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História da Beleza e Maquiagem

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TÉCNICAS DE 
MAQUIAGEM
Jessica Gabriele da Silva 
Marques
História da beleza e 
da maquiagem
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir os conceitos de beleza e estética.
 � Identificar os fundamentos históricos da beleza e da maquiagem.
 � Descrever a evolução da maquiagem ao longo das décadas.
Introdução
Os padrões de beleza variaram muito no decorrer dos anos, se rela-
cionando com a cultura e a evolução humana e da sociedade. Nesse 
contexto, a maquiagem tem sido utilizada com o objetivo de realçar a 
beleza, estabelecer níveis sociais e hierárquicos e até mesmo como forma 
de expressão da arte. Assim como os padrões de beleza, os padrões de 
maquiagem foram alterados e progrediram ao longo dos anos. Para o 
profissional maquiador, entender essa evolução é muito importante 
para compreender a influência cultural e apreciar completamente as 
tendências da atualidade.
Neste capítulo, você vai identificar os fundamentos históricos da be-
leza e da maquiagem, além de conhecer os conceitos de beleza e estética 
e a evolução da maquiagem ao longo das décadas.
Conceitos de estética e beleza
Conceitualmente, estética é a admiração ou contemplação da beleza, ou a 
combinação de qualidades que promovem intenso prazer aos sentidos. Em 
relação à filosofia, a estética é a reflexão a respeito da beleza sensível e do 
fenômeno artístico. No dicionário atual, a definição de estética é “beleza e 
harmonia de formas e cores”. Além disso, a palavra tem origem grega aisthesis, 
que significa sensação ou percepção (TRINDADE, 2010). A estética não é 
necessariamente o prazer da contemplação do belo, mas também do feio.
Diversas áreas do conhecimento, como psicologia, filosofia e antropologia, 
têm suas definições de beleza e estética. Até a edição de 1971, o significado de 
beleza no Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Hollanda 
(apud VILHENA; MEDEIROS; NOVAES, 2005, p. 119) era “qualidade do que 
é belo; da coisa bela ou agradável; da mulher bela”. Atualmente, o Dicionário 
Aurélio, em sua versão on-line, define beleza como “perfeição agradável à vista 
e que cativa o espírito; mulher formosa” (BELEZA, 2018, documento on-line).
Falar sobre beleza é muito amplo, visto que é um conceito subjetivo que 
pode ter vários pontos de vista diferentes e cuja identificação está relacionada a 
uma sensação de prazer diante da visualização. Por ser uma sensação prazerosa 
e um processo cognitivo e mental, o conceito de beleza é próprio e singular 
de cada indivíduo, variando a partir de valores individuais relacionados ao 
gênero, à raça, à educação e às experiências pessoais, além da mídia.
Podemos relacionar a beleza com a arte, visto que ambas sempre cami-
nharam juntas. Porém, a arte não apresenta qualquer ligação necessária com a 
beleza, uma vez que não é o belo visual que caracteriza a obra de arte — dessa 
forma, uma obra de arte pode também ser feia. 
A concepção clássica de beleza está profundamente ligada ao que os antigos 
pensavam sobre a arte, pois deveria representar a perfeição. Essa perfeição 
seria conquistada por meio de ritmo e harmonia, e o que não estivesse dentro 
dessas características não seria belo. A idealização de arte e beleza valia 
também para a forma humana, que deveria ser representada seguindo esses 
padrões. Historicamente, Platão, filósofo grego do século V a.C., suscitava que 
a reflexão sobre o belo está ligada a uma essência universal e não depende de 
quem observa, pois está contida no próprio objeto, na criação. 
Aristóteles, outro filósofo importante, defendia que o belo está na proporção, 
no equilíbrio, na simetria e na harmonia das coisas. Já um dos três principais 
pensadores da Grécia Antiga, Sócrates, acreditava que o belo era uma con-
cordância observada pelos olhos e ouvidos, ou seja, o belo é permissível por 
meio dos sentidos sensoriais.
Hoje, falar sobre beleza é discorrer sobre padrões estéticos culturais. 
Gombrich (2000, p. 2) destaca que “o problema com a beleza é que gostos 
e padrões do que é belo variam imensamente”. Esses padrões de beleza se 
alteram ao longo do tempo, além de variarem de acordo com a cultura de cada 
sociedade. Assim, o que é belo para um povo pode não ter o mesmo olhar em 
História da beleza e da maquiagem2
outra sociedade, e os padrões do passado são muito diferentes dos atuais. Para 
atingir o padrão, as pessoas utilizam artifícios e técnicas de estética, como o 
uso de cosméticos, que também se modificaram ao longo do tempo.
Padrões históricos de beleza e evolução dos 
cosméticos
Existem relatos de que os povos primitivos já utilizavam cosméticos e pro-
dutos de higiene pessoal, demonstrando preocupação com a aparência. Na 
pré-história, criou-se uma hierarquia em que os homens estavam no topo e 
o corpo era considerado uma arma de sobrevivência. Eles carregavam itens 
como garras e dentes de animais para se diferenciarem dos demais. Enquanto 
isso, o ideal da mulher era a obesidade, sinal de disponibilidade de recursos 
e fertilidade.
O povo egípcio foi o primeiro a cultivar a beleza de forma extravagante. 
Desde 3000 a.C. os egípcios usavam cosméticos, como pó de malaquita verde e 
ocre (pedra), minério de cobre verde escuro e kohl — produto feito de minérios 
de chumbo e cobre, amêndoas queimadas, cinzas e outros ingredientes —, que, 
com consistência de pó, servia como delineador para os olhos e era aplicado 
em formato de amêndoa, aumentando o tamanho e acentuando o formato dos 
olhos. O uso de maquiagem nos olhos fazia parte dos seus hábitos diários 
de embelezamento pessoal e estava associado a aspectos espirituais, pois 
acreditavam que afastava o mal. Tinha a utilidade para celebrar cerimônias 
religiosas e preparar os mortos para o enterro, além de ser uma maneira de se 
distinguir das classes inferiores.
O ideal de beleza dos egípcios era corpos esbeltos e traços finos, vistos como 
sinal de juventude. Apesar de ser o padrão de ambos os sexos, um exemplo 
dessa beleza é a rainha Nefertiti (Figura 1). Seu rosto, com olhos delineados e 
aumentados com carvão e as pálpebras com toques de azul e esfumadas com 
sombra colorida feita de malaquita moída, indicava beleza, poder e dom divino.
3História da beleza e da maquiagem
Figura 1. Rainha Nefertiti representa o ideal de beleza egípcio.
Fonte: Vladimir Wrangel/Shutterstock.com. 
Para os gregos, a beleza era qualidade apenas do corpo masculino, prin-
cipalmente dos ricos. Naquela sociedade, somente os homens tinham direito 
à democracia e isso era atribuído ao belo. Os corpos nus dos gregos eram 
expostos em ginásios, enquanto a mulher cobria o corpo com túnica até os 
joelhos dentro de casa e até os tornozelos para sair à rua (O CORPO, 2014). 
Embora utilizassem os egípcios e seus cosméticos como inspiração, a motivação 
do embelezamento era a estética, e não o espiritual. 
O padrão estético grego foi mantido pelos romanos: mulheres ainda usavam 
palla (uma espécie de xale comprido, de lã ou linho) para sair à rua e as que 
usavam maquiagens exageradas eram consideradas adúlteras ou prostitutas. 
A pele branca era ressaltada com pó de giz e fezes de crocodilo moídas, além 
de disfarçarem sardas e manchas solares com cinzas de caramujo. Além de 
cosméticos e cores extravagantes, os romanos adoravam fazer o embelezamento 
do corpo inteiro, com banhos luxuosos e formulações cosméticas que tinham 
sangue e gordura de ovelha aquecidos como base. 
Alguns registros relatam que Cleópatra difundiu entre os romanos hábi-
tos como banho de leite de jumenta, uso de argilas e óleos aromáticos, pois 
acreditava que a beleza era importante para a imortalidade. Além disso, as 
romanas mais ricas usavam muitas joias, como anéis, braceletes, brincos, 
colares e tiaras, e homens e mulheres abusavam dos cabelos postiços altos. 
História da beleza e da maquiagem4
Os romanos também ficaram famosos pelas suas casas de banho, construções 
exuberantes que ofereciam tratamentos como massagense outras terapias. 
Depois dos banhos, os romanos aplicavam óleos e outros preparos da pele 
para mantê-la hidratada e atraente.
Os povos asiáticos costumavam usar pó de arroz para deixar seus rostos 
brancos. As sobrancelhas eram raspadas, os dentes eram pintados e a hena 
era usada no tingimento dos cabelos e do rosto. Na China, uma prática cruel 
de beleza era amarrar os pés das meninas a partir dos três anos de idade para 
que não crescessem naturalmente, a fim de ficarem pequenos — símbolo de 
beleza, graciosidade e feminilidade na época. Mulheres com pés pequenos 
tinham mais chance de conseguir um bom casamento, mesmo que isso custasse 
ossos quebrados. Do contrário, mulheres com pés grandes eram sinônimo 
de masculinidade e feiura, e se tornavam desinteressantes para os homens 
daquela época. Somente no início do século passado isso deixou de ser um 
padrão de beleza nessa sociedade.
Neste link, você encontrará uma reportagem (CHINA, 
[2015]) sobre os pés pequenos das chinesas. 
https://goo.gl/ym4pLT
Na Idade Média, líderes religiosos condenavam a vaidade e qualquer uso 
de cosméticos, acreditando que essa prática era imoral e pecaminosa. Os 
costumes herdados dos gregos e romanos foram sendo esquecidos. Apesar 
disso, a aparência pálida era desejada e mulheres utilizavam sanguessugas 
para fazer sangrias e obterem a pele esbranquiçada. Cosméticos continuavam 
sendo muito utilizados e popularizados durante esse período.
O Renascimento resgatou os padrões de beleza da Antiguidade e trouxe 
à tona valores mais artísticos. Ainda com a palidez em evidência, homens e 
mulheres utilizavam pinturas a base de chumbo e pó feito de arsênio para 
empalidecer a fisionomia, como sinal de riqueza e status social (D’ALLAIRD 
et al., 2016). Além disso, batom rosa claro acentuava a aparência pálida e as 
5História da beleza e da maquiagem
mulheres exibiam cabelos longos e formas roliças, estando o corpo totalmente 
ligado ao dinheiro — mulheres ricas tinham mais acesso à alimentação farta, 
consequentemente se tornando mais gordas. Durante o período renascentista, 
no século XIV, surgiu a moda da testa grande, em que as mulheres arrancavam 
seus cabelos ou usavam soluções químicas arriscadas para remover os fios, 
provocando uma testa maior. 
Mona Lisa é uma das artes mais populares do artista renascentista Leonardo 
da Vinci, retratada entre os anos 1503 e 1506. Essa obra representa o padrão 
de beleza da mulher da época, apresentado em um retrato que se tornou pa-
drão para os demais retratos desse período. Mona Lisa se tornou símbolo de 
beleza pela harmonia e simetria de seu rosto. Outra obra de arte que retrata 
os padrões de beleza daquela época é O nascimento de Vênus (1482-1485), de 
Sandro Botticelli. Nessa obra, é possível observar a pele alva e os contornos 
curvilíneos, preocupações evidentes da sociedade na época.
No século XV, o aumento dos mercados de comércio financiava o aumento 
de expedições para descobrir novas rotas comerciais. Em 1492, em uma dessas 
expedições, Cristóvão Colombo descobriu os nativos que viviam nos conti-
nentes americanos. Os índios americanos tinham a cultura de cobrir seus 
corpos com padrões e cores para comunicar status e intenções. A aplicação de 
cosméticos era feita em todas as cerimônias religiosas e declarações de guerra.
Cada tribo indígena tinha um padrão de pintura exclusivo e seguia um 
ritual de acordo com a tradição de seus ancestrais. Os materiais utilizados 
para a coloração eram naturais e incluíam plantas, polpas de frutas, argila e 
até mesmo fezes de patos.
Durante o século XVI, a moda europeia era ter curvas acentuadas e cintura 
muito fina. Para isso, as mulheres utilizavam espartilhos e corpetes por baixo 
dos vestidos, que eram muito apertados e causavam até desmaios em razão 
da falta de oxigênio. Essa peça-chave foi indispensável por muito tempo, até 
o século XIX. 
Enquanto se descobriam novas culturas nas Américas, a Europa continuava 
a evoluir os padrões de beleza. Durante o reinado de Carlos II, na Era Stuart, 
a palidez é deixada de lado, dando lugar a maquiagens mais pesadas, como 
cosméticos e bases mais escuras. A aparência mais carregada e as bochechas 
coradas se tornaram populares nessa época, sendo sinais de saúde.
No século XVIII, muitos cosméticos utilizados eram feitos de ingredientes 
tóxicos como chumbo e carbonita, trazendo sérias doenças e problemas de pele, 
o que dividia as opiniões sobre a maquiagem. Nesse período surgiu o ruge e o 
batom em tons avermelhados, mas as mulheres que usavam eram consideradas por 
muitas pessoas símbolos de prostituição e devassidão (D’ALLAIRD et al., 2016).
História da beleza e da maquiagem6
No Japão, artistas e artesãs da sociedade se tornaram gueixas, figuras 
históricas que se destacavam por sua maquiagem e aparência complexas. Para 
conseguirem a aparência ideal, dedicavam horas aplicando maquiagem e se 
preparando. Antes da maquiagem, removiam suas sobrancelhas e se vestiam 
com quimonos. As gueixas aplicavam na face e na nuca preparos de pós à 
base de arroz ou chumbo misturados com água para que a consistência ficasse 
uma pasta, ficando brancas como porcelana. Após esse processo, seus traços 
dramáticos se realçavam. Além disso, pintavam sobrancelhas pretas no alto 
da testa. A boca com o centro vermelho forte feito com suco de cártamo se 
destacava. Ainda, delineavam os olhos com carvão e usavam um penteado 
típico chamado Shimada, uma espécie de coque alto (Figura 2).
Figuras 2. Típica gueixa japonesa.
Fonte: Juri Pozzi/Shutterstock.com. 
Por volta de 1800 surgiram os boticários, como eram chamados os farma-
cêuticos que desenvolviam cosméticos para a população. Apesar de também 
serem responsáveis por produzir remédios, utilizavam ingredientes muito 
perigosos em suas criações, como mercúrio e ácido nítrico, o que causava 
muitas doenças.
7História da beleza e da maquiagem
No século XIX, no período chamado Romantismo, as mulheres adotaram 
um estilo mais simples e a maquiagem foi ainda mais feminizada. Com o 
início da contemporaneidade e a Revolução Industrial, os cosméticos ficaram 
mais acessíveis à população, sendo produzidos em larga escala, não mais se 
restringindo às classes mais altas. O desejo de ter uma aparência jovem e 
saudável continuava, o que levou a população a aumentar a procura pelos 
cuidados pessoais.
Evolução da beleza e da maquiagem no século XX
Com a virada do século XX, ocorreu a verdadeira revolução da maquiagem, 
que se tornou moda na Europa e nos Estados Unidos, principalmente com 
o surgimento de estrelas do teatro e do cinema. As mulheres se inspiravam 
nas maquiagens das estrelas de Hollywood e as peles bronzeadas eram 
desejadas, pois significavam riqueza e prosperidade (D’ALLAIRD et al., 
2016). No início desse século, ocorreram muitos avanços nas aplicações de 
cosméticos e foram surgindo aparelhos e outras técnicas estéticas que são 
usadas até os dias de hoje. 
Foi nesse período que os batons se popularizaram ainda mais e começaram 
a ser produzidos em estojos de metal. Também foram lançados os primeiros 
pós compactos com espelho e aplicador, como são utilizados até hoje. Os 
cosméticos não eram mais vendidos secretamente em salões particulares e 
lares. As mulheres, então, os usavam abertamente.
Em 1909 surgiu a Selfridges, primeira loja e salão de beleza londrino a 
exibir abertamente e vender cosméticos no varejo, de maneira com que as 
pessoas pudessem manusear e ver as opções. Antes disso, os produtos só 
eram expostos atrás dos balcões e geralmente dentro de gavetas, impossi-
bilitando o consumidor de visualizar todas as possibilidades de compra. 
O formato de comercialização aberta é o praticado nos dias atuais, pois 
facilita o acesso dos clientes aos novos produtos cosméticos e instiga o 
desejo de compra.
História da beleza e da maquiagem8
O salão de beleza Selfridges, aberto por Harry Gordon Selfridges, existe até hoje e 
se tornou uma loja de departamentos. Nela, é possível encontrar de tudo:produtos 
cosméticos para uso particular e de salão, roupas, sapatos, brinquedos, mobílias e até 
joias, em mais de 50 mil m2 de loja em Oxford Street. É possível entender mais sobre 
esse empreendimento secular e seu fundador em Secrets of Selfridges, documentário 
da Netflix, e neste link (QUINTELA, 2018):
https://goo.gl/YQL5Qk
A década de 1910
No início do século XX, a mulher passou a explorar mais o seu corpo. 1910 
foi o ano do fim do uso do espartilho, dando espaço à beleza natural do corpo. 
O padrão estético dos corpos mais roliços começou a dar lugar ao padrão de 
magreza, que segue até hoje, incentivado pela mídia. Nessa época, surgiu a 
popularização da máscara de cílios, antes substituída por vaselina ou cera. 
As mudanças na moda, na época, estavam em evidência.
A década de 1920
Em 1920, as mulheres, com um pouco mais de liberdade e influenciadas por 
Coco Chanel — famosa designer da época — aderem ao corte de cabelo 
curtinho e liso. Ainda motivadas por Chanel, a pele bronzeada ficou ainda 
mais desejada pelas mulheres, pois ela criou a crença de que representava 
grande sofisticação. Por isso, muitos cosméticos de bronzeamento artificial 
foram desenvolvidos e utilizados entre a elite. 
Os batons vermelhos e os olhos negros eram típicos dessa década. Além 
disso, outras cores de batons foram surgindo e dando às mulheres mais pos-
sibilidades. O batom também ganhou outra forma de uso: a técnica do “arco 
do cupido” ou coração. Nessa técnica, o batom era utilizado com formato 
arqueado, com inspiração na atriz Clara Bow (Figura 3). Nessa época também 
foi introduzido o primeiro curvador de cílios, que tinha um preço alto e poucos 
clientes podiam comprar.
9História da beleza e da maquiagem
Figura 3. Clara Bow, famosa atriz dos anos 20.
Fonte: Sauceda ([2018]).
A década de 1930
A maquiagem dessa época era escultórica e, por vezes, as sobrancelhas eram 
depiladas e marcadas com lápis (Figura 4). O fácil acesso e a ampla quan-
tidade de cores de batons tornaram o produto um símbolo de sexualidade e 
maturidade femininas. A Revista Vogue, considerada um manual de moda 
e beleza, apresentava em 1935 mulheres turcas com delineados em hena, 
com cor intensa e formato amendoado, parecido com a cultura egípcia antiga 
(D’ALLAIRD et al., 2016).
História da beleza e da maquiagem10
Figura 4. Maquiagem típica dos anos 30.
Fonte: Luchiiiya/Shutterstock.com. 
Segundo D’ Allaird et al. (2016), na década de 30, em Hollywood, surgiu a carreira de 
maquiador profissional. Profissionais começaram a ser contratados especificamente 
para aplicar maquiagem nas atrizes.
A década de 1940
Essa época é marcada pela Segunda Guerra Mundial, quando houve racio-
namento de roupas e cosméticos. As mulheres começaram a trabalhar em 
universos até então dominados por homens, tais como engenharias e pesquisa 
científica. Em 1940, portanto, foi criado o primeiro batom de longa duração, 
idealizado pela especialista em química orgânica Hazel Bishop. As estrelas 
de cinema continuavam ditando tendências. Uma delas se tornou símbolo de 
beleza e sensualidade da época, a atriz Marilyn Monroe, popular por sempre 
usar lábios vermelhos intensos, por suas formas voluptuosas e pelas ondas 
loiras e curtas do cabelo. 
11História da beleza e da maquiagem
A década de 1950
Ainda inspirada em estrelas de Hollywood, o foco das maquiagens dessa 
época mudou da boca para os olhos. A famosa atriz francesa Brigitte Bardot 
chamava atenção pelos seus olhos sensuais e escuros e seus lábios pálidos. 
Enquanto isso, Audrey Hepburn (Figura 5) exibia olhos de gato, técnica que 
ficou famosa na época. Para evidenciar ainda mais os olhos, o marrom e o 
preto davam lugar às maquiagens azul, verde e púrpura e as sobrancelhas 
ficaram mais claras.
Figura 5. Audrey Hepburn, atriz que popularizou os olhos de gato. 
Fonte: Lucian Milasan/Shutterstock.com.
A década de 1960
Década inclinada para a juventude, os anos 60 foram marcados pela variedade 
de padrões de maquiagem populares. De forma geral, a luta pela liberação 
História da beleza e da maquiagem12
social e o amor livre era representada pela maquiagem mais clara, seguindo 
tons rosados e verde água. Os hippies aderiam a aparência mais natural, en-
quanto a aplicação de cores vibrantes e imagens pintadas no rosto continuava 
sendo usada, também como forma de expressão. As maquiagens de aplicação 
rápida, como o pó de arroz e as bases em tubo, eram as favoritas. Twiggy 
(Figura 6), adolescente conhecida como a primeira supermodelo, popularizou 
a maquiagem que utilizava cílios falsos ou máscara de cílios intensa, para que 
parecesse artificial, chamando a atenção para os olhos. Durante essa década foi 
inventada a máscara de cílios com aplicador, como é utilizada nos dias atuais.
Figura 6. Twiggy, a it girl dos anos 60.
Fonte: Ekaterina Jurkova/Shutterstock.com. 
13História da beleza e da maquiagem
A década de 1970
Nos anos 70, a maquiagem era muito semelhante aos anos 60, a diferença é 
que as cores ficaram mais neutras, ainda condizendo com a temática natural 
do mundo hippie. Excessos eram evitados, o rosto era levemente corado e 
os lábios eram brilhantes. As maquiagens, que antes eram em sua maioria 
dirigidas a peles claras, passaram a ser fabricadas também para tons de pele 
mais escuros. Dessa forma, as pessoas com pele escura ou negra não ficavam 
mais com seus rostos com tons acinzentados ou pálidos. 
Em contrapartida, no fim dessa década popularizaram-se as cores e o 
glitter, que conversavam com a moda da alta costura, onde havia na maioria 
das vezes uma combinação da sombra com a cor da roupa. O estilo punk e 
disco entraram em cena mais para o final do século. O estilo punk explorava 
olhos mais escuros, e o disco dava início à tendência multicolorida, muito 
explorada ao longo da década de 80.
A década de 1980
É inaugurada a era das top models, quando mulheres altas e magras se 
tornaram padrão de beleza. Foi um momento em que a mulher se libertou e 
o poder feminino ficou em alta, marcado pelo exagero. A maquiagem forte 
trazia batons de cores vivas, como rosa pink e vermelho, e blushes bem 
rosados. Os cílios, por sua vez, eram alongados com máscaras coloridas, 
azuis e verdes.
A década de 1990
Após as expressões exageradas e coloridas dos anos 80, foi uma década mais 
discreta para a maquiagem, que se tornou totalmente normal. Tons claros, 
cores sóbrias e pouco rímel davam um toque de frieza nas escolhas femininas 
na época. O minimalismo toma espaço e as sombras neutras tomaram o lugar 
das cores extravagantes; olhos esfumados marrons e cores mais comportadas 
faziam parte da nova tendência dos anos 90 (Figura 7).
História da beleza e da maquiagem14
Figura 7. Maquiagem mais sóbria dos anos 90.
Fonte: Oleg Gekman/Shutterstock.com. 
Século XXI
A partir do século XXI, a maquiagem se mantém entre os produtos que mais se 
modificam rapidamente. Nos dias atuais, a maquiagem é um item básico para 
a maioria das mulheres e para alguns homens. Muitas aplicações históricas 
e ritualísticas ainda acontecem, como por gueixas e índios, que continuam 
mantendo as tradições. Mesmo nessas culturas, a maioria das maquiagens 
utilizadas não é mais de origem natural, e sim sintética. 
Com a tecnologia e as redes sociais, a maquiagem tem a capacidade 
única de passar por evoluções e desenvolvimentos praticamente diariamente 
(D’ALLAIRD et al., 2016).
As tendências não seguem mais as celebridades, mas estão ligadas à au-
toexpressão. Aplicada para modificar características indesejáveis e favorecer 
as atrativas, a maquiagem não segue mais um roteiro único, e sim é feita a 
partir das particularidades de cada indivíduo.
O mercado da beleza apresenta elevado crescimento histórico no Brasil e 
no mundo. Piatti (2016) complementa que o Brasil está entre os três maiores 
consumidores de cosméticos, com faturamento de dezenas de bilhões de reais 
ao ano, e os centros estéticos estão entre os negócios mais rentáveis.
15História da beleza e da maquiagemBELEZA. In: DICIONÁRIO do Aurélio. [S. l.]: [s. n.], 2018. Disponível em: <https://diciona-
riodoaurelio.com/beleza>. Acesso em: 18 set. 2018.
CHINA exótica. Repórter: Marcus Reis. Produção: Baboon Filmes. In: Jornal da Record. 
[S. l.], [2015]. 1 vídeo (15min24s). Disponível em: <https://goo.gl/ym4pLT>. Acesso em: 
18 set. 2018.
D’ALLAIRD, M. et al. Milady maquiagem. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
GOMBRICH, E. H. História da Arte. Rio de Janeiro, Ltc, 2000.
O CORPO perfeito. Beleza sem padrões, [s. l.], 2014. Disponível em: <https://belezasem-
padroes.wordpress.com/>. Acesso em: 18 set. 2018.
PIATTI, I. L. Biossegurança estética e imagem pessoal: formalização do ambiente, exigências 
da Vigilância Sanitária em biossegurança. 2. ed. Curitiba: Buona Vita, 2016.
QUINTELA, G. Pioneiro da experiência do consumidor, dono da Selfridges morreu 
pobre, mas deixou legado no varejo. Linkedin, [S. l.], 2 abr. 2018. Disponível em: <ht-
tps://pt.linkedin.com/pulse/pioneiro-da-experi%C3%AAncia-do-consumidor-dono-
-selfridges-quintela>. Acesso em: 18 set. 2018.
SAUCEDA, A. Amoebas Amoebas Everywhere. In: Pinterest, [S. l.], [2018]. Disponível em: 
<https://br.pinterest.com/pin/312718767848556181/>. Acesso em: 18 set. 2018.
TRINDADE, J. R. Estudo da beleza através dos tempos. Canoas: Ulbra, 2010. 
VILHENA, J. de; MEDEIROS, S.; NOVAES, J. de V. A violência da imagem: estética, femi-
nino e contemporaneidade. Rev. Mal-Estar Subj., Fortaleza, v. 5, n. 1, p. 109-144, mar. 
2005. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/malestar/v5n1/06.pdf>. Acesso 
em: 18 set. 2018.
História da beleza e da maquiagem16
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