia no rio , já contaminado com o rejeito da mina de diamantes, pescar com muita 
destreza, fica subentendido que essa é a causa ou razão pela qual Miúda era o cavalo da 
encantada, “As mãos da mulher-peixe eram encantadas, enfeitiçavam os peixes”. 
No próximo capítulo um importante assunto e discutido, a relação da terra com aquele 
povo. A visita de um pastor com intenções duvidosas lembra o povo de que tiveram tomados 
parte da terra pela igreja “A igreja mar ou com ferroas árvores, com B e um J de bom Jesus. 
Marcar tudo que podia. Disse que as terras pertenciam a igreja e nós éramos escravos do bom 
Jesus” , relacionamento a imagem dúbia da igreja, que ao invés de pregar a liberdade e 
solidariedade, lembrava os de uma memória nada agradável, e ainda mais roubaram a terra de 
que eram por direito, usando o nome de Jesus. “mas depois os fazendeiros chegaram mostrando 
documento, e foram cercando as terras, o povo resistindo, gente morreu, e terminaram por ficar 
espremidos num cantinho”. De certo que a cobra sempre quebra do lado mais fraco, e dessa vez 
o povo da comunidade não tinha como lutar mais ainda, a política e as leis brasileiras são feitas 
por gente branca e privilegiada para gente branca e privilegiada, quanto mais no tempo que se 
passa a história, mesmo lutando por equidade o direito sempre esteve do lado dos mais 
poderosos. 
 
 
CONCLUSÃO 
Fato é que, a religiosidade, importância mística e a influência que isso gerava sobre 
aquela comunidade era visível, além disso a própria terra era o povo, Jerê era exclusivo de água 
negra, o povo mesmo não original daquela terra se sentia dono, nascido e pertencente aquele 
lugar “essa terra mora em mim, brotou em mim e enraizou; Água Negra não é um documento”. 
A situação sujeição é o que eles conheciam, eles amavam aquele lugar mas em momento 
nenhum descansaram em lutar por igualmente e por seus direitos que tinham urgência em 
emergir. O que fica da Obra é uma lição linda sobre respeito, cultura, origem, humanidade e 
acima de tudo amor. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Todo conteúdo dessa análise foi retirada do livro “torto arado”, de Itamar Vieira Junior. 
 
	INTRODUÇÃO
	DESENVOLVIMENTO
	CONCLUSÃO
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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