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Princípios fundamentais de contabilidade

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Princípios fundamentais de contabilidade
A Contabilidade teve seu início oficialmente na Itália entre os séculos 13 e 14 e se consolidou como ciência em 1494, com a publicação do Tratactus de Computis et Scripturis, um tratado de Frei Luca Pacioli, que relata fatos da contabilidade. 
A partir daí surge a primeira escola de Contabilidade, dominando o cenário mundial. No Brasil, a Contabilidade veio com a Escola de Comércio Álvares Penteado e, em 1946, com a Escola de Economia e Administração da USP. 
Com o crescimento dos mercados mundiais, a necessidade de haver registros contábeis aumentou e a contabilidade passou a ter mais importância ainda.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os conceitos, terminologias, funções da contabilidade. Vai estudar também quem são os principais usuários da contabilidade e sua importância.
A finalidade da contabilidade é registrar, mensurar e informar sobre os fatos ocorridos no ambiente financeiro e econômico da empresa. 
Registra as variações do patrimônio das empresas. 
A contabilidade é uma ciência que possui métodos, regras e leis que precisam ser seguidos.
A Contabilidade é uma valiosa fonte de informações para os seus usuários que são caracterizados como usuários internos e externos. 
Os usuários internos são as pessoas que pertencem à entidade que está gerando as informações 
Os externos são os investidores, bancos, governo e outros interessados. 
Mas para que a Contabilidade cumpra seu papel de fornecer informações úteis aos seus usuários os seus procedimentos são norteados por normas emitidas por leis, pelo Conselho Federal de Contabilidade e outros órgãos reguladores. 
Também para que essas informações tenham utilidade para esses usuários é necessário que elas possuam qualidade, denominadas características qualitativas da informação contábil.
Princípios fundamentais de contabilidade
A contabilidade é um importante e indispensável instrumento de gestão para todas as pessoas jurídicas, porque fornece informações de natureza econômica, financeira, patrimonial, entre outras. 
Contudo, nem sempre os usuários da informação contábil têm as mesmas necessidades informacionais, e isso faz com que a contabilidade seja ainda mais útil no processo decisório, pois também produz dados de conteúdo físico, produtividade, desempenho e eficiência. 
Para que seja possível fornecer todas essas informações, a contabilidade é norteada por normas, procedimentos e terminologias que são de domínio do profissional contábil, que, ao elaborar as demonstrações contábeis, assegura a qualidade da informação contábil no seu âmbito de abrangência.
A contabilidade está presente no cotidiano de todas as pessoas, porém é obrigatória para as pessoas jurídicas de direito público e privado, com ou sem fins lucrativos, independentemente do seu tipo societário ou porte. 
A ciência contábil é, portanto, muito abrangente, pois abarca configurações de pessoas jurídicas distintas, de direito público e privado, que têm como função principal auferir lucro ou fim social. 
Entretanto, a abrangência da contabilidade não decorre apenas do aspecto legal, mas da necessidade informacional das organizações na condução do negócio, visto que o cotidiano exige tomada de decisões, e, nesse caso, os dados são fundamentais como suporte ao processo decisório. 
No tocante a esse processo, quem o comanda são as pessoas que formam o conjunto dos usuários da informação contábil. 
Assim, usuários da informação contábil são pessoas físicas ou jurídicas que tenham interesse em conhecer os dados de uma entidade, podendo ser usuários internos, como gerentes, diretores, funcionários, e/ou externos à empresa, como acionistas, instituições financeiras, fornecedores, governo, sindicato, entre outros (MARION, 2018). 
Geralmente os dados que interessam a esses usuários são os que constam nos relatórios e nas demonstrações contábeis e que englobam principalmente informações econômico-financeiras, como a posição do patrimônio, o valor do capital, montante das despesas e receitas, fluxos de caixa, entre outras. 
Veja na Figura 1 o fluxo de geração das informações contábeis até o momento em que essas informações são entregues para os usuários interessados nesses dados.
Conforme a Figura 1, a coleta de dados é o primeiro passo no registro das informações contábeis e se dá por meio de documentos que evidenciam a ocorrência do fato, como, por exemplo, notas fiscais. 
Na sequência, os fatos são registrados por meio de softwares contábeis, fiscais e gerenciais, nos quais são processados. 
Após o processamento, os dados são base para a elaboração dos relatórios, como o balanço patrimonial, e utilizados pelos usuários na tomada de decisões como fonte de informações. 
Nesse contexto, pode-se conceituar contabilidade como o sistema de informação que controla o patrimônio de uma entidade (PADOVEZE, 2016). 
Desse modo, destaca-se que a contabilidade tem como objetivo controlar o patrimônio das entidades, por meio de técnicas, apresentando os seus diversos aspectos e variações. 
Ao controlar o patrimônio das entidades, a contabilidade é capaz de produzir informações acerca desse patrimônio, tais como a forma que ele está constituído, montante de dívidas e de capital próprio, valores disponíveis em caixa, banco e aplicações financeiras, bens para revenda e/ou produção alocados em estoque, bens próprios em utilização, dentre outros dados. 
A partir dos elementos produzidos pela contabilidade é possível calcular índices que possibilitam avaliar a situação econômico-financeira da entidade. 
Essa análise é muito utilizada pelos gestores para verificar a conjuntura do negócio, pelas instituições financeiras para analisar a viabilidade da concessão de empréstimos e financiamentos, pelos investidores para averiguar se a entidade é um bom negócio para se investir, pelos fornecedores no momento de liberar as compras a prazo, entre outros.
Dessa forma, conclui-se que a função da contabilidade é prover de informações os usuários internos e externos, por meio dos relatórios e demonstrações contábeis, e realizar análise de caráter quantitativo e qualitativo sobre o patrimônio das entidades. 
Para cumprir esse papel, a contabilidade utiliza um conjunto de termos para realizar as suas atividades. Essa terminologia própria e homogênea facilita o entendimento e a comunicação com os usuários da informação contábil. 
Dessa forma, cada uma das áreas contábeis possui sua terminologia própria, por isso, é importante que o profissional se especialize na área em que deseja atuar.
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É comum encontrarmos nas diversas profissões terminologias próprias, com palavras cujos significados são específicos para aquela área de trabalho, e na contabilidade não é diferente. Algumas das palavras mais comuns na contabilidade são: ativo, passivo, débito, crédito, conta, lançamento, partidas dobradas, despesa, receita, gasto, custo, plano de contas, entre outras (RIBEIRO, 2019).
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Características qualitativas da informação contábil
Para ser útil aos seus usuários, a informação contábil precisa preencher certos requisitos indispensáveis para garantir a qualidade necessária. 
Portanto, não é qualquer informação produzida que é útil. Ela deve atender a certas exigências que estão previstas nas normas contábeis emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 
O atendimento a esses requisitos é indispensável para não induzir o usuário da informação a erro, uma vez que ele toma decisões baseadas nessas informações. 
Por exemplo, se você for viajar para um destino cujo caminho você não conhece e alguém alguém lhe indicar um caminho errado, você poderá chegar a um destino que não gostaria, a algum lugar perigoso e até mesmo ficar sem condições de retornar. 
O mesmo ocorre com o usuário da informaçãocontábil caso as informações que lhe sejam oferecidas não preencham as características qualitativas da informação contábil. Essas características são divididas em fundamentais e de melhoria, as quais serão abordadas nas seções a seguir.
Características qualitativas fundamentais
Segundo a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral (NBC), as características qualitativas fundamentais são de relevância e representação fidedigna. 
A informação contábil é relevante quando ela é capaz de fazer a diferença na tomada de decisões dos seus usuários, como quando elas permitem ao usuário prever determinadas situações e/ou confirmar avaliações já realizadas com base em dados contábeis ou até de outras fontes. 
Além disso, a materialidade é um aspecto da relevância da informação contábil, pois a informação é material quando a sua distorção, omissão ou incerteza pode influenciar as decisões do seu usuário (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2019). 
Com base no exemplo anterior, agora suponha que quando você for viajar para um destino cujo caminho é desconhecido e alguém lhe der uma informação que possibilite prever o melhor horário para a viagem a fim de não enfrentar congestionamentos, essa informação será relevante e fará toda a diferença na sua viagem. 
Assim, é com a utilização da informação contábil. Por exemplo, se um gestor que está prestes a tomar a decisão de contratar mais 100 empregados consultar os relatórios e demonstrações contábeis, nos quais consta que, embora as vendas estejam em alta, os clientes não estão pagando as operações realizadas a prazo. 
Devido a essa insuficiência de recursos, não será possível arcar com um aumento na folha de pagamento de 100 novos empregados, mas sim de 40. Assim, essa informação foi extremamente relevante e evitou a contratação em um momento inadequado para tais despesas. 
Já a característica da representação fidedigna da informação contábil se refere à confiabilidade que essas informações devem ter. 
Para que a informação contábil seja confiável, ela deve ser completa, neutra e isenta de erros. Mesmo sabendo que a perfeição nem sempre é possível de se alcançar, o objetivo dessa característica é aumentar o máximo possível a completude e a neutralidade e diminuir ou extinguir a ocorrência de erros. 
A informação é completa quando contém todos os dados importantes para que o usuário compreenda os fenômenos que estão sendo representados e inclui todas as descrições e explicações necessárias — por exemplo, a representação completa do grupo de ativos, a descrição da natureza dos ativos do grupo, o valor de todos os componentes do grupo de ativos e a descrição daquilo que a representação numérica retrata (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2019).
A neutralidade da informação contábil é caracterizada por não ser tendenciosa na seleção de informações financeiras que devem ser apresentadas e por não conter manipulações que façam com que elas transmitam uma situação favorável ou desfavorável. 
A isenção de erros significa que o processo utilizado para produzir as informações apresentadas foi selecionado e aplicado sem erros no processo. No entanto, a informação contábil isenta de erros não quer dizer que a representação tem de ser precisa em todos os aspectos, mas, sim, que não há erros ou omissões na descrição do fenômeno. 
Por exemplo, a estimativa de preço ou de valor não observável não pode ser determinada como precisa ou imprecisa (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2019).
Características qualitativas de melhoria
As características qualitativas da informação contábil de melhoria compreendem comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade e compreensibilidade, as quais melhoram a utilidade das informações relevantes e possuem representação fidedigna do que pretendem representar (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2019). 
A comparabilidade se fundamenta na possibilidade de a informação contábil de uma entidade ser comparada com dados de outras entidades e com informações similares de outro período da mesma entidade. 
Sendo assim, a comparabilidade jamais se refere a um único elemento, mas, no mínimo, a dois itens. Nesse caso, é indispensável que os itens a serem comparados tenham consistência, como, por exemplo, a utilização dos mesmos métodos. A capacidade de verificação como uma característica qualitativa da informação contábil diz respeito à possibilidade de vários observadores bem- -informados e independentes chegarem ao consenso de que determinada representação é fidedigna (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2019). 
A tempestividade se caracteriza por disponibilizar as informações no tempo certo, ou seja, a tempo de serem analisados os dados que podem influenciar na tomada de decisões. 
De modo geral, quanto mais antiga é a informação, menos utilidade ela tem, porém há casos que mesmo informações passadas continuam tendo utilidade, como identificação e avaliação de tendências (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2019). 
Também a informação contábil é dotada de melhoria quando ela é compreensível e os dados estão ordenados e classificados com clareza e precisão. Destaca-se que as características qualitativas de melhoria, sendo consideradas individualmente ou na sua totalidade, não têm a capacidade de tornar informações que são irrelevantes em relevantes, duvidosas em confiáveis. 
Por isso, são características de melhoria, uma vez que esses atributos guarnecem as informações contábeis de maior utilidade aos seus usuários.
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As características qualitativas da informação contábil não se resumem a meros atributos imprescindíveis às informações, elas assumem relevância ao abarcar em seu perfil os princípios contábeis, anteriormente expressos na Resolução nº 750/93 e, atualmente, na NBC TG Estrutura Conceitual (CFC, 2019).
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Contabilidade e o profissional contábil
O profissional habilitado a exercer as funções inerentes às áreas contábeis é o contador, bacharel em ciências contábeis. 
O Decreto-lei nº 9295/46 criou o Conselho Federal de Contabilidade e os CRCs e definiu as atribuições do contador. Conforme o decreto, somente podem exercer a profissão de contador e atuar nas áreas contábeis os profissionais que, após a regular conclusão do curso de bacharelado em ciências contábeis, reconhecido pelo Ministério da Educação, obtêm a aprovação em Exame de suficiência e registro pelo CRC ao qual estiverem sujeitos (BRASIL, 1946). 
Entre as atribuições dos profissionais contábeis estão: 
· organização e execução de serviços de contabilidade em geral; 
· escrituração dos livros de contabilidade obrigatórios, bem como de todos os necessários no conjunto da organização contábil e levantamento dos respectivos balanços e demonstrações; 
· perícias judiciais ou extrajudiciais, revisão de balanços e de contas em geral, verificação de haveres, revisão permanente ou periódica de escritas, regulações judiciais ou extrajudiciais de avarias grossas ou comuns, assistência aos conselhos fiscais das sociedades anônimas e quaisquer outras atribuições de natureza técnica conferidas por lei aos profissionais de contabilidade (BRASIL, 1946). 
*******Segundo Marion (2018), o profissional contador poderá exercer as atividades citadas em áreas como contabilidade financeira, contabilidade de custos, contabilidade gerencial, contabilidade estratégica, auditoria e ocupar cargos como de analista financeiro, perito, consultor, professor, pesquisador contábil, servidor público, assessor, gestor, entre outros. Ainda segundo o autor, o contador poderá atuar em diferentes regimes e ambientes profissionais, tais como os que são descritos a seguir.
· Empresas: contador geral, contador de custos, controller, subcontador, auditor interno, contador fiscal, contador internacional.
· Profissional autônomo: auditor independente,consultor, proprietário de escritório contábil, perito contábil.
 
· Ensino: professor, pesquisador, escritor, conferencista. 
· Órgãos públicos: contador público, fiscal de tributos, cargos em tribunais de contas.
Além dessas diversas áreas e funções, cabe salientar que o profissional contador poderá complementar a sua formação com especializações em áreas ainda mais específicas.
Escrituração contábil
Para cumprir o seu maior papel, que é o de gerar informações para tomada decisões e para a gestão das entidades, a contabilidade se utiliza de diversas técnicas, dentre elas, a escrituração e a elaboração das demonstrações contábeis. 
A escrituração precede a elaboração das demonstrações contábeis e a aplicação das demais técnicas, pois é por meio dela que os registros dos fatos administrativos ocorrem. Assim, escrituração é a técnica contábil utilizada para registro dos fatos que causam alteração no patrimônio das entidades e que permite a elaboração de demonstrativos e relatórios capazes de apresentar a posição patrimonial (CREPALDI, 2013). Lembra-se de que a realização da escrituração é responsabilidade de contabilista legalmente registrado, conforme a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, em seu art. 1.182 (BRASIL, 2002). A escrituração deve ser feita em idioma e moeda nacionais, em ordem cronológica, com base em documentos fidedignos e pelo método das partidas dobradas. universalmente utilizado e exigido pelas normas contábeis. O método das partidas dobradas se baseia no princípio de que todo débito corresponde a um ou mais créditos de igual valor e vice-versa (CREPALDI, 2013). Para realizar a escrituração contábil, o profissional deve seguir os procedimentos normatizados por meio da Interpretação Técnica Geral (ITG) 2000 (R1) (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2014).
Destaca-se que atualmente a escrituração contábil das médias e grandes empresas é realizada por meio do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), que é um software disponibilizado pela Receita Federal para todas as empresas, a fim de que elas mantenham e enviem informações de natureza contábil e fiscal (a partir da escrituração digital mantida nas empresas), informações previdenciárias e livros fiscais, comerciais e contábeis (gerados a partir da escrituração e registrados nos órgãos responsáveis) e demonstrações contábeis (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2021).
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A escrituração contábil é o ponto de partida para a geração das informações e elaboração dos relatórios e demonstrações contábeis.
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Demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis, também chamadas de demonstrações financeiras, fornecem informações a respeito da situação patrimonial e financeira e o desempenho da entidade. 
Segundo Crepaldi (2013), as demonstrações contábeis mostram os resultados da gestão da entidade em relação aos recursos que lhe foram confiados para administrar. Conforme o art. 176 da Lei nº 6.404 (BRASIL, 1976), ao final de cada exercício social, devem ser elaboradas as demonstrações contábeis ou demonstrações financeiras. 
Além disso, o artigo dispõe que as demonstrações contábeis devem exprimir com clareza a situação do patrimônio das empresas e as mudanças ocorridas no período por meio das seguintes demonstrações: 
· Balanço Patrimonial (BP); 
· Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA); 
· Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); 
· Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); 
· Demonstração do Valor Adicionado (DVA). 
BP demonstra a situação patrimonial da entidade;
DLPA evidencia os lucros ou prejuízos acumulados ao longo dos exercícios;
DRE apresenta o lucro ou prejuízo apurado no exercício;
DFC expõe a movimentação do caixa;
DVA exibe a riqueza gerada pela entidade.
Nem todas as empresas são obrigadas a elaborar todas essas demonstrações. Existem vários requisitos para identificar quais as demonstrações que cada entidade está obrigada legalmente a elaborar, embora, para fins gerenciais e de tomada de decisões, a elaboração de todas essas demonstrações é recomendada.
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)
A contabilidade por ser uma ciência social, isto é, decorrente das ações humanas sobre o patrimônio das pessoas físicas e jurídicas, ela é dinâmica. 
Esse dinamismo faz com que as regras e normas devam ser examinadas e, se necessário, atualizadas para acompanhar o movimento social que interfere no patrimônio, que é o objeto da contabilidade. Além disso, o mercado globalizado passou a exigir que o mundo fale uma língua contábil que tenha a mesma base, adaptável aos mercados conforme as suas características. 
No Brasil, passou a existir o processo de convergências das normas contábeis brasileiras para padrões internacionais, do qual resultou a revogação de normas que se tornaram inadequadas, atualização de outras e criação de novas normas disciplinadoras do novo cenário mundial. 
Assim sendo, foi criado o CPC, que tem como objetivo:
[...] o estudo, o preparo e a emissão de documentos técnicos sobre procedimentos de contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2005, documento on-line).
O CPC é um órgão que interpreta, orienta e revisa normas para que o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central do Brasil (BACEN), Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Agência Nacional de Saúde (ANS), entre outros, realizem a emissão de normas que competem a cada órgão.
Ao longo de sua existência, o CPC emitiu e revisou pronunciamentos contábeis, alguns deles podem ser vistos no Quadro 1.
Cada um desses pronunciamentos se refere a um assunto específico, além de gerar uma norma específica. 
Após a emissão, os pronunciamentos são enviados para o órgão regulador competente, que analisa e emite a respectiva norma sobre o assunto. 
No caso do CFC, o conselho analisa, discute e emite as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCT) que devem ser aplicadas aos registros e demonstrações contábeis. 
Com base nos assuntos apresentados neste capítulo, é possível concluir que os profissionais da contabilidade, embasados nos conceitos e se utilizando das terminologias contábeis, podem gerar informações de qualidade para a tomada de decisões de usuários internos e externos das entidades.
Dica do Professor
As demonstrações contábeis apresentam a situação patrimonial de uma empresa em determinada data. São elaboradas com os lançamentos feitos referentes aos registros de todas as transações ocorridas. 
Essas demonstrações contábeis precisam apresentar fielmente a posição contábil, precisam ser em tempo hábil e ter informações úteis.
OUTRA DICA: É DE USAR LINGUAGEM SIMPLES AO INVES DE TERMOS TECNICOS 
Na prática
Toda empresa precisa dos serviços de um contador para obter as informações financeiras, e isso torna a Contabilidade uma ferramenta de gestão. Na Embraer, Empresa Brasileira de Aeronáutica, a Contabilidade auxilia a tomada de decisão gerencial. Elaine Funo, Diretora Contábil e Fiscal da Embraer, concedeu uma entrevista para uma grande rede de TV sobre a importância do contador.
Acompanhe um trecho da conversa.​​​​​​​​​​​​​​
EXERCÍCIOS
1) A Contabilidade teve seu início entre os séculos 13 e 14, e, com o crescimento dos
mercados mundiais, a necessidade de haver registros contábeis aumentou, dando
surgimento a outras áreas. São elas:
B) Auditoria, Controladoria, Fiscalização, Perícia e Educação.
2) Existem várias ciências, e aContabilidade é uma delas. Estuda e controla o
patrimônio das empresas através dos registros contábeis. A Contabilidade tem como
finalidade: 
D) Registrar, acumular, resumir e interpretar tudo que possa vir a afetar o patrimônio
econômico e financeiro de qualquer empresa.
3) A Contabilidade fornece informações para auxiliar na tomada de decisões
empresariais, e, para isso, deve contar com um sistema e com seus usuários, que são
internos ou externos. Qual usuário externo utiliza as informações para liberar linhas
de créditos/financiamentos?
E) Instituições financeiras.
4) Os registros contábeis são feitos de forma cronológica, e as técnicas utilizadas para
esses registros são: escrituração contábil; demonstrações contábeis; análise das
demonstrações contábeis; auditoria. Podemos afirmar que a escrituração contábil é:
D) O registro de forma cronológica dos fatos já ocorridos, criando, assim, um histórico.
5) Cada registro, além de seguir a ordem cronológica, vai para um centro de custos e é
classificado de acordo com o fato ocorrido. Então, temos algumas terminologias,
como desembolso e gasto. Podemos afirmar que:
B) Dentro dos gastos, temos os custos, que podem ser fixos ou variáveis.
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