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PI - Mantas de Hidrocarbonetos REV 03 FINAL

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MANTAS DE HIDROCARBONETOS E POLIPROPILENO 
 
Alexandre de Souza 
Brenno Alves Gonçalves 
Erick dos Santos Corrêa 
Filipe Pinheiro Brandão 
Gabriel Aguiar da Costa 
Gabriel dos Santos Fernandes Assis 
Luiz Melo de Oliveira Junior 
Marcos Paulo Gomes 
Matheus Guimarães Peixoto de Sousa 
Profa. Dra. Tatiany Fortini 
 
RESUMO 
 
Devido aos acidentes com derramamento de petróleo pelo mundo, fato que atinge ao meio 
ambiente marítimo, econômico e a sociedade como um todo, foi apresentada uma das 
soluções para recolhimento do óleo que fica na superfície do mar, as mantas de absorção de 
hidrocarbonetos e polipropileno. Realizou-se um levantamento sobre as consequências 
prejudiciais ao meio ambiente, tais como, ameaça a vida de animais marinhos, morte de 
peixes e, fatores econômicos como prejuízo para quem vive da pesca. O presente trabalho 
agregou conhecimentos relevantes à área de atuação do grupo, que cursa Engenharia 
Mecânica. Com ciência dos fatores problema aqui apresentados, utilizando-se das mantas de 
alta absorção, pode-se obter resultados significativos no controle de vazamentos do petróleo. 
Palavras chave: mantas; petróleo; meio ambiente. 
 
ABSTRACT 
 
Origins of oil spill accidents around the world, a fact that affects the maritime, economic 
environment and society as a whole, was presented one of the solutions for collecting oil that 
is on the sea surface, such as hydrocarbon and polypropylene absorption blankets . A survey 
was carried out on the harmful consequences to the environment, such as, threatening the life 
of marine animals, death of fish and economic factors such as losses for those who live from 
fishing. This work added relevant knowledge to the group's area of expertise, which is 
studying Mechanical Engineering. With awareness of the determinants of the problem here, 
using high-absorption blankets, results can be obtained in controlling oil spills. 
 
Key Words: blankets; Petroleum; environment. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Na realização desse projeto, a equipe envolvida procurou entender o tema proposto e 
encontrar um assunto enriquecedor quanto a métodos de mitigação de danos. Entende-se que 
quando há um derramamento de óleo no mar ou em qualquer outra área natural é totalmente 
nocivo para o meio ambiente e se tratando de áreas marítimas, ocasiona morte de espécies 
marinhas e contaminação de uma grande área no mar, prejudicando também aos trabalhadores 
que sobrevivem da pesca e direta ou indiretamente a toda sociedade, por isso a importância do 
desenvolvimento de tecnologias para conter esse óleo, uma delas é a manta de alta absorção. 
Para entender melhor a respeito dessa manta, foi realizada uma pesquisa sobre o 
derramamento de óleo, mostrando quais foram às tecnologias empregadas e as vezes que 
usaram mantas de alta absorção e sua eficácia. Além disso, uma pesquisa foi realizada 
mostrando a consciência da sociedade quanto aos riscos de tais desastres e ainda suas opiniões 
no que se refere ao grau de comprometimento das empresas do seguimento de petróleo. 
Trazendo o entendimento de que desenvolver tecnologias inovadoras podem resultar em 
alternativas eficientes. 
2. METODOLOGIA 
O presente trabalho foi composto por duas (02) fases. A primeira fase, revisão 
bibliográfica, contou com uma breve apresentação a respeito da importância e relevância do 
tema proposto. A segunda fase consiste em uma pesquisa por observação direta extensiva, 
através de questionário (LAKATOS, E. M.; MARCONI M. A, 2003) de forma online com o 
número máximo de 39 participantes, todos estudantes de Engenharias na Faculdade Cenecista 
de Rio das Ostras, localizada no município de Rio das ostras, a fim de dimensionar o 
conhecimento de uma amostra pequena, mas representativa em se tratando de trabalho 
acadêmico. A pesquisa foi realizada a partir do questionário a seguir. 
Questionário de pesquisa por observação direta 
Pergunta 1 
Qual o grau de importância que você daria para que uma tecnologia de contenção ou 
descontaminação de petróleo no mar fosse criada? Número de participantes: 39. 
Opções de resposta: 
1 – Alta. 
 
2 – Média. 
3 – Baixa. 
Pergunta 2 
Você acha que com o avanço tecnológico e com as várias décadas de exploração petrolífera 
submarina já não deveria ter tecnologia tal capaz de conter contaminações de petróleo no mar 
em 100%? Número de participantes: 38. 
Opções de resposta: 
1 - Sim, mas talvez não tenha tanto incentivo assim das empresas. 
2 - Não, pois o nível tecnológico atual não permite a eficácia em 100%. 
Pergunta 3 
Você acha que as empresas de exploração petrolíferas tem cumprido seus papéis em criar 
equipamentos que visem mais em preservar o meio ambiente do que na produtividade? 
Número de participantes: 38. 
Opções de resposta: 
1 – Sim. 
2 - Em partes, pois não dedicam-se ao todo para sustentar o meio ambiente. 
3 - Não. 
2.1. PETRÓLEO E AS MANTAS DE HIDROCARBONETOS 
Os Hidrocarbonetos são compostos químicos orgânicos, desenvolvidos por 
moléculas de hidrogênio e carbono, cujas quantidades variam de acordo com os tipos 
encontrados na natureza (MORAIS, 2013). 
Os hidrocarbonetos são compostos que tem sua formação a partir de 2 átomos, estes 
átomos são o hidrogênio e o carbono. Eles são considerados substâncias apolares 
(hidrofóbicos), como óleo que não se mistura com a água e por consequência não conduzem 
 
corrente elétrica (TODO ESTUDO apud BROWN, T. E LEMAY, E., BURSTEN, B., 2005, 
P. 606). 
Um importante hidrocarboneto, responsável por parte de desastres naturais de 
elevada gravidade, é o petróleo. Essa formação do petróleo vem através da decomposição de 
matéria orgânica no fundo de mares e lagos e da sedimentação desse material sob altas 
pressões e temperaturas, como resto de animais ao longo de milhares de anos em ambientes 
aquáticos pobres em oxigênio. Ao longo do tempo, novas camadas são formadas 
compactando as antigas, os hidrocarbonetos podem migrar através de falhas nas rochas para 
camadas menos profundas, facilitando sua extração (ANEEL, 2003). 
O aprimoramento de tecnologias aplicadas às atividades de perfuração e à 
estimulação de jazidas, nos Estados Unidos, foi decisivo para o aproveitamento de recursos 
petrolíferos não convencionais, nos últimos anos naquele país. A expansão da atividade 
reverteu a tendência de queda na produção de petróleo e gás, até então baseada em recursos 
convencionais, levando ao fortalecimento da economia americana e determinando um impacto 
significativo na indústria petrolífera mundial. O método utilizado para o desenvolvimento da 
produção desses recursos petrolíferos não convencionais pode ser descrito sucintamente como 
a perfuração de rochas geradoras e/ou de reservatórios de baixíssima permeabilidade, por 
intermédio de poços de longo trecho horizontal associado à realização de fraturamentos 
hidráulicos múltiplos com espaçamentos projetados. 
A extração do petróleo pode ser feita no continente ou em solos oceânicos. O 
petróleo está contido em mais de 90% dos produtos feitos pelo homem, a grande maioria da 
produção de petróleo dá origem a diversos combustíveis, porém uma pequena porcentagem da 
produção é destinada a fabricação de inúmeros objetos que utilizamos todos os dias, tais 
como, plásticos, tecidos, borrachas, tintas, fertilizantes, medicamentos, entre outros. Ao longo 
da história podemos citar vários acidentes ocorridos em plataformas e oleodutos, diante dos 
constantes risco de acidentes e por consequências desses acidentes, ao longo do tempo muito 
tem sido os esforços de vários cientistas e pesquisadores para encontrar uma solução para os 
danos causado após um acidente com vazamentos, principalmente quando o petróleo é 
retirado no mar (offshore) e oleodutos, pois esses vazamentos causam muitos danos ao meio 
ambiente (MARTINS et al., 2015). 
 
 
Figura 1 - Consequência de vazamento de óleo no mar. 
Fonte:Pensamento verde, 2014. 
 
2.2. SOLUÇÃO SUSTENTÁVEL PARA O DERRAMAMENTO DE PETRÓLEO EM 
ÁGUA. 
O vazamento de óleo no mar através das atividades marítimas tem sido um dos 
impactos ambientais que mais tem trazido preocupação por parte de ambientalista e empresas 
de petróleo e gás. A origem desses impactos ambientais pode ser devido a vários fatores 
como: eventos acidentais, poluição operacional, abandono de operação, entre outros. Estes são 
fatores que tendem a provocar um grande acidente que abrange características físico-
químicas, toxicológicas, afetando não apenas o meio ambiente como a topografia do mar, a 
fauna, a flora e a geomorfologia da costa; provocando diversas consequências negativas às 
comunidades que vivem aos arredores das áreas de derramamento, tendo em vista que as 
mesmas dependem da atividade pesqueira para sobreviver, e não se deve esquecer; que esses 
fatores podem também afetar a sociedade em geral (LOBO G. M. E MORDENTE T. Z. apud 
SZEWCZYK, 2006). 
Atualmente, vive-se uma situação emergencial em razão dos muitos derramamentos 
de petróleo, entretanto, sabe-se que não basta somente usar os recursos financeiros e a 
tecnologia avançada para evitar os danos gerados ao meio ambiente, é necessário que se tenha 
profissionais qualificados, inclusive na área de aperfeiçoamento náutico, além da habilidade 
para operar com segurança, as técnicas e os métodos de mecanismo de limpeza de 
derramamento de óleo no mar (CRAIG et al., 2012). 
 Diante dessas evidências, é imprescindível a realização de um estudo que possa 
ampliar as informações que tratam dos impactos ambientais gerados pelo vazamento de óleo 
no mar, pelas atividades marítimas, cuja exploração e descarga inadequada de petróleo e seus 
 
derivados podem se transformar numa grande catástrofe ambiental, deixando diversos 
passivos ambientais por décadas no planeta. 
 A delimitação do tema desta pesquisa versa sobre os impactos ambientais gerados 
pelo vazamento de óleo no mar, uma das maiores fontes de contaminação de água, o que 
polui, por sua vez, a região onde estão realizando essa operação. 
 Procura-se nesse estudo identificar as principais causas desses desastres no ambiente 
marinho, gerados pelo derramamento de petróleo no mar, onde é possível perceber ainda a 
constante combinação de processos físicos, biológicos e químicos, iniciados depois desse 
derrame, cujas taxas variam de acordo com cada um dos processos utilizados (CETESB, 
2004). 
Pensando em todos potenciais impactos ambientais e nas dimensões econômicos que 
um vazamento de petróleo pode causar, principalmente em ambientes offshore, onde, devido 
as propriedades químicas e físicas, o óleo se espalha com rapidez sobre uma grande área na 
água, a empresa NETOIL desenvolveu e patenteou uma rede que recolhe o petróleo que está 
em contato com a água. 
 
Figura 2 – Rede de recolhimento. 
Fonte: NET OIL, 2017. 
 
A rede de recolhimento de hidrocarbonetos, foi desenvolvida para recolher óleo 
derramado acidentalmente em meio líquido pelo processo de adsorção, “método utilizado no 
tratamento de águas residuais contaminadas (efluentes)”, através da tensão superficial da 
água, que é resultado das ligações de hidrogênio, que são forças intermoleculares causadas 
pela atração dos hidrogênios de determinadas moléculas de água (que são os polos positivos 
 
(H+)) com os oxigênios das moléculas vizinhas (que são os polos negativos (O-)), que por ser 
pouco denso, flutua permanentemente na água, mesmo com grandes quantidades de óleo. 
Por ser um material sustentável, não traz impacto para o meio ambiente, sendo inerte. 
Segundo a empresa NETOIL, “a rede tem o formato de malha, constituída por fios com alta 
resistência mecânica e estabilizada com aditivos anti-UV, e tem eficiência na totalidade dos 
vazamentos que ocorrem com várias classificações de petróleo, como o leve, de API superior 
a 30º, mediano e pesado”, e foi testada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, em 
conformidade com o CENPS – Centro de pesquisa da Petrobras, provou retenção de 2,5kg/m², 
flutuabilidade de 100%, descontaminação da água de 100%, material inerte ao ambiente 
(NETOIL apud UERJ TECHNICAL REPORT, 2016). 
2.3. MANTAS DE POLIPROPILENO 
O polipropileno (C3H6)n tem origem em uma resina termoplástica produzida a partir do 
gás propileno que é um subproduto do refino do petróleo. Uma resina semitranslúcida e 
leitosa, e com fácil coloração (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2020). 
 O polipropileno (PP) é um dos plásticos mais importantes do mundo contemporâneo, 
principalmente entre as resinas termoplásticas (aquelas que se deformam com o calor). 
Atualmente, o polipropileno é o terceiro plástico mais comercializado, atrás apenas do 
polietileno de baixa densidade (PEBD) e do PVC (CENTERJET, 2020). 
Possui propriedades bem parecidas com as do polietileno, porém com ponto de 
moldagem mais elevado, pertencente ao grupo das poliolefinas onde também pertencem os 
polietilenos e polibutenos. Outra propriedade ótima deste material é a sua atoxidade, que o 
torna ideal para as indústrias alimentícias e farmacêuticas não contaminando o produto, ainda 
tem o benefício de poder ser soldado. 
Como o polipropileno é um dos plásticos mais utilizados no mundo e pode ser 
remoldado por simples aquecimento, a sua reciclagem torna-se importante, não apenas do 
ponto de vista econômico, como ambiental (CENTERJET, 2020). 
Umas das características específicas deste material é a baixa absorção de água que 
favorece o desenvolvimento de mantas de alta absorção que boiam na água não absorvendo-a 
e ainda proporciona maior resistência e durabilidade. Seu uso é recomendado para contenção 
 
e limpeza (absorção) de vazamentos de óleos em águas de lagos, rios, córregos, mar, portos e 
marinas. Pode ser cortada em vários tamanhos conforme necessidade. 
Proporciona um alto padrão de retenção e absorção que chega a vinte (20) vezes o seu 
próprio peso e mesmo cheias de óleo continuam a flutuar. O material tem forma de flocos ou 
tiras envoltas por uma tela que podem ser interligados de uma barreira à outra através de 
ganchos em suas extremidades para que se obtenha o comprimento desejado (SILEX, 2020). 
 
Figura 4 – Manta de absorção de polipropileno. 
Fonte: Filtra mais, 2017. 
 
2.4. DESCARTE 
As mantas de absorção usadas ou saturadas, podem ser reutilizados quando 
devidamente comprimidos. Testes feitos no IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas em São 
Paulo, comprovaram a reutilização dos travesseiros em até 30 (trinta) vezes. O óleo absorvido 
pode ser reutilizado ou comercializado com as empresas de rebeneficiamento de óleos. Caso o 
óleo possa ser totalmente removido, os absorvedores poderão ser reciclados por serem 
termoplásticos. Os absorvedores podem ser destinados para o lixo industrial ou incineração 
seguindo os critérios técnicos e a legislação ambiental. 
2.5. BREVE HISTÓRICO DE DESASTRES 
Com o passar do tempo, muitos desastres ocorreram no mundo do petróleo, porém, 
alguns deles foram mais marcantes tanto na quantidade de óleo liberado em oceanos quanto 
em impactos ao meio ambiente, alguns ocasionados por acidente. 
2.5.1 Guerra do Golfo, Kuwait, Golfo Pérsico (Janeiro/1991) 
Ficou marcado na história, o maior vazamento de petróleo dos últimos 70 anos situado 
no Golfo Pérsico, que foi comandado por Saddam Hussein, o Kuwait tinha uma produção 
muito superior aos demais países produtores de petróleo e seus derivados, e com isso 
 
ejetavam uma grande quantidade de petróleo no mercado, fazendo com que o valor do mesmo 
caísse, tropas iraquianas invadiram o Golfo Pérsico, e abriram as válvulas dos poços, tendo 
liberado aproximadamente 240 milhões de galões de petróleo (BARBOSA V., 2010). 
2.5.2. Baia de Guanabara (Janeiro/2000) 
O derreamento de petróleo foi causado pelo rompimento do duto que levava o óleo para 
a refinaria REDUC, inicialmente a Petrobras informou um vazamentode 500.000 mil litros de 
óleo, quando na verdade foi vazado 1.292.000 litros, causando uma grande devastação na 
região. 
Logo que constatado o derramamento de óleo no mar a Petrobras deu início a um Plano 
de ação emergencial, onde lançou todas as embarcações e as barreiras de contenção 
disponíveis ao mar, criando uma estrutura para atender a emergência, visando minimizar os 
impactos ambientais e sociais. Fez a contratação da empresa Oil Spill Emergence Response, 
especializada em combate a poluição por vazamento de petróleo (MMA, CONAMA, 2001). 
Foram empregadas várias ações de limpeza, como: 
 Proteção dos ecossistemas através de barreiras de contenção; 
 Recolhimento do óleo da superfície da água; 
 Recolhimento da areia contaminada, do lixo oleoso e do não oleoso das praias; 
 Hidrojateamento as pedras cotões e muros para remoção da película de óleo. 
Recursos Empregados: 
 Aproximadamente 2400 colaboradores no período de pico; 
 Cerca de 150 embarcações de diversos tipos; 
 4 barcos recolhedores de óleo, tipo Egmopol, Skimmers oleofílicos e Skimpacks 
 Barreiras: 35km de contenção e 10 km de absorventes 
 5000 mantas absorventes de óleo natural/biorremediador : 
 142 máquinas de hidrojateamento; 
 Guindastes, tratores, veículos diversos, compressores e geradores e etc. 
2.5.3. Golfo do México (abril/2010) 
O derramamento de petróleo no Golfo do México se deu início com um vazamento de 
gás, que causou uma explosão na plataforma de exploração Deepwater Horizon, era de 
 
propriedade da Transocean, mas estava sendo administrada pela empresa BP (British 
Petroleum), que ficava localizada a 6,4 km da costa do estado norte-americano de Louisiana, 
no Golfo do México (AGENCIA EFE, G1, 2010). 
Um dos motivos mais relevantes que fez com que o vazamento tomasse proporções 
maiores foi o disposto BOP (blowout preventer), trata-se de um dispositivo de segurança, que 
é acionado manualmente pelo operador de perfuração, ou automaticamente, em atos de 
vazamento do fluido. Neste caso do Golfo do México este dispositivo falhou, tendo então 
dado início ao grande escoamento de petróleo (AGENCIA EFE, G1, 2010). 
Deu-se início a tentativa de contenção do vazamento, foi aplicada a técnica top kill, 
que consiste em parar o vazamento com uma injeção de grande quantidade de um fluido de 
alta densidade, composto por um hibrido de lama e concreto, foi injetado mais de 2,4 milhões 
de litros de lama, com o objetivo de equilibrar a pressão feita pelo petróleo bruto que era 
jorrado diretamente ao mar, porém todo esse esforço foi mal sucedido (AGENCIA EFE, G1, 
2010). 
No início de junho foi colocado um “funil” sobre o poço com 4 aberturas para que o 
petróleo fosse drenado via duto até um navio-tanque na superfície, esta ação obteve sucesso, 
porém foi extraído um pequeno valor de petróleo equivalente a 18 mil barris/dia, que chegava 
a capacidade máxima do dispositivo, com isso a BP fez a instalação de outro dispositivo que 
tinha capacidade de expandir a extração do óleo para 20 a 28 mil barris/dia. Todavia o funil 
era uma solução parcial e temporária onde as válvulas foram fechadas lentamente com o 
intuito de diminuir a pressão que o fluido estava exercendo (AGENCIA EFE, G1, 2010). 
Depois de longos 87 dias o vazamento de óleo no Golfo do México do poço 
danificado Macondo (MC-225) foi finalmente interrompido com o fechamento da última das 
três válvulas do funil foi fechada. Foi injetado lama e cimento pela boca do poço com a 
finalidade de tampá-lo (GREENPEACE, 2010). 
Com o intuito de retirada do petróleo da superfície do mar foram utilizadas várias 
tecnologias. Dentre elas foi utilizada a manta de alta absorção que é composta por 
polipropileno, um material poroso derivado do petróleo que tem uma capacidade de sugar o 
fluido do mar, a cada 3 metros desta barreira e feita o absorvimento de 70 litros de petróleo. 
Foi necessária a ajuda de aproximadamente 20 mil pessoas que auxiliavam na limpeza na 
costa e 1700 navios (BBC, G1, 2010). 
 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Com o intuito de mensurar o conhecimento das pessoas em relação ao assunto abordado 
no artigo, foi realizada uma pesquisa por observação direta extensiva, através de questionário 
(LAKATOS, E. M.; MARCONI M. A, 2003) de forma online com o número máximo de 39 
participantes, todos estudantes de Engenharias na Faculdade Cenecista de Rio das Ostras, 
localizada no município de Rio das ostras. 
Pergunta 1 
Qual o grau de importância que você daria para que uma tecnologia de contenção ou 
descontaminação de petróleo no mar fosse criada? Número de participantes: 39. 
36 (92,3%): Alta 
2 (5,1%): Média 
1 (2,6%): Baixa 
 
 
Figura 5 – Gráfico de setores 1. 
Fonte: online pesquisa 
 
Pergunta 2 
 
Você acha que com o avanço tecnológico e com as várias décadas de exploração petrolífera 
submarina já não deveria ter tecnologia tal capaz de conter contaminações de petróleo no mar 
em 100%? Número de participantes: 38. 
35 (92,1%): Sim, mas talvez não tenha tanto incentivo assim das empresas. 
3 (7,9%): Não, pois o nível tecnológico atual não permite a eficácia em 100%. 
Figura 6 – Gráfico de setores 2. 
Fonte: online pesquisa 
 
 
 
Pergunta 3 
Você acha que as empresas de exploração petrolíferas tem cumprido seus papéis em criar 
equipamentos que visem mais em preservar o meio ambiente do que na produtividade? 
Número de participantes: 38. 
(0,0%):Sim. 
28 (73,7%): Em partes, pois não dedicam-se ao todo para sustentar o meio ambiente. 
10 (26,3%): Não. 
 
Figura 7 – Gráfico de setores 3. 
Fonte: online pesquisa 
Ao longo deste artigo foram apresentados desastres ambientais que marcaram o 
seguimento de exploração de petróleo e o mundo com impactos relevantes ao ambiente 
marinho. Como forma de mitigar tais ocorridos, as mantas de absorção de hidrocarbonetos e 
polipropileno foram mostradas. Entende-se que não apenas essa tecnologia é capaz de conter 
os vazamentos de petróleo, no entanto, conforme pesquisa realizada no meio acadêmico, 
acredita-se que deveria existir formas totalmente capazes de conter os derramamentos mas, 
não há o devido incentivo das empresas quanto ao desenvolvimento de tais tecnologias. 
Ainda segundo a pesquisa, uma tecnologia para contenção de petróleo no mar é tida 
como altamente importante, o que atesta a relevância das mantas de hidrocarbonetos e 
polipropileno no combate a desastres ambientais por derramamento de petróleo. 
4. CONCLUSÃO 
Os problemas ambientais enfrentados pelas empresas e sociedade, sejam eles ambientais 
ou econômicos, geram grandes impactos de maneira geral com o derramamento de petróleo 
pois, estão interligados entre si e causam reações em cadeia, no entanto, com o potencial de 
tecnologias encontrado nas faculdades, centros de pesquisa e até mesmo dentro das empresas, 
pode-se obter resultados positivos em uma situação corretiva de um acidente com proporções 
globais. Neste cenário, as redes ou mantas de absorção se aplicam perfeitamente como uma 
solução de fácil manuseio e sustentável. Além da obrigatoriedade de presença desses 
absorventes nas unidades produtoras de petróleo em alto mar e até mesmo em bases em terra, 
outras soluções podem ser citadas, tais como: 
 Obrigatoriedade de treinamentos específicos quanto ao uso das mantas ou redes; 
 
 Simulações com embarcações periódicas de controle a vazamento de petróleo em alto 
mar; 
 Padrões normativos economicamente viáveis com fiscalizações periódicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Acesso em: 15 Out. 2020. 
TODO ESTUDO. Hidrocarbonetos. Disponível em: 
<https://www.todoestudo.com.br/quimica/hidrocarbonetos>. Acesso em: 15 Out. 2020.

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