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Introdução ao Estudo da Fisiologia Humana e Organização Funcional do Sistema Nervoso

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DESCRIÇÃO
Definição de fisiologia humana, com abordagem de conceitos importantes
no contexto de seu estudo, como célula, água corporal total e líquido
extracelular, homeostasia e sistemas de controle homeostáticos. Divisão
funcional do sistema nervoso, seus tipos de células e suas principais
funções.
PROPÓSITO
Compreender os conceitos básicos, o objeto de estudo da Fisiologia
Humana e a divisão anatômica e funcional do sistema nervoso é
fundamental para que você possa avançar no estudo do funcionamento do
corpo humano, o que será imprescindível para a sua atuação como
profissional da área de saúde.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Definir o que é Fisiologia e Fisiologia humana, seus conceitos básicos e as
relações existentes entre os diferentes sistemas orgânicos do corpo
humano
MÓDULO 2
Identificar o significado e a importância da homeostasia e de seus sistemas
de controle
MÓDULO 3
Reconhecer como o sistema nervoso se divide funcionalmente, quais são os
dois tipos de células que o compõe, suas principais características e
respectivas funções
INTRODUÇÃO
A Fisiologia humana é uma disciplina do núcleo básico da maioria das
profissões inseridas na área da Saúde. Uma boa compreensão da Fisiologia
humana é pré-requisito para que você entenda várias outras cadeiras –
Fisiopatologia, Farmacologia, Fisiologia do exercício – além de muitas
disciplinas aplicadas de sua grade curricular. Afinal, todo profissional de
saúde deve saber como o corpo humano funciona em condição de repouso.
Um bom funcionamento do corpo humano depende de uma complexa
integração e regulação que envolve todas as células do corpo. Nesta
disciplina, nós vamos estudar como esses fenômenos ocorrem.
Para que tudo funcione bem e de forma integrada, todos os sistemas
orgânicos atuam constantemente na intenção de manter o equilíbrio vinte
quatro horas por dia. A partir de agora, temos como objetivo que você
compreenda como isso pode ocorrer e quais são os sistemas de controle
homeostáticos que executam esta complexa tarefa, que é manter o
equilíbrio das funções fisiológicas e do metabolismo.
Fisiologicamente, o corpo humano é dividido em dez sistemas orgânicos e,
dentre eles, o sistema nervoso é hierarquicamente superior, pois tem a
capacidade de controlar os demais, com o sistema hormonal. Dessa forma,
após a apresentação dos conceitos básicos da disciplina, vamos introduzir o
estudo desses sistemas, através de uma abordagem sobre a organização
funcional básica do sistema nervoso.
MÓDULO 1
 Definir o que é Fisiologia e Fisiologia humana, seus conceitos
básicos e as relações existentes entre os diferentes sistemas
orgânicos do corpo humano
FISIOLOGIA HUMANA
A palavra fisiologia tem sua origem na língua grega. O prefixo “fisio” é
equivalente a physis, que significa natureza, função ou funcionamento; e o
sufixo “logia”, que vem de logos, significa palavra ou estudo. Essa prática
parece ter surgido na Grécia há mais de 2500 anos com os pré-socráticos,
os primeiros a estudar de maneira racionalizada e científica a natureza. No
entanto, o termo “Fisiologia” foi criado bem depois, pelo médico francês
Jean François Fernel (1497-1558), para descrever o “estudo das funções
corporais”. Dessa forma, a Fisiologia é uma ciência que busca entender o
funcionamento dos organismos vivos.
Por aí já fica bem claro a vasta área de conhecimento em que a ciência está
diretamente envolvida, visto que engloba toda a variedade de vida que
existe no planeta Terra, que vai de uma simples bactéria do reino Monera
ao ser humano do reino Animalia, ou seja, todo e qualquer ser vivo
conhecido está inserido no contexto do estudo da Fisiologia.
Nesse âmbito, pode-se citar a Fisiologia bacteriana, a Fisiologia vegetal, a
Fisiologia animal e muitas de suas subdivisões, como a Fisiologia humana,
nosso foco nesta aula.
A fisiologia humana estuda o funcionamento do organismo humano e a sua
capacidade de adaptação às diversas condições ambientais.
E quais conhecimentos podemos obter com o estudo da Fisiologia
humana?
A partir do estudo e entendimento da Fisiologia humana, pode-se avançar,
por exemplo, na compreensão de:
 
Fonte: docent/Shutterstock.
Como funciona o organismo humano quando o indivíduo faz a utilização dos
diferentes tipos de medicamentos com uma enorme diversidade de ações e
interações, o que é explicado no estudo da Farmacologia.
 
Fonte: Dragana Gordic/Shutterstock.
Como funciona o organismo humano quando o indivíduo se encontra
doente, o que é explicado pela Fisiopatologia.
 
Fonte: Oleksandr Briagin/Shutterstock.
Como funciona o organismo humano durante os diferentes tipos de
exercício físico, como caminhar, correr, nadar, fazer musculação ou pilates,
o que é explicado pela Fisiologia do exercício.
 
Fonte: Dmytrenko Vlad/Shutterstock.
Como funciona o organismo humano doente e fazendo exercício, o que é
explicado pela Fisiologia do exercício clínico.
Partindo do princípio que durante o exercício físico e a doença o organismo
humano funciona de maneira completamente diferente quando comparado a
uma condição de repouso e saudável, você já deve ter deduzido que, na
Fisiologia humana, o estudo do funcionamento do organismo humano
considera o indivíduo em estado de repouso e com boa saúde. Para
que você compreenda melhor os conceitos básicos de Fisiologia, vamos
continuar o nosso estudo partindo da menor unidade que compõe um
organismo, a célula.
 
Fonte: grayjay/Shutterstock.
 Células humanas.
UNIDADE BÁSICA DA VIDA –
CÉLULA
Agora que você já compreendeu o que é Fisiologia humana, é necessário
lembrar que o organismo humano, cuja função será estudada aqui, é
composto por aproximadamente 100 trilhões de células, sendo que um
quarto dessas células são hemácias que têm por função fazer o transporte
de oxigênio dos pulmões para todas as outras células do corpo. A célula é
considerada a unidade básica da vida e a maioria delas tem a capacidade
de se reproduzir e originar células de seu próprio tipo, mas também podem
ser destruídas por agentes estranhos como vírus e bactérias.
Algumas células têm um tempo de vida reduzido, durando apenas alguns
dias ou meses, como as próprias hemácias citadas anteriormente, que
possuem um ciclo de vida de aproximadamente quatro meses. Outros tipos
de células têm uma durabilidade maior, podendo acompanhar o indivíduo
durante toda a sua vida.
Conheça a seguir a classificação dada às células em relação à durabilidade:
LÁBEIS
São as células que duram pouco tempo, como as hemácias.
ESTÁVEIS
São as células que duram meses ou anos, como os fibroblastos, que podem
ser encontrados no tecido conjuntivo.
PERMANENTES
São as células que duram a vida toda, como os neurônios e as fibras da
musculatura estriada esquelética.
Para que todas as células do organismo humano funcionem plenamente, é
imprescindível que os parâmetros fisiológicos sejam mantidos dentro de
valores de normalidade. Em Fisiologia, esta condição está associada ao
bom desempenho da função celular, ou seja, a manutenção deste estado
quase estável é fundamental para um bom funcionamento das células, que
são extremamente sensíveis às variações dos parâmetros fisiológicos. Caso
a manutenção desse estado quase estável dos parâmetros fisiológicos não
ocorra, as funções celulares serão afetadas e o indivíduo pode desenvolver
alguma doença, que, de acordo com a sua progressão, pode chegar ao
óbito.
Um agrupamento de células formará os tecidos. No corpo humano, existem
quatro tipos básicos de tecidos: epitelial, nervoso, muscular e conjuntivo.
O agrupamento desses tecidos vai dar origem aos diferentes órgãos do
corpo humano. Ao reunir um grupo de órgãos que realizam juntos
determinadas funções, os fisiologistas criaram dez sistemas orgânicos
diferentes. São eles:
SISTEMA NERVOSO
SISTEMA HORMONAL
SISTEMA CARDIOVASCULAR
SISTEMA RESPIRATÓRIO
SISTEMA DIGESTÓRIO
SISTEMA URINÁRIO
SISTEMA REPRODUTIVO
SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO
SISTEMA IMUNOLÓGICOSISTEMA TEGUMENTAR
A seguir, veremos os níveis de organização do corpo humano quanto aos
quatro tipos de tecidos:
 
Fonte: VectorMine/Shutterstock.
 Níveis de organização do corpo humano.
Embora didaticamente o corpo humano possa ser dividido nesses
sistemas orgânicos, é imprescindível que você o compreenda como algo
uno e indissociável. Dessa forma, todos os sistemas orgânicos e,
consequentemente, todos os órgãos, tecidos e células trabalham,
simultaneamente e de forma integrada, o tempo todo, para manter um bom
funcionamento do organismo humano. Como assim?
 EXEMPLO
A ação conjunta do corpo humano e o controle da pressão arterial
sistêmica 
 
Quando a pressão arterial sistêmica se eleva, o indivíduo aumenta a
excreção de água pela urina. Nesse caso, o sistema cardiovascular e o
sistema urinário atuaram conjuntamente para manter a pressão arterial
dentro de valores considerados normais e, consequentemente, o indivíduo
saudável. Quando o corpo não consegue equilibrar essa desordem
orgânica, ocorre o mau funcionamento e, no caso acima, o indivíduo passa
a desenvolver a hipertensão arterial sistêmica, que é uma doença
cardiovascular que afeta aproximadamente 25 a 30% da população
mundial.
Um grande desafio para você, neste momento, é compreender a interação
dos sistemas orgânicos que faz com que o corpo humano seja único e
indivisível. Didaticamente, é interessante estudar os sistemas orgânicos de
maneira separada, como observamos nos livros-textos básicos de Fisiologia
humana e nas grades curriculares dos cursos de graduação. Mas, em um
estado mais avançado de conhecimento, as associações entre os sistemas
serão possíveis e necessárias. Você que está iniciando o estudo da
Fisiologia humana poderá estudar o sistema neuro-hormonal ou
cardiorrespiratório, unindo, assim, dois sistemas. Até que, com um
conhecimento mais aprofundado, você conseguirá pensar no funcionamento
do corpo humano integrando todos os sistemas orgânicos e,
consequentemente, todos os órgãos, tecidos e células. Isto facilitará o seu
conhecimento nas aplicações em qualquer atividade profissional na área de
saúde.
ÁGUA CORPORAL TOTAL E LÍQUIDO
EXTRACELULAR
O corpo humano é composto por mais de 60% de líquido. A maior parte
desse líquido, aproximadamente dois terços, encontra-se dentro das células
e, por isso, é chamado de líquido intracelular. O líquido que fica fora das
células, cerca de um terço, é chamado de líquido extracelular. O líquido
extracelular pode ser dividido em dois compartimentos: o líquido intersticial,
que também pode ser chamado de fluido intersticial ou líquido intercelular, e
o plasma. Essa divisão pode ser vista na figura a seguir.
 
Fonte: RUBINI,2020.
 Compartimentos líquidos do corpo humano.
O líquido intersticial é formado por 90% de água e apresenta aspecto
claro e transparente. Ele é responsável por envolver as células, estando em
contato direto com elas para fazer as trocas necessárias de nutrientes e
oxigênio para o seu bom funcionamento. A manutenção de uma certa
estabilidade no ambiente que cerca a célula é de vital importância para que
ela permaneça viva.
O plasma é a porção líquida do sangue e corresponde a aproximadamente
55% do seu volume total. No plasma sanguíneo, proteínas, sais minerais,
vitaminas, gás carbônico e outras substâncias estão dissolvidas em água,
que é mais de 90% da constituição plasmática e tem como função
destacada garantir o transporte de substâncias pelo corpo humano.
Chamamos de soro o plasma sem uma proteína denominada fibrinogênio,
que tem importante papel na coagulação do sangue.
Podemos destacar algumas diferenças entre os constituintes presentes no
líquido intracelular e no líquido extracelular. Vejamos:
Líquido extracelular
Grande quantidade de sódio, cloreto, íons bicarbonato, oxigênio e os
nutrientes celulares como glicose, ácidos graxos e aminoácidos.

Líquido intracelular
Grandes quantidades de potássio, fosfato e magnésio.
Essa diferença de concentração de determinados íons dentro e fora da
célula é mantida por transportes especializados através da membrana
plasmática e é fundamental para o bom funcionamento da célula e,
consequentemente, do organismo humano.
 
Fonte: Morphart Creation/Shutterstock.
 Claude Bernard (1813-1878), o “pai da Fisiologia experimental”.
O termo meio interno ainda é bastante utilizado na literatura para se referir
ao líquido extracelular, apesar de ter sido criado há mais de um século pelo
fisiologista francês Claude Bernard (1813-1878), considerado o “pai da
Fisiologia experimental”.
Qual é o papel do líquido extracelular?
Importante ressaltar que, para manutenção do equilíbrio fisiológico, o
líquido extracelular tem papel importantíssimo. É nele que os parâmetros
fisiológicos devem ser mantidos quase constantes, pois alterações nas
concentrações dos componentes do líquido extracelular podem gerar
respostas fisiológicas indesejáveis.
 EXEMPLO
O consumo excessivo de sódio na dieta pode levar ao aumento da
concentração de sódio e gerar retenção hídrica e aumento da pressão
arterial.
O líquido extracelular é capaz de ser transportado para todas as partes
do corpo humano, seja pela movimentação do sangue através dos vasos
sanguíneos, seja pelo movimento entre os capilares e os espaços
intercelulares. As paredes dos capilares são permeáveis à maior parte das
moléculas presentes no plasma sanguíneo, exceto às grandes moléculas
das proteínas plasmáticas, em função do tamanho. Dessa forma, existe um
movimento contínuo de água e constituintes dissolvidos entre o plasma e o
líquido intersticial e vice-versa em todo o corpo, fazendo com que exista
uma grande similaridade em todo o conteúdo do líquido extracelular, seja
plasma ou líquido intersticial.
Através do líquido extracelular, o oxigênio e os nutrientes conseguem
acessar as células. Nesse processo, o sistema respiratório deve captar o
oxigênio do meio ambiente nas inspirações e fazê-lo chegar nos alvéolos
para que possa ocorrer a hematose. O sangue, antes com alta
concentração de gás carbônico, passa a ter altas concentrações de
javascript:void(0)
oxigênio. Através do bombeamento de sangue pelo coração, o oxigênio
será transportado para as células do organismo. Nestas células, à medida
em que o oxigênio é absorvido, o dióxido de carbono (CO2) é difundido ao
líquido extracelular e, posteriormente, aos capilares para serem
encaminhados aos pulmões em sua maior parte pelas hemácias. Após a
hematose, o CO2 é expelido ao meio ambiente na expiração.
A imagem a seguir ilustra esse processo:
 
Fonte: Aldona Griskeviciene/Shutterstock.
 Troca gasosa alvéolo/capilar e capilar/celular.
HEMATOSE
É um processo em que ocorre a passagem do oxigênio de dentro dos
alvéolos pulmonares para o sangue (difusão).
O líquido extracelular ou meio interno, então, tem papel fundamental no
acesso de oxigênio e nutrientes para as células, bem como na remoção de
dióxido de carbono e resíduos metabólicos através do funcionamento
integrado entre o sistema respiratório e o sistema cardiovascular.
Observe no infográfico a seguir a organização da circulação sanguínea:
 
Fonte: Olga Bolbot/Shutterstock.
 Organização geral da circulação sanguínea.
A seguir, veremos como se dá o funcionamento de alguns dos sistemas
humanos:
SISTEMA DIGESTÓRIO
Aqui, o alimento é deglutido e encaminhado ao estômago. Em seguida,
passa ao duodeno, que fica na primeira parte do intestino delgado.
Diferentes nutrientes, como carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos,
poderão ser absorvidos para o líquido extracelular e transportados para as
células ou especialmente para o fígado, onde inicia-se um processo de
alteração química em determinadas substâncias. Todo o material que foi
ingerido pelo indivíduo na sua alimentação e não foi digerido ou reabsorvido
para a circulação sanguínea é eliminado através das fezes. O fígado
também cumpre um importante papel depurador de substâncias tóxicas ao
organismoe que precisam ser eliminadas.
SISTEMA URINÁRIO
Constitui-se num processo de excreção de substâncias indesejáveis ao
funcionamento do corpo. A maior parte dessas substâncias são resíduos
metabólicos da função celular. Os rins desempenham uma importante
função neste processo, uma vez que ele excretará todos os constituintes
que foram filtrados em seus glomérulos e não foram reabsorvidos nos
túbulos renais através da urina. De forma integrada ao sistema hormonal, os
rins também atuam na reabsorção e excreção de substâncias, como, por
exemplo, o sódio, influenciando diretamente na concentração dessas
substâncias no líquido extracelular.
SISTEMA ENDÓCRINO
Baseia-se no funcionamento de glândulas responsáveis por secretar
substâncias químicas denominadas hormônios. Os hormônios são
transportados das glândulas até uma célula-alvo específica para
desempenhar suas funções fisiológicas. Esse transporte se dá através do
líquido extracelular e, posteriormente, no plasma. Por exemplo, os
hormônios produzidos pela tireoide são responsáveis por aumentar a
velocidade das reações químicas das células. Eles são transportados e
ativados através do plasma sanguíneo até as células-alvo.
SISTEMA IMUNOLÓGICO
É um sistema específico que atua no processo de defesa do corpo humano.
Ele é constituído pelos glóbulos brancos e outras células derivadas, pelo
timo, linfonodos e vasos linfáticos. De forma geral, essas estruturas
protegem o corpo humano contra bactérias, vírus, parasitas e fungos.
SISTEMA TEGUMENTAR
O corpo humano também é protegido pelo sistema tegumentar, que envolve
estruturas que formam o revestimento externo com a pele, os pelos e as
unhas. Além de desempenhar o papel de proteção pelo isolamento em
relação ao meio externo, o sistema tegumentar é um importante aliado na
manutenção da temperatura corporal pelos mecanismos de
termorregulação, contribuindo para a homeostase, sendo o mecanismo
mais importante a evaporação do suor para perder calor. Glândulas
sudoríparas presentes no sistema tegumentar são responsáveis por
excretar suor ao meio externo. À medida em que o suor evapora, ocorre um
resfriamento da pele. Simultaneamente, o sangue que permeia o tecido
epitelial também é resfriado, contribuindo para a manutenção da
temperatura corporal em ambientes quentes, assim como para a
homeostase.
Neste vídeo, nos aprofundaremos com mais detalhes sobre o assunto.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O SER HUMANO É CONSTITUÍDO PRINCIPALMENTE DE
ÁGUA, O QUE CORRESPONDE A UMA PROPORÇÃO DE
APROXIMADAMENTE 60% DE SEU CORPO. PARA O
MECANISMO HOMEOSTÁTICO, NO ENTANTO, O
COMPARTIMENTO DE ÁGUA CORPORAL QUE É
DETERMINANTE É O:
A) Líquido intracelular.
B) Citoplasma.
C) Citosol.
D) Líquido extracelular.
E) e) Plasma.
2. UM INDIVÍDUO SAUDÁVEL CONSEGUE MANTER A
HOMEOSTASIA DURANTE A MAIOR PARTE DO TEMPO
QUANDO SE ENCONTRA EM REPOUSO. PARA AS
CÉLULAS, A MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASIA É
FUNDAMENTAL. ASSINALE A OPÇÃO CORRETA PARA
JUSTIFICAR ESSA AFIRMAÇÃO.
A) As células são independentes umas das outras.
B) As células são extremamente resistentes a variações homeostáticas
apesar do seu tamanho.
C) As células não resistem a grandes variações nos parâmetros fisiológicos.
D) As células necessitam de que seu líquido intracelular seja mantido
constante.
E) A homeostasia é o alimento das células.
GABARITO
1. O ser humano é constituído principalmente de água, o que
corresponde a uma proporção de aproximadamente 60% de seu corpo.
Para o mecanismo homeostático, no entanto, o compartimento de
água corporal que é determinante é o:
A alternativa "D " está correta.
 
Devemos ressaltar que, para o controle homeostático, o líquido extracelular
tem papel importantíssimo, pois é nele que os parâmetros fisiológicos
devem ser mantidos quase constantes.
2. Um indivíduo saudável consegue manter a homeostasia durante a
maior parte do tempo quando se encontra em repouso. Para as
células, a manutenção da homeostasia é fundamental. Assinale a
opção correta para justificar essa afirmação.
A alternativa "C " está correta.
 
Para que todas as células do corpo humano estejam funcionando
plenamente, é imprescindível que os parâmetros fisiológicos sejam
mantidos dentro de valores de normalidade, sendo a manutenção da
homeostasia fundamental para um bom funcionamento das células que são
extremamente sensíveis a variações dos parâmetros fisiológicos, podendo,
caso essa manutenção não ocorra, levar o indivíduo a ficar doente ou ao
óbito.
MÓDULO 2
 Identificar o significado e a importância da homeostasia e de seus
sistemas de controle
HOMEOSTASIA
O termo homeostase foi criado pelo fisiologista americano Walter Cannon
em 1929. O prefixo homeo indica semelhante, similar, parecido, e o termo
estase significa estático, o que indica que o organismo necessita de uma
condição de relativa estabilidade para manter suas funções plenas. Observe
que o termo não é homostase, com o prefixo homo, que significa igual,
deixando claro que Cannon já reconhecia a existência de uma variação nos
controles biológicos. Mesmo passado tanto tempo da criação do termo por
Cannon, algumas pessoas ainda têm dificuldade de entender esse conceito.
Não é raro vê-las se referindo erradamente a homeostase como “o equilíbrio
do corpo humano”.
No entanto, a definição correta do termo homeostase é a manutenção de
condições quase constantes no líquido extracelular ou, melhor ainda, a
manutenção de todos os parâmetros fisiológicos quase constantes no
líquido extracelular.
Observe que não se fala em constância, em equilíbrio, e sim numa quase
estabilidade que jamais é alcançada realmente. Pode-se até falar que o
organismo busca um equilíbrio. No entanto, todos os parâmetros fisiológicos
estão em constante oscilação. Cada um tem suas características e valores
próprios chamados de ponto de ajuste, que podem variar dentro de limites
inferiores e superiores que são considerados normais (veja o quadro a
seguir).
Valor
normal
Limite inferior – limite
superior
unidade
Oxigênio 40 35 – 45 mmHg
Dióxido de
carbono
40 35 – 45 mmHg
Íon sódio 142 138 – 145 mmol/L
Íon potássio 4,2 3,8 – 5,0 mmol/L
Glicose 85 75 – 95 mg/dL
Ácido-base 7,4 7,3 – 7,5 pH
Temperatura 37,1 36,6 – 37,6 OC
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem
horizontal
 Parâmetros fisiológicos constituintes importantes do líquido extracelular.
Observe que os parâmetros fisiológicos são mantidos dentro dos seus
valores de normalidade. Veja alguns exemplos:
TEMPERATURA CORPORAL
PH DO SANGUE
GLICEMIA
É um parâmetro fisiológico que tem como ponto de ajuste o valor de 37,1
OC e tem como limite inferior e limite superior, 36,6 OC e 37,6 OC
respectivamente, variando apenas 0,5 OC para baixo ou para cima.
Conforme a temperatura corporal aumenta ou diminui, existe todo um
sistema de controle que é ativado para fazer com que esse parâmetro
fisiológico busque sempre o seu valor do ponto de ajuste fisiológico. A
manutenção dentro dessa faixa de normalidade (limite inferior e limite
superior) é fundamental para a função celular e, consequentemente, para a
saúde do indivíduo, pois, se esses valores ultrapassam os limites para baixo
ou para cima, as células têm a sua função comprometida. À medida que
esses valores continuam se afastando dos parâmetros considerados
normais, a função celular vai ficando cada vez mais comprometida e, em
casos mais extremos, poderão levar à destruição das células e,
consequentemente, ao óbito do indivíduo.
Alguns parâmetros têm faixas muito estreitas de controle, como o pH do
sangue, que tem seu ponto de ajuste em 7,4 e oscila entre 7,35 e 7,45.
Caso os valores de pH do sangue fiquem abaixo de 6,9 ou acima de 7,8, o
indivíduo tem grande chance de morrer. Importante ressaltar novamente
que a manutenção do pH do sangue dentro dos valores normais é
fundamental para manter a qualidade do funcionamento das células do
corpo humano. Assim, quando o sangue está com o pH ideal, as célulasestão saudáveis e funcionando plenamente. Porém, quando o sangue se
encontra mais ácido ou mais básico, pode haver doenças e complicações
que poderão culminar com a destruição das células. O corpo humano é feito
de trilhões de células e, para que esteja saudável, todas essas células
devem estar funcionando plenamente.
Esse é um parâmetro fisiológico que possui um espectro de variação maior,
tendo um ponto de ajuste em 85 mg/dL, limite inferior de 70 mg/dL e limite
superior de 100 mg/dL. Para cada parâmetro, temos seus respectivos
valores de normalidade, mas nunca se pode esquecer que cada indivíduo é
único e, dentro desses valores apresentados para uma população, podem
haver pequenas variações individuais. Uma análise pura e simples dos
dados referentes a esses parâmetros coletados jamais se sobrepõe a uma
boa avaliação clínica, que será sempre soberana. Uma tomada de decisão
correta e consistente dependerá significativamente do bom entendimento
sobre Fisiologia humana de que o profissional da saúde necessita.
SISTEMAS DE CONTROLE
HOMEOSTÁTICOS
Há dois tipos de sistemas de controle homeostáticos: retroalimentação
negativa (feedback negativo)e retroalimentação positiva (feedback
positivo).
O que é a retroalimentação negativa?
Ela pode ser conceituada da seguinte forma: é um mecanismo que ocorre
quando o organismo provoca uma alteração em determinado
parâmetro fisiológico no sentido contrário do que estava ocorrendo.
A maioria dos sistemas de controle homeostáticos atua por
retroalimentação negativa (feedback negativo).
Esse sistema de controle é facilmente explicado com alguns exemplos,
como o que ocorre com a pressão arterial. Veja:
 EXEMPLO
Quando a pressão arterial se torna elevada, existem sensores específicos
que são ativados e enviam essa informação ao sistema nervoso central.
Este, por sua vez, envia uma informação a órgãos específicos que
desencadeiam uma série de reações que culminam com a diminuição da
pressão arterial. A situação oposta também ocorre. Quando a pressão
arterial sofre uma diminuição, outros sensores reconhecem essa alteração e
um processo de elevação é desencadeado. Tudo isso para manter a
homeostasia e o bom funcionamento do corpo humano.
Observe que o parâmetro fisiológico (no exemplo, a pressão arterial) é
direcionado para o sentido contrário do que estava ocorrendo, ou seja, os
efeitos são negativos em relação ao estímulo inicial. Dessa forma, os
diferentes tipos de parâmetros fisiológicos são mantidos quase constantes
nos indivíduos saudáveis na maioria das vezes.
O que é a retroalimentação positiva?
A retroalimentação positiva (feedback positivo), por sua vez, ocorre em
situações bem específicas. Se este tipo de resposta ocorresse na maioria
das vezes, poderia gerar uma instabilidade no organismo cada vez maior, o
que culminaria na morte do indivíduo. Na retroalimentação positiva, o
organismo provoca uma alteração em um determinado parâmetro
fisiológico no mesmo sentido do que estava ocorrendo. Por exemplo:
imaginem a temperatura corporal sofrendo retroalimentação positiva se ela
já estivesse elevada. Ela iria aumentar mais ainda e piorar a situação até
que o indivíduo fosse a óbito. O mesmo raciocínio vale para o caso da
diminuição da temperatura corporal. Vamos ver um outro exemplo de
retroalimentação positiva?
 EXEMPLO
Na coagulação sanguínea, uma variedade de enzimas é ativada após o
rompimento de um vaso e começam a atuar sobre outras enzimas que se
encontravam inativas no sangue próximo ao local de rompimento, causando
mais coagulação sanguínea. Essa sequência de fatores continua até que o
vaso esteja com o seu rompimento fechado e o sangramento tenha sido
interrompido.
Vamos a outra situação clássica de retroalimentação positiva fisiológica?
 EXEMPLO
No parto natural, à medida que o bebê começa a sair e pressionar o colo
uterino, esse estiramento aumenta a secreção de um hormônio denominado
ocitocina e, em função disso, aumentam as contrações locais. Quando o
bebê sai um pouco mais, o colo uterino sofre uma nova distensão, fazendo
com que tenha mais secreção de ocitocina e aumentem as contrações. Até
que o bebê saia completamente, esse ciclo se repete por várias vezes.
A despolarização da membrana também é um outro exemplo em que a
abertura dos canais rápidos de sódio estimula a abertura de mais canais
rápidos de sódio numa velocidade muito alta. Nesses casos, a
retroalimentação positiva será útil e fisiológica. Mas, são casos específicos
em que esse sistema é utilizado.
O PROCESSO DE
RETROALIMENTAÇÃO
Neste vídeo, nos aprofundaremos com mais detalhes sobre os processos
de retroalimentação negativa e positiva.
Os ajustes do controle circadiano
Alguns parâmetros fisiológicos também têm um controle circadiano, que
se ajusta de acordo com o momento do dia, em um período de 24 horas,
sob o qual se baseia o relógio biológico humano (fator endógeno). Mas
fatores exógenos ou ambientais também afetam o ciclo circadiano. A
temperatura corporal, por exemplo, diminui naturalmente durante a
madrugada quando o metabolismo se encontra bem baixo e volta a
aumentar naturalmente no início do dia. Esse ciclo se repete diariamente e
alguns parâmetros fisiológicos são afetados diretamente por ele. Um
exemplo em que isto ocorre se dá pela quantidade de cortisol, que, no início
do dia, é maior em comparação ao período da noite. A produção de
hormônio do crescimento, que aumenta muito nas duas primeiras horas de
sono, é mais um exemplo de parâmetros fisiológicos controlados
circadianamente.
 
Fonte: kanyanat wongsa/Shutterstock.
Sendo assim, a homeostasia é mantida basicamente por retroalimentação
negativa, exceto em casos bem específicos em que a retroalimentação
positiva ou o ciclo circadiano participam do controle em determinados
parâmetros fisiológicos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NO MOMENTO DE O BEBÊ NASCER ACONTECE UM
AUMENTO CONTÍNUO DA CONTRAÇÃO DA
MUSCULATURA UTERINA EM RAZÃO DA SECREÇÃO DE
UM NEUROHORMÔNIO CHAMADO OCITOCINA. QUANTO
MAIS CONTRAÇÕES UTERINAS, MAIS OCITOCINA É
PRODUZIDA E SECRETADA E MAIS CONTRAÇÕES
UTERINAS ACONTECEM, O QUE PERMITE, ASSIM, A
SAÍDA DO BEBÊ. QUAL SISTEMA DE CONTROLE
HOMEOSTÁTICO OCORRE DURANTE O PARTO
NATURAL?
A) Retroalimentação negativa.
B) Controle circadiano.
C) Sistema nervoso simpático.
D) Retroalimentação positiva.
E) Sistema nervoso parassimpático.
2. A CONCENTRAÇÃO DE CORTISOL SE ALTERA
DURANTE AS HORAS DO DIA, APRESENTANDO SEU PICO
PELAS PRIMEIRAS HORAS DA MANHÃ. LOGO AO
DESPERTAR, SEUS NÍVEIS VÃO DECLINANDO
PROGRESSIVAMENTE AO LONGO DO DIA, FICANDO
BASTANTE BAIXOS DURANTE A NOITE. QUAL SISTEMA
DE CONTROLE HOMEOSTÁTICO ESTÁ OCORRENDO
NESSE CASO?
A) Retroalimentação negativa.
B) Controle circadiano.
C) Sistema nervoso simpático.
D) Retroalimentação positiva.
E) Sistema nervoso parassimpático.
GABARITO
1. No momento de o bebê nascer acontece um aumento contínuo da
contração da musculatura uterina em razão da secreção de um
neurohormônio chamado ocitocina. Quanto mais contrações uterinas,
mais ocitocina é produzida e secretada e mais contrações uterinas
acontecem, o que permite, assim, a saída do bebê. Qual sistema de
controle homeostático ocorre durante o parto natural?
A alternativa "D " está correta.
 
Um exemplo clássico de retroalimentação positiva fisiológica (útil) é o que
ocorre no parto natural, em que, à medida que o bebê começa a sair e
pressionar o colo uterino, esse estiramento do colo uterino faz com que
aumente a secreção de ocitocina e, em função disso, aumentem as
contrações uterinas. Dessa forma, o bebê sai um pouco mais e distende
mais o colo uterino, fazendo com que tenha mais secreção de ocitocina e
aumentem as contrações uterinas até que o bebê saia completamente esse
ciclo se repete.
2. A concentração de cortisol se altera durante as horas do dia,
apresentando seu pico pelas primeiras horas da manhã. Logo ao
despertar, seus níveis vão declinando progressivamente ao longodo
dia, ficando bastante baixos durante a noite. Qual sistema de controle
homeostático está ocorrendo nesse caso?
A alternativa "B " está correta.
 
A quantidade de cortisol que, no início do dia, é maior que no final do dia ou
a produção de hormônio do crescimento, que aumenta muito nas duas
primeiras horas de sono, são alguns exemplos de parâmetros fisiológicos
controlados circadianamente.
MÓDULO 3
 Reconhecer como o sistema nervoso se divide funcionalmente,
quais são os dois tipos de células que o compõem, suas principais
características e respectivas funções
DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA
NERVOSO
Conhecer as bases anatômicas e fisiológicas do sistema nervoso é
fundamental para o profissional da área da saúde. Atualmente, os
profissionais que pesquisam sobre o sistema nervoso passaram a ser
chamados de neurocientistas. O termo neurociência passou a ser muito
utilizado, e nem sempre corretamente. Portanto, se faz necessário que
exista um entendimento sobre o que realmente significa neurociência. No
entanto, na verdade, não existe uma neurociência, mas as neurociências,
pois existem cinco grandes disciplinas neurocientíficas completamente
interligadas:
NEUROCIÊNCIA MOLECULAR
NEUROCIÊNCIA CELULAR
NEUROCIÊNCIA SISTÊMICA
NEUROCIÊNCIA COMPORTAMENTAL
NEUROCIÊNCIA COGNITIVA
Dessa forma, o termo neurociências fica melhor empregado no plural, e o
estudo da fisiologia do sistema nervoso, que será o assunto discutido a
seguir, está inserido no estudo da neurociência sistêmica.
 ATENÇÃO
O conhecimento sobre o funcionamento do sistema nervoso é
imprescindível para um profissional da área da saúde, visto que o sistema
nervoso e o sistema hormonal são capazes de controlar e regular os demais
sistemas orgânicos e, consequentemente, as funções corporais.
Hierarquicamente, esses dois sistemas são superiores aos demais e,
inclusive, num estado de conhecimento mais avançado, não é raro que
sejam estudados de maneira associada, sendo então, nomeados de
sistema neuro-hormonal.
Dessa forma, estudar o sistema nervoso não é importante apenas para
quem pretende preservar ou restaurar a função do sistema nervoso pura e
simplesmente como uma visão mais reducionista poderia imaginar, mas
para quem quer entender o funcionamento do corpo humano sob qualquer
perspectiva e pretende trabalhar diretamente com o organismo humano,
seja na Biomedicina, nas Ciências Biológicas, na Educação Física, na
Estética e Cosmética, na Enfermagem, na Farmácia, na Fisioterapia, na
Medicina, na Nutrição, na Radiologia ou em qualquer outra área da saúde
que trabalhe diretamente com seres humanos.
Como funciona o sistema nervoso?
O sistema nervoso recebe ininterruptamente uma infinidade de
estímulos nervosos (informações) provenientes de todas as partes do
interior do corpo humano e do meio ambiente. Essas informações são
continuamente captadas por receptores sensoriais e conduzidas ao sistema
nervoso central (SNC) por vias aferentes. O SNC interpreta tais
informações e, caso seja necessário, determina a(s) resposta(s) que
será(ão) adequada(s) para cada informação que foi captada. Caberá às
suas vias eferentes conduzirem aos efetores (músculos e glândulas) a
informação determinada pelo SNC para uma resposta adequada ao
estímulo que foi captado.
 
Fonte: Sanja Karin Music/Shutterstock.
Por exemplo, o nariz é um órgão sensorial que permite que o indivíduo
possa identificar as mais diferentes substâncias odorantes. Na nossa pele,
temos receptores sensoriais que sinalizam quando algum objeto externo
toca a superfície corporal e, através de receptores espalhados por todo o
corpo humano, interna ou externamente, os estímulos são detectados e
direcionados ao SNC (via aferente). Além disso, o encéfalo pode armazenar
informações, produzir pensamentos e determinar respostas adequadas aos
diferentes estímulos que ali chegam.
Para que você possa entender como o sistema nervoso se divide
funcionalmente, é necessário relembrar como ele foi dividido
anatomicamente. Por incrível que possa parecer, ainda existem alguns
equívocos sobre essa divisão que não podem passar despercebidos por
olhares mais críticos. O critério utilizado pelos anatomistas para dividir o
sistema nervoso em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso
periférico (SNP) foi a presença de caixas ósseas, no caso, o crânio e a
coluna vertebral. Todas as estruturas que se encontram dentro das caixas
ósseas são consideradas como parte do SNC e todas as estruturas que se
encontram fora das caixas ósseas fazem parte do SNP (veja a figura a
seguir). Dentro das caixas ósseas, encontram-se o encéfalo, a medula
espinal e uma parte dos neurônios aferentes (sensitivos) e eferentes
(motores). Fora das caixas ósseas, encontram-se uma parte (maior parte)
dos neurônios aferentes e eferentes e os gânglios.
 
Fonte: Systemoff/Shutterstock.
 Estruturas do sistema nervoso central (vermelho) e do sistema nervoso
periférico (azul).
Funcionalmente, o sistema nervoso é dividido em dois:
SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO
 
Fonte: RUBINI,2020.
Esse sistema relaciona o ser humano ao meio ambiente (seu exterior) e é
voluntário e consciente. Portanto, seus efetores serão sempre o músculo
estriado esquelético.

SISTEMA NERVOSO VISCERAL
 
Fonte: RUBINI,2020.
Esse sistema relaciona o ser humano ao seu interior, e é involuntário e
inconsciente. Portanto, seus efetores poderão ser os músculos lisos ou o
músculo estriado cardíaco ou as glândulas.
Os dois sistemas possuem as seguintes estruturas:
RECEPTORES
São encarregados de captar os estímulos (no meio ambiente ou no interior
do corpo humano, sistema nervoso somático e visceral, respectivamente).
VIA AFERENTE
Conduz os estímulos captados em direção ao SNC.
SNC
Interpreta os estímulos e analisa se há necessidade de uma resposta para
algum ajuste.
VIA EFERENTE
Conduz um estímulo nervoso proveniente do SNC para uma resposta
julgada necessária.
EFETOR
Responsável por produzir a resposta determinada pelo SNC.
 ATENÇÃO
A via eferente do sistema nervoso visceral se chama sistema nervoso
autônomo. O sistema nervoso autônomo é ativado principalmente por
centros localizados na medula espinal, no tronco encefálico, no hipotálamo
e em parte do córtex cerebral. É responsável pelo controle da frequência
cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória, temperatura corporal,
motilidade gastrintestinal, assim como outras atividades viscerais para
manutenção da homeostase. Essa parte do sistema nervoso é subdividida
em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático.
Veja uma comparação entre as duas partes do sistema nervoso autônomo:
Função simpática
É mediada, em sua maioria, pela ação de uma substância denominada
norepinefrina, que atua nas seguintes funções: aumento da frequência
cardíaca, dilatação da pupila, dilatação dos brônquios, constrição dos vasos
sanguíneos, aumento da sudorese, inibição dos movimentos peristálticos do
trato gastrointestinal e aumento da renina.

Função parassimpática
É mediada por um neurotransmissor denominado acetilcolina e sua ação
repercute da seguinte forma: redução da frequência cardíaca, aumento da
secreção de glândulas do olho, aumento da peristalse, aumento da
secreção salivar e de glândulas pancreáticas e constrição dos brônquios.
A atividade autonômica tem papel preponderante na função fisiológica dos
seres humanos. Doenças crônicas como a insuficiência cardíaca,
hipertensão arterial, diabetes, entre outras estão associadas ao
comprometimento da atividade do sistema nervoso autônomo.
TIPOS DE CÉLULAS DO SISTEMA
NERVOSO E SUAS PRINCIPAIS
FUNÇÕES
Como é composto o sistema nervoso?
O sistema nervoso é composto por dois tipos de células, os neurônios e as
neuroglias ou células da glia. Para cada neurônio, existe,
aproximadamente, uma neuroglia, contrariando o que sempre foi
reproduzido por estudiosos e diversos livros textos que afirmavam
(equivocadamente) que, para cada neurônio,existem 10 neuroglias. Outro
equívoco é a de que existem 100 bilhões de neurônios. Na verdade, estima-
se que o sistema nervoso possua aproximadamente 86 bilhões de
neurônios e 85 bilhões de neuroglias conforme estudo publicado pelo grupo
de pesquisadores comandado pelo professor Roberto Lent, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (LENT et al., 2012).
Classicamente, sempre se considerou o neurônio como a unidade
morfofuncional mais importante do sistema nervoso, e as neuroglias com
um papel secundário, sendo apenas células de “suporte”. No entanto, a
importância dessas “células de suporte” aumentou muito ao se entender
que as neuroglias também trabalham com sinais, apesar de serem sinais
diferentes. São sinais químicos que orientam o crescimento e a migração
dos neurônios durante o desenvolvimento, de conexão entre os neurônios
na vida adulta, de proteção e reconhecimento de disfunções, entre outros.
Sendo assim, ao serem capazes de interferir na comunicação entre os
neurônios, podem até alterar a transmissão dessas informações.
Os neurônios são células especializadas na condução de estímulos
nervosos, ou seja, informações (ver figura a seguir). Um neurônio pode ter
três partes:
DENDRITOS
Principais locais de recepção de estímulos num neurônio. A palavra
dendrito deriva do termo grego dendro, que significa árvore. Dependendo
do neurônio, ele pode ter apenas um dendrito (bipolar) ou até milhares de
dendritos (multipolar) ou não ter dendritos, como os neurônios
pseudounipolares. Constituem a parte receptora do neurônio. Em outras
palavras, a maioria dos impulsos nervosos que são transmitidos aos
neurônios chegam pelos dendritos.
CORPO CELULAR (SOMA OU PERICÁRIO)
Essa estrutura é encontrada em todos os neurônios e é considerada o seu
centro metabólico. Neste local, ficam o núcleo e a maior parte das organelas
celulares. É no núcleo que ocorre a síntese das proteínas neuronais e dos
seus neurotransmissores.
AXÔNIO
Estrutura responsável por transmitir os impulsos nervosos até a terminação
axonal onde ficam os botões sinápticos com as vesículas secretoras
contendo neurotransmissores. Os axônios se iniciam em uma área
especializada chamada cone axonal ou segmento inicial e podem estar
envoltos por uma camada lipídica chamada bainha de mielina, que interfere
diretamente na velocidade de transmissão nervosa. Quanto mais espessa a
camada da bainha de mielina, mais rápida é a propagação do impulso
nervoso. O espaço entre as bainhas de mielina é denominado nodo de
Ranvier. A propagação do impulso nervoso no axônio sempre vai em
sentido de sua extremidade, denominada de terminação axonal, que fazem
contato com outro neurônio ou com uma célula efetora. Essas conexões são
denominadas sinapses. Através das sinapses, as informações de um
neurônio são transmitidas a outro neurônio ou a uma célula efetora.
 
Fonte: logika600/Shutterstock.
 Neurônio típico com dendritos, corpo celular e axônio.
Na figura a seguir, estão ilustradas as conexões entre neurônios, as
sinapses.
 
Fonte: Andrii Vodolazhskyi/Shutterstock.
 Conexões entre neurônios.
OS IMPULSOS NERVOSOS
Neste vídeo, nos aprofundaremos com mais detalhes no processo de
transmissão dos impulsos nervosos desde o dendrito até a sinapse.
Os neurônios encontrados nos seres humanos podem ser classificados de
acordo com sua estrutura:
 
Fonte: Lila Raymond/Shutterstock.
MULTIPOLARES
São os mais comuns no sistema nervoso central, sendo encontrados no
encéfalo e na medula espinal. Eles contêm múltiplos dendritos, podendo
chegar a ter milhares, com uma grande capacidade de receber estímulos.
 
Fonte: Lila Raymond/Shutterstock.
BIPOLARES
São encontrados em órgãos sensoriais, principalmente na retina e no
epitélio olfatório, possuem apenas um dendrito e um axônio de cada lado do
corpo celular.
 
Fonte: Lila Raymond/Shutterstock.
PSEUDOUNIPOLARES
Encontrados principalmente nos gânglios espinais, são todos aferentes. Os
pseudounipolares não apresentam dendritos, mas um axônio que se
subdivide em um ramo dirigido à periferia em direção a um receptor
sensorial e um outro ramo que se dirige ao SNC. A informação sensorial
proveniente da periferia é enviada diretamente para a medula espinal, sem
passar pelo corpo celular.
Do ponto de vista funcional, os neurônios podem ser classificados em:
AFERENTES OU SENSITIVOS
Conduzem os estímulos a partir dos receptores em direção do SNC.
INTERNEURÔNIOS
São 99% dos neurônios e estão todos localizados no SNC conectando dois
neurônios.
EFERENTES OU MOTORES
Conduzem os estímulos a partir do SNC em direção aos efetores.
As neuroglias ou células da glia podem ser divididas em micróglias e
macróglias (figura a seguir). O termo glia é proveniente da palavra grega
que significa cola. Portanto, neuroglia seria a cola neural. Isso porque
antigamente se achava que as neuroglias tinham apenas a função de
agregação e sustentação dos neurônios, o que continua sendo correto,
embora já se saiba que elas desempenham outras funções de grande
importância.
 
Fonte: Designua/Shutterstock.
 Neuroglias ou células da glia.
A seguir, veremos os componentes e funções de cada uma delas:
MICRÓGLIAS
São as menores neuroglias que existem e estão distribuídas por todo o
SNC. Exercem uma função imune no SNC, sendo ativadas pela presença
de moléculas inflamatórias, como as citocinas, por exemplo, de maneira
muito semelhante ao que ocorre com os macrófagos no sangue. Quando
ocorre alguma lesão neuronal, inflamação ou doença degenerativa, elas se
proliferam rapidamente na área da lesão, fagocitam as substâncias
indesejadas e participam da produção de antígeno.
MACRÓGLIAS
Dentre as macróglias existem:
 
• Os astrócitos, que têm várias funções importantes, mas podemos
destacar o importante papel de preencher os espaços entre os neurônios,
dando-lhes maior sustentação estrutural e atuando na nutrição neuronal,
pois armazenam glicose que poderá ser disponibilizada aos neurônios para
ser utilizada como fonte de energia. Além dessas funções, formam a
barreira hematoencefálica que envolve os capilares encefálicos e impede
que substâncias tóxicas e nocivas passem de dentro dos vasos para o
encéfalo. Sendo assim, cumprem um importante papel de proteção do
encéfalo. De forma complementar, também são responsáveis por remover
íons e neurotransmissores e secretam fatores de crescimento neuronais. 
• Os oligodendrócitos, que sintetizam a mielina que envolve os axônios
localizados no SNC, podendo mielinizar múltiplos axônios ao mesmo tempo.
• As células de Schwann, as quais cumprem função muito semelhante aos
oligodendrócitos na síntese da mielina que envolve os axônios localizados
no SNP. No entanto, ao contrário dos oligodendrócitos, são capazes de
mielinizar um único axônio. 
• As células ependimárias, que são consideradas células de revestimento.
Elas revestem os ventrículos do encéfalo e o canal central da medula
espinal.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS ASTRÓCITOS SÃO CÉLULAS DA NEURÓGLIA E SÃO
AS QUE POSSUEM AS MAIORES DIMENSÕES.
RECEBERAM ESSE NOME POR LEMBRAREM ESTRELAS.
DENTRE AS SUAS FUNÇÕES, PODE-SE DESTACAR:
A) Nutrição neuronal e produção de mielina.
B) Produção de mielina e remoção de íons em excesso.
C) Formação da barreira hematoencefálica e nutrição neuronal.
D) Formação da barreira hematoencefálica e produção de hormônios.
E) Fagocitose de substâncias estranhas ao SNC e nutrição neuronal.
2. AS MICRÓGLIAS SÃO UM TIPO DE CÉLULA DO
SISTEMA NERVOSO CENTRAL QUE, DENTRE OUTROS
PAPÉIS, TÊM FUNÇÃO DE:
A) Produção de mielina que envolve os axônios do SNC.
B) Produção de mielina que envolve os axônios do SNP.
C) Imunidade do sistema nervoso central.
D) Nutrição neuronal.
E) Transmissão de impulsos nervosos do SNC ao SNP.
GABARITO
1. Os astrócitos são células da neuróglia e são as que possuem as
maiores dimensões. Receberam esse nome por lembrarem estrelas.
Dentre as suas funções, pode-se destacar:
A alternativa"C " está correta.
 
Podemos destacar o importante papel de preencher os espaços entre os
neurônios, dando maior sustentação e nutrição neuronal, pois armazenam
glicose que poderá ser disponibilizada aos neurônios. Além disso, formam a
barreira hematoencefálica que envolve os capilares encefálicos, impedindo
que substâncias tóxicas e nocivas passem de dentro dos vasos para o
encéfalo. Também removem íons e neurotransmissores e secretam fatores
de crescimento neuronais entre outras funções.
2. As micróglias são um tipo de célula do sistema nervoso central que,
dentre outros papéis, têm função de:
A alternativa "C " está correta.
 
As micróglias são as menores neuroglias que existem e exercem uma
função imune no SNC fagocitando substâncias indesejadas. Quando ocorre
alguma lesão, inflamação ou doença degenerativa, elas se proliferam
rapidamente.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste conteúdo, você aprendeu o que é Fisiologia humana, seu
objeto de estudo, como todas as células do corpo humano trabalham para
manter a homeostasia e, consequentemente, o indivíduo saudável, e de que
forma o sistema nervoso se divide funcionalmente. No entanto, sempre é
bom lembrar que a ciência é extremamente dinâmica e que novos estudos e
pesquisas são realizados continuamente. Em função disso, essas
informações podem ser alteradas. Sendo assim, é necessário que você
busque atualização constante através de cursos, congressos e simpósios
da área, leitura de artigos atualizados e livros. Enfim, nunca pare de
estudar.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AIRES, M. M. Fisiologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
BEAR, M.F.; CONNORS, B.W. & PARADISO, M.A. Neurociências:
desvendando o sistema nervoso. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
BERNE, Robert M. & LEVY, Matthew, N. Fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2009.
HALL, J. E. Guyton & Hall. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2017.
LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de
neurociências. 2. ed. Atheneu, 2010.
LENT, R. et al. How many neurons do you have? Some dogmas of
quantitative neuroscience under revision. In: European Journal of
Neuroscience. 35(1): 1-9, 2012. Consultado em meio eletrônico em: 22 out.
2020.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana: uma abordagem integrada. 7.
ed. Porto Alegre: ArtMed, 2017.
EXPLORE+
Leia o artigo A formulação do conceito de homeostase por Walter
Cannon, de Ivana Brito e Amilton Haddad, publicado em 2017.
Leia o artigo Resposta ao estresse: I. Homeostase e teoria da
alostase, que detalha todas as discussões dos cientistas sobre o
conceito de homeostasia, de Maria Bernardete Cordeiro de Sousa,
Hélderes Peregrino Silva e Nicole Leite Galvão-Coelho, publicado em
2015.
CONTEUDISTA
Ercole da Cruz Rubini
 CURRÍCULO LATTES
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