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Motivação e cotidiano do ser humano
Imagine que você é funcionário em uma loja e que precisa vender certa meta de camisetas por mês para ser bonificado. Seu gerente, uma pessoa bastante enérgica, fala diversas vezes por dia que a meta ainda não foi batida. No entendimento dele, os funcionários confiáveis da loja são aqueles que batem a meta. Você se sente só e sem energia para trabalhar Então, por motivos da vida, você se muda para outra cidade e procura emprego em outra loja. Nessa loja também há uma meta a ser atingida. Seu gerente, entretanto, diferentemente do anterior, argumenta que vocês todos, vendedores e gerentes, são um time, e que ele está lá para apoiar os vendedores nos processos de venda. No final do mês, em uma reunião de equipe, você observa que o gerente parece estar realmente interessado nos motivos pelos quais os vendedores podem ter dificuldades para atingir a meta. Você se sente acolhido e pertencente àquele grupo. Sua vontade de trabalhar está muito maior do que estava no emprego anterior.
- O que aconteceu com você?
- Que elementos foram capazes de alterar sua percepção e seu comportamento?
A motivação é um processo psicofisiológico responsável por desencadear um comportamento. Corresponde a um estado interior, no qual um indivíduo assume um comportamento com direção, intensidade e persistência em relação ao objetivo.
Existem teorias para a motivação, quanto ao conteúdo e ao processo.
Observe o esquema a seguir para compreender como essas teorias se conceituam.
Como já apresentada, a Teoria de Maslow, quanto às necessidades do ser humano, também foi ajustada para representar a MOTIVAÇÃO.
Com base na pirâmide a seguir, procure analisar de que forma você e seus parceiros de trabalho estão lidando com a satisfação hierárquica de Maslow.
Sempre que uma pessoa deixa de priorizar um desses itens, pode correr o risco de não estar apto para produzir intelectualmente, afinal, como podemos ser criativos se nos encontramos doentes fisicamente ou com dor?
Como um amigo vai nos visitar se onde moramos as pessoas são assaltadas a todo momento? De que forma podemos ser uma boa companhia se nossa estima é baixa e só falamos de problemas e desamores?
Lembre-se de que a hierarquia consiste em:
A motivação pode ser considerada uma necessidade humana. Existe uma relação com a busca da excelência e o poder, e as emoções fazem parte desse processo, que possibilita a hierarquização das emoções e dos comportamentos.
Ser e estar motivado depende da satisfação das necessidades básicas do sujeito.
DICA DE ESTUDO Os determinantes da orientação sexual se provaram difíceis de localizar. É importante conhecer as diversas explicações que foram propostas.
transexuais Pessoas que acreditam que nasceram com o corpo do gênero oposto. 
necessidade de realização Característica estável aprendida em que a pessoa obtém satisfação ao buscar e atingir um nível de excelência.
Às vezes os transexuais buscam operações de mudança de sexo em que seus genitais são cirurgicamente removidos e os genitais do sexo desejado são criados. Diversos passos, incluindo aconselhamento intensivo e injeção hormonal, além de ter vivido como membro do sexo desejado por diversos anos, precedem a cirurgia, que, como se espera, é muito complexa. O resultado, contudo, pode ser muito positivo (Lobato, Koff e Manetini, 2006; O’Keefe e Fox, 2003; Stegerwald e Janson, 2003). A transexualidade é parte de uma categoria mais ampla chamada de transgênero. O termo transgênero abarca não apenas os transexuais, mas também pessoas que se veem como um terceiro gênero, travestis (que se vestem com roupas do sexo oposto) e outros que acreditam que a classificação tradicional de gênero homem-mulher é inadequada para caracterizá-los (Hyde e Grabe, 2008; Prince, 2005).
AS NECESSIDADES DE REALIZAÇÃO, AFILIAÇÃO E PODER
Apesar de a fome poder ser uma das motivações primárias mais potentes em nossa vida diária, pulsões secundárias poderosas que até o momento não têm base biológica clara também nos motivam. Entre as mais proeminentes está a necessidade de realização.
A necessidade de realização A necessidade de realização é uma característica estável aprendida em que uma pessoa obtém satisfação buscando e alcançando um nível de excelência (McClelland et al., 1953). Pessoas com grande necessidade de realização buscam situações em que podem competir contra algum padrão – seja em notas, dinheiro ou vencendo um jogo – e ser bem-sucedidas. Mas elas não são indiscriminadas quando se trata de escolher seus desafios: tendem a evitar situações em que o sucesso virá muito facilmente (não haveria desafio) e situações em que é improvável obter sucesso. Ao invés disso, pessoas com grandes necessidades de realização geralmente escolhem tarefas que são de dificuldade intermediária (Speirs Neumeister, K. L. e Finch, 2006).
Por outro lado, pessoas com baixa motivação para realização tendem a se motivar primariamente pelo desejo de evitar o fracasso. Como resultado, elas buscam tarefas fáceis, certificando-se de evitar fracassos, ou buscam tarefas muito difíceis para a qual o fracasso não tem implicações negativas, visto que quase ninguém obteria sucesso de qualquer modo. Pessoas com grande medo do fracasso se distanciam de tarefas de dificuldade intermediária, já que podem fracassar onde outros obtiveram sucesso (Martin e Marsh, 2002; Morrone e Pintrich, 2006; Puca, 2005). Uma grande necessidade de realização geralmente produz resultados positivos, ao menos em culturas ocidentais que são orientadas para o sucesso. Por exemplo, pessoas motivadas por uma alta necessidade de realização têm maior probabilidade de ir para a faculdade do que suas contrapartes (com menor necessidade de realização); e, quando estão na faculdade, tendem a receber notas mais altas em aulas relacionadas às suas carreiras futuras. Além disso, alta motivação de realização indica sucesso econômico e profissional futuro (McClelland, 1985; Thrash e Elliot, 2002).
MEDINDO A MOTIVAÇÃO DE REALIZAÇÃO
Como podemos medir a necessidade de realização de uma pessoa? O instrumento de mensuração utilizado com maiorfrequência é o Teste de Apercepção Temática (TAT) (Spangler, 1992). No TAT, um examinador apresenta uma série de figuras ambíguas. O examinador pede aos participantes que escrevam uma história que descreva o que está acontecendo, quem são essas pessoas, o que levou a essa situação, o que as pessoas estão pensando ou o que elas querem, e o que vai acontecer a seguir. A seguir, os pesquisadores usam um sistema de pontuação padronizado para determinar a quantidade de imagens de realização nas histórias das pessoas. Por exemplo, alguém que escreve uma história em que o personagem principal se esforça para derrotar um oponente, estuda para se sair bem em alguma tarefa, ou dá duro para conseguir uma promoção mostra sinais claros de orientação para a realização. Presume-se que a inclusão de tais imagens relativas à realização nas histórias dos participantes indique um grau elevado de preocupação com – e portanto uma necessidade relativamente grande de – realização (Tuerlinckx, DeBoeck e Lens, 2002).
DICA DE ESTUDO Uma característica-chave das pessoas com grande necessidade de realização é que elas preferem tarefas de dificuldade moderada.
A necessidade de afiliação São poucos os que escolhem viver suas vidas como eremitas. Por quê? Um motivo é que a maioria das pessoas tem uma necessidade de afiliação, um interesse em estabelecer e manter relacionamentos com outras pessoas. Indivíduos com grande necessidade de afiliação escrevem histórias para o TAT que enfatizam o desejo de manter ou restabelecer amizades e se mostram preocupados em serem rejeitados pelos amigos. Pessoas com maiores necessidades de afiliação são particularmente sensíveis a relacionamentos com outros. 
Eles desejam estar com os amigos na maior parte do tempo, e passam menos tempo sozinhos, comparados com pessoas com menor necessidade de afiliação. Contudo, o gênero é um determinante maior de quanto tempo se passa de fato comos amigos: independentemente da necessidade de afiliação, estudantes mulheres passam significativamente mais tempo com os amigos e menos tempo sozinhas do que os estudantes homens (Cantwell e Andrews, 2002; Johnson, 2004; Semykina e Linz, 2007).
A necessidade de poder Se suas fantasias incluem ser o Presidente ou ser o dono da Microsoft, seus sonhos podem refletir uma grande necessidade de poder. A necessidade de poder, uma tendência de buscar impacto, controle ou influência sobre os outros, e de ser visto como um indivíduo poderoso, é um tipo adicional de motivação (Lee-Chai e Bargh, 2001; Winter, 2007; Zians, 2007). Como se pode esperar, pessoas com grandes necessidades de poder apresentam maior probabilidade de pertencer a organizações e de buscar cargos políticos do que aquelas pessoas com menor necessidade de poder. Elas também tendem a trabalhar em profissões em que suas necessidades de poder possam ser satisfeitas, tais como a administração de empresas e – você pode se surpreender – o ensino (Jenkins, 1994). Além disso, elas buscam exibir o visual do poder. Mesmo na faculdade, é mais provável que elas tenham posses prestigiadas, como equipamentos eletrônicos e carros esportivos.
Compreendendo experiências emocionais
Seja em um ou em outro momento, todos já sentimos fortes sensações que acompanham experiências tanto prazerosas quanto negativas. Talvez tenhamos sentido a excitação de conseguir aquele emprego que tanto queríamos, a alegria de estarmos apaixonados, a tristeza pela morte de um ente querido ou a angústia de inadvertidamente magoarmos alguém. Além disso, sentimos tais reações em um nível menos intenso ao longo de nossas vidas cotidianas: o prazer da amizade, a diversão em um filme e a vergonha de quebrar algo que pegamos emprestado.
necessidade de afiliação Interesse em estabelecer e manter relações com outras pessoas. 
necessidade de poder Tendência de buscar impacto, controle ou influência sobre os outros, e de ser visto como um indivíduo poderoso.
Como o gênero se correlaciona com a necessidade de afiliação?
Apesar da natureza variada desses sentimentos, todos eles representam emoções. Embora todos tenham uma ideia do que é uma emoção, definir formalmente o conceito se provou uma tarefa difícil. Aqui, usaremos uma definição geral: emoções são sentimentos que geralmente têm elementos tanto fisiológicos como cognitivos que influenciam o comportamento. Pense, por exemplo, sobre como é estar feliz. Primeiro, nós obviamente sentimos um sentimento que podemos diferenciar das outras emoções. É provável que também sintamos algumas mudanças físicas identificáveis em nossos corpos: talvez a frequência cardíaca acelere ou comecemos a “pular de alegria”. Por fim, a emoção provavelmente abarca elementos cognitivos: nossa compreensão e avaliação do significado do que está acontecendo instiga nossos sentimentos de felicidade. Podemos, contudo, também sentir uma emoção sem a presença dos elementos cognitivos. Por exemplo, podemos reagir com medo a uma situação incomum ou nova (tal como entrar em contato com um indivíduo errático e imprevisível), ou podemos sentir prazer devido a uma excitação sexual sem termos consciência ou compreensão cognitiva do que é excitante nessa situação.
AS FUNÇÕES DAS EMOÇÕES Imagine como seria se nós não experienciássemos emoções – não sentiríamos desespero, depressão ou remorso – mas também não sentiríamos felicidade, alegria ou amor. Obviamente, a vida seria consideravelmente menos satisfatória, até mesmo chata, se não tivéssemos a capacidade de sentir e expressar emoções. Mas qual o propósito das emoções, além de tornar a vida interessante?
 Os psicólogos identificaram diversas funções importantes que as emoções têm em nossas vidas (Frederickson e Branigan, 2005; Frijda, 2005; Gross, 2006; Siemer, Mauss e Gross, 2007). 
Entre as mais importantes estão: 
• Preparar para agir. As emoções agem como uma ligação entre eventos em nosso ambiente e nossas respostas. Se você visse um cachorro raivoso correndo em sua direção, sua reação emocional (medo) estaria associada à excitação psicológica da divisão simpática do sistema nervoso autônomo, a ativação da resposta de “luta ou fuga”. 
• Modelar nosso comportamento futuro. As emoções promovem consciência que nos ajuda dar as respostas adequadas. Por exemplo, sua resposta emocional a eventos desagradáveis o ensina a evitar circunstâncias semelhantes no futuro. 
• Ajudar a interagir mais efetivamente com os outros. Frequentemente comunicamos as emoções que sentimos por meio de nossos comportamentos verbal e não verbal, tornando nossas emoções óbvias para os observadores. Esses comportamentos podem agir como um sinal para os observadores, permitindo que eles entendam o que estamos sentindo e ajudando-os a prever nosso comportamento futuro.
DETERMINANDO A EXTENSÃO DAS EMOÇÕES 
Se tivéssemos que listar as palavras que foram usadas para descrever emoções, acabaríamos com pelo menos 500 exemplos (Averill, 1975). 
A lista variaria desde emoções óbvias como felicidade e medo até as menos comuns, como empreendedorismo e melancolia. Um desafio para os psicólogos foi o de analisar essa lista para identificar as emoções fundamentais mais importantes. Os teóricos já tiveram discussões acaloradas quanto a catalogar as emoções e criaram diferentes listas, dependendo de como definem o conceito de emoção. Na verdade, alguns rejeitam essa questão inteiramente, dizendo que nenhum conjunto de emoções deveria ser indicado como o mais básico, e que as emoções são mais bem compreendidas quando divididas em suas partes componentes. Outros pesquisadores defendem que se deve olhar para as emoções em termos de hierarquia, dividindo-as em categorias positivas e negativas, e depois as organizando em subcategorias cada vez mais reduzidas (Dillard e Shen, 2007; Manstead, Frijda e Fischer, 2003). Ainda assim, a maioria dos pesquisadores sugere que uma lista de emoções básicas incluiria, no mínimo, felicidade, raiva, medo, tristeza e nojo. Outras listas são mais amplas, incluindo emoções como surpresa, desprezo, culpa e alegria (Ekman, 1994a; Shweder e Heidt, 1994; Tracy e Robins, 2004). Uma dificuldade de definir um conjunto básico de emoções é que podem existir diferenças significativas nas formas como as várias culturas sentem e expressam as emoções. Por exemplo, os alemães falam em Schadenfreude, uma sensação de prazer pelas dificuldades de outra pessoa, e os japoneses sentem o hagaii, um humor de aflição temperado com frustração. No Taiti, musu refere-se a um sentimento de relutância em ceder às demandas insensatas dos pais. Encontrar Schadenfreude, hagaii ou musu em uma cultura específica não significa que os membros de outras culturas não sejam capazes de sentir essas emoções. Mas sugere, contudo, que encaixar uma sensação específica em uma categoria linguística para descrever essa emoção pode facilitar discuti-la, contemplá-la e, até, senti-la (Li, Wang e Fischer, 2004; Kuppens et al., 2006; Russell e Sato, 1995).
AS RAÍZES DAS EMOÇÕES Eu nunca fiquei tão brabo antes. Sinto meu coração martelar, e estou tremendo todo... Eu não sei como vou me apresentar assim; é como se o meu estômago estivesse cheio de borboletas... Aquilo foi um erro! Meu rosto deve estar incrivelmente vermelho... Quando eu ouvi aqueles passos de noite, fiquei tão assustada que nem conseguia respirar. Se você examinar a nossa língua, vai perceber que existem literalmente dezenas de formas de descrever como nos sentimos quando vivenciamos uma emoção. 
A linguagem que usamos para descrever emoções é, em grande parte, baseada em sintomas físicos que estão associados a uma experiência emocional específica (Kobayashi, Schallert e Ogren, 2003; Manstead e Wagner, 2004; Spackman, Fujiki e Brinton, 2006). 
Considere, por exemplo, a sensação de medo. Imagine que já está tarde no Réveillon. Você está andando por uma rua escura e ouve passos vindos de atrás. Está claro que a pessoa que está se aproximando não está tentando ultrapassá- -lo, mas sim o seguindo. Você pensa no que vaifazer se o estranho tentar roubá-lo, ou pior, se tentar machucá-lo. Enquanto esses pensamentos estiverem passando pela sua cabeça, algo diferente estará acontecendo com o seu corpo. 
As reações mais prováveis, que estão associadas à ativação do sistema nervoso autônomo, incluem um aumento em sua frequência respiratória, uma aceleração de sua frequência cardíaca, a dilatação de suas pupilas (para aumentar a sensibilidade visual) e uma secura em sua boca, já que a função de suas glândulas salivares – e, de fato, de todo o seu sistema digestivo – fica drasticamente mais lenta. 
Ao mesmo tempo, contudo, suas glândulas sudoríparas provavelmente tornam-se mais ativas, já que o suor ajuda a se livrar do excesso de calor produzido em resposta a uma atividade de emergência. 
É claro, todas essas mudanças fisiológicas provavelmente ocorrem sem a sua consciência. Ao mesmo tempo, contudo, a experiência emocional que as acompanha será óbvia para você: certamente você diria que está com medo. Apesar de ser fácil descrever as reações físicas que acompanham as emoções, definir o papel específico que as respostas fisiológicas desempenham na experiência de emoções mostrou-se um grande enigma para os psicólogos. Como veremos, alguns teóricos sugerem que reações corporais específicas fazem com que sintamos uma emoção particular – sentimos medo, por exemplo, porque o coração está batendo forte e estamos respirando profundamente. Por outro lado, outros teóricos sugerem que a reação fisiológica resultada experiência das emoções. Nessa visão, sentimos medo e, como resultado, nosso coração bate forte e nossa frequência respiratória aumenta.
A teoria da emoção de James-Lange William James e Carl Lange foram dois dos primeiros pesquisadores a explorar a natureza das emoções. James e Lange caracterizaram a experiência emocional como uma reação a eventos corporais reflexos que ocorrem (de forma reflexa) em resposta a alguma situação ou evento no ambiente. Essa visão é resumida na afirmação de James, “nós ficamos tristes porque choramos, brabos porque batemos, com medo porque trememos” (James, 1890). James e Lange sugeriram que chorar por uma perda nos faz sentir pesar, que bater em alguém que nos frustra resulta em nossos sentimentos de raiva, que tremer diante de uma ameaça nos faz sentir medo. Nessa visão, para cada grande emoção existe uma reação fisiológica correspondente dos nossos órgãos internos – chamada de experiência visceral. É este padrão específico de resposta visceral que nos leva a identificar uma experiência emocional. Em suma, James e Lange propuseram que nós experienciamos emoções como resultado das mudanças fisiológicas que produzem sensações específicas. O cérebro interpreta essas sensações como tipos específicos de experiências emocionais. Essa visão passou a ser chamada de teoria da emoção de James-Lange (Cobos et al., 2002; Laird e Bresler, 1990).
 A teoria de James-Lange tem algumas limitações sérias. Para a teoria ser válida, as mudanças viscerais deveriam ocorrer relativamente rápido, visto que sentimos algumas emoções – tais como medo quando ouvimos um estranho aproximar-se rapidamente em uma noite escura – quase instantaneamente. 
Ainda assim, experiências emocionais frequentemente ocorrem mesmo antes de certas mudanças fisiológicas acontecerem. 
Se ao atravessar a rua você é quase atropelado por um carro que ultrapassou o sinal vermelho, o aumento dos batimentos cardíacos e a respiração acelerada que acompanham o medo poderão ser sentidos somente depois de você ter conseguido escapar do atropelamento. Devido à lentidão com que algumas mudanças viscerais ocorrem, é difícil entender como elas poderiam ser uma fonte de experiência emocional imediata. A teoria de James-Lange apresenta outra dificuldade: a excitação fisiológica não produz experiência emocional invariavelmente. 
Por exemplo, uma pessoa que está correndo tem frequência cardíaca e respiratória aumentadas, assim como muitas outras mudanças fisiológicas associadas com certas emoções. Ainda assim, os corredores não costumam pensar em tais mudanças em termos de emoção. 
Não pode haver, portanto, uma correspondência de um para um entre mudanças viscerais e a experiência emocional. Mudanças viscerais por si só podem não ser o suficiente para produzir emoção. 
Por fim, nossos órgãos internos produzem uma variação relativamente limitada de sensações. Apesar de alguns tipos de mudanças fisiológicas estarem associados a experiências emocionais específicas, é difícil imaginar como cada uma das inúmeras emoções que as pessoas são capazes de sentir pode ser o resultado de uma mudança visceral única. Na verdade, muitas emoções estão associadas a tipos relativamente semelhantes de mudanças viscerais, um fato que contradiz a teoria de James-Lange (Cameron, 2002; Davidson, Deuser e Sternberg, 1994).
A teoria de Cannon-Bard Em resposta às dificuldades inerentes da teoria de James-Lange, Walter Cannon e, posteriormente, Philip Bard sugeriram uma visão alternativa. Tal visão ficou conhecida como a teoria da emoção de Cannon- -Bard (Cannon, 1929), e, nela, os autores rejeitaram a visão de que a simples excitação fisiológica leva à percepção de emoção. 
Ao invés disso, a teoria presume que tanto a excitação fisiológica quanto a experiência emocional são produzidas simultaneamente pelo mesmo estímulo nervoso, que, conforme Cannon e Bard sugeriram, emana do tálamo no cérebro. A teoria afirma que, após percebermos um estímulo produtor de emoção, o tálamo é o local inicial da resposta emocional. 
A seguir, o tálamo envia um sinal para o sistema nervoso autônomo, assim produzindo uma resposta visceral. Ao mesmo tempo, o tálamo também comunica uma mensagem para o córtex cerebral relacionada à natureza da emoção que está sendo experienciada. Logo, não é necessário que diferentes emoções tenham padrões fisiológicos singulares associados a elas, contanto que a mensagem enviada ao córtex cerebral se diferencie de acordo com a emoção específica. A teoria de Cannon-Bard parece estar correta ao rejeitar a visão de que apenas a excitação fisiológica explica as emoções. Mas pesquisas mais recentes levaram a algumas modificações importantes na teoria. Por exemplo, agora entendemos que o hipotálamo e o sistema límbico, e não o tálamo, têm uma papel fundamental na experiência emocional. Além disso, a ocorrência simultânea das respostas fisiológica e emocional, que é um pressuposto fundamental da teoria de Cannon-Bard, ainda precisa ser demonstrada de forma conclusiva. Essa ambiguidade abriu espaço para ainda mais uma teoria das emoções: a teoria de Schachter-Singer.
A teoria de Schachter-Singer Imagine que, conforme você está sendo seguido naquela rua escura no Réveillon, você percebe que um homem do outro lado da rua está sendo seguido por outra pessoa suspeita. O homem se vira e vê o seu perseguidor. Agora imagine que, ao invés de reagir com medo, o homem começa a rir e a parecer alegre. A reação dele faria com que você tivesse menos medo? Você poderia decidir que não há nada a temer, e começar a se sentir mais alegre? De acordo com uma explicação, que foca o papel da cognição, a teoria da emoção de Schachter-Singer, isso pode muito bem acontecer. Essa abordagem para explicar as emoções enfatiza que identificamos a emoção que estamos sentindo ao observarmos o nosso ambiente e nos compararmos com os outros (Schachter e Singer, 1962). 
O experimento clássico de Schachter e Singer encontrou evidências para essa hipótese. No estudo, metade dos participantes ouviu que precisaria receber uma injeção de vitamina, e a outra metade ouviu que receberia uma injeção de epinefrina. Na realidade, todos receberam epinefrina, um remédio que causa um aumento na excitação fisiológica, incluindo taxas mais elevadas de respiração e frequência cardíaca e uma ruborização da face, respostas que tipicamente ocorrem durante reações emocionais fortes. Os membros de ambos os grupos, então, foram alocados individualmente em uma situação em que um colaborador do experimentador agia de uma entreduas formas. 
Em uma condição, ele agia como se estivesse brabo ou hostil, e, na outra condição, como se estivesse incrivelmente feliz. O propósito do experimento era determinar como os participantes reagiriam emocionalmente ao comportamento do colaborador. Quando lhes era pedido que descrevessem seu próprio estado emocional ao fim do experimento, os participantes que acreditavam que haviam recebido vitaminas e que foram expostos ao colaborador brabo tendiam a relatar que se sentiam brabos, ao passo que aqueles que foram expostos ao colaborador feliz tendiam a relatar uma sensação de felicidade. Aqueles que sabiam que haviam tomado epinefrina tendiam a relatar simplesmente sentir os efeitos da injeção. 
Em suma, os resultados sugerem que os participantes que achavam que tinham recebido vitaminas recorriam ao ambiente e ao comportamento dos outros para buscar uma explicação para a excitação fisiológica que estavam sentindo. Os resultados do experimento de Schachter-Singer, portanto, apoiam uma visão cognitiva das emoções, em que as emoções são conjuntamente determinadas por um tipo relativamente não específico de excitação fisiológica e pela rotulação daquela excitação com base em pistas do ambiente. Pesquisas posteriores encontraram que a excitação não é tão “não específica” como Schachter and Singer presumiram. Quando a fonte de excitação fisiológica não está clara, contudo, podemos olhar para nossos arredores para determinar exatamente o que estamos sentindo.
teoria da emoção de Cannon-Bard Visão de que tanto a excitação fisiológica quanto a experiência emocional são simultaneamente produzidas pelo mesmo estímulo nervoso. 
teoria da emoção de Schachter-Singer Ideia de que as emoções são determinadas conjuntamente por um tipo não específico de excitação fisiológica e sua interpretação, baseada em pistas do ambiente.
Entendendo as múltiplas perspectivas sobre a emoção Conforme novas abordagens à emoção continuam a se desenvolver, é razoável se perguntar por que tantas teorias sobre a emoção existem, e, talvez ainda mais importante, qual delas fornece a explicação mais completa. Na verdade, essa é apenas a ponta do iceberg. Existem quase tantas teorias explicativas quanto emoções individuais (por exemplo, DeCoster, 2003; Frijda, 2005; Manstead, Frijda e Fischer, 2003; Prinz, 2007).
EXERCICIOS 
1. A motivação é um conceito relacionado à autoestima, à autoeficácia e à satisfação. Analise as afirmativas a seguir e indique aquela que é correta em relação à motivação:
Direção, intensidade e persistência são elementos a partir dos quais se pode analisar a motivação.
2. As necessidades humanas estão categorizadas, de acordo com a hierarquia da motivação de Maslow, na seguinte ordem: iniciando nas mais necessárias à sobrevivência e avançando para as menos necessárias. Analise as afirmativas a seguir e indique aquela que apresenta a ordem correta:
Fisiológicas, de segurança, sociais, de estima, de autorrealização.
3. Com relação à necessidade de realização e à sua relação com a motivação, é correto afirmar que:
Pessoas com alta motivação para a realização tendem a buscar atividades em que o resultado não seja obtido com facilidade.
4. Sobre as necessidades de realização, afiliação e poder, descritas por McClelland, indique a alternativa correta:
Quanto maior a necessidade de afiliação, maior a sensibilidade do indivíduo em relação a relacionamentos.
5. A motivação é definida por:
Um estado interior em que um indivíduo assume um comportamento com direção, intensidade e persistência em relação ao objetivo.

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